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Histórias

O professor de História, no seu primeiro dia de aula, entra e os alunos nem percebem, conversando,
falando ou jogando no celular. Ele escreve na velha lousa um imenso H, e depois vai desenhando
cabeças com bigodes e barbas, enxada, foice. A turma foi prestando atenção, trocando risinhos, e agora
espera curiosa. Finalmente ele fala:
– Não vamos estudar aquela História com H, só com heróis e grandes eventos! Vamos estudar a partir da
nossa história, daonde e como viemos. Por exemplo, como é seu sobrenome?
[...]
– Vicentini.
– Origem italiana. Os italianos, como os espanhóis, alemães, japoneses, vieram para cá para bater
enxada, trabalhar nos cafezais quando os escravos foram libertados.
O engraçadinho da turma levanta o braço:
– Meu sobrenome é Silva, professor. Tem mais Silva na lista telefônica que formiga em formigueiro.
Daonde eu vim?
– Da selva. Silva é selva, em latim. Foi o nome dado pelos romanos antigos aos que vinham das florestas
para morar na cidade, eram os “da selva”. Se a gente pensar que a maioria das pessoas morava no
campo há meio século, e depois se mudou em massa para as cidades, a origem do nome até se justifica.
A turma espera em silêncio: aonde ele quer chegar?
– Proponho o seguinte. Vocês conversem com seus pais, avós, tios, para saber dos antepassados.
Daonde vieram, por que, trabalharam e viveram onde e como. Cada um contará então a história de sua
família, e daí vamos situar essa história familiar na história social. Vamos falar da cafeicultura, por
exemplo, depois que alguém falar que seu avô trabalhou com café.
[…]
Cada um de vocês, com sua história, vai acender o fogo do conhecimento em cada aula. Eu só vou botar
lenha, dar as informações, vocês vão dar vida à História, que aí, sim, vai merecer H maiúsculo!
Combinado?
Os alunos aplaudem, entusiasmados, comentam: nossa, massa, uau, professor maneiro!... Saem, e
depois ele, saindo, dá com o diretor nervoso:
– Eu ouvi sua aula, professor, aqui ao lado da porta, como faço com todo novato! O senhor tire essas
ideias da cabeça, viu? Vai ensinar conforme o programa, começando pelo descobrimento, as três
caravelas, a calmaria etc. Entendido? Ora, onde já se viu, História viva... Só por cima do meu cadáver!
O professor novato vai pelo corredor, sentindo-se morrer por dentro. Na sala dos professores, nas
paredes estão Tiradentes e o crucifixo de Jesus, dois mártires. Ele chora, perguntam por que, apenas
consegue dizer “não é nada, é uma longa História”.
Fonte: PELLEGRINI, Domingos. Histórias. Adaptado de:
<http://www.gazetadopovo.com.br/colunistas/conteudo.phtml?id=1244364&tit=Historias>. Acesso em: 06/08/2013.

10 - Assinale a alternativa correta, de acordo com o texto:


a) O diretor era favorável a inovações no ensino de História e confiava nos professores novatos.
b) O professor de História sentiu profunda insatisfação por receber ordem para desistir de seu objetivo
inicial.
c) Os alunos não estavam interessados no ensino de História que levasse em conta suas próprias
histórias.
d) O professor queria, já de início, chamar a atenção de seus alunos para o estudo dos grandes eventos e
heróis consagrados da História.
e) Os alunos manifestaram, no início da aula, com suas atitudes e palavras, que concordavam com a opinião
do diretor sobre o ensino de História.

3. “MEU PRESENTE É TER VOCÊ PRESENTE”, temos um jogo


semântico que é proporcionado por:

a) Uma polissemia ocasionada pela palavra presente que, assume dois


sentidos distintos.
b) Uma homonímia ocasionada pela semelhança fônica e gráfica da
palavra presente.
c) Uma sinonímia perfeita entre as duas ocorrências da forma
expressiva presente.
d) Uma repetição de duas palavras com igual acepção.
e) Uma hiponímia, palavras que pertecem a um mesmo campo
semântico.
19.
CUIDADO: NÃO DÊ SINAL
VERDE PARA UM CHEQUE EM
BRANCO. SUA CONTA PODE
ACABAR NO VERMELHO.

