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CAMINHOS DE GEOGRAFIA - REVISTA ON LINE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA


INSTITUTO DE GEOGRAF IA UFU

O PAPEL DO ESTADO NO PROCESSO DE OCUPAÇÃO DAS ÁREAS DE


CERRADO ENTRE AS DÉCADAS DE 60 E 80

Lilian Leandra Silva1

1 - Mestranda em Geografia - UFU

ABSTRAT: The State performance was decisive in the process of occupation of Cerrado,
promoting the modernization and the capitalization of agriculture through the implantation of
directed governmental politics. This fact had contributed a lot in these significant transformations
in this region in the last 30 - 40 years.
Keywords: Cerrado, state, agricultural modernization

Governo Vargas, através do Projeto de Colonização


1 - INTRODUÇÃO
nos Cerrados, com o estabelecimento de colônias
A transformação da agricultura brasileira acontece a agrícolas em Dourados no Mato Grosso do Sul e Ceres
partir de meados da década de 60, quando se insere no em Goiás (SHIKI, 1997).
contexto da modernização e desenvolvimento do país
A modernização da agricultura, aliada ao processo de
introduzido pelo Governo de Juscelino Kubitschek
expansão da fronteira agrícola ao Cerrado, teve como
através do Plano de Metas.
fator característico a efetiva participação do Estado,
Inicialmente, foram nas regiões do sul e sudeste do país
“... especificamente para áreas de cerrado,
que a agricultura se desenvolveu de forma intensiva.
tem sido dada maior ênfase aos programas
Entretanto, devido tanto ao esgotamento de terras
especiais, tornando-os o principal veículo de
disponíveis para a ocupação da agropecuária, quanto à
capitalização e tecnificação de sua
necessidade de aumento da produtividade agrícola,
agricultura. Utilizando-se desses
houve o direcionamento da produção para novas áreas
instrumentos de ação, o Estado induz os
e a conseqüente expansão agrícola.
produtores rurais a realizarem as ações
Dentro desse contexto, a região dos Cerrados tornou-se esperadas, através das seguintes medidas:
estratégica na incorporação de novas áreas, tanto pela crédito rural orientado, assistência técnica
sua posição geográfica, como por suas características seletiva, seguro contra riscos, incentivos
físico-ambientais, que propiciavam a expansão da fiscais etc. (SALIM, 1986:308)”.
produção agropecuária nos padrões da nova agricultura
Podemos destacar o Programa de Assentamento
moderna, baseada no pacote tecnológico da
Dirigido do Alto Paranaíba - PADAP; o Programa de
“Revolução Verde”.
Desenvolvimento dos Cerrados - POLOCENTRO; e o
A intervenção do Estado nos Cerrados acontece Programa de Cooperação Nipo-Brasileira de
anterior ao Plano de Metas, na década de 40, no Desenvolvimento dos Cerrados - PRODECER, como

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décadas de 60 e 80

os principais programas que apresentam o pensava Warming. A partir desta descoberta, surgiram
desenvolvimento de novas tecnologias para os as teorias que relacionavam a origem da vegetação do
Cerrados. Cerrado com os fatores edáficos, principalmente com
as deficiências químicas dos solos, e com os fatores
Segundo NARCISO SHIKI (1998), estes programas geomorfológicos, além dos aspectos climáticos e
promoveram a capitalização da agricultura no Cerrado,
antrópicos até então pesquisados.
contribuindo para que houvesse o incremento da
produção juntamente como o aumento da A atuação do fogo no Cerrado foi outra questão
produtividade, em conseqüência propiciando a amplamente discutida pelos cientistas que pesquisavam
competitividade desta agricultura em relação ao a origem do Cerrado, encontrando-se na literatura
restante do país. citações nas obras de ARENS (1971),
CHRISTOFOLETTI (1966), GOODLAND E FERRI
Assim, com este estudo pretende-se conhecer o papel (1979). Sobre as queimas naturais do Cerrado,
que o Estado desempenhou n o processo de ocupação e
COUTINHO (1976), descreveu diferentes
desenvolvimento das áreas de Cerrados. Para isso, possibilidades. Entretanto, sobre as queimas
buscou-se através de um levantamento histórico,
incentivadas, outros pesquisadores dizem que a ação
identificar os programas especiais destinados tanto à
antrópica no ateamento de fogo nos cerrados é
ocupação do Cerrado quanto ao desenvolvimento do relativamente recente em relação ao tempo que o
mesmo, restringindo-se à chapada Uberlândia-Uberaba,
mesmo deve ter levado para apresentar suas
situada no município de Uberlândia, Minas Gerais. A fitofisionomias.
partir desta análise, tentaremos entender a atual
realidade da área de estudo. 2.1 - Definição dos termos

