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O colapso ambiental do Brasil será antecipado com um presidente antiecológico

“Eu não tenho dúvidas de que é parte do destino da raça humana, na sua evolução gradual,
parar de comer animais, tal como as tribos selvagens deixaram de se comer
umas ás outras quando entraram em contato com os mais civilizados.”
Henry Thoreau

O Brasil precisa pagar a sua dívida ambiental e não dar um cheque em branco para aumentar a
degradação ecológica. O meio ambiente precisa de um bombeiro e não de um incendiário, pois
o colapso ambiental do Brasil será antecipado com um presidente antiecológico. Infelizmente,
o candidato que saiu na frente no primeiro turno das eleições presidenciais, em 07 de outubro
de 2018, tem uma prática e uma retórica contra a natureza e contra o direito dos animais.

Infelizmente, o progresso da civilização brasileira ocorreu às custas do retrocesso ecológico. A


nação brasileira tem sido alvo de mais de 500 anos de agressão ao meio ambiente. Todos os
ecossistemas foram sacrificados no altar do desenvolvimento.

A destruição da natureza é um verdadeiro holocausto biológico e um crime de ecocídio, pois


cerca 90% da cobertura original da Mata Atlântica foi destruída a ferro e fogo, 50% do Cerrado,
20% da Amazônia, etc. O desmatamento anual da Amazônia que vinha diminuindo até 2012
voltou a subir em 2013 e já está no preocupante patamar da década passada. A fauna brasileira
está desaparecendo enquanto se amplia o crime da defaunação. Até as emissões de gases de
efeito estufa aumentaram, neste momento em que o IPCC chama a atenção para a necessidade
de reduzir rapidamente as emissões antrópicas para evitar um colapso climático.

Diante desta grave situação, é preocupante o posicionamento do candidato (como sintetizado


na figura acima) que propõe:
1) Seguir os passos de Donald Trump e retirar o Brasil do Acordo de Paris;
2) Fim da demarcação das terras indígenas;
3) Fim das multas por desmatamento;
4) Apoio ao agronegócio e ao desmatamento do Cerrado e da Amazônia;
5) Fim do Ministério do Meio Ambiente e criação de uma secretaria do Meio Ambiente
subordinada ao Ministério da Agricultura;
6) Liberação da caça de animais selvagens, etc.

O meio ambiente pode ser a maior vítima das políticas do próximo governo, caso os resultados
do primeiro turno se confirmarem no segundo turno. O Brasil precisa pagar a sua dívida
ambiental nos duzentos anos da Independência. Um retrocesso neste momento, pode cimentar
o caminho para uma destruição irreversível. Mas o ecocídio é o caminho mais curto para o
suicídio civilizacional. O Brasil precisa votar a favor do meio ambiente e das espécies vivas do
território nacional e mundial.

José Eustáquio Diniz Alves


Doutor em demografia e professor titular do mestrado e doutorado em População,
Território e Estatísticas Públicas da Escola Nacional de Ciências Estatísticas - ENCE/IBGE;
Apresenta seus pontos de vista em caráter pessoal. E-mail: jed_alves@yahoo.com.br

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