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Agropecuária Técnica (2015) Volume 36 (1): 248-258

Versão Online ISSN 0100-7467


http://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/at/index

Controle biológico de insetos-pragas e suas perspectivas para o futuro

Aldeni Barbosa da Silva1 e Janaina Moreira de Brito2


1
Biólogo, Doutor em Agronomia. Professor efetivo do Instituto Federal da Paraíba (IFPB), Campus Esperança.
E-mail: aldeni.silva@ifpb.edu.br
2
Bióloga/Centro de Ciências Agrárias/Universidade Federal da Paraíba (UFPB). E-mail:
janainnamoreira@ig.com.br

Resumo

Com o aumento da produção agrícola brasileira para atender à crescente demanda por alimentos, notou-se ao
longo dos anos um aumento significativo no número de pragas, deixando os agricultores na dependência muitas
vezes do controle químico, o que pode trazer diversas consequências ao meio ambiente e a saúde humana, e nem
sempre proporcionando resultados de controle satisfatórios. Com o aumento dos danos e o surgimento de
populações de insetos-praga resistentes a diversos defensivos agrícolas, os produtores voltaram-se para os
métodos alternativos de controle que, se utilizados corretamente, podem manter a população da praga em níveis
aceitáveis. Dentre estes métodos destaca-se o controle biológico, que pode ser adotado dentro de um contexto de
Manejo Integrado de Pragas (MIP), consistindo na regulação de populações de organismos vivos resultante de
interações antagonísticas como parasitismo, predação e competição. Diante disso, este trabalho teve o objetivo
de fazer uma abordagem geral sobre os conhecimentos básicos do controle biológico, visando perspectivas
promissoras para o futuro.
Palavras-chave: Método alternativo, inimigos naturais, predação.

Abstract

Biological control of insects-pests and their prospects for the future. With the increase of Brazilian
agricultural production to meet the growing demand for food, it was noted over the years a significant increase in
the number of pests, leaving farmers dependent on often of chemical control, which can bring many
consequences for the environment and human health, and not always providing satisfactory results control. With
the increase of the damage and the emergence of populations of insect pests resistant to many pesticides, farmers
turned to alternative methods of control that, if properly used, can keep the pest population at acceptable levels.
Among these methods stands out the biological control, which can be adopted within the context of Integrated
Pest Management (MIP), consisting in regulating populations of living organisms resulting from antagonistic
interactions as parasitism, predation and competition. Thus, this study aimed to make a general approach on the
basic knowledge of biological control, order promising prospects for the future.
Keywords: Alternative method, natural enemies, predation.

Introdução

No Brasil, com a expansão de áreas diversos defensivos agrícolas, os produtores


cultivadas e uma exploração agrícola cada vez voltaram-se para os métodos alternativos de
mais intensa, tem sido notado ao longo dos controle que, se utilizados corretamente,
anos um aumento significativo no número de podem manter a população da praga em níveis
pragas, deixando os agricultores na satisfatórios, ou seja, em níveis abaixo
dependência muitas vezes do controle químico. daqueles que causariam danos econômicos
Isso pode trazer diversas consequências ao (Fernandes & Carneiro, 2006). Dentre estes
meio ambiente e a saúde humana, e nem métodos encontram-se o controle biológico,
sempre proporcionando resultados de controle que pode ser adotado dentro de um contexto de
satisfatórios (Leite et al., 2006). Com o Manejo Integrado de Pragas (MIP), que
aumento dos danos e o surgimento de considera aspectos ecológicos, econômicos,
populações de insetos-praga resistentes a