2 - ASPECTOS GERAIS DO CERRADO Uma das primeiras definições do Cerrado é a de Warming


em 1908, que o definiu como xerófito, caracterizado por
Em meados do século XIX, cientistas europeus tipos fisionômicos que variavam desde as formas muito
organizavam expedições ao Brasil com interesse de
densas, quase florestais, até as formas campestres,
conhecer sua vegetação. Datam desta época os
definidas pela sazonalidade climática.
primeiros trabalhos científicos sobre os Cerrados,
realizados por Spix e Martius, que descreveram sobre O Cerrado é caracterizado por formas de vegetação
as diversas espécies encontradas em suas viagens ao com diferentes fitofisionomias que apresentam
interior do país. No final do século XIX e início de camadas herbáceas (parcial ou contínua) e arbustivas,
1900, Warming, realizando uma grande pesquisa sobre e/ou camadas arbóreas (abertas ou fechada s). As
o Cerrado, acreditava serem os campos cerrados árvores geralmente possuem troncos retorcidos, com
oriundos das condições climáticas, caracterizando-o espessas cascas e freqüentemente apresentam sinais de
como xerófito, onde o fogo não desempenhava queima (FERRI, 1969). As formas arbóreas não
influência decisiva sobre a vegetação. espaçadas, que apresentam o dossel acima de 7 m de
altura, representam o Cerradão.
Com outros estudos sobre os cerrados no início da
década de 40, descobriu -se que a água não era um fator Encontram-se também nas áreas de Cerrado, formações
que limitasse de forma decisiva na caracterização dos florestais localizadas ao longo dos cursos d’água,
diferentes tipos fisionômicos do Cerrado, como denominadas matas de galeria, bem como a presença

