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O ano de 2015 foi marcado pela recessão econômica, disparada da inflação e aumento de vários tributos pelo governo
federal. A previsão inicial do governo (com base nas projeções de mercado) apontava um crescimento do Produto Interno Bruto – PIB
de 0,80%1 em 2015, no entanto, o PIB encerrou ano com uma queda de 3,8%, em relação ano anterior, a maior série histórica
iniciada em 1996. A inflação continuou persistente e sendo motivo de preocupação para o governo brasileiro.
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA/IBGE) fechou 2015 em 10,67%, superior a 2014, quando acumulou
6,41% (maior inflação desde 2002, quando atingiu 12,53%). Com esse resultado, a inflação ficou acima do teto da meta estipulada
pelo governo (Banco Central) no ano passado. A meta foi estimada em 4,50%, com margem de dois pontos percentuais para mais ou
menos, o que permite que a taxa varie de 2,50% a 6,50%. Outros índices, como o Índice Nacional de Preços ao Consumidor
(INPC/IBGE) e o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI/FGV) fecharam 2015 com 11,28% e 10,68%,
respectivamente.
A balança comercial brasileira foi superavitária em US$ 19,69 bi em 2015 (exportações de US$ 191,13 bi e importações de
US$ 171,45 bi), enquanto em 2014 foi deficitária em US$ 4,05 bi. Houve queda de 15% nas exportações de 2014 para 2015 e de
25% nas importações. Enquanto as exportações reduziram US$ 34 bi de 2014 para 2015, as importações reduziram US$ 58 bi no
mesmo período. Em 2014, foram exportados cerca de US$ 23,27 bi de soja, principal produto da pauta de exportações do Brasil. Em
2015, as exportações desse mesmo produto caíram para US$ 20,98 bi, reduzindo 9,85%, ou US$ 2,29 bi. Já o minério de ferro, 2o
produto da pauta de exportações do Brasil em 2014 e 3o em 2015, a redução foi de R$ 9,60 bi (foram exportados cerca de US$ 10,38
1
Fonte: Ministério do Planejamento: Orçamento anual de 2015. Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO 2015. Anexo IV, Metas Fiscais, IV.1 – Anexo de Metas Fiscais Anuais (art. 4o, § 2o, inciso I, da
Lei Complementar no 101, de 4 de maio de 2000).
bi em 2015 e US$ 19,98 bi em 2014, reduzindo 48,06%). As importações de óleos brutos de petróleo, principal produto da pauta de
importações brasileira, reduziram 52,48% ou US$ 8,15 bi, passando de US$ 15,53 bi em 2014 para US$ 7,38 bi em 2015.
Com relação ao comércio exterior brasileiro, cabe destaque, ainda, as quedas nas exportações de 12,33% para a China,
principal destino dos produtos brasileiros (US$ 40,62 bi em 2014 e US$ 35,61 bi em 2015) e de 10,91% para os Estados Unidos,
segundo parceiro comercial do Brasil (US$ 27,03 bi em 2014 e US$ 24,08 bi em 2015).
No mercado de trabalho, foram fechados 1.542.371 (saldo) postos de trabalho celetistas em 2015, enquanto em 2014
foram criados 396.993. Dos setores acompanhados, apenas a Agricultura teve saldo positivo, criando 9.821 postos de trabalho,
enquanto a Indústria de Transformação (-608.878), a Construção Civil (-416.959), o setor de Serviços (-276.054), o Comércio (-
218.650), a Indústria Extrativa Mineral (-14.039), a Administração Pública (-9.238) e os Serviços Industriais de Utilidade Pública (-
8.374) tiveram redução significativa de postos de trabalho.
TABELA 1 - PARÂMETROS ECONÔMICOS DO BRASIL, 2014-2015
2
Indicadores IBGE – Contas Nacionais Trimestrais – Indicadores de Volume e Valores Correntes – Julho a Setembro 2015.
GRÁFICO 1 - % das Receitas da União Compartilhadas com Estados e Municípios e
Exclusivas da União (1989-2015)
%
65
60
62 59 59 58
57 57 56
56 56
55
56 57
57
56
55 54 55 55 54
55 53 53
52 52
55 55 51 51
50
45 45 49 49
48
45 48 47 47
45 46 45 45 46
45
44 44 44 43
40 38 43 43 44
42
43 44
41 41
35
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
IPI, IR, ITR e Cide = Tributos compartilhados com os Estados
Compartilhadas com Estados e Municípios
Contribuições e outros impostos (II, IOF) - Tributos não compartilhados
No cálculo, não foram consideradas as Receitas Previdenciárias. Exclusivas da União
A expectativa é de que o PIB do Tocantins chegue em 2015 aos R$ 29,30 bi3 (preços correntes), crescendo 9,23% em
relação a 2014, quando o PIB foi previsto em R$ 26,83 bi (Gráfico 2). O PIB per capita acompanhou o desempenho positivo do PIB,
sendo previsto R$ 17.922 para 2014 e R$ 19.341 para 2015, crescimento de 7,92% (Gráfico 3).
3
O último dado oficial do PIB dos Estados brasileiros divulgado pelo IBGE é o de 2013, no entanto, a Secretaria do Planejamento e Orçamento – Seplan-TO faz uma previsão para os anos de 2014 e
2015.
GRÁFICO 2 - PIB a Preços Correntes do Estado do Tocantins, 2011-2015*
Em R$ milhões
30.000 29.304 GRÁFICO 3 - PIB per capita do Estado do Tocantins, 2011-2015* (Em R$)
28.000 26.827 20.000 19.341
26.000 17.922
23.778 18.000
24.000
16.086
22.000 20.676 16.000
20.000 14.584
18.356
18.000 14.000 13.103
16.000
12.000
14.000
12.000 10.000
10.000
8.000
2011 2012 2013 2014 2015
2011 2012 2013 2014 2015
Fonte: IBGE (2011-2013); Seplan-TO (* previsão 2014-2015)
Fonte: IBGE (2011-2013); Seplan-TO (* previsão 2014-2015)
O mercado de trabalho formal celetista perdeu 2.023 empregos em 2015, sendo 83.229 admissões e 85.252
desligamentos (Gráfico 4). No comparativo de 2014 com 2015, houve queda no Tocantins (-127,65%) e no Brasil (-487,40%),
conforme pode ser visualizado no Gráfico 5.
Os principais setores econômicos que contribuíram com o saldo positivo na geração de empregos em 2015 foram (Gráfico
6): Serviços (24.391 admissões, 23.468 desligamentos e saldo de 923), Agropecuária (11.254 admissões, 10.869 desligamentos e
saldo de 385 empregos), Indústria de Transformação (8.884 admissões, 8.653 desligamentos e saldo de 231 empregos), Serviço
Industrial de Utilidade Pública (769 admissões, 647 desligamentos e saldo de 122 empregos) e Administração Pública (116
admissões, 36 desligamentos e saldo de 80 empregos). Os piores saldos vieram da Construção Civil (13.471 admissões, 16.299
desligamentos e saldo de -2.828 empregos), do Comércio (23.951 admissões, 24.461 desligamentos e saldo de -510 empregos) e da
Extrativa Mineral (393 admissões, 819 desligamentos e saldo de -426 empregos)4.
.
4
Ministério do Trabalho e Emprego – MTE / Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – CAGED: as informações têm como base o mercado de trabalho formal celetista. Série ajustada em
dezembro de 2015.
GRÁFICO 5 - Var. % do Saldo de Empregos
2015/2014
GRÁFICO 4 - Geração de Empregos (Saldo) no Estado do Tocantins,
2011-2015 -
10.000 8.419 8.264
-100,00 Tocantins Brasil
8.000 6.547 7.316
6.000 -200,00 -127,65
4.000
2.000 -300,00
0
-2.023 -400,00
-2.000 2011 2012 2013 2014 2015
-4.000 -500,00
-487,40
-600,00
Fonte: MTE/CAGED - Série Ajustada (dez/15) Fonte: MTE/CAGED - Série Ajustada (dez/15)
No comércio exterior, o Estado do Tocantins teve excelente desempenho em 2015, quando foram exportados US$ 902 mi,
4,89% a mais do que em 2014 (US$ 860 mi). As importações tiverem uma redução de 40,10%, passando de US$ 239 mi em 2014
para US$ 143 mi em 2015 (Gráfico 7). A balança comercial tocantinense foi superavitária em US$ 759 mi, maior superávit da série
histórica disponível (1997-2015). O saldo da balança comercial do Tocantins teve um aumento de 22,17% no comparativo de 2014
com 2015. A brasileira teve um aumento significativo de 585,63% (Gráfico 8).
Os principais produtos exportados foram: Soja e seus resíduos (US$ 647,63 mi ou 71,81% do total), Carnes e seus
subprodutos (US$ 161,85 mi ou 17,95% do total), Milho (US$ 75,31 mi ou 8,35% do total) e Couros (US$ 13,46 mi ou 1,49% do total),
conforme pode ser visualizado no Gráfico 9. Esses produtos corresponderam a 99,61% das exportações tocantinenses.
A pauta de exportações foi composta de 37 tipos diferentes de produtos, destinados a mais de 30 países, dentre eles
China (US$ 351,71 mi ou 39% do total), Espanha (US$ 129,55 mi ou 14,37% do total), Holanda (US$ 64,05 mi ou 7,10% do total) e
Rússia (US$ 49,83 mi ou 5,53% do total). A esses 4 países foram destinados 66% das exportações do Estado.
Já as importações tiveram mais de 100 tipos diferentes de produtos, vindos de mais de 30 países, sendo os principais:
China (US$ 49,74 mi ou 34,82% do total), Estados Unidos (US$ 31,88 mi ou 22,32% do total) e Peru (US$ 9,41 mi ou 6,59% do total),
totalizando 63,72% das importações do Tocantins.
GRÁFICO 7 - Comércio Exterior do Estado do Tocantins, 2011-2015 GRÁFICO 8 - Var. % do Saldo da Balança
(Em US$ Fob milhões) Comercial, 2015/2014
1.000 902
860 700,00
800 702 585,63
644 600,00
600 486 500,00
400 400,00
300,00
200
239 200,00
162 187
- 128 143 100,00
2011 2012 2013 2014 2015
22,17
-
Exportações Importações
Fonte: Secex/MDIC Tocantins Brasil
Fonte: Secex/MDIC
GRÁFICO 9 - Exportação do Estado do Tocantins por Produtos em 2015
(US$ 1.000.000 FOB)
700,00 647,63
600,00
500,00
400,00
300,00
200,00 161,85
100,00
75,31
13,46 3,56
-
A relevância que levou a gestão 2015-2018 a aprimorar a ação Governo do Tocantins Mais Perto de Você foram, as
condições sociais de sua população que ainda apresentam grandes disparidades entre a região Norte e o Sul do Estado do
Tocantins: enquanto a região centro-oeste e sudeste possui condições socioeconômicas equiparáveis a Estado desenvolvidos, a
região Norte, mais precisamente - Bico do Papagaio –, é mais vulnerável em termos econômicos e sociais, ou seja, as comunidades
da região do Bico do Papagaio se encontram em situação de desamparo pontual, o que propicia o risco social. A superação dessas
desigualdades demanda que o Estado trabalhe na busca da igualdade e ampliação das oportunidades. Nesse sentido, a ação
Governo do Tocantins Mais Perto de Você visa: promover a melhoria da qualidade na educação e na saúde pública; garantir mais
segurança e tranquilidade às pessoas; desenvolver programas articulados, com ênfase na inclusão social, na autonomia, no
desenvolvimento da capacidade produtiva, no espírito empreendedor e, sobretudo na melhoria da qualidade de vida do cidadão
tocantinense mais pobre; e ampliar a infraestrutura física. Apoiado nessa crença e na premissa de que o agir ou não agir de cada um
contribui para a formação e consolidação da ordem social em que vivemos, o Governo do Estado de Tocantins, busca também
aprimorar a gestão pública por meio de ferramentas e tecnologias mais modernas de gestão.
Assim, o Governo do Tocantins, apresenta alguns indicadores sociais e o resultado das ações estaduais nas áreas da
educação, saúde, assistência social, segurança pública, justiça e cidadania, defesa civil, infraestrutura, com as quais o Governo
tentou em 2015 melhorar a qualidade de vida do cidadão e reduzir as diferenças sociais.
GURUPI
Localizada no sul do Estado, Gurupi tem economia baseada em pecuária e agricultura. A cidade tem 82 mil habitantes
aproximadamente e abriga um campus da Universidade Federal do Tocantins – UFT. A história de Gurupi está diretamente ligada à
construção da BR-153, rodovia que liga Belém à Brasília, também chamada de Rodovia Transbrasiliana. O IDHM do município é de
0,759.
ARAGUAÍNA
Foi a maior cidade do Estado durante os primeiros anos de existência do Tocantins, sendo posteriormente ultrapassada
por Palmas. Araguaína tem hoje em torno de 167 mil habitantes, IDHM de 0,752 e sua maior força econômica está na agropecuária,
incluindo três frigoríficos considerados como referências nacionais: Bertin, Minerva e Boiforte. A cidade é rodeada por médias e
grandes fazendas.
GUARAÍ
É outro município que foi impulsionado pela construção da rodovia BR-153. Desde 1991, Guaraí tem evoluído em todos os
critérios considerados para o cálculo do IDHM, mas há especial destaque para os índices educacionais. Há 15 anos apenas 2% da
população possuía curso superior. Agora, esse número foi elevado a 12,9%. A população é de 24 mil habitantes. O IDHM, de 0,741.
PORTO NACIONAL
No século XIX, a principal via de acesso ao antigo povoado era o rio Tocantins, e por meio dele eram transportadas
mercadorias de Porto Nacional para Belém, com a construção da rodovia BR-153, é que o fluxo de pessoas e cargas passou a se
dar, principalmente, por via terrestre. A cidade tem aproximadamente 51 mil habitantes e seu IDHM é de 0,740.
6.3.1 EDUCAÇÃO
O Governo do Estado vem investindo em diversas frentes para qualificar a educação no Tocantins. O trabalho inclui desde
construção, reforma e a ampliação de escolas até capacitação de Professores e atualização curricular.
O sistema educacional do Estado é formado pela educação básica e pelo ensino superior. A educação básica, em 2015,
possui 532 Unidades Escolares e 9.122 Professores efetivos, além dos temporários, para atender 182.231 estudantes, distribuídos
nas seguintes modalidades, como pode ser observado no Gráfico 10.
Dos Professores efetivos da educação básica,
56% possui especialização, conforme Gráfico 11.
GESTÃO COMPARTILHADA
O Governo do Estado do Tocantins prioriza a educação pública de qualidade, buscando alternativas e inovações que
favoreçam a eficácia do Sistema Estadual de Ensino, de modo que a participação efetiva da comunidade no processo educacional e
a conquista de uma autonomia são indispensáveis para a consolidação de um ensino de qualidade para todos.
Com a gestão democrática, a escola pública utiliza de instrumentos como a mobilização, a organização e a articulação das
condições materiais e humanas para o avanço dos seus processos socioeducacionais.
Uma educação de qualidade resulta do conjunto das relações dos fatores interno e externos existentes no espaço escolar,
e da forma como essas relações estão organizadas.
O Programa Escola Comunitária de Gestão Compartilhada propõe, dessa forma, um novo panorama para as relações
internas e externas das Unidades Escolares.
