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Arquitetura civil no Brasil

Colônia
“A arquitetura tradicional autêntica têm suas raízes na terra; é produto
espontâneo das necessidades e conveniências da economia e do meio físico e
social e se desenvolve, com tecnologia a um tempo incipiente e apurada, à
feição da índole e do engenho de cada povo; ao passo que aqui a arquitetura já
veio pronta e, embora beneficiada pela experiência anterior africana e oriental
do colonizador, teve de ser adaptada como roupa feita, ou de meia-confecção,
ao corpo da nova terra”

Lucio Costa
ARQUITETURA PORTUGUESA

• A arquitetura portuguesa é marcada por forte regionalismo – estreita ligação


com os materiais e as decisões formais

• É também caracterizada por influências cristãs, pagãs e árabes


ARQUITETURA PORTUGUESA

• Norte: arquitetura de pedra

• Sul: arquitetura de barro


ARQUITETURA PORTUGUESA

• Norte: arquitetura de pedra

Casa minhota: 2 ou 3 pisos (superior Casa serrana: 2 ou 3 pisos (superior moradia,


moradia, Inferior, trabalho; pedra aparelhada, maioria das
Inferior, trabalho; pedra aparelhada vezes sem reboco
ARQUITETURA PORTUGUESA

• Norte: arquitetura de pedra


ARQUITETURA PORTUGUESA

• Norte: arquitetura de pedra


ARQUITETURA PORTUGUESA

• Sul: arquitetura de barro

• Centro e litoral (Estremadura e Ribatejo)


• Alentejo
• Algarve
ARQUITETURA PORTUGUESA

• Sul: arquitetura de barro

• Ribatejo: Diversidade de materiais: cal, pedra,


adobe ou taipa e madeira

• Quatro tipologias: casas de madeira do


litoral, casa alpendrada, casa saloia, casa
ribatejana
ARQUITETURA PORTUGUESA

• Sul: casas de madeira do litoral

Casas de piso único, planta


rectangular, normalmente
construída elevada do solo
sobre pilares de madeira ou
pedra.

Às vezes, leva a cor ocre ou


vermelha
ARQUITETURA PORTUGUESA

• Sul: casas alpendrada

Construída de adobe ou taipa, planta


rectangular, um só piso e alpendre na
entrada

Normalmente é rebocada pintada de


branco ou cores pastel; possui assoalho e
forro
ARQUITETURA PORTUGUESA

• Sul: casa saloia

Construída de adobe ou taipa, tijolo e caiação, planta


rectangular

Dispõe de uma construção em dois pisos, onde fica o


quarto, e ao lado outra térrea

Encontrada na região da Estremadura; influência


árabe
ARQUITETURA PORTUGUESA

• Sul: casa ribatejana

Construída de adobe, tijolo e caiada, planta


rectangular

Pode receber cores próxima ao chão

Ás vezes, possuem chaminés como elementos de


destaque
ARQUITETURA PORTUGUESA

• Sul: casa alentejana

• O material predominante é o barro,


empregado nas alvenarias (taipa ou adobe)

• São sempre caiadas, interna e externamente


ARQUITETURA PORTUGUESA

• Sul: casa alentejana do monte

O material primordial é o barro (adobe ou


taipa)

Apresenta várias dependencias, como celeiros


ou estábulos, muitas vezes o quarto do
proprietário e do empregado é separado
apenas por uma parede

Chão de terra batida


ARQUITETURA PORTUGUESA

• Sul: casa algarvia

• É comum a alvenaria de pedra e o adobe

• As habitações apresentam forte influência da


dominação árabe

• Além da caiação, aparecem terraços, paredes


revestidas de ladrilho e abóbadas

• Duas tipologias básicas: a casa rural e a casa


de pescadores
ARQUITETURA PORTUGUESA

• Sul: casa de pescadores


ARQUITETURA PORTUGUESA

• Sul: casa rural

Normalmente de adobe ou taipa,


apresenta as chaminés cilíndricas
e duas águas separadas
ARQUITETURA CIVIL NO BRASIL COLONIAL

Engenho de Itamaracá, Frans Post (sec. XVII)


ARQUITETURA CIVIL NO BRASIL COLONIAL

• Somente a partir do séc. XVII,


aproximadamente 1630, que se pode falar
de um padrão definitivo para a tipologia
residencial

