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Na década de 1990, o conflito entre o PDC e o UPC irrompeu mais uma vez, resultando
em uma guerra civil sangrenta, que terminou em 1997. As conquistas mais valiosas do
povo curdo ocorreu em 2003 e 2005, quando, portanto, o regime de Saddam Hussein foi
derrubado, como parte da invasão do Iraque em 2003 (com assistência dos peshmergas)
e a autonomia curda ganhou reconhecimento pelo novo governo iraquiano.
Curdos no Iraque
Após o levante curdo de 1991 (em curdo: Raperîn) liderado pela União Patriótica do
Curdistão (UPC) e pelo Partido Democrático do Curdistão (PDC), tropas iraquianas
recapturaram as regiões curdas e centenas de milhares de curdos fugiram pelas
fronteiras. Para suavizar a situação, uma "zona de exclusão" foi estabelecida pelo
Conselho de Segurança da ONU. A região autônoma curda ficou sendo controlada
principalmente pelos partidos rivais UPC e PDC. A população curda recebeu com
prazer as tropas americanas em 2003. A área controlada pelas forças curdas foi
expandida, e os curdos agora têm o controle efetivo em Kirkuk e em partes de Mosul.
No início de 2006, as duas regiões curdas foram unidas em uma região unificada. Uma
série de consultas populares está agendada para 2007, para determinar as fronteiras
definitivas da região curda.
Curdistão iraquiano
O Curdistão é uma democracia parlamentar, com uma assembleia nacional com 111
cadeiras.[2] Seu presidente atual é Massoud Barzani, eleito durante as eleições locais
(realizadas a cada quatro anos) de 2005. As três províncias de Duhok, Arbil e
Sulaymania abrangem um território de cerca de 40.000 quilômetros quadrados, e uma
população de entre 4 e 6,5 milhões de habitantes. Ainda existem disputas entre o
governo central iraquiano e o governo do Curdistão a respeito de territórios de maioria
curda fora das fronteiras atuais do Curdistão iraquiano.
Como uma das principais forças econômicas do Iraque, o Curdistão tem as mais baixas
taxas de pobreza e o mais alto padrão de vida do país.[3] É a região mais estável e segura
do Iraque, e nenhum soldado estrangeiro estacionado ali foi morto, ferido ou
sequestrado desde a invasão do país, em 2003.[4] O território mantém suas próprias
relações estrangeiras, e hospeda consulados e escritórios de representação de diversos
países, entre eles as Nações Unidas, o Reino Unido, Alemanha, França, Itália, Israel e
Turquia.[5]
Uso de armas químicas contra iraquianos marcou operação Anfal
da BBC Brasil
"Problema curdo"
As nove etapas da operação Anfal (que significa "Espólios de Guerra") tiveram como
objetivo resolver o que o governo iraquiano chamava de "problema curdo".
Desde que assumiu o poder, em 1968, o partido Baath, de Saddam Hussein, de
orientação pan-arabista, via na população curda do país uma ameaça à unidade nacional.
Além disso, o presidente iraquiano acreditava que os curdos estavam ajudando o seu
inimigo, o Irã, com o qual o Iraque travou uma guerra entre 1980 e 1988.
As primeiras medidas tomadas em Bagdá forçavam curdos a deixar suas casas e se
mudar para a chamada "Região Autônoma Curda". A partir do censo nacional de 1987,
alegando medidas de contra-insurgência contra rebeldes independentistas, o governo
iraquiano começou a demarcar "áreas proibidas" dentro da zona autônoma. "Os
residentes dessas 'zonas proibidas' eram curdos que, depois do censo de outubro de
1987, foram definidos como não-iraquianos, e traidores. Em 1988, eles estavam
marcados para morrer", disse a Human Rights Watch.
PUK