O cálculo do montante dos repasses é realizado com base no número de alunos apresentados no CENSO 2014, e, quando
a Unidade Escolar apresentar variação de número de alunos matriculados, no exercício vigente, no Sistema de Gerenciamento
Escolar - SGE, em relação ao censo escolar do ano anterior, haverá adequação dos valores, observando a disponibilidade
orçamentário-financeira.
Para cobrir os custos com a manutenção das Unidades Escolares, a SEDUC, por meio do Programa Escola Comunitária
de Gestão Compartilhada, repassa os recursos financeiros às Associações de Apoio as Escolas, em 10 parcelas. As transferências
são efetuadas a partir dos valores estabelecidos para cada Unidade Executora, quando é elaborado o Cronograma de Desembolso
anual, contendo os valores das parcelas a serem repassadas.
Para as escolas que oferecem o ensino de forma convencional e de tempo integral, bem como Escolas Agrícolas e
Especiais, o valor da per capita é definido de forma diferenciada, com intuito de adequar às despesas demandadas por tais escolas.
Para que seja feito às transferências dos recursos, a SEDUC, em conformidade com a Lei nº. 1.616, de 13 de outubro de
2005, repassa automaticamente os recursos, sem necessidade de formalizar convênio, no entanto, há a necessidade de apresentar a
prestação de contas, conforme Instrução Normativa nº. 006, de 18 de agosto de 2010, alterada pela IN nº. 014 de 16 de setembro de
2011.
Trata-se de um processo gerencial de planejamento, elaborado de forma participativa e coordenado pela liderança da
escola, com o apoio da Superintendência de Administração, Infraestrutura e Finanças, Diretoria Financeira e a Gerência de
Convênios e Contratos.
FORMAÇÃO CONTINUADA
Valorizar o servidor e dar condições para o aprimoramento profissional dos educadores tocantinenses são objetivos do
Governo do Estado em busca da melhoria constante da educação básica na rede estadual de ensino. Este ano, por meio da
Secretaria de Estado da Educação foram deferidas 25 concessões de afastamento para que professores possam cursar mestrado e
doutorado. A licença é de dois anos e remunerada.
Para o Governo do Tocantins, é de grande relevância o investimento na formação constante dos servidores da educação,
pois somente assim o Estado alcançará os resultados os indicadores educacionais e sociais, a concessão do afastamento
remunerado para fazer mestrado, doutorado, assim como as diversas formações que são oferecidas aos servidores da Educação,
são apenas reflexo da política de valorização dos educadores.
Foi ofertada também, formação continuada a 135 Diretores de escola utilizando a técnica Coaching em Liderança
Educacional – processo de aprimoramento humano e aceleração de resultados. O processo busca o alcance de metas e objetivos,
por meio do desenvolvimento de capacidades e habilidades emocionais, psicológicas e comportamentais –, com recurso de
empréstimo firmado entre Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD) para Projeto de Desenvolvimento
Regional Integrado e Sustentável – PDRIS, Programa Estrada do Conhecimento.
TRABALHO E RENDA
O ”Projeto Apoiando e Acreditando nas Famílias Tocantinenses”, em 2015, capacitou mais de 700 pessoas e muitos já
conseguiram montar o próprio negócio. A AAFETO é um projeto de inclusão produtiva realizado em Palmas com o intuito de
incentivar e apoiar mães de família a se profissionalizarem e buscarem sua própria renda. O Projeto tem sido um importante apoio do
Governo do Estado para realização de sonhos como aprender um ofício, conquistar um emprego ou abrir o próprio negócio. O
programa de geração de renda tem a pretensão de transformar cada tocantinense que passar pelo AAFETO num empreendedor.
O Balanço Orçamentário apresenta as receitas detalhadas por categoria econômica e origem, especificando a previsão
atualizada para o exercício, a receita realizada e o saldo. Demonstra também as despesas fixadas por categoria econômica e grupo
de natureza de despesa, discriminando a dotação inicial, dotação atualizada para o exercício financeiro, despesas empenhadas,
despesas liquidadas, as despesas pagas e o saldo da dotação. Sua estrutura obedece ao modelo que foi estabelecido na Lei nº
4.320/1964. A partir da comparação entre as receitas e as despesas, o resultado poderá ser deficitário, superavitário ou de equilíbrio
orçamentário.
O Balanço Orçamentário do Estado Tocantins apresentado de forma resumida no exercício 2015, demonstra as receitas e
despesas previstas em confronto com as realizadas. Tabela 3.
Tabela 3 - BALANÇO ORÇAMENTÁRIO RESUMIDO
RECEITAS ORCAMENTARIAS PREVISAO INICIAL PREVISAO ATUALIZADA RECEITAS REALIZADAS
RECEITAS CORRENTES (I) 8.537.992.713,00 8.551.465.158,00 7.685.400.288,01
RECEITA TRIBUTARIA 2.295.887.472,00 2.294.365.750,00 2.396.604.317,52
RECEITA DE CONTRIBUICOES 1.318.818.951,00 1.318.818.951,00 872.903.892,53
RECEITA PATRIMONIAL 644.533.700,00 644.667.022,00 514.084.004,89
RECEITA DE SERVICOS 51.156.252,00 52.677.974,00 38.950.861,86
TRANSFERENCIAS CORRENTES 4.076.955.834,00 4.089.382.336,00 3.729.065.715,00
OUTRAS RECEITAS CORRENTES 150.640.504,00 151.553.125,00 133.791.496,21
RECEITAS DE CAPITAL (II) 1.186.620.414,00 1.184.421.380,00 446.722.386,18
OPERACOES DE CREDITO 796.026.742,00 796.026.742,00 366.714.315,01
ALIENACAO DE BENS 13.109.705,00 13.109.705,00 10.681.974,41
AMORTIZACOES DE EMPRESTIMOS 35.000.000,00 35.000.000,00 11.832.747,28
TRANSFERENCIAS DE CAPITAL 342.483.967,00 340.284.933,00 10.525.971,20
OUTRAS RECEITAS DE CAPITAL 0 0 46.967.378,28
SUBTOTAL DAS RECEITAS (IV) = (I+II+III) 9.724.613.127,00 9.735.886.538,00 8.132.122.674,19
SUBTOTAL C/ REFINANCIAMENTO (VI) = (IV+V) 9.724.613.127,00 9.735.886.538,00 8.132.122.674,19
DEFICIT (VII) 0 66.702.214,96 0
TOTAL (VIII) = (VI+VII) 9.724.613.127,00 9.802.588.752,96 8.132.122.674,19
SALDOS DE EXERCICIOS ANTERIORES 0 66.702.214,96 0
SUPERAVIT FINANCEIRO 0 66.702.214,96 0
DESPESAS ORCAMENTARIAS DOTACAO INICIAL DOTACAO ATUALIZADA DESPESAS EMPENHADAS
DESPESAS CORRENTES (IX) 7.471.028.640,00 7.503.170.341,00 6.808.227.870,10
PESSOAL E ENCARGO SOCIAL 4.793.850.720,00 4.922.855.954,00 4.465.597.951,80
JUROS E ENCARGOS DA DIVIDA 152.806.229,00 160.183.954,00 158.338.065,67
OUTRAS DESPESAS CORRENTES 2.524.371.691,00 2.420.130.433,00 2.184.291.852,63
DESPESAS DE CAPITAL (X) 1.565.965.658,00 1.658.361.895,96 677.821.625,76
INVESTIMENTOS 1.310.841.389,00 1.286.679.780,96 341.709.219,83
INVERSOES FINANCEIRAS 35.300.000,00 42.705.209,00 8.749.094,73
AMORTIZACAO DA DIVIDA 219.824.269,00 328.976.906,00 327.363.311,20
RESERVA DE CONTINGENCIA (XI) 687.618.829,00 641.056.516,00 0
SUBTOTAL DAS DESPESAS (XII) = (IX+X+XI) 9.724.613.127,00 9.802.588.752,96 7.486.049.495,86
SUBTOTAL C/ REFINANCIAMENTO (XIII) = XII 9.724.613.127,00 9.802.588.752,96 7.486.049.495,86
SUPERAVIT (XV) 0 0 646.073.178,33
TOTAL (XVII) = (XV+XVI) 9.724.613.127,00 9.802.588.752,96 8.132.122.674,19
SIAB0020 - 28/03/2016 - 09:22:39
A Receita Total atingiu o montante de R$ 8.132.122.674,19, o que corresponde a 83,53% do orçamento previsto e
atualizado; apresenta frustração na arrecadação de R$ 1.603.763.863,81, ou seja, 16,47%.
Mais vale à pena observar que a maior frustração de receita ocorreu no grupo de receita de Capital – apenas 37,72% -, ou
seja, o Estado do Tocantins deixou de captar de Receita de Capital 62,28%.
No que tange as despesas, observa-se que do valor de R$ 9.802.588.752,96 fixado, foi empenhado somente R$
7.486.049.495,86 representando 76,37% da previsão atualizada.
Frisa-se, ainda, que do montante das Despesas Orçamentárias de Capital fixada o Estado executou somente 40,87%
impulsionada pela Amortização da Dívida que atingiu 99,51%.
A análise de balanço por quocientes é determinada em função da relação existente entre dois elementos heterogêneos de
um mesmo exercício, indicando-se quantas vezes o divisor esta contido no dividendo, como na operação matemática de divisão.
Interpretação do quociente:
Quando o quociente for = (igual) a 1, Receita Realizada é igual à Despesa Executada.
Quando o quociente for > (maior) que 1, Receita Realizada é maior do que a Despesa Executada, portanto, a diferença
representa um superávit.
Quando o quociente for < (menor) que 1, Receita Realizada é menor do que a Despesa Executada, portanto, a diferença
representa um déficit.
No exercício financeiro de 2015 o quociente é o que segue:
QUOCIENTE DA EXECUÇÃO DA RECEITA: esse índice demonstra qual o montante da Receita Prevista Atualizada
que o Estado do Tocantins conseguiu arrecadar, excetuando aqui a dedução do Déficit Financeiro de Exercícios Anteriores.
Interpretação do quociente:
Quando o quociente for = (igual) a 1, a arrecadação foi exatamente o valor previsto.
Quando o quociente for > (maior) que 1, houve excesso de arrecadação
Quando o quociente for < (menor) que 1, houve insuficiência de arrecadação.
QUOCIENTE DA EXECUÇÃO DA DESPESA demonstra a relação entre a Despesa Empenhada e a Despesa Fixada e
tem por finalidade indicar a economia orçamentária. No exercício de 2015 verifica-se que para cada R$ 1,00 de despesa fixada,
executou-se aproximadamente R$ 0,77, conforme calculado abaixo:
O Estado do Tocantins apresentou no exercício financeiro de 2015, receita inferior a prevista, no montante de R$
1.603.763.863,81, representando 23,63% do valor previsto, motivado pelo reflexo da crise econômica que o País vem passando.
Observando as receitas por categoria verifica-se um montante arrecadado de R$ 7.196.677.027,00 de receitas correntes e
R$ 446.726.603,33 de receitas de capital, sendo que as correntes foram responsáveis pelo percentual de 88,50%, de capital de
5,49% e as Receitas Intra-Orçamentárias 6,01%.
São os ingressos de recursos financeiros oriundos das atividades operacionais, visando à consecução dos objetivos
constantes dos programas e ações do governo, ou seja, são aquelas que aumentam o patrimônio público. Assim, são correntes as
receitas que se encaixam dentro da atividade estatal corriqueira, cotidiana, de obtenção de recursos, por isso chamadas receitas
correntes.
6.4.2.1.1 RECEITA TRIBUTÁRIA COM ÊNFASE NA ARRECADAÇÃO DO ICMS
A arrecadação do ICMS, principal tributo do Estado do Tocantins, teve um desempenho positivo, passando de R$ 1,89 bi
em 2014 para R$ 2,06 bi em 2015 (Gráfico 14), com crescimento nominal de 8,84% e real de -0,12%, percentual abaixo da média
histórica do período analisado (2007-2015), que foi de 12,47% (nominal) e 6,25% (real).
Mesmo nesse momento de crise econômica, a arrecadação do ICMS do Estado do Tocantins teve o 4o melhor
desempenho do Brasil, no comparativo de 2014 com 2015, com crescimento nominal de 8,84%, ficando atrás apenas do Mato
Grosso, que cresceu 12,94%, do Paraná, com 9,32% e do Acre, com 9,17% (Tabela 6).
O desempenho da arrecadação do ICMS do Estado do Tocantins foi bem superior à média brasileira, 3,40%. Em 2014, o
ICMS do Tocantins representou 0,49% do ICMS recolhido no Brasil, em 2015, essa participação aumentou para 0,51%. Na região
Norte, o Estado foi responsável por 8,30% do ICMS arrecadado em 2015, em 2014 representou 7,85%.
ARRECADAÇÃO DO ICMS DO BRASIL, POR UNIDADE DA FEDERAÇÃO
2014-2015
Em R$ mil
Unidades da 2014 2015
Var. %
Federaçao Valor % Total Valor % Total
1
Mato Grosso 8.038.089 2,07 9.078.004 2,26 12,94
2
Paraná 22.815.805 5,87 24.941.842 6,21 9,32
3
Acre 896.908 0,23 979.178 0,24 9,17
4
TOCANTINS 1.894.719 0,49 2.062.226 0,51 8,84
5
Piauí 2.979.359 0,77 3.222.825 0,80 8,17
6
Pará 9.067.286 2,33 9.740.023 2,42 7,42
7
Roraima 606.921 0,16 648.604 0,16 6,87
8
Sergipe 2.732.000 0,70 2.917.660 0,73 6,80
9
Alagoas 2.927.852 0,75 3.120.601 0,78 6,58
10
Bahia 18.116.514 4,66 19.289.647 4,80 6,48
11
Maranhão 4.715.626 1,21 5.018.954 1,25 6,43
12
Espírito Santo 9.025.731 2,32 9.473.466 2,36 4,96
13
Rio Grande do Sul 25.854.212 6,65 27.125.892 6,75 4,92
14
Rondônia 3.006.652 0,77 3.142.647 0,78 4,52
15
Demais UFs 275.978.434 71,01 281.105.312 69,95 1,86
BRASIL 388.656.108 100,00 401.866.882 100,00 3,40
Fo nte: Secretaria de Fazenda, Finanças o u Tributação ; No ta: 2015 - M S (ago , set, o ut, no v e dez co m base na média
de jan-jul)
Os segmentos econômicos com maior representatividade na arrecadação do ICMS em 2015 foram (Tabela 7):
Combustíveis, Lubrificantes, GLP e Outros Derivados de Petróleo (R$ 731,91 mi ou 35,49% do total); Energia Elétrica (R$ 259,53 mi
ou 12,59% do total); Telecomunicações (R$ 160,07 mi ou 7,76% do total); Veículos Automotores e Componentes (R$ 133,98 mi ou
6,50% do total); Bebidas em Geral (R$ 116,22 mi ou 5,64% do total) e Material de Construção em Geral (R$ 87,32 mi ou 4,23% do
total). Essas 6 atividades econômicas representaram 72,21% do total do ICMS recolhido em 2015.
