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Neuroanatomia 3.0
João Nuno Barbosa Soares
Contribuição de:
João Teixeira
Maria João Cavaco
Maria Albuquerque
Patrícia Silva
Verónica Carvalho
“Tudo faz bem na vida, mas há coisas que fazem bem negativo”
Rodrigo Antunes, 2015
:
Conteúdo
Introdução ......................................................................................................................................................................... 9
SN de vida vegetativa/Visceral................................................................................................................................ 10
Neurónio ................................................................................................................................................................. 14
Meninges......................................................................................................................................................................... 23
Dura-máter.................................................................................................................................................................. 23
Aracnoide .................................................................................................................................................................... 25
Pia-máter..................................................................................................................................................................... 27
Medula Espinhal.............................................................................................................................................................. 29
Introdução ................................................................................................................................................................... 42
Ponte ....................................................................................................................................................................... 46
Mesencéfalo ............................................................................................................................................................ 47
Cortes ...................................................................................................................................................................... 65
Cerebelo .......................................................................................................................................................................... 69
Generalidades ............................................................................................................................................................. 69
2) Descrição longitudinal......................................................................................................................................... 72
Clínica .......................................................................................................................................................................... 82
Introdução ................................................................................................................................................................... 84
Telencéfalo .............................................................................................................................................................. 91
Paleoencéfalo........................................................................................................................................................ 120
Origem................................................................................................................................................................... 149
Origem................................................................................................................................................................... 151
Origem................................................................................................................................................................... 159
Seminários..................................................................................................................................................................... 234
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INTRODUÇÃO: CONSIDERAÇÕES GERAIS
Introdução
Considerações gerais
Funções:
Transmitir as informações recebidas pelos vários recetores da sensibilidade superficial e profunda dos
órgãos dos sentidos;
Integrar e coordenas estas informações,
Elaborar e transmitir as ordens da motricidade voluntária e regular o tónus muscular (em função dos seus
antagonistas)
Assegurar a sensibilidade e a motricidade das vísceras
Transmissão do
Receção dos estímulos Integração e coordenação dos estímulos
estímulo
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INTRODUÇÃO: DIVISÃO FUNCIONAL DO SISTEMA NERVOSO
Divisão Funcional do Sistema Nervoso
Aferente
SN Somático
Eferente
Aferente
SN Visceral Simpático
Eferente = SN
Autónomo
Parassimpático
SN de vida de relação/Somático
Responsável pela interação do organismo com o meio
Movimento e sensações são reconhecidas
Vias Aferentes – ascendentes ou centrípetas – SENSITIVAS
Vias Eferentes – descendentes ou centrífugas – MOTORAS
SN de vida vegetativa/Visceral
Coordena o funcionamento das vísceras
Responsável pelas funções de nutrição, secreção e respiração
Vias Aferentes
Vias Eferentes → SN AUTÓNOMO
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INTRODUÇÃO: DIVISÃO MORFOLÓGICA DO SISTEMA NERVOSO
Divisão morfológica do Sistema Nervoso
SN Central
Espinhal
Encéfalo
Medula
Tronco
Telencéfalo Diencéfalo Cerebelo
Cerebral
Mesencéfalo
Cérebro ou Prosencéfalo
Ponte
Medula
Alongata
Medula Alongata
Nervos Espinhais
Gânglios
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INTRODUÇÃO: DIVISÃO MORFOLÓGICA DO SISTEMA NERVOSO
Nervos Espinhais
31 Pares, recebem o seu nome de acordo com as regiões da coluna vertebral a que estão associados: 8
cervicais, 12 torácicos, 5 lombares, 5 sagrados e 1 coccígeo
São responsáveis pelos movimentos do tronco e dos membros;
Têm a sua origem na Medula Espinhal por duas raízes:
o Raiz anterior:
Feixes de fibras nervosas condutoras de impulsos nervosos para fora do SNC - fibras
nervosas eferentes
O corpo celular dos neurónios encontram-se no corno anterior da substancia cinzenta da ME
Dirigem-se para os músculos esqueléticos e produzem a sua contração – fibras motoras.
o Raiz posterior:
Feixes de fibras nervosas condutoras de impulsos nervosos para dentro do SNC – fibras
nervosas aferentes
Estas conduzem informação sobre as sensações do tato, dor e temperatura, etc. daí que
sejam denominadas de fibras sensitivas;
Os neurónios são pseudo-unipolares, e têm o corpo celular no gânglio da raiz posterior.
Depois de passarem o forâmen intervertebral, as raízes unem-se, formando o Nervo Espinhal, que se divide
imediatamente:
o Ramo anterior maior:
Fibras motoras e sensitivas,
Inervam os músculos e a pele da parede ântero-lateral, do tronco e todos os músculos e pele
dos membros;
Os ramos anteriores unem-se entre si uma raiz dos membros para formar plexos nervosos:
cervical (C1-C4); braquial (C5-T1); lombar (L1-L4); sagrado (L4-S3)
o Ramo posterior minor:
Passa por trás da coluna vertebral para inervar os músculos e a pele do torso.
Nervos cranianos
Existem 12 pares cranianos, responsáveis pelos movimentos da cabeça e do pescoço;
Tem a sua origem no Encéfalo
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INTRODUÇÃO: INTERAÇÃO ENTRE O SNC E O SNP
Gânglios
Podem ser divididos em dois grupos:
Gânglios Sensitivos
o Consistem em dilatações fusiformes situadas na raiz posterior de cada nervo terminal – gânglios da
raiz posterior
o Ao longo do curso dos nervos cranianos V, VII, VIII, IX E X – gânglios sensoriais
Gânglios Autónomos
o Muitas vezes têm forma irregular
o Ao longo do curso das fibras nervosas do SNA (cadeia simpática látero-vertebral), em torno das
origens das grandes artérias viscerais, no abdómen ou no interior das paredes de diversas vísceras
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INTRODUÇÃO: CÉLULAS DO SISTEMA NERVOSO
Células do Sistema Nervoso
Temos a descrever:
Neurónio
Unidade funcional mais pequena do SN.
Constituição
É constituído por:
Corpo celular
o Apresenta um núcleo (material genético), RER grande (síntese proteica), neurofilamentos e
microtúbulos (transporte axial)
o À microscopia óptica observam-se Corpúsculos de Nissl que corresponde ao RER
Dendrites
o Segmento recetor
o Conduzem impulsos para o corpo celular
o Não são mielinizadas, ao contrário dos axónios
Axónio ou cilindro-eixo
o Cada neurónio tem apenas um axónio
o Cobertos pela bainha de mielina, embora esta possa estar ausente no SNP
o O conjunto do axónio e da bainha de mielina constitui a substância BRANCA no SNC
Telodendro
o É a ramificação terminal do axônio
o Tem vesículas sinápticas com neurotransmissores que transmitem ao neurónio seguinte
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INTRODUÇÃO: CÉLULAS DO SISTEMA NERVOSO
Neurotransmissores:
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INTRODUÇÃO: CÉLULAS DO SISTEMA NERVOSO
Maior parte dos neurónios existentes é deste tipo
“Sinapse Espinhal”
NOTA: células satéite -> células de schwann modificadas
Contacto Paralelo ou Bouton en parage (sinapse lateral)
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INTRODUÇÃO: CÉLULAS DO SISTEMA NERVOSO
Células da nevróglia
Circundam os neurónios, oferecendo-lhes suporte estrutural e funcional.
Tem a mesma origem que os neurónios exceto as células da microglia, que tem a
sua origem na linhagem de monócitos
Astrócitos Oligodendrócitos
o Dão apoio metabólico e suporte aos o Formam a bainha de mielina no SNC;
neurónios o Poucos prolongamentos.
o Podem ser Protoplasmáticos (na Microgliócitos
substância cinzenta) ou fibrosos (na o Células especializadas na fagocitose e
substância branca); no processamento de antigénios.
o Associados a vasos sanguíneos – Ependimócitos
ajudam na formação da BHE; o Responsáveis pela produção de LCE
o Participam no processo de cicatrização; (nos ventrículos cerebrais, formando-
o Fagocitam sinapses não funcionais; os).
o Absorvem o excesso de Células de Schwann
neurotransmissores e K+; o Formam a bainha de mielina fora do
o Forma de estrela; SNC;
o Ação trófica.
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INTRODUÇÃO: PLANOS DE CORTE
Processo de degenerescência e regeneração
Após a secção nervosa:
Planos de corte
Legenda:
A. Nervo intacto
B. Início da lesão
C. Início da regeneração
D. Novas ramificações axonais
E. Regeneração completa
Fusão das
Formação
Disco Ectoderme Goteira margens da
Placa Neural do Sulco Tubo Neural
Embrionário espessada neural goteira
Neural
neural
O SNC desenvolve-se a partir da placa neural (superfície superior do embrião). As partes laterais desta placa elevam-
se e unem, formando o tubo neural (parte cefálica → cérebro; porção caudal → medula espinhal).
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INTRODUÇÃO: EMBRIOLOGIA DOS SISTEMA NERVOSO
1) Se analisarmos uma secção transversal deste tubo neural identificamos:
Originam-se inicialmente 3 vesículas (que mais tarde darão 5 no desenvolvimento embrionário) que darão todas as
partes do encéfalo:
Telencéfalo
Prosencéfalo
Diencéfalo
Mesencéfalo Mesencéfalo
Metencéfalo
Rombencéfalo
Miencéfalo
A partir da cavidade do tubo neural também se formam cavidades (preenchidas por Líquido Cérebro Espinhal):
Canal central medular é a cavidade da Medula Espinhal
IV ventrículo é a cavidade do Rombencéfalo
Aqueduto cerebral é a cavidade do Mesencéfalo
III ventrículo é a cavidade do Diencéfalo
Ventrículos laterais é a cavidade do Telencéfalo
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INTRODUÇÃO: EMBRIOLOGIA DOS SISTEMA NERVOSO
Sistematizando:
Telencéfalo
Diencéfalo
Mesencéfalo
Medula Alongata
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INTRODUÇÃO: VIAS DE CONDUÇÃO
Vias de Condução
Cada sensação, cada movimento, cada pensamento percorre um caminho diferente no sistema nervoso. Para tal,
existem neurónios que são responsáveis por fazer a ligação entre diferentes partes do sistema nervoso,
estabelecendo caminhos denominados de VIAS DE CONDUÇÃO.
Aqui, vamos listar as várias vias de condução que vamos depois abordar em mais detalhe. Em cada capítulo, existe
uma secção responsável por descrever em detalhe o trajeto de cada via nessa estrutura (por exemplo, na medula
espinhal ou no tronco cerebral). No final da sebenta existe um capítulo com uma visão esquemática de cada via para
facilitar a memorização.
Vias ascendentes ou aferentes – responsáveis por levar o estímulo de uma estrutura periférica para o SNC
o Vias aferentes que penetram o SNC por nervos espinhais
Vias sensitivas do corpo – referem-se a sensibilidade geral, que não se referem a sentidos
específicos
Sensibilidade exterocetiva – fornece informação acerca do ambiente externo
o Protopática – tato grosseiro
o Termoálgica – sensibilidade da dor e temperatura
o Epicrítica – tato preciso e discriminatório
Sensibilidade propriocetiva – diz respeito à orientação dos membros e do corpo no
espaço
o Consciente – vai até ao córtex cerebral, estrutura evolutivamente mais
moderna, permitindo que tomemos consciência da informação veiculada
o Inconsciente – não chega ao córtex, ficando em andares inferiores
(nomeadamente cerebelo)
Sensibilidade interoceptiva – informa sobre as funções internas, como a pressão
arterial ou a concentração de substâncias nos fluidos orgânicos
o Vias aferentes que penetram o SNC por nervos cranianos
Vias sensitivas da cabeça – são as vias trigeminais (porque veiculam o nervo craniano
trigémio (V))
Sensibilidade exterocetiva da cabeça
o Protopática
o Termoálgica
o Epicrítica
Sensibilidade propriocetiva consciente da cabeça
Vias sensoriais – referem-se a sensibilidades específicas
Via óptica – sentido de visão
Via olfativa – sentido do olfato
Via acústica – sentido da audição
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INTRODUÇÃO: VIAS DE CONDUÇÃO
Via vestibular – sentido do equilíbrio
Via gustativa – sentido do paladar
Vias descendentes ou eferentes
o Vias eferentes do sistema nervoso visceral = SN autónomo
Simpático
Parassimpático
o Vias eferentes somáticas
Vias piramidais – chama-se piramidal porque as fibras nervosas passam nas pirâmides da
Medula Alongata (a estudar no capítulo de Tronco Cerebral)
Via córtico-espinhal – motricidade do corpo
Via córtico-nuclear – motricidade da cabeça
Vias extrapiramidais – participam na coordenação motora, mas não passam nas pirâmides
da Medula Alongata
Via reticulo-espinhal
Via teto-espinhal
Via rubro-espinhal
Via vestíbulo-espinhal
Via olivo-espinhal
Perguntas:
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MENINGES: DURA-MÁTER
Meninges
As meninges são o sistema das membranas que revestem e protegem o sistema nervoso central. Este sistema é
composto por 3 meninges, que condicionam entre elas espaços, a saber:
Dura-máter
Aracnoide
Pia-máter
Periósteo do osso
Espaço Subdural
Aracnóide
Espaço Sub-Aracnoideu
Pia-Mater
Tecido nervoso
Dura-máter
Natureza fibrosa – é uma paquimeninge (é dura)
Fibroso
o Mais externo
o Por cima tem o espaço extra ou epi-dural
o Por baixo, por vezes “descola-se” do folheto meningeal condicionando os seios venosos da Dura-
Máter
Meningeal
o Mais interno
o Por baixo tem o espaço sub-dural
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MENINGES: ESPAÇO EXTRA-DURAL OU EPI-DURAL
Espaço extra-dural ou epi-dural
Espaço extra-dural (no crânio) Espaço epi-dural (na medula espinha)
Entre o folheto fibroso da dura-máter que envolve o Entre o folheto fibroso da dura-máter da espinhal
encéfalo e o periósteo dos ossos do crânio medula e as vértebras do canal vertebral
Aqui encontramos: Preenchido por:
Vasos meníngeos Gordura
Há íntima aderência da dura-máter ao periósteo, só Vasos sanguíneos
sendo descolada para envolver estas estruturas Não há íntima aderência da dura-máter ao periósteo
Exemplo: fratura do parietal lacera a artéria meníngea média que fica a babujar sangue que se acumula no
espaço extra-dural
Como a pressão das artérias é muito elevada, rapidamente se acumula sangue neste espaço, o que
comprime o cérebro rapidamente – horas
Aspeto: lente biconvexa
Expansões da dura-máter
Foice do cérebro
o Corresponde a um afundamento do folheto meníngeo ao nível do bordo inferior do Seio Sagital
Superior formando uma prega
o Separa superiormente os dois hemisférios, acima do corpo caloso
o Anteriormente insere-se no processo crista Galli
Tenda do cerebelo
o Corresponde também a uma prega de folheto meníngeo da dura-mater, que se reflete ao nível do:
Bordo superior do rochedo
Processos clinóides da
Sella Túrcica
Sulco transverso do
occipital
o Separa o cérebro (lobo occipital)
do cerebelo
o Tem um orifício de entrada –
incisura da tenda – para as
estruturas que atravessam o
foramen magnum
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MENINGES: ESPAÇO SUBDURAL
Espaço Subdural
Entre a dura-máter e a aracnoide
Preenchida por veias ponte (bridging veins) que ligam veias superficiais e profundas.
É comum em idosos, devido a processos de aterosclerose calcificarem e lacerarem formando hematomas subdurais
Hematoma Subdural
É lacerada uma veia do espaço subdural (geralmente uma veia-ponte ou “bridging vein”), que fica a babujar
sangue
Como a pressão é mais baixa nas veias, os sintomas são mais tardios – dias a semanas
Aspeto: foice
Aracnoide
Natureza serosa: leptomeninge
Tem 2 folhetos:
Folheto parietal
Folheto visceral
Percorre um bocado dos sulcos e depois salta fazendo uma ponte para o sulco seguinte (não vai até à profundidade).
Espaço subaracnoideu
Entre o folheto visceral da aracnoide e a pia-máter
Preenchido por:
Líquido cérebro-espinhal
Artérias
Veias cerebrais (drenam para os seios venosas da dura mater através das “bridging veins”)
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MENINGES: ESPAÇO SUBARACNOIDEU
o Proteção mecânica do encéfalo
o Nutrição do encéfalo
o Eliminação de produtos resultantes do metabolismo cerebral
o Distribuição de fatores neuroendócrinos/neurotróficos a nível cerebral
Hemorragia subaracnóideia
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MENINGES: PIA-MÁTER
Cisternas – dilatações do espaço subaracnoideu
Pia-máter
Natureza celo-vascular – é uma leptomeninge.
No adulto, a medula espinhal termina no disco entre L1 e L2, local onde a pia-máter se funde para formar o fillum
terminal. Não confundir com cauda-equina, formada pelas últimas 10 raízes dos nervos espinhais mais inferiores
que se prolongam.
Assim, as punções do líquido cérebro-espinhal (espaço subaracnoideu) devem ser feitas entre L1/L2 e S2 (usa-se
como referência a linha que une as cristas ilíacas que passa entre L4 e L5 para ter mesmo a certeza que não se
acerta), para não haver o perigo de lesar a medular. Normalmente usa-se o bordo da crista ilíaca como ponto de
referência
Ligamentos Denticulatos – folhetos da pia mater que vão da espinhal medula até à dura mater
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MENINGES: INERVAÇÃO DAS MENINGES
Espinhal Medula
Dura-mater
Aracnóide
Pia-mater
Cauda Equina
Fillum Terminal
Lig. Coccígeo
Perguntas:
1. Visto o tecido cerebral não ter sistema linfático, como é drenado o “lixo” extracelular?
2. Qual o único outro tecido do corpo humano que não tem sistema linfático?
3. Qual a diferença entre cauda equina e fillum terminal?
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MEDULA ESPINHAL: CONFORMAÇÃO EXTERNA
Medula Espinhal
Conformação Externa
Forma e estrutura
o Cilíndrica, achatada antero-posteriormente
o 45cm de comprimento
o 1cm de largura (exceto nas intumescências
o Ocupa os 2/3 superiores do canal vertebral
Limite superior
o Ao nível da decussão das pirâmides
Limite inferior
o Ao nível do disco intervertebral entre L1 e L2, no cone medular
Assim, quando se pretende retirar LCE tem de ser abaixo de L2 para não lesar a espinhal
medula
Geralmente retira-se ao nível de L4/L5, usando a crista ilíaca como referência anatómica
Segmentos
o Cervical (C1 a C7)
o Torácico: (C7 a T11)
o Lombar: (T11 a L1)
o Sagrado
o Coccígeo
Intumescências – correspondem à origem dos grandes nervos, onde a espessura da medula espinhal
aumenta
o Intumescência cervical
C3 a T2
Dá origem ao plexo braquial e nervo frénico
o Intumescência lombar
T9 a L2
Dá origem aos plexos lombar e sagrado
Fissuras e sulcos
o Fissura mediana anterior
Separa os funículos anteriores da substância branca
o Sulco lateral anterior
Saída das raízes anteriores dos nervos espinhais
Separa os funículos anteriores dos laterais da substância branca
o Sulco lateral posterior
Corresponde à entrada das raízes posteriores dos nervos espinhais
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MEDULA ESPINHAL: CONFORMAÇÃO EXTERNA
Separa os funículos laterais dos posteriores da substância branca
o Sulco intermediário posterior
Divide os funículos posteriores da substância branca em funículo grácil (+medial) e
cuneiforme (+lateral)
o Sulco (e NÃO fissura) mediana posterior
Separa os funículos posteriores da substância branca
Origem de 31 Pares de nervos espinhais
o 8 Cervicais
o 12 Torácicos
o 5 Lombares
o 5 Sagrados
o 1 Coccígeo
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MEDULA ESPINHAL: CONFORMAÇÃO INTERNA
Conformação interna
Constituída por substância cinzenta central, onde estão os corpos celulares dos neurónios, e substância branca
periférica, que corresponde aos axónios. A sua proporção não é uniforme ao longo da espinhal medula, ou seja, não
há homogeneidade; vai aumentando a substância cinzenta de cima para baixo, isto é, a substância cinzenta é mais
densa na parte final (sagrada) e menos densa na parte inicial (cervical).
Forma de H, atravessado ao centro pelo canal central que é preenchido por LCE. A sua espessura aumenta em
direção ao cóccix (na vértebras cervicais a substância cinzenta é menos densa). Vamos descrever a substância
cinzenta de duas maneiras: dividindo em cornos/colunas/pontas e dividindo em lâminas de Rexed.