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de veredas que são condicionadas ao afloramento do por último o cerrado (strictu sensu), designando
lençol freático. um dos tipos fitofisionômicos que ocorrem na
formação sav â n i c a e sendo considerado a
Dentre os trabalhos desenvolvidos sobre as formas do
fitofisionomia que melhor caracteriza o bioma.
Cerrado, vale ressaltar o de EITEN (1972) e Adotamos esta concepção no desenvolvimento
COUTINHO (1976), que dividem e classificam as
deste estudo.
fitofisionomias do Cerrado. O primeiro, para definir a
fitofisionomia do Cerrado, apresentou cinco formas 3 - CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
diferentes: cerradão, cerrado (sentido restrito), campo
O Domínio dos Cerrados situa-se principalmente na
cerrado, campo sujo e campo limpo. O segundo,
parte central do Brasil, abrangendo aproximadamente
considerou os aspectos geomorfológicos, os topográficos,
dois milhões de Km2, 25% da área total do país. A
as queimadas e as qualidades físicas e químicas dos solos,
região dos Cerrados quase não era utilizada para
como fatores que explicariam o maior e o menor
agricultura até 30 anos atrás, por causa de seu clima e
desenvolvimento da vegetação de cada ecossistema do
seus solos pobres em nutrientes. Entretanto, atualmente
Cerrado. Para COUTINHO (1976:11) o Cerrado é “um
25% dos cereais brasileiros s ão produzidos nos cerrados.
complexo de formações oreádicas; suas formas
Além disso, o Cerrado tornou-se uma das regiões mais
savanícolas ou intermediárias representam verdadeiros
importantes para a procriação de gado do país.
ecótonos de vegetação, entre as formas florestais
(cerradão) e campestres (campo limpo)”.
Principalmente a partir dos anos 70, devido aos
incentivos governamentais dos programas de
RIZZINI (1979) relacionou o Cerrado (ou Campo
desenvolvimento regional, POLOCENTRO e
Cerrado), como a forma brasileira da formação Savana,
PRODECER, a região dos Cerrados começou a ser
podendo mostrar gêneros arbóreos ou arbustivos,
intensamente explorada. O baixo preço das terras foi
chegando a ser um Campo Sujo com poucos arbustos
um fator decisivo na ocupação do cerrado, que
mal desenvolvidos e espaçados por cima de gramíneas
começou com reflorestamento de Pinus e Eucaliptus,
que formam um tapete.
respaldado pela Lei 5.106 que concedia incentivo fiscal
Dentre as conceituações mais recentes para o para os reflorestamentos (MOURA, 1997).
C e r r a d o , d e s t a c a-se a de RIBEIRO e WALTER
Posteriormente, houve a introdução da agricultura
(1998:99), que relacionam a palavra - Cerrado -
intensiva com as culturas de soja, algodão, café, milho,
como originária da língua espanhola,
feijão e ervilha. As condições planas do relevo
significando - fechado, “um termo que busca
permitiam o uso de uma forte mecanização,
traduzir a característica geral da vegetação
modificando-se rapid amente a paisagem através da
a r b u s t o-herbácea densa que ocorre na formação
retirada quase que total da cobertura vegetal natural.
savânica”. Esses autores ainda esclarecem que
Tal transformação torna possível relacionar o aumento
ocorreu uma evolução própria do termo -
da produtividade agrícola do Cerrado nos últimos 30
Cerrado, sendo utilizado atualmente de forma
anos, concomitantemente com a redução de suas
geral em três acepções: Cerrado, referindo -s e a o
reservas naturais, restando atualmente apenas pequenas
bioma que predomina no Brasil central, cerrado
manchas do Cerrado original, sendo raro ver alguma
(lato sensu), compreendendo as formações
área preservada (LIMA, 1996).
savânicas e campestres do bioma, estando
incluído desde o cerradão até o campo limpo e
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3.1 - ASPECTOS AMBIENTAIS DA ÁREA DE com textura argilosa a muito argilosa, tendo como
ESTUDO provável material de origem faces variadas da
Formação Marília. Os solos apresentam moderadas
AB' SABER (1971) denominou a região do Triângulo
limitações em suas propriedades morfológicas e físico-
Mineiro como um conjunto geomorfológico químicas, e algumas restrições devido ao excesso de
repres entado pelos Chapadões Tropicais do Brasil
concreções, cascalhos ou pedregosidade
Central. No RADAMBRASIL (1983) encontramos o (RADAMBRASIL, 1983).
Triângulo representado pelos Planaltos e Chapadas da
Bacia Sedimentar do Paraná. BACCARO (1989) O índice agro-climático da região situa-se entre 70 e
distinguiu no município de Uberlândia três unidades 115%, com precipitação anual de 1.350 mm. O
geomorfológicas: áre a de relevo dissecado, área de município de Uberlândia apresenta sua dinâmica
relevo intensamente dissecado e área de topo de plano. atmosférica controlada pelos sistemas intertropicais e
polares. As massas de ar Equatorial Continental (Ec),
A Bacia Sedimentar do Paraná é representada pelas
Tropical Continental (Tc) e Tropical Atlântica (Ta),
litologias da idade Mesozóica: arenitos da Formação são as dominantes, porém a massa Polar
Botucatu, basaltos da Formação Serra Geral e as rochas
periodicamente invade o continente sul-americano.
do Grupo Bauru (NISHIYAMA, 1989).