AS MOÇAS DE PEIXES QUE SE


CASAM COM RAPAZES DE
AQUÁRIO DIFICILMENTE
MORREM AFOGADAS.
(Jô Soares, 1995)
Com relação aos dois fragmentos, pode-se afirmar que:

a) A criatividade supera a informatividade, por isso, os textos, apesar de


comum, enfatizam o caráter humorístico.
b) A informatividade supera a criatividade, por isso, os textos
acrescentam ideias às que já conhecemos.
c) A reunião de ideias de sentidos diferentes torna os textos
incoerentes, sem nexo.
d) Não há criatividade nem informatividade, pois os textos não dizem
nada de novo, nem engraçado.
e) Os fragmentos inconsistentes nas proposições permitem que os
textos sejam escritos, mas não compreendidos.

Leia o texto e responda.

"Nasce o Sol, e não dura mais que um dia.

Depois da luz, se segue a noite escura,

Em tristes sombras morre a formosura,

Em contínuas tristezas a alegria."

(Gregório de Matos)

Na estrofe acima, de um soneto de Gregório de Matos Guerra, a principal


característica do Barroco é:

a. culto da Natureza

b. a utilização de rimas alternadas

c. a forte presença de antíteses

d. culto do amor
e. uso de aliterações

5. (PUCC-SP)

"Que falta nesta cidade? Verdade.

Que mais por sua desonra? Honra.

Falta mais que se lhe ponha? Vergonha.

O demo a viver se exponha,

Por mais que a fama a exalta,

Numa cidade onde falta

Verdade, honra, vergonha."

Pode-se reconhecer nos versos acima, de Gregório de Matos:

a. caráter de jogo verbal próprio do estilo barroco, a serviço de uma crítica, em


tom de sátira, do perfil moral da cidade da Bahia.

b. caráter de jogo verbal próprio da poesia religiosa do século XVI, sustentando


piedosa lamentação pela falta de fé do homem.

c. estilo pedagógico da poesia, por meio da qual o poeta se investe das


funções de um autêntico moralizador.

d. caráter de jogo verbal próprio do estilo barroco, a serviço da expressão lírica


do arrependimento do poeta pecador.

e. estilo pedagógico da poesia, sustentando em tom lírico as reflexões do poeta


sobre o perfil moral da cidade da Bahia.

10- (UFBA)

“Vós, diz Cristo Senhor nosso, falando com os Pregadores, sois o sal da terra: e chama-lhes sal
da terra, porque quer que façam na terra, o que faz o sal. O efeito do sal é impedir a corrupção,
mas quando a terra se vê tão corrupta como está a nossa, havendo tantos nela,

que têm ofício de sal, qual será, ou qual pode ser a causa desta corrupção? Ou é porque o sal
não salga, ou porque a terra se não deixa salgar. Ou é porque o sal não salga, e os Pregadores
não pregam a verdadeira doutrina; ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes, sendo
verdadeira a doutrina, que lhes dão, a não querem receber; ou é porque

o sal não salga, e os Pregadores dizem uma cousa, e fazem outra, ou porque a terra se não
deixa salgar, e os ouvintes querem antes imitar o que eles fazem, que fazer o que dizem: ou é
porque o sal não salga, e os Pregadores se pregam a si, e não a Cristo; ou porque a terra se não
deixa salgar, e os ouvintes em vez de servir a Cristo, servem a seus apetites. Não é tudo isto
verdade? Ainda mal.”

(Pe Antônio Vieira)

O autor aponta como causa da corrupção na terra:

a) a doutrina pregada é fraca ou os homens não lhe são receptivos.

b) os pregadores pregam uma falsa doutrina ou a doutrina é ineficiente.

c) os homens não são receptivos à doutrina, porque ela é verdadeira.

d) a ação dos pregadores não testemunha o que eles pregam.

e) os homens tentam imitar os pregadores, seguindo-lhes a doutrina.

A famosa “Carta de achamento do Brasil”, mais conhecida como “A carta de Pero Vaz de
Caminha”, foi o primeiro manuscrito que teve como objeto a terra recém-descoberta. Nela
encontramos o primeiro registro de nosso país, feito pelo escrivão do rei de Portugal, Pero
Vaz de Caminha. Podemos inferir, então, a seguinte intenção dos portugueses:

(a) objetivavam o resgate de valores e conceitos sociais brasileiros.

(b) buscavam descobrir, através da arte, a história da terra recém-descoberta.

(c) estavam empenhados em conhecer um pouco mais sobre a arte brasileira.

(d) firmar um pacto de cordialidade com os nativos da terra descoberta.