Cornos/Colunas anteriores
o Características
Mais arredondadas
Terminam longe da periferia (+ curtas)
o Composto por 2 partes:
Ápex: somato-motor
Onde fazem sinapse os neurónios motores para m. Estriado esquelético (voluntário)
Há aqui uma organização espacial dos neurónios:
o Parte mais medial destina-se a músculos axiais (perto do eixo do corpo)
o Parte mais lateral destina-se a músculos apendiculares (longe do eixo do
corpo, por exemplo membros)
o Parte mais anterior destina-se a músculos extensores
o Parte mais posterior destina-se a músculos flexores
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MEDULA ESPINHAL: CONFORMAÇÃO INTERNA
Base: Víscero-motora
Onde fazem sinapse neurónios motores viscerais (involuntários)
Cornos/Colunas posteriores
o Características
Mais afilados
Terminam perto da periferia (+longos)
o Compostos por:
Ápex (+posterior)
Ao longo de toda a medula
Área de sensibilidade exterocetiva (exceto a As sensibilidades
epicrítica, como vamos ver) exterocetiva epicrítica e
Colo ou Istmo propriocetiva consciente
Área de sensibilidade propriocetiva (só a sobem diretamente pela
inconsciente como vamos ver) substância branca (funículo
Distinguem-se dois núcleos importantes aqui: posterior) sem fazer sinapse
o Núcleo do istmo – situado mais postero- na substância cinzenta
lateral; recebe aferências dos membros
superior
o Núcleo torácico – situado mais antero-medial; recebe aferências do tronco e
membro inferior
Base (+anterior)
Área de sensibilidade interoceptiva
Cornos laterais
o Víscero-motores
o Nos segmentos torácico e lombar (T1 a L2/L3)
o Originam fibras simpáticas pré-ganglionares
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MEDULA ESPINHAL: CONFORMAÇÃO INTERNA
A substância cinzenta pode ainda ser dividida em 10 lâminas de Rexed:
1-6: sensibilidade
7-8: intersensibilidade
9: motora
10: junto ao canal central – vegetativa
Axónios de neurónios
Neuroglia
Vasos sanguíneos
Funículo anterior
o Entre a fissura mediana anterior e o sulco lateral anterior
o De forma geral, é percorrido por vias que têm origem ou se destinam a músculos axiais
o Percorrido pelas seguintes vias:
Vias motoras:
Piramidais:
o Via córtico-espinhal: Feixe córtico-espinhal anterior
Extra-piramidais
o Feixe vestíbulo espinhal
o Feixe tecto-espinhal
o Feixe Retículo-Espinhal
Vias de sensibilidade:
Exterocetiva Protopática: Feixe espinho-talâmico anterior
Lateral
o Entre o sulco lateral anterior e o posterior
o De forma geral, é percorrido por vias que têm origem ou se destinam a músculos apendiculares
(membros)
o Percorrido pelas seguintes vias:
Vias motoras:
Piramidais:
o Via córtico espinhal: feixe córtico-espinhal lateral
Extra-piramidais:
o Feixe rubro-espinhal
o Feixe Olivo-espinhal
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MEDULA ESPINHAL: VIAS DA ESPINHAL MEDULA
Vias de sensibilidade:
Exterocetiva Termoálgica: feixe espinho-talâmico lateral
Propriocetiva inconsciente: feixe espinho cerebeloso anterior e posterior
Posterior
o Entre o sulco lateral posterior e o sulco mediano posterior
o Dividido em:
Fascículo cuneiforme (mais lateral) Lei de Khaler – quanto mais
Percorrido pela via de sensibilidade laterais são as fibras, mais
propriocetiva consciente e epicrítica do superior é a sua origem
membro superior
Como é mais lateral as suas fibras têm origem mais superior – membro superior
Fascículo grácil (mais medial)
Percorrido pela via de sensibilidade propriocetiva consciente e epicrítica do membro
inferior
Como é mais medial as suas fibras têm origem mais inferior – membro inferior
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MEDULA ESPINHAL: ARCOS REFLEXOS
o Axónios saem da ME pela raiz anterior do nervo espinhal
o Inervação do músculo
10-20% das fibras não cruza na decussão das pirâmides
o Axónios juntam-se no feixe córtico-espinhal anterior/ventral que desce no
funículo anterior da ME (destina-se portante a m. axiais)
o No local de saída, o neurónio cruza a linha média, fazendo sinapse com o 2º
neurónio no ápex das pontas anteriores contra laterais do feixe
o Corpo celular do 2º neurónio ou moto neurónio no local da sinapse
o Axónios saem da ME pela raiz anterior do nervo espinhal
o Inervação do músculo
o Extra piramidais
Basta saber em que funículo é que descem. Uma descrição mais exaustiva pode ser
encontrada no capítulo de vias
Lembrar que as que vão no funículo lateral destinam-se a músculos apendiculares e as que
vão no funículo anterior destinam-se a músculos axiais
Sistematizando:
Arcos Reflexos
Um reflexo é uma resposta involuntária a um estímulo, ou seja, sem participação da vontade
Cada segmento da espinhal medula funciona independentemente, por isso, se uma zona for lesada não são perdidos
todos os movimentos e sensibilidades
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MEDULA ESPINHAL: ARCOS REFLEXOS
Neurónio aferente, cujo corpo celular fica localizado no gânglio da raiz posterior, sendo que o seu axónio
termina por sinapses sobre o neurónio efetor (ou pode haver um interneurónio)
Neurónio efector
Órgão efector (placa neuro-motora nas fibras musculares esqueléticas)
Na espinhal medula, os arcos reflexos têm participação importante na manutenção do tónus muscular que é a base
da postura do corpo (ver capítulo anexo sobre o tónus muscular)
NOTA: podem pesquisar-se ausência ou diminuição de reflexos através de testes, como por exemplo utilizando o
martelo na patela (para verificar o reflexo patelar); havendo integridade das raízes correspondentes ao reflexo,
então a pessoa apresentará o reflexo; se estiverem lesadas, então não há reflexo, ou está diminuído.
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MEDULA ESPINHAL: DOENÇAS E LESÕES DA ESPINHAL MEDULA
Doenças e lesões da Espinhal Medula
Paralisia Flácida Paralisia espástica
4 Exterocetiva I. A1) Direito, espástica A2) Esquerdo A3) Direito A4) Esquerdo;
termoálgica e Soluções
exterocetiva protopática
Acima de C3 e C4
o Tetraplegia completa
o Lesão no nervo frénico (origem em C3, C4 principalmente e C5) – doente deixa de respirar e morre
Entre C7 e T1
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MEDULA ESPINHAL: VASCULARIZAÇÃO ARTERIAL
o Preserva movimentos proximais do MS
Siringomielia
Canal central vai alargando, destruindo o que está à vota, nomeadamente feixes espinho-talâmicos
Doente perde sensibilidade protopática e Termoálgica
Hemiplegia Capsular
Vascularização arterial
Componente longitudinal
A. Espinhal Anterior Ambas as artérias espinhais dão
o Origem: A. Vertebral, por fusão de 2 ramos numerosos vasos anastomóticos –
o Trajeto: Na fissura mediana anterior vasacorona – para a superfície pial da
o Colaterais espinhal medula
A. sulcais – irrigam os 2/3 anteriores da espinhal
medula (pontas anteriores, base das pontas posteriores e funículos anterior e lateral)
o Terminação: Por anastomose com as a. Espinhais posteriores ao nível do cone medular
A. Espinhais Posteriores (direita e esquerda)
o Origem: A. Vertebral (por vezes na a. cerebelosa posterior inferior – PICA)
o Trajeto: Percorrem os sulcos póstero-laterais
o Colaterais
Ramos para os funículos e pontas posteriores – irrigam o 1/3 posterior da espinhal medula
o Terminação: Por anastomose com a a. Espinhal anterior ao nível do cone medular
Componente transversal
Ramo espinhal dorsal
o Origem:
A. Vertebral
A. Cervical Ascendente Porção Cervical
A. Cervical Profunda
A. Intercostais Posteriores – Porção Torácica
A. Lombo-sagradas – Porção Lombo-sagrada
o Trajeto: dirige-se para trás
o Colaterais:
Ramos Espinhais
o Terminação: Por bifurcação em:
P á g i n a | 39
MEDULA ESPINHAL: VASCULARIZAÇÃO ARTERIAL
Ramo cutâneo medial
Ramo cutâneo lateral
Ramos Espinhais
o Origem: A. espinhal dorsal
o Trajeto: acompanham o n. Espinhal, entrando no canal vertebral pelo foramen intervertebral
o Terminação: por bifurcação em:
A. radicular anterior
A. radicular posterior
A. radicular anterior e posterior
o Origem: bifurcação dos ramos espinhais
o Trajeto: acompanha a raiz respetiva do n. Espinhal
Vasculariza as porções periféricas das pontas anterior e posterior
o Terminação: comunica com o círculo perimedular ou vasa corona, por baixo da pia-máter
A. segmento medulares: Ventrais (6-8) e Dorsais (10-23) A a. segmento medular
o Origem: É uma artéria radicular (anterior ou posterior) que é grande o de maior calibre é a a.
suficiente para atingir as a. Espinhais de Adamkiewicz, que
Como as a. espinhal anterior e posterior são de pequeno surge ao nível de T9
calibre na sua zona de origem, perderiam rapidamente o fluxo
de sangue se não fossem reforçadas em certos pontos. Esses reforços são feitos pelas a.
segmento medulares
o Trajeto: Dirigem-se para a
espinhal medula
o Terminação: por anastomose
com as a. Espinhal anterior e
posterior, assegurando o fluxo de
sangue
Sistematizando:
Drenagem venosa
VCI e V. Ázigos
e hemiázigos
Implicações clínicas:
O plexo venoso vertebral interno é avalvular e comunica com o plexo venoso prostático
Assim, um carcinoma da próstata pode invadir a espinhal medula provocando muitas dores na região
lombosagrada)
Passagem de feixes
o Ascendentes e descendentes
o Órgão integrador de reflexos
P á g i n a | 41
TRONCO CEREBRAL: INTRODUÇÃO
Tronco Cerebral
Introdução
Constituído por (de baixo para cima):
Medula Alongata
Ponte
Mesencéfalo
P á g i n a | 42
TRONCO CEREBRAL: INTRODUÇÃO
Tronco Cerebral Vista Anterior
P á g i n a | 43
TRONCO CEREBRAL: INTRODUÇÃO
Tronco Cerebral Vista Posterior:
P á g i n a | 44
TRONCO CEREBRAL: INTRODUÇÃO
Tronco Cerebral Secção Sagital
P á g i n a | 45
TRONCO CEREBRAL: CONFORMAÇÃO EXTERNA
Conformação Externa
Bordo Superior
o Sulco Medulo-Pôntico
Marca a transição entre a MA e a Ponte
Ao centro possui o forâmen cego
Origem aparente do VI, VII e VIII
Bordo Inferior
o Plano que passa na decussão das pirâmides
Face anterior (de medial para lateral)
o Fissura mediana anterior
o Decussão das pirâmides
Cruzamento do Feixe córtico-espinhal lateral
o Pirâmides da MA
Saliência devido aos feixes da via córtico-espinhal
o Sulco Pré-Olivar ou Ântero-lateral
Origem aparente do XII
o Oliva
Elevações ovais devido aos núcleos olivares inferiores
Face posterior
o Dividida em 2 metades pela ténia do IV Ventrículo
o ½ Inferior (de medial para lateral)
Sulco póstero-lateral
Origem aparente do IX, X e XI
Tubérculo cuneiforme
Sulco intermediário posterior
Tubérculo grácil
Sulco mediano posterior
o ½ Superior
Corresponde ao triângulo inferior do pavimento do IV ventrículo (abordado lá)
Ponte
Fibras transversais
Bordo superior
o Sulco ponto-mesencefálico
P á g i n a | 46
TRONCO CEREBRAL: CONFORMAÇÃO EXTERNA
Bordo inferior
o Sulco medulo-pôntico
Face anterior (de medial para lateral)
o Sulco basilar – para a artéria basilar
o Origem aparente do V
Raiz medial menor – raiz motora
Raiz lateral maior – raiz sensitiva
Marca a separação entre a ponte e os pedúnculos cerebelosos médios
o Pedúnculos cerebelosos médios
Face posterior
o Corresponde ao triângulo superior do pavimento do IV ventrículo
Mesencéfalo
Fibras longitudinais
P á g i n a | 47
TRONCO CEREBRAL: CONFORMAÇÃO EXTERNA
o Sulco mediano
o Eminência medial (mais superior)
Saliência causada pelo núcleo do V
o Colículo do Facial (inferiormente à eminência medial)
Saliência causada pelo núcleo do abducens que é envolvido com fibras do facial
NOTA: O N. Do VI (B) é envolvido por fibras do VII (A) que vão para o núcleo do VII (C).
A
B
o Sulco Limitante
Separa os núcleos motores dos núcleos sensitivos
o Fóvea superior
Depressão no sulco limitante
o Área vestibular
Também presente na Medula Alongata
Devido aos núcleos vestibulares subjacentes
o Locus Coeruleus
Parte mais pigmentada lateral à eminência medial na zona superior da área vestibular
(Netter Plate 114)
Principal sítio do SNC responsável pela produção de norepinefrina
Triângulo inferior – na MA (de medial para lateral):
o Sulco mediano
o Trígono do XII
Também na ponte
o Trígono do X
o Sulco limitante
o Fóvea Inferior
o Área vestibular
P á g i n a | 48
TRONCO CEREBRAL: CONFORMAÇÃO INTERNA
Conformação Interna
O que vamos abordar:
Substância Cinzenta:
Substância Branca:
Substância Cinzenta
Ao chegar à Medula Alongata, vão ocorrer 3 fenómenos desestabilizadores que vão constituir a génese das 6 colunas
P á g i n a | 49
TRONCO CEREBRAL: CONFORMAÇÃO INTERNA
Coluna 2: Somato-Motora para músculos derivados dos arcos branquiais
a. Vem do ápex dos cornos anteriores
Coluna 3: Víscero-motora
a. Vem da base dos cornos anteriores
Coluna 4: Víscero-sensitiva
a. Vem da base dos cornos posteriores
Coluna 5: Somato-sensitiva
a. Vem do ápex dos cornos posteriores
Coluna 6: Somato-sensitiva
a. Vem do ápex dos cornos posteriores
Note-se que:
O termo colunas é meramente académico. Na verdade, a substância cinzenta não se apresenta como 6
colunas contínuas, está fragmentada em núcleos descontínuos, vários em cada coluna (ver imagem mais à
frente)
As colunas 1 a 3 são motoras (são + mediais)
o Os seus núcleos são a origem real dos feixes motores que veiculam os nervos cranianos
As colunas 4 a 6 são sensitivas (são + laterais)
o Os seus núcleos são o 2º neurónio dos feixes sensitivos – e não o 1º, que está sempre em gânglios
(fora do SNC)
O sulco limitante (que vimos na conformação externa) separa a coluna 3 da 4, isto é, separa o que é motor
do que é sensitivo
As colunas 1,2,5 e 6 são somáticas, isto é, são conscientes e voluntárias
As colunas 4 e 3 são viscerais, isto é, são inconscientes e involuntárias
De seguida, vamos abordar em detalhe cada coluna, inspecionar quais os núcleos que encontramos lá e quais as suas
funções específicas.
P á g i n a | 50
TRONCO CEREBRAL: CONFORMAÇÃO INTERNA
Coluna 1 – Somato-Motora (N. Somíticos)
Corresponde ao ápex das colunas anteriores (ME)
Núcleos somíticos são destinados para músculo estriado esquelético que deriva dos somitos (embriologia). Na
cabeça, há para descrever 8 somitos:
1. Oculomotor (III)
2. Troclear (IV) Pré-ópticos, dão os m. Extrínsecos do Olho
3. Abducente (VI)
4.
Óticos, desaparecem
5.
6.
7. Hipoglosso (XII) Dão os M. da língua, exceto o palatoglosso
8.
ATENÇÃO: ótico – referente ao ouvido; óptico – referente à visão
P á g i n a | 51
TRONCO CEREBRAL: CONFORMAÇÃO INTERNA
Coluna 2 – Somato-motora (N. Branquiais)
Corresponde ao ápex das colunas anteriores (ME)
Núcleos branquiais são destinados para músculo estriado esquelético que deriva dos arcos branquiais.
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TRONCO CEREBRAL: CONFORMAÇÃO INTERNA
Coluna 3 – Víscero-motora
Corresponde à base das colunas anteriores (ME)
Destina-se a fibras motoras viscerais parassimpáticas – fibras eferentes do sistema nervoso autónomo
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TRONCO CEREBRAL: CONFORMAÇÃO INTERNA
Coluna 5 – Sensibilidade1
Corresponde ao istmo das colunas posterior (ME)
Coluna 6 – Sensibilidade
Corresponde ao ápex das colunas posteriores (ME).
1
Segundo a prof Cristina, é toda a sensibilidade que não é relacionada com o Trigémeo. Na minha opinião, acho que faz sentido
dizer que é a sensibilidade especial ou sensorial, porque é tudo relacionado com o paladar, audição e equilíbrio
P á g i n a | 54
TRONCO CEREBRAL: CONFORMAÇÃO INTERNA
Sistematizar
P á g i n a | 55
TRONCO CEREBRAL: CONFORMAÇÃO INTERNA
Esquematicamente:
Destino/origem das
Coluna Nervo Núcleo Localização Natureza das fibras
fibras
M. reto superior; m. reto
inferior; m. reto medial;
Colículo superior e ao lado do aqueduto Motor somático (m. que
1 III N. principal do III m. oblíquo inferior; m.
cerebral derivam de somitos)
elevador da pálpebra
superior
Colículo inferior e à frente do aqueduto Motor somático (m. que
1 IV N. do IV M. Oblíquo superior
cerebral derivam de somitos)
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TRONCO CEREBRAL: CONFORMAÇÃO INTERNA
Parte superior do pavimento do
Motor visceral M. Ciliar; M. Esfíncter da
3 III N. acessório do III aqueduto cerebral, ao nível do colíulo
parassimpático pupila
superior
Motor visceral
3 IX N. salivar inferior Fóvea inferior Glândula parótida
parassimpático
Glândula
submandibular;
Motor visceral
3 VII N. salivar superior Fóvea superior Glândula sublingual;
parassimpático
Glândula lacrimal;
Mucosa nasal
Motor visceral Secretoras e viscerais
3 X N. dorsal do vago Fóvea inferior
parassimpático toráxicas e abdominais
Quimiorecetores e
N. solitário (p. Sensibilidade visceral
4 IX Fóvea inferior barrorecetores no corpo
média) interocetiva
e seio cartídeo
N. Solitário (p. inf) Quimiorecetores e
Sensibilidade visceral
4 X (N. sensitivo dorsal Fóvea inferior barrorecetores no corpo
interocetiva
do Vago) e seio cartídeo; vísceras
N. Solitário (p. sup) Porção supero-medial da área
5 IX Sensoriais – Paladar 1/3 post da língua
(n. gustativo inf) vestibular
N. Solitário (p. sup) Porção supero-medial da área
5 VII Sensoriais – Paladar 2/3 ant da língua
(N. gustativo sup) vestibular
N. cocleares (ant e
Sensoriais – audição e
5 VIII post); N. vestibulares Porção lateral da área vestibular Coclea e vestíbulo
equilíbrio
(sup, inf, lat e med)
N. solitário (porção Epiglote e pregas
5 X Porção infero-medial da área vestibular Sensoriais – Paladar
sup) glossoepiglóticas
Sens. Propriocetiva
6 V N. Mesencefálico Parte lateral da área vestibular Pele
consciente
N. Sensitivo principal
6 V Parte lateral da área vestibular Sens. Protopática Pele
(pontico)
V, VII,
6 N. espinhal Da espinhal medula à MA Sens. Termoálgica Pele
IX, X
NOTA: Em alguns núcleos coloquei outras designações possíveis para o mesmo núcleo que podem vir noutras
sebentas dentro de parêntesis
P á g i n a | 57
TRONCO CEREBRAL: CONFORMAÇÃO INTERNA
Formações cinzentas próprias do Tronco Cerebral
Formações próprias: Núcleo grácil e cuneiforme, na Medula Alongata
Oliva Inferior
o Relacionado com a Via do Neocerebelo (explicado no capítulo de cerebelo)
o Na Medula Alongata
o Aferências: N. Rubro
o Eferências: Cerebelo através de fibras trepadeiras
Oliva superior
o Relacionada com a Via Acústica (explicado nas vias aferentes cranianas)
o Na ponte
Núcleos da ponte ou pontinos
o Relacionado, também, com a Via do Neocerebelo (explicado no capítulo de cerebelo)
o Na ponte (lógico, não?)
o Aferências: fibras córtico-pontinas
o Eferências: Fibras ponto-cerebelosos via Pedúnculo Cerebeloso Médio
o Esta parte não foi abordada nas teóricas, mas vem em algumas sebentas e, por vezes levanta
algumas dúvidas:
Existe um grupo de núcleos pontinos que ficaram deslocados para baixo ocupando a medula
Alongata. Como já não estão na ponte, não se podem chamar núcleos pontinos – chamam-
se então núcleos arqueados e funcionalmente fazem o mesmo que os n. Pontinos (parte da
via do neocerebelo). É destes n. Arqueados que partem as Fibras Arqueadas Externas
Anteriores (referidas no Feneis) que vão para o cerebelo. Estas fibras, são, assim, uma parte
das aferências da via do neocerebelo
Substância nigra
o No mesencéfalo, marca a separação entre o tegmentum (+posterior) e a porção basilar (+anterior)
o Funções:
Manutenção do tónus muscular – Via do Corpo Estriado (explicada no capitulo sobre a
conformação interna do Prosencéfalo)
Envolvida nos processos do vício e da recompensa (não abordada nas aulas, só têm de saber
que participa!)
o Divide-se em:
Pars compacta
Relacionada com a Via do Corpo Estriado
+ Posterior
+ pigmentada (neuromelanina)
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TRONCO CEREBRAL: CONFORMAÇÃO INTERNA
Produz dopamina
Conecta-se com N. Caudado e Putamen
Pars reticularis
+ Anterior
Produz GABA
Conecta-se com Globus Palidus e Tálamo
Núcleo rubro
o No tegmentum do mesencéfalo
o Rico em fero, daí a sua cor
o Atravessado por fibras do N. Oculomotor (III)
o 2 partes:
Magno-celular (Ant-medial)
Células grandes
Relacionada com a Via do Paleocerebelo (explicada no capítulo sobre Cerebelo)
Parvo-celular (Post-lateral)
Células pequenas
Relacionada com a Via do Neocerebelo (explicada no capítulo sobre Cerebelo)
Formação reticular
o Abordada em baixo
Colículos superiores – centro de reflexo da visão (explicada nas vias aferentes cranianas)
Colículos inferiores – centro de reflexo da audição (explicada nas vias aferentes cranianas)
Formação Reticular
A formação reticular é uma rede de fibras e células atrás das grandes vias e à frente dos núcleos dos nervos
cranianos, do diencéfalo à medula espinhal.
Núcleos Sistemas
Núcleos mediais ou da Raffe Sistema ascendente
Núcleos centrais Sistema descendente
Núcleos dorsais Sistema vegetativo
Sistema Ascendente
Função: É o sistema da vigília e do sono.
Lesão: Quando comprimido leva a Coma – Ausência de consciência e falta de resposta a estímulos. Exemplos de
lesões:
Traumatismo craniano
Hipertensão Intracranial
o Lobo temporal é empurrado pela incisura da tenda e comprime o tronco cerebral
o Também pode comprimir o III, podendo provocar a sua paralisia (estrabismo divergente, midríase,
ptose palpebral, perda de acomodação da lente)
o Por isso, um doente em coma com olhos midriáticos e sem reflexo fotomotor é indicador de um mau
prognóstico
Sistema Descendente
Função: Regulador do tónus muscular
Lesão: (ex. AVC) Provoca paralisia espástica (2º neurónio intacto); Predomínio da ação do feixe retículo espinhal
ventral
Sistema Vegetativo
Função: Regulação do centro respiratório e batimentos cardíacos
Respiratório
Vasomotor
Deglutição
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TRONCO CEREBRAL: CONFORMAÇÃO INTERNA
Lesão: Ex. Compressão por encravamento das tonsilas cerebelosas (explicada na conformação externa do cerebelo)
P á g i n a | 61
TRONCO CEREBRAL: CONFORMAÇÃO INTERNA
Substância Branca
Um exemplo da atuação deste feixe é o aumento da salivação durante a alimentação resulta de uma estimulação
parassimpática das glândulas salivares. Esta excitação provém de núcleos cranianos parassimpáticos, que por sua vez
recebem informação de centros superiores. O feixe longitudinal dorsal assegura esta ligação entre núcleos
parassimpáticos e centros superiores.