Esses sistemas de circulação ocasionam um clima
alternadamente seco e úmido (ROSA et al., 1991).
O Grupo Bauru está representado pela Formação
Marília que, por sua vez, é representada pela Serra da
As médias anuais das chuvas variam de 1.000 a 2.000
Galga, que apresenta as cotas de maior altitude a mm, com mais de 80% das chuvas concentradas no
sudeste da área de estudo. Topos aplainados, com
verão, entre novembro e março. Durante o inverno
altitudes entre 900 e 950 m, são as formas ocorre uma estação seca de 4 a 7 meses, entre abril e
predominantes, sendo pequena a intensidade de
outubro, resultando num grande déficit hídrico neste
aprofundamento da drenagem, assim como a sua período (LIMA, 1996).
densidade.
O anticiclone tropical do Atlântico Sul é responsável
A parte cimeira da chapada Uberlândia-Uberaba é
pela formação da massa Tropical Atlântica (Ta), que
drenada no sentido sudeste -noroeste, pelo Rio por sua vez ocasiona escassez de chuva na região
Uberabinha, sub-afluente da margem esquerda do Rio
sudeste, no período de maio a outubro quando as
Paranaíba (um dos formadores do Rio Paraná), e pelo poucas chuvas são frontais, ocasionadas pelas frentes
seu afluente principal, o ribeirão Bom Jardim.
frias das invasões de massas Polares. Os meses menos
chuvosos são junho e julho (inverno), com totais
Os solos que predominam nas áreas de Cerrados são os
pluviométricos mensais médios de 12,1mm e 17,0mm,
Latossolos Vermelho-Amarelo e Vermelho-Escuro,
respectivamente.
Areias Quartzosas, Laterita Hidromófica, Solo Gley,
Podzólico Vermelho-Amarelo e Latossolo Roxo DEL GROSSI (1993) classificou o clima de
(WAGNER, 1987).
Uberlândia como Tropical de Altitude ou Cwa,
conforme classificação de Köppen. Com temperatura
As chapadas com topos planos constituem as partes
média de 18º C nos meses de junho e Julho e de 22º C
cimeiras do Triângulo Mineiro, onde predominam os
em dezembro e janeiro.
Latossolos Vermelho-Escuros, álicos ou distróficos, e
dos Latossolos Vermelho-Amarelos distróficos, ambos
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A Chapada Uberlândia -Uberaba localiza-se na região mesmo no sul de Mato Grosso e norte de Mato Grosso
de Domínio dos Cerrados, mais precisamente na do Sul (WWF, 1995).
porção sudeste do município de Uberlândia à montante
Com a instalação do regime militar em 64 ocorre a
da área urbana, abrangendo parte da porção norte do
expansão das fronteiras agrícolas para as regiões
município de Uberaba. Ocupa uma área de
Centro-Oeste e Norte. O Cerrado teve sua ocupação
aproximadamente 1280km2, com as cotas altimétricas
devido tanto ao fato de sua posição privilegiada de
variando de 750m a 950m, e entre as coordenadas de
proximidade aos grandes mercados consumidores,
18º 53’ e 19º 26’ de latitude sul, 48º 20’ e 47º 51’ de
quanto aos incentivos do Estado, que se interessavam
longitude oeste de Greenwich (Fig. 1).
pelo desenvolvimento da economia brasileira através
4 - O PAPEL DO ESTADO NO PROCESSO DE do aumento e da modernização da produção agrícola.
OCUPAÇÃO DOS CERRADOS
A atuação do Estado foi decisiva para que houvesse a
A ocupação da área central do país, a partir dos anos ocupação agrícola do Cerrado. Entretanto, antes de
30, intensifica-se devido ao desenvolvimento do setor analisarmos as políticas adotadas pelo mesmo para que
industrial aliado ao processo de urbanização com o isso ocorresse de maneira eficiente, é importante
conseqüente crescimento da demanda de alimentos e ressaltar os projetos de desenvolvimento de
matérias primas. tecnologias. Inicialmente no âmbito federal, houve a
criação da EMBRAPA - Empresa Brasileira de
Ante a disponibilidade de terras agricultáveis, expande-
Pesquisa Agropecuária, responsável pela geração de
se a fronteira agrícola a essa região, onde inicialmente tecnologias agrícolas aptas para as características
são incorporadas as áreas próximas à cidade de São
específicas do Cerrado, com seus diversos centros e
Paulo, principal núcleo urbano industrial do país. unidades de pesquisas regionais, em particular a
EMBRAPA/CPAC1 - Centro de Pesquisa Agropecuária
Com a construção da ferrovia que ligava São Paulo a
dos Cerrados, atualmente designada EMBRAPA -
Anápolis no final da década de 30, o sul de Goiás e o
CERRADOS.
Triângulo Mineiro começam a ter maiores
povoamentos em suas áreas. Esta região incorpora-se
Na esfera estadual essa responsabilidade foi exercida
definitivamente ao cenário agrícola nacional, no final pelas empresas de pesquisas agropecuárias como a
dos anos 50 com a construção da nova capital brasileira
EPAMIG - Empresa de Pesquisa Agropecuária do
em Goiás. Com a implantação de Brasília no Planalto Estado de Minas Gerais; a EMGOPA - Empresa
Central, desenvolveu-se em seu entorno o sistema de
Agropecuária do Estado de Goiás; EMPA-MT -
transportes ligando a Capital às demais áreas do país, Empresa de Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso; e
propiciando o desenvolvimento urbano e agropecuário
EMPAER-MS - Empresa de Pesquisa, Assistência
das áreas próximas às rodovias e ferrovias.
Técnica e Extensão Rural de Mato Grosso do Sul.