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Controle biológico de insetos-pragas e suas perspectivas para o futuro

toxicológicos e sociais para a tomada de Foram os chineses os primeiros a usar


decisão de controle (Silva et al., 2009a). predadores – a espécie de formiga Oecophylla
De acordo com Parra et al. (2002a), smaragdina (Fabr.) – para controlar
controle biológico é um fenômeno natural que lepidópteros desfolhadores e coleobrocas de
consiste na regulação do número de plantas e citrus no século III a.C. (Van den Bosch et al.,
animais por inimigos naturais, os quais se 1982).
constituem nos agentes de mortalidade biótica. O primeiro caso de sucesso de controle
Segundo Berti Filho (1990), é fato notório que biológico clássico foi obtido com a introdução,
todas as espécies vivas são atacadas por na Califórnia, de Rodolia cardinalis (Mulsant),
inimigos naturais que se alimentam delas e, em trazida da Austrália em 1888 para controlar o
muitos casos, regulam sua densidade “pulgão” branco, Icerya purchasi Maskell, e
populacional. Linnaeus, em 1760, já afirmava que em dois anos já havia exercido total
que cada organismo tem um inimigo natural. controle da praga (Parra et al., 2002a).
Controle biológico é uma expressão Greathead & Greathead (1992)
que foi usada pela primeira vez em 1.919 pelo relataram que 543 espécies de insetos foram
pesquisador Harry S. Smith, quando se referiu alvos de mais de 1.200 introduções em
ao uso de inimigos naturais no controle de programas de controle biológico, e outras
insetos-praga (Berti Filho & Ciociola, 2002). tantas, segundo esses autores, passaram pela
Desde então, ao longo dos anos, muitos tentativa de controle por meio de programas de
pesquisadores, principalmente entomologistas, conservação e/ou aumento (multiplicação).
têm definido esse tipo de controle (Wilson & Dentre esses inimigos naturais, os mais
Huffaker, 1976). Assim, DeBach (1964) utilizados são da ordem Hymenoptera, em
determinou que controle biológico é a ação de menor grau, da ordem Diptera (Greathead,
parasitos, predadores e patógenos que mantém 1986) e da ordem Dermaptera (Silva, 2009;
a densidade populacional de outros organismos Silva et al. 2009a,b,c; Silva et al. 2010 a,b;
em uma média mais baixa do que ocorreria em Silva & Brito, 2014). Das famílias de
sua ausência. Segundo Van den Bosch et al. Hymenoptera, as mais frequentemente
(1982), o controle biológico é a regulação do empregadas são representantes de Braconidae
número de plantas e animais por inimigos e Ichneumonidae em Ichneumonoidea e
naturais ou, simplesmente, o restabelecimento Eulophidae, Pteromalidae, Encyrtidae e
do balanço da natureza, e Caltagirone (1988) Aphelinidae em Chalcidoidea. Dentre os
considera que o controle biológico é a dípteros, o grupo mais usado é o dos
regulação de populações de organismos vivos Tachinidae (Greathead, 1986). Os
resultante de interações antagonísticas como representantes das ordens Strepsiptera,
parasitismo, predação e competição. Coleoptera (Carabidae, Staphylinidae,
Os inimigos naturais, que são os Meloidae e Rhipiphoridae), Lepidoptera
agentes utilizados no controle biológico de (Pyralidae e Epipyropidae) e Neuroptera
pragas, são provenientes de diversas classes de (Mantispidae) são de menor importância como
organismos e incluem predadores, parasitoides parasitoides (Godfray, 1994).
e patógenos. Os dois primeiros grupos são Das diversas famílias de predadores de
referidos como entomófagos, enquanto que o pragas, Anthocoridae, Pentatomidae,
terceiro é chamado de entomopatógeno (Costa Reduviidae, Carabidae, Coccinellidae,
et al., 2006). Staphylinidae, Chrysopidae, Cecidomyiidae,
Diante disso, este trabalho teve o Syrphidae e Formicidae são as mais
objetivo de fazer uma abordagem geral sobre comumente encontradas (Borror et al., 1989).
os conhecimentos básicos do controle Os ácaros fitoseídeos são importantes como
biológico, visando perspectivas promissoras agentes de controle biológico, bem como as
para o futuro. aranhas, estas ainda pouco estudadas em nosso
país. No total, são 22 ordens de predadores e
Evolução do controle biológico cinco de parasitoides (Parra et al., 2002a).
No Brasil, introduziram-se diversos
A ideia de que os insetos podem inimigos naturais. Alguns deles são citados no
reduzir populações de pragas é muito antiga. Quadro 1:

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Quadro 1. Inimigos naturais introduzidos no Brasil. Fonte: Parra et al. (2002a).


