raio x : Tormenta, a tempestade avança e duplica

Do mesmo autor
d A Libertação
de Valkaria

EQuIpE
Estalagem do
Beholder Cego
As notícias mais quentes
do mundo RPGista

BEHOLDER EDIÇÃO #05

S E T E M B R O 2 0 0 5
REVISTA GRATUITA
Visão do
Futuro
Cyber-Elves
para 3D&T

+ Ação
Aleatória
Conheça os
ninjas sombrios

UNDERWORLD
ANJOS DA NOITE
Contos de Bromo R P G
De geração em geração, conheça qual é o limite da imortalidade
 CONFIRA

Beholder Cego.
Entre
e
como sempre:
Seja bem-vindo!

Você é o nosso
convidado!

www.beholdercego.com.sapo.pt
 EDITORIAL
MAIS SOMBRIA DO QUE NUNCA...
No ano de 2003 muitos RPGistas correram aos cinemas para assistir Underworld: Anjos da Noite. Não apenas por ser um filme de
ação, aventura e ficção, mas por trazer o clima RPGístico do Mundo das Trevas apresentado nos jogos da linha Storyteller como
Vampiro: A Máscara e Lobisomem: O Apocalipse. Uma ambientação bastante diferente da demonstrada nos livros, mas ao mesmo tem-
po similar e interessante. Sendo assim, porque não aproveitá-la em nossos jogos de RPG? A BC#05 traz em seu Olho Central
a ambientação de Underworld, totalmente sem regras e possível de ser usada em qualquer jogo. Toda a estória da origem e a e-
terna batalha entre vampiros e lycans.
Nesta edição a Beholder Cego também traz uma novidade: a nova seção Contos do Bromo, onde nosso amigo beholder
poderá contar algumas de suas estórias. Contos do Bromo não será uma seção fixa na revista, podendo estar ausente em
algumas edições, e trazendo sempre um novo conto. Na estréia nosso amigo Deus da Vagabundagem BURP traz o
conto Gerações: a estória de um lich que, por mais de 200 anos, enfrenta a ira de uma família. Mas nem sempre foi
assim...
Além disso, continuamos com nossas seções beholdianas. Raio-X é dedicada ao cenário de Tormenta: re-
centemente tivemos os lançamentos de dois “módulos básicos” para o cenário, um para Daemon e outro
para D&D 3.5, e agora está na hora de analisar ambos e descobrir quem é o melhor. Em Ação
Aleatória trazemos o shinobi, agora como uma classe de prestígio para D&D e uma classe
de personagem para Primeira Aventura. E para o Visão do Futuro, atendendo a pedidos
trazemos de volta Megaman Zero, agora com regras aprimoradas para cyber-elves.
Sem falar nas notícias de nossa Estalagem do Beholder Cego.

O Editor

04 19
17

07
24
11
Editor Responsável: Maury “Shi Dark” Abreu Revisão: Maury “Shi Dark” Abreu Design e Projeto EQuIpE
Gráfico: Pablo “Raven” Urpia Escritores: Maury “Shi Dark” Abreu, Pablo “Raven” Urpia, Bruno “BURP”
Schlatter e Bromo Ilustradores: Elayne “Lótus Negra” Patrícia
ATENÇÃO: A revista on-line BEHOLDER CEGO é uma produção totalmente independente e gratuita.
Todos os jogos, notícias e ilustrações, são marcas registradas de seus respectivos autores, usados aqui
com o único e exclusivo propósito de resenha.

Contato: Para enviar seu comentário, crítica ou sugestão, mande um e-mail para a revista Beholder Ce- Maury “Shi Dark” Abreu
go: beholdercego@gmail.com ou participe da nossa Lista de Discussão:
Pablo “Raven” Urpia
http://br.groups.yahoo.com/group/beholdercego. Acesse também nossa comunidade no Orkut:
http://www.orkut.com/community.aspx?cmm=1999655
www.beholdercego.com.sapo.pt
Estalagem do Beholder Cego
Não sei vocês, mas eu estou achando
alguma coisa estranha na estalagem...
vampiros, lobisomens... uh! Sinto cala-
frios só de pensar.
Ah! Me desculpem! Como pude ser
tão displicente! Sejam bem-vindos à mi-
nha... err... nossa querida Estalagem do
Beholder Cego. Sintam-se à vontade.
Pensem como se a estalagem fosse uma
extensão da sua casa.
A estalagem melhora a cada dia (assim
como meus serviços) e tudo isso para
melhor servi-los.
Mudanças são necessárias. Como po-
dem ver, tive que fazer uma fachina por
aqui.
Mas chega desse papo furado. É me-
lhor que eu fale das minhas aventuras...
(que por sinal, vou contar uma história
nessa ediç..)
RPG Master
Depois de algum tempo sem uma “casa” o sistema 3D&T está de volta, agora e-
ditado pela Mythos. ARPG Master é a mais nova revista de RPG do mercado, totalmen-
te dedicada ao Defensores de Tóquio. A edição #01, já nas bancas, é dedicada especial-
mente àqueles que não conhecem o sistema, aos completos iniciantes em RPG. Em
suas páginas há novas regras de criação de personagem, um pouco
diferentes daqueles conhecidas pelos 3D&Tistas. O que não deve
agradar a alguns jogadores é o anúncio feito pelo Cassaro, de que o
sistema vai mudar, e terá forte influência do d20.
A revista também conta com uma seção de cartas, resenhas, no-
tícias, adaptação de Darkstalkers e preview de Dungeon Crawlers 2 (a
ser lançada pela Mythos)
DragonSlayer e Kaos #3!
A Editora Mantícora está com dois lançamentos nas bancas. O primeiro é a Dra-
gonslayer #03. Esta edição não conta com sua Arena Central (que em números anterio-
res trouxe o módulo básico do Sistema Daemon), mas as revistas de São Paulo vem
com um brinde: uma edição da d20 Saga (número variável).
Na DS#03, destaque para “A Ilha sem Norte”, uma aventura de terror nos mol-
des de Call of Cthulhu;Deepgate, a ilha do leitor com a Legião Escalarte; novas raças

