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Libânio M. Pinheiro
Colaboradores:
Cassiane D. Muzardo, Sandro P. Santos, Thiago Catoia, Bruna Catoia e Artur L. Sartorti
Março de 2017
CARACTERÍSTICAS DO CONCRETO
2.2
USP – EESC – Departamento de Engenharia de Estruturas Características do Concreto
2.3 DEFORMAÇÕES
O concreto apresenta deformações elásticas e inelásticas, no carregamento, e
deformações de retração por secagem ou por resfriamento. Quando restringidas, as
deformações por retração ou térmicas resultam em padrões de tensão complexos,
que costumam causar fissuração.
As deformações do concreto dependem essencialmente de sua estrutura
interna. A contração térmica é de maior importância nos elementos de grande
volume de concreto. Sua magnitude pode ser controlada por meio do coeficiente de
expansão térmica do agregado, consumo e tipo de cimento e da temperatura dos
materiais constitutivos do concreto.
2.3
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Além da retração por secagem, ou retração capilar, que ocorre por evaporação
parcial da água capilar e perda da água adsorvida, gerando tensão superficial e fluxo
de água nos capilares, que provocam a retração, há também a retração química,
que é a contração da água denominada não evaporável, consumida nas reações de
hidratação do cimento, que ocorrem com redução de volume.
A retração por carbonatação também pode ser considerada uma retração
química. Entretanto, ocorre pela reação de um produto do cimento já hidratado, o
hidróxido de cálcio (CH), com o dióxido de carbono (CO2), produzindo o carbonato
de cálcio mais água [Ca(OH)2 + CO2 CaCO3 + H2O]; esta reação também ocorre
com diminuição de volume.
A carbonatação pode melhorar algumas características do concreto, como a
resistência, pois transforma um material não resistente (o hidróxido de cálcio) e outro
resistente (o carbonato de cálcio). Porém, devido ao cobrimento inadequado e a
fissuração, a carbonatação pode diminuir o pH do concreto e despassivar a
armadura, deixando-a suscetível à corrosão.
2.3.2 Expansão
Expansão é o aumento de volume do concreto, que ocorre em peças
submersas e em peças tracionadas, devido à fluência.
Nas peças submersas, no início tem-se retração química. Porém, o fluxo de
água é de fora para dentro. Por conta disso, as decorrentes tensões capilares
anulam a retração química e, em seguida, provocam a expansão da peça.
2.4
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2.6
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e é a base neperiana;
t é a idade efetiva do concreto em dias;
s é um coeficiente função do tipo de cimento utilizado:
s 0,28 para concreto de cimento CPIII e CPIV;
CARGA
Base de apoio da
máquina de ensaio
Tração Compressão
D/6
D/3
D/2
2D/3
5D/6
D
2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 10
Tensão x LD/2P
2.9
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25 mm no mínimo
Esfera de aço
Elemento de apoio e
D=L/3 Corpo-de-prova aplicação da carga
Estrutura rígida de
carregamento
Barra
Esfera de aço
de aço
2.10
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Considera-se a resistência à tração direta, fct, igual a 0,9 fct,sp ou 0,7 fct,f, ou
seja, coeficientes de conversão 0,9 e 0,7, para os resultados de compressão
diametral e de flexão, respectivamente.
Na falta de ensaios, as resistências à tração direta podem ser obtidas a partir
da resistência à compressão fck:
f ctk,inf 0,7 f ctm
f ctk,sup 1,3 f ctm
f ck 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90
f ct, m 2,21 2,56 2,90 3,21 3,51 3,80 4,07 4,14 4,30 4,45 4,59 4,72 4,84 4,95 5,06
f ctk, inf 1,55 1,80 2,03 2,25 2,46 2,66 2,85 2,90 3,01 3,11 3,21 3,30 3,39 3,47 3,54
f ctk,sup 2,87 3,33 3,77 4,17 4,56 4,93 5,29 5,38 5,59 5,78 5,96 6,13 6,29 6,44 6,58
2.11
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Figura 2.7 - Módulo de elasticidade ou de deformação longitudinal.
Eci
Figura 2.8 - Módulo de deformação inicial (Eci).
2.12
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E ci E .5600. f ck
f ck
i 0,8 0,2. 1,0
80
Em todas as equações de módulo, os valores de f ck devem ser colocados em
MPa.
No cálculo, o módulo secante é utilizado nas análises elásticas de projeto,
especialmente para determinação de esforços solicitantes e verificação de estados
limites de serviço.
Na avaliação do comportamento de um elemento estrutural ou de uma seção
transversal, pode ser adotado um módulo de elasticidade único, à tração e à
compressão, igual ao módulo de elasticidade secante (Ecs).
A Tabela 2.2 apresenta os valores de Eci e Ecs para as diversas classes de
resistência e os possíveis agregados graúdos indicados na NBR 6118:2014.
As equações apresentadas para Eci e Ecs valem para concretos com idade
igual ou superior a 28 dias. O módulo de elasticidade em uma idade menor que
28 dias, Eci (t ) pode ser avaliado pelas expressões a seguir:
2.13
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arenito 17,5 19,6 21,5 23,2 24,8 26,3 27,7 28,4 29,1 29,8 30,4 31,0 31,6 32,2 32.7
basalto e
25,5 29,0 32,2 35,3 38,3 41,1 44,0 45,7 47,4 49,1 50,8 52,5 54,2 55,1 56.0
diabásio
granito e
21,3 24,2 26,8 29,4 31,9 34,3 36,6 38,1 39,5 41,0 42,4 43,8 45,1 45,9 46.7
Ecs gnaisse
(GPa)
calcário 19,2 21,7 24,2 26,5 28,7 30,9 33,0 34,3 35,6 36,9 38,1 39,4 40,6 41,3 42.0
arenito 14,9 16,9 18,8 20,6 22,3 24,0 25,6 26,7 27,7 28,7 29,7 30,6 31,6 32,2 32.7
i 0.85 0,86 0,88 0,89 0,90 0,91 0,93 0,94 0,95 0,96 0,98 0,99 1,00 1,00 1,00
2.14
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2.15
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c 2 2 0 00 ;
cu 3,5 0 00 .
Com base no que foi apresentado neste texto, os principais fatores que influem
nas propriedades do concreto são:
tipo e quantidade de cimento;
qualidade da água e relação água-cimento;
tipos de agregados, granulometria e relação agregado-cimento;
presença de aditivos e adições;
procedimento e duração do processo de mistura;
2.17
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QUESTIONÁRIO
2.19
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BIBLIOGRAFIA
2.20