Os melhores desempenhos em 2015, comparados com 2014, entre os principais segmentos econômicos foram (Tabela 7):
Energia Elétrica (45,25%, sendo R$ 178,68 mi em 2014 e R$ 259,53 mi em 2015); Carnes e Derivados (23,54%, sendo R$ 43,95 mi
em 2014 e R$ 54,29 mi em 2015); Hipermercados e Congêneres (19,20%, sendo R$ 58,06 mi em 2014 e R$ 69,21 mi em 2015) e;
Produtos Agropecuários e Veterinários (14,23%, sendo R$ 17,97 mi em 2014 e R$ 20,52 mi em 2015). Os piores desempenhos
vieram de Transportes em Geral e Armazenagens (-19,70%, sendo R$ 30,44 mi em 2014 e R$ 24,44 mi em 2015); Móveis,
Eletrodomésticos, Aparelhos Eletrônicos, de uso Pessoal e Doméstico (-13,31%, sendo R$ 50,33 mi em 2014 e R$ 43,64 mi em
2015) e Veículos Automotores e Componentes (-8,69%, sendo R$ 146,74 mi em 2014 e R$ 133,98 mi em 2015).
O Cadastro de Contribuintes do ICMS é composto de 115.475 contribuintes ativos, sendo 24.402 empresas, pessoas
jurídicas (21,13% do total), e 91.073 produtores rurais, pessoas físicas (78,87% do total). As atividades econômicas mais
representativas entre as empresas foram (Tabela 7): Hipermercados e Congêneres (2.757 empresas ou 11,30% do total); Material de
Construção em Geral (2.703 empresas ou 11,08% do total); Tecidos, Confecções, Vestuário e Calçados (2.282 empresas ou 9,35%
do total) e; Veículos Automotores e Componentes (2.269 empresas ou 9,30% do total).
TABELA 7 – Arrecadação do ICMS do Estado do Tocantins por Segmento Econômico
2014-2015 Em R$ milhões
Qtde. Con- % Total
Segmentos Econômicos 2014 2015 Var. %
tribuintes 2015
Combustíveis, Lubrificantes, GLP e Outros Derivados de Petróleo 1.206 666,44 731,91 9,82 35,49
Energia Elétrica 51 178,68 259,53 45,25 12,59
Telecomunicações 145 144,77 160,07 10,57 7,76
Veículos Automotores e Componentes 2.269 146,74 133,98 -8,69 6,50
Bebidas em Geral 430 113,17 116,22 2,69 5,64
Material de Construção em Geral 2.703 88,77 87,32 -1,63 4,23
Produtos Alimentícios em Geral 1.367 77,16 82,75 7,24 4,01
Hipermercados e Congêneres 2.757 58,06 69,21 19,20 3,36
Produtos Médicos e Odontológicos, Farmacêuticos, de Higiene
1.293 65,54 62,27 -4,98 3,02
Pessoal e Limpeza
Carnes e Derivados 575 43,95 54,29 23,54 2,63
Móveis, Eletrodomésticos, Aparelhos Eletrônicos, de uso Pessoal e
1.104 50,33 43,64 -13,31 2,12
Doméstico
Tecidos, Confecções, Vestuário e Calçados 2.282 33,31 37,35 12,14 1,81
Transportes em Geral e Armazenagens 998 30,44 24,44 -19,70 1,19
Produtos Agropecuários e Veterinários 591 17,97 20,52 14,23 1,00
Demais Atividades Econômicas (Pessoa Jurídica) 6.631 79,86 78,04 -2,28 3,78
Produtor Rural (Pessoa Física) e Contribuinte Eventual 91.073 99,53 100,65 1,13 4,88
Notas: Qtde. Contribuintes: Quantidade de contribuintes inscritos no Cadastro de Contribuintes do ICMS - CCI-TO e ativos na elaboração do relatório
(11/01/16), cadastrados até 31/12/15; A qtde. de contribuintes informada no item Produtor Rural Pessoa Física e Contribuinte Eventual refere-se apenas ao
Produtor Rural Pessoa Física; 2014 e 2015: Arrecadação com todos códigos de receita do ICMS (inclui: juros, multa, correção monetária e dívida ativa);
Regime de Caixa; Nas atividades econômicas, foram consideradas as Pessoas Jurídicas inscritas no CCI-TO, inclusive os optantes do Simples Nacional;
Produtor Rural Pessoa Física (contribuintes inscritos no CCI-TO com CPF) e Contribuinte Eventual (contribuintes sem inscrição estadual).
O Simples Nacional e o Sistema Público de Escrituração Digital (Sped), este último com destaque para a Nota Fiscal
Eletrônica – NF-e, merecem uma análise individualizada no contexto da arrecadação do ICMS, tendo em vista sua importância para
economia do Estado, seja na geração de empregos fomentada pelo Simples Nacional, como pelo aumento da arrecadação
proporcionada pela NF-e.
A Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006, instituiu o Simples Nacional, um regime tributário diferenciado,
simplificado e favorecido, resultado de ampla negociação entre a representação política do pequeno empresariado e as três esferas
de Governo. Nasceu com expectativa, entre outras, de redução da informalidade, de uma efetiva integração entre as administrações
tributárias e de uma melhoria do ambiente de negócios no país que facilitasse para o pequeno empreendedor o desenvolvimento de
seu negócio. O contribuinte optante pelo Simples Nacional, ao invés de apurar os oito tributos abrangidos pelo regime unificado
(IRPJ, CSLL, PIS/Pasep, Cofins, IPI, ICMS, ISS e a Contribuição para a Seguridade Social destinada à Previdência Social a cargo da
pessoa jurídica) separadamente, apura os valores devidos em um único aplicativo de cálculo que emite também uma única guia de
pagamento.
Em 2015, as empresas que auferiram receita bruta igual ou inferior a R$ 2,52 mi tiveram direito ao benefício no Tocantins.
As empresas optantes pelo Simples Nacional recolheram R$ 51,05 mi em 2015, 2% do total do ICMS recolhido pelo Estado e 18,98%
a mais que em 2014, quando foram recolhidos R$ 42,91 mi (Gráficos 15 e 16). Das 24.402 empresas ativas que compõem o
Cadastro de Contribuintes do ICMS, 17.281 são optantes pelo Simples Nacional, representando 71% do total de contribuintes
(Gráfico 16).
Sped foi instituído pelo Decreto Federal no 6.022/2007 e constitui-se em mais um avanço na informatização da relação
entre o fisco e os contribuintes. O Sped tem como objetivos, entre outros, promover a integração dos fiscos, mediante a padronização
e compartilhamento das informações contábeis e fiscais, respeitadas as restrições legais; racionalizar e uniformizar as obrigações
acessórias para os contribuintes, com o estabelecimento de transmissão única de distintas obrigações acessórias de diferentes
órgãos fiscalizadores; tornar mais célere a identificação de ilícitos tributários, com a melhoria do controle dos processos, a rapidez no
acesso às informações e a fiscalização mais efetiva das operações com o cruzamento de dados e auditoria eletrônica. Iniciou-se com
três grandes projetos: Escrituração Contábil Digital, Escrituração Fiscal Digital e a Nota Fiscal Eletrônica – NF-e.
Desde o início, em 2008, até 2015, foram emitidas 63,89 milhões de NF-e no Tocantins. Só em 2015 foram emitidas 13,2
milhões, 4,35% a mais do que em 2014, quando foram emitidas 12,65 milhões (Gráfico 17). Em 2008, apenas as empresas de
algumas atividades econômicas eram obrigados a emitir a NF-e, a seguir exemplificados: fabricantes, distribuidores ou atacadistas de
cigarros; fabricantes de automóveis, camionetes, utilitários, caminhões, ônibus e motocicletas; fabricantes de cimento; fabricantes de
bebidas alcoólicas, inclusive cervejas e chopes e; fabricantes de refrigerantes. A partir de 2010, além de ampliar a quantidade de
atividades econômicas, passou a ser obrigatória a emissão da NF-e em todas as operações interestaduais, independentemente da
atividade econômica.
As principais ações desenvolvidas pela Sefaz em 2015 na área tributária, com ênfase na fiscalização das receitas e
combate à sonegação foram:
1. Planejamento das ações de fiscalização em estabelecimentos com regimes de tributação normal e
do Simples Nacional baseadas na análise de dados e informações tributário-fiscais, com a finalidade de elaboração de
roteiros e de programas de fiscalização, sendo:
a) Auditoria:
Evitar a decadência;
Verificar as divergências entre os valores de vendas declaradas com as informações fornecidas
pelas Administradoras de Cartões de Crédito/Débito;
Lançamento dos créditos decorrentes do Imposto Declarado e Não Recolhido – IDNR.
b) Monitoramento:
Programa de Regularidade Fiscal – PRF com o objetivo de verificar a regularidade no cumprimento
das obrigações tributárias das empresas com regime de tributação normal e do Simples Nacional;
Relatório comparativo entre os valores declarados na Guia de Informação e Apuração Mensal do
ICMS – GIAM com os valores efetivamente recolhidos. Ação executada nas Delegacias Regionais da Sefaz;
Programa de fiscalização nas empresas Distribuidoras de Bebidas;
Contribuintes inadimplentes com o envio das obrigações tributárias (Documento de Informações
Fiscais – DIF).
2. Capacitação e Treinamentos:
Curso de Excel Avançado para Auditores Fiscais;
Curso Auditor Eletrônico;
Programa de treinamento para multiplicadores do Sistema Único de Fiscalização e Contencioso do
Simples Nacional – Sefisc promovido pela Secretaria-Executiva do Comitê Gestor do Simples Nacional –
CGSN/SE e realizado pelo Centro de Treinamento da Escola de Administração Fazendária em São Paulo –
Centresaf/SP (Esaf/SP).
3. Operações em conjunto com a Sefaz-MA no trânsito de mercadorias;
4. Blitzen programadas;
5. Combate à inadimplência do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores – IPVA;
6. Sistema Fronteira Rápida;
7. Avaliação de bens para cobrança do Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e Doação de
Quaisquer Bens ou Direitos – ITCD;
8. Auditoria Eletrônica: disponibilização das informações de Escrituração Fiscal Digital – EFD, da Nota
Eletrônica – NF-e, do Conhecimento de Transporte Eletrônico – CT-e, dos registros de passagens, dos arquivos de
Operações Interestaduais – OIE e das Operações com cartões, débito e similares;
9. Mapeamento da produção de soja na região da zona de conflito;
10. Operação com Emissor de Cupom Fiscal – ECF;
11. Educação Fiscal: as principais ações desenvolvidas pelo Grupo de Educação Fiscal Estadual –
Gefe-TO, no âmbito do Programa Estadual de Educação Fiscal – PEEF do Tocantins, foram: 1) Participação da criação
do Observatório Social de Palmas (espaço para o exercício da cidadania, que se propõe a monitorar as aquisições do
governo municipal, desde a publicação dos editais até a entrega dos produtos ou serviços); 2) Participação em cursos:
a) Cidadania Fiscal (Escola de Administração Fazendária – ESAF); b) Controle Social, do Programa de Formação de
Agentes Públicos – FORMAP 2015 / Tribunal de Contas do Estado do Tocantins – TCE-TO; c) Objetivos do Milênio –
ESAF; 3) Finalização do Planejamento Estratégico; 4) Finalização da minuta do PEEF; 5) Organização do curso de
Disseminadores da Educação Fiscal – DEF; 6) Participação na 58o reunião da Educação Fiscal; 7) Apresentação do
Programa PEEF e realinhamento das ações do Plano de Ação/2015; 8) Participação na 13a edição do “Feirão dos
Impostos”; 9) Início do curso DEF 2o/2015; 10) Elaboração do Projeto Workshop do PEEF;
12. Capacitação:
TABELA 8 - Resumo da Capacitação Realizada pela Escola de Gestão Fazendária – Egefaz em 2015
Investimento
Área Qtde. Eventos Qtde. Participantes Carga horária (em R$)
Gestão 18 435 401 20.080
Tributária 13 381 280 19.680
Total 31 816 681 39.760
Fonte: Relatório Gerencial – Egefaz / Posição – Dez / Relatório para Acompanhamento da Programação e Execução
Orçamentária / Siafem
Nota: Eventos – cursos, treinamentos, seminários e workshops.
Como resultado das ações desenvolvidas pela Sefaz na área tributária em 2015, foram constituídos R$ 460,11 mi em
créditos tributários (Auto de Infração, Imposto Declarado e Não Recolhido – IDNR e Imposto Apurado, Não Declarado e Não
Recolhido – IANR), 108,40% a mais do que em 2014, quando foram constituídos R$ 220,78 mi (Gráfico 18). Do montante constituído
em 2015, R$ 420,19 mi foram de Auto de Infração (91,32% do total), R$ 39,69 mi de IDNR (8,63% do total) e R$ 236 mil de IANR
(0,05% do total).
Destacam-se, ainda, os trabalhos desenvolvidos pelo Contencioso Administrativo-Tributário do Estado do Tocantins – CAT,
vinculado à Secretaria da Fazenda, composto principalmente pela Primeira Instância e pelo Conselho de Contribuintes e Recursos
Fiscais – COCRE (Tabela 9).
TABELA 9 - Resumo dos Processos Apreciados pelo Contencioso Administrativo-Tributário
em 2015 Em R$
Primeira Instância
Segunda Instância
Descrição Impugnados Reveis Total
Qtde. Valor Qtde. Valor Qtde. Valor Qtde. Valor
Por fim, está em execução na Sefaz o Projeto de Modernização Fiscal do Estado do Tocantins – PMF-TO/Profisco, com
objetivo de melhorar a eficiência e a transparência da gestão fiscal, visando incrementar a receita própria do Estado, aumentar a
efetividade e a qualidade do gasto público e prover melhores serviços ao cidadão. Serão investidos em 5 anos (2012 a 2017) US$ 45
mi, sendo US$ 40,4 mi do Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID e US$ 4,5 mi de contrapartida do Estado. A Tabela 10
apresenta a execução financeira do PMF-TO/Profisco até 2015.
2.1 Integração da Gestão Fiscal 2.425 6,00 2.694 58,81 5.119 775 1,92 229 5,00 1.004 2,23
2.2 Administração Tributária e Contencioso Fiscal 15.800 39,08 1.543 33,68 17.343 5.672 14,03 906 19,78 6.578 14,61
2.3 Adm. Financ., Patr. e Cont. Interno Gestão Fiscal 2.534 6,27 - - 2.534 59 0,15 2 0,04 61 0,14
2.4 Gestão de Recursos Estratégicos 18.257 45,16 162 3,54 18.419 5.843 14,45 200 4,36 6.043 13,42
3. IMPREVISTOS 153 0,38 73 1,59 226 - - - - - -
TOTAL 40.431 100,00 4.581 100,00 45.012 13.151 32,53 1.417 30,92 14.567 32,36
Fonte: UCP - Sefaz-TO
O CIAT, juntamente com a equipe técnica da Sefaz, realizou o mapeamento, diagnóstico e redesenho dos processos
tributários existentes, para que o fluxo de trabalho seja sistematizado, tornando-o mais eficiente e eficaz.
Com os recursos do PMF-TO/Profisco, até o momento, foram construídas duas Salas de Alta Disponibilidade5, foi adquirido
um novo prédio que vai permitir a ampliação das instalações físicas da Sefaz (o investimento contempla além do espaço físico,
móveis e redes lógicas) e está em fase final de procedimento licitatório a contratação de consultoria para o desenvolvimento do
Sistema Integrado de Gestão Orçamentário, Financeira e Contábil do Estado do Tocantins, que irá substituir o Sistema Integrado de
Administração Financeira para Estados e Municípios – Siafem.
Com relação ao Planejamento Estratégico da Sefaz, foi elaborado o Mapa Estratégico, em oficinas de trabalho, com
especificação da missão, visão, valores e objetivos estratégicos, indicadores, metas, e ações estratégicas. Para acompanhamento e
avaliação das metas estabelecidas no Planejamento Estratégico, foi instituído o Escritório de Projetos da Secretaria. O
acompanhamento e monitoramento ocorrem mensalmente, com avaliações trimestrais em reuniões de acompanhamento estratégico,
por meio da aquisição de ferramenta de Gerenciamento de Projetos – Gpweb. A Sefaz possui hoje 51 projetos e 7 planos de ações
monitorados. O Planejamento Estratégico está em plena execução.