TIC-TIC
Ah! Patrão!? Err... estava recepicionan-
para Primeira Aventura (diga-se de passagem, antes da DS#03 essa era uma das maté-
rias da BC#05); e os observadores (beholders) como raça para personagem.
A outra é a revista Kaos! #03. Suas oitenta páginas contam com entrevistas exclusi-
vas (com Dave Gibbons e Luiz Ge), pin-ups de convidados especiais (Marcelo Cam-
do os clientes... pos e Leonardo Arragão) e HQs de Jean Canesqui, Sam Hart, Anderson Cabral, An-
Sei muito bem! Vá trabalhar e pode dré Valente, Luís Pereira, Caio Majado,
deixar o resto comigo! Júlia Bax e André Leal. Ela será distribu-
Mas patrão... ída apenas em comicshops e on-line, e
custa R$ 7,50.
Libertação dos 3D&Tistas
Como anunciamos na BC#04 a aventura A Libertação de Valkaria seria disponibiliza-
da, em sua versão 3D&T, gratuitamente na Internet, mas ainda não estava decidido
qual seria o site a hospedá-la. Pois agora já temos: a Espaço 3D&T foi uma das escolhi-
das para hospedar a grande aventura, que já está disponível para download.
Não apenas uma aventura, A Libertação de Valkaria 3D&T é um verdadeiro suplemen-
to para o jogo. Além de todo o material que estava presente na sua versão d20, o net-
book também contêm A Busca por Kalamar, a aventura introdutória para A Libertação de
Valkaria, e muitas novidades. Destaque para as novas regras de clérigos e paladinos de Beholder Cego
Valkaria (regras estas que estarão presentes, para os vinte deuses do Panteão, na próxi-
ma edição da BC). Ao longo do texto você também beholdercego@gmail.com
encontrará muitas novidades, como novos itens mági- Mande a sua mensagem para
cos (como exemplo, a vestimenta do druida, anéis de
a Estalagem do Beholder Ce-
proteção, armas anticriaturas e o manto do desloca-
go.
mento) e novas criaturas (como o urso-coruja, dra-
Sua opinião é importante pa-
gonne, cão teleportador e feras-do-caos). Há tam-
bém dois novos kits de personagem (o arqueiro ra que, a cada edição a revis-
arcano e o cavaleiro libertador) e novas magias fique ainda melhor.
(algumas são antigas, mas que por alguma razão Pode ser uma crítica, uma su-
não apareceram no Manual 3D&T Turbinado, gestão ou o que você preferir.
como Conjurar Animais e Escuridão). Para enviar uma mensagem
Tudo isso está disponível gratuitamente no destinada à alguma seção da
site da Espaço 3D&T. Acesse: revista coloque antes do as-
http://www.espaco3dt.cjb.net. sunto a seção desejada.
4
Estalagem do Beholder Cego Revista on-line Beholder Cego

Contos de Arkanun
Produzir uma revista não é uma tarefa para muitos. Menos ainda quando esse trabalho não é remunerado.
Mas assim como a Beholder Cego, uma nova revista surge. Seu nome é: Contos de Arkanun.
Difentemente da nossa publicação, a Contos de Arkanun é uma revista especializada no Sistema Daemon, abor-
dando seus multi-cenários e jogos. Além é claro, de contos.
A maioria dos envolvidos e que fazem parte da equipe da revista, são membros do Fórum da própria Dae-
mon Editora. Fãs que arregaçaram as mangas e estão colocando seus trabalhos à prova. A capa é colorida e
o miolo é preto e branco, o que deixa um pouco a desejar. Não custaria nada se a revista fosse colorida.
Já foi lançada a edição #00 (uma espécie de edição piloto). Edição esta que tem como matéria de capa um
artigo especial sobre os demônios de tenebras. Vale a pena conferir!

Dragão Brasil #114

A Dragão Brasil#114, terceira a ser produzida pela equipe da RedeRPG, logo estará disponí-
vel em bancas. A capa já está disponível no site da Rede (e com isso as matérias que estarão
presentes nessa edição). Depois do clima oriental da edição anterior, a DB agora traz Dragon-
lance como matéria de capa, com os romances e o cenário em RPG. A revista também contará
com duas aventuras (sendo uma para RPGQuest e outra multissistema), entrevista com James
Wyatt, o autor de Aventuras Orientais (Oriental Adventures), um novo cenário “techno-fantasy”
(será “cyberpunk”?) e informações sobre o GURPS 4ª Edição. As resenhas serão de Vikins,
Classes de Prestígio 3.5, Tormenta Daemon, Primeira Aventura e GTA. Além de um brinde muito es-
pecial para os leitores: o livro básico de Ação!!! (para a Grande São Paulo e Rio Grande do Sul)
e a aventura A Libertação de Valkaria (para as demais localidades do Brasil).

Enquanto isso, lá fora...

Conhecendo uma Waterdeep ainda melhor!
O mercado RPGístico do Brasil passa por muitas dificuldades, e faz tempo que não
temos bons lançamentos para os veteranos (o último que lembro foi os Aventureiros
Orientais da Devir). Enquanto isso, a Wizards of the Coast continua com seus lançamen-
tos de d20 a todo vapor. Muitos novos títulos já estão disponíveis.
Entre eles o Dungeon Master's Guide II, um suplemento para o Dungeon Master's Guide
(nosso bom e velho Livro do Mestre). O objetivo deste livro é facilitar o jogo, com mui-
to texto descritivo, sobre como mestrar, criar aventuras e classes de prestígio.
City of Esplendor: Waterdeep descreve com mais detalhes e profundidade a maior e
mais famosa cidade de Forgotten Realms. A análise inclui sua estória, personagens, in-
formações e leis locais: pessoas comuns, NPCs, escolas arcanas, guildas, nobreza, clas-
ses de prestígio específicas da cidade, etc. E o mais interessante: informações sobre
Undermountain, a maior masmorra do mundo, localizada no subsolo da cidade (com di-
reito a um grande mapa).
E para aqueles que buscam mais equipamento já há o Weapons of Legacy, o “guia de-
finitivo de itens mágicos”. Com uma longa lista de novos itens mágicos especialmente
armas, o livro traz até mesmo um histórico completo e muito rico sobre cada arma,
com estatísticas com-
pletas, poderes, e tu-
do o mais. Mas ape-
sar do nome, ele não
se restringe apenas à
armas, traz também
informações sobre
outros itens mágicos,
como armaduras e
anéis.
8
Estalagem do Beholder Cego
EQuIpE
Olha eu aqui!
Bom Trabalho!
Parabéns para os caras que fazem
a estalagem do beholder... Principal-
mente para o Pablo "Raven" que dei-
xou a revista com uma nova cara;
Gosto muito do trabalho de vocês e
espero que continuem assim!
Rudah, o Mestre das Almas, e-mail
Agradecemos a sua mensagem Ru-
dah. Principalmente porque ela se refere
mais a mim do que da revista propria-
mente dita. A edição 05 está ainda mais
surpreendente, não acha?
Até a edição 100, então!
Só queria dizer que a revista de vo-
cês é muito boa, eu tenho todas as 4
edições e vou baixar todas as que vo-
cês publicarem. Eu esperoque vocês
nunca parem de publicá-la ou que pe-
lo menos chegue no nº 100!
Parabéns à vocês pelo grande
trabalho e continuem sempre melho-
rando.
Jason, e-mail
A HQ oficial do cenário de Ephyrea.
Para mais informações,
acesse o website:
www.ephyrea.1br.net
Não fiquede fora dessa galáxia!
Que bom que você vem acompa-
nhando as edições da revista. Eu só te-
nho digamos que 50% de experiência
com ela e posso falar pouco das outras
edições (a #00, #01 e #02). Chegar as
dois dígitos pra mim já está de bom ta-
manho, mantendo sempre a qualidade
que ela adquiriu.
Onde estão as aventuras?
Olha, a revista está MUITO boa.
Apenas queria dar um conselho: co-
loquem algumas aventuras, pois o
mais importante no jogo são as aven-
turas. Se precisar de ajuda me fale...
(estou MUITO disposto a ajudar) É
isso e um abraço!
Salaniam
Cordenador Geral do Projeto Ícaro
Enchedor de Saco de Plantão,
e-mail
Já estamos pensando nisso, e tere-
mos aventuras nas páginas da Beholder
Cego dentro em breve. Só ainda não sa-
bemos quais sistemas serão abordados
.
Revista on-line Beholder Cego
beholdercego@gmail.com
nem temas, mas que elas estarão presen-
tes isso é certo. Obrigado por seu elo-
gio e sugestão. Esperamos conseguir de-
senvolver um material que vá de encon-
3
tro ao desejo dos leitores.
Valkaria e os D&Tistas
Puxa a revista está ótima, vocês
se superaram novamente, as ilustra-
ções estão ótimas, adorei essa notí-
cia que a Libertação de Valkaria 3D&T
não foi abandonada vocês salvaram o
meu grupo de 3D&T que acredita-
vam que nunca mais sairia nada
para esse sistema. Mas quando ela
vai estar disponível para dowload?
Parabéns por essa revista maravi-
lhosa que continue sempre assim!
Tiago Araújo, e-mail
Obrigado também por você nos escre-
ver. Espero que se divirta muito com a
versão 3D&T da Libertação de Valkaria.
Quanto à data de lançamento, veja infor-
mações específicas nesta edição. E vai
preparando um cartucho pra tua impres-
sora...
Raio
x Revista on-line Beholder Cego