Vias ascendentes
1. Vias da Sensibilidade Propriocetiva Consciente e da Sensibilidade Epicrítica
a. Sensibilidade do corpo
i. 2º Neurónio nos núcleos grácil (membro inferior) e cuneiforme (membro superior)
ii. As fibras que daqui partem constituem o lemnisco medial, que sobe na parte mais medial
(daí o seu nome, só é “empurrado” para fora pelo n. rubro) e anterior do TC, atrás das vias
descendentes
iii. Cruza no seu trajeto formando a decussão lemniscal, sensitiva ou piriforme. Estas fibras a
cruzar também têm o nome de Fibras Arqueadas Internas (Feneis)
iv. Passa atrás da substância nigra do mesencéfalo
v. 3º Neurónio no Núcleo Ventral Póstero-Lateral do Tálamo (abordado no diencéfalo)
b. Sensibilidade da Cabeça
i. 1º Neurónio está em gânglios fora do TC
ii. 2º Neurónio está nos núcleos dos nervos cranianos, dentro do TC
1. Núcleo Mesencefálico – propriocetiva consciente
2. Núcleo sensitivo principal – epicrítica
3. N. espinhal – protopática e termoálgica
iii. Daqui partem fibras que constituem o feixe trigémino-talâmica, que cruza no seu trajeto e
constitui o Lemnisco Trigeminal
P á g i n a | 62
TRONCO CEREBRAL: CONFORMAÇÃO INTERNA
iv. 3º Neurónio no Núcleo Ventral Póstero-Medial do Tálamo
2. Via da Sensibilidade Propriocetiva Inconsciente (é a Via do Paleocerebelo)
a. Feixe espinho-cerebeloso anterior e posterior
b. Feixe cúneo-cerebeloso (menos importante)
i. Fibras do núcleo cuneiforme acessório
ii. Também têm o nome de Fibras Arqueadas Externas Posteriores (Feneis)
Vão para o cerebelo
3. Via da Sensibilidade Termoálgica e Protopática
a. Feixe Espinho Talâmico Anterior e Lateral
i. O Feneis e o Thieme falam num Lemnisco Espinhal. Este lemnisco não foi abordado nas
teóricas.
ii. Vão para o Núcleo Ventral Póstero Lateral do Tálamo
4. Via Acústica
a. Lemnisco Lateral
5. Via Gustativa
a. Feixe Solitário-Talâmico
NOTA: Um lemnisco é um conjunto de fibras a forma de uma fita (fita em latim diz-se lemniscus).
Vias descendentes
1. Vias piramidais
a. Via Córtico Espinhal – via motora voluntária do corpo
i. Vêm de cima, ainda não descrevemos onde
ii. Atravessam o tronco cerebral na sua parte mais anterior
1. No mesencéfalo passam nos 3/5 médios dos pedúnculos cerebrais, havendo um
homúnculo – quando mais superior a parte do corpo a que se destinam, mais
mediais estão as fibras
2. Na ponte ocorre um fenómeno de grande importância clínica:
a. Como as fibras da ponte têm uma orientação transversal, logo, são
perpendiculares ao eixo das fibras córtico-espinhais, vão provocar a
dissociação das fibras desta via, que vão ficar mais dispersas
b. Assim, uma lesão na ponte (por exemplo, falta de irrigação sanguínea -
isquemia) apanhará menos fibras da via córtico-espinhal (porque estas estão
mais espalhadas) que uma lesão no mesencéfalo ou na medula Alongata –
melhor prognóstico
3. Na Medula Alongata passam nas pirâmides
a. No limite entre a Medula Alongata e a Medula Espinhal as fibras desta via
cruzam formando a decussão das pirâmides
P á g i n a | 63
TRONCO CEREBRAL: CONFORMAÇÃO INTERNA
b. Via Córtico Nuclear – via motora voluntária da cabeça
i. Vêm de cima, ainda não descrevemos onde
ii. Descem na parte mais anterior do tronco cerebral
1. No mesencéfalo passam na parte mais medial dos 3/5 médios dos pedúnculos
cerebrais
iii. Terminam no núcleo craniano a que se destinam:
1. No mesencéfalo: III e IV
2. Na ponte: V, VI e VII (o VIII não tem fibras motoras)
3. Na medula Alongata: IX, X, XI e XII
iv. Por regra, como irá ser abordado em mais detalhe no capítulo sobre vias motoras, o
cruzamento das fibras dá-se do 1º para o 2º neurónio.
No entanto, o caso das fibras córtico-nucleares representa uma exceção à regra: só 50% das
fibras é que cruzam do 1º para o 2º neurónio. Desta forma, cada núcleo motor dos nervos
cranianos recebe 50% das fibras do seu lado (que não cruzaram) e 50% das fibras contra-
laterais (que cruzaram), ou seja, é bilateral.
Esta exceção não acontece nos seguintes casos, em que as fibras cruzam na sua totalidade:
1. Porção inferior do VII (zona dos lábios)
a. Clínica: Uma lesão central (isto é, nas fibras córtico-nucleares que se
destinam ao núcleo motor do VII) implica paralisia apenas no quadrante
inferior da hemi-face do lado oposto (fibras do quadrante inferior cruzam na
sua totalidade). O quadrante superior não apresenta paralisia porque ainda
recebe 50% das fibras ipsilaterais (só perde 50% das fibras contra-laterais)
2. XI
v. Em algumas sebentas fala-se de uma parte desta via que passa atrás da substância nigra (é
mais profunda e por isso recebe o nome de lemniscus profundo) e que constitui a via óculo-
Céfalo-gira. Esta via não foi abordada nas aulas e foi considerada errada nas orais do meu
ano. Não estudem por aí!
c. Vias Extrapiramidais – Fibras que abandonam os núcleos do tronco cerebral e descem para a
espinhal medula
i. Feixe Reticulo Espinhal Ventral
ii. Feixe Reticulo Espinhal Dorsal
iii. Feixe Teto Espinhal
iv. Feixe Rubro Espinhal
v. Feixe Vestíbulo Espinhal
vi. Feixe Olivo Espinhal
P á g i n a | 64
TRONCO CEREBRAL: CONFORMAÇÃO INTERNA
Drenagem venosa
Veias que vêm da EM e que vão drenar para os seios da dura-máter
V. Ponto mesencefálica
V. mesencefálica lateral
V. pônticas
V. recesso lateral do IV ventrículo
V. medula Alongata
V. cisterna cerebelo medular
Cortes
1ª Noção importante: distinguir porção basilar, tegmentum e tectum.
Pedúnculo Cerebral
Anterior ao Tegmentum
Porção Basilar (Mesencéfalo)
Onde correm as vias de projeção ou longas vias (motoras à
(+anterior) Parte Basilar (Ponte)
frente e sensitivas atrás)
Pirâmides (Medula Alongata)
Anterior ao canal central (MA), IV ventrículo (MA e ponte)
ou aqueduto cerebral (Mesencéfalo) e posterior à posição
basilar
Tegmentum
Separado do pedúnculo (só no mesencéfalo) pela
substância nigra, que tem a forma de um crescente
Contém o núcleo vermelho e os núcleos do tronco cerebral
Posterior ao canal central (MA), IV ventrículo (MA e ponte)
ou aqueduto cerebral (Mesencéfalo)
Tectum Não está presente na Ponte e MA, devido ao alargamento
(+posterior) do canal central para formar o IV ventrículo
No mesencéfalo, apresenta os Colículos superiores e
inferiores
Locked-In Syndrome
2ª Noção importante: Localização Relativa das Estruturas
Curiosidades
•Grandes Vias
É uma condição em que o doente está
•Ant: Descendentas
Anterior •Post: Ascendentes consciente e alerta, isto é, com todas as
suas capacidades cognitivas intactas, mas
é incapaz de falar ou se mexer, exceto os
•Formação Reticular
olhos! O doente sofre fechado em si
próprio, sentindo o que o rodeia mas
incapaz de comunicar! Isto ocorre por uma
•Núcleos dos Nervos
Cranianos lesão na parte mais anterior da ponte,
Posterior
onde passam as vias (especialmente as
motoras que são as mais anteriores) por
exemplo, por uma oclusão na a. Basilar ou
NOTA: O prof insistiu bastante nesta ordem
vertebral
P á g i n a | 65
TRONCO CEREBRAL: CONFORMAÇÃO INTERNA
3ª Noção não tão importante: Saber explicar os diferentes cortes detalhadamente, se tiveres paciência para os
estudares. Um conselho, não decores os cortes, usa só para perceberes a localização relativa das estruturas e lê isto
com um atlas ao lado:
P á g i n a | 68
CEREBELO: GENERALIDADES
Cerebelo
Generalidades
Peso: 140g
Diâmetros:
Vertical e ântero-posterior: 5 cm
Transverso: 10cm
Localização:
Constituído por:
Vérmis
o Protuberância ântero-posterior localizada na linha mediana
o Começa na face anterior; posteriormente vai até à incisura cerebelosa posterior; continua-se
inferiormente, tornando-se mais profundo e volumoso; termina na face anterior
Hemisférios Cerebelosos
o Duas massas laterais ao vérmis, separadas deste por sulcos paramedianos
Tem 3 faces:
Conformação Externa
Pode ser descrita de duas maneiras
1) Descrição transversal
A sua superfície externa tem um aspeto anelídeo devido à disposição transversal dos neurónios. Identificam-se
sulcos transversais que limitam lamelas ou folios do cerebelo (correspondente aos giros do cérebro). Os sulcos
podem ser mais profundos (também chamadas fissuras) – limitam lobos – ou mais superficiais – limitam lóbulos.
P á g i n a | 69
CEREBELO: CONFORMAÇÃO EXTERNA
P á g i n a | 70
CEREBELO: CONFORMAÇÃO EXTERNA
Assim, temos a descrever 3 lobos, separados por 4 sulcos ou fissuras principais
Lóbulos
Lobo
Vérmis (A:16) Hemisférios Cerebelosos (B:17)
Porção + ant da parte sup
Língula (B,C:19)
Fundida com o véu medular sup
Anterior
(A,C:18) Lóbulo Central (B,C:20) Asa do Lóbulo Central (A,B,C:22)
Cúlmen (A,B,C:21) Porção + elevada da parte sup Lóbulo Quadrangular (A,B,C:23)
Fissura Primária (A,B,C:24) (Separa lobo ant do lobo post)
Declive (A,C:26) Declina atrás do culmen Lóbulo Simplex (A,B,C:32)
Lóbulo Semilunar Superior
Fólio (A,C:27)
(A,B,C:33)
Fissura Horizontal (A,B,C:34) (Separa face sup da face inf, + precisamente o lóbulo semilunar
superior do inferior)
Lúbulo Semilunar inferior
Posterior
Tuber (A,B,C:28) (A,B,C:35)
Lóbulo Grácil* (C:36)
Pirâmide (B,C:29) Lóbulo Bivalente (B,C:37)
Fissura Secundária (B,C:30) (Separa lóbulo bivalente da tônsila)
Úvula (B,C:31) Tônsila (B,C:38)
Fissura Postero-Lateral (B,C:39)
Porção +ant da parte inf
Flóculo-nodular Nódulo (B:40) Flóculo(B:41)
Funde-se com o véu medular inf
* Entre o lóbulo semilunar inferior e o lóbulo bilateral
40
P á g i n a | 71
CEREBELO: CONFORMAÇÃO EXTERNA
Ainda temos a descrever:
Valécula (B:14)
o Na face inferior
o Sulco mediano e inferior entre os dois hemisférios cerebelosos
o Onde está alojada a Medula Alongata
Véu Medular Superior
o Liga os pedúnculos cerebelosos superiores
o Fundido com a língula
o Fecha o IV ventrículo
Véu Medular Inferior
o Liga o flóculo ao nódulo
Freio do Véu Medular
o Une o véu medular superior ao sulco cruciforme
o Local de emergência do IV
Ângulo cerebelo-pôntico
o De grande importância clínica por ser o local
onde se desenvolvem muitos tumores
NOTAS:
2) Descrição longitudinal
Permite uma melhor ligação entre a estrutura externa e a estrutura interna. Divide-se em:
Vérmis
o Protuberância ântero-posterior localizada na linha mediana
o Começa na face anterior; posteriormente vai até à incisura cerebelosa posterior; continua-se
inferiormente, tornando-se mais profundo e volumoso; termina na face anterior
Para-vérmis
o Porção medial dos hemisférios cerebelosos
Porção lateral dos hemisférios cerebelos
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CEREBELO: CONFORMAÇÃO INTERNA
Conformação Interna
O cerebelo é constituído por (de fora para dentro):
• Cortex Cerebeloso
+Ext
• Substância Branca
• Núcleos centrais
+Int
Córtex Cerebeloso
É constituído por 3 camadas (o cérebro tem 6)
Substância Branca
Também chamada de árvore da vida.
Fibras Musgosas
o Predominantes (+90%)
Fibras trepadeiras
o Provenientes da Oliva Inferior (Ver Tronco Cerebral)
o Vão diretamente às células de Purkinje (ver trajeto do estímulo, à frente)
Núcleos Centrais
1. Núcleo Dentado (+lateral e posterior)
2. Núcleos Interpostos
a. Posterior – Globosos
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CEREBELO: CONFORMAÇÃO INTERNA
b. Anterior – Emboliforme
3. Núcleo Fastigial (+medial e anterior; o maior)
a. Une-se ao do lado oposto e forma uma ferradura
NOTA: Faz um arco completo; as fibras trepadeiras vão diretamente às células de Purkinje
Camada Molecular
Células de Purkinje
Camada Granulosa
Medula Espinhal
N. Vestibular
Córtex
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CEREBELO: ORIGEM FILOGENÉTICA DO CEREBELO
Origem Filogenética do Cerebelo
De um ponto de vista filogenético, isto é, seguindo a evolução das espécies, o cerebelo é constituído por 3 partes:
Assim, temos a descrever 3 vias distintas, uma por cada porção do cerebelo:
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CEREBELO: ORIGEM FILOGENÉTICA DO CEREBELO
Via do Arqueocerebelo
Recetor (dendrites)
Máculas (utrículo e sáculo) – movimentos lineares
Cúpula desloca-se para o quinocílio: despolariza
Cípula desloca-se no sentido oposto hiperpolariza
e ampôlas (Canais semicirculares) – movimentos angulares
Movimento da membrana otolítica
Células Granulosas
As dendrites do 1º neurónio estão no órgão vestibular e o corpo celular (o neurónio é pseudo-unipolar) está no
gânglio vestibular (no meato acústico interno). Daqui partem os axónios que veiculam o VIII e chegam ao Tronco
Cerebral. Aqui, os axónios podem ir diretamente para o cerebelo (via PCI) ou fazer sinapse como um 2ºN no núcleo
vestibular. Ao entrarem no cerebelo passam a chamar-se fibras musgosas (que são excitatórias) que fazer sinapse
com as células da camada granulosa (também podendo dar um colateral excitatório para o núcleo central, neste
caso, o núcleo fastigial e núcleo vestibular). As células da camada granulosa emitem as fibras paralelas que fazem
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CEREBELO: ORIGEM FILOGENÉTICA DO CEREBELO
sinapse com as dendrites das células de purkinge que estão na camada molecular. O impulso percorre as células de
purkinge que são inibitórias (o neurotransmissor é o GABA) cujo axónio vai inibir ao núcleo central.
Apresar de tecnicamente o Núcleo Vestibular estar fora do cerebelo, considera-se como se fosse um núcleo do
cerebelo porque funcionalmente é. O professor considera-o tão importante que às vezes diz que vai tudo para lá,
considerando as eferências para o núcleo fastigial muito acessórias. Do núcleo vestibular, a maioria dos axónios vão
para o feixe vestíbulo-espinhal (importância extra-piramidal). No entanto, alguns axónios constituem o feixe
longitudinal medial (descrito no Tronco Cerebral) envolvido na estabilização do olhar.
Funções: Equilíbrio
Equilíbrio:
o Controlo axial: Alargamento do polígono de sustentação
Tónus: ajustamento – músculos anti-gravidade (extensores)
Reflexos vestibulares
o Controlo dos movimentos da cabeça e olhos – evita os Nistagmos
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CEREBELO: ORIGEM FILOGENÉTICA DO CEREBELO
Via do Paleocerebelo
Recetor
Fuso Neuromuscular
Sensibilidade Propriocetiva Inconsciente
1ºN GG Espinhal
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CEREBELO: ORIGEM FILOGENÉTICA DO CEREBELO
Descrição dos pontos chave do esquema
As dendrites do 1º neurónio estão nos músculos. O impulso nervoso percorre um n. periférico que eventualmente
atinge um n. espinhal. Veicula então a raiz posterior do n. espinhal, tendo o corpo celular (é pseudo-unipolar) no
gânglio espinhal.
Se o impulso tiver origem no membro superior, o axónio faz sinapse com o 2º neurónio no n. do istmo, cujo axónio
cruza, sobe pelo feixe espinho cerebeloso anterior contra lateral, cruza outra vez na ponte e entra no cerebelo pelo
PCS. Como cruza duas vezes, o 2º cruzamento “desfaz” o 1º e o impulso que chega ao cerebelo é ipsilateral.
Se o impulso tiver origem no membro inferior ou tronco, faz sinapse com o 2º neurónio no n. torácico, cujo axónio
não cruza, sobe pelo feixe espinho cerebeloso posterior e entra no cerebelo pelo PCI (do mesmo lado também).
Existe uma terceira possibilidade. Como não existe n. do istmo acima de C8, o axónio do 1º neurónio sobe pelo feixe
cuneiforme (onde estão os axónios da sensibilidade propriocetiva consciente) e faz sinapse com o 2º neurónio no
núcleo cuneiforme acessório, cujo axónio entra no cerebelo pelo PCI. O professor considera este trajeto alternativo
muito acessório e por vezes nem o refere.
Os axónios que entram no cerebelo designam-se fibras musgosas e fazem sinapse com os neurónios da camada
granulosa, que emitem as fibras paralelas que fazem sinapse com as dendrites das células de purkinge que estão na
camada molecular. As células de purkinge emitem axónios que vão inibir o núcleo central.
Se as aferências cerebelosas forem para o córtex do vérmis – as eferências são para o núcleo fastigial (uma minoria)
Se as aferências forem para o cortéx do para-vérmis – as eferências são para os núcleos interpostos (maioria). Daqui
partem axónios que vão para o tálamo e daí para o córtex modulando as respostas motoras vountárias (via cortico-
espinhal) e partem axónios que vão para o núcleo vermelho magnocelular.
Fibras arqueadas externas posteriores (não abordadas nas aulas, mas tem originado confusões) – originadas no
núcleo cuneiforme acessório (face lateral), seguem para o PCI sem cruzar para o lado oposto; substituem o feixe
espinho cerebeloso posterior acima de C8, porque a partir daí não possuem o núcleo torácico.
NOTA: Os músculos extensores permitem a manutenção da postura, sendo assim considerados antigravidade e
permitindo a locomoção. As fibras inibem os alfa-motoneurónios
Funções
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CEREBELO: ORIGEM FILOGENÉTICA DO CEREBELO
Via do Neocerebelo
Feixe cerebelo-dentado
N. Dentado
N. Vermelho Tálamo
Porção parvocelular NVL
Ou neorubro
Oliva Inferior
Do córtex cerebral partem axónios que fazem sinapse com o 2º neurónio nos núcleos da ponte, cujo axónio entra no
cerebelo via PCM constituindo fibras musgosas que vão ao córtex cerebeloso do neocerebelo. Aqui fazem sinapse
com as células da camada granulosa que emite fibras paralelas que fazem sinapse com as céluas de purkinje que vão
inibir o núcleo dentado.
O núcleo dentado emite axónios que vão para o núcleo vermelho e axónios que vão para o tálamo.
Os axónios que vão para o núcleo vermelho fazem sinapse aí e depois na oliva inferior. Uma lesão no núcleo
vermelho pode provocar degeneração da oliva inferior por causa destes neurónios, com consequente contração do
M. do Véu do Palato e mioclonias do véu do palato. Da oliva inferior partem axónios que voltam para o cerebelo
constituíndo as fibras trepadeiras (e não musgosas), porque desta vez vão fazer sinapse diretamente com as células
de purkinje, formando assim um loop.
Os axónios que vão para o Tálamo fazem aí sinapse com outro neurónio que vai para o córtex permitindo a correção
do movimento.
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CEREBELO: ORIGEM FILOGENÉTICA DO CEREBELO
Esta via é ativada em simultâneo com a via piramidal, para fazer a coordenação na execução motora
Lesão:
Assegura regulação:
Vias vestibulares
Vias sensitivas
Vias motoras
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CEREBELO: CLÍNICA
Clínica
Funções do Cerebelo
Lesão no cerebelo
A destruição do cerebelo não provoca paralisias nem perturbação da perceção, pois não provoca
interrupções nas vias córtico-espinhal ou espinho-talâmica;
Mas há perdas extrapiramidais homolaterais!
Traduz-se por:
o Ataxia – perturbação na coordenação dos movimentos voluntários e dos atos automáticos;
o Dismetria – falta de coordenação entre os músculos axiais e apendiculares, o que provoca
hipermetria (no decurso do movimento voluntário a correção da deslocação é excessiva, o
movimento é demasiado rápido, quer em amplitude quer em brusquidão; prova dedo-nariz);
o Disdiadococinésia – lentidão dos movimentos, pois há perda da capacidade natural de fazer
movimentos rápidos e alternados (prova: movimento repetido da mão com a palma da mão);
o Nistagmo – falta de coordenação dos músculos do bolbo ocular;
o Disartria – perturbação na expressão da fala (músculos da laringe);
o Hipotonia – dá aos indivíduos um aspeto de boneco desarticulado: há desvio da marcha e uma
tendência à queda do lado da lesão.
NOTA: as lesões no cerebelo dão sempre perturbações do lado da lesão já que a maior parte das fibras não cruza a
linha mediana, e as que cruzam voltam a cruzam descruzando.
Outra NOTA: sempre que axónios vão ao córtex do cerebelo significa que fazem conexão com as células de Purkinje
Lesão no Arqueocerebelo
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CEREBELO: VASCULARIZAÇÃO ARTERIAL
Incapacidade de traduzir informações vestibulares em coordenação do movimento dos olhos
Dificuldade em controlar músculos da postura
Lesão no Paleocerebelo
Lesão no Neocerebelo
Tremor, mais intenso nas extremidades durante movimentos voluntários e particularmente severo no fim do
movimento
Assinergias, dismetria
Disdiadococinésia – incapacidade de executar rápidas mudanças de movimentos antagonistas
Vascularização arterial
A. Vertebral
o PICA – Face inferior
A. Basilar
o AICA – Lobo flóculo-nodular
o A. cerebelosa superior – Face superior
Drenagem venosa
Grupo medial (drena vérmis e porções adjacentes dos hemisférios)
V. pré-central do cerebelo
V. superior do vérmis
V. inferior do vérmis
Porções mediais das v. Cerebelosas sup e inf
Perguntas:
1. Vários estudos têm abordado os efeitos do etanol (álcool) no cerebelo. Por exemplo, sabe-se que o etanol
vai desequilibrar as vias de transmissão GABAérgicas. Enuncie os vários sintomas clínicos de um doente com
lesão no cerebelo e compare-os com os de uma pessoa alcoolizada.
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CÉREBRO OU PROSENCÉFALO: INTRODUÇÃO
Cérebro ou Prosencéfalo
Introdução
Como vamos abordar o cérebro ou prosencéfalo:
1. Conformação externa
2. Conformação interna
3. Perspetiva funcional
Como tal, vamos organiza-lo de formas diferentes e segundo critérios diferentes em cada uma das secções:
Plano Embriológico – abordado na conformação externa, pois permite refletir melhor as diferenças entre estruturas
e assim descrevê-las de um ponto de vista anatómico.
1. Diencéfalo
2. Telencéfalo
Plano Filogenético – abordado na conformação interna; ao refletir a evolução das espécies, pondo em evidência
quais as partes mais arcaicas e as mais modernas, permite clarificar de que forma as várias estruturas estão
interligadas
1. Paleoencéfalo (+antigo)
a. Diencéfalo + corpo estriado telencefálico
b. Personalidade inconsciente e involuntária
c. Humor e reações espontâneas
2. Neoencéfalo (+recente)
a. Córtex cerebral + substância branca telencefálica + Ventrículos laterais + Comissuras inter-
hemisféricas
b. Personalidade consciente e voluntária
Plano funcional segundo Paul MacLean (1952) – abordado na perspetiva funcional. Segundo este plano, o cérebro já
inclui estruturas além do prosencéfalo, estando dividido em:
Tem uma forma ovoide, com um peso de 1500g no homem, 1400g na mulher. Mede 16x14x12 cm
NOTA: um défice de irrigação ao nível do córtex é menos grave que ao nível do diencéfalo e tronco cerebral, porque
há confluência das fibras.