O Cerrado não teve a expansão de sua atividade Para divulgar essas tecnologias e auxiliar os produtores,
agropecuária de maneira igual, como por exemplo, o
foram criadas as Empresas de Assistência Técnica e
sul da Bahia e oeste de Minas, que tiveram ocupações Extensão Rural - EMATERs nos estados e a Empresa
restritas até meados dos anos 70, para somente depois
Brasileira de Tecnologia e Extensão Rural -
disso ter a expansão de sua agricultura. Acontecendo o

1 - Segundo SALIM (1986), o CPAC fortaleceu-se em função do


POLOCENTRO.
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EMBRATER. Em 1991 a EMBRAPA assumiu as nutrientes dos cerrados, através da calagem e da


funções da EMBRATER devido a sua extinção. utilização de adubação e fertilização de forma intensa.

A EMATER, sucessora da Associação de No conjunto dos PNDs, haviam os programas de


Crédito e Assistência Rural - ACAR, criada no desenvolvimento regionais, dentre eles o Programa de
final da década de 40, iniciou o Serviço de Crédito Integrado - PCI, criado pelo Banco de

Extensão Rural no Brasil. A ACAR foi inspirada Desenvolvimento de Minas Gerais - BDMG em 1971.
no modelo norte-americano “Farm Security O PCI estava baseado na transformação das atividades

Administration” e implantada primeiramente agrícolas em empresas rurais, tendo a finalidade de

em Minas Gerais, onde recebeu garantir o aumento da produtividade e do lucro aos

financiamentos do Governo mineiro e da empreendimentos rurais.

Associação Internacional Americana - AIA,


O PCI foi um programa estadual de relativa
pertencente à família Rockefeller.
importância histórica à medida que constituiu na

Posteriormente estendeu-se para os demais estados da primeira grande ação de desenvolvimento aos cerrados,

nação, sob a coordenação da Associação Brasileira de servindo como estratégia básica para elaboração dos

Crédito e Assistência Rural - ABCAR. Atualmente, a programas federais subseqüentes.

EMATER - MG é uma empresa pública vinculada à


Segundo SALIM (1986), primeiramente o PCI
Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de
abrang eu o Triângulo Mineiro e posteriormente as
Minas Gerais (PORTILHO, 1998).
zonas fisiográficas do Alto Paranaíba, Alto São

A partir deste suporte tecnológico, foram implantados Francisco, Alto Médio São Francisco e Metalúrgica,

os diversos planos e projetos de desenvolvimento, foram inseridas no Programa. O autor diz ainda, que

objetivando o rápido desenvolvimento nacional nas este programa serviu como um instrumento de

décadas de 60 e 70, como: o Plano de Ação Econômica transferência de recursos financeiros aos grandes

do Governo - PAEG (1964 - 66); o Plano Decenal de proprietários. O PCI não foi capaz de uma total

Desenvolvimento Econômico e Social (1967 - 68); o transformação tecnológica em suas áreas de atuação,

Programa Estratégico de Desenvolvimento - PED porém serviu para modernizar a agricultura das grandes

(1968 - 70); o Plano de Metas e Bases para Ação do e médias propriedades no cerrado mineiro, propiciando

Governo (1970 - 71); o Programa de Integração o setor industrial (PESSÔA, 1988).

Nacional - PIN (1970) e os Planos de Desenvolvimento


O Programa de Assentamento Dirigido do Alto
Nacional - I PDN e II PDN (PESSÔA, 1988).
Paranaíba - PADAP, implantado em 1973, desenvolve-

Através de auxílios de créditos e assistência técnica se paralelamente ao PCI, sendo o primeiro responsável

que visavam o aumento da produção e da pela exploração agrícola intensiva no Cerrado. O

produtividade, a atividade agrícola, a partir do I PND PADAP abrangeu uma área de 60000 hectares,

(1972 - 74), assume nova característica no cenário englobando municípios do Alto Paranaíba, onde foram

brasileiro. Desperta-se o interesse político nas áreas formados 4 núcleos de colonização.