Ano da Inimigo natural Praga País de origem
introdução
Prospaltella berlesei Cochonilha branca do pessegueiro –
1921 Howard (Hymenoptera, Pseudaulacaspis pentgona (Targ- EUA
Aphelinidae) Tozz) (Hemiptera, Diaspididae)
Aphelinus mali Pulgão lanígero – Eriosoma lanigerum
1923 (Haldeman) (Hausmann) (Hemiptera, Aphididae) Uruguai
(Hymenoptera,
Aphelinidae)
Prorops nasuta Broca-do-café – Hypothenemus
1928 (Waterson) hampei (Ferrari) (Coleoptera, Africa
(Hymenoptera, Scolytidae)
Bethylidae)
Tetrastichus giffardianus Mosca-do-mediterrâneo – Ceratitis
1937 Silvestri (Hymenoptera, capitata (Wied.) (Diptera, Tephritidae) Havaí
Eulophidae)
Macrocentrus ancylivorus Mariposa oriental – Grapholita
1944 Rohwer (Hymenoptera, molesta (Busck) (Lepidoptera, EUA
Braconidae) Tortricidae)
1967 Neodusmetia sangwani Cochonilha-dos-pastos – Antonina
(Rao) (Hymenoptera, graminis (Mask) (Hemiptera, EUA
Encyrtidae) Pseudococcidae)
Cotesia flavipes Cameron Broca da cana-de-açúcar – Diatraea
1974 (Hymenoptera, saccharalis (Fabr.) (Lepidoptera, Trinidad-
Braconidae) Cambidae) Tobago
Diversas espécies de Pulgões do trigo (Hemiptera,
1978-82 parasitoides Aphididae) -
(Hymenoptera) e
predadores (Coleoptera)
Trichogramma pretiosum Traça-do tomate – Tuta absoluta
1990 Riley (Hymenoptera, (Meyrick) (Lepidoptera, Gelechiidae) Colômbia
Trichogrammatidae)
Diachasmimorpha Moscas-das-frutas (Diptera,
1994 longicaudata (Ashmead) Tephritidae) -
(Hymenoptera,
Braconidae)
Apoanagyrus Cochonilha da mandioca –
diversicornis (Howard), Phenacoccus herreni (Cox &
1994-95 Acerophagus coccois Williams) (Hemiptera, -
(Smith) e Aenasius vexans Pseudococcidae)
(Kerrich) (Hymenoptera,
Encyrtidae)
Ageniaspis citrícola Minador-dos-citros – Phyllocnistis
1998 (Logvinovskya) citrella (Stainton) (Lepidoptera, -
(Hymenoptera, Gracillariidae)
Encyrtidae)

Tipos de controle biológico

Controle biológico clássico esse caso eram (ou são) inoculativas (com
Consiste na importação e colonização liberação de pequeno número de insetos). O
de parasitoides ou predadores, visando ao controle biológico era até então visto como
controle de pragas exóticas (eventualmente uma medida de controle em longo prazo, pois
nativas). De maneira geral, as liberações para a população dos inimigos naturais teria de

