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ACARTA CLINOGRAFICA: 2 (OS METODOS DE REPRESENTACAO ESUA CONFECCAO ‘A carla clinografica tem sido utilizada de mancira ‘quase que obrigat6ria, nessas duas iltimas décadas, em trabalhos ligados as Ciéncias da Terra, Planejamento Regional, Urbano ¢ Agrério, jumtamente com outras representagies gréficas de variaveis tais como: otientagio de vertentes, insolagio direta, diregio © velocidade de vventos, entre oulras, permitindo assim, com suas correlagdes uma melhor compreensio ¢ um equacionamento dos problemas que ocorrem no espago analisado. Quanto do surgimento dos primeisos trabalhos geogréficos, tendo como técnica auxiliar a utlizagio de ‘uma carta de "declividade” (PEIXOTO, C. S. 1970), em estudo geomorfol6gico fomos solicitados a eserever um artigo onde descreveriamos as etapas de confecgao dessas cearas, as quais chamamos impropriamente de "cartas de declividade" (DE BIASI, M. 1970) quando estas devem ser chamadas de clinogréfieas. Na ocasitio, foram consultados alguns autores ‘esirangeiros que falavam das tapas ¢ utilizagio dessas, carlas (BARRIER, M. 1963; BRUNET, R. 1963), entre outros, nos quais nos baseamos para a elaboragéo daquele artigo (DE BIASL, M. 1970), que posteriormente foi ‘ampliado ¢ aplicado & andlise ipolégica de sitios urbaaos (DE BIASI, M. 1972) e, logo a seguir, alguns pesquisadores do Departamento de Geografia da USP, utlizaram esta técnica de representacéo em apoio nos seus doutorados (CRUZ, 0. 1972, TITARELLL, A. H. V. 1973 ¢ COLTRINARI, L. Z. D. 1974). Mario De Biasi(*) ‘A.utilizagio desta representagio geocartogréfica foi ‘vagarosamente sendo introduzida em outros trabalhos no académicos (EMPLASA, 1980), com isso surgindo ‘quest6es relativas & eficicia desse método. Para tanto, fizemos uma comparagio entre a representagio clinografica de "facetas” © a utilizada por WENTWORTH, C. K. 1930, baseada numa tama de quadrados. Esta comparagio fer com que fossemos brigades procurar © estabelecimento das diferentes tapas de confecgho desia técnica de representagdo das declividades, bem como, até que ponto a mesma poderia ser uilizada em trabalhos de detalhes. ‘A. técnica ulilizada por Wentworth, para a represcntagio das declividades do terreno leva-nos, de anlemio, a presupor um produto final ligeiramente _generalizado, pelo fato de se trabalhar com uma trama de figuras geométricas (quadrados), figures estas, que serviro, no seu conjunto, para definir éreas ou zonas de diferentes declividades. Como toda téonica de representagio de variéveis dependenies das cotas altimétricas do relevo € necessério ‘uma carta base com representacéo do relevo em curvas de nivel. Sobre esta base, vamos tracer ou superpor uma ‘rama (quadriculade), tendo como orientagio um dos nortes assinalados: norte geogrifico, norte magnético c/ou () Profesor Asistente Doutor do Departamento de Geogrfia, Faculdade de Flos Lease Clecias Humana, da Universidade de ‘io Paulo, 46 © norte da quadricula, coincidindo com o eixo de y da rama. (fig 1) ES) / J) Escolhida a orientagio,fixamosla tram e iniciamos 4 determinacio dos indices em cada elemento da tram Esta detcrminagio ¢ efetuada a partir de uma das duas, siagonais do quadrado, ou seja, a que mais curvas de nivel cruzer, néo importando sea mesma cruza a mesma isolinha uma ou mais vezes, pois € este nimero que vai efinir 0 indice a ser colocado naquele médulo ou eétula amatha. (jig 2). Concluida a etapa acima descrita, devemos estabelecer a chave das classes de declividade. Esia, vai depender dos objetivos do trabalho que estamos efetuando, mas nesta ‘Genica nao teremos as classes de declividades seja em graus ou percentagens, definidas diretamente. As mesmas seré inferido um valor a partie de uma relagio entre 0 nimero de curvas de nivel cruzedas, Pela diagonal efou o espacamento médio. Os parimetros de medidas acima mencionadas, so (08 que nos fevam a dizer que este método nos induz a uma ligeira gencralizagao da varidvel declividade, pois as mesmas poderdo no se enquadrar a chave de classes adotadas face ao tratamento estatfstico de agrupamentos que deverd ser feito. Para sanarmos esti situagio, ropomos que sc faga anles ou posteriormente a0 langamento dos indices em cada médulo da malha, @ relacio entre o mimero de curvas € 2 diagonal adotada. A partir desta relagfo poderemos inferir um valor médio da declividade. Ainda com relagio 20s resultados que definitéo as classes de declividades, se deixarmos de cstabelecer em que faixa ou ftixas os conjunts dos elementos da malha estio numéricamente enquadrados, ccairemos em apreciagdo subjetiva das diferentes dreas de declividades, introduzindo um juizo de valor, tal como: fortes declividades, médias declividades, fracas, declividades, dectividades nulas, enfim, vai depender de cada individuo ou estabelecimento desse "parimetro", ¢ neste ponto qualitative da representagio poderio surgir intimeros problemas. Outros aspects que devem ser levatlos em consideracdo & 0 tamanho dos elementos da malha (lado do quadrado e a escala da carta), Quanto