TORMENTA:
Dor de cabeça
pra qualquer
Mestre!
Desde o seu lançamento
na Dragão Brasil Especial
50, em maio de 1999,
o mundo de Arton não
deixou de crescer.

Vieram atualizações e vários

livros, de suplementos a
módulos básicos. Mas
nenhum deles seriam os
mesmos se fossem lançados
nos dias de hoje, com um
mercado mais aberto e
dinâmico.

Em 2000 chegou ao Brasil

o Dungeons e Dragons 3ª
Edição e sua Licença Aberta.
Possibilidades também se
abriram, realizando o sonho
de seus autores: oficializar
definitivamente o cenário de
Tormenta.

O Tormenta D20 foi muito

bem concebido e com muito
sucesso ficou esgotado das
prateleiras das livrarias
especializadas.

Mas Tormenta não é só D20.

Os fãs de Daemon há anos
clamavam por uma versão
atualizada. E essa coincidiu
com o lançamento do novo
Tormenta D20 3.5

X2
Por Maury “Shi Dark” Abreu

TORMENTA
7
Raio X
Tormenta: Daemon
ou d20?
Acho que todos já conhecem esta
história, mas como é de praxe, vamos
contá-la novamente.
Tormenta é o maior e mais bem-sucedi-
do cenário de RPG do Brasil. O mundo
de Arton, o principal continente deste
cenário, nasceu a partir de antigas maté-
rias da revista Dragão Brasil, organizadas
pelo chamado Trio Tormenta (também
conhecido como Trio Maligno, entre ou-
tros nomes) J.M. Trevisan, Marcelo Cas-
saro e Rogério Saladino. O primeiro livro
básico de Tormenta continha regras para
AD&D, GURPS e 3D&T, os três maio-
res sistemas de fantasia medieval na épo-
ca, e saiu como um encarte da edição de
número 50 da Dragão Brasil. A edição se-
guinte, lançada avulsa nas bancas, conti-
nha apenas regras para 3D&T, e o acrés-
cimo de material foi pequeno sendo que
o mais significativo foram as divindades,
que haviam sido descritas no suplemento
Panteão.
Em 2001 a Editora Daemon também
lançou uma nova versão do livro, intitu-
lado Tormenta 3ª Edição, trazendo o mun-
do de Arton também para o Sistema
Daemon, o mesmo de jogos como Trevas,
Arkanun, Só Aventuras e outros. Apesar
de conter uma série de pequenos erros
este livro fez um grande sucesso, e foi
por muito tempo o melhor livro básico
de Tormenta para usar o cenário.
Com o tempo o cenário cresceu: cada
um dos reinos que compõem o Reinado
foi descrito. Novos personagens surgi-
ram, novos eventos ocorreram, modifi-
cando o cenário: a queda de Khalifor, o
ataque da Tormenta em Trebuck e, mais
recentemente, a libertação da deusa Val-
karia. Assim, o Tormenta 3ª Edição, que
havia se tornado a referência ao cenário,
ficou desatualizado.
Foi também durante este período que
chegou ao Brasil o Dungeons & Dragons 3ª
Edição. E com a Licença Aberta os auto-
res poderiam finalmente fazer aquilo que
sempre sonharam: tornar Tormenta um
cenário oficial de RPG. Assim nasceu o
Tormenta d20, primeiro editado pela Dae-
mon e depois pela Talismã.
Então, o sistema d20 se tornou o siste-
ma padrão de Tormenta. O GURPS já
havia sido abandonado pelos autores há
algum tempo, e sua aparição era apenas
ocasional nas páginas da revista Tormen-
ta. O AD&D foi substituído pelo
D&D. 3D&T se manteve ao lado do
D20 como sistema básico, já que era
considerado como um “sistema de ca-
sa”, e tinha Tormenta como seu cenário
padrão. O Sistema Daemon teve um desti-
no similar ao GURPS: ocasionalmente
havia uma matéria para ele nas páginas
da revista Tormenta, mas ele havia sido
praticamente abandonado.
Ele apenas não foi abandonado pelos
fãs: muitos jogadores, que conheceram
o Sistema Daemon com o T3 continua-
vam a utilizá-lo. Suplementos gratuitos
rodavam a internet (alguns criados por
este que vos escreve), e o cenário conti-
nuou a crescer no Sistema Daemon.
Tormenta d20 3.5
Jambô Editora
R$ 29,00
Preto e Branco
Mudanças no
Mercado
Muita coisa mudou no mercado des-
de então. A Talismã, que quase en-
trou em falência, não é mais a deten-
tora dos direitos sobre Tormenta.
Agora o cenário é propriedade da
Jambô, de Porto Alegre. O 3D&T,
por sua vez, agora pertence à Mythos,
Revista on-line Beholder Cego
e terá sua própria revista; mas ainda
não se tem informações se ele conti-
nuará a ter forte influência de Tor-
menta ou não.
Depois de lançar o Guia de Monstros de
Arton e o Guia de Classes de Prestígio a Dae-
mon parou de trabalhar com Tormenta.
Embora este último não tivesse relação
direta com Tormenta, qualquer leitor po-
dia ver claramente que se tratava de um
suplemento, pois continha exatamente
os mesmos kits de personagem descritos
no Manual do Aventureiro 3D&T. Mesmo
com seu próprio cenário de Fantasia Me-
dieval (Hi-Brasil, cuja resenha você pôde
conferir na BC#03) os fãs de Daemon
ainda queriam ver Tormenta utilizando
seu sistema.
E assim surgiu o novo Tormenta Dae-
mon, um novo módulo básico de Tormen-
ta para o Sistema Daemon, contendo re-
gras completas e descrição do cenário.
Coincidentemente, na mesma época tive-
mos o lançamento de Tormenta d20 3.5:
Guia do Jogador, pela Jambô. Devido a tan-
tos comentários que circulam pela inter-
net, resolvemos fazer esta resenha da
Raio X abordando dois livros de um úni-
co cenário. Qual o melhor lançamento?
Tormenta D20 3.5
Já estão disponíveis no Brasil, em lín-
gua portuguesa, os livros básicos do
novo D&D 3.5, uma atualização do
D&D 3ª Edição. Portanto, o próprio
cenário de Tormenta esta sofrendo
reformulações, para se adequar às
novas regras. Em sua versão 3.5 o li-
vro básico de Tormenta será dividido
em duas partes: o Guia do Jogador (já
disponível) e o Guia do Mestre (em
desenvolvimento). Nossa análise, cla-
ro, se baseia apenas no Guia do Joga-
dor.
Em primeiro lugar há a necessidade de
se perguntar se realmente havia a neces-
sidade de um novo módulo básico. Os
jogadores mais experientes de d20 sa-
bem que, apesar das mudanças, é perfei-
tamente possível usar materiais das edi-
ções 3.0 e 3.5 juntas, com pequenas con-
versões. Ou seja, jogador de D&D, você
NÃO PRECISA jogar fora seus livros da
edição 3.0 e comprar tudo de novo para
3.5. As diferenças existem, mas não são
8
Raio X
tão absurdas assim. Aqueles que domi-
nam a língua inglesa podem, inclusive, u-
sar o material da SRD disponível gratui-
tamente no site da Wizards of the Coast (a
editora responsável pelo D&D nos
EUA) e realizar a conversão por si só.
As diferenças entre o Tormenta 3.0 e o
3.5 também são pequenas: duas novas
classes (swashbuckler e samurai, que já
haviam sido demonstradas nas páginas
da Dragão Brasil), a inclusão dos Talentos
Regionais (que antes estavam n'O Reinado
D20), novos itens mágicos e artefatos
(que estavam no Holy Avenger d20) e...
só. De resto, os dois livros são iguais em
material (óbvio, as regras são um pouco
diferentes, pois uma é a versão 3.0 e a
outra a versão 3.5). Ou seja, aqueles que
realmente estavam atualizados em rela-
ção ao cenário, simplesmente não preci-
sam deste livro, a menos que queiram a-
penas pelas regras 3.5 (se você dispõe de
todo esse dinheiro, por algo tão insignifi-
cante, tudo bem).
O novo livro traz um visual similar,
