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>>> Distribuição

Um impacto de Moderna distribuição


2.500 milhões
de euros na
economia nacional
Abertura ao domingo
e a criação de mais
de 8 mil postos
melhora economia
de trabalho até midor está igualmente a constatação de que
a abertura nas tardes de domingo e feriados
2017. Estas são contribui para a diversidade de oferta de pro-
dutos e competitividade nos preços das gran-
conclusões do des superfícies.
O estudo da Roland Berge refere ainda que
estudo levado a a abertura das lojas nos períodos até agora
proibidos levaria a uma melhor adequação às
cabo pela Roland necessidades dos consumidores, traduzindo-se
também num aumento de vendas em 5,8% e
Berge Strategy a uma melhoria das condições competitivas
para segundas marcas.
Consultants a Abertura não mata
pedido da APED. o comércio tradicional
Uma das principais razões apresentadas pelos
defensores da continuação da proibição é o
impacto que tal teria no comércio tradicional.
No entanto, segundo o estudo encomendado
pela APED esse impacto será mínimo. Na ver-

U
dade, são apontados outros factores como ex-
m impacto de 2.500 milhões de euros um vínculo profissional estável, 74% seriam plicativos da actual situação em que as peque-
na economia nacional e a criação de destinados a jovens, e 69% direccionados a nas superfícies se encontram, como o facto de
mais de 8 mil postos de trabalho até mulheres. praticarem preços pouco competitivos, apre-
2017. Estas são algumas das conclu- sentarem uma menor variedade de produtos
sões apresentadas por um estudo da Roland Portugueses preferem e praticarem horários limitados. Além disso,
Berge Strategy Consultants a pedido da As- a tarde a crescente desertificação dos centros urbanos
sociação Portuguesa de Empresas de Distri- As sondagens de opinião tidas em conta para do Porto e Lisboa tem ajudado ao declínio do
buição (APED), relativamente à abertura das este estudo, levadas a cabo pela Universidade comércio tradicional.
lojas com mais de 2 mil metros quadrados nas Católica, revelam que, em média, 66% dos O estudo revela ainda dois exemplos em Lis-
tardes de domingo e feriados. portugueses concorda com a abertura dos boa demonstrativos da convivência sã entre
A Confederação do Comércio e Serviços de hipers nas tardes de domingo. A maior taxa comércio tradicional e hipermercados. Assim,
Portugal (CCP) contesta estes dados e afirma de aprovação da abertura encontra-se na faixa nas zonas da Expo e de Telheiras as pequenas
que «os números apresentados não são mi- etária dos 18-24 anos (84,4%), logo seguido superfícies têm-se desenvolvido com sucesso,
nimamente credíveis e revelam um exercício pela faixa dos 24-34 anos (73,8%). De resto, apesar de se estabelecerem em zonas servidas
suportado em falsos pressupostos ou em pro- as faixas etárias seguintes vão apresentando por grandes superfícies.
jecções meramente especulativas». um decréscimo nas taxas de aprovação, mas A fase negativa que o comércio tradicional
Se a actual proibição de abertura deixasse de ainda assim, situando-se na casa dos 58% no atravessa seria ultrapassada, segundo a Roland
existir, o referido impacto na economia seria estrato mais elevado (65 anos e mais). Berger, através de uma estratégia nacional para
distribuído nos próximos 10 anos, segundo Outra conclusão a retirar desta sondagem é o a renovação deste sector, num esforço conjun-
o estudo, pelos investimentos futuros (350 facto de serem as pessoas que vivem sozinhas – to de iniciativas governamentais e das associa-
milhões de euros), pelas receitas fiscais (1.500 solteiras ou divorciadas – quem mais concorda ções interessadas.
milhões), e pela criação de emprego directo com a abertura. É de salientar, reforçando a Segundo a APED, a actual proibição de aber-
e indirecto (500 milhões e 150 milhões, res- ideia de discordância dos inquiridos para com tura condiciona assim o desenvolvimento da
pectivamente). Estes dois últimos valores se- a proibição de abertura, que 49% prefere fazer economia, cria constrangimentos nos consu-
riam traduzidos na criação de 8.000 a 8.300 as compras à tarde, e que 19% o prefere fazer midores e impede a criação de novos postos
novos postos de trabalho até 2017. Destes, ao domingo. de trabalho. Além disto, a abertura nas tardes
71% seriam caracterizados por apresentarem Apontada como efeito positivo para o consu- de domingo e feriado poderá melhorar a qua-

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Distribuição <<<

lidade de vida nos locais perto das grandes


superfícies, contribuindo também para uma
percepção de maiores níveis de segurança e a Mais de 50% dos Portugueses preferem realizar as suas compras
adopção de ritmos e estilos de vida urbanos. ao fim-de-semana, e em especial à tarde
Preferência por dia da semana e período do dia para fazer compras
CCP discorda (2006; peso por períodos para realização de compras; %)
com conclusões
A CCP, em comunicado, contesta as conclu- Dia da semana Período do dia
sões do estudo da APED que diz basearem-se Retalho Produtos
em pressupostos e números irreais. A começar, alimentar alimentares

aponta para a impossibilidade de se prever um


crescimento da procura comercial, uma vez Fim de Sábado Domingo
Tarde 49% 46%

que assenta em factores voláteis, como o ren- semana 31% 19% 50% 50%

dimento das famílias, os seus níveis de pou-


pança e a sua capacidade de endividamento. Manhã 34% 37%

A Confederação, que declara ter-se perdido


uma oportunidade de se fazer um estudo sério 2ªa 6ª 50% 50%
e rigoroso sobre o sector, contesta também a Serão 17% 17%
projecção de receitas adicionais, uma vez que,
afirma, é baseada em pressupostos afastados da
realidade. Isto porque se projectaram «vendas Fonte: Eurostat, CIAA 2006, CESOP LIS-9970-08459-001-12.pptx 21

com base nos resultados do período de Natal


em que o efeito sazonável é óbvio». humanos com transferência de pessoal de pe- afirma que a abertura ao domingo e feriados
A criação em empregos que o estudo afirma ríodos com menor fluxo de clientes para os teria um efeito devastador sobre o pequeno
ser possível é posta também em causa. Segun- novos horários de abertura». comércio independente, cuja quota de mer-
do a CCP, o alargamento de horários não se A CCP considera ainda que «não é um exercí- cado tem vindo a reduzir e que, em muitos
irá traduzir na contratação de mais pessoal, cio intelectualmente sério falar em ganhos sem casos, «não dispõem de meios para poderem
«mas apenas numa nova gestão dos recursos falar em perdas». De resto, a Confederação abrir as suas lojas ao domingo».

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