centrais do país, mais precisamente no Cerrado,


O Governo mineiro gastou cerca de US$ 200 milhões
concomitantemente ao avanço científico de pesquisas
na construção de estradas, centros rurais, armazéns e
relativas à correção dos solos ácidos e pobres em
habitações; linhas de transmissão de crédito, além de

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incentivos à intensificação da produção com a Desenvolvimento dos Cerrados - PRODECER


utilização de máquinas e insumos agrícolas. A (NARCISO SHIKI, 1998).
Cooperativa Agrícola de Cotia (CAC) foi a responsável
O PRODECER foi implantado no início dos anos 80,
pela implantação do PADAP, cabendo a ela a escolha
ainda no período do II PND e tornou-se extremamente
de 80% dos colonos.
importante ao Triângulo Mineiro, em virtude da
O PADAP assume importância na medida que desativação do POLOCENTRO em 1979. O Programa é
promo ve um projeto de assentamento e ao mesmo resultante do acordo de cooperação entre os governos
tempo forma base para o desenvolvimento de dois brasileiro e japonês, estabelecido em 1976 pelo então
novos programas, o POLOCENTRO e o PRODECER. Presidente Geisel com a Japan International Cooperation
O POLOCENTRO foi o principal programa de ação Agency - JICA. No ano de 1979 foi criada a Companhia
regional do II PND (1975-79). Criado através do de Promoção Agrícola - CAMPO, uma empresa mista de
Decreto 75.320 de 29/01/1975 teve como objetivo a capital público e privado, tanto brasileiro quanto japonês,
ocupação de forma racional e ordenada das áreas que tinha como objetivo planejar, assistir e coordenar o
centrais do Brasil. PRODECER (PESSÔA, 1988).

Na tentativa de incorporar aproximadamente 3,7 A CAMPO foi a responsável pela implantação do