mas também diferente. Não apenas a ca-
pa, mas novas ilustrações internas foram
incluídas. O clima anime e mangá ainda
prevalece, o que pode descontentar
alguns leitores e alegrar outros, mas mes-
mo este estilo mangá parece mais madu-
ro e adulto do que o mostrado em publi-
cações anteriores.
Também é necessário chamar a aten-
ção para o fato de que o Tormenta d20 3.0
já estava esgotado. Um relançamento era
necessário. Aproveitando a situação, e
coincidindo com a mudança de editora,
os autores acharam que seria melhor lan-
çar uma nova versão: já que o livro pre-
cisava ser reimpresso, porque não fazer
uma nova versão, atualizada com os ma-
teriais mais recentes envolvendo o cená-
rio?
Tormenta Daemon
Quando a Daemon anunciou o lan-
çamento de um novo módulo básico
de Tormenta, os fãs ficaram eufóri-
cos. Enfim poderiam ver seu sistema
favorito atualizado para com o maior
cenário de Fantasia Medieval do Bra-
sil. Anúncios sobre um “cenário mais
maduro” foram feitos, relacionado ao
fato de apresentar um design e ilus-
9
trações mais reais e adultas, sem o
clima anime/mangá geralmente uti-
lizado na linha Tormenta (provavel-
mente por influência do 3D&T).
Tormenta: Módulo Básico (mais conheci-
do como Tormenta Daemon) foi distribuí-
do nas bancas. Menos de um mês de
seu lançamento, os fãs já demonstram
desapontamento. O livro não tinha
“quase nada” de diferente do antigo
Tormenta 3ª Edição. Até mesmo alguns
erros de regras continuavam ali, no
mesmo lugar (como citações às regras
de 3D&T, ausentes neste novo livro,
mas presente na versão antiga). Mesmo
a revisão de Jamil “o único kender de
Arton” não foi suficiente para satisfazer
os fãs.
Tormenta Daemon
Daemon Editora
R$ 39,00
Preto e Branco
Sob certo ponto de vista o cenário
“foi” atualizado: substituíram a Divina
Serpente por Tauron, mencionaram
(mesmo que brevemente) a queda de
Khalifor e a aparição dos demônios da
Tormenta e retiraram Shanower, que foi
destruída por Gwen Haggenfar. Muita
coisa, entretanto, ficou faltando, como a
descrição dos reinos que compõem o
Reinado algo imprescindível para o de-
senvolvimento do cenário (da forma co-
mo ele é apresentado no Tormenta Dae-
mon, faz parecer que Arton voltou a ser
um mundo de três ou quatro cidades...).
Revista on-line Beholder Cego
A Daemon também anunciou que o li-
vro teria “ilustrações mais maduras”, pa-
ra tirar aquele clima de anime e mangá
do cenário. Era de se esperar, então, ilus-
trações novas, mas não foi o que aconte-
ceu. A maioria das ilustrações da Erica
Awano (com seu traço mangá de Holy
Avenger) e Denise Akemi (que também i-
lustrou algumas especiais de Holy Aven-
ger) foram retiradas, com exceção das i-
lustrações dos deuses (parece que não
haviam ilustrações melhores representan-
do os deuses de Arton). Cada uma das
raças recebeu uma nova ilustração de Ro-
naldo Barata. Mas todas as demais foram
mantidas exatamente como estavam na
versão anterior (inclusive aquela ilustra-
ção de Niele e Sandro na abertura do ca-
pítulo Malpetrim que é, para mim e para
muitos fãs, a pior de todas as ilustrações
de Tormenta). Ilustrações antigas também
foram reaproveitadas, mas o fato é que o
livro não chegou a mudar de forma signi-
ficativa em seu visual.
É questionável até que ponto uma mu-
dança na estética visual de um cenário é
suficiente para torná-lo mais “maduro”,
como afirmado pela Editora Daemon, ou
se isso não se trata apenas de uma jogada
de marketing para atrair os jogadores
que torcem o nariz para o estilo mangá.
O próprio estilo mangá utilizado no Tor-
menta d20 3.5 traz um clima mais adulto,
sério e até sombrio, transmitindo um ar
de maturidade. Sem falar de que o estilo
de um cenário vai mais pelos jogadores e
o mestre, e não pelas ilustrações utiliza-
das no livro.
A Editora Daemon também anunciou,
para este lançamento, uma atualização
nas regras, uma conversão para sua ver-
são “3.5”: em 10 anos, o Sistema Daemon
mudou muito pouco, e estas pequenas
mudanças estavam sendo introduzidas
nos livros da editora com o lançamento
das chamas “versões 3.5” (entrando no
embalo do D&D 3.5). Assim vieram Ar-
kanun 3.5 e Trevas 3.5, entre outros. Mas
é estranho ver que as novas regras de
“habilidades de Kit”, mostradas no Guia
de Kits, Classes e Classes de Prestígio e que se
tornaram padrão para a Fantasia Medie-
val, NÃO aparecem no Tormenta: Módulo
Básico. Eu simplesmente não encontrei
nenhuma justificativa plausível para isso,
Raio X
uma vez que tais regras foram desenvo-
lvidas pensando na Fantasia Medieval he-
róica de Tormenta. Os Kits foram manti-
dos “exatamente como estavam”, substi-
tuindo apenas o clérigo da Divina Ser-
pente por clérigo de Tauron (mas igno-
rando a ordem alfabética, já que “Tau-
ron” fica entre Azgher e Glórienn).
Pessoalmente eu já esperava por isso.
A Daemon nunca escondeu o fato de
que o livro seria uma “versão revisada”
do antigo Tormenta 3ª Edição. Ou seja, já
estava claro que a maioria das atualiza-
ções do cenário não estariam presentes.
De certa forma, a Daemon apenas reali-
zou a mesma conversão feita com seus
demais livros, adaptando as regras para
sua versão “3.5”.
Resultado
Como não poderia deixar de ocorrer,
comparações entre estes dois lança-
mentos são inevitáveis. É difícil dizer
qual dos dois é melhor. Pessoalmen-
te eu diria que nenhum dos dois era
imprescindível para jogadores que
estivessem atualizados para com os
acontecimentos do cenário. Ambos
tem poucas atualizações e informa-
ções. Eu diria que o “custo-benefí-
cio” não é nada vantajoso para os
leitores.
Mas se tivesse que escolher um dos
dois para conhecer o cenário, eu esco-
lheria o Tormenta d20 3.5. Não porque
eu goste mais de d20 do que de Dae-
mon (o que é um fato) mas porque o
livro é mais completo. O Tormenta Dae-
mon é voltado principalmente para aque-
les que conhecem ou querem conhecer
o Sistema Daemon e conhecem ou que-
rem conhecer o cenário de Tormenta,
mas não tiveram a oportunidade de
comprar o livro antigo (Tormenta 3ª Edi-
ção).
Em resumo, ambos os livros são vol-
tados para aqueles que ainda não conhe-
Revista on-line Beholder Cego
cem o sistema ou o cenário. Novamente
as editoras nacionais se preocupam com
os novos jogadores e deixam de lado os
veteranos. A julgar por toda a confusão
e problemas envolvendo o mercado
RPGístico isso ainda é aceitável e com-
preensivo. É de se esperar que depois
disso a Jambô traga títulos tão esperados
como O Panteão d20 e O Inimigo do Mun-
do. Quanto à Editora Daemon, é difícil di-
zer se ela continuará ou não a publicar
títulos de Tormenta. Tudo depende de ne-
gociações envolvendo os autores e a pró-
pria Jambô, que provavelmente tem acor-
dos para com eles.
Como sempre: a nós cabe apenas espe-
rar...
A influência Anime/Mangá sem-
pre presente na linha Tormenta;
Abaixo, uma imagem do suces-
so dos quadrinhos: Holy
Avenger - que teve o mundo
de Arton como cenário.
10
 Revista on-line Beholder Cego
Olho Central