Outras práticas de gestão serão implantadas na Secretaria: Gestão por Processos, Gestão de Pessoas, Gestão do
Conhecimento e Comunicação Efetiva.
5
Sala de alta disponibilidade é um sistema modular composto por painéis remontáveis para proteção física de equipamentos de hardware, construída e equipada com tecnologias de suporte à operação
de equipamentos de TIC fabricados para operar 24 horas por dia e 7 dias por semana com total controle e integridade dos componentes independentes das variáveis externas , tem como função
portanto, de garantir a disponibilidade de funcionamento de Data Center, proporcionando maior rapidez e segurança na prestação de serviços à sociedade.
A função primordial das Transferências Correntes é a redução das desigualdades regionais, a equalização das rendas
individuais e o equilíbrio socioeconômico entre os Estados da Federação. No Estado do Tocantins, as transferências governamentais
contribuíram para a promoção da justiça social e para o aumento da eficiência econômica no exercício 2015.
O Fundo de Participação do Estado – FPE é uma modalidade de repartição tributária, previsto no art. 159, inciso I, alíneas
b e d (esta última em decorrência da Emenda Constitucional nº 55, de 20 de agosto de 2007), da Constituição Federal de 1988.
O FPE constitui importante instrumento de redistribuição da renda nacional, visto que este promove a transferência de
parcela dos recursos arrecadados em áreas mais desenvolvidas para áreas menos desenvolvidas do País: os Estados das Regiões
Norte (25,37%), Nordeste (52,46%) e Centro-Oeste (7,17%) e 15% aos Estados das Regiões Sul (6,52%) e Sudeste (8,48%).
O Coeficiente para o cálculo da cota parte do FPE do Estado do Tocantins é de 4,34%, gerando receita de R$
3.314.984.107,67, o que representa 40,76% do montante da receita arrecada. O FPE, em relação ao quadriênio PPA 2012-2014,
apresentou acréscimo anual de 5,20% em valores nominais.
Tabela 11 FUNDO DE PARTICIPAÇÃO DO ESTADO
DESCRICAO 2015 AV AH 2014 AV AH 2013 AV H 2012
FPE 3.314.984.107,67 40,76% 5,20% 3.151.174.066,23 39,33% 8,97% 2.891.751.132,50 41,59% 7,55% 2.688.873.354,81
TOTAL ARRECADAÇÃO/ANO 8.132.122.674,19 8.012.926.133,50 6.953.268.557,64 6.691.132.956,56
FONTE: SIAFEM
A partir de 2007, com a Emenda Constitucional n° 53, de 20 de dezembro de 2006, estados, Distrito Federal e municípios
passaram a destinar parte – e não mais um mínimo de 60% – dos recursos a que se refere o art. 212 da CF/1988 à manutenção e ao
desenvolvimento de toda educação básica e à remuneração condigna dos trabalhadores da educação, alterando também a
destinação dos recursos para além do ensino fundamental. A referida parcela a ser destinada refere-se aos recursos do Fundo de
Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação – FUNDEB.
O FUNDEB foi regulamentado, inicialmente, pela Medida Provisória n° 339, de 28 de dezembro de 2006, convertida
posteriormente na Lei n° 11.494, de 20 de junho de 2007. Seus recursos são distribuídos proporcionalmente ao número de alunos
das diversas etapas e modalidades da educação básica presencial, matriculados nas respectivas redes de ensino.
O cálculo da proporcionalidade é efetuado com base na atuação prioritária de cada ente, definida no art. 211 da CF/1988,
sendo os ensinos fundamental e médio dos Estados.
O Estado do Tocantins recebeu no exercício de 2015, dentre as demais transferências, a receita destinada ao FUNDEB
que representa 8,58%, montante de R$ 697.855.905,97. Com crescimento anual de 3,86%.
Conforme estatui o § 1º do art. 11 da Lei 4.320/1964, com redação dada pelo Decreto-Lei nº 1.939, de 20 de maio de 1982,
São recursos recebidos de outras pessoas de Direito público ou privado como transferência de capital, destinados a
atender a despesas classificáveis em Despesa de Capital (investimentos) ou inversões financeiras, independente de contraprestação
direta em bens ou serviços, constituindo essas transferências auxílios ou contribuições, segundo derivem da lei de orçamento ou de
lei especial anterior, bem como as dotações para amortização da dívida pública.
Observa-se que as maiores partes dos ingressos de receita do Estado do Tocantins foram de Receita Tributária e
Transferências Correntes, cujo montante captado no quadriênio PPA 2012 – 2015 foi de R$ 9.312.752.231,72 e R$
16.450.458.748,28, respectivamente.
Tabela 14 -COMPARATIVO DE RECEITAS NO QUADRIÊNIO PPA 2012-2015
Comparativo das Receitas 2015 AV AH 2014 AV AH 2013 AV AH 2012 AV
TOTAL RECEITA TRIBUTÁRIA 2.722.517.972,44 37,83% -9,45% 2.465.111.005,35 35,69% 11,42% 2.212.458.445,88 36,66% 15,67% 1.912.664.808,05 33,9%
TOTAL RECEITA CONTRIBUIÇÃO 415.191.784,15 5,77% -0,26% 416.277.220,35 6,03% 17,60% 353.981.796,34 5,87% 8,07% 327.554.842,86 5,8%
TOTAL RECEITA PATRIMONIAL 514.981.155,19 7,16% -15,16% 607.016.623,75 8,79% 87,86% 323.122.610,95 5,35% -37,96% 520.788.842,00 9,2%
TOTAL RECEITA DE SERVIÇOS 38.952.339,86 0,54% -13,46% 45.010.685,71 0,65% 107,64% 21.677.260,36 0,36% 317,25% 5.195.237,25 0,1%
TOTAL TRANSFERÊNCIAS
CORRENTES 4.393.419.952,40 61,05% 4,60% 4.200.132.718,88 60,80% 7,63% 3.902.255.470,69 64,66% 8,64% 3.591.758.670,07 63,6%
TOTAL OUTRAS RECEITAS
CORRENTES 118.253.996,76 1,64% 29,00% 91.668.790,52 1,33% 16,64% 78.591.199,76 1,30% 5,66% 74.377.949,20 1,3%
(-) Dedução da Receita Corrente - 1.006.640.173,80 -13,99% 9,70% - 917.660.542,57 -13,28% 7,02% - 857.481.885,85 -14,21% 9,00% - 786.690.664,83 -13,9%
RECEITA CORRENTE 7.196.677.027,00 88,50% 6.907.556.501,99 86,21% 6.034.604.898,13 86,79% 5.645.649.684,60 84,38%
RECEITA TRIBUTÁRIA - - - 2.600.000,00 0,76%
RECEITA DE CONTRIBUIÇÕES 457.743.983,85 93,66% -15,89% 544.227.775,23 98,72% 30,64% 416.575.501,34 99,49% 23,53% 337.212.544,01 98,82%
OUTRAS RECEITAS CORRENTES 30.975.060,01 6,34% 340,66% 7.029.275,96 1,28% 228,24% 2.141.499,51 0,51% 51,31% 1.415.310,23 0,41%
(-) Deduções da Receita Intra-
Orçamentária - 0,00% - 0,00% 0,00% - 0,00% - 1.028,72 0,00%
RECEITA CORRENTE INTRA-
ORÇAMENTÁRIA 488.719.043,86 0,060 551.257.051,19 6,88% 418.717.000,85 6,02% 341.226.825,52 5,10%
TOTAL OPERAÇÕES DE CRÉDITO 366.714.315,01 82,09% -11,30% 413.430.722,54 74,61% 13,28% 364.967.619,50 73,00% -35,30% 564.134.937,13 80,10%
TRANSFERÊNCIA DE CAPITAL 10.525.971,20 2,36% -89,52% 100.422.854,17 18,12% 43,00% 70.224.081,23 14,05% -38,44% 114.076.677,54 16,20%
TOTAL ALIENAÇÃO DE BENS 10.681.974,41 2,39% -55,08% 23.778.538,41 4,29% -52,79% 50.364.992,31 10,07% 220,67% 15.706.247,32 2,23%
TOTAL AMORTIZAÇÃO DE EMPRESTIMO 11.836.964,43 2,65% -28,24% 16.495.906,14 2,98% 13,81% 14.494.876,62 2,90% 40,15% 10.342.749,67 1,47%
TOTAL OUTRAS RECEITAS DE CAPITAL 46.967.378,28 10,51% - 0,00% - 0,00% - 0,00%
(-) Retificadora de Receita de Capital - 0,00% - 15.440,94 0,00% - 104.911,00 -0,02% - 4.165,22 0,00%
RECEITA DE CAPITAL 446.726.603,33 5,49% 554.112.580,32 6,92% 499.946.658,66 7,19% 704.256.446,44 10,53%
(=) TOTAL ARRECADADO 8.132.122.674,19 100,00% 8.012.926.133,50 100,00% 6.953.268.557,64 6.691.132.956,56 100,00%
Fonte: SIAFEM
Tabela 14 demonstra a evolução da Receita de Capital nos últimos 4 exercícios financeiro. Os grupos que mais se
destacam são os de Operações de Créditos, com 82,09% e Outras Receitas de Capital com 10.51% do montante realizado. Observa-
se que o Estado do Tocantins deixou de investir, nos últimos três anos mais ou menos 1,5% ao ano.
Gráfico 19 demonstra a composição da despesa orçamentária por grupo de despesa, o quanto cada grupo representa do
total pago. Destacam-se a despesas com Pessoal e Encargos Sociais, com 61% e Outras Despesas Corrente 29% do montante
executado em 2015.
As despesas orçamentárias são classificadas, segundo a categoria econômica, em Despesas Correntes e Despesas de
Capital, conforme estatui a Lei nº 4.320/1964.
Observa-se na Tabela 15 que 90,95% das Despesas Corrente fixada foram empenhadas, enquanto que as Despesas de
Capital atingiu somente 9,05%.
As Despesas com Serviços de Terceiros Contratados, composto por Serviços de Terceiro Pessoa Física, Serviços de
Terceiro Pessoa Jurídica e Consultoria, somaram 9,89% e as Transferências aos Municípios, que correspondem às parcelas do IPVA
e do ICMS constitucionalmente destinada aos municípios, somaram R$ 599.423.840,09, ou seja, 8,18% sobre o montante da
despesa. Comparativamente ao exercício de 2014, observa-se o aumento de 0,71% nos Serviços de Terceiros Contratados e
incremento de 0,72% nas Transferências aos Municípios.
De maneira geral, observa-se um crescimento de 0,68% do subgrupo Outras Despesas Correntes, se comparado ao
exercício 2014.
Despesa de Capital são dispêndios de bens por parte do Estado para adquirirem bens susceptíveis de satisfazer
necessidades públicas; elas concretizam o próprio da atividade Financeira do Estado – satisfação de necessidades. São despesas
relacionadas com aquisição de máquinas equipamentos, realização de obras, aquisição de imóveis e concessão de empréstimos
para investimentos. Essa categoria divide-se em nos grupos de despesas: Investimentos, Inversões Financeiras e Transferência de
Capital.
As Despesas de Investimentos é aquela despesa de capital que poderá gerar serviços e consequentemente produzir um
incremento ao Produto Interno do Estado, ou seja, corresponde a todos os bens adquiridos e registrados no Ativo, a exemplo
construção de hospital, construção de prédio escolar ou uma estrada. Já a Inversões Financeiras são despesas de capital que não
geram serviços e incremento ao PIB. Estão reguladas no § 5º do art. 12 da Lei nº 4.320/1964 e se divide em três modalidades:
1) despesas aplicadas pelo Poder Público na aquisição de bens Imóveis; 2) gastos públicos aplicados na aquisição de bens de
capital já em utilização; 3) gastos do Poder Público com a aquisição de títulos representativos do capital de empresas (ações).
A Tabela 17 objetiva demonstrar os investimentos por fonte de recurso. Observa-se que a execução total desse grupo
atingiu aproximadamente 21,46% do valor orçado para gastos. Foram pagos neste exercício despesas perfazendo o montante de R$
281.246.015,05.
TABELA 17 - RESUMO GERAL POR GRUPO DE DESPESA E FONTE
DESCRIÇÃ ORC.INICIAL EMPENHAD EM LIQUIDACAO LIQUIDADO
1 PESSOAL E ENCARGOS SOCIAIS
100000000 2.245.507.270,00 53.383.229,57 207.157,15 2.147.212.786,97
101000000 278.289.283,00 84.470.891,24 263.204.538,4
102000000 935.640.702,00 46.887.595,21 - 846.887.595,2
211000000 2.789.380,00 2.809.100,22 - 2.809.100,22
214000000 462.390.000,00 20.683.187,59 - 607.872.853,2
240000000 37.478.185,00 36.130.762,82 - 36.109.017,39
241000000 829.520.000,00 19.006.115,53 - 519.006.115,5
242000000 2.235.900,00 2.227.069,62 - 2.226.619,54
100000000 151.500.000,00 55.267.162,80 - 155.171.996,6
101000000 1.306.229,00 1.575.811,87 - 1.575.811,87
240000000 - 1.495.091,00 963.972,65 531.118,35
A Tabela 19 apresenta as despesas por área de Atuação Governamental, conforme estabelecido na Portaria nº 042, de 14
de abril de 1999 do Ministério Orçamento e Gestão. A Função representa o maior nível de agregação das diversas áreas que
compete à atuação estatal. Por meio dessa tabela pode-se verificar em que área a ação governamental da despesa foi realizada.
Para melhor compreensão dessas áreas de atuação governamental, as Funções foram organizadas em diversos grupos:
Política Social, Infraestrutura, Administração, Gestão Ambiental, Relações Exteriores, Encargos Especiais e Reserva de
Contingência.
De acordo com a referida Tabela, o grupo Políticas Sociais, entendido como compromisso dos governos com o bem-estar
efetivo da população, recebeu em torno de 41,72%, ações típicas do Estado 51,80%, seguido de Infraestrutura 3,65% e Produção
2,83% de participação.