ao tamanho do lado da figura geométrica ‘adotada, podemes adianlar que 0 mesmo vai acarretar uma ‘maior ou menor generalizagio da varivel representada, por estar o mesmo intimamente relacionado a eseala da ‘carta base. E recomentvel que se teste pelo. menosduas ‘ramus de tamanhos diferentes par ver quals os resultados Visuals da distibuiglo dos conjuntos dos elementos da tram que melhor se adapa. Esa ait, poderdfaciitara escolha da chave do classes que atenderd os objetivos do trabalho em seu maior ou menor detathameno, No que se refere a escala da carta base, € suas relagdes com os diferentes tamanhos de tramas (malhas), apoiamo-nos em CUNHA, K. B. 1989, quando estabeleceu as analogias entre malhas © escalas, na representagio da carta de energia do relevo, onde, "podemos dizer que, quanto menor for a escala, menor tamanho deveré ser cada clemento da malha." Esta observagio esta dirctamente ligada as equidistancias que as diferentes escalas proporcionam. Consequentemente, io devemos alterar as equidistOncias originais da carta, pois se assim procedermos vamos alterar espacialmente as fnixas de declividades. Delimitadas as diferentes zonas de declividades, teremos um mosaico da "pastilhas" quadradas, onde, os limites destas zonas sio linhas quebradas ortogonalmente. Para uma melhor representagio propomos a alteragao do tipo da trama de quadrados por uma trama de hexdgonos, que permiticé um melhor tragado da linha diviséria das faixas de declividades, nfo tendo aquela limites ortogonais ¢ sim uma curva mais concordante com ‘0 lads dos hexaigonos. A outra técnica de representago das declividades do terreno ¢ a de “facetas", que, a priori, podemos consideré-la mais precisa do que a técnica. utilizada por Wentworth. A carla clinogréfica por "facetas", como a anterior, necessita de uma carta topogratica precisa para servir de base € a definicio dos objetivos do trabalho nos levaré ao ceslabelecimento das classes das declividades. A definigio das classes de decfividades poderd ter um caréter eminentemente particular, ou seja, © autor cesoolhe as classes que ele necessita para seu trabalho, mas, Erecamendivel qne ntilizemas 0 qui j4 esti estahelecida por ei para os diferentes usos e ocupagio territorial No que se refere a legislagio vigente © 0 uso consagrado de certo limites de classes definidos através de trabalhos académicas, € que tentaremos estabelecer uma have que permitiré 20 pesquisador apoiar-se para laborar um documento cartografico eficaz, nao 56. no sentido téenico de sua confecgio, mas também no aspecto ‘normativo de seu uso. ‘A efinigio das classes de declividades para serem utilizedas na confecefo da carta clinogrdfica, atende a um especiro bem amplo no que diz respeito & sua ullizagfo na representagio cartogrifica, para os mais variados usos © ‘ocupagio do espago, scja cle urbano ou agricola. Para definirmos esta chave propomos os seguintes limites em porcentagem (HERZ. R e DE BIASI, M. 1989): <5% — Limite urbeno-industrial, —utilizados fintemacionalmente, bem como em trabalhos de ‘planejamento urbano efetuadas pelo Instituto de Pesquisas a ‘Teenolégicas do Estado de Sao Paulo ¢ da EMPLASA. Empresa Metropolitana de Planejamento da Grande Séo Paulo S/A. 5-12% — Bste limite possui algumas veriagbes quanto a0 méximo a ser estabelecido (12%), pois alguns autores adotam as cites de 10% e/ou 13%. A diferenga & ‘muito pequena, pois esta faixa define o limite méximo do emprego da mecanizagio na agricultura. (CHIARINI e DONZELLI, 1973). 12-30% — O limite de 30% € definido por legislagio federal - Let 676679 — também chamada de Lei Lehmann, que vai definir o limite méximo para urbanizagao sem restrides, a pattir do qual toda © qualquer’ forma de parcelamento far-se-4 airavés de exigtncias especiticas, 30-47% ~ 0 Cédigo Florestal, fa o limite de 25°(47%), como limite maximo de corte raso, a partir do qual a exploragéo 6 serd permitida se sustentada por cobertura de florestas. Lei No 4771/65 de 15/09/65. > 47% O artigo 10 do Cédigo Florestal preve que na faiva sitadn entre 20 (47%) a Sq (100%), "aka 6 permitida a derrubada de florestas,.. 56 sendo tolerada a extragio de toros, quando em regime de ulilizegao racional, que vise a rendimentos permanentes". Para cfeito de um maior detalhamento, poderemos inroduzir limites secundérios, mais a n{vel indicative, 08 intervalos de classes de 2,5, 20, 40 e 100%, este timo ja referido anteriormente. No caso de ocorrer na realidade algum fato imporiante que sejarelevante de ser cariografado e que na escala da carla o mesmo nao “apatega" devido a equidistancie e/ou 0 espagamento entre as curvas de nivel sugerimos que 0 local seja assinalado com um simbolo que © mesmo seja representado em encarte escala mais detathada, Definidas as classes de declividades em porcentagens ou graus, pasaremos a consirugio do sbaco ou digpasdo, onde estario representadas as classes, escolhidas, 0 qual dependeré da equidistancia da carta base ¢ do espacamento entre curvas de nfvel consecutivas.

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