UNDERWORLD
ANJOS DA NOITE
R P G
POR MAURY “SHI DARK” ABREU
Olho Central
UNDERWORLD
CONHEÇA O MUNDO DOS ANJOS DA NOITE
Lançado em 2003, Underworld que
chegou ao Brasil com o nome de Anjos
da Noite não chegou a ser espetacular,
mas com certeza alegrou muitos RPGis-
tas pelo mundo, principalmente os joga-
dores do Mundo das Trevas da linha
Storyteller (como Vampiro: A Máscara e
Lobisomem: o Apocalipse). Embora o enre-
do e a estória do filme não sejam basea-
dos nestes jogos, é fácil notar as seme-
lhanças.
Underworld trata da eterna guerra entre
vampiros e lycans (licantropos, ou sim-
plesmente lobisomens). Ambas as raças
vivem escondidas na escuridão, ocultas
para a sociedade humana. Embora não
existam os clãs de Vampiros, eles organi-
zam-se em uma casa, liderada por um an-
cião ou seu representante. Todo o clima
destas casas de vampiros lembra o clima
nobre e burocrata de Vampiro: A Máscara.
Ou seja, embora não seja uma cópia des-
carada nem uma adaptação para os cine-
mas, é óbvio que o autor usou os livros
de Storyteller para criar um clima similar.
No fim, Underworld nos traz uma nova
ambientação envolvendo vampiros e lo-
bisomens que pode ser muito bem apro-
veitada em um novo cenário de RPG.
Pensando nisso, a BC traz para seus lei-
tores as lendas, estórias e a ambientação
do cenário, para que ele possa ser usado
em sua mesa de jogo. Este artigo não u-
tiliza regras, ele não é voltado para ne-
nhum jogo específico, e por isso pode
ser usado com qualquer sistema. Os mais
apropriados talvez sejam os da linha
Storyteller (por razões óbvias) e outros de
linha horror ou ficção como Trevas e A-
ção!!!.
Importante: Se você não viu o filme,
talvez encontre aqui algumas informa-
ções que podem estragar a surpresa
quando quiser assistir. Esteja avisado.
A ORIGEM
“Os filhos do clã Corvinus: um mordido por
morcego e outro mordido por lobo. Um para per-
correr a estrada solitária da imortalidade como
humano.”
12
Atualmente os vampiros e os lycans
(como são chamados os lobisomens) es-
tão em guerra. Embora os lycans te-
nham sido drasticamente reduzidos em
número, eles ainda vivem escondidos
em lugares remotos, caçados pelos vam-
piros. Ainda assim, poucos sabem as ra-
zões reais desta guerra, e para os mais
novos remoer o passado é proibido. As
verdadeiras informações permanecem
escondidas nas sombras.
Diz a lenda que durante o século V,
na Hungria, um déspota chamado Alex-
ander Corvinus teve toda sua vila devas-
tada por uma praga pouco depois de as-
sumir o poder. Ele foi o único sobrevi-
vente: de alguma forma seu organismo
foi capaz de modificar a doença, evitan-
do sua morte e moldando-a para benefí-
cio próprio. Assim, ele se tornou o pri-
meiro imortal de que se têm notícias.
Um ano depois Alexander teve dois fi-
lhos, que também herdarem esta caracte-
rística; eles eram os filhos do clã Corvi-
nus.
Embora poucos acreditem nesta len-
da, é fato de que os vampiros e os ly-
cans tiveram um descendente em co-
mum, e este descendente pode ter sido
o próprio Corvinus. Tanto que Marcus,
um dos anciães vampiros, seria um des-
cendente direto de Alexander. Entretan-
to, não se sabe exatamente como ocor-
reu a separação das espécies.
No passado os lycans eram conside-
rados escravos dos vampiros, seus guar-
diões diurnos, já que eles eram capazes
Revista on-line Beholder Cego
de andar sob a luz do sol sem qualquer
dano. Apesar disso, os lycans não chega-
vam a odiar os vampiros. Foi nesta épo-
ca que Lucian, um lycan, teria se apaixo-
nado por Sonja, uma vampira filha do
ancião Viktor. Viktor não admitia a uni-
ão das espécies, e considerava uma here-
sia simplesmente falar a respeito. Quan-
do descobriu que Sonja estava grávida de
Lucian, ele não teve escolha senão sen-
tenciar a própria filha à morte: após ser
violentamente punido com chicotadas,
Lucian foi obrigado a assistir sua amada
ser queimada viva pelos raios do sol que
entravam por uma abertura no teto. Son-
ja, e também o filho dela e de Lucian, es-
tavam mortos.
E assim teve início a guerra. Furioso
com o comportamento de Viktor, Lucian
o atacou, fugiu e libertou os lycans para
lutarem por sua liberdade, e não mais fi-
carem às sombras dos vampiros. Viktor,
por sua vez, convenceu a todos os vam-
piros da traição dos lycans e uniu forças
aos demais anciães para destruírem-nos.
A QUEDA DE LUCIAN
“Das almas corajosas que invadiram a for-
taleza de Lucian, um único vampiro sobreviveu:
Kraven, que foi recompensado por iniciar o gran-
de incêndio e por retornar com a prova da morte
do mestre dos Lycan: a pele marcada a fogo, cor-
tada do braço do próprio Lucian.
Olho Central
Conforme a guerra avançava, mais e
mais vampiros e lycans eram mortos.
Mas há quase seis séculos atrás as coisas
mudaram. Lucian foi destruído por Kra-
ven, e os lycans foram dizimados, reduzi-
dos a um número tão insignificante que
não representavam mais nenhuma amea-
ça. Assim, os vampiros se tornaram os
governantes supremos da noite.
Mas na verdade as coisas não aconte-
ceram bem como Kraven relatou. Ele
não matou Lucian; ao invés disso fez
com ele um pacto para destruir os vam-
piros anciães e assumir o poder sobre to-
dos os seus iguais. Lucian foi capaz de
rasgar a própria pele, onde havia uma ta-
tuagem com o símbolo do clã lycan para
que Kraven convencesse os anciães de
sua destruição. Ao mesmo tempo, ele le-