Prosencáfalo
Diencéfalo Telencéfalo
Comissuras
Hipotálamo inter-
hemisféricas
Ventrículos
III Ventrículo
Laterais
Substância
Subtálamo
Branca
Epitálamo
1. Tálamo
2. Hipotálamo
3. III Ventrículo
4. Hipófise
5. Subtálamo
6. Epitálamo
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CÉREBRO OU PROSENCÉFALO: ESTRUTURA EXTERNA
Importante: Limite superior do mesencéfalo, que o separa do diencéfalo: tractus óptico
Está dividido em duas partes, sendo que cada uma delas está de cada lado do III ventrículo
Pólo anterior
o É arredondado e está separado do fórnix pelo foramen interventricular (este faz a comunicação entre
o III ventrículo e os ventrículos laterais)
Pólo posterior
o É expandida e forma o núcleo pulvinar que apresenta duas pequenas elevações na face inferior da
sua porção lateral: os corpos geniculados lateral e medial (formam o Metatálamo)
Face Medial
o Constitui a parte superior da parede lateral do III ventrículo;
o As faces mediais dos dois tálamos estão unidos pela adesão intertalâmica
o Apresenta a Estria Medular do Tálamo (abordada na via olfativa)
Face Lateral
o Está em contacto com a cápsula interna e o núcleo lenticular
Face superior
o Está em contacto com o núcleo caudado
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CÉREBRO OU PROSENCÉFALO: ESTRUTURA EXTERNA
o Tem um sulco para os plexos coroides, que está coberto pela Tela Coroideia
Face Inferior
o Encontra-se o hipotálamo e o III ventrículo
Apresenta núcleos que vão estar relacionados com a fisiologia de praticamente todo o organismo – pesa apenas 6 a
8g mas controla praticamente 90% da homeostasia do organismo.
Anteriormente
o Estende-se até à região do quiasma óptico
Posteriormente
o Separado do Subtálamo pela parte posterior dos corpos mamilares
Superiormente
o Separado do tálamo pelo sulco hipotalâmico
Inferiormente
o Apresenta, de anterior para posterior:
Infundíbulo
Tuber cinereum
Muito perguntado em oral: é o espaço entre os corpos mamilar e o quiasma óptico
Corpos mamilares
Medialmente
o Andar hipotalâmico do III Ventrículo
Comunica com o IV ventrículo pelo aqueduto cerebral. Comunica com os ventrículos laterais pelo foramen
interventricular – espaço deixado entre o polo anterior do tálamo e a coluna do fórnix.
A parede anterior
o Quiasma óptico
o Vê-se a Comissura anterior
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CÉREBRO OU PROSENCÉFALO: ESTRUTURA EXTERNA
o Lâmina ou Estria Terminalis: Fina lâmina que liga o corpo amigdaloide à zona da comissura anterior
(abordado na conformação interna, nomeadamente no hipotálamo e no sistema límbico)
A parede posterior
o Corpo pineal
o Orifício superior do aqueduto cerebral
o Espaço interpeduncular superior
As paredes laterais
o Divido em dois andares pelo sulco hipotalâmico ou ventral diencefálico
o Andar superior ou talâmico
Paredes mediais do tálamo
Adesão intertalâmica
Anteriormente apresenta o Foramen interventricular
o Andar inferior ou hipotalâmico
Paredes laterais do hipotálamo
A parede superior
o Fórnix
o Tela coroideia
Lateralmente inserida na ténia do tálamo
Onde se insere o plexo coroide
o Plexo coroide
No teto do III ventrículo
Contínuo anteriormente com o Plexo coroide dos ventrículos laterais via foramen
interventricular
A parede inferior
o Pedúnculos cerebrais (mesencéfalo)
Apresenta recessos
Tem 2 lobos
Anterior ou adeno-hipófise
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CÉREBRO OU PROSENCÉFALO: ESTRUTURA EXTERNA
o Produz e secreta hormonas
o Deriva do epitélio da faringe
o Constituída por:
Pars distalis
Pars intermedia
Pars tuberalis
Posterior ou neuro-hipófise
o Armazena e secreta neuropéptidos seguindo ordens do hipotálamo (abordado em mais detalhe na
estrutura interna do hipotálamo):
Núcleo paraventricular – oxitocina
Núcleo supraóptico – vasopressina (=ADH)
o Para poder libertar estas substâncias na corrente sanguínea, a neuro-hipófise não apresenta barreira
hemato-encefálica – o endotélio dos vasos é fenestrado para permitir trocas
A neuro-hipófise acaba por ser uma extensão do hipotálamo, enquanto a adeno-hipófise tem origem no epitélio do
teto faríngeo.
Subtálamo
Separado do hipotálamo pela parte posterior dos corpos mamilares
Faz a união entre o diencéfalo e o mesencéfalo, pois liga-se ao tegmentum mesencefálico, sendo a extensão
craniana deste.
Zona incerta – continuação basal dos núcleos reticulares do tálamo e outras estruturas. Situa-se no caminho entre o
globus palidus e o tegmentum do diencéfalo (FENEIS 300.19)
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CÉREBRO OU PROSENCÉFALO: ESTRUTURA EXTERNA
Glândula pineal
A glândula pineal está topograficamente livre na lâmina Glândula Pineal: a
quadrigeminal. Encontra-se posteriormente ao tálamo e
superiormente aos colículos.
alma e o corpo
Recebe feixes do hipotálamo. Curiosidades
Função: produzir melatonina para regular o ciclo circadiano Será que somos apenas um conjunto
(abordado na estrutura interna do prosencéfalo). de células? Ou será que existe uma
Na vida adulta calcifica parcialmente – por isso pode aparecer entidade transcendente ao corpo –
em branco em radiografias. uma alma?
Habénula Segundo Descartes, somos
Estrutura triangular onde se insere a glândula pineal.
constituídos por uma res extensa
É constituída por: (domínio físico) e res cogitans (alma
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CÉREBRO OU PROSENCÉFALO: ESTRUTURA EXTERNA
Aferências: Thieme Página 225
Núcleos Septais (via olfativa)
Outras aferência (pouco
Importantes)
N. Habenular
A habénula relaciona-se ainda com 2 comissuras, não abordadas nas aulas, mas como algumas sebentas falam delas
eu pus aqui para não confundir:
Telencéfalo
Constitui a maior parte do Encéfalo
É constituído por:
1. Córtex cerebral
2. Comissura inter-hemisféricas
3. Substância branca subcortical
4. Corpo estriado
5. Ventrículos laterais
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CÉREBRO OU PROSENCÉFALO: ESTRUTURA EXTERNA
Córtex cerebral
Os dois hemisférios cerebrais estão unidos pelas chamadas formações inter-hemisféricas
Entre eles encontra-se a fissura cerebral longitudinal, que contém uma reflexão da dura-máter, a foice do cérebro, e
ainda as artérias cerebrais anteriores
A sua face inferior está separada da face superior do cerebelo por outra reflexão da dura-máter, a tenda do cerebelo
Cada um dos hemisférios está dividido em lobos e giros por sulcos, o que aumenta de forma máxima a área de
superfície do córtex cerebral
Face súpero-lateral
Está dividida numa porção frontal, temporal, parietal e occipital pelos:
Sulco Central
o Separa o lobo frontal do lobo parietal
Sulco Lateral
o Separa os lobos frontal e parietal do lobo temporal
o Divide-se em três ramos
Ramo anterior
Ramo ascendente
Ramo posterior
o Esconde o lobo da ínsula;
Incisura pré-occipital – e NÃO sulco parieto-occipital (que está na face medial)
o Separa os lobos parietal e temporal do lobo occipital.
Frontal
Encontra anteriormente ao sulco central e superiormente ao sulco lateral.
P á g i n a | 92
CÉREBRO OU PROSENCÉFALO: ESTRUTURA EXTERNA
Sulcos
o Sulco Pré-Central
Paralelo ao sulco central
o Sulco Frontal Superior
Inicia-se na porção superior do sulco pré-central e dirige-se anteriormente no lobo frontal. É
perpendicular a ele.
o Sulco Frontal Inferior
Partindo da porção inferior do sulco pré-central, dirige-se para frente e para baixo.
Giros
o Giro Pré-Central
Entre o sulco pré-central e o sulco central;
Área motora principal
o Giro Frontal Superior
Superiormente ao sulco frontal superior;
o Giro Frontal Médio
Entre os sulcos frontais superior e inferior;
o Giro Frontal Inferior
Inferiormente ao sulco frontal inferior
Está dividido em três porções:
Porção Orbitária, por baixo do ramo anterior do sulco lateral;
Porção Triangular, entre os ramos anterior e ascendente do sulco lateral;
Porção Opercular, entre os ramos ascendente e posterior do sulco lateral;
Porção triangular e opercular – Centro da linguagem motora
P á g i n a | 93
CÉREBRO OU PROSENCÉFALO: ESTRUTURA EXTERNA
Temporal
Encontra-se anteriormente ao sulco perpendicular e inferiormente ao sulco lateral
Sulcos
o Sulco Temporal Superior
Inicia-se próximo ao polo temporal e dirige-se para trás paralelamente ao ramo posterior do
sulco lateral, terminando no lobo parietal.
o Sulco Temporal Inferior
Paralelo ao sulco temporal superior é geralmente formado por duas ou mais partes
descontinuas.
Giros
o Giro Temporal Superior
Superiormente ao sulco temporal superior
Comunica com o lóbulo parietal inferior
o Giro Temporal Médio
Situa entre os sulcos temporais superior e inferior
o Giro Temporal Inferior
Situa inferiormente ao sulco temporal inferior
P á g i n a | 94
CÉREBRO OU PROSENCÉFALO: ESTRUTURA EXTERNA
o Giros Temporais transversos de Heschl
Afastando-se os lábios do sulco lateral, aparece o seu pavimento, que é parte do giro temporal
superior. A porção superior deste assoalho é atravessada por pequenos giros transversais, os
giros temporais transversos, dos quais o mais evidente é o giro temporal transverso anterior.
Esse é importante pois se localiza o centro cortical da audição.
Na porção interna do lábio inferior do ramo posterior do sulco lateral – tem de se afastar os
lábios do sulco lateral para se poder ver
Giro transverso anterior – Via acústica
Giro transverso posterior – opérculo temporal
Parietal
Encontra posteriormente ao sulco central e superiormente ao sulco lateral.
Sulcos (formam um T)
o Sulco Pós-Central
Posterior e paralelo ao sulco central
o Sulco Intra-Parietal
É perpendicular ao sulco pós-central (com o qual pode estar unido) e estende-se para trás
para terminar no lobo occipital.
P á g i n a | 95
CÉREBRO OU PROSENCÉFALO: ESTRUTURA EXTERNA
Giros
o Giro Pós-Central
Entre o sulco central e o sulco pós-central;
Vias da sensibilidade
o Lóbulo Parietal Superior
Superiormente ao sulco intra-parietal;
Centro da linguagem sensitiva
o Lóbulo Parietal Inferior
Centro da linguagem sensitiva
Inferiormente ao sulco intra-parietal (comunica com o giro temporal superior)
Está dividido em duas porções:
Giro Supra-Marginal – à volta do sulco lateral
Giro Angular – à volta do sulco temporal superior
Occipital
O Lobo Occipital, que se encontra posteriormente ao sulco perpendicular, apresenta os sulcos occipital superior e
occipital inferior, que o dividem em:
Sulcos
o Sulco Occipital Superior
Separa o giro occipital superior do giro occipital médio;
o Sulco Occipital Inferior
Separa o giro occipital médio do giro occipital inferior;
Giros
o Giro Occipital Superior
Superiormente ao sulco occipital superior;
o Giro Occipital Médio
Entre os sulcos occipitais superior e inferior;
P á g i n a | 96
CÉREBRO OU PROSENCÉFALO: ESTRUTURA EXTERNA
o Giro Occipital Inferior
Inferiormente ao sulco occipital inferior;
Ínsula
O Lobo da Ínsula, com uma forma triangular, encontra-se profundamente e só é visível quando se afastam os lábios
do sulco lateral.
A ínsula tem forma cónica e o seu ápice, voltado para baixo e para frente, é denominado de límen da ínsula – está na
junção com a substância perfurada anterior, lateral ao tractus óptico
Ínsula
o Sulco circular
Circunda a ínsula no seu bordo superior
o Sulco central
Parte do sulco circular, na porção superior da ínsula, e dirige-se no sentido ântero-inferior.
Divide a ínsula em duas partes: giros longos e giros curtos.
Giros
o Giros curtos
Anteriormente ao sulco central da ínsula
São 3
o Giros longos
Posteriormente ao sulco central da ínsula
São 2
P á g i n a | 97
CÉREBRO OU PROSENCÉFALO: ESTRUTURA EXTERNA
Sistematizando:
P á g i n a | 98
CÉREBRO OU PROSENCÉFALO: ESTRUTURA EXTERNA
Face medial
Dividida numa porção fronto-parietal e numa porção occipital pelo sulco parieto-occipital (o verdadeiro!).
Giros
o Giro do Cíngulo
Encontra-se entre o sulco do cíngulo e o sulco do corpo caloso;
Contorna o corpo caloso
P á g i n a | 99
CÉREBRO OU PROSENCÉFALO: ESTRUTURA EXTERNA
Posteriormente apresenta o Istmo do giro do cíngulo
Área constringida onde contacta giro parahipocampal
Posterior e inferiormente ao esplénio e ao corpo caloso
o Lóbulo Para-Central (membro inferior)
Face interna dos giros pré-central e pós-central
Encontra-se entre o sulco para-central e o sulco marginal;
Na parte anterior e posterior deste lóbulo localizam-se as áreas motoras e sensitivas
relacionadas com o membro inferior
o Lóbulo Pré-Cúneo
Encontra-se entre o sulco marginal e o sulco parieto-occipital;
o Giro Frontal Superior
Localiza-se acima do sulco frontal superior
Lobo Occipital
Sulcos
o Sulco Calcarino (centro da visão)
Inicia-se abaixo do esplénio do corpo caloso e tem um trajeto arqueado em direção ao polo
occipital.
Nos lábios do sulco calcarino localiza-se o centro cortical da visão.
o Sulco Parieto-Occipital (interno)
Separa o lobo occipital do lobo parietal.
P á g i n a | 100
CÉREBRO OU PROSENCÉFALO: ESTRUTURA EXTERNA
Giros
o Lóbulo Cúneo
Entre o sulco parieto-occipital e o sulco calcarino
É um giro complexo de forma triangular. Adiante do cúneos, no lobo parietal, temos o pré-
cúneos.
o Giro occipito temporal medial (Giro Lingual)
Inferiormente ao sulco calcarino
Continua anteriormente com o giro para-hipocampal, do lobo temporal.
Sistematizando:
P á g i n a | 101
CÉREBRO OU PROSENCÉFALO: ESTRUTURA EXTERNA
P á g i n a | 102
CÉREBRO OU PROSENCÉFALO: ESTRUTURA EXTERNA
Face inferior
É dividida numa parte frontal e numa parte temporo-occipital pelo sulco lateral.
Nesta face, o sulco lateral começa no espaço perfurado anterior e vai para a face súpero-lateral.
Lobo temporal
Sulcos
o Sulco Occipito-temporal
Entre os giros temporal inferior e occipito-temporal lateral
o Sulco Colateral
Inicia-se próximo ao polo occipital e se dirige para frente
Separa o giro temporo-occipital lateral do giro temporo-occipital medial
Pode ser contínuo com o sulco rinal
o Sulco Rinal
Separa a parte mais anterior do giro temporo-occipital lateral do giro parahipocampal;
o Sulco calcarino
Vem da face medial do cérebro
Na sua porção anterior dá o sulco antecalcarino (não visível na imagem) que separa o giro
temporo-occipital medial em 2 andares, o andar de cima pertence ao hipocampal
o Sulco do hipocampo
Origina-se na região do esplénio do corpo caloso, onde continua com o sulco do corpo caloso
e se dirige para o polo temporal, onde termina separando o giro parahipocampal do úncus.
Giros
o Giro Temporo-Occipital Lateral ou Fusiforme
P á g i n a | 103
CÉREBRO OU PROSENCÉFALO: ESTRUTURA EXTERNA
Entre o sulco temporo-occipital e os sulcos colateral e rinal;
Está localizado na região lateral da face inferior do cérebro circundando o giro occipito-
temporal medial e o giro para-hipocampal.
o Giro Temporo-Occipital Medial
Entre o sulco colateral e o sulco calcarino;
Entre o giro occipito-temporal lateral, giro para-hipocampal e o istmo do cíngulo.
Anteriormente separado do giro para-hipocampal pelo sulco antecalcarino (?)
Também na face medial do cérebro, mas ocupa uma área significativa na face inferior.
A sua parte mais posterior constitui o Giro Lingual
o Giro Parahipocampal
Entre o sulco rinal e o sulco parahipocampal
A porção anterior do giro parahipocampal curva em torno do sulco do hipocampo para formar
um gancho – o uncus – que contacta com o hipocampo, que está por cima.
1. Relativamente à conformação interna (explorada + à frente), o córtex do giro
parahipocampal tem 6 camadas (neocórtex), mas o do hipocampo só tem 3
(arqueocórtex). Há, assim, uma zona de transição com mesocórtex (entre 3 e 6
camadas) entre os dois – o subículo
2. O córtex entorrinal corresponde à porção anterior do giro parahipocampal, que
comunica com o subículo
Posteriormente:
1. Está separado do giro temporo-occipital medial pelo sulco antecalcarino (?)
2. Liga-se ao istmo do cíngulo.
o Assim o úncus, giro para-hipocampal, o istmo cíngulo e o giro do cíngulo estão
em contacto e constituem o lobo ou anel límbico, parte importante do
sistema límbico.
P á g i n a | 104
CÉREBRO OU PROSENCÉFALO: ESTRUTURA EXTERNA
Lobo Frontal
Sulcos
o Sulco Lateral (é o único primário desta face)
Separa o lobo frontal do lobo temporo-occipital;
o Sulco Olfativo
Profundo e de direção ântero-posterior
Onde se encontra o tractus olfativo (encontra-se no giro olfativo), que origina as faixas
olfativas e que separa o giro recto dos giros orbitários;
o Sulco Orbitário
Com forma de H, que divide os vários giros orbitários;
Giros
o Giro Recto
Entre o sulco olfativo e o bordo medial desta face;
Continua dorsalmente como giro frontal superior
o Giros Orbitários, que se encontram lateralmente ao sulco olfativo e que são divididos pelo sulco
orbitário;
P á g i n a | 105
CÉREBRO OU PROSENCÉFALO: ESTRUTURA EXTERNA
P á g i n a | 106
CÉREBRO OU PROSENCÉFALO: ESTRUTURA EXTERNA
Comissuras Inter-hemisféricas
Estruturas que ligam os dois hemisférios
cerebrais, possibilitando a passagem de
fibras através delas, de um hemisfério para
o outro.
1. Corpo caloso
2. Comissura anterior
3. Fórnix – é uma comissura
“especial”
Comissura Posterior – não é
comissura inter-hemisférica porque não está nos hemisférios cerebrais
Está por cima do fórnix, separados pelo septo pelúcido, no fundo da fissura longitudinal
Rostrum (B:10)
o Parte delgada da extremidade anterior
o Continua-se posteriormente com a lâmina terminal
Joelho (B:9)
o Parte anterior que se curva para baixo, à frente do septo pelúcido
Corpo (B:8)
o Maior parte do corpo caloso, que se estende do joelho ao esplénio
Esplénio ou Borbolete (B:7)
o Parte posterior, mais espessa
Indusium grisium
Rodeado de:
o Estria longitudinal medial (≠ Estria Olfativa Medial)
Banda longitudinal medial com fibras brancas
Faz parte do cérebro olfativo
P á g i n a | CVII
CÉREBRO OU PROSENCÉFALO: ESTRUTURA EXTERNA
o Estria longitudinal lateral (≠ Estria Olfativa Lateral)
Banda coberta lateralmente pelo giro do cíngulo
Faz parte do cérebro olfativo
Esta parte não foi abordada nas aulas, como curiosidade:
o Anteriormente recebe aferências da estria olfativa medial (≠ estria longitudinal medial) (vão perceber
quando estudarem a via olfativa) – recebe cheiros
o Posteriormente continua-se com o Giro fasciolaris
Convolução que passa à volta do esplénio do corpo caloso
O giro fasciolaris posteriormente ainda se continua com o girus dentado – que pertence ao
sistema límbico (vai ser estudado depois) – dando emoção ao cheiro
Fórnix
É uma comissura “especial” porque as suas fibras são na sua maioria longitudinais. Só as da comissura do fórnix é
que cruzam.
Conjunto de fibras que liga o hipocampo (área cortical invaginada dentro da porção inferior do prolongamento
temporal do ventrículo lateral) e os corpos mamilares – abordado no sistema límbico
Constituído por:
P á g i n a | CVIII
CÉREBRO OU PROSENCÉFALO: ESTRUTURA EXTERNA
o Contorna o pulvinar
o Une-se com o contra-lateral para formar o corpo
Corpo do fórnix (B:23)
o Porção mediana e ímpar do fórnix
Colunas do fórnix (B:25)
o Porção anterior do fórnix
o Situada parcialmente na parede do III Ventrículo
o Vai até aos corpos mamilares
Comissura do fórnix
P á g i n a | CIX
CÉREBRO OU PROSENCÉFALO: ESTRUTURA EXTERNA
NOTA: entre o corpo caloso e o fórnix existe uma lâmina chamada septo pelúcido, abordado na substância branca
subcortical
Estria terminal
o Banda longitudinal de fibras mielinizadas no ângulo entre o tálamo e o núcleo caudado, por cima da
veia tálamo-estriada.
o Vai do corpo amigdaloide até à zona da comissura anterior
o Assim, os dois corpos amigdaloides estão em contacto (através da comissura anterior)
Comissura posterior
Não é uma comissura inter-hemisférica, porque não está os hemisférios cerebrais – está no mesencéfalo.
Faz comunicar os núcleos acessórios do III par craniano. É graças a ela que temos o reflexo consensual.
Ventrículos Laterais
Cavidades ventriculares do telencéfalo, cada um situado num hemisfério cerebral
Corpo
o Ocupa o lobo parietal
o Por cima do tálamo e por baixo do corpo caloso
Prolongamento anterior ou frontal
o Ocupa o lobo frontal
o Parede medial: septo pelúcido (separa do prolongamento frontal contra lateral)
o Parede lateral: cabeça do núcleo caudado
P á g i n a | CX
CÉREBRO OU PROSENCÉFALO: ESTRUTURA EXTERNA
o Parede superior: corpo do corpo caloso
o Parede anterior e inferior: rostrum e joelho do corpo caloso
Prolongamento posterior ou occipital
o Ocupa o lobo occipital
o Único sem plexo coroide
Prolongamento inferior
o Ocupa o lobo temporal
o Há uma porção do córtex que está invaginada neste prolongamento – o hipocampo
Lâmina afixa (FENEIS) – pavimento do ventrículo lateral, entre a estria terminal e a ténia coroideia
Relações:
Núcleos basais
1. Corpo Estriado
o Lateralmente ao tálamo, separado deste pelo sulco tálamo-estriado
o Inclui 2 núcleos, separados pela cápsula interna:
Núcleo caudado
Forma de vírgula
Constituído por cabeça, corpo e cauda, que termina no corpo amigdaloide
Relações íntimas
o Medial: Ventrículo lateral (segue-o, sendo uma referência importante para o
identificar em cortes)
o Lateral: Cápsula interna, que o separa do putamen (estando unidos por feixes
que parecem estrias)
Acompanha os ventrículos laterais!