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aumentar com o passar do tempo, e, análise, também contribuiu para uma maior
portanto, somente se aplicaria a culturas procura pelo controle biológico e facilitou sua
semiperenes ou perenes (Gallo et al., 2002). divulgação (Pedrazzoli & Carvalho, 2006).
Segundo Freitas (2001), o sucesso de
Controle biológico natural um programa de controle biológico passa pela
Refere-se ao controle biológico que disponibilização de agentes para liberações em
ocorre naturalmente nos diferentes extensas áreas e em repetidas vezes. Para que
agroecossistemas. Esse tipo de controle é isso ocorra, devem existir meios e técnicas
observado sempre que o ambiente não é disponíveis para sua multiplicação em larga
impactado por práticas culturais errôneas. Por escala.
outro lado, pode ser favorecido quando A escolha da espécie é o primeiro
práticas agronômicas são realizadas no intuito passo, tendo em vista que se pretende criar
de conservar os inimigos naturais presentes ou uma espécie que apresente as melhores
quando se utilizam agrotóxicos seletivos no características, tanto para o controle de pragas
manejo integrado de pragas (MIP) (Bueno et quanto para sua multiplicação em laboratório.
al. 2012). De acordo com Parra et al. (2002a) Essa escolha deve levar em conta o espectro de
são muito importantes em programas de ação do inimigo natural. Assim, quanto maior
manejo de pragas, pois são responsáveis pela for a gama de presas desse agente de controle
mortalidade natural no agroecossistema e, (levando-se em consideração sua eficiência no
consequentemente, pela manutenção do nível controle), mais interessante será sua
de equilíbrio das pragas. multiplicação em larga escala (Pessoa et al.
2006).
Controle biológico aplicado (CBA) Diante disso, criação massal é definida
Trata-se de liberações inundativas de como “uma atividade sistemática,
parasitoides ou predadores, após a criação automatizada, em instalações integradas, com
massal em laboratório, visando a redução o objetivo de produzir um suprimento
rápida da população da praga para seu nível de relativamente grande de insetos para
equilíbrio. Esse tipo de controle biológico é distribuição” (Leppla & Adams, 1987), com
bem aceito pelo usuário, pois tem um tipo de uma aceitável relação custo/benefício
ação rápida, muito semelhante à de inseticidas (Chambers, 1977).
convencionais (Parra et al., 2002a). O CBA O desenvolvimento de técnicas de
refere-se ao preceito básico de controle produção massal, controle de qualidade,
biológico atualmente chamado de armazenamento, envio e liberação de inimigos
multiplicação (criações massais), que evoluiu naturais pode reduzir o custo de produção e
muito com o desenvolvimento das dietas melhorar a qualidade do produto, viabilizando
artificiais para insetos, especialmente a partir sua utilização no campo e em casa-de-
da década de 70 (Parra, 2001a). vegetação (Lenteren, 2000; Tauber et al.
2000). Os métodos de criação utilizados pelas
Criação massal de insetos empresas não são públicos e, por isso, o
estabelecimento de uma técnica de criação e do
Houve um significativo aumento na custo de produção é necessário para se
utilização de agentes de controle biológico, programar o método de controle biológico
para o controle de pragas agrícolas nos últimos (Schmidt et al. 1995). A análise econômica
anos, e isto se deve, não somente à pressão da permite conhecer em termos monetários cada
sociedade em busca de alimentos mais atividade da criação e é importante para a
saudáveis e da preservação ambiental, com a tomada de decisão sobre determinada tática de
quase exigência da diminuição da utilização de controle no manejo integrado de pragas
agroquímicos convencionais, mas, dependente do custo da sua implementação
principalmente, devido à eficiência no controle (Mendes et al. 2005).
de tais pragas por insetos benéficos criados em No Brasil, a comercialização de
escala comercial, em laboratórios inimigos naturais ainda é muito pequena, uma
(especialmente em países mais desenvolvidos). vez que são poucas as organizações (empresas
A demanda por produtos orgânicos, com privadas ou cooperativas) que multiplicam e
certificado de origem comprovada, através de disponibilizam aos agricultores os inimigos
sistemas de rastreamento de produção e naturais (parasitoides e predadores) para o