milhões de hectares de cerrados, foram utilizados projeto piloto ou PRODECER I. No período de 1979 a
diversos recursos políticos e financeiros no 1983 incorporou cerca de 70.000 ha de cerrados em
POLOCENTRO, sendo destinados: 1,8 milhão a Minas Gerais. As cidades abrangidas nesta fase foram:
lavouras, 1,2 milhão a pecuária e 700 mil ao Paracatu, Coromandel e Iraí de Minas. Devido à
florestamento-reflorestamento. A área de atuação do topografia plana dos chapadões que permitiram a
POLOCENTRO abrangia os estados de Mato Grosso, mecanização, foi difundido um modelo intensivo de
Mato Grosso do Sul, Goiás e as regiões do Triângulo produção.
Mineiro, Alto Paranaíba, Alto e Médio São Francisco e
Através do PRODECER II, outros estados, tais como,
Vão do Paracatu, todas nos estado de Minas Gerais
Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, foram
(FERREIRA, 1985).
incorporados ao programa, assim como Maranhão e
PESSÔA (1988) mostrou que os recursos destinados ao Piauí pelo PRODECER III (SHIKI, 1997).
POLOCENTRO abrangeram vários setores, tais como:
4.1 - OCUPAÇÃO DA CHAPADA UBERLÂNDIA-
armazenamento; energia; assistência; pesquisa e
UBERABA
agropecuária; transporte e crédito rural, além de outras
infra-estruturas como: a eletrificação rural, mecanização e
As áreas das chapadas e chapadões no Cerrado antes
a utilização intensiva de corretivos do solo.
dos Programas de Desenvolvimento possuíam menor
valor, assim como as áreas de campos, ambas
O desenvolvimento de infra -estruturas e tecnologias
utilizadas para a pecuária extensiva, destacando-se
promovidas pelo POLOCENTRO permitiu o aumento
também as atividades de extrativismo vegetal, além das
da produtividade média das áreas de Cerrado acima da
áreas usadas para pastagens.
produtividade média nacional, sendo suas ações
consideradas como estímulos para a criação do
O Triângulo Mineiro foi uma das 12 áreas de atuação
Programa de Cooperação Nipo-Brasileira para o
do POLOCENTRO, sendo beneficiado pelos recursos
de infra-estrutura, já mencionados anteriormente. Com
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a implantação do PRODECER, as terras das chapadas cultivo do café no século XIX e da atividade pecuária
da região foram extremamente valorizadas. Tal fato desenvolvida com o declínio da cafeicultura na superfície
propiciou o deslocamento das pequenas propriedades da mata mineira, que foi sendo reduzida gradualmente
para as áreas de vertentes, uma vez que muitos (GOLFARI, 1975).
proprietários das chapadas venderam suas terras a
Uma política voltada ao aspecto florestal só foi tomada
CAMPO e outros investidores da agricultura moderna.
nas décadas de 20 e 30, já neste século, com a criação do
Com isso,
Serviço Florestal do Brasil em 1921, e com o primeiro
“... a produção de grãos passa a ocupar a
Código Florestal do país em 1934. Em Minas Gerais, no
grande maioria das áreas de chapadas,
implantando um modelo tecnológico de ano de 1938, foi criado o Conselho Florestal do Estado,
produção intensiva, interligando a através do Decreto-lei nº 20 de 30 de agosto.
agricultura às agroindústrias, à montante e
ajusante, que passa a fazer parte do cenário
da região. As pequenas propriedades se A silvicultura foi uma outra alternativa utilizada pelo
deslocaram para precárias áreas de Estado para a ocupação dos Cerrados, ou seja, a
vertentes, na tentativa de manter uma
agricultura de subsistência, nas reduzidas substituição da vegetação nativa pelo reflorestamento.
manchas de terras férteis ainda existentes, e A Companhia Melhoramentos de São Paulo, Indústrias
uma pecuária leiteira na grande maioria
traduzidas no sistema tradicional, pouco de Papel, em 1944 iniciou o reflorestamento de
eficiente, com uma intensificação lenta...”
Araucárias, Pinus e Eucalyptus na Serra da
(NARCISO SHIKI, 1998:85).
Mantiqueira, e xtremo sudoeste do estado. Tal indústria
Com a implantação do cultivo de grãos, intensifica-se o
foi considerada uma das pioneiras no reflorestamento
uso dos insumos agrícolas, aliados às tecnologias
mineiro. Porém a atividade florestal na região dos
desenvolvidas, especialmente as áreas de Cerrado, tais
Cerrados, até meados dos anos 60, estava caracterizada
como: o uso de máquinas e sementes selecionadas, a
pela atividade exploratória, determinada pela expansão
correção das deficiências químicas dos solos, além da
da fronteira agrícola (MOURA, 1997).
utilização intensa dos herbicidas e inseticidas, agrotóxicos
organofosforados e carbamatos (SCHNEIDER, 1996). A Uma nova política florestal foi alcançada no através da
chapada Uberlândia-Uberaba insere -se neste contexto. Lei nº 5.106 de 02 de setembro de 1966 e do Decreto-
Atualmente o cultivo de soja e milho predomina na lei nº 1.134 de 16 de novembro de 1970, que
área no sistema de plantio direto - PD. Também é concediam incentivos fiscais aos empreendimentos
utilizado, mas em menor escala, o sistema de plantio aprovados pelo IBDF - Instituto Brasileiro de
convencional - PC. Desenvolvimento Florestal. Criado em fevereiro de
1967, o IBDF contou com linhas de crédito especial
4.2 - O PROCESSO DE REFLORESTAMENTO
para a criação dos grandes projetos de reflorestamento
DO CERRADO
de Pinus e Eucalyptus.

O Estado de Minas Gerais, assim como demais áreas do


4.3 - O REFLORESTAMENTO NA CHAPADA
Brasil, teve a retirada de sua cobertura vegetal natural
UBERLÂNDIA -UBERABA
desde a época da exploração por seus colonizadores: da
Mata Atlântica à procura do pau-brasil no século XVII, Os incentivos fiscais e o baixo valor imobiliário das
passando pelas atividades extrativistas do ouro e do terras de chapadas foram pontos atrativos para a
diamante no século XVIII nas Minas Gerais, ao instalação de empresas reflorestadoras durante a
desmatamento intensivo de grandes áreas, provocado pelo década de 70, propiciando a implantação de extensas