Núcleo lenticular
Ampla base convexa, com vértice disposto medialmente
Constituído por:
o Putamen
Mais externo e mais escuro
o Globus Palidus
Mais interno e mais claro
P á g i n a | CXI
CÉREBRO OU PROSENCÉFALO: ESTRUTURA EXTERNA
Dividido numa porção lateral e numa porção medial
Relações íntimas
o Medial: cápsula interna
o Lateral: cápsula externa (separa-o do claustro)
Algumas designações que vão ser exploradas mais à frente, na estrutura interna e fisiologia destes núcleos:
Arqueoestriatum Amígdalas
Só tem 3 camadas e não 6 como o córtex cerebral
Paleoestriatum Globus Palidus
Neoestriatum Dorsal ou só Estriatum N. caudado e putamen
Neoestriatum Ventral Cabeça do N. caudado – N. accunbens
Corpo estriado Paleoestriatum + Neoestriatum ou
N. caudado + N. lenticular
Núcleo lenticular Putamen + Globus Palidus
NOTA: A classificação do núcleo amigdaloide e claustro como núcleos basais é controversa entre vários autores.
P á g i n a | CXII
CÉREBRO OU PROSENCÉFALO: ESTRUTURA EXTERNA
N. caudado (+ant)
Cápsula Interna
N. Lenticular Cápsula Cápsula Lobo da
Tálamo (+post) Corte transversal – 2 braços Claustrum
externa Extrema Ínsula
Corte longitudinal – 1 braço
Medial Lateral
P á g i n a | CXIII
CÉREBRO OU PROSENCÉFALO: ESTRUTURA EXTERNA
Substância Branca
É composta pelos axónios dos neurónios. Algumas das estruturas que fazem parte da substância branca já foram
descritas noutras secções.
Corpo caloso
o Descrito nas comissuras inter-hemisféricas
Fórnix
o Descrito nas comissuras inter-hemisféricas
Comissura branca anterior
o Descrito nas comissuras inter-hemisféricas
Septo pelúcido (também tem substância cinzenta)
o Fina lâmina vertical que se estende na porção médio-sagital do cérebro do corpo caloso ao fórnix
o Separa os prolongamentos frontais dos ventrículos laterais;
o IMPORTANTE: Não é considerado uma comissura inter-hemisférica (é só uma formação inter-
hemisférica), ao contrário do que algumas sebentas erradamente dizem
o Inclui substância cinzenta e substância branca
o Coberta nas duas faces por tecido ependimário
o Apresenta 2 folhetos que encerram o cavum do septo pelúcido – cavidade virtual
P á g i n a | CXIV
CÉREBRO OU PROSENCÉFALO: ESTRUTURA EXTERNA
Cápsulas:
o Interna – entre os n. caudado e tálamo (medialmente) e o n. lenticular (lateralmente).
Constituído por um braço anterior, um joelho e um braço posterior
Importante: é útil para distinguir cortes transversais de coronais do prosencéfalo
Transversais: são visíveis os dois braços da cápsula interna
Coronais: é apenas visível um dos braços da cápsula interna (anterior ou posterior
consoante o corte)
Feixes que atravessam a cápsula interna (segundo o FENEIS)
Braço Anterior – entre o n. caudado e o n. lenticular
o Feixes Fronto-pônticos (via do neocerebelo)
o Radiações talâmicas anteriores
Joelho
o Via córtico-nuclear
Braço posterior – entre o tálamo e o n. lenticular
o Via córtico espinhal
Quanto mais caudal for a parte do corpo a que se destinam, mais
perto do occipital passam
o Fibras do córtex para vias extrapiramidais (apesar de vias extrapiramidais não
terem participação da vontade, o córtex pode influenciar estas vias)
Fibras córtico-rubricas
Fibras córtico-reticulares
Fibras córtico-tectais
o Fibras temporo-pontinas (via no neocerebelo)
o Fibras córtico-talâmicas
o Quase todas as vias da sensibilidade – Radiações talâmicas centrais e
posteriores
o Radiações ópticas (do tálamo para o córtex – ver via óptica)
Segundo o prof não passam na cápsula interna (??)
Há 2 tipos de radiações ópticas (importante):
Radiações temporais – provenientes do campo visual
superior
Radiações parietais – provenientes do campo visual superior
o Radiações acústicas
Segundo o prof não passa na cápsula interna (??)
P á g i n a | CXV
CÉREBRO OU PROSENCÉFALO: ESTRUTURA EXTERNA
P á g i n a | CXVI
CÉREBRO OU PROSENCÉFALO: ESTRUTURA EXTERNA
Fibras comissurais
Fórceps major
o Em forma de U
o Ligam as partes posteriores dos lobos occipitais dos dois hemisférios
(parietais e temporais)
o Atravessam o esplénio do corpo caloso
Fórceps minor
o Em forma de U
o Ligam os lobos frontais dos dois hemisférios
o Atravessam o joelho do corpo caloso
Tapetum
o Estende-se lateralmente para os lobos temporais
o Forma a parede lateral dos cornos inferiores
o Forma a parede lateral e o teto dos cornos posterior
Fibras de projeção
Formam as vias longas
P á g i n a | CXVII
CÉREBRO OU PROSENCÉFALO: ESTRUTURA EXTERNA
Ligam o córtex a centros subcorticais – para o tálamo, corpo estriado, regiões
subtalâmicas, espinhal medula
Ascendentes e descendentes
Continua-se ventralmente pela corona radiata
P á g i n a | CXVIII
CÉREBRO OU PROSENCÉFALO: ESTRUTURA INTERNA
Estrutura Interna
Vamos lembrar os vários critérios que usámos para organizar o cérebro ou prosencéfalo:
Plano Embriológico – abordado na conformação externa, pois permite refletir melhor as diferenças entre estruturas
e assim descrevê-las de um ponto de vista anatómico
1. Diencéfalo
2. Telencéfalo
Plano Filogenético – vamos abordar agora na conformação interna; reflete a evolução das espécies, pondo em
evidência quais as partes mais arcaicas e as mais modernas, permitindo clarificar de que forma as várias estruturas
estão interligadas
1. Paleoencéfalo (+antigo)
a. Diencéfalo + corpo estriado telencefálico
b. Personalidade inconsciente e involuntária
c. Humor e reações espontâneas
2. Neoencéfalo (+recente)
a. Córtex cerebral + substância branca telencefálica + Ventrículos laterais + Comissuras inter-
hemisféricas
b. Personalidade consciente e voluntária
Plano funcional segundo Paul MacLean (1952) – abordado na perspetiva funcional. Segundo este plano, o cérebro
não inclui só o prosencéfalo, estando dividido em:
P á g i n a | 119
CÉREBRO OU PROSENCÉFALO: ESTRUTURA INTERNA
Paleoencéfalo
Constituído por 3 centros:
Tálamo
Complexo nuclear (tem mais de 120 núcleos, mas nós só falamos dos principais)
Relé de todas as vias sensitivo-sensoriais (exceto a via olfativa) – tomada de consciência da sensibilidade
dolorosa e transmissão ao córtex de todas as outras sensibilidades (participa na ativação do córtex)
As vias motoras não passam, exceto as extrapiramidais referentes ao corpo estriado e ao cerebelo.
Participa no controlo motor, na memória, na emoção e na motivação
Radiações talâmicas – projeções das vias no córtex
Funções do Tálamo
P á g i n a | 120
CÉREBRO OU PROSENCÉFALO: ESTRUTURA INTERNA
Está dividido em 5 grupos nucleares:
3 Pela lâmina medular interna, que tem a forma de Y (anterior, lateral e medial)
1 Na espessura da lâmina medular interna
1 Na espessura da lâmina medular externa
Dorsais
P á g i n a | 121
CÉREBRO OU PROSENCÉFALO: ESTRUTURA INTERNA
Projetam-se no lobo frontal, córtex pré-motor
(parte cognitiva: atitudes, comportamentos,
juízos de valor)
Núcleo
Núcleo Centro-mediano (NCM) Recebe fibras do núcleo emboliforme (Tálamo)
Intralaminar
É um núcleo laminar porque está na Recebe fibras da formação reticular
Na espessura
espessura da lâmina medular interna
da lâmina
É o maior dos núcleos laminares
medular Projeta-se no gyrus do cíngulo, n. caudado e
Participam na ativação do córtex
interna putamen
Via do paleocerebelo
Lâmina
reticular
externa
Na espessura Núcleo Reticular
da lâmina
medular
externa
Sistematizando:
Grupo intralaminar
Lâmina reticular
externa
P á g i n a | 122
CÉREBRO OU PROSENCÉFALO: ESTRUTURA INTERNA
NOTA: O tálamo tem mais de 120 núcleos, naturalmente que não foram abordados todos. Por isso é que na imagem
acima identificamos mais núcleos que os abordados na tabela.
P á g i n a | 123
CÉREBRO OU PROSENCÉFALO: ESTRUTURA INTERNA
Radiações Talâmicas2
Projeções do tálamo
As projeções corticais dos núcleos do tálamo (vias eferentes) formam os pedúnculos: pedúnculos tálamo-corticais
Pedúnculo tálamo-frontal
o Núcleo anterior ↔ córtex frontal
Pedúnculo tálamo-parietal
o Núcleo posterior ↔ córtex parietal
Pedúnculo tálamo-fronto-parietal
o Núcleos ventrais anterior e intermédio ↔ córtex frontal e parietal
Pedúnculo tálamo-occipital
o Corpo geniculado lateral ↔ córtex occipital (fibras visuais);
Pedúnculo tálamo-temporal
o Corpo geniculado medial ↔ córtex temporal (fibras auditivas).
2
Nota de um colega: é importante saber os núcleos do tálamo, as suas aferências e projecções. Sabendo isso, já se sabe as
radiações.
P á g i n a | 124
CÉREBRO OU PROSENCÉFALO: ESTRUTURA INTERNA
Ver páginas 300 e 302 do Feneis para uma descrição extensiva do que entra e sai no tálamo
Sistematização do Tálamo
Relé vias sensitivo-sensoriais (exceto a olfativa)
o NVPL
o NVPM
o CGM
o CGL
Relé vias motoras extrapiramidais (só as que dizem respeito ao cerebelo e corpo estriado) – Controlo
muscular
o NVA
o NVL (ou intermédio)
Relé sistemas associativos (límbico) – Centro de emoções, motivações e memória
o NA
o NDM
Participa na ativação do córtex
o NCM
Corpo Estriado
o Núcleo lenticular
Globus pallidus
Porção medial
Porção lateral
Putamen
o Núcleo caudado
Substância nigra
Núcleo subtalâmico
o Situado entre a extremidade inferior da cápsula interna e a zona incerta
o Grande importância clínica devido à sua ligação com o globus palidus
Corpo amigdaloide
Claustro
Zona incerta – continuação basal dos núcleos reticulares do tálamo e outras estruturas. Situa-se no caminho entre o
globus palidus e o tegmentum do diencéfalo (FENEIS 300.19)
P á g i n a | 125
CÉREBRO OU PROSENCÉFALO: ESTRUTURA INTERNA
Arqueoestriatum Amígdalas
Só tem 3 camadas e não 6 como o córtex cerebral
Paleoestriatum Globus Palidus
Neoestriatum Dorsal ou só Estriatum N. caudado e putamen
Neoestriatum Ventral Cabeça do N. caudado – N. accunbens
Corpo estriado Paleoestriatum + Neoestriatum ou
N. caudado + N. lenticular
Núcleo lenticular Putamen + Globus Palidus
2 vias:
Maior estímulo
Menor estímlo
Via indireta Neoestriatum Via direta
Putamen+N. Caudado
Células inibitórias
Globus Palidus
Núcleo subtalâmico (NST)
Porção medial
Maior inibição
P á g i n a | 126
CÉREBRO OU PROSENCÉFALO: ESTRUTURA INTERNA
Disfunção: doenças do movimento
IMPORTANTE: Ver documento sobre tónus muscular. Lá está explicado as implicações clínicas em mais detalhe
Hipercinésia
o Facilidade de movimentos – predomínio via direta
o Hemibalismo, coreia, distonia, tremor, mioclonia, tique
o Hipotonicidade – maior estímulo que chega ao córtex – maior inibição do gama motoneurónio (ver
anexo sobre tónus muscular)
Hipocinésia
o Parkinson
o Dificuldade de início de movimento
o Hipertonicidade – menor estímulo que chega ao córtex – menor inibição do gama motoneurónio
(ver anexo sobre tónus muscular)
Hipocinésia
Doença de Parkinson
Hipercinésia
Coreia de Huntington
Destruição das células do neoestriatum que inibem a porção lateral do globus pallidus
Há uma sobreposição da via direta e, concomitantemente, uma maior facilidade no movimento
o Globus pallidus lateral não é inibido
o Núcleo subtalâmico não é liberto
o Globus pallidus medial não é estimulado
o Tálamo não é inibido
o Maior estímulo
Hemibalismo
Assim, podemos distinguir dois tipos de hipertonia (explicadas em mais detalhe no anexo sobre tónus muscular):
Elástica – piramidal
Plástica – extrapiramidal
Perguntas:
1. Em 1976, um estudante de química, Barry Kidston, procurou sintetizar uma droga recreativa semelhante à
heroína, mas sem as suas constrições legais, visto ser uma molécula nova. Em vez disso, a droga que
descobriu, o MPPP, que era facilmente contaminada por um dos seus metabolitos o MPTP, matava
seletivamente os neurónios dopaminérgicos do cérebro. Partindo dos conhecimentos clínicos adquiridos
acima, que doença desenvolveu Barry Kidston logo 3 dias depois de se ter começado a injetar?
P á g i n a | 128
CÉREBRO OU PROSENCÉFALO: ESTRUTURA INTERNA
Centro Superior da Vida Vegetativa
Hipotálamo
Controla a homeostasia corporal e tem sobre a sua dependência 3 sistemas:
Zona periventricular
o Controla a adenohipófise
Hipotálamo medial
o Vasopressina
o Ocitocina
o Regulação do SNA
Hipotálamo lateral
o Integração límbica
o SNA
o Conexão entre Tronco cerebral e hipotálamo
o Separado do hipotálamo medial pelas colunas do fórnix (importante)
Divisão topográfica
Zona periventricular
Parte mais medial
Hipotálamo medial
Separado do hipotálamo lateral pelas colunas do fórnix.
P á g i n a | 129
CÉREBRO OU PROSENCÉFALO: ESTRUTURA INTERNA
pela neuro- Magnocelular Ocitocina: contração da musculatura durante o parto
hipófise e produção de leite para amamentação – feixe
hipotálamo-hipofisário
N. supra-óptico Produção de vasopressina (ou ADH) – equilíbrio de água – feixe
hipotálamo-hipofisário
Lesão: diabetes insípida
N. supra-quiasmático Aferências da retina
Projeta-se no corpo pineal (que produz melatonina que participa no ciclo
circadiano – 24h
N. anterior Termorregulação
Dissipação de calor – suor
Lesão: hipertermia
Regulação do SNA – predomínio do parassimpático
Grupo central N. arqueado (inferior Sistema parvocelular
(tuber) – ou infundibular) Produção de RF e IF, que vão para a adenohipófise através de um sistema
vigília e porta (aqui não há barreira hemato-encefálica)
memória, Feixe tuber-hipofisário
controla a N. dorsomedial Aferências límbicas
libertação de Fome
hormonas Estimulação: obesidade e agressividade (no animal)
pela N. ventromedial Aferências: amígdala
adenohipófise Saciedade – inibe o apete
Lesão: Obesidade, hiperfagia e agressividade
Grupo N. dos corpos Aferências: hipocampo via fórnix
posterior – mamilares Eferências: Núcleo anterior do tálamo (circuito de Papez)
controlo Doentes com défice de tiamina (alcoolismo) têm lesões a este nível –
sexual doença de Korsakoff
N. posterior Termorregulação
Produção de calor (lesão: hipotermia)
Aumenta a tensão arterial
Regulação do SNA (predomínio do simpático)
Hipotálamo lateral
Não organizado em núcleos
Integração límbica
Induz a fome e a sede
Lesão: anorexia e caquexia
P á g i n a | 130
CÉREBRO OU PROSENCÉFALO: ESTRUTURA INTERNA
Vias
Vias aferentes
Vias eferentes
Funções do hipotálamo
Neurossecreção
o Relação com a neuro-hipófise
o N. supra-óptco e paraventricular magno
Controlo do sistema endócrino
o Zona periventricular e n. arqueado e paraventricular parvo do hipotálamo medial
Controlo do sistema nervoso autónomo
o N. ant – parassimpático
o N. post – simpático
Controlo temperatura corporal
o N. Ant – vasodilatação, sudorese
o N. post – vasoconstrição, tremores musculares
Controlo comportamento emocional
o N. dorso-medial, ventro-medial e do corpo mamilar
Ritmo cardíaco
o Área pré-óptica
Controlo da ingestão e excreção de água
o N. supra-óptico
P á g i n a | 131
CÉREBRO OU PROSENCÉFALO: ESTRUTURA INTERNA
o Hipotálamo lateral (sede)
Ritmo circadiano
o N. supraquiasmático
Controlo da ingestão de alimentos
o N. ventro-medial – inibe o apetite
o Hipotálamo lateral – estimula o apetite
P á g i n a | 132
CÉREBRO OU PROSENCÉFALO: ESTRUTURA INTERNA
Centro Superior Secretor
Corpo pineal
Função: produção de melatonina
Neoencéfalo
O Neoencéfalo é constituído por:
Córtex cerebral
Substância branca
Ventrículos laterais
Comissuras inter-hemisféricas
Córtex cerebral
É rudimentar até ao 5º mês de vida intra-uterina
Faz o revestimento completo dos hemisférios cerebrais, sendo composto por substância cinzenta
Encontra-se dividido em Arquiopallium e Neopallium pela ordem com que aparecem na escala filogenética:
arquiopallium é o mais antigo, estando ligado a emoções, e o neopallium é o mais moderno, tendo desenvolvimento
máximo no homem.
P á g i n a | 133
CÉREBRO OU PROSENCÉFALO: ESTRUTURA INTERNA
Camada piramidal externa
Camada granular interna
Camada piramidal interna
Camada multiforme (+interna)
o IMPORTANTE: para que camada vão as vias:
Fibras motoras – vão para camada piramidal
Fibras sensitivas – vão para a camada granular
Vias longas – camada interna
Vias curtas – camada externa
Alocortex ou Arquipallium
o Arquiocórtex
No Hipocampo
Tem 3 camadas
o Paleocórtex
Córtex olfativo
Tem 3 camadas
O chamado córtex de olfação, relaciona-se com o bolbo olfativo, vias olfativas,...
o Mesocórtex
P á g i n a | 134
CÉREBRO OU PROSENCÉFALO: ESTRUTURA INTERNA
É uma zona de transição entre isocórtex e alocórtex
No subículo do Giro parahipocampal
Tem 3-5 camadas
Abordado no sistema límbico
Sistematizando:
Isocortex Arquicortex
Cortex cerebral
Alocortex Paleocortex
Mesocortex
P á g i n a | 135
CÉREBRO OU PROSENCÉFALO: PERSPETIVA FUNCIONAL
Perspetiva funcional
Abordagem histórica
Paul Brocar (1877)
o Primeiro a falar em sistema límbico
o Descreve a raquete olfativa, que corresponde ao grande lobo límbico
Cabeça – gyrus do cíngulo e parahipocampal
Cabo – N. olfativo
o Lobo límbico – anel de estruturas corticais
James Papez (1987)
o Descreve o circuito límbico
o Se destruído, perde-se a memória a curto prazo
Paul MacLean (1952)
o Cérebro trino:
Cérebro Basal ou Reptidiano
Controlo inconsciente da homeostasia
TC + Núcleos Basais
Cérebro Emocional
Sistema Límbico
Emoções nas respostas sensoriais
Presente nos Animais inferiores
Cérebro cortical
Neocórtex – córtex racional
Presente nos mamíferos superiores
Usar a razão na resposta às emoções
Walle Nauta (1972)
o Septo-hipotálamo-mesencéfalo continuum
Via contínua que permite que a pessoa expresse organicamente as suas emoções
Alguns dos mecanismos reguladores básicos atuam de forma oculta e nunca vêm a ser diretamente conhecidos pelo
indivíduo dentro do qual atuam. Desconhecemos o estado dos diversos iões de potássio e hormonas em circulação,
ou o número de glóbulos vermelhos no nosso corpo, mas estes permanecem constantes, dentro de certos limites –
cérebro basal ou reptidiano.
P á g i n a | 136
CÉREBRO OU PROSENCÉFALO: PERSPETIVA FUNCIONAL
Contudo, existem mecanismos reguladores ligeiramente mais complexos que asseguram a sobrevivência ao acionar
andares superiores do cérebro. Por exemplo, algumas horas depois de uma refeição, o nível de glicose no nosso
sangue desce e os neurónios no hipotálamo detetam essa alteração. Por sua vez, esses neurónios desencadeiam
uma resposta que pode passar apenas pelo interior “visceral”, atuando nesse caso o cérebro basal, ou desencadear
alterações nos andares superiores, nomeadamente uma alteração de estado específico – fome, náusea – ou uma
emoção identificável – medo ou raiva. Neste caso, houve uma interação entre o cérebro basal e o cérebro
emocional.
No entanto, quando consideramos a nossa própria espécie e os meios ambientes bem variados e imensamente
imprevisíveis em que temos conseguido sobreviver, verificamos que dependemos de mecanismos biológicos
altamente evoluídos nomeadamente a deliberação racional e a força de vontade. É por isso que a fome, o desejo e a
raiva explosiva dos seres humanos não prosseguem livremente para a alimentação desenfreada, a violência sexual e
o assassínio, pelo menos nem sempre. Estas estratégias dependem do cérebro racional.
I) Cérebro basal
É responsável pelo controlo inconsciente da homeostasia.
Constituído por:
Medula Espinhal
Núcleos Basais
Tronco Cerebral
Falámos já de algumas das suas funções Paleoencéfalo (os 3 centro superior sub-corticais) e no Tronco Cerebral
(nomeadamente no sistema vegetativo da formação reticular)
Esse primeiro nível de organização cerebral é capaz apenas de promover reflexos simples, o que ocorre em répteis,
por isso o nome.
P á g i n a | 137
CÉREBRO OU PROSENCÉFALO: PERSPETIVA FUNCIONAL
II) Sistema Límbico – cérebro emocional
Sistema límbico é uma interface entre o que está para cima (cérebro racional) e o que está para baixo (cérebro
basal):
É responsável por:
Emoções, motivação
1ª Fase da memorização, permitindo a aprendizagem
Constituição anatómica
O sistema límbico é constituído por:
Hipocampo
É uma projeção cortical invaginada no corno
temporal do ventrículo lateral. Tem a forma de
cavalo-marinho (hipocampo é cavalo-marinho em
latim), tem digitações.