Tabela 19 -- Despesas Pagas por Área de Atuação Governamental
ESPECIFICAÇÃO VALOR PAGO AV
POLÍTICA SOCIAL 41,72%
ASSISTENCIA SOCIAL 29.346.418,95
TRABALHO 703.317,30
SAUDE 1.311.183.566,97
PREVIDENCIA SOCIAL 522.416.061,50
EDUCACAO 1.070.764.737,45
CULTURA 14.443.998,14
DIREITOS DA CIDADANIA 132.229.279,01
DESPOSTO E LAZER 715.085,30
INFRAESTRUTURA 3,65%
URBANISMO 152.334,08
HABITACAO 25.179.912,37
SANEAMENTO 61.842.243,21
COMUNICACOES 11.307.522,77
CIENCIA E TECNOLOGIA 7.208.638,35
TRANSPORTE 163.753.861,92
PRODUÇÃO 2,83%
AGRICULTURA 194.039.826,59
ORGANIZACAO AGRARIA 303.359,99
INDUSTRIA 4.223.387,11
COMERCIO E SERVICOS 10.365.046,08
ENERGIA 117.903,29
TIPICA DO ESTADO 51,80%
LEGISLATIVA 308.613.553,74
JUDICIARIA 496.976.231,77
ESSENCIAL A JUSTICA 109.730.942,69
ADMINISTRACAO 1.650.018.250,56
SEGURANCA PUBLICA 696.887.611,56
GESTACAO AMBIENTAL 37.841.100,72
ENCARGOS ESPECIAIS 526.649.809,58
TOTAL DE DESEM. PESSOAL E DEMAIS DESPESAS POR FUNCAO 7.387.014.001,00 100,00%
Fonte: SIAFEM
6.6 APLICAÇÃO DE RECURSOS VINCULADOS
Tabela 20 - Aplicaçãop de Recusos Vinculados a Saude Tabela 21 - Aplicaçãop de Recusos Vinculados a Saude - Outras Despesas Correntes
Fontes de Recursos 0102 E 0248 Fontes de Recursos 0102 E 0248
ESPECIFICAÇÃO EMPENHADAS AV ESPECIFICAÇÃO EMPENHADAS AV
DESPESAS CORRENTES OUTRAS DESEPESAS CORRENTES
Pessoal e Encargos Sociais 846.887.595,21 585,71% Diária Civil 1.167.601,00 0,81%
Outras Desepsas Correntes 184.926.757,92 127,89% Masterial de Consumo 1.693.069,08 1,17%
DESPESAS DE CAPITAL Material de Distribuição Gratuita 569.670,09 0,39%
Investimentos 1.551.931,31 1,07% Passagens e Desepesas com Locomoção 258.947,63 0,18%
Amortização da Dívida 632.919,00 0,44% Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Fisica 1.639.162,08 1,13%
TOTAL 1.033.999.203,44 715,11% Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Juridica 127.971.931,46 88,51%
Fonte: SIAFEM Principal da Dívida Contratual Resgatado 632.918,34 0,44%
Outros Auxilio Financiero a Pessoa Fisica 3.764.000,85 2,60%
Indenizações e Restituições 6.356.419,88 4,40%
Obrigações Tributárias Contributivas 539.090,78 0,37%
TOTAL 144.592.811,19 100,00%
Fonte: SIAFEM
A apuração de valores de aplicação obrigatória aplicados em ações e serviços públicos de saúde é tratada no art. 196 da
Constituição Federal de 1988 e no art. 77 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias – ADCT. Para os Estados, a base de
cálculo para apuração dos limites legais mínimos de aplicação em saúde é o total de receita de impostos de natureza estadual,
somada às receitas transferidas da União (FPE, IPI-EXP, Lei Kandir), mais o Imposto de Renda Retido na Fonte, e Outras Receitas
Correntes tais como Receita da Dívida Ativa Tributária de impostos, Multa, Juros de Mora e Correção Monetária. Deste total,
subtraem-se as Transferências Constitucionais e Legais aos Municípios. A apuração dos limites legais, portanto, têm legislação e
metodologia própria de apuração que diverge da forma como as despesas são contabilizadas; para sua apuração são necessários
alguns ajustes. Por essa razão, apresentou-se também a demonstração dos valores aplicados em Saúde conforme as disposições
legais específicas.
As despesas com Pessoal e Encargos Sociais absorveram 64,67% do total e as Outras Despesas Correntes 34,19%. Em
2015 foram aplicados recursos vinculados no montante R$ 1.309.677.416,93. Deste montante R$ 144.592.811,19 (aproximadamente
17,88% do total), fontes 0102 e 248, foram aplicados em Outras Despesas Correntes, cujos principais elementos de despesas estão
explicitados na Tabela 21. Destacam-se aí Outros Serviços de Terceiros – Pessoa Jurídica com 88,50% do total, Outros Serviços de
Terceiros – Pessoa Física 1,13% e os Materiais de Consumo com 1,17%.
Dentre os Programas de Governo, exercício 2015, a Reestruturação dos Pontos de Rede e Atenção à Saúde absorve
31,16% dos recursos, seguido de Atendimento aos usuários do SUS encaminhados para Tratamento fora do Domicilio 29,28% em
relação ao montante das prioritárias.
A Lei Complementar nº 141, de 13 de janeiro de 2012, regulamenta o § 3o do art. 198 da Constituição Federal de 1988
para dispor sobre os valores mínimos a serem aplicados anualmente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios em ações e
serviços públicos de saúde; estabelecendo a vinculação de 12% sobre o produto da arrecadação dos impostos a que se refere o
artigo 155 e dos recursos de que tratam os artigos 157 e 159, incisos I e II, da Constituição Federal, deduzidas as parcelas que forem
transferidas aos respectivos municípios, denominada Receita Líquida de Impostos – RLI.
6.6.2 APLICAÇÃO DE RECURSO VINCULADO A EDUCAÇÃO
Dentre os direitos constitucionais assegurados a todos, está à educação, dever do Estado e da família, promovida e
incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da
cidadania e sua qualificação para o trabalho, constituindo-se no verdadeiro caminho para a inclusão social.
A Constituição Brasileira, em seu artigo 212, dispõe que a aplicação de recursos na Manutenção e Desenvolvimento do
Ensino - no caso do Estado - não pode ser inferior a 25% (vinte e cinco por cento) da Receita Líquida de Impostos e Transferências.
A Emenda Constitucional nº 53 de 2006 deu novo impulso a essa área, com a criação do Fundo de Desenvolvimento da Educação
Básica – FUNDEB.
A apuração dos limites legais, portanto, têm legislação e metodologia própria de apuração que diverge da forma como as
despesas são contabilizadas; para sua apuração são necessários alguns ajustes. Por essa razão, apresentou-se também a
demonstração dos valores aplicados em educação conforme as disposições legais específicas.
A Tabela 24 apresenta o Demonstrativo de Aplicação de Recursos Vinculados à Educação, exercício 2015, no montante
de R$ 1.180.020.411,69, dos quais as despesas estão apresentadas por categoria econômica, em Despesas Correntes e Despesas
de Capital, demonstrando que as Despesas Correntes representam 98% do total despendido no exercício financeiro. As despesas
com Pessoal e Encargos Sociais absorveram 89% do total e as Outras Despesas Correntes 9%.
TABELA 24 - APLICAÇÃO DE RECURSOS VINCULADOS A EDUCAÇÃO 2015
Fontes de Recursos 0101, 0211, 0214 e 0216
ESPECIFICAÇÃO EMPENHADAS AV
DESPESAS CORRENTES 1.159.849.227,95 98%
Pessoal e Encargos Sociais 1.047.547.122,49 89,00%
Outras Despesas Correntes 112.302.105,46 9,00%
DESPESA DE CAPITAL 20.171.183,74 2%
Investimentos 20.171.183,74 2,00%
Amortização da Dívida
TOTAL 1.180.020.411,69
Fonte: SIAFEM
Em 2015 foram aplicados recursos vinculados, fontes 0101, 0211, 0214 e 0216 no montante de R$ 1.079.247.100,25.
Desse total R$ 112.302.105,46, aproximadamente 9% do total, foram aplicados em Outras Despesas Correntes, cujos principais
elementos de despesas estão explicitados na Tabela 25. Destacam-se Contribuições – Transporte Escolar com 29,01%, e
Subvenções Sociais – Gestão Compartilhada 24,73% (transferência de recursos para escolas), Tabela 25.
Tabela 25 - Aplicação de Recursos Vinculados a Educação Outras Desdepsas Correntes
Fontes de Recursos 101, 211, 214 e 216
ESPECIFICAÇÃO EMPENHADAS AV
OUTRAS DESPESAS CORRENTES
Diária Civil 473.270,25 0,40%
Auxílio Financeiro a Estudante 648.938,30 0,55%
Material de Consumo 3.558.882,45 3,01%
Material, bem ou serviço para distribuição gratuita. 1.084.500,00 0,92%
Passagens e Despesas com locomoção 22.871.017,20 19,39%
Outros Serviços Terceiros – Pessoa Física 2.463,00
Outros Serviços Terceiros – Pessoa Jurídica 7.032.987,00 5,96%
Contribuições 34.229.683,71 29,01%
Auxilio 431.779,95 0,37%
Subvenções Sociais 29.176.952,67 24,73%
Alimentação Escolar 18.466.809,90 15,66%
TOTAL 117.977.284,43
Fonte: SIAFEM
A Tabela 26 compara a execução dos programas no quadriênio PPA 2012 - 2015 e apresenta variação dos mesmos. A
Aludida tabela demonstra que o crescimento da despesa no quadriênio PPA 2012 – 2015 foi de 3,59%.
Tabela 26 - Aplicação de Recursos Vinculados à Educação 2012 - 2015
Despesas Empenhadas - Fontes 0101, 0211, 0214, e 0216
ESPECIFICAÇÃO 2015 AV 2014 2013 2012
Concessão de Recursos Tecnológicos aos Servidores da Educação / Administração Geral
Despesas Correntes 568.000,00 0,05 - 235.890,00
Premiação das Escolas Bem Sucedidas em Gestão Escolar
Outras Despesas Correntes 16.074,00 0,00 116.948,32 1.059.485,49
Apoio aos Sistemas Municipais de Educação na Implementação de Políticas Educacionais
Outras Despesas Correntes 129.062,25 0,01 1.320.489,47 820.268,34 501.149,50
Manutenção do Sistema de Avaliação do Desempenho do Servidor
Outras Despesas Correntes 23.500,00
Premiação para Profissionais da Educação
Outras Despesas Correntes 1.886.964,00 1.602.299,25
Realização da Inspeção das Unidades Escolares
Outras Despesas Correntes 5.111,25 0,00 108.656,25 125.282,25 62.164,55
Realização de Intercâmbios de Gestores Escolares
Outras Despesas Correntes 6.813,75 2.512,50 16.272,00
Aparelhamento de Unidade Administrativa
Outras Despesas Correntes 121.300,00 0,01 -
Investimentos 1.989,12 0,00 35.464,00 847.791,08 11.660,70
Ampliação da Frota de Veículo
Outras Despesas Correntes 100.000,00
Investimentos 1.088.000,00 1.223.065,20 907.805,00
Reforma de Unidade Administrativa
Outras Despesas Correntes 24.844,29 0,00 35.999,98
Investimentos 12.653,59 0,00 - 161.337,80 24.714,86
Manutenção de Recursos Humanos
Pessoal e Encargos Sociais 42.008.286,69 3,98 93.924.117,00 85.815.962,17 92.339.819,23
Coordenação e Manutenção dos Serviços Administrativos Gerais
Outras Despesas Correntes 10.121.807,01 0,96 17.386.125,15 21.310.375,72 20.022.458,51
Investimentos 4.040,00 8.645,35
Manutenção de Serviços de Transporte
Outras Despesas Correntes 1.282.320,19 0,12 2.163.961,87 2.169.550,73 2.727.882,99
Manutenção de Serviços de Informática
Outras Despesas Correntes 7.205.195,29 0,68 3.600.241,88 360.871,26 1.435.414,10
Capacitação dos Órgãos Colegiados
Outras Despesas Correntes 4.071,00 0,00 480,00 - 31.770,30
Formação Continuada de Gestores e Técnicos
Outras Despesas Correntes 163.230,03 0,02 342.342,81 530.099,22 1.924.973,83
Formação Inicial de Servidores da Educação
Outras Despesas Correntes 99.095,92 0,01 245.001,49 1.374.822,40 1.681.168,83
Divulgação das Ações Educacionais
Outras Despesas Correntes 15.689,73 0,00 3.087.973,82 545.928,67 1.191.024,85
Alimentação do Alfabetizando
Outras Despesas Correntes 418.364,65 0,04 - 433.784,20
Manutenção do Programa de Alimentação Escolar
Outras Despesas Correntes 22.288.297,90 0,02 19.090.075,41 19.882.486,11 18.092.308,40
Capacitação dos Alfabetizadores
Outras Despesas Correntes 85.395,00 0,01 277.371,25 907.078,15 684.874,50
Distribuição de Material para os Alunos da EJA
Outras Despesas Correntes 567.699,75
Implementação dos Comitês da EJA
Outras Despesas Correntes 10.299,50 708,75
Monitoramento das Turmas da EJA
Outras Despesas Correntes 28.523,25 0,00 81.021,25 100.000,00 27.425,25
continuação da tabela 26
ESPECIFICAÇÃO 2015 AV 2014 2013 2012
Implementação da Educação Ambiental Formal para a Sustentabilidade
Outras Despesas Correntes 3.071,25 0,00 4.903,00 121.395,84 29.831,75
Concessão de Recursos Tecnológicos aos Servidores da Educação
Outras Despesas Correntes 1.915,99 2.370.443,30
Investimentos 1.854.000,00 0,18 290.000,00 6.098.920,00
Ampliação de Unidade Escolar
Outras Despesas Correntes 5.715,75 0,00 28.211,25 374.901,22 21.542,25
Investimentos 155.368,93 0,01 3.198.383,63 2.712.840,54 874.966,79
Construção de Unidade Escolar
Outras Despesas Correntes 12.097,50 0,00 34.621,50 280.110,32 31.115,25
Investimentos 7.990.257,95 0,76 10.418.315,67 8.516.739,77 1.828.123,33
Reforma de Unidade Escolar
Outras Despesas Correntes 647.024,90 0,06 1.907.470,96 971.469,33 984.101,55
Investimentos 1.180.088,89 779.681,57 762.485,65
Aparelhamento de Unidade Escolar
Outras Despesas Correntes 1.588.510,58 0,15 123.209,87 383.176,50 1.378.565,66
Investimentos 4.464.051,89 - 1.322.844,59 7.119.040,10 13.433.832,76
Apoio e Incentivo a Projetos e Eventos Educacionais
Outras Despesas Correntes 217.205,84 0,02 2.843.111,25 4.600.761,39 3.980.447,53
Apoio as Unidades Escolares das Margens da Rodovia Belém Brasília
Outras Despesas Correntes 18.270,45 0,00 315,00 - 14.004,75
Investimentos 177.522,50 0,02 -
Implementação do Sistema Integrado de Gestão Educacional
Outras Despesas Correntes 16.401,75 8.742,00
Descentralização de Recursos a Gestão Comunitária
Outras Despesas Correntes 32.361.781,84 3,07 30.699.531,74 24.661.580,70 43.134.509,87
Investimentos 560.387,39
Distribuição de Material e Premio aos Alunos da Educação Básica
Outras Despesas Correntes 2.653.196,57 0,25 3.578.550,00 4.433.115,00 1.795.615,08
Formação Continuada dos Professores da Educação Básica
Outras Despesas Correntes 1.274.342,43 0,12 1.177.087,92 2.112.315,42 3.625.621,64
Implementação da Avaliação da Aprendizagem
Outras Despesas Correntes 1.057.428,25 0,00 970.993,75 112.084,50 161.293,75
Implementação do Sistema de Gestão Educacional
Outras Despesas Correntes 63.695,25
Investimentos 3.363,20
Manutenção de Recursos Humanos
Outras Despesas Correntes 865.954.892,36 82,14 752.148.952,29 711.270.801,32 635.028.398,41
Manutenção do Transporte Escolar
Outras Despesas Correntes 64.357.660,22 6,10 44.657.692,36 43.542.809,77 36.299.902,86
Investimentos 279.750,00 24.076.500,00
Monitoramento da Gestão Educacional
Outras Despesas Correntes 10.740,75 0,00 97.948,50 156.221,00 423.398,77
Realização da Feira Literária Internacional do Tocantins - FLIT
Outras Despesas Correntes 4.313.298,30 0,41 48.195,00 918.636,50
Realização de Eventos Educacionais
Outras Despesas Correntes 3.649.839,32 0,35 1.717.187,39 1.922.501,92 2.019.027,89
Realização de Censo Escolar
Outras Despesas Correntes 165.494,68 0,00 167.259,14 11.521,44 -
Investimentos -
Ampliação da Unidade Administrtiva
Outras Despesas Correntes -
Investimentos 25.296,52 70.904,29
Amortização de Operação de Credito, Juros e Encargos
Outras Despesas Correntes 9.102.265,31 0,86 19.510.429,33 20.994.685,48 4.618.849,29
Manutenção da Rede de Proteção aos Direitos da Educação
Outras Despesas Correntes 251.766,25
TOTAL 1.054.265.851,14 988.123.951,69 973.802.997,34 905.408.958,48
6.7 GESTÃO ORÇAMENTÁRIA DOS FUNDOS
Os fundos especiais são criados para melhorar o controle do uso de recursos em áreas específicas do governo. Para isso,
os entes estatais (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) criam fundos especiais vinculados a seus órgãos ou entidades.