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Figura 1 - Mapa de Localização da área de estudos

de uso agrícola do solo das áreas de chapadas do


florestas homogêneas de Pinus e Eucalyptus. A
Triângulo Mineiro. Os reflorestamentos são
substituição da vegetação nativa por outros
compostos por dife r e n t e s v a r i e d a d e s d e P i n u s e
gêneros é um dos fatores principais na mudança
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Eucalyptus. Geralmente por ser uma espécie de reflorestamento estão sendo gradativamente
rápido crescimento, os gêneros pináceos são mais substituídos pelas culturas de grãos.
utilizados nos Cerrados.
5 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Na chapada Uberlândia -U b e r a b a a p r e s e n ç a d o s
O aspecto geral do Cerrado modificou-se a partir de
Pinus é predominante, constituindo imensos
meados do século XX, sobretudo após a adoção das
m a c i ç o s v e g e t a i s na á r e a d e e s t u d o , o n d e s ã o
políticas e ações do Estado no processo de re -ocupação
encontradas as seguintes variedades: Pinus
nacional. O crédito subsidiado e a isenção de impostos
Caribaea, Pinus Hondurensis, Pinus Oocarpa,
para a agropecuária permitiram a concentração da terra
Pinus Bahamensis, Pinus Strobus e Pinus Khasia.
em grandes propriedades. Com a adoção dos Planos e
As empresas Pinusplan Reflorestadora Ltda. e
Programas têm-se a expansão das culturas comerciais,
Florestadora Perdizes Ltda., são as responsáveis
principalmente aquelas voltadas à exportação, em
pelo plantio de Pinus na região de estudo.
detrimento das culturas de subsistência.
Os reflorestamentos da chapada utilizaram
As condições ambientais das áreas de Cerrado
i n t e n s a m e n t e o s c o m p o s t o s q u í m i c o -orgânicos
auxiliaram a disseminação dos propósitos políticos
(Aldrin) no plantio das mudas. De acordo com
apoiados pela importação do modelo difundido no
SCHNEIDER (1996), os diferentes tipos de
pacote da “Revolução Verde”. A presença de extensas
formicidas são os agrotóxicos mais utilizados nas
chapadas possibilitou a prática bastante utilizada na
áreas de reflorestamentos na atualidade, uma vez
agricultura moderna.
que o organoclorado Aldrin está proibido desde
1985.
A atuação do Estado no desenvolvimento de pesquisas
e projetos de infra -estrutura permitiu o emprego das
Segundo informações obtidas com o proprietário da
técnicas de correção e adubação química dos solos,
fazenda onde se desenvolve esta pesquisa, essas
além de práticas de seleção de variedades de grãos e
variedades foram plantadas em todos os talhões no ano
pastagens, contribuindo para a implantação de sistemas
de 1977, com capital próprio. Apenas nos anos
de cultivo intensivo no Cerrado. A introdução dos
subseqüentes ao primeiro plantio a propriedade se
gêneros exóticos como as pastagens cultivadas e as
beneficiou dos incentivos fiscais destinados aos
espécies de Pinus e Eucalyptus contribuíram para que,
programas de reflorestamento.
no espaço aproximado de duas décadas, a paisagem
A utilização da madeira acontece desde o ano de natural das chapadas do Triângulo se transformasse
1988. Atualmente além da retirada da madeira, significativamente.
s u b t r a i-se a resina produzida pelos Pinus, sendo o
A expansão da produção de grãos, além de atender aos
destino da mesma as empresas madeireiras e as
objetivos propostos pelo Estado ao promover juntamente
indústrias que utilizam a resina para diferentes
com os órgãos estaduais e o capital estrangeiro a ocupação
fins. A atividade florestal na região vem
do Cerrado, propiciou a marginalização dos pequenos
diminuindo de forma significativo, devido tanto
proprietários que venderam suas terras nas áreas planas a
pela falta de um mercado consumidor próximo,
empresas privadas e se instalaram nos relevos acidentados
como pela extinção dos incentivos fiscais.
ou mesmo no perímetro urbano.
Ultimamente na área de estudo, os talhões de

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com a instalação dos Grandes Projetos de ocupação de
suas áreas podem ser resolvidos ou mesmo amenizados
FERREIRA, R. J. F. A atuação do POLOCENTRO e
desde que haja o direcionamento de políticas
o desenvolvimento regional . Belo Horizonte:
governamentais efetivas, como por exemplo: a melhoria
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do sis tema de extensão rural; maiores controles sobre o
maio/jun/jul/ago. 1985.
uso dos insumos agrícolas, proteção dos mananciais e
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