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Porto Alegre
2018
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 3
2 SISTEMA DE INJEÇÃO................................................................................................. 4
4 CONCLUSÕES............................................................................................................... 15
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1 INTRODUÇÃO
O presente trabalho se propõe a fazer uma revisão teórica acerca de sistemas de injeção
de motores a combustão interna, bem como apresentar novas tecnologias que estão sendo
desenvolvidas nessa área.
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2 SISTEMA DE INJEÇÃO
Trata-se de um subsistema responsável por levar ar, combustível ou uma mistura desses
até a câmara de combustão de um motor a combustão interna.
Para motores a gasolina, o carburador era o dispositivo predominante para adição de
combustível antes de ser difundido o uso da injeção eletrônica de combustível.
Algumas diferenças entre carburadores e injeção de combustível são:
• A injeção atomiza o combustível, bombeando-o através de um bocal estreito sob
alta pressão. Já o carburador utiliza o vácuo criado pelo ar de admissão para
através dele adicionar o combustível ao fluxo.
• O carburador não contém componentes eletrônicos e assim não necessita de uma
fonte de eletricidade, além de possuir uma manutenção mais fácil, com menor
ocorrência de problemas.
• O carburador executa diversas funções importantes em um único componente:
mede a carga do motor, calcula a quantidade de combustível necessária e
adiciona o combustível requerido ao fluxo de ar. Com o sistema de injeção, essas
funções são executadas por subsistemas e por componentes separados.
2.1 Carburador
Para os motores com carburação não é considerado que detenham um sistema de injeção,
em razão de não contarem com bicos injetores. Nesse tipo de sistema, a admissão de
combustível pelo cilindro, é gerada pelo vácuo da câmara de combustão.
O carburador já foi o principal componente do sistema de alimentação, que era
responsável por administrar a mistura ar-combustível nas proporções necessárias para o
funcionamento do motor. Na Figura 1, pode se observar um carburador com seus componentes
indicados.
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Embora tenha passado por modernizações, não foi possível reduzir os níveis de emissões
de poluentes a patamares condizentes com as exigências ambientais. Com isso foi perdendo
espaço e acabou substituído pela injeção de combustível.
2.2.1 Funcionamento
Esse sistema foi criado na década de 1990 pela Bosch e seu funcionamento é semelhante
à injeção eletrônica analógica, entretanto, conta com mais recursos.
Dentre esses recursos, destacam-se a integração dos sistemas de ignição e injeção, o
sistema de autodiagnostico, permitido pela existência de uma memória, e também a existência
de controle e correção de mistura, baseada na análise de informações colhidas por sensores e
interpretadas eletronicamente.
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O sistema conta com um único bico injetor de combustível para todos os cilindros.
O custo ainda parece ser a principal desvantagem do sistema de injeção direta, pois os
componentes devem ser mais resistentes para suportar a alta pressão na câmara de combustão.
Por outro lado, o elevado custo de produção já não é mais considerado um entrave no
desenvolvimento da tecnologia, utilizada há muito tempo nos motores diesel.
No Brasil, a realidade é que esse sistema está presente, majoritariamente, em modelos
importados de países europeus onde a legislação ambiental é mais rigorosa.
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3 NOVAS TECNOLOGIAS
A ideia de um motor “livre de válvulas” não é exatamente nova. Com objetivo de superar
as limitações do comando de válvulas com cames e molas, a Fórmula 1 usa molas pneumáticas
desde os anos 1980, eliminando a flutuação de válvulas.
O sistema “livre de válvulas” ou “free valve engine” elimina a árvore de cames e aciona
os atuadores somente com pulsos elétricos enviados pela ECU (unidade de comando). O sistema
já vem sendo desenvolvido há mais de 20 anos por várias iniciativas diferentes. Atualmente, a
mais promissora e quem sendo testada com sucesso é a de Christian von Koenigsegg.