vou os lycans para o subsolo, para que
vivessem isolados e distantes, ocultos não
apenas para os humanos, mas também
para os vampiros.
Lucian sabia que nem ele nem Kra-
ven poderiam destruir Viktor e os de-
mais anciães com suas forças. Ele preci-
sava de alguém muito mais forte do que
eles. Alguém que tivesse o poder combi-
nado dos lycans e dos vampiros. Entre-
tanto, qualquer criatura que fosse mordi-
da por um vampiro e um lycan seria
imediatamente destruída: parecia que
até mesmo em nível celular as duas es-
pécies estavam destinadas a se destruir.
Era necessário encontrar um descenden-
te direto de Alexander Corvinus.
Marcus, um dos anciães, era uma al-
ternativa, mas ele já havia sido mordido
e já era um vampiro. Era necessário al-
guém puro, que ainda tivesse uma cópia
exata do vírus original que transformou
Corvinus em um imortal. Por anos os ly-
cans têm rastreado os descendentes de
Corvinus para encontrar alguém que
fosse compatível. Após uma longa bus-
ca, e inúmeros fracassos, Lucian enfim
encontrou alguém que seria apropriado:
Michael Corvin, o único que poderia re-
sistir à união das espécies e ajudá-los na
luta contra os vampiros.
Todo o enredo de Underworld mostra
a busca de Lucian para transformar
Corvin em uma aberração, muito mais
forte que os vampiros anciães. Após
mordê-lo e transformá-lo em um lycan,
ele matou Amelia, uma das vampiras an-
ciãs, e pretendia injetar seu sangue no
corpo de Corvin, para assim transfor-
Revista on-line Beholder Cego
má-lo. O plano não funcionou devido à
traição de Kraven e a interferência de
Viktor e Selene (que havia sido enganada
por Viktor e manipulada por vários anos).
OS VAMPIROS E
LYCANS
Tanto o vampirismo quanto a lican-
tropia são doenças, ou maldições. Os
vampiros são seres vulneráveis à luz do
sol; eles têm aparência humana, a não ser
por suas presas, mas são mais fortes e á-
geis, capazes de feitos sobre-humanos
(como saltar de grandes alturas e resistir
a projéteis de armas de fogo). Ao contrá-
rio do que diz o credo popular, eles não
são vulneráveis a água benta nem são a-
fastados com crucifixos ou coisas pareci-
das (embora possam existir algumas exce-
ções). Os lycans têm aparência humana,
mas quando ficam furiosos sofrem uma
transformação. Há dois níveis de trans-
formação: no primeiro eles apenas adqui-
rem presas, e sua força física não chega a
aumentar; no segundo nível ele torna-se
bestial, com o corpo humanóide, extre-
mamente peludo, e uma cabeça de lobo
(nesta forma sua força física aumenta, as-
sim como sua agilidade). Lycans não são
vulneráveis ao sol, e por isso podem an-
dar durante o dia sem problema algum
embora a maioria permaneça a maior
parte do tempo no subsolo. Por outro la-
do, eles são extremamente alérgicos à
prata.
Antigamente os lycans precisavam o-
lhar para a lua cheia para se transformar.
Atualmente apenas os mais jovens ainda
sofrem esse tipo de limitação os mais
antigos (que são também os mais nume-
rosos no momento) podem transformar-
se livremente. Eles podem regenerar
qualquer tipo de dano que sofram, inclu-
indo cortes, fogo ou balas, mas são alér-
gicos à prata. Os danos provocados por
prata (como as balas de prata utilizadas
pelos vampiros) não podem ser regenera-
dos enquanto houver contato com a pra-
ta (no caso de balas de prata, apenas de-
pois que a bala for retirada). Em termos
de regra, o lycan tem um gasto energéti-
co para regenerar seus ferimentos (ele
precisa utilizar alguma fonte para realizar
a regeneração), e a regeneração de feri-
13
Olho Central
mentos provocados pela prata são sem-
pre mais difíceis (dobrado, em geral). A-
pós algum tempo com a prata em seu
corpo, torna-se impossível regenerar seus
ferimentos. Além disso, as balas de prata
impedem que os lycans se transformem.
Vampiros também podem regenerar
ferimentos. Acredita-se que eles se ali-
mentam de sangue justamente para reali-
zar suas façanhas sobre-humanas, sendo
esta sua “fonte de energia”. Vampiros
são, em geral, fisicamente mais fracos
que os lycans (de forma geral; os anciães
podem ser muito mais fortes), mas po-
dem ter a mesma agilidade e os mesmos
poderes regenerativos, e não estão sujei-
tos a dano extra pela prata.
Quando um humano é mordido por
um vampiro ou um lycan ele automatica-
mente é infectado com a praga dos imor-
tais (isso se não servir de alimento para
aquele que o mordeu...). A maioria dos
humanos morre uma hora após a infec-
ção, pois o organismo não consegue acei-
tar a doença. Alguns, entretanto, sofrem
a transformação. Na próxima lua cheia,
o indivíduo irá se transformar em um ly-
can ou um vampiro. Nenhum humano
jamais conseguiu sobreviver à infecção
pelas duas espécies a infecção não ocor-
re, e pode levar à morte do indivíduo.
Em ambos os casos, o humano recém
mordido recebe as lembranças e senti-
mentos daquele que o mordeu, e passa a
ter visões e alucinações envolvendo estas
lembranças e sentimentos.
OS CLAS
Atualmente os vampiros organizam-
se em três casas, localizadas em diferen-
tes pontos do mundo. As únicas conhe-
cidas até o momento são a de Viktor na
América do Norte, e a de Amelia na Eu-
ropa não se sabe ao certo a localização
da terceira casa, de Marcus. Há milhares
de anos, após a queda dos lycans, os
vampiros anciães entraram em acordo
para que apenas um deles estivesse acor-
dado e ativo em cada século: enquanto