(e) explorar a tão promissora nova terra.
Observe a tirinha.

Sobre a tira acima é correto o que se afirma que

a) temos um exemplo de ambiguidade, duplicidade de sentidos que pode haver em


um texto.
b) temos um exemplo de hiperônimo, palavras pertencentes a um mesmo campo
semântico.
c) temos um exemplo de sinônimos, palavras de sentido aproximados que podem ser
substituídas uma pela outra.
d) temos um exemplo de antônimos, palavras de sentidos contrários.
e) temos um exemplo de hiponímia, palavras de sentido mais específico.

3. Observe o uso da palavra cabeça nas orações abaixo

Ele é o cabeça de uma organização criminosa.


Estou com aquele garoto na cabeça desde o dia que o vi.
Depois da queda vi que a cabeça do menino estava machucada.

A multiplicidade de sentidos que uma mesma palavra pode apresentar, em diferentes


contextos de uso chama-se:
a) Hiperonímia
b) Polissemia
c) Hiponímia
d) Ambiguidade
e) Sinônimo

Leia o texto.

Eterno
Eterno, é tudo aquilo que dura uma fração de segundo, mas com tamanha intensidade, que se petrifica, e
nenhuma força jamais o resgata!
(...)

Fácil é chorar ou sorrir quando der vontade.


Difícil é sorrir com vontade de chorar ou chorar de rir, de alegria.
Fácil é dar um beijo.
Difícil é entregar a alma. Sinceramente, por inteiro.

Fácil é sair com várias pessoas ao longo da vida.


Difícil é entender que pouquíssimas delas vão te aceitar como você é e te fazer feliz por inteiro.
(...)

Fácil é mentir aos quatro ventos o que tentamos camuflar.


Difícil é mentir para o nosso coração.
Fácil é dizer "oi" ou "como vai"?
Difícil é dizer "adeus". Principalmente quando somos culpados pela partida de alguém de nossas vidas...
(...)
Falar é completamente fácil, quando se tem palavras em mente que expressem sua opinião.
Difícil é expressar por gestos e atitudes o que realmente sentimos.
Carlos Drummond de Andrade

4.No texto predomina a:

a) Sinonímia
b) Antonímia
c) Polissemia
d) Ambiguidade
e) Hiperonímia

7. - Os vocábulos destacados em “Na banca da feira da vinte e cinco, havia cupuaçu, bacuri, taperebá e
outras frutas regionais.”, têm relação entre si por possuírem o mesmo campo semântico, isto é, todos são
frutas inclusive típicas da Amazônia.
Podemos classificar as palavras destacadas como

(A) hiperônimos.
(B) hipônimos.
(C) cognatos.
(D) polissêmicos.
(E) parônimos.
Águas são muitas; infindas. E em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á
nela tudo, por bem das águas que tem. Porém o melhor fruto, que dela se pode tirar me
parece que será salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza nela
deve lançar.

Carta a El-Rei D. Manuel sobre o achamento do Brasil, de Pero Vaz de Caminha.

Sabendo que os textos da literatura de informação são as descrições e os relatos das grandes
conquistas e das aventuras ultramarinas, pode-se afirmar que Pero Vaz de Caminha

a) assume a atitude de um narrador-observador objetivo e indiferente.


b) deslumbra-se diante da descoberta do “novo mundo”.
c) propõe novas rotas comerciais.
d) está atento ao que vê, mas assume uma postura de desânimo diante dos muitos
desafios a serem enfrentados.
e) propõe um projeto de salvação e preservação da cultura indígena.

Sobre a carta de Caminha podemos fazer a seguinte afirmação:

a) Despreza a exuberância da natureza tropical.


b) Ausência de deslumbramento na descrição dos índios e de seus costumes.
c) Observação do índio como um ser disposto à catequização.
d) Composição distante da forma de diário de bordo.
e) Observação do índio como um ser disposto a substituir o escravo africano.

A carta de El-Rei D. Manuel sobre o achamento do Brasil, de Pero Vaz de Caminha, é a


principal manifestação literária do Quinhentismo, movimento literário brasileiro do século
XVI. Tendo em vista o seu teor, pode-se afirmar que, ao se deparar com tal texto,
conseguimos por meio dele

a) resgatar valores e conceitos sociais brasileiros.


b) descobrir a história brasileira pela arte.
c) ter mais informações sobre a arte brasileira.
d) ver a cultura indígena brasileira.
e) perceber o interesse português em explorar a nova terra.

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