É composto por:
Cabeça
o Tem digitações, que desaparecem no alzheimer (vê-se bem na ressonância magnética)
Fímbria
É constituído por uma lâmina que tem 3 Cornos de Ammon (ou regiões ammonianas): CA1, CA2 e CA3
A via do hipocampo
As fibras que vêm ao córtex entorrinal vão através de fibras perfurantes até ao gyrus dentado, onde há as células
granulares (células granulares são sempre células de receção), e que fazem sinapse. Daqui partem axónios, que são
fibras musgosas, que vão pelo dorso do hipocampo, que se chama o alvéolos, para células piramidais, que estão no
CA3. Daqui partem fibras que vão para a fímbria que leva as informações para corpos mamilares via fórnix.
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CÉREBRO OU PROSENCÉFALO: PERSPETIVA FUNCIONAL
As fibras musgosas que vão para o CA3 dão também um colateral
que vai ao CA2, e depois ao CA1 e depois chega pelo subículo ao
córtex entorrinal, que dá fibras perfurantes que recomeçam a
via formando um ciclo. É este colateral que vai consolidar as CA2
informações que estão relacionadas com a memória (pois é no
hipocampo que se constrói a memória a curto prazo, e é por isso
que quando há destruição do hipocampo, por exemplo no Alzheimer, o doente perde a memória recente).
A memória a curto prazo é recolocada nas zonas especializadas do córtex, levando à formação da memória a longo
prazo (que está junto ao centros da visão, da olfação, etc). Ou seja, as memórias a curto prazo são tratadas no
hipocampo e depois são projetadas para outras áreas.
Giro Entorrinal
Fibras perfurantes
Giro Dentado
Células granulosas
CA3
Células piramidais CA2
Fímbria CA1
Fórnix
Emoção
Primeira fase da memorização (formação da memória a curto prazo), logo permite a aprendizagem.
As fibras chegam ao hipocampo e partem pela fímbria para os corpos mamilares via fornix (via do hipocampo, que
já abordámos). Daqui parte o feixe mamilo-talâmico que vai ao núcleo anterior do tálamo, de onde partem fibras
para o giro do cíngulo. Como vão ao córtex vão tornar as informações conscientes. As fibras percorrem o feixe do
cíngulo passando no istmo e no girus parahipocampal chegando à área entorrinal, onde se fecha o circuito de
Papez.
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CÉREBRO OU PROSENCÉFALO: PERSPETIVA FUNCIONAL
Giro Entorrinal
Curiosidades
Giro Dentado
Células granulosas A diferença entre as expressões faciais das emoções autênticas e das
Subículo emoções simuladas foi notada pela primeira vez por Charles Darwin
Fibras musgosas
em A Expressão das Emoções no Homem e nos Animais, em 1872.
Partindo de observações efetuadas na década anterior por Guillaume
Duchenne sobre a musculatura interveniente no sorriso, estabeleceu-
se que enquanto o sorriso voluntário (ou sorriso de cortesia) envolvia
CA3 CA2 apenas a contração do grande zigomático, o sorriso de alegria
verdadeira e autêntica requeria a contração involuntária e conjugada
do grande zigomático e fibras não estriadas do orbicular do olho, que
Fímbria CA1 nunca contraem por ação da vontade.
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CÉREBRO OU PROSENCÉFALO: PERSPETIVA FUNCIONAL
Doença de Alzheimer
É uma doença neuro-degenerativa.
Pessoas começam a perder primeiro a memória recente. Como o sistema límbico fica afetado, perde-se a capacidade
de formar novas memórias (1ª fase da memorização), mas continua a manter a memória a longo prazo.
Sinais clínicos:
Corpo amigdaloide
É um complexo nuclear, importante do sistema límbico, à frente do hipocampo
É constituído por:
Núcleo córtico-medial
o Relacionado com a via olfativa
o Recebe a estria olfativa lateral
Núcleo baso-lateral
o Afetividade
o É o núcleo da emoção
Núcleo central ou posterior
o Designa-se central porque está entre os 2 anteriores, mas também se pode chamar posterior
o É responsável pelo Septo-hipotálamo-mesencéfalo continuum proposto por Walle Nauta (1972). É a
via contínua que permite que a pessoa expresse organicamente as suas emoções
Eferências
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CÉREBRO OU PROSENCÉFALO: PERSPETIVA FUNCIONAL
Estria terminal
o Fina lâmina que liga o corpo amigdaloide à zona da comissura anterior
o Esta comissura faz comunicar as duas amígdalas
Via amigdalofuga ventral
Lembrar que além da comissura anterior existe uma comissura posterior, que faz comunicar os núcleos acessórios
do III par craniano. É graças a ela que temos o reflexo consensual.
N. Ventral Tegmentar
N. Accumbens Córtex pré-frontal
(Mesencéfalo)
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CÉREBRO OU PROSENCÉFALO: PERSPETIVA FUNCIONAL
III) Neocórtex – cérebro racional
Com o aparecimento do neocórtex, vem a consciência e a vontade
Ao neocórtex chegam as vias sensitivas e sensoriais, com as mensagens que se devem enviar à consciência
É no neocórtex que têm origem as vias da motricidade voluntária e a maior parte das vias extrapiramidais
Organização funcional
Áreas corticais de Brodmann: há 52 sob o ponto de vista histológico
NOTA:
o Há comunicação entre estas áreas da linguagem e as áreas visuais, auditivas e áreas de receção
sensitiva geral
o Girus angular é onde chegam as conexões auditivas e visuais que depois conectam com as áreas da
linguagem sensitiva e motora através do Feixe Longitudinal Superior
P á g i n a | 145
CÉREBRO OU PROSENCÉFALO: PERSPETIVA FUNCIONAL
Hemisférios cerebrais
Hemisfério esquerdo Direito
Dominante na maioria das pessoas
Linguagem, gesto Abstração, emoção, amor
Escrita, fala, raciocínio Não fala, mas canta
Cálculo mental, 3ª dimensão Não escreve palavras, mas pode desenhar
Razão e pragmatismo Filosófico, tristeza ou alegria
P á g i n a | 146
CÉREBRO OU PROSENCÉFALO: PERSPETIVA FUNCIONAL
P á g i n a | 147
VASCULARIZAÇÃO ARTERIAL DO ENCÉFALO: INTRODUÇÃO
Vascularização Arterial do Encéfalo
Por João Pedro Teixeira
Introdução
Nota: As paredes das artérias, ao contrário das paredes das veias, têm alguma resistência, fazendo com que, mesmo
não contendo sangue, elas mantenham a sua forma tubular (ou seja, não colapsam).
Os dois sistemas comunicam através de anastomoses (ex.: Círculo Arterial do Cérebro (de Willis)) cuja função é
permitir o suprimento sanguíneo em situações de obstrução ou isquémia. Em situações crónicas, há poder supletivo
das duas circulações (carotídea e vertebro-basilar).
1. A. Carótida interna
2. A. Vertebral
3. Artérias da base do cérebro
4. Círculo arterial de Willis
P á g i n a | 148
VASCULARIZAÇÃO ARTERIAL DO ENCÉFALO: ARTÉRIA CARÓTIDA INTERNA
Artéria Carótida Interna
Responsável pela irrigação intracraniana na fossa anterior e média (a posterior é pela vertebral) e parte da face
Facilmente identificável por não ter ramos colaterais na sua porção cervical.
Origem
Na bifurcação da A. Carótida Comum, junto ao bordo superior da
cartilagem tiroideia (C3/C4)
Logo após a origem apresenta o Seio Carotídeo que é uma
dilatação da ACI que apresenta terminações do N. Glossofaríngeo,
sendo responsável pelo controlo da pressão intracraniana e da
pressão sanguínea através de células barorrecetoras (vai estudar
Fisio que já sabes do que estou a falar :P)
Trajeto
Porção Cervical:
o Tem uma dilatação – Seio Carotídeo
o Sobe até a base do crânio sem dar colaterais
o Entra no crânio pelo orifício inferior do Canal Carotídeo
Porção Petrosa – dentro da porção petrosa do Temporal
o Curva, passa a ser horizontal
o Relaciona-se com a face anterior da Cavidade Timpânica
o Sai no ápex do Rochedo
Porção Cavernosa – atravessa o Seio Cavernoso juntamente com os pares cranianos: III, IV e V oftálmico e
maxilar (parede lateral) e VI (por baixo da ACI)
o Passa por cima do Foramen Lacerum, sulcando-o (atravessa-o transversalmente sem o penetrar, não
sai da cavidade craniana!!!!)
o Curva para cima
o Curva para a frente junto aos Processos Clinoides e Canal óptico
o Faz uma curva de 180◦ → Sifão Carotídeo
o Penetra as meninges passando a ser subaracnoideia
Porção Cerebral:
o Curva lateralmente
Terminação
Por bifurcação dando origem às artérias:
Cerebral Anterior
Cerebral Média
Porção Cervical
Porção Petrosa
Porção Cavernosa fornecem estruturas extra-cerebrais para a cabeça (pequenos ramos)
Porção Cerebral
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VASCULARIZAÇÃO ARTERIAL DO ENCÉFALO: ARTÉRIA CARÓTIDA INTERNA
Ramos Colaterais
Porção Cervical
A. Caroticotimpânica
- entra na cavidade timpânica por um pequeno foramen no canal carotídeo → Foramen Caroticotimpânico
- anastomosa-se com a A. Timpânica Anterior (A. Maxilar) e com a A. Estilomastoideia (A. Auricular Posterior)
A. do Canal Pterigoide (?)
- podem vir da ACE mas é mais frequente da ACI (?)
- entram no canal pterigóide, juntamente com o Nervo do Canal Pterigoide
- anastomosa-se com o ramo homónimo da A. Maxilar
Ramo Meníngeo
- vasculariza a Dura Mater da Fossa Craniana Média
A. Hipofisária Inferior
- tem ramos que formam um anel na Neurohipófise (posterior)
- anastomosa-se com a A. Hipofisária Superior
- vasculariza o lobo posterior da hipófise
Ramos para o Gânglio Trigeminal
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VASCULARIZAÇÃO ARTERIAL DO ENCÉFALO: ARTÉRIA VERTEBRAL
A. Coroideia Anterior
o Irriga os plexos coroides passando pela fissura tálamo-estriada e dirige-se para a zona do braço
posterior e joelho da Cápsula Interna ?
A. Comunicante Posterior
- dirige-se para trás
- está perto no N. Oculomotor
- termina por anastomose com a A. Cerebral Posterior da A. Basilar
Artéria Vertebral
Origem
Face póstero-superior da 1ª porção da A. Subclávia
Trajeto
Ascendente através dos foramina dos processos transversos cervicais (excepto C7)
Curva medialmente atrás das massas laterais do Atlas
Entra no crânio pelo Foramen Magnum
Terminação
Junta-se à A. Vertebral oposta para formar a A. Basilar, ao nível do Sulco Medulo-Pôntico (face anterior)
P á g i n a | 151
VASCULARIZAÇÃO ARTERIAL DO ENCÉFALO: ARTÉRIA VERTEBRAL
Ramos Colaterais (4)
Ramos Meníngeos
o Têm origem junto ao Foramen Magno
o Ramificam-se entre o osso e a Dura-Mater na Fossa Cerebelosa
o Vascularizam osso, Dura-Mater e Foice Cerebral
A. Espinhal Anterior
Origem
Trajeto
Origem
o União das Artérias Vertebrais, ao nível do Sulco Medulo-Pôntico (na face anterior do Tronco Cerebral)
Trajeto
o Percorre o Sulco Basilar da Ponte, na sua face anterior
o Passa por entre a origem aparente do N. Abducens (VI)
Terminação
o Por bifurcação para dar as A. Cerebrais Posteriores
Trajeto
A. Cerebelosa Superior
Origem
Trajeto
o Dirige-se lateralmente
o Passa por baixo do N. Oculomotor (juntamente com a A. Cerebral Posterior forma uma pinça em
torno do III)
o Contorna o Pedúnculo Cerebral
o Chega à superfície Cerebelosa Superior
Terminação
Ramo Terminal
A. Cerebral Posterior (ACP) A descrever nas Artérias da Base
do Cérebro (mais à frente)
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VASCULARIZAÇÃO ARTERIAL DO ENCÉFALO: ARTÉRIAS DA BASE DO CÉREBRO
Artérias da base do cérebro
A enumerar:
A. Cerebral anterior
A. Cerebral média
A. Cerebral posterior
Assim, um AVC (acidente vascular cerebral que pode ser isquémico ou hemorrágico) terá diferentes implicações
clínicas:
A. Cerebral anterior: disfunção da bexiga, paralisia do membro inferior contra-lateral (córtex motor afetado)
A. Cerebral média: paralisia do braço e face contra-lateral, afasia se no hemisfério dominante
A. Cerebral posterior: distúrbios visuais, distúrbios sensoriais (se forem afetados ramos para o tálamo)
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VASCULARIZAÇÃO ARTERIAL DO ENCÉFALO: ARTÉRIAS DA BASE DO CÉREBRO
A. Cerebral Anterior
Vasculariza a face medial exceto parte occipital e parte superior da face súpero-lateral dos hemisférios cerebrais
Trajeto
Passa acima do N. óptico
Vai até à Fissura Longitudinal
Comunica com a do lado oposto pela A. Comunicante Anterior
Contorna o Corpo Caloso, percorrendo a sua face superior
Anastomosa-se com a A. Cerebral Posterior ao nível da porção mais posterior da face medial dos HC
Tem 2 porções:
Ramos
A1 - A. Centrais Ântero-mediais
Vascularizam a cabeça do Núcleo Caudado
A2 – A. Frontobasal Medial
- A. Polar Frontal
Ramos Paracentrais
- A. Pericalosa
Ramos Pré-cúneos
(no sulco do Corpo Caloso)
Ramos Parieto-occipitais
Nota: em caso de AVC pode provocar perda de força ou paralisia dos membros inferiores (paralisia crural), porque
vasculariza a face medial dos hemisférios cerebrais que corresponde aos membros inferiores (homúnculo)
P á g i n a | 155
VASCULARIZAÇÃO ARTERIAL DO ENCÉFALO: ARTÉRIAS DA BASE DO CÉREBRO
A. Cerebral Média
Vasculariza a parte lateral da face súpero-lateral dos hemisférios cerebrais.
É a mais propícia a obstruções porque está na continuação direta da A. Carótida Interna.
Trajeto
Inicialmente percorre o Sulco Cerebral Lateral
Posteriormente, passa a ser póstero-medial no Lobo da Ínsula
Ramos Colaterais
A. Lentículo-estriadas (centrais ântero-laterais)
o Vascularizam os núcleos da base nos espaços perfurados anteriores (núcleo caudado e lenticular e
braço anterior da cápsula interna)
Ramos Insulares
Ramos Terminais
Superiores - vascularizam os lobos Frontal e Parietal
Frontobasal Lateral
A. Pré-Frontal
A. Do Sulco Pré-central
A. Do Sulco Central
A. Do Sulco Pós-Central
A. Parietal (posterior)
A. Temporal Anterior
A. Temporal Média
A. Temporal Posterior
Ramo Parieto-Occipital
Ramo do Giro Angular
Nota: em caso de AVC pode causar paralisia braquio-facial e afasia motora ou sensitiva se afetar hemisfério
dominante (centro da linguagem só está num dos hemisférios, geralmente o esquerdo)
P á g i n a | 156
VASCULARIZAÇÃO ARTERIAL DO ENCÉFALO: ARTÉRIAS DA BASE DO CÉREBRO
A. Cerebral Posterior (ACP)
Vasculariza parte occipital da face medial e face inferior dos hemisférios cerebrais
Trajeto
o Dirige-se lateralmente, paralelamente à A. Cerebelosa Superior
o Recebe a A. Comunicante Posterior
o Passa entre a origem aparente do N. Oculomotor (III)
o Vasculariza o lobo Occipital
Divide-se em 4 porções:
P1 – Pré-Comunicante
P2 - Pós-Comunicante
P3 – Occipito-lateral
P4 – Occipito-medial
Ramos
P1 – Segmento que se estende desde a bifurcação da A. Basilar até à A. Comunicante Posterior
P2 – Segmento que se estende desde a A. Comunicante Posterior até aos ramos temporais anteriores
P3 – A. Occipital Lateral
P4 – A. Occipital Medial
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VASCULARIZAÇÃO ARTERIAL DO ENCÉFALO: CÍRCULO ARTERIAL DO CÉREBRO
Círculo Arterial do Cérebro
Também conhecido como Círculo Arterial de Willis ou Polígono de Willis
está localizado na base do cérebro, encontrando-se rodeando o Quiasma
Optico e a Hipófise. Composto pelas seguintes artérias:
Nota: As artérias Basilar e Cerebral Média não são consideradas parte do Círculo Arterial do Cérebro.
O arranjo do Polígono cria redundância na circulação cerebral por via de colaterais anastomóticos. Se uma artéria do
Círculo Arterial se torna estenosada ou bloqueada, o sangue flui com maior intensidade por outros vasos de forma a
permitir a perfusão cerebral suficiente para evitar sintomas de isquémia.
Os aneurismas correspondem a abaulamentos (dilatações) das artérias passíveis de romper, que se localizam
frequentemente no Círculo Arterial, ao nível da A. Comunicante Anterior (35%), Posterior e A. Cerebral Média (20%
cada).
P á g i n a | 158
VASCULARIZAÇÃO ARTERIAL DO ENCÉFALO: ARTÉRIA OFTÁLMICA
Artéria Oftálmica
Ramo mais volumoso e funcionalmente relevante da Porção Cerebral
Origem
No local onde a A. Carótida Interna abandona o Seio Cavernoso, medialmente ao Processo Clinoide Anterior
Trajecto
Entra na Cavidade Orbitária pelo Canal Óptico, por dentro do Anel Tendinoso Comum
Cruza o N. Optico
Percorre a parede medial da Cavidade Orbitária
Lateralmente ao N. Óptico
A. Central da Retina
- 1º ramo colateral da A. Oftálmica
- entra no N. óptico 1 cm antes do Bolbo Ocular
- Vai na espessura do N. Optico até à retina
A. Lacrimal
- ramo colateral mais externo com origem ao nível da saída do N. Óptico
- vasculariza a Glândula Lacrimal ao longo da margem superior do M. Reto Lateral
- dá as A. Palpebrais Laterais Superior e Inferior
- dá um ramo anastomótico para a A. Meníngea Média
Superiormente ao N. Optico
A. Ciliares Curtas e Longas Posteriores
- penetram na esclera, vascularizando a Coroide e o Corpo Ciliar
- encontram-se à volta do N. Óptico
- terminam no grande círculo arterial da íris (apenas as longas)
Ramos Musculares
- vascularizam os m. extrínsecos do bolbo ocular
A. Supra-orbitária
Trajeto
Terminação
P á g i n a | 159
VASCULARIZAÇÃO ARTERIAL DO ENCÉFALO: ARTÉRIA OFTÁLMICA
Anastomosa-se com:
A. Supratroclear
Ramo Frontal da A. Temporal Superficial
Medialmente ao N. Optico
A. Etmoidal Posterior
Trajeto
o Entra no crânio pelo foramen etmoidal posterior passando por baixo do m. Oblíquo Superior
o Dá ramos para a Dura Mater e para a cavidade nasal, que atravessam a placa crivada
Terminação
o Os ramos anastomosam-se com a A. Esfenopalatina
o Vascularizam as células etmoidais posteriores
A. Etmoidal Anterior
Dá a A. Meníngea Anterior (para a Fossa Craniana Anterior); Vasculariza: Seios Frontais, Células Etmoidais
Anteriores e Médias.
Trajeto
- Passa pelo foramen etmoidal anterior para a fossa craniana anterior
- Penetra na placa crivosa em direcção à cavidade nasal, seio frontal e células etmoidais anteriores
- Anastomosa-se com ramos da A. Esfenopalatina formando a Área de Kiesselbach (rede vascular da
região anterior do septo nasal)
Nota: As 2 arterias palpebrais laterais anastamosam-se com as 2 artérias palpebrais mediais formando 2 arcadas:
Arcada Palpebral Superior e Arcada Palpebral Inferior.
Divide-se em dois ramos: - 1 que se anastomosa com a A. Angular (A. Facial) - Anastomose ACI com ACE
- 1 que se anastomosa com a A. Dorsal do Nariz oposta e com a A. Lateral do Nariz
A. Supratroclear
o Abandona a cavidade orbitária supero-medialmente pela Incisura Frontal
o Acompanha o Nervo Supratroclear
o Ascende na fronte
P á g i n a | 160
VASCULARIZAÇÃO ARTERIAL DO ENCÉFALO: ARTÉRIA OFTÁLMICA
o Termina por anastomose com as artérias:
Temporal contralateral
Temporal supra-orbital
Temporal superficial
o Vasculariza a pele e os músculos da zona
Nota: Ramos para a A. Palpebral Lateral e A. Supra-orbitária podem anastomosar-se com o ramo frontal da A.
Temporal Superficial. Pacientes com aterosclerose da ACI podem ter uma via alternativa de suprimento de
sangue ao cérebro através desta anastomose.
P á g i n a | 161
DRENAGEM VENOSA: GENERALIDADES
Drenagem Venosa
Por Maria João Cavaco
Generalidades
As veias são compostas por 3 túnicas:
Camada endotelial – podem ter válvulas que impedem o refluxo sanguíneo;
Camada muscular – menos densa e pobre em fibras musculares;
Camada adventícia – menos inervada, logo não há vasoconstrição
As válvulas venosas estão localizadas no lúmen dos vasos. Veia Anastomótica Superior (de Trolard)
Permite a comunicação entre as Veias
Veias da Cabeça Cerebrais Superiores e a V. Cerebral
Média Superficial
Veias Superficiais
Localizam-se no Espaço Subaracnóide
o Veias Cerebrais Superiores – drenam no SSS
o Veia Cerebral Média Superficial – drenam no Seio Cavernoso
o Veias Cerebrais Inferiores – drenam nas Veias Orbitárias, Veias Temporais e Veias Occipitais
Drenam nos seios venosos da dura-mater através de bridging veins
Veias Meníngeas
Localizam-se por fora da Dura-Máter;
Acompanham as artérias;
Drenam no SSS.
Veias Diplóicas
Encontram-se nos Diploe do Tecto Craniano
Comunicam com Seios e Veias Superficiais
o Frontal – drena na Veia Supra-Orbital e no SSS
o Temporal Anterior – drena na Veia Temporal Profunda e no Seio Esfenoidal
o Temporal Posterior – drena na Veia Auricular Posterior e no Seio Transverso
o Occipital – drena na Veia Occipital e no Seio Transverso
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DRENAGEM VENOSA: VEIAS DA CABEÇA
Veias Emissárias
Constituem um sistema de comunicação entre os seios e as veias extracranianas
Veias Profundas
Seios da Dura-Máter
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DRENAGEM VENOSA: VEIAS DO PESCOÇO
Petrosos Inferiores (DV.A:18)
o Vão do Seio Cavernoso ao Foramen Jugular,
drenando na VJI, fora da cavidade craniana;
o Passam no bordo posterior e inferior do
Rochedo do Temporal;
IMPORTANTE: Saber a localização relativa das estruturas que
atravessam o Seio Cavernoso
Veias do Pescoço
Veia Jugular Interna (VJI)
o Principal veia do Pescoço;
o Origem: Foramen Jugular, na continuação do seio sigmóide;
o Terminação: ângulo venoso (união com a V. Subclávia, formando a V. Braquiocefálica;
o Drenagem: interior da cavidade craniana, face e maior parte do pescoço;
o Todas as outras drenam nela;
o Encontra-se por baixo do tendão intermediário do Omohioideu e dentro da Fáscia Carotídea.