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controle de pragas (Gravena et al., 2006). De 80, embora Ridgway & Vinson (1977) já
acordo com Pedrazzoli & Carvalho (2006), em tivessem listado 95 empresas existentes nos
decorrência do crescente aumento da demanda EUA e no Canadá na década anterior.
por organismos benéficos, começam a aparecer Na Europa, a comercialização de
empresas no mercado brasileiro, com alta inimigos naturais teve início em 1968, com o
tecnologia de produção, e outras empresas sem uso de Phytoseiulus persimilis Athias-Henriot
grande qualificação, mas motivadas pela para controlar tetraniquídeos (Van Lenteren &
possibilidade de mercado. Woetz, 1988). Os países europeus utilizam
De acordo Parra et al. (2002a), há cada frequentemente o controle biológico em casas
vez mais a necessidade do acompanhamento da de vegetação, e atualmente são liberados
qualidade dos insetos criados continuamente inimigos naturais em cerca de 14.000 ha,
em laboratórios, sendo necessária uma ação comparados com os 200 ha cobertos em 1970
conjunta entre representantes das (Van Lenteren, 2000).
universidades, do governo e das indústrias no O Brasil tem tradição em laboratórios
controle da qualidade dos organismos dedicados à produção de Cotesia flavipes,
produzidos nas suas diferentes etapas de braconídeo utilizado para controlar D.
produção e comercialização. Segundo saccharalis. Neles, de 25 a 30 pessoas
Pedrazzoli & Carvalho (2006), a formação de produzem de 10 a 20 milhões de C.
um órgão regulador e fiscalizador flavipes/mês para liberações inundativas, e já
independente, como uma associação, seria uma existe uma tecnologia desenvolvida para evitar
das maneiras de melhorar o nível das empresas a degeneração ou a perda da qualidade do
no país e contribuiria para o aumento de inseto criado em laboratório (Parra, 2002).
qualidade dos organismos já comercializados, Apesar de não se destacar na
além de fomentar novas pesquisas para o comercialização de inimigos naturais,
desenvolvimento de novos produtos e especialmente de parasitoides e predadores
tecnologias biológicas. (Parra, 2001b), o Brasil possui certa tradição
na área de patógenos, pois desde a década de
Comercialização de inimigos naturais 70 comercializa o fungo Metarhizium
anisopliae para controle de cigarrinhas da
A comercialização de inimigos cana-de-açúcar e de pastagens, Baculovirus
naturais e o aumento de seu uso no Manejo anticarsia para controle de Anticarsia
Integrado de Pragas (MIP) são desafios para os gemmatalis Hübner na soja e mesmo
entomologistas envolvidos com o controle Beauveria bassiana para controle de
biológico. Uma das respostas a este desafio é a Cosmopolites sordidus (Germar), o moleque-
redução do custo de criação destes agentes, por da-bananeira (Parra, 2002).
meio do aperfeiçoamento nas técnicas de A comercialização de inimigos
criação e do aumento da eficácia dos agentes naturais é uma realidade no mundo, e, para que
de controle biológico no campo (Mendes et al., se possa evitar erros cometidos por outros
2005). países, é fundamental que haja uma ação
O desenvolvimento de técnicas de conjunta entre representantes da academia, do
produção massal, controle de qualidade, governo e da indústria no acompanhamento
armazenamento, envio e liberação de inimigos das diferentes etapas, pois aspectos como
naturais pode levar à redução do custo de quarentena, controle de qualidade, definição de
produção e à melhoria da qualidade do prioridades (seleção de inimigos naturais) deve
produto, viabilizando sua utilização (Lenteren, ser levada a efeito após uma discussão
2000), a um custo competitivo com os conjunta (Parra, 2002). É imprescindível uma
agrotóxicos (Gazzoni, 2012). legislação em que seja previsto o
Nos EUA, desde a década de 60 acompanhamento da qualidade dos insetos
ofereciam-se joaninhas (Hippodamia produzidos, por universidades ou instituições
convergens Guérin-Méneville) e mantídeos de pesquisa (Cook et al., 1998).
para serem comercializados para liberações em Assim, é preciso, sobretudo, prever
jardins e viveiros (Debach & Hagen, 1969). uma forma adequada de transferência de
Entretanto, foi a partir da década de 70 que tecnologia (um dos grandes problemas da área,
houve um grande avanço na área, dado o baixo nível cultural dos produtores)
incrementado especialmente a partir dos anos compatível com o nível do receptor (pode ser