um fica acordado, liderando sua casa, os
outros dois permanecem adormecidos
em caixões especiais, localizados na casa
de Viktor. A casa do ancião adormecido
passa então a ser liderada por um repre-
14
sentante escolhido por ele, até que se
passem dois séculos e chegue a sua vez
de reinar.
Na Noite do Despertar o ancião que
está acordado vai até a casa de Viktor
para despertar seu sucessor e entrar em
sono profundo. Apenas um ancião tem
habilidade suficiente para organizar lem-
branças e idéias em uma única visão coe-
sa, que deve então ser transmitida ao an-
cião seguinte (através de seu sangue) pa-
ra que ele saiba de todos os eventos o-
corridos durante sua dormência. Atual-
mente, Amelia é a anciã que esta acorda-
da, mas a Noite do Despertar já se apro-
xima e ela está prestes a ir até a casa de
Viktor para despertar Marcus sem sa-
ber que esta caindo em uma armadilha.
Na casa de Viktor, Kraven foi o escolhi-
do como seu representante, já que foi
ele quem destruiu Kraven e pôs fim à
guerra (ou assim se pensava).
Antigamente os lycans organizavam-
se em vários clãs. Hoje, devido a seu nú-
mero reduzido, existem poucos clãs (ge-
ralmente um para cada região ou país).
Na América do Norte, por exemplo, o
clã de Lucian, que se organiza em algum
lugar no subsolo longe dos olhares dos
vampiros e dos humanos. Os vampiros
acreditam que o clã seja liderado pelos
descendentes e aliados do falecido Lu-
cian, e que sejam extremamente pouco
numerosos mas na verdade eles são
mais numerosos do que eles acreditam,
e estão sendo liderados pelo próprio Lu-
cian, cuja morte foi forjada por ele e
Kraven.
Revista on-line Beholder Cego
EQUIPAMENTO
As lutas entre vampiros e lycans geral-
mente são travadas com armas de fogo
comum. Entretanto, como os dois lados
são capazes de regenerar seus ferimentos,
desenvolveram seus armamentos especi-
ais, desde lâminas de prata arremessáveis
(no caso dos vampiros) até balas especi-
ais.
Para vencer os lycans os vampiros
passaram a utilizar balas de prata, uma
vez que seus inimigos não podem rege-
nerar este tipo de dano, e enquanto tive-
rem contato com as balas não poderão
se transformar. Os lycans, por outro lado,
sempre tiveram dificuldades em desen-
volver algum armamento realmente efi-
caz contra seus inimigos, uma vez que
sua única fraqueza era a luz solar. Re-
centemente, no entanto, os lycans conse-
guiram roubar de um armazém militar
vários cartuchos de munição ultravioleta
(luz do sol em cápsulas!). Depois do rou-
bo, eles logo passaram a produzir o ar-
mamento em larga escala, para usá-lo em
seus eventuais confrontos. A munição ul-
travioleta é o único tipo de dano que os
vampiros não podem regenerar com suas
habilidades (em regras, cada ponto de da-
no apenas pode ser regenerado com um
dia de descanso), e mesmo que as balas
sejam retiradas de seu corpo, o conteúdo
permanece e o dano também.
Selene foi a primeira a descobrir so-
bre este novo armamento, e conseguiu
roubar um cartucho para análise. Basea-
do neste modelo, Kahn criou um tipo al-
Olho Central
ternativo de munição, com nitrato de
prata em seu interior: funcionam como
as balas de prata, mas o conteúdo entra
direto na corrente sangüínea e por isso
não pode ser regenerado e também não
permite a transformação, até que o nitra-
to de prata deixe seu organismo (em re-
gras, considere que cada ponto de dano
leva um dia para ser regenerado).
Estes novos armamentos tornaram
ambos os lados ainda mais perigosos...
OS PERSONAGENS
Este artigo não utiliza regras de
nenhum jogo de RPG, por isso não
fornecemos fichas e estatísticas de
nenhum personagem, apenas seu his-
tórico.
KHAN
Kahn é o armeiro dos vampiros. Ele
também é um guerreiro habilidoso, e faz
parte da equipe de Selene, mas sua fun-
ção maior é oferecer novas tecnologias
para os vampiros. Foi ele, por exemplo,
que desenvolveu as balas com nitrato de
prata, baseado na munição ultravioleta u-
tilizada pelos lycans.
KRAVEN
Kraven foi considerado um herói en-
tre os vampiros após invadir a fortaleza
de Lucian e retornar com a pele do lycan
contendo a tatuagem com o símbolo de
seu clã. Por isso ele foi escolhido por
Viktor para ser seu representante en-
quanto ele estivesse dormindo. Além dis-
so, Kraven esta vivo há milhares de anos,
e sabe de todos os segredos do ancião.
Ao contrário do que todos acreditam,
e do que dizem os antigos livros de his-
tória, Kraven não matou Lucian. Ao in-
vés disso, fez com ele um acordo para to-
mar o controle das mãos dos anciães. Lu-
cian deu a Kraven sua própria pele para
que fosse usada como prova de sua mor-
te, e depois desapareceu, escondendo-se
no subsolo juntamente com os lycans.
Enquanto isso, Kraven iria esperar até
que na Noite do Despertar ele ajudaria
Lucian a destruir Amelia. Como os ou-
tros anciães estavam adormecidos, seria
mais fácil derrotá-los, e assim o contro-
le dos vampiros estaria em suas mãos.
Kraven não sabia, entretanto, que Lu-
cian tinha outros planos para destruir os
anciães restantes.
Tendo sido eleito para representar
Viktor durante sua ausência, Kraven
tem mantido as aparências como líder
da casa vampírica. Ele tem alguns alia-
dos entre os vampiros, que aceitaram
trair os anciães em troca de poder, mas
estes são minoria. Por isso ele precisa
manter seu plano em segredo até o mo-
mento certo.
LUCIAN
Lucian nasceu como um escravo dos
vampiros, na época em que os lycans a-