Veia Jugular Externa (VJE)
o Terminação: ângulo entre a VJI e a A. Subclávia;
o Localiza-se entre o Platisma e a Fáscia Cervical Superficial;
o Drenagem: região superficial da cabeça, região profunda da face posterior e lateral de cabeça.
Veia Jugular Anterior
o Origem: junto ao Hióide;
o Geralmente termina junto à VJE;
o Drenagem: região tiroideia e bordo inferior da mandíbula.
NOTA: As veias superficiais estão mais próximas das veias profundas na área da veia angular, o que cause um risco
de propagação de organismos infecciosos, intracranianamente.
As Veias Jugulares Interna e Externa comunicam por anastomoses avalvulares, o que permite que o sangue drene
da VJE de volta para a VJI. Este refluxo providencia uma via para as bactérias do escalpe acederem às meninges.
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NERVOS CRANIANOS: INTRODUÇÃO
Nervos Cranianos
Por Verónica Carvalho e João Nuno Essencial sobre cada um:
Origem Real
Introdução Origem Aparente
Trajeto
(Ramos Colaterais)
I – Olfativo O que inerva
(Clínica)
II – Óptico
III – Oculomotor
IV – Troclear
V – Trigémio (Oftálmico (V1) + Maxilar (V2) + Mandibular (V3))
VI – Abducens
VII – Facial
VIII – Vestibulococlear
IX – Glossofaríngeo
X – Vago
XI – Acessório
XII – Hipoglosso
2 nascem do
I e II
prosencéfalo
12 pares
Mesecéfalo III e IV
cranianos
10 nascem do
Ponte V,VI,VII e VIII
Tronco Cerebral
Medula
IX, X,XI e XII
Alongada
NOÇÕES IMPORTANTES
Os Núcleos dos Nervos Cranianos encontram-se ordenados de cima para baixo e da frente para trás Tronco
Cerebral encontra-se inclinado
Todos os nervos passam no Espaço Sub-Aracnóideu
Lembrar que na via cortico-nuclear, todos os nervos cranianos recebem fibras dos dois hemisférios cerebrais (só 50%
das fibras é que cruza do 1º para o 2º neurónio), excepto:
P á g i n a | 166
NERVOS CRANIANOS: NERVO OLFATIVO (I)
Nervo Olfativo (I)
NERVO SENSORIAL (transmissão do olfato)
Origem
1º Neurónio Células bipolares da mucosa olfactiva (na porção póstero-superior das Paredes Lateral e Septal da
Cavidade Nasal)
Trajeto
1º Neurónio emite fibras que se reúnem para formar uma Rede Plexiforme
Desta rede partem os Filetes Olfativos, que atravessam a Lâmina Crivada do Etmóide
3º Neurónio
Região Septal – Área Subcalosa (Estria Medial) – perceção psíquica do cheiro
(é a substância cinzenta junto à Comissura Anterior)
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NERVOS CRANIANOS: NERVO OLFATIVO (I)
CLÍNICA
Termos médicos:
Anósmia
o perda de olfacto
o causada pela fratura da Lâmina Crivada do Etmóide (Traumatismo Craniano )
Hipósmia
o Dimininuição do olfacto
o Causada por sinusite
Cacósmia
o Alteração do sentido de olfacto (cheira “mal”)
Parósmia
o Alteração de um sentido de olfacto por outro
Outras notas:
1. Na recuperação de uma infeção há edema da mucosa o que leva a uma perda temporária do olfato
a. Pergunta de oral: qual a situação mais frequente em que se perde o olfato: é na constipação
2. Truque usados no exame neurológico do I
a. O ácido acético (vinagre) é um cheiro forte que vai irritar a mucosa – a informação é veiculada pelo V
b. Ver se o doente está a mentir
3. Os neurónios sensoriais da mucosa olfativa têm um tempo de vida limitado e vão sendo substituídos de uma
reserva de células percursoras que estão em constante mitose
a. A capacidade de regeneração diminui com a idade, o que leva a uma perda de olfato progressiva
P á g i n a | 168
NERVOS CRANIANOS: NERVO ÓPTICO (II)
Nervo Óptico (II)
NERVO SENSORIAL (transmissão da visão)
Extensão de Diencéfalo (rodeado por meninges) exame clínico pode passar por uma Oftalmoscopia
Origem
Receção da informação visual nos Cones (cores) e bastonetes (penumbra e visão periférica).
Passa dentro do anel tendinoso comum (baínha tendinosa formada pelos inserções posteriores de músculos retos e
oblíquo superior)
Entra na Fossa Craniana Média (Porção Intracraneana) → abaixo do N. Olfativo e acima da Tenda da Hipófise
Atinge a Sella Turcica, onde se junta ao oposto para formar o Quiasma Óptico
Quiasma Óptico
Assim:
o As imagens do campo visual direito vão para o hemisfério esquerdo
o As imagens do campo visual esquerdo vão para o hemisfério direito
P á g i n a | 169
NERVOS CRANIANOS: NERVO ÓPTICO (II)
Em seguida, as fibras de cada lado reúnem-se para formar os TRATOS ÓPTICOS (um de cada lado)
Radiações talâmicas
o As fibras do campo visual inferior após atingirem o tálamo veiculam as radiações parietais e ficam
representadas na parte superior do sulco calcarino
o As fibras do campo visual superior, por sua vez, veiculam as radiações temporais e ficam
representadas na parte inferior do sulco calcarino
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NERVOS CRANIANOS: NERVO ÓPTICO (II)
Homúnculo óptico
No cortex visual também há uma homunculo, isto é, uma organização espacial das aferências visuais:
P á g i n a | 171
NERVOS CRANIANOS: NERVO ÓPTICO (II)
Clínica:
HEMIENÓPSIA BITEMPORAL
Perda das fibras nasais -> perda dos
campos visuais externos
Perda dos campos visuais direitos Perda dos campos visuais esquerdos
NOTA:
Quando há secção do
nervo, não há
hipótese de
regeneração
Recoberto por Dura-
N. Óptico
Máter (gliócitos)
Tumores das células
Gliomas
glioniais (Dura-Máter)
P á g i n a | 172
NERVOS CRANIANOS: NERVO OCULOMOTOR (III)
Nervo Oculomotor (III)
NERVO MOTOR (para os músculos extrínsecos dos olho)
Função:
Núcleo Principal
Coluna 1
No Mesencéfalo, no colículo superior e ao lado do aqueduto cerebral
Emite fibras motoras somáticas para:
M. reto superior M. reto medial M. elevador da pálpebra
M. reto inferior M. oblíquo inferior superior
Coluna 3
Na Parte superior do pavimento do aqueduto cerebral, ao nível do colículo superior
Emite fibras parassimpáticas pré ganglionares para:
o M. Constritor da pupila
o M. Ciliar
Origem Aparente
Trajecto
P á g i n a | 173
NERVOS CRANIANOS: NERVO OCULOMOTOR (III)
M. Reto M. Elevador da
M. Reto Inf M. Reto Med M. Oblíquo Inf Gânglio Ciliar
Superior Pálpebra Sup
M. Constritor da
Pupila
Músculo Ciliar
Fibras Parassimpáticas
O gânglio ciliar recebe fibras pré-ganglionares parassimpáticas que fazem sinapse para fibras pós-ganglionares para:
Reflexo Fotomotor:
N. ÓPTICO N. OCULOMOTOR
Núcleo do Colículo
Superior Núcleo do Acessório
Foco de Luz
do Oculomotor (III)
(Núcleo Pré tectal)
N. CILIAR CURTO
MIOSE (contracção da contracção do M.
Gg. Ciliar
pupila) Esfíncter da Pupila
P á g i n a | 174
NERVOS CRANIANOS: NERVO OCULOMOTOR (III)
Utilizado para pesquisar funcionalidade do nervo oculomotor
Em condições normais:
Clínica:
Paralisia do N. Oculomotor
P á g i n a | 175
NERVOS CRANIANOS: NERVO TROCLEAR (IV)
Nervo Troclear (IV)
NERVO MOTOR
Função:
Origem Real:
M. oblíquo superior
NOTA: É o único nervo craniano em que as fibras cruzam logo após a sua emergência do núcleo craniano, ainda
dentro do mesencéfalo.
Origem Aparente
Surge lateralmente ao Freio do Véu Medular Superior (abaixo dos Colículos Inferiores)
Trajeto
Entra na Cavidade Orbitária pela Fissura Orbitária Superior, por fora do Anel Tendinoso Comum
Clínica
Desvio Ocular para cima e para dentro – não permite descer as escadas
Diplopia (2 imagens)
P á g i n a | 176
NERVOS CRANIANOS: NERVO ABDUCENS (VI)
Nervo Abducens (VI)
NERVO MOTOR
Função:
Origem Real:
Coluna 1 – emite fibras motoras somáticas para: Mnemónica: vai inervar o Músculo do
Olho que faz abdução do mesmo (M.
Músculo reto lateral
Recto Lateral)
Origem Aparente
Trajeto:
Entra na Cavidade Orbitária pela Fissura Orbitária Superior, por dentro do Anel Tendinoso Comum
Clínica:
Estrabismo Convergente
Diplopia (2 imagens)
Nervo com maior trajeto extra-dural
P á g i n a | 177
NERVOS CRANIANOS: NERVO TRIGÉMIO (V)
Nervo Trigémio (V) Acima das comissuras
Oftálmico (V1)
palpebrais
NERVO MISTO
Entre as comissuras
Origem Real Gânglio Trigeminal Maxilar (V2) palpebrais e as
comissuras labiais
Fibras Sensitivas:
Surgem na face ant da Ponte – separa a ponte dos pedúnculos cerebelosos N. Oftálmico (V1) Foramen
ou Incisura Supraorbitária
Distinguem-se 2 raízes:
N. Maxilar (V2) Foramen
Motora (mais pequena e medial) Infraorbitário
Sensitiva (maior e lateral) N. Mandibular (V3)
Trajeto Foramen Mentoniano
Origem:
Trajecto:
Ramos Colaterais
Ramos Colaterais
Ramos Colaterais:
P á g i n a | 179
NERVOS CRANIANOS: NERVO TRIGÉMIO (V)
Nervo Maxilar (V2)
NERVO SENSITIVO
Origem:
Trajeto:
Ramos Colaterais
Ramo Meníngeo
Nervo Zigomático Comunica com o N. Lacrimal através de um ramo comunicante
o Nervo Zigomaticotemporal Saem para a face através dos respectivos
o Nervo Zigomaticofacial foramens (no osso zigomático)
Origem:
Passa por baixo do Gânglio Trigeminal
Motora
Junta-se à raiz sensitiva no Foramen Oval
2 Raízes
Gânglio Trigeminal (divisão inferior)
Sensitiva Atravessa o Foramen Oval onde recebe a raiz
motora
Divisão Anterior
Divisão Posterior
P á g i n a | 181
NERVOS CRANIANOS: NERVO TRIGÉMIO (V)
Ramos Terminais
Ao operar junto da Glândula Sublingual, deve se ter especial cuidado para não
lesionar o N. Lingual e o N. Hipoglosso.
Membrana do Tímpano
Inervação: V, VII, IX e X, mas principalmente:
Face interna: N. Glossofaríngeo
Face externa: N. Auriculo-temporal da divisão mandibular
P á g i n a | 182
NERVOS CRANIANOS: NERVO FACIAL (VII)
Nervo facial (VII) ROLO ESTATO ACÚSTICO FACIAL
NERVO MISTO (mas essencialmente motor, mas
Ente as fibras sensitivas e sensoriais e as fibras
tem fibras para as glândulas lacrimal, sublingual
parassimpaticas do N. Facial encontram-se fibras do N.
e submandibular e fibras sensoriais para os 2/3
Cocleo-Vestibular (?)
anteriores da língua)
Funções
Origem Real:
Colículo do Facial – saliência causada pelo núcleo do
abducens que é envolvido com fibras do facial
Fibras Motoras:
1º Neurónio 2º Neurónio
Gânglio Geniculado 3. Núcleo Solitário porção superior (Gustativa Superior) Porção
súpero-medial da Área Vestibular (MA)
a. Coluna 5: Fibras Sensoriais (paladar) para os 2/3 anteriores
da língua
4. Núcleo Espinhal do Trigémio Da espinhal medula à MA
a. Coluna 6: Fibras sensitivas
Origem Aparente:
Trajeto
Ramos Colaterais:
Ramo Meático
Ramo Comunicante com o Nervo Pequeno Petroso
Nervo Grande Petroso parte do Gânglio Geniculado
Junta-se ao N. Petroso Profundo para formar o N. do Canal Pterigóide vai para o Gânglio
Pterigopalatino partem fibras para as Glândulas Nasais
Nervo para o Músculo Estapédio (motor)
Nervo Corda do Tímpano (Chorda Tympani)
Anastomosa com o N. Lingual do N. Mandibular (V3)
Nervo Sensorial responsável pelo gosto dos 2/3 anteriores da língua
Ramos Terminais
Nervo Temporo-Facial
Ramos Temporais
Ramos Zigomáticos
Ramos Bucais
Nervo Cervico-Facial
P á g i n a | 184
NERVOS CRANIANOS: NERVO FACIAL (VII)
Ramo Marginal margem da mandíbula
Ramo Cervical
Plexo
GG Cervical
T1, T2 Carotídeo
Superior
Externo
Glândula Submandibular
N. Lingual
Glândula Sublingual
N. Grande Petroso (Fibras
Núcleo Salivar Superior N. Facial (VII)
Parassimpáticas)
N. Petroso Profundo
N. do Canal Pterigóide Gânglio Pterigopalatino
(Fibras Simpáticas)
N. Zigomático
Ramo Comunicante
N. Lacrimal
FIBRAS SENSITIVAS
P á g i n a | 185
NERVOS CRANIANOS: NERVO FACIAL (VII)
TRACTO SOLITÁRIO
2/3 Anteriores da Chorda Gânglio
N. Facial (VII) Núcleo Gustativo
Língua Tympani Geniculado
Superior
Através do N. Lingual
(ramo do Mandibular V3)
Clínica:
Sinais e sintomas:
Pálpebra inferior
caída
Incapacidade de
produzir lágrimas
Perda do paladar
nos 2/3 anteriores
da língua
Perda de
sensibilidade na
zona respetiva
P á g i n a | 186
NERVOS CRANIANOS: NERVO VESTIBULOCOCLEAR (VIII)
Nervo Vestibulococlear (VIII)
NERVO SENSORIAL
Trajeto:
Quando a membrana tectórea vibra, toca nas células ciliadas produzindo um impulso nervoso
2º Neurónio Núcleos Cocleares (Anterior & Posterior) TRONCO CEREBRAL
N. Vestibular Inferior
Canal Semicircular Posterior
Sáculo
2º Neurónio Núcleos Vestibulares (Anterior & Posterior & Lateral & Medial) TRONCO CEREBRAL
Reflexo Estapédico:
N. Estapédio
Som Núcleo Olivar N. Motor do
N. Coclear N. Facial (VII) M. Estapédio
Intenso Superior Facial
P á g i n a | 187
NERVOS CRANIANOS: NERVO GLOSSOFARÍNGEO (IX)
Nervo Glossofaríngeo (IX)
NERVO MISTO
Função:
Fibras Motoras
Fibras Sensitivas
1º Neurónio 2º Neurónio
Gânglio inferior do IX 1. Núcleo Solitário porção média na Área Vestibular (MA)
a. Coluna 4: Fibras Sensitivo-Viscerais para os Quimiorecetores
e barrorecetores no corpo e seio carotídeo
2. Núcleo Solitário porção superior ou rostral (Gustativo Inferior) na
Área Vestibular (MA)
a. Coluna 5: Fibras Sensoriais para o 1/3 posterior da língua
3. Núcleo Espinhal do Trigémio Fibras sensitivas
a. Coluna 6: Fibras sensitivas
Origem Aparente:
Trajeto:
FIBRAS SENSITIVAS
FIBRAS SECRETORAS
Núcleo Salivar N.
Inferior N. Pequeno
Glossofaríngeo N. Timpânico Gânglio Ótico
Petroso
(Fibras PS) (X)
N. Aurículo-Temporal
Glândula d
Parótida ← Plexo carotídeo Externo ← GG Cervical Sup ← CSLV ← T1,T2 (fibras simpáticas)
P á g i n a | 189
NERVOS CRANIANOS: NERVO GLOSSOFARÍNGEO (IX)
Ramos Colaterais:
Ramos Linguais
Clínica:
Lesão no N. Glossofaríngeo
Assimetria da Úvula Alterações na deglutição
Sinal de Cortina Reflexos de vómitos
(Palato Mole descaído)
Tosse
P á g i n a | 190
NERVOS CRANIANOS: NERVO VAGO (X)
Nervo Vago (X)
NERVO MISTO
Função:
Fibras Motoras:
Fibras Sensitivas:
1º Neurónio 2º Neurónio
Gânglio Inferior do X 3. Núcleo Solitário Porção Inferior
a. Coluna 4: Fibras Sensitivo-Viscerais para quimiorecetores
e barrorecetores no corpo e seio cartídeo; vísceras
4. Núcleo Solitário Porção Superior na Área Vestibular (MA)
a. Coluna 5: Fibras Sensoriais (paladar) para Epiglote e
pregas glossoepiglóticas
5. Núcleo Espinhal do Trigémio fibras sensitivas
a. Coluna 6: Fibras sensitivas
Origem Aparente:
Trajeto:
P á g i n a | 191
NERVOS CRANIANOS: NERVO VAGO (X)
Vai-se dividindo nos seus inúmeros ramos à medida que desce
Ramos Colaterais:
Cervicais
Ramo Auricular do X
Recebe um ramo comunicante do N. Glossofaríngeo (IX)
Dá origem a um ramo interno que inerva a mucosa da laringe (fibras sensoriais) e a um ramo externo que
inerva o músculo cricotiroideu (fibras motoras).
Torácicos
P á g i n a | 192
NERVOS CRANIANOS: NERVO VAGO (X)
Ramos Cardíacos Toráccicos
Ramos Traqueais
Ramos Brônquicos
Ramos Esofágicos
Ramos Terminais:
Clínica:
Paralisia do N. Vago
Úvula é puxada para o lado
Alteração da voz
Disfonia não lesionado
Paralisia das cordas vocais
Músculos
Lesão no Lado
Periférica afectados do
Esquerdo
Dois Tipos de lado esquerdo
Lesões Músculos
Lesão no Lado
Central afectados do
Direito
lado esquerdo
P á g i n a | 193
NERVOS CRANIANOS: NERVO VAGO (X)
P á g i n a | 194
NERVOS CRANIANOS: NERVO ACESSÓRIO (XI)
Nervo Acessório (XI)
NERVO MOTOR
Origem Real:
Raiz Craniana (superior) Núcleo Ambíguo (Coluna 2) para todos os m. da Laringe exceto o cricotiroideu
Raiz Espinhal (inferior) Núcleo Espinhal Acessório (Coluna 2) para M. esternocleidomastoideu e trapézio
Trajecto:
Ramos Terminais:
Ramo Superior
Transporta as fibras da raiz craniana
Une-se ao Gânglio Infeior do N. Vago (X), veiculando então o n. Vago e, mais tarde, o n. recorrente laríngeo
(mas as fibras são do XI), indo inervar músculos da laringe
Ramo Inferior
Transporta as fibras da raiz espinhal
Clínica:
Lesão do N. Acessório:
Rotação do Pescoço
(esternocleidomastoideu)
P á g i n a | 195
NERVOS CRANIANOS: NERVO HIPOGLOSSO (XII)
Nervo Hipoglosso (XII)
NERVO MOTOR (músculos da língua)
Origem Real:
Origem Aparente:
Trajeto:
Ramos Colaterais:
Ramo Meníngeo
Raiz Superior da Ansa Cervical
A raiz inferior é formada pelas raízes espinhais de C2 e C3
Ramos Terminais
Clínica:
Lesão no N. Hipoglosso
P á g i n a | 196
NERVOS CRANIANOS: OUTROS REFLEXOS
Outros Reflexos
Reflexo corneano
Piscar palpebral em resposta a luz muito intensa
Sensibilidade corneana nervo oftálmico (V1) Fascículo Longitudinal Medial sinapse no núcleo motor do
Facial n. facial contracção do Orbicular do Olho
Em condições normais: Estimulo unilateral resposta bilateral
Reflexo de acomodação
Objecto distante nervo óptico Córtex Visual Córtex Frontal sinapse no núcelo parassimpático do
Oculomotor n. oculomotor regulação da contracção do músculo ciliar
Em condições normais: Estimulo unilateral resposta bilateral
I – cheiros intensos
II – campos visuais
III, IV e VI – movimentos oculares, estrabismo e diplopia
o Divergente – III
o Convergente – VI
o Cima – IV
o Miose, perda da acomodação da lente e ptose palpebral – III
V – 3 ramos: oftálmico, maxilar e mandibular: sensibilidade
o Músculos mastigadores – V3
VII – motricidade da face, secreção de saliva, gosto 2/3 anteriores da língua
VIII – audição e equilíbrio
IX – gosto 1/3 posterior da língua, sensitivo da laringe e tuba auditiva, glândula parótida
X – faringe, laringe, vísceras
XI – elevação do trapézio e esternocleidomastoideu
XII – língua (movimento)
P á g i n a | 197
VIAS: GRANDES VIAS AFERENTES
Vias
Generalidades
Organização comum
Vias aferentes que penetram o SNC por nervos espinhais
o Sistema ântero-lateral ou espinho-talâmico
Via da Sensibilidade Exterocetiva Termoálgica – dor e temperatura
Via da Sensibilidade Exterocetiva Protopática – pressão e tato grosseiro
o Sistema lemniscal medial
Via da Sensibilidade Propriocetiva Consciente
Via da Sensibilidade Exterocetiva Epicrítica – tato preciso e discriminatório
o Via da Sensibilidade Propriocetiva Inconsciente
o Via da Sensibilidade Interoceptiva – sensibilidade visceral
Vias aferentes que penetram o SNC por nervos cranianos
o Vias trigeminais
Via da Sensibilidade Propriocetiva Consciente da cabeça
Via da Sensibilidade Exterocetiva Epicrítica da cabeça
Via da Sensibilidade Exterocetiva Termoálgica da cabeça
Via da Sensibilidade Exterocetiva Protopática da cabeça
o Via olfativa
o Via óptica
o Via acústica
o Via vestibular
o Via gustativa
Regulação da dor
o Controlo segmentar – gate control
o Controlo suprasegmentar – via da analgesia
Generalidades
Sensibilidade
o Função cerebral que assegura a receção e o tratamento de estímulos externos e internos. Participa
na manutenção da vigília e na regulação da motricidade
Sensibilidade somática
o Consciente, trata as informações cutâneas e os estímulos profundos
Sensibilidade visceral
P á g i n a | 198
VIAS: GRANDES VIAS AFERENTES
o Inconsciente, veicula informações com origem em órgãos profundos
Sensibilidade consciente
o As informações atingem o córtex cerebral e são analisadas pela linguagem
Sensibilidade inconsciente
o As informações são analisadas ao nível sub-cortical (cerebelo)
Somatotopia
o Correspondência das regiões do corpo no córtex
o Relacionado não com o tamanho das estruturas, mas com a sua funcionalidade
Organização comum
A via é composta, de forma geral, por 3 neurónios e 2 relés, do recetor ao córtex excluindo a célula granulosa.