O fundo especial deve ser analisado à luz do Direito Financeiro, estando, portanto, definido na Lei nº 4.320, de 1964, que
estatui normas gerais de Direito Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos
Municípios e do Distrito Federal e se constitui no fundo especial o produto de receitas especificadas que por lei se vinculam à
realização de determinados objetivos, facultada a adoção de normas peculiares de aplicação.
As informações a seguir detalham os principais Fundos Especiais do Estado do Tocantins: Fundo Estadual de Ciência,
Tecnologia e Inovação – FECT, Fundo de Desenvolvimento Econômico – FED, Fundo Previdenciário do Estado do Tocantins –
FUNPREV e Fundo Estadual de Saúde – FES.
Por meio da Lei nº 1.664, de 22 de fevereiro de 2006, foi instituído o Fundo Estadual de Ciência Tecnologia e Inovação –
FECT, com a finalidade de formular as diretrizes e promover a execução da política de ciência e tecnologia estadual. O recurso do
FECT é destinado ao atendimento de despesa total ou parcial, com: programas e projetos de pesquisa; qualificação de recursos
humanos; edição de obras científicas; realização de seminários, congressos, encontros e outros eventos de natureza tecnológica e
científica.
Dentre os recursos que compõe o FECT o mais importante fonte de captação é a 0211 e provem do Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação – FNDE 63,41% acompanhado de recursos do Tesouro Estadual, fonte 0100, de 17,19%.
Tabela 27 - Receitas e Despesas do FECT 2015
Fontes de Recursos 100, 211, 225 e 240
ESPECIFICAÇÃO EMPENHADAS AV
Recursos Ordinários 1.234.045,80 13%
Contribuições do Fundo Nacional do Des. da Educação 6.472.925,47 67,92%
Convênios com Órgãos Federais 1.630.243,15 17,11%
Recursos Próprios 141.137,75 1,48%
(=) TOTAL DA RECEITA 9.478.352,17 100%
Contribuição 527,30
Diárias - Pessoal Civil 141.710,33 1,50%
Auxilio a Estudantes 2.325.536,13 24,85%
Material de Consumo 460.149,57 4,86%
Passagens e Despesas com Locomoção 83.210,50 0,08%
Outros Serviços Terceito - Pessoa Física 129.791,73 1,40%
Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Jurídica 296.158,97 3,17%
Contribuição 12.600,00 0,13%
Outros Auxilios Financeiros a Pessoas Física 3.467.416,74 36,49%
Despesas de Exercício Anteriores 993.713,65 10,48
Indeniações e Restituições 577.303,77 6,08%
Obras e Instalaçoes 924.711,28 9,75%
Equipamento e Material Permanente 65.522,20 0,81%
(=) TOTAL DA DESPESA 9.478.352,17 100%
Fonte: SIAFEM
A Tabela 27 apresenta as receitas recolhidas pelo FECT. O total de recursos arrecadados no exercício somou R$
9.478.352,17, sendo que 67,92% provêm de Contribuição do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação – FNDE.
A citada Tabela demonstra as despesas empenhadas por subfunção destacando-se Outros Auxílios Financeiros a Pessoa
Física, com 36,49% do total aplicado, Auxílio Financeiro a Estudantes 24,85% e Obras e Instalações, com 9,75% de participação do
total de recursos aplicados.
Instituído pela Lei nº 1.508, de 18 de novembro de 2004. O Fundo Estadual de Saúde – FES é vinculado à Secretaria da
Saúde do Estado do Tocantins, e tem como objetivo o implemento de políticas, ações, projetos e serviços de saúde a cargo da
Secretaria da Saúde, a coordenação e a execução complementar das ações e serviços de vigilância sanitária, epidemiológica e
ambiental, controle e fiscalização do meio ambiente, inclusive o de trabalho, as despesas de custeio, inclusive o do pessoal ativo, e,
de capital da Secretaria da Saúde.
Dentre os recursos que compõem o Fundo destaca-se a Fonte 0102 – Recursos do Tesouro Estadual – Ações de Serviços
Públicos de Saúde, perfazendo o total de R$ 1.030.047.669,95, representa 78%; e a Fonte 0250 – Média e Alta Complexidade
Ambulatorial e Hospitalar, no montante de R$ 247.138.630,05, sendo 19%, ambas sobre o total das receitas.
A Tabela 29 demonstra a movimentação de recursos do FES em 2015. Neste exercício, a receita perfaz um montante de
R$ 1.312.963.159,54; e entre as despesas empenhadas por subfunção destacando-se Vencimentos e Vantagens Fixas – Pessoal
Civil 56,64%; Outros Serviços de Terceiros – Pessoa Jurídica 19,0003%; e Material de Consumo 11,8049%.
ESPECIFICAÇÃO EMPENHADAS AV
Recursos Ordinários 84.452,11 0%
Continuação da Tabela 29
Recursos do Tesouro - Ações de Serv. Púb. de Saúde 1.030.047.669,95 78% ESPECIFICAÇÃO AV
EMPENHADAS
Recursos do Tesouro - Emendas Parlamentar 640.000,00 0%
Salário-Familia 8.700,32 0,0007%
Recursos de Convênios com a Iniciativa Privada 46.662,00 0%
Vencimento Vantagens Fixas - Pessoal Civil 743.741.511,27 56,6460%
Recursos de Convênios com Órgãos Federal 6.958.714,59 1%
Obrigações Patronais 17.244.272,04 1,3134%
Cota-Parte de Compensações Financeiras 8.439.803,52 1%
Indenizações e Restituições Trabalhistas 2.684.372,81 0,2045%
Recursos Próprios 249.180,00 0%
Obrigações Patronais - Intra-Orçamentárias 89.851.709,87 6,8434%
Assistência Farmacêutica 3.209.035,36 0%
Contribuições 8.332.941,30 0,6347%
Atenção Básica 63.934,46 0%
Transferência para Municípios 1.644.329,72 0,1252%
Gestão do SUS 3.815.249,01 0%
Subvenções Sociais 4.827.573,94 0,3677%
Investimentos Saúde 2.774.870,60 0%
Material de Consumo 154.993.783,31 11,8049%
Média Alta complexidade Ambulatorial e Hospitalar 247.138.630,05 19%
Outros Beneficios Assistenciais 114.874,69 0,0087%
Vigilância de Saúde 8.976.371,53 1%
Diárias - Pessoal Civil 4.332.180,25 0,3300%
Operações de Crédito Internas - em Moeda 517.135,29 0%
Material de Distriuição Gratuita 4.479.263,64 0,3412%
Doação 1.451,07 0%
Passagens e Despesas com locomoção 5.896.761,47 0,4491%
(=) TOTAL DA RECEITA 1.312.963.159,54 100%
Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Fisica 2.683.468,77 0,2044%
Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Jurídica 249.467.160,85 19,0003%
Obrigações Tributária Contributiva 538.162,49 0,0410%
Outros Auxilio Financeiros a Pessoas Física 49,50 0,0000%
Indenizações e Restituições 8.778.233,49 0,6686%
Auxílios 952.094,00 0,0725%
Obras e Instalações 8.924.724,81 0,6797%
Equipamentos e Material Permanete 2.834.076,66 0,2159%
Principal da Dívida Contratual resgatada 632.914,34 0,0482%
(=) TOTAL DA DESPESA 1.312.963.159,54 100,0000%
Fonte: SIAFEM
O Balanço Patrimonial é a demonstração contábil que evidencia, qualitativa e quantitativamente, numa determinada data, a
posição patrimonial e financeira da entidade. A Tabela 30 demonstra o Balanço Patrimonial Resumido referente ao exercício de
2015. Observa-se que o Ativo Circulante somado ao Ativo Não Circulante compõe o Ativo Total, que totalizou R$ 10.725.500.300,95.
O passivo Total formado pelo somatório dos Passivos Circulante e Não Circulante alcançou R$ 30.465.812.877,35. Com este
resultado,o Passivo foi superior ao Ativo, gerando um Patrimônio Liquido Negativo, no valor de R$ 19.740.312.576,40.
Tabela 30 - BALANÇO PATRIMONIAL RESUMIDO Valores em R$
PASSIVO CIRCULANTE
OBRIGAÇÕES TRAB. PREV. E ASSIST. A PAGAR A CURTO PRAZO 354.221.929,91 1,16% -17,10% 427.290.414,33 2,03%
EMPRESTIMOS E FINANCIMENTOS A CURTO PRAZO 260.120.539,38 0,85% - 0 0,00%
FORNECEDORES E CONTAS A PAGAR A CURTO PRAZO 297.047.764,59 0,98% -19,04% 366.901.312,57 1,74%
OBRIGAÇÕES FISCAIS A CURTO PRAZO 25,76 0,00% - 0 0,00%
OBRIGAÇÕES DE REPARTIÇÕES A OUTROS ENTES 5.324.352,72 0,02% - 0 0,00%
DEMAIS OBRIGAÇÕES A CURTO PRAZO 530.684.662,10 1,74% 89,42% 280.156.526,72 1,33%
TOTAL DO PASSIVO CIRCULANTE 1.447.399.274,46 4,75% 34,72% 1.074.348.253,62 5,10%
PATRIMONIO LIQUIDO
RESULTADOS ACUMULADOS -19.740.312.576,40 100,00% 61,60% -12.215.766.051,40 100,00%
(-) AÇÕES / COTAS EM TESOURARIA 0 0,00% - 0 0,00%
TOTAL DO PATRIMONIO LIQUIDO -19.740.312.576,40 100,00% 61,60% -12.215.766.051,40 100,00%
ATIVO CIRCULANTE
Caixa e Equivalentes de Caixa 765.196.424,79 14,19% 32,99% 575.361.925,17 12,91%
Créditos a Curto Prazo 946.048.170,08 17,55% 46,37% 646.340.425,08 14,50%
Investimentos e Aplicações Temporárias a Curto Prazo 3.619.180.134,71 67,13% 16,52% 3.106.080.232,84 69,70%
Estoques 60.112.178,93 1,12% -53,21% 128.482.892,70 2,88%
VPD Paga Antecipadamente 657.000,77 0,01% 847,58% 69.334,66 0,00%
TOTAL DO ATIVO CIRCULANTE 5.391.193.909,28 100,00% 20,98% 4.456.334.810,45 100,00%
Fonte: SIAFEM
O Passivo Circulante deve ser classificado pelo agrupamento dos compromissos de curto prazo, aqueles exigíveis em até
doze meses. Na Tabela 32 pode ser verificado que, no exercício de 2015, o valor total das obrigações de curto prazo foi R$
1.447.399.274,46, o que representa apenas 4,75% das obrigações totais (Passivo Circulante + Passivo Não Circulante), conforme
evidencia a Tabela 32.
Tabela 32 - PASSIVO CIRCULANTE Valores em R$
PASSIVO 2015 AV AH (variação) 2014 AV
PASSIVO CIRCULANTE
Obrigações Trab. Prev. e Assist. a Pagar a Curto Prazo 354.221.929,91 24,47% -17,10% 427.290.414,33 39,77%
Empréstimos e Financiamentos a Curto Prazo 260.120.539,38 17,97% - - 0,00%
Fornecedores e Contas a Pagar a Curto Prazo 297.047.764,59 20,52% -19,04% 366.901.312,57 34,15%
Obrigações Fiscais a Curto Prazo 25,76 0,00% - - 0,00%
Obrigações de Repartições a Outros Entres 5.324.352,72 0,37% - - 0,00%
Provisões a Curto Prazo - 0,00% - - 0,00%
Demais Obrigações a Curto Prazo 530.684.662,10 36,66% 89,42% 280.156.526,72 26,08%
TOTAL DO PASSIVO CIRCULANTE 1.447.399.274,46 100,00% 34,72% 1.074.348.253,62 100,00%
Fonte: SIAFEM
Observa-se ainda na Tabela 32 que, em 2015, os grupos mais significativos foram “Demais Obrigações a Curto Prazo” e
“Obrigações Trab. Prev. e Assist. a Pagar a Curto Prazo”, com valores de R$ 530.684.662,10 e R$ 354.221.929,91, respectivamente,
representando 36,66% e 24,47%, nessa ordem, do total do Passivo Circulante. Houve também um aumento de 34,72% no saldo de
obrigações em relação a 2014.
As “Demais Obrigações à Curto Prazo”, englobam os compromissos não classificados nos subgrupos anteriores e que
tenham vencimento em até doze meses. A conta “Obrigações Trab. Prev. e Assist. a Pagar a Curto Prazo” compreende obrigações
com salários a pagar, encargos trabalhistas e previdenciários e outros.
O cômputo da diferença entre Ativo e Passivo Circulantes provê o Capital Circulante Líquido. A diferença positiva indica a
existência de um capital de giro para quitar as obrigações de curto prazo, já a negativa, retrata uma insuficiência de recursos, com
relação à capacidade de saldar compromissos de curto prazo.
Em 2015, o Ativo Circulante superou o Passivo Circulante, gerando um superávit no montante de R$ 3.943.794.634,82,
indicando que o Estado do Tocantins possui saldo financeiro positivo para quitar suas obrigações de curto prazo.
Analisando o Quociente da Liquidez Corrente, que exprime a situação financeira da Administração para saldar seus
compromissos de pagamentos com terceiros no curto prazo, tem-se:
Este resultado indica que o ente possui uma boa capacidade para honrar os seus compromissos de curto prazo: para cada
R$ 1,00 de obrigações, o Estado do Tocantins possui R$ 3,72 de recursos no seu Ativo Circulante.
O Ativo Não Circulante representa todos os direitos realizáveis em longo prazo, os investimentos em controladas,
coligadas ou outras sociedades, os bens tangíveis e intangíveis. O Ativo Não Circulante das Demonstrações Contábeis Consolidadas
do Estado do Tocantins representa 49,73% do Ativo Total, segundo a Tabela 33. Além disso, houve um crescimento do saldo do
Ativo Não Circulante de 21,65% em relação ao exercício de 2014, conforme Tabela 33 a seguir.
Tabela 33 - ATIVO NÃO CIRCULANTE Valores em R$
ATIVO 2015 AV AH (variação) 2014 AV
Passivo Não Circulante é um subgrupo do passivo exigível e é composto por contas destinadas a registrar todas as
obrigações cujos vencimentos ocorrerão após doze meses da data do Balanço Patrimonial.
A Tabela 34, logo abaixo, demonstra que o Passivo Não Circulante do Estado do Tocantins no exercício de 2015 sofreu
um aumento de 45,22% em relação ao ano de 2014.