A base do funcionamento do motor sem comando de válvulas é a eletrônica, que já é
utilizada para controlar a alimentação do motor, a ignição do combustível, o acelerador, a
suspensão e sistemas de segurança.
A ideia reside em utilizar no lugar da árvore de cames sincronizada mecanicamente com
o virabrequim um conjunto de atuadores eletropneumáticos.
A sincronização é feita pelo mesmo sensor que mede a velocidade e a posição do
virabrequim, bastando apenas programar a ECU para enviar aos atuadores o sinal elétrico para
abertura das válvulas. É um princípio de funcionamento bastante similar ao das válvulas
injetoras de combustível. O retorno das válvulas se dá pelo uso de molas. Na Figura 3 pode se
observar o esquema dos atuadores eletropneumáticos junto às válvulas.
Figura 3Esquema de montagem das válvulas com os atuadores eletropneumáticos e das molas
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O motor apresentado pelo Qoros tem 1.6 litro e consegue gerar 230 cv e 32,6 kgf de
torque, o que segundo o fabricante representa 47% mais potência e 45% mais torque que em
um motor 1.6 convencional, com consumo reduzido em 15%. Na Figura 5, temos mais uma
imagem do motor com a tecnologia “FreeValve”.
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Já na Segunda Guerra Mundial, alguns aviões de caça alemães tinham sistema de injeção
de água em seus motores a pistão. Assim, conseguia-se aumentar a taxa de compressão e, ao
mesmo tempo, resfriar as câmaras de combustão.
Atualmente, mais de 70 anos depois, a Bosch traz o sistema à tona com o objetivo de
aumentar a potência e reduzir as emissões de poluentes e o consumo em motores modernos e
que já sofreram downsizing.
De acordo com a empresa, 20% do combustível injetado no motor em altos regimes é
perdido na refrigeração da câmara de combustão. Aí é o ponto em que entra a tecnologia
WaterBoost, injetando água destilada no motor antes da combustão, conforme se observa na
Figura 6.
Figura 8Como a tecnologia é utilizada com injeção direta, a gasolina é injetada no momento certo da ignição e
não se mistura com a água
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A tecnologia já foi aplicada no BMW M4 GTS, com motor 3.0 de 500 cv e cuja produção
foi limitada em 700 unidades. No entanto, a Bosch pretende popularizar essa tecnologia a partir
de 2019, quando também será utilizada por outras montadoras.
3.2.1 Potência
Graças à injeção de água, o BMW M4 GTS passou de 430 cv e 56,1 mkgf (números do
M4 original) para 500 cv e 61,1 mkgf. O sistema utilizado nele tem reservatório específico no
porta-malas, mas a Bosch diz que seria possível reaproveitar a água condensada pelo ar-
condicionado – o que contribui também com um apelo ecológico.
A fabricante sueca Volvo desenvolveu nova tecnologia para motores a diesel. O sistema
foi batizado de i-ART e oferece monitoramento de combustão mais preciso com o objetivo de
melhorar o desempenho e diminuir o consumo de combustível.
Na Figura 9, observa-se a representação do sistema em um motor diesel.
A Volvo desenvolveu essa nova tecnologia, que promete tornar os propulsores a diesel
mais eficientes e reduzir a taxa de emissão de poluentes. Os blocos com a tecnologia i-ART
contam com mais sensores, que realizam a medição da injeção de combustível para adaptar o
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fluxo da melhor maneira possível. Segundo a montadora, os motores farão com que os V8 atuais
sejam considerados verdadeiros “dinossauros”.
Diferentemente dos blocos atuais, que possuem apenas um sensor de pressão para todos
os bicos injetores, o novo motor da Volvo terá um sensor de pressão e temperatura e uma
válvula para cada um dos injetores. Como a pressão do combustível será medida mais
precisamente, o motor receberá apenas a quantidade de diesel necessária a cada ciclo de
combustão. Na Figura 10, pode-se observar o sistema em maiores detalhes.
4 CONCLUSÕES