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feita por meio de campos de demonstração), preciso de estratégias e executados através de


mas que seja acompanhada a eficiência, táticas adequadas. Numa estratégia de manejo
incluindo o número de pontos de liberação, o integrado são definidos os objetivos que se
número de parasitoides liberados, a forma de pretende alcançar. De maneira geral, a
liberação etc. Somente com tais cuidados na estratégia está expressa nos próprios conceitos
implementação de companhias especializadas de manejo integrado (Gravena, 1992). Para
na comercialização de inimigos naturais é que Brader (1975), a estratégia se resume no
poderemos fazer com que essa alternativa seja “controle de pragas baseado em requisitos
mais aceita em um país em que existem econômicos, ecológicos e toxicológicos, mas
programas de controle biológico clássico ou que adota como princípios, tirar proveito dos
aplicado comparáveis aos melhores do mundo fatores naturais que limitam as populações de
(Parra, 2002). pragas e respeitar os limiares de tolerância das
plantas ao ataque de artrópodes fitófagos”.
Controle biológico em manejo integrado Para muitos estudiosos do MIP, este nada mais
de pragas é do que “Ecologia Aplicada” (Gravena, 1992).
O controle biológico e o MIP, juntos
Os problemas que podem ser ou separadamente, enfrentam sérios
ocasionados pelos agrotóxicos, tais como obstáculos, que surgiram pela falta de dados
intoxicações em humanos e outros seres vivos, biológicos fundamentais e de conhecimentos
contaminação do meio ambiente, presença de necessários para o desenvolvimento de
resíduos em alimentos, assim como sistemas de produção econômicos, porém
ressurgência de pragas, surtos de pragas social e ecologicamente adequados (Cruz,
secundárias, resistência de insetos, morte de 2002). De acordo com o mesmo autor, os
abelhas e inimigos naturais etc., têm problemas encontrados com o controle
contribuído para o desenvolvimento do MIP. biológico possuem três dimensões: 1)
Dentre os métodos de controle de pragas Desenvolvimento de métodos eficientes e
empregados no MIP podem ser citados a eficazes; 2) Expansão e integração do controle
resistência de plantas, o controle cultural, biológico dentro do sistema de MIP; 3)
físico, mecânico, por comportamento e o Proposição de uma visão científica, social,
biológico. Esse último, por meio da utilização econômica e educacional para sensibilizar a
de parasitoides, predadores e entomopatógenos opinião pública sobre as técnicas de MIP
(Nava et al., 2006). envolvendo o controle biológico.
O controle biológico assume Muitos autores modificam o termo
importância cada vez maior em programas de integrado para ecológico: “Manejo Ecológico
manejo integrado de pragas (MIP), de Pragas”, onde a aplicação de agroquímicos
principalmente em um momento em que se seria feita apenas de caráter emergencial e de
discute muito a produção integrada rumo a forma a menos prejudicial possível aos
uma agricultura sustentável (Parra et al., inimigos naturais das pragas e ao meio
2002a). Hagen e Franz (1973) relataram que a ambiente em geral (Gravena, 1992).
taxa de inimigos naturais que regulam as De acordo com Benvenga et al. (2006),
populações de artrópodes é de tal importância, o controle biológico deve ser considerado
que todas as campanhas de controle de pragas como uma das estratégias de um programa de
deveriam considerá-los com prioridade. Nesse Manejo Ecológico de Pragas (MEP). MEP é
caso, o controle biológico constitui, ao lado da definido como “um sistema de ações contra
taxonomia, do nível de controle e da insetos e ácaros nocivos à agricultura, com
amostragem, um dos pilares de sustentação de ênfase à preservação e aumento dos inimigos
qualquer programa de MIP. Além disso, é naturais, uso de técnicas ambientais de manejo,
importante como medida de controle para tendo o monitoramento e a amostragem como
manutenção das pragas abaixo do nível de suportes para as tomadas de decisões”.
dano econômico, junto a outros métodos, como De acordo com Huffaker (1985), o
o cultural, o físico, o de resistência de plantas a controle biológico efetivo pode, às vezes, ser
insetos e os comportamentais (Parra et al., alcançado e mantido em grandes áreas, apesar
2002a). do uso de inseticidas; entretanto, em várias
Os sistemas de MIP são tratados pelos outras circunstâncias, os benefícios advindos
especialistas em função do estabelecimento de agentes de controle biológico, introduzidos