Observa-se ainda na Tabela 34 que o Passivo Não Circulante do Estado em 2015 tem como item mais representativo as
“Provisões a Longo Prazo”, representando 90,11% do saldo total do referido subgrupo.
O crescimento anormal desse item do Passivo deve-se essencialmente às mudanças implementadas na metodologia do
cálculo atuarial. Essas mudanças estão em conformidade com a recente Orientação do Ministério da Previdência Social – MPS
através da Portaria nº 21, de 16 de janeiro de 2013 e objetivam a uniformização dos cálculos atuariais e de suas demonstrações.
Todas essas mudanças refletiram, por sua vez, no Grau de Endividamento Total, medido pela relação entre o Passivo
Exigível Total (Circulante + Não Circulante) e o Ativo Total:
Este resultado indica que o ente não possui ativos suficientes para fazer frente às suas obrigações de curto e longo prazo,
evidenciando que, para cada R$ 1,00 de ativo total, o Estado do Tocantins possui R$ 2,84 de obrigações no seu Passivo Exigível
Total.
Por fim, verifica-se ainda que, depois do subgrupo “Provisões à Longo Prazo”, com 90,11%, o maior subgrupo é o dos
“Empréstimos e Financiamentos a Longo Prazo”, representando 8,75% do Passivo Não Circulante.
Patrimônio Líquido contém o Resultado do confronto entre as Variações Patrimoniais Aumentativas (Receitas) e as
Variações Patrimoniais Diminutivas (Despesas). Ele está representado também pela diferença entre Ativo Total, composto pelos
bens, recursos e direitos controlados pela Entidade, e Passivo, formado pelas obrigações com terceiros, podendo evidenciar uma
Situação Patrimonial Líquida Positiva ou Negativa.
O Patrimônio Líquido Negativo alcançou em 2015 o montante de R$ 19.740.312.576,40, um valor 61,60% maior do que em
2014, o que pode ser observado na Tabela 35.
Tabela 35 RESULTADOS ACUMULADOS NO QUADRIÊNIO PPA 2012 - 2015
PATRIMONIO LIQUIDO 2015 2014 2013 2012
RESULTADOS ACUMULADOS - 19.740.312.576,40 - 12.215.766.051,40 - 8.739.516.168,12 - 2.697.296.366,11
- - - -
TOTAL DO PATRIMONIO LIQUIDO - 19.740.312.576,40 - 12.215.766.051,40 - 8.739.516.168,12 - 2.697.296.366,11
Correção pelo IGP-D - 19.965.352.139,77 - 13.561.510.548,68 - 10.063.391.470,35 - 3.276.596.333,76
Variação % 61,60% 40,28% 224,01%
Fonte: SIAFEM
Percebe-se claramente a grande elevação do Patrimônio Líquido Negativo entre os anos de 2012 e 2013, de 224,01%,
quando os entes federados ficaram obrigados a contabilizar o Passivo Atuarial, por meio de seus fundos de previdência. De 2014 a
2015 esse crescimento foi de 61,60%, percentual superior ao crescimento verificado entre 2013 e 2014, que foi de 40,28%, conforme
dados da Tabela 35.
Será analisado neste tópico o Índice de Solvência Geral (ISG), que tem por finalidade indicar o grau de garantia que o Ente
dispõe em Ativos, para pagamento do total de suas obrigações. Se este quociente for maior que 1, indica que a entidade é solvente e
está em condições de fazer frente às suas obrigações; sendo igual a 1, indica que há um equilíbrio entre os itens de Ativo e Passivo
Exigível; enquanto que, um valor menor que 1, sinaliza um Patrimônio Líquido negativo, ou, um Passivo a Descoberto.
O Índice de Solvência Geral demonstra que houve no Balanço Geral do Estado do Tocantins, um Saldo Patrimonial
Negativo, conforme se faz provas o Balanço Patrimonial, alcançando o valor de R$ (19.740.312.576,40) conforme Tabela 35.
Cabe, no entanto, destacar que, o baixo índice obtido deve-se à inclusão do Passivo Atuarial da Unidade Contábil
Consolidada, inserido na conta “Provisões à Longo Prazo”, cujo valor foi de R$ 26.148.145.047,83 conforme Tabela 34,
representando 85,83% do Passivo Total (Passivo Circulante + Passivo Não Circulante), fato que contribuiu para o resultado
observado.
A Demonstração das Variações Patrimoniais evidencia todas as alterações sofridas pelo patrimônio na sua composição
qualitativa e/ou quantitativa, em virtudes de atos praticados pela administração, ou fatos vinculados às atividades da entidade ou,
ainda, resultantes de fatos totalmente imprevistos ou fortuitos. É considerado um indicador de desempenho, já que, no setor público,
mede o quanto o serviço público prestado promoveu alterações quantitativas nos elementos patrimoniais.
Este demonstrativo expressa os fatos contábeis que aumentaram o patrimônio nas Demonstrações Contábeis
Consolidadas do Estado do Tocantins, representados pelas Variações Aumentativas, em confronto com os fatos contábeis que
reduziram o patrimônio, compostos pelas Variações Diminutivas.
As variações Aumentativas representam as agregações de novos elementos ao patrimônio público que poderão ocorrer
por meio de aumento de valores de ativos ou redução de valores de passivos.
Portanto, o termo Variação Patrimonial é um termo genérico admitindo duas espécies: Variações Patrimoniais Qualitativas
e Variações Patrimoniais Quantitativas. As qualitativas correspondem aos Fatos Permutativos, alteram a situação líquida para mais
ou para menos. Assim, quando falamos “Variação Patrimonial Aumentativa” queremos nos referir ao grupo de variações patrimoniais
que promovem a elevação da situação liquida; e “Variação Patrimonial Diminutiva” aquelas que reduzem a situação líquida.
A Tabela 36 demonstra as Variações Patrimoniais ocorridas no exercício de 2015.
6.11.1 Definições
A Dívida Consolidada, também denominada Dívida Fundada, compreende as obrigações financeiras assumidas em virtude
de leis, contratos, convênios ou tratados e da realização de operações de crédito com prazo de amortização superior a 12 meses,
que visem atender desequilíbrios orçamentários ou a financiamentos de obras e serviços públicos, que dependam de autorização
legislativa para amortização ou resgate (§2º, Art. 115, Dec. 93.872/86). Porém, a Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF (Lei
Complementar n.º 101/2000) e a Resolução nº 43/01 do Senado Federal, ampliou o conceito da Dívida Consolidada, incluindo neste
as operações de crédito de prazo inferior a doze meses, cujas receitas tenham, constado no orçamento (§3º, Art. 29, LC 101/00. Já a
Emenda Constitucional n.º 62/2009 art. 2° § 1° Inc. II, possibilitou o parcelamento em até 15 anos dos Precatórios Judiciais6
emitidos e não pagos durante a execução do orçamento, e a dívida mobiliária, aquela contraída através da emissão de títulos
públicos.
A Dívida Consolidada pode ser:
1 - Dívida Interna é aquela que compreende os contratos de financiamento e parcelamento contraídos junto às instituições
financeiras localizadas dentro do País;
2 - Dívida Externa é aquela que compreende os contratos de financiamento contraídos junto às instituições financeiras
localizadas fora do País.
6
Apenas os precatórios emitidos a partir de 5/5/2000.
Ainda, de acordo com a Resolução n.º. 43 do Senado Federal, art. 2º inc. V, da Dívida Pública Consolidada, deduzidas as
disponibilidades de caixa, as aplicações financeiras e os demais haveres financeiros, resultará na Dívida Consolidada Líquida.
6.11.4 Origem
A Dívida Consolidada é classificada em interna e externa, por adoção da localização geográfica da instituição credora. O
exercício de 2015 foi finalizado com 82 contratos decorrentes de operações de crédito, parcelamentos de débitos previdenciários e
fiscais, assunções de dívidas e precatórios, sendo 74 contratos de origem interna e 8 de origem externa.
Durante o quadriênio 2012 a 2015, nota-se uma inversão na composição da Dívida Consolidada, antes
predominantemente externa, passando gradativamente para interna, findando o exercício de 2015 com 65,61% do estoque da dívida,
sendo que deste estoque interno, 52,37% referem-se a 56 contratos de operações de crédito com as Instituições Financeiras
Nacionais, 13,42% referem-se a 17 contratos de parcelamentos que o Estado mantém, decorrentes de parcelamentos Previdenciários
e Fiscais junto à União, parcelamentos de dívidas previdências junto ao IGEPREV, Parcelamentos de Outras Dívidas junto à
SANEATINS/ODEBRETCH e Precatórios, conforme se vê adiante no quadro 2.2.
Já a Dívida Externa representa 34,39%, cujo saldo, em 31/12/2015, totalizou R$ 1.124,604.243,83, que viabilizaram os
seguintes projetos:
Projeto de Infraestrutura Rodoviária – PIER, junto ao Banco Bilbao Viscaya Argentária – BBVA;
Projeto de Modernização Fiscal do Estado do Tocantins – PMF/TO – PROFISCO e o Programa de Desenvolvimento
da Região Sudoeste do Estado do Tocantins – PRODOESTE, ambos financiados pelo BID – Banco Interamericano
de Desenvolvimento;
Projeto de Desenvolvimento Regional Sustentável do Tocantins – PDRS e o Projeto de Desenvolvimento Regional
Integrado Sustentável do Estado do Tocantins, sendo ambos financiados junto ao Banco Mundial – BIRD/Banco
Internacional para a Reconstrução e Desenvolvimento;
Projeto Eixos Rodoviários, financiados pelo Grupo Financeiro Italiano Médio Crédito Centralle S.p.a.
Embora o projeto de maior valor contratado seja o PDRIS (USD 300.000.000,00) com o Banco Mundial, atualmente o
Médio Crédito Centralle S.p.a., concentra maior saldo do estoque da dívida: 16,34% do total da Dívida Consolidada e 47,50% do total
da Dívida Externa.
Tabela 38- CREDORES DA DÍVIDA FUNDADA
ESTOQUES CONTRATOS
CREDORES
Saldo em 31/12/2015 (%) Estoque Quantidade % Part.
CEF - Caixa Econômica Federal 85.852.470,95 2,63% 48 58,54%
BNDES / Banco do Brasil 778.787.703,83 23,82% 4 4,88%
BANCO DO BRASIL S/A 834.686.370,70 25,52% 2 2,44%
BNDES 13.188.000,00 0,40% 2 2,44%
RFB - Receita Federal do Brasil 62.505.091,84 1,91% 11 13,41%
IGEPREV 136.548.329,28 4,18% 3 3,66%
IBAMA 324.701,12 0,01% 1 1,22%
DÉBITOS AJUIZADOS - Precatórios 193.828.097,96 5,93% 1 1,22%
SANEATINS - Outras Dívidas 39.825.227,17 1,22% 2 2,44%
TOTAL DA DÍVIDA INTERNA 2.145.545.992,85 65,61% 74 90,24%
Medio Crédito Centralle S.p.a. 534.222.683,59 16,34% 3 3,66%
BIRD - Banco Inter. para Reconstrução e Desenvolvimento 254.433.486,18 7,78% 2 2,44%
BID - Banco Interamericano de Desenvolvimento 96.157.685,94 2,94% 2 2,44%
BBVA -Banco Bilbao Vizcaya Argentária 239.790.388,12 7,33% 1 1,22%
TOTAL DA DÍVIDA EXTERNA 1.124.604.243,83 34,39% 8 9,76%
TOTAL 3.270.150.236,68 100,00% 82,00 100,00%
Fonte: Anexo 16 – Lei 4.320/64
O serviço da Dívida Estadual envolve as despesas com pagamentos de amortizações, juros, taxas e impostos de todas as
operações de crédito contratadas, sejam elas liberadas e/ou a liberar, com os parcelamentos e de precatórios. Tais despesas
saltaram de R$ 229.903.397,61, em 2012, para R$ 466.447.370,73 em
2015, acréscimo este ocorrido devido a novas contratações de operações
de credito e assunções de dividas, ocorridas entre os exercícios 2013 e
2015.
Considerando que as operações que compõem a Dívida Fundada são vinculadas a um determinado indexador econômico,
cujo objetivo é reajustar o saldo da dívida pública em conformidade com a variação inflacionária e desvalorizações da moeda e
considerando também, que o fatores de aumento da TJLP, Taxa SELIC e desvalorização do real em relação ao dólar impulsionaram
o montante da atualização monetária.
45,00%
6.12.1 Indicadores de Endividamento 40,03%
40,00%
35,00% 32,67%
A Lei de Responsabilidade Fiscal e as Resoluções nº 40/01 e 30,00% 25,64%
nº 43/01 do Senado Federal definem limites para contratação de crédito, 25,00% 20,61%
20,00%
pagamento de operações de crédito e endividamento dos Estados, Distrito
15,00%
Federal e Municípios. Todos os limites são definidos e apurados como 10,00%
proporção da Receita Corrente Líquida (RCL) do ente federado. Dessa 5,00%
0,00%
forma, no exercício 2015 o percentual de comprometimento do serviço da 2012 2013 2014 2015
dívida em relação a receita corrente liquida, alcançou 40,03%.
A Dívida Consolidada Líquida-DCL é a dívida pública consolidada deduzida as disponibilidades de caixa, as aplicações
financeiras e os demais haveres financeiros. A resolução nº 40/2001 do Senado Federal em cumprimento à Lei de responsabilidade
Fiscal, estabelece que a Dívida Consolidada Líquida – DCL dos Estados e Distrito Federal, ao final do décimo quinto ano, contado a
partir do encerramento do ano de sua publicação, não poderá exceder a duas vezes a sua Receita Corrente Líquida. Durante os
últimos quatro anos o maior valor registrado foi em 2015 devido ao incremento de dívidas e queda na Receita Corrente Líquida.
Tabela 41 – Endividamento
EXERCÍCIO DCL RCL 200% RCL % Comprometimento
2012 1.028.809.150,82 4.991.475.367,76 9.982.950.735,52 20,61%
2013 1.365.010.112,29 5.323.440.128,75 10.646.880.257,50 25,64%
2014 1.983.736.520,58 6.071.450.294,61 12.142.900.589,22 32,67%
2015 2.523.597.129,64 6.304.771.944,72 12.609.543.889,44 40,03%
Fonte: Anexo 16 – Lei 4.320/64
O pagamento da dívida é classificado em curto, médio e longo prazos. Curto prazo refere-se a programação de pagamento
de débitos que ocorre no prazo de 12 meses, médio prazo de 13 a 36 meses e longo prazo acima de 36 meses. Na tabela 42 a
seguir, demonstra-se a projeção do serviço da dívida para os próximos exercícios, isto é, os compromissos de desembolsos
estimados para a dívida pública até a total liquidação dos contratos atualmente em vigor.
Tabela 42 – Previsão de Pagamento por Composição da Dívida - Amortizações e Encargos
Operações de Crédito /
Prazos Parcelamentos Precatórios Outras Dividas Total
Divida Bancaria
ATÉ 12 MESES 422.913.565,30 60.841.695,13 20.477.550,90 13.392.007,23 517.624.818,56
DE 13 A 36 MESES 1.145.980.100,23 217.894.648,22 60.775.808,04 41.723.963,04 1.466.374.519,53
ACIMA DE 36 MESES 2.517.612.328,74 53.175.527,51 118.595.815,07 0,00 2.689.383.671,32
Total 4.086.505.994,27 331.911.870,86 199.849.174,01 55.115.970,27 4.673.383.009,41
Fonte: Anexo 16 – Lei 4.320/64
Como podemos observar, o pagamento da Dívida Bancária decorrente de Operações de Credito concentra a maior parte
do total previsto, 58%.