• A casa paulista era bastante uniforme, mas


quando passamos para as vilas e arraiais
de Minas Gerais, notamos dependência
com o terreno

• Lotes com testada estreita e grande


profunidade
Rua na cidade de Goiás
• Não há afastamento entre os edifícios
A CASA URBANA NO BRASIL COLÔNIA: A RUA

• Parcos equipamentos de topografia (cordas e estacas);


• Normalmente sem calçamento e passeio; sem arborização; aspecto monótono
• casas definiam as ruas
ARQUITETURA CIVIL COLONIAL:
DETALHES CONSTRUTIVOS

Detalhe de sistema construtivo pau-a-


pique, comum em Minas Gerais no período
colonial

Notar a base em pedra e cerâmica, onde


era inserido o esqueleto de paus, nos
cantos os esteios eram fincados em torno
de 10cm de profundidade
ARQUITETURA CIVIL COLONIAL:
DETALHES CONSTRUTIVOS

Na figura 2, detalhe do
acabamento dos cantos

Na figura 3, detalhe do
acabamento dos telhados, orignário da
Europa, dando ligeira curva no telhado;
usado principalmente na taipa de mão
A CASA URBANA NO BRASIL COLÔNIA:
ASPECTO VOLUMÉTRICO

1. Meia-água: cozinha e rancho


2. Duas águas: tipo mais comum nas casas urbanas nas casas
geminadas
3. Quatro águas: pavilhões, cadeias, casas-grande, edifícios
públicos
4. Semelhante ao anterior: visava melhorar a ventilação
5. Claustro: quando se buscava mais monumentalidade
relacionada à necessidade de ventilação e a largura (em torno
de 6m)
6. Usado quando se dispunha de terrenos maiores
7. e 8. A varanda alpendrada ou puxada era solução comum em
todas as tipologias
A CASA URBANA NO BRASIL COLÔNIA:
PLANO GERAL
• Tecido social bastante homogêneo

• Casa de porta e janela, de meia-morada e


morada inteira

• Conforme a classe social


A CASA URBANA NO BRASIL COLÔNIA:
PLANO GERAL
• Os patios eram
normalmente não
tinha outra função
além da iluminação e
ventilação, raramente
possuíam algum
paisagismo (avencas e
tinhorão)
A CASA URBANA NO BRASIL COLÔNIA:
PLANO GERAL

Corte em uma casa de meia morada


• Os telhados eram de caibro, cumeeira e terça (sem
tesoura), cobertura de telhas capa e canal
A CASA URBANA NO BRASIL COLÔNIA:
PLANO GERAL

• O sobrado era morada das classes mais


abastadas

• No térreo ficam a loja, despensa ou casa


de escravos

• No andar superior, a casa do proprietário


ARQUITETURA CIVIL COLONIAL: FACHADAS

6. Quando há espaço lateral, há um


alpendre sobre pilastras, coberto e com rótulas

7. Casa térrea rural ou engenhos, ampla varanda


na frente, com colunas ou pilastras de alvenaria
ou esteios de madeiras, toda aberta, ou tendo
um cômodo ao lado

8. Casa assobradada com alpendre sobre


pilastras com grades de madeira recortada

9. Sobrado com varanda no primeiro andar em


toda a extensão da fachada

10. Telhado com água furtada


ARQUITETURA CIVIL COLONIAL:
JANELAS

A – janela cujo escuro passou a ter postigos,


depois caixilhos sobrepostos com vidro

B – janelas que receberam caixilhos com vidros,


independente dos escuros (guilhotinha, etc)

C – janelas tapadas com folhas rendadas, ou que


receberam caixão com rótula por for a

Outras: janelas primitivas protegidas por esteios


de madeira, vindo em seguida as de ferro

Outras: folhas de rótula, rótula e vidro


ARQUITETURA CIVIL COLONIAL:
AZULEJOS
A CASA URBANA NO BRASIL COLÔNIA:
PLANO GERAL

Casa da Chica da Silva, Diamantina (sec. XVIII)


A CASA URBANA NO BRASIL COLÔNIA:
PLANO GERAL

Casa do contratador de ouro João Rodrigues de Macedo


(Casa dos Contos), Diamantina (sec. XVIII)

Móveis eram raros, quando o andar térreo era loja ou


semelhante, apenas uma cadeirinha de costume

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