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Silva e Brito 2015

ou naturais podem ser mantidos somente em al. 2002b). A comunidade científica está
áreas sem uso ou com uso cuidadoso de conscientizada da necessidade da utilização do
inseticida. Na verdade, a grande questão é manejo de pragas, que tem no controle
como usar da melhor maneira possível os biológico um de seus principais aliados. Essa
agentes de controle biológicos contra uma conscientização, somada ao treinamento
praga em situações em que os inseticidas maciço de pesquisadores na área de
químicos são necessários para controlar outras entomologia no exterior e ao crescente
pragas que não possuam inimigos disponíveis desenvolvimento de cursos de pós-graduação
em quantidade suficiente. Nesses casos, (Parra, 1994), aponta para um futuro promissor
sempre é útil tentar protege-los, evitando o uso nessa área ainda considerada emergente em
de práticas inadequadas ou mesmo nosso país.
conservando ou aumentando seu número em Além do grande número de agentes
épocas críticas. Pode-se também pensar no biológicos existentes e da massa crítica
desenvolvimento de raças de inimigos naturais formada, já existem laboratórios de boa a
mais tolerantes aos inseticidas. excelente qualidade, resultados em diversas
Uma vez que se tenha decidido pelo culturas e um alto nível de pesquisa na área. Os
uso do controle biológico, sua implementação laboratórios, ainda que concentrados na região
dependerá da conservação e da melhoria dos Sudeste, já começam a aumentar em outras
parasitoides e predadores já disponíveis, por áreas do Brasil, como, por exemplo, nas
meio da manipulação do ambiente de alguma regiões Centro-oeste e Nordeste. O Brasil está
maneira favorável, da importação e entre os países com maior número de
colonização de parasitoides e predadores programas de controle biológico no mundo
contra pragas nativas ou exóticas e da (Van Lenteren, 2000).
eficiência e economicidade da criação massal Cada vez mais existem novos
em laboratório (Cruz, 2002). praticantes e participantes do uso do controle
biológico, muitos deles com pouca experiência
Perspectivas futuras do controle nesta área. Novos governos estão
biológico implementando programas nacionais de
controle biológico clássico pela primeira vez, e
Com a crescente pressão mundial para novos ministérios e departamentos
que o ambiente seja preservado, o controle governamentais, como aqueles relacionados
biológico tende a ser cada vez mais utilizado, com o Meio Ambiente, estão agora envolvidos
ao lado de outras alternativas de controle, na área do controle biológico de pragas,
como feromônios sexuais, resistência de quando anteriormente era somente atribuída ao
plantas a insetos, métodos físicos, culturais etc. Ministério da Agricultura, Pecuária e do
A biotecnologia contribuirá para que o controle Abastecimento (MAPA) (Sá & Oliveira,
biológico passe por inovações, incluindo 2006).
plantas transgênicas com genes de patógenos Nesse contexto, o controle biológico
(Bt, por exemplo) ou mesmo plantas de pragas desempenha um papel fundamental
transformadas contendo inibidores de nas tomadas de decisões das medidas sanitárias
proteinase (Pompermayer et al., 2001); as e fitossanitárias ao diminuir o uso de
culturas de células serão ainda mais agrotóxicos para o controle de pragas em
empregadas; e as relações tritróficas serão sistemas de produção agrícola, contribuindo de
desvendadas e propiciarão a utilização cada forma preponderante para a obtenção da
vez maior do controle biológico (De Moraes et inocuidade alimentar e sustentabilidade
al., 2000), seja como suporte de programas de ambiental (Sá & Oliveira, 2006).
MIP ao lado da taxonomia, amostragem e nível
de dano econômico, seja como medida de Considerações finais
controle, isolada ou associada a medidas que
não agridam o ambiente (Parra, 2000; Parra et Com as exigências cada vez maiores
al. 2002b). do mercado consumidor pela busca de
O Brasil tem um grande potencial por produtos de qualidade, o controle biológico
estar em uma região tropical onde o número de assume uma importância cada vez maior, em
agentes de controle biológico é bastante decorrência de esse ser um método de controle
grande, a maioria deles desconhecida (Parra et

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Controle biológico de insetos-pragas e suas perspectivas para o futuro

eficiente para a manutenção das pragas abaixo Artrópodes-praga. Embrapa, Brasília/DF,


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Para isso, é necessário que haja regulatory issues, p. 231-241. In:
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inúmeras barreiras que impedem a utilização reared natural enemies: application,
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