• Neurónio pseudo-unipolar
Neurónio 1 • Está sempre em gânglios
• Variável
Neurónio 2/ • Cruza do 2º para o 3º neurónio
Relé 1
• Sensibilidade comum
Cortex
parietal
P á g i n a | 199
VIAS: GRANDES VIAS AFERENTES
Lemnisco Medial
Sobe medialmente no TC
Só empurrado para fora pelo N. rubro
Passa atrás da substância nigra
Centro semi-oval
P á g i n a | 200
VIAS: GRANDES VIAS AFERENTES
O lemnisco medial é formado pelas fibras arqueadas internas – neurónios de 2ª ordem que emergem das faces
anteriores dos núcleos grácil e cuneiforme e cruzam a linha mediana na decussão sensitiva
Homúnculo sensitivo refere-se à organização topográfica das representações neurais de diferentes partes do corpo:
Implicações clínicas:
Sensibilidade:
Protopática
Termoálgica
P á g i n a | 201
VIAS: GRANDES VIAS AFERENTES
No mesencéfalo passa atrás da substância nigra No mesencéfalo passa atrás da substância nigra
Dor Aguda
Braço posterior da capsula interna
P á g i n a | 202
VIAS: GRANDES VIAS AFERENTES
Nota: diferenças entre sensibilidade epicrítica e protopática:
Recetores idênticos
Vias completamente diferentes
Fibras arqueadas externas posteriores – originadas no núcleo cuneiforme acessório (face lateral), seguem para o PCI
sem cruzar para o lado oposto; substituem o feixe espinho cerebeloso posterior acima de C8, não possuem o núcleo
torácico
P á g i n a | 203
VIAS: GRANDES VIAS AFERENTES
Vias aferentes cranianas
Vias trigeminais
Dendrites Dendrites
Nervo V
Núcleo Espinhal do Trigémio 2ºN 2ºN Núcleo Sensitivo do V
Radiação Central
Córtex Pós Central (Giro Pós Central, Área 1,2 e 3) 4ºN 4ºN Córtex Pós Central
Parte mais inferior (Homúnculo sensitivo) (Giro Pós Central, Área 1,2 e 3)
Onde comunica com o Giro Pré Central (opérculo)
P á g i n a | 204
VIAS: GRANDES VIAS AFERENTES
Dendrites
Contribuição dos nervos que inervam os músculos do pescoço e cabeça
Nervo V1, V2, V3
(Quase todos: VIII, X, XI,…)
Gânglio Trigeminal 1ºN
Nervo V
Núcleo Mesencefálico do Trigémio 2ºN
Lemnisco Trigeminal
Radiação Central
Centro semi-oval
P á g i n a | 205
VIAS: GRANDES VIAS AFERENTES
Via olfativa
Dendrites
Filetes Olfativos
Tractus Olfativo
Divide-se formando o
Trígono Olfativo
3ºN
3ºN
Núcleos Septais
Região Septal/subcalosa Uncus/Corpo Amigdalóide
Substância Cinzenta do Septo Pelúcido Núcleo Córtico-Medial
Centro Olfativo primário
Giro Fasciolar
Giro Dentado
NOTA: A cinzento estão assinaladas percursos que não pertencem à via olfativa propriamente dita.
P á g i n a | 206
VIAS: GRANDES VIAS AFERENTES
Continuação do esquema anterior:
N. Habenular
P á g i n a | 207
VIAS: GRANDES VIAS AFERENTES
Via óptica
P á g i n a | 208
VIAS: GRANDES VIAS AFERENTES
Homúnculo óptico
No córtex visual também há um homúnculo, isto é, uma organização espacial das aferências visuais:
Quiasma óptico
o Cruzamento das fibras nasais e 50% das fibras maculares (campo visual temporal)
o Faz com que o campo visual direito vá para o hemisfério esquerdo e vice-versa
Radiações talâmicas
o As fibras do campo visual inferior após atingirem o tálamo veiculam as radiações parietais e ficam
representadas na parte superior do sulco calcarino
o As fibras do campo visual superior, por sua vez, veiculam as radiações temporais e ficam
representadas na parte inferior do sulco calcarino
Curiosidades:
Num estudo verificou-se que alguns doentes com este tipo de lesão, apesar de não conseguirem ver per se (é como
se tivessem o campo visual todo preto), se lhe apontassem um foco luminoso aos olhos eles conseguiam apontar a
origem deste foco. Este fenómeno chama-se visão cega e ocorre porque apesar de o córtex estar lesado, ainda há
outras estruturas subcorticais preservadas que recebem aferências visuais – como o colículo superior e o tálamo.
P á g i n a | 209
VIAS: GRANDES VIAS AFERENTES
Via Acústica
Nervo coclear
VIII
Sulco Medulo-Pôntico
Principalmente
Sobem um bocado
3ºN
Núcleo olivar superior Corpo trapezóide Estrias medulares Cruza
Estereofonia horizontal Na ponte! Pavimento do IV ventrículo
Firas a cruzar - horizontais Fibras que cruzam para o lado oposto
Sem cruzar
Lemniscus Lateral
Ponte e mesencéfalo
4ºN Colículo Inferior
Comunicam através da comissura posterior
Braço conjuntival
5ºN Tálamo
Corpo Geniculado Medial
NOTA: A cinzento estão assinaladas percursos que não pertencem à via acústica propriamente dita, são desvios. A
via é o que está a branco.
P á g i n a | 210
VIAS: GRANDES VIAS AFERENTES
Cruzamentos
Uma lesão nesta via não implica surdez num ouvido, porque há cruzamentos sucessivos, pelo que as fibras
contralaterais às lesadas compensam. Assim, há antes uma redução bilateral da audição, predominantemente no
ouvido contralateral (a maior parte das fibras cruza funcionalmente).
O núcleo olivar superior é responsável pela audição estereofónica horizontal, ou seja, quando ouvimos um som
conseguimos identificar se está mais à direita ou à esquerda.
Isto ocorre porque ele recebe informações de ambos os núcleos cocleares ventrais (fibras do núcleo coclear ventral
do seu lado e fibras cruzadas no corpo trapezoide do núcleo coclear ventral do outro lado) e compara os tempos de
chegada dos dois impulsos – um som com origem mais à direita chega ao ouvido direito umas milésimas de segundo
mais cedo.
A audição estereofónica vertical (se o som está mais acima ou mais abaixo) é feita ao nível do pavilhão auricular.
Células ciliadas
Membrana Rampa
Despolarização internas batem Helicotrema
Basilar vibra Timpânica
na m. tectórea
Assim, a verdadeira transdução sonora é feita ao nível das células ciliadas internas do órgão espiral, se onde partem
fibras aferentes que fazem parte da via acústica.
Existem ainda células ciliadas externas, que recebem eferências do núcleo olivar superior. Estas também possuem
estereocílios e que estão envolvidas na amplificação sonora (batem na membrana tetórea antes das células ciliadas
internas).
Nem todos os sons seguem este trajeto. Por exemplo, ao falarmos a nossa voz segue um trajeto alternativo,
propagando-se pela vibração dos ossos. Por isso é que a nossa voz parece diferente quando a ouvimos numa
gravação.
Tonotopia
Isto ocorre porque a membrana basilar não tem sempre a mesma largura, vibrando de maneiras diferentes
consoante a frequência do som.
P á g i n a | 211
VIAS: GRANDES VIAS AFERENTES
Na base
o A lâmina espiral óssea é mais larga, condicionando que a membrana basilar seja mais estreita
o Sons agudos
Junto ao ápex (não se pode dizer ápex porque aí não há membrana basilar – helicotrema)
o A lâmina espiral óssea é mais estreia, condicionando que a membrana basilar seja mais larga
o Sons graves
Membrana Basilar
Curiosidades:
Informações auditivas em pessoas sem formação musical são analisadas predominantemente no hemisfério direito.
No caso de pessoas com formação musical, as informações são analisadas no hemisfério esquerdo e há uma ligação
com o centro da linguagem sensitiva. (Isto em pessoas destras cujo hemisfério dominante seja o esquerdo. Ainda
está por estudar como é que o processo ocorrem em músicos canhotos)
P á g i n a | 212
VIAS: GRANDES VIAS AFERENTES
Via gustativa
P á g i n a | 213
VIAS: GRANDES VIAS AFERENTES
Controlo da dor
Nível segmentar
LM S. Termoálgica
+
-
O sistema lemniscal medial, que tem fibras mais mielinizadas logo mais rápidas, emite um colateral que inibe,
através de um interneurónio, a via da dor, menos mielinizada logo mais lenta.
O controlo segmentar ou teoria da cancela (gate control) diz respeito a diminuição do estímulo doloroso através de
outro estímulo não doloroso (p.e. quando se cai e o primeiro instinto é esfregar onde dói).
Nível suprasegmentar
Serotonina Norepinefrina
Interneurónio
O circuito da analgesia é o controlo suprasegmentar e diz respeito à via do controlo da dor propriamente dita.
P á g i n a | 214
VIAS: GRANDES VIAS EFERENTES
O Locus Coeruleus é um núcleo da ponte distinguido facilmente pela sua cor azul (cheio de neurónios de melanina). É
responsável pela síntese de noradrenalina a nível cerebral e a melanina que possui resulta da polimerização da
noradrenalina armazenada; semelhante a melanina resultante da dopamina presente na substancia negra.
A dor visceral é frequentemente projetada (referred pain) para áreas da pele inervadas pelos mesmos segmentos da
ME que as vísceras. As fibras viscerais e cutâneas (do dermátomo respetivo), que seguem no nervo espinhal, ao
convergirem no 2ºN da via da dor, ascendem juntas no SNC e o córtex cerebral é incapaz de distinguir os locais de
origem. Ex: a dor cardíaca de um enfarte do miocárdio não é sentida no coração, mas é projetada para áreas
cutâneas do braço e antebraço esquerdos.
Generalidades
Definições
Motricidade voluntária: permite agir sobre músculos esqueléticos, sob controlo da consciência, em sinergia com as
vias da sensibilidade
Motricidade reflexa: assegura respostas rápidas e não voluntárias a estímulos externos ou internos
P á g i n a | 215
VIAS: GRANDES VIAS EFERENTES
Córtex Cerebral
Cerebelo
Substância Reticular
Núcleo Vestibular
Medula Espinhal
Motricidade automática
Estática
o Tónus de postura
o Equilíbrio
Coordenação dinâmica
o Assegura ao gesto voluntário a sua harmonia e movimentos executados que são independentes da
vontade
P á g i n a | 216
VIAS: GRANDES VIAS EFERENTES
Vias eferentes somáticas
P á g i n a | 217
VIAS: GRANDES VIAS EFERENTES
Via córtico nuclear
P á g i n a | 218
VIAS: GRANDES VIAS EFERENTES
Vias extrapiramidais
Córtex Cerebral
e
Núcleo Rubro
Interneurónio Interneurónio
(Lâminas VII e VIII) (Lâminas VII e VIII)
Grupo Medial Grupo Medial
Facilita/Inibe os n. motores
Músculos Axiais
Feixe Tecto-espinhal
Colículo Superior
Funículo Anterior
Interneurónio
(Lâminas VII e VIII)
Grupo Medial
P á g i n a | 219
VIAS: GRANDES VIAS EFERENTES
Feixe Rubro-espinhal
Núcleo Rubro
Funículo Lateral
Interneurónio
(Lâminas VII e VIII)
Grupo Lateral
Feixe Vestibulo-espinhal
Funículo Anterior
Interneurónio
(Lâminas VII e VIII)
Grupo Medial
Manutenção do equilíbrio
Facilita Músculos Extensores
Inibe Músculos Flexores
Músculos Axiais
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VIAS: GRANDES VIAS EFERENTES
Feixe Olivo-espinhal
Funículo Anterior
Interneurónio
(Lâminas VII e VIII)
Grupo Medial, Segmento Cervical
Coordenação Motora
Músc. Axiais Cervicais
Vias de Associação
Sistematizando:
Via tecto-espinhal
Via rubro espinhal
Via vestíbulo espinhal
Via retículo espinhal
Via Rubro espinhal - paleocerebelo
Áreas corticais
Pré frontal
Pré motora
Motora suplementar
Motora principal
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ANEXOS: CAPA
ANEXOS
Capa
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ANEXOS: SISTEMA NERVOSO AUTÓNOMO
Sistema Nervoso Autónomo
Aferente
SN Somático
Eferente
Aferente
SN Visceral Simpático
Eferente = SN
Autónomo
Parassimpático
Sistema Simpático
Tóraco-Lombar – C8 a L2
Prepara o corpo para emergências (resposta luta ou fuga “fight or flight response”)
Neurotransmissor do 1º neurónio: acetilcolina
Neurotransmissor do 2º neurónio: noradrenalina (adrenérgicos)
Acções: broncodilatação, taquicardia, vasodilatação coronária, vasoconstrição periférica, hipertensão,
diminuição da secreção, fecho dos esfíncteres,
midríase, sudorese abundante, diminuição do Coluna Lateral
Raíz Ventral
Topografia
1º Neurónio
Ramo
comunicante
Corpo celular nos cornos laterais da substância Branco
cinzenta peri-ependimária de C8 a L2
o As suas dendrites recebem aferências da CSLV
Ramo
(2ºN) GG
comunicante
Periférico
cinzento
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ANEXOS: SISTEMA NERVOSO AUTÓNOMO
O neurónio pré ganglionar vai pelo ramo comunicante branco até à Cadeia Simpática Látero-Vertebral
(CSLV)
2º Neurónio
Destino somático:
o Fazem sinapse com o neurónio pós-ganglionar num gânglio da CSLV
o O 2º neurónio sai da cadeia pelo ramo comunicante cinzento
o Vai até ao destino veiculando um nervo espinhal e seus ramos
Destino visceral:
o O 1º neurónio entra na CSLV mas não faz sinapse
o Sai da cadeia por um nervo esplâncnico e dirige-se para um gânglio periférico
o Daqui parte o neurónio 2º neurónio que se dirige para a víscera
O 2º neurónio encontra-se entre o 8º Mielómero Cervical (C8) e o 2º Lombar (L2) (?)
Cadeia Simpática LV
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ANEXOS: SISTEMA NERVOSO AUTÓNOMO
Sistema Parassimpático
Crânio-sagrado – tronco cerebral e S2, S3 e S4
Conservação e restauração de energia (“rest and digest response”)
Neurotransmissor do 1º neurónio: acetilcolina
Neurotransmissor do 2º neurónio: acetilcolina (colinérgicos)
Acções: broncoconstrição, bradicardia, vasoconstrição coronária, vasodilatação periférica, hipotensão,
aumento da secreção, relaxamento dos esfíncteres e aumento do peristaltismo intestinal
Topografia
(2ºN) Gânglio
Junto à víscera ou na espessura da sua parede
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ANEXOS: SISTEMA NERVOSO AUTÓNOMO
Sistematizar: Simpático vs. Parassimpático
1. Neurotransmissores
M. Esfíncter da Pupila
N. Acessório do III
III Ramo inf do III GG Ciliar Nervos ciliares curtos
ORIGEM NO TC
M. Ciliar
Simpático
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ANEXOS: SISTEMA NERVOSO AUTÓNOMO
Notas soltas:
Soluços:
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ANEXOS: TÓNUS MUSCULAR
Tónus Muscular
O tónus muscular é o estado de tensão de um músculo em repouso.
O tónus muscular é fundamentalmente explicado por controlo pelos gama-motoneurónios e por dois reflexos (note-
se que não é assim tão simples, mas estes foram os abordados nas aulas):
Alfa motoneurónios
o Atuam em porções do músculo esquelético fora do fuso neuro-muscular
o Como atuam na quase totalidade do músculo, são responsáveis pela contração muscular
Gama motoneurónios
o Atuam em células do músculo esquelético dentro do fuso neuro-muscular (responsável pela
propriedade propriocetiva)
o Como atuam no fuso neuro-muscular, de onde parte a informação do grau de estiramento muscular,
são muito importantes na modulação da contração muscular – movimentos finos e tónus muscular
2. A contração das células musculares contracteis (vermelho) provoca um estiramento da parte sensitiva
central
3. Recetores intrafusais ativados enviam sinais pelas fibras aferentes IA até à medula
4. Na medula as fibras IA estimulam (+) o alfa motoneurónio (através de um interneurónio)
5. Contração muscular
6. Tendo em conta que não há diferença comprimento do músculo (equilíbrio com músculos antagonistas) há
um aumento do tónus – contração isométrica com aumento de tónus
Note-se que, apesar de o aumento do tónus ser controlado pelos gama motoneurónios, são os alfa quem
efetivamente o provoca
Regulação
Alfa motoneurónios
VP
Músculo
VE
Fuso neuronal
Fibra muscular alfa Fibra musc. gama
Gama motoneurónios
Gama motoneurónios
o Regulados, por sua vez, pelo sistema piramidal e extrapiramidal
Células de Renshaw
Regulação:
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ANEXOS: TÓNUS MUSCULAR
Doenças do tónus muscular
Hipertonia
Espástica
Problema ao nível da via piramidal, com o 2º neurónio intacto.
Hipertonia
o Falta do efeito inibitório da via piramidal sobre o gama motoneurónio
Elástica (ponta e mola)
o Se o membro a ser testado for solto bruscamente, tenderá a voltar à posição inicial
Não é homogéneo ao longo do movimento
o Aumento patológico do reflexo miotático de extensão
Hiperreflexia
o Como o alfa motoneurónio fica sem via piramidal, fica mais sensível ao arco reflexo
Sensível à velocidade
o Mais notado quando é brusco
Défice da força muscular
Predomina nos músculos flexores e pronadores dos membros superiores e nos músculos extensores dos
membros inferiores
Rigidez
Problemas ao nível das vias extrapiramidais
Exemplo: predomínio da via indireta ao nível da via do corpo estriado (Parkinson) – menor estímulo que chega ao
córtex – menor inibição do gama motoneurónio
Hipertonia
o Falta do efeito inibitório da via extrapiramidal sobre o gama motoneurónio
Plástica (roda dentada)
o Se o membro a ser testado for solto bruscamente, mantém a posição
É homogéneo ao longo do movimento
Reflexo mantidos
Não se altera com a velocidade
Força muscular normal
Não existe predomínio óbvio entre flexores e extensores
Hipotonia
Superior
o Predomínio da via direta na via do corpo estriado (coreia e balismo) – maior estímulo que chega ao
córtex – maior inibição do gama motoneurónio
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ANEXOS: TÓNUS MUSCULAR
No motoneurónio
o Lesão no 2º neurónio da via córtico-espinhal
Desaparece o reflexo
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ANEXOS: SISTEMATIZAÇÃO DOS LEMNISCOS
Sistematização dos lemniscos
Lemnisco Descrição
Medial Neurónios de 2ª ordem que partem dos fascículos grácil e cuneiforme. Cruza na
decussão lemniscal decapitando a parte posterior das pontas posteriores da Medula
Espinhal em colunas 5 e 6
Funículo Posterior ↔ Tálamo
Sensibilidade Epicrítica e Propriocetiva consciente
Espinhal (não Continuação craniana dos tractus espinho-talâmicos anterior e lateral
considerar, só pus aqui Sensibilidade Protopática e Termoálgica
para riscarem de outras
sebentas)
Trigeminal Fibras do núcleo trigeminal no seu caminho para o tálamo. Cruza no seu trajeto
Tractus Trigémino-talâmico
Tractus de fibras entre núcleos sensitivos do V e o tálamo
Sensibilidade termoálgica, protopática, epicrítica, propriocetiva consciente da cabeça
Lateral Parte da via acústica
Continuação ascendente do corpo trapezoide (que vem do n. coclear), vai para o
colículo inferior
Profundo (não Via óculo-Céfalo-gira, que é a única via que não passa nos pedúnculos do mesencéfalo –
considerar, só pus aqui passa atrás da substância nigra e, por isso, recebe este nome!
para riscarem de outras
sebentas)
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SEMINÁRIOS: AVC
Seminários
AVC
Em Portugal é a 2ª causa de morte. É a 3ª em países em desenvolvimento.
A cada hora morre um doente com AVC. 1 em cada 6 pessoas terão um AVC.
Média de perda de parênquima num AVC: 24ml – 22 milhões de neurónios
Trombótico
Isquémico
Embolítico
AVC
Intraventricular
Hemorrágico
Subaracnoideu
Vascularização do cérebro
O cérebro representa 2% da massa do corpo, mas recebe cerca de 20% do débito cardíaco. Por cada 100g de tecido é
preciso 50/60ml de sangue por minuto.
PIC (Pressão Intracraniana) <15mmHg
PPC (Pressão de perfusão) =PAM (Pressão arterial média) -PIC
Se PIC for elevada, não há perfusão de sangue.
Há autorregulação da PPC, o fluxo mantém-se constante. Pensa-se que os ossos contribuam
Exemplos:
A. calcarina
o Perda Visual
A. Cerebral anterior
o Perda força no MI
Ramos perfurantes da A. Cerebral Média – Enfarte lacunar
o Cápsula Interna
No seu braço posterior passa o feixe córtico-espinhal
o Globus Palidus
o Núcleo caudado
Hemisfério esquerdo
o Linguagem nos destros
Em situações crónicas, há poder supletivo das duas circulações (carótida e vertebro-basilar). AVC é agudo,
pretendemos torná-lo crónico.
Primeiro a fazer: determinar se é isquémico ou hemorrágico.
AVC isquémico
Há um núcleo de morte celular e uma zona de penumbra que, apesar de estar eletricamente silenciosa, tem
potencial de recuperação. É nessa zona de penumbra que vamos atuar.
O núcleo do enfarte é fagocitado e desaparece.
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SEMINÁRIOS: AVC
Sequência de eventos num AVC isquémico:
Falta de O2
Falta de ATP
Transporte de iões
afetado
Despolarização
Ca2 +entra
Vasoconstrição
+Ca2+
(tromboxano)
Morte celular
AVC hemorrágico
O principal perigo é o aumento da PIC. Se a PIC subir muito de tal forma que exceda a PAM, deixa de haver perfusão
Não dar medicamentos de aumentem a fluidez do sangue, porque vai aumentar o território da hemorragia.
Supratentorial
Operar não ajuda, o território já está definido. O melhor é esperar porque a perda de funções é paulatina e gradual.
Hérnia subtálsica – o tecido cerebral de um lado vai passar por baixo da foice do cérebro para o outro.
Infratentorial/cerebeloso
Intervenção cirúrgica mandatória.
Como o espaço é pequeno, pequenas variações da pressão podem fazer o deslocamento de estruturas para cima
(incisura da tenda) ou para baixo (foramen magnum). O doente tosse ou dá um espirro e entra em coma – sintomas
agudos e imediatos.
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