Podemos observar, também, na tabela 56, que os pagamentos com o Banco do Brasil S.A., concentram 32,48% do total
de amortizações e encargos, seguido de 24,58% de pagamentos ao BNDES.
Tabela 43 - Previsão de Pagamentos por Instituição Financeira
6.13.1 Limites
A estimativa da Receita Corrente Líquida para os próximos quatro anos foi obtida mediante a aplicação de Fator: previsão
do IPCA 2015 acrescido da média de crescimento real dos últimos quatro anos multiplicado pelo valor da Receita Corrente Líquida.
Com base no valor estimado da RCL, foram determinados os seguintes limites: serviço da Dívida 11,50%, Desembolso 16% e
endividamento 200% (Resolução 43/2001 do Senado Federal).
Tabela 44 – Estimativa da Receita Corrente Líquida e Limites de Endividamento: 2015 a 2019 – (%) excluir tabela (gráfico de área em %) de cada limite
LIMITE DE
LIMITE DO SERVIÇO DA DÍVIDA LIMITE DE ENDIVIDAMENTO
PERÍODO PROJEÇÃO DA RCL DESEMBOLSO
(11,5%) (200% DA RCL)
(16%)
2015 6.830.381.581,44 785.493.881,87 1.092.861.053,03 13.660.763.162,88
2016 7.684.179.279,12 883.680.617,10 1.229.468.684,66 15.368.358.558,24
2017 8.644.701.689,01 994.140.694,24 1.383.152.270,24 17.289.403.378,02
2018 9.725.289.400,13 1.118.408.281,01 1.556.046.304,02 19.450.578.800,26
2019 10.940.950.575,15 1.258.209.316,14 1.750.552.092,02 21.881.901.150,30
Fonte: Anexo 16 – Lei 4.320/64
RCL PROJETADA EM CONFORMIDADE AO "CRITÉRIO DE PROJEÇÃO DA RCL" DO MIP/STN/2014
6.14 SENSIBILIDADE DA DÍVIDA
Os indexadores econômicos e índices de reajuste, cujas funções básicas são o de desvalorização da moeda e fixa a
volatilidade de preços para medir a evolução efetiva da dívida. Assim sendo, na composição da Dívida Pública Estadual, em especial
nas operações de crédito com taxas de juros pré-fixadas, há incorporação de indexadores na apuração do saldo da dívida, os quais
auxiliam na identificação do custo efetivo da dívida. Já nas operações de crédito com taxas de juros pós-fixada, a remuneração
A sensibilidade da dívida é o grau de exposição do estoque da dívida a variável do mercado que impactam o valor do saldo
devedor da dívida Estadual e sua capacidade de pagamento. A dívida se concentra em contratos pós-fixado, 73,82%, ou seja, os
juros são flutuantes e periodicamente recalculados em função das cotações e situações de mercados, Banco Central, ou organismos
multilaterais e de fomento oficiais. Apenas 26,18% da dívida são contratos pré-fixados, não havendo variação de custo durante a
vigência contratual.
Os indexadores econômicos são índices de variáveis que afetam a Dívida Estadual. Nos contratos pré-fixados, há
indexadores de moeda, como dólar e UPR que impactam o saldo da dívida na apuração do custo efetivo da operação no momento da
conversão. Nas operações de crédito com taxas de juros pós-fixada, a remuneração predominantemente composta por indexadores
econômicos. Os indexadores econômicos estão presentes tanto nos contratos pré como pós, conforme tabela a seguir:
participação de mais de 52% do estoque da dívida, embora não seja totalmente 6% POUPANÇA
decorrente de contratos oriundos de operações de credito externo, pois os contratos do PROESTADO I e do PNAFE são operações
de credito interna indexadas ao Dólar.
A participação da dívida indexada pela TJLP atingiu caiu de 36% em 2014 parra 24% em 2015, e representa os contratos
com o BNDES. A terceira maior participação é o CDI Mensal, decorrente do financiamento do PROESTADO II, assinado em
julho/2014. A indexação pela SELIC apresenta uma participação baixa, decorre dos parcelamentos de tributos federais, INSS e
PASEP. A dívida indexada à UPR-D é composta pelos financiamentos com a Caixa Econômica Federal, no âmbito dos programas de
habitação, PRÓ-MORADIA, saneamento, Saneamento para Todos e Pró-Transporte. A indexação pelo IPCA decorre do
parcelamento do IGEPREV. No exercício de 2014 ocorreu a conclusão do contrato com o Banco do Brasil, cujo objeto era o
Programa de Saneamento, único indexado pela TR.
6.14.1 Sensibilidade Cambial – Teste de Stresse como Ferramenta básica da Gestão prudente do Risco
Os testes de stresse são uma ferramenta amplamente utilizada para a gestão de risco das instituições financeiras. Servem
para alertar a administração das instituições sobre resultados inesperados e adversos relacionados a múltiplos riscos, fornecendo
assim uma indicação de quanto capital poderá ser necessário para absorver perdas
Tabela 46 - Variação cambial
caso ocorram grande choques. Também podem gerar informações para Cotação do Dólar
Diferença Diferença
no fechamento do Variação
procedimentos de planejamento de capital e liquidez, bem como facilitar o acumulado anual
exercício
2011
desenvolvimento de planos com o objetivo de atenuar o risco, além de apontar 1,76
2012 1,95 95% 5% 11%
possíveis falhas de planejamento.
2013 2,11 81% 19% 8%
Após a recente crise financeira global, convém demonstrarmos os
2014 2,66 43% 57% 26%
possíveis impactos que a Dívida Externa do Estado poderá sofrer em relação à 2015 3,80 30% 70% 43%
variação cambial externa, pois a variação cambial do dólar em relação ao real, nos últimos quatro anos fora muito alta, como
podemos observar na tabela 46.
Em nossa análise, simulamos o crescimento da variação em primeiro momento com o estoque da dívida em 31/12/2015,
em segundo momento simulamos a receita de operações de crédito, referente aos contratos externos dos projetos PROFISCO,
PDRIS, PIER e PRODOESTE, e em terceiro cenário, simulamos o pagamento da dívida considerando o seu estoque atual,
projetados para os próximos 4 exercícios:
No exercício de 2015, aconteceram Receitas de Operações de Credito o qual ocasionou a inscrição de dívidas no valor
total de R$ 566.675.999,01, sendo R$ 83.750.489,36 referentes às inscrições de liberações com operações de crédito externo, R$
282.963.825,65 - referentes às inscrições das liberações de operações de crédito interna, R$ 10.715.029,60 referentes às inscrições
de novos precatórios, R$ 19.891.322,41 referente as inscrições de parcelamento de dívidas previdenciárias junto à RFB- Receita
Federal do Brasil, R$ 123.909.201,13 de assunção de dívidas junto ao IGEPREV e R$ 45.446.130,86 de assunção de outras dívidas
junto à SANEATINS/ODEBRETCH.
Em 2015 não ocorreram novas contratações, apenas houve liberações de operação anteriormente contratadas, conforme
demonstrado na tabela 49 a seguir:
Dentre as operações de crédito interno contratadas, observamos que os programas de HABITAÇÃO, PAC II – 1.ª e 2.ª
Etapas, CPAC e Saneamento para Todos, ainda possuem valores a captar muito alto em relação ao tempo de contratação e de
execução:
A seguir, apresentamos o
quadro das operações de Credito Externas:
Tabela 50 – Operações de Crédito Externo com Liberações no Exercício
Valor Captado até
Operação Valor da Total da Operação Data Assinatura Valor Captado em 2015 Valor a captar
dezembro 2015
PRODOESTE - BID 99.000.000,00 30/08/2012 10.615.954,75 6.995.954,75 88.384.045,25
PROFISCO - BID 40.431.000,00 19/10/2012 13.439.111,45 895.537,27 26.991.888,55
PDRIS -BIRD 300.000.000,00 06/12/2012 51.930.587,35 15.914.983,28 248.069.412,65
PIER - BBVA 143.198.162,00 19/11/2012 60.723.549,90 0,00 82.474.612,10
TOTAL EXTERNO 582.629.162,00 112.893.728,15 23.806.475,30 469.735.433,85
Em todas as operações contratadas, também destaca-se o baixo percentual de execução dos programas, que embora
tenham sido contratadas no exercício de 2012, todas restam mais de 50% a captar e concluir os programas.
A Lei de Responsabilidade Fiscal em seu art. 2º define Receita Corrente Líquida - RCL, a qual serve como base para
apuração dos limites com: Despesa Total com Pessoal, Dívida Pública, Operações de Créditos e Garantias e Contragarantias. Em
comparação com o exercício anterior, 2015 a RCL registrou um Grafico 31 - Evolução da Receita Corrente Líquida
7.000.000.000
acréscimo de 3,84%.
6.000.000.000
A tabela 51 demonstra, de forma simplificada, o cálculo 5.000.000.000
da Receita Corrente Líquida referente ao exercício de 2015, 4.000.000.000
ressalta-se que o Governo do Estado conseguiu manter um 3.000.000.000
crescimento de 10,52% nas suas receitas tributárias, índice 2.000.000.000
Para o controle dos gastos dos Estados, a Lei de Responsabilidade Fiscal estabeleceu que o total das despesas com
pessoal ativo, inativo e pensionista, não poderá exceder 60% da RCL.
A tabela 52 evidencia o cálculo da despesa total com Pessoal do Estado do Tocantins, o qual atingiu 63,05% da Receita
Corrente Líquida, 3,05% acima do limite máximo estabelecido pelo inciso II do art.19 da LRF que é de 60,00% da RCL.
Tabela 52 Relação ( % ) Despesas com Pessoal e Encargos sobre a Receita Corrente Líquida
PODER/ÓRGÃO LIMITE APURADO Grafico 32 - Despesa % com pessoal
2013 2014 2015
1900ral
Poder Executivo 49,00 51,69 50,93 52,28
1900ral
Título do Eixo
Poder Legislativo 3,00 2,89 2,90 3,16
1900ral
Poder Judiciário 6,00 5,26 5,30 5,77
1900ral
Ministério Público 2,00 1,69 1,63 1,83
1900ral
TOTAL 60,00 61,53 60,76 63,05
1900ral
Fonte: SIAFEM/TO LIMITE
1900ral
Poder Poder Poder Ministério
Executivo Legislativo Judiciário Público
6.16.3 Dívida Consolidada Líquida Título do Eixo
A Dívida Consolidada ou fundada é o montante total, apurado sem duplicidade, das obrigações financeiras do ente da
federação, assumidas em virtude de leis, contratos, convênios ou tratados e da realização de operações de crédito, para amortização
em prazo superior a doze meses, inclusive as operações de créditos com prazo inferior, cujas receitas tenham constado no
orçamento, conforme o art. 29 da LRF.
Para todos os fins, o conceito de endividamento utilizado na apuração dos respectivos limites, com base na receita
corrente líquida, deverá ser o da Dívida Consolidada Líquida, sendo que os limites são os estabelecidos pela Resolução n.º 40/2001
do Senado Federal, em seu art. 3º, Inciso I, ou seja, até 2 (duas) vezes o valor da Receita Corrente Líquida. A tabela 53 demonstra o
cumprimento com folga pelo Estado do Tocantins em relação ao limite de endividamento.
Os entes poderão conceder garantia em operações de crédito internas ou externas, observado o disposto na LRF e nas
Resoluções do Senado Federal n.º 40 e 43, de 2001, e n.º 96, de 1989, e suas alterações posteriores.
O saldo global das garantias concedidas pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios não poderá exceder a
22% (vinte e dois por cento) da Receita Corrente Líquida. Pode-se observar na tabela 54 o cumprimento por parte do Estado do
Tocantins em relação a este limite.
Conforme a Lei de Responsabilidade Fiscal em seu art. 42, veda ao titular de Poder ou Órgão, nos últimos dois
quadrimestres do seu mandato, contrair obrigação de despesa que não possa ser cumprida integralmente dentro dele, ou que tenha
parcelas a serem pagas no exercício seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para este efeito.
Cabe ressaltar que na inscrição em restos a pagar, deve-se observar que os recursos legalmente vinculados à finalidade
específica serão utilizados exclusivamente para atender o objeto de sua vinculação, conforme preceitua o art. 8º parágrafo único da
LRF, conforme tabela 56.
Tabela 56 – Disponibilidade de Caixa X Inscrição em Restos a Pagar-LRF Art. 42
Inscrição em Restos a
ANO Disponibilidade Financeira %
Pagar
2012 3.400.366 323.660 9,52
2013 3.532.543 278.234 7,88
2014 3.724.714 281.217 7,55
2015 4.529.214 300.739 6,64
Em R$ mil
O objetivo da apuração do Resultado Nominal é medir a evolução da Dívida Fiscal Líquida. O resultado nominal representa
a diferença entre o saldo da dívida fiscal líquida acumulada até 31 de dezembro de 2015 e o saldo em 31 de dezembro do exercício
anterior. Portanto, a meta de resultado nominal do Estado do Tocantins prevista na Lei de Diretrizes Orçamentária nº 2.923, de 03 de
dezembro de 2014 foi de R$ 665.136.000,00 e o resultado atingido foi de R$ 539.849.612,22, ou seja, houve o cumprimento da meta
estipulada com uma margem de R$ 125.286.387,78.
O Resultado Primário representa a diferença entre as receitas e as despesas primárias. Sua apuração fornece uma melhor
avaliação do impacto da política fiscal em execução pelo ente da Federação. Superávits Primários são direcionados para o
pagamento de serviço da dívida, contribuindo para a redução do estoque total da dívida líquida. Em outras palavras o resultado
primário permite avaliar se o nível de gastos do Ente está compatível com sua arrecadação.
Portanto, a meta de resultado primário do Estado do Tocantins prevista na Lei de Diretrizes Orçamentária nº 2.923, de 03
de dezembro de 2014 foi de R$ (477.675.000,00) e o resultado atingido foi um superávit primário de R$ 249.339.619,01.
DESPESAS
Gráfico 37 - Demonstrativo Simplificado do Resultado
Primário
300.000.000,00
DESPESAS PRIMÁRIAS CORRENTES (IV) 6.649.889.804,33 200.000.000,00
DESPESAS PRIMÁRIAS DE CAPITAL (V) 350.344.861,54 100.000.000,00
RESERVA DO RPPS (VI) -
RECEITAS PRIMÁRIAS TOTAL (VII = IV+V+VI) 7.000.234.665,87
0,00
-100.000.000,00
RESULTADO PRIMÁRIO (VII = III-VI) 249.339.619,01 -200.000.000,00
META DO RESULTADO PRIMÁRIO FIXADA NO ANEXO DE METAS -300.000.000,00
(477.675.000,00)
FISCAIS DA L.D.O. P/ O EXERCÍCIO DE 2014
-400.000.000,00
-500.000.000,00
-600.000.000,00
Meta de Resultado Primário Resultado Primário atingido
da LDO para 2015
6.16.9 Limites Constitucionais
A aplicação de recursos mínimos nas ações e serviços de saúde é determinada no art. 77, da Emenda Constitucional nº.
29. No exercício de 2015, o Governo do Estado do Tocantins aplicou em saúde R$ 1.031,1 milhões, ou seja, 19,17% da receita
líquida de impostos e transferências constitucionais e legais,
superando o limite legal em 7,12%, ou seja, aproximadamente R$
385,5 milhões.
A Constituição Federal de 1988, em seu art. 212, assegurou, 2014 1.248.460 1.195.421 23,94