giam como guardiões diurnos para eles.
Apesar disso ele não os odiava, e se apai-
xonou por uma vampira. Para sua infeli-
cidade, Sonja era filha de Viktor, que era
contra a união das espécies. Ao saber
que Sonja estava grávida de Lucian, o
vampiro puniu Lucian com chicotadas e
o fez assistir a morte de Sonja pelos
raios do sol. Naquela noite de lua cheia
ele se transformou, atacou Viktor e fu-
giu com um pequeno medalhão de Son-
ja como lembrança.
Furiosos com a atitude de Viktor os
lycans se rebelaram e se uniram sob a
liderança de Lucian para destruir os
vampiros. A guerra se arrastou por vá-
Revista on-line Beholder Cego
rios anos, até que numa noite, quando
vários vampiros invadiram a fortaleza de
Lucian, o líder dos lycans fez um pacto
com o guerreiro Kraven: forjou sua mor-
te, dando a Kraven o título de herói, e se
escondeu no subsolo. Sem que os vampi-
ros soubessem, Lucian aproveitou a situa-
ção para iniciar seus planos: ele pretendia
encontrar um descendente direto de
Alexander Corvin, o primeiro imortal,
para dar a ele o poder combinado dos
vampiros e dos lycans. Este descendente
deveria ser mordido por ele (que é um
dos mais antigos lycans atualmente vivos)
e também receberia o sangue de um an-
cião vampiro (Amelia, que seria embosca-
da e morta na Noite do Despertar, com
a ajuda do próprio Kraven). Com isso,
Lucian teria um aliado muito mais forte
que os anciães e Kraven teria o controle
dos vampiros sobreviventes, e então a
guerra poderia finalmente chegar ao fim.
Após tantos anos de busca, Lucian fi-
nalmente encontrou alguém que seria ca-
paz de resistir à união das espécies: Mi-
chael Corvin. Agora ele esta tentando
capturar Michael, mas tem encontrado
alguns obstáculos.
MICHAEL CORVIN
Michael Corvin é o único descenden-
te vivo de Alexander Corvinus, o único
humano que ainda tem uma cópia perfei-
ta e pura do vírus original, que transfor-
15
Olho Central
mou o burocrata no primeiro imortal.
Desta forma, ele torna-se o único capaz
de resistir à união das espécies.
Michael trabalha como estagiário em
um hospital. Tem uma vida um pouco
sedentária, e não tem muitos amigos, a
não ser por aqueles que encontra no pró-
prio hospital. Mesmo assim ele não tem
uma vida social muito ativa. Recentemen-
te ele acabou se envolvendo em um tiro-
teio em meio ao metrô, e desde então sua
vida tem se complicado ainda mais. Mi-
chael não sabe que esta sendo procurado
pelos lycans, e não sabe absolutamente
nada a respeito dos “anjos da noite”.
SELENE
Há muitos anos atrás Selene vivia
com seus pais e suas sobrinhas em um
velho rancho. Uma noite, alguma coisa
criatura terrível surgiu e começou a ma-
tar os cavalos no estábulo. Pouco depois
a criatura invadiu sua casa e matou seus
pais e suas sobrinhas, gêmeas de apenas
8 anos. Depois disso ela apenas lembra
de ter encontrado Viktor, que teria des-
truído os lycans responsáveis pela morte
de sua família. Fraca e entristecida ela se
entregou ao vampiro. Viktor, por sua vez,
teve pena de Selene e resolveu adotá-la
como sua filha, para substituir a falecida
Sonja. Assim ela foi transformada em
vampira.
Desde então ela vem adiando os ly-
cans, lutando ao lado de Viktor como
sua filha. Tornou-se uma guerreira incrí-
vel, caçadora de lycans. Sua habilidade lo-
go lhe rendeu o posto de líder de sua e-
quipe.
Selene é rígida e fiel às regras dos
vampiros: ela é a favor da guerra, pois a-
credita que os lycans são bestas assassi-
nas que devem ser destruídas. Embora
ela não seja uma protetora dos direitos
humanos, também acredita que os vampi-
ros devem deixar os humanos em paz, e
por isso é contra a utilização de seus po-
deres ou mesmo o combate direto entre
as raças em público. Ela se dá muito bem
com Kahn, mas não gosta de Kraven re-
centemente ela tem tido razões para acre-
ditar que ele esteja escondendo algum se-
gredo sombrio. Além disso, não gosta do
amor doentio que Kraven sente por ela,
16
tentando dominá-la e controlá-la
VIKTOR
Um dos três anciães, Viktor é, de
certa forma, o culpado pela guerra entre
vampiros e lycans. Ele foi capaz de as-
sassinar a própria filha por ela ter se re-
lacionado com Lucian, há centenas de
anos. Extremamente radical, ele é total-
mente contra a união das espécies. Sua
atitude provocou a ira dos lycans e deu
início à guerra.
Após a morte de Lucian (ou assim se
pensava) Viktor decretou que os anciães
deveriam se revezar na liderança dos
vampiros no mundo. Também foi ele
quem propôs que os vampiros deveriam
se manter longe dos humanos, caçando
os lycans sem importunar a humanida-
de. Entretanto ele nunca seguiu suas
próprias regras: ele adorava o sabor da
carne humana, e ocasionalmente andava
sozinho na noite caçando humanos para
servirem como suas presas. Numa des-
tas noites ele assassinou a família de Se-
lene, mas não teve coragem de matar a
garota; ao invés disso ele a adotou como
sua filha (já que, apesar de não sentir
qualquer arrependimento, sentia falta de
Sonja) e disse à jovem que sua família te-
ria sido assassinada pelos lycans, mortos
por ele naquela noite. Ou seja, Viktor
disse que havia “salvado” Selene de ser
morta pelos lycans, quando na verdade
ele próprio era o assassino.
Atualmente Viktor está adormecido
Revista on-line Beholder Cego
em sua casa. Ele apenas deveria ser des-
pertado no próximo século, já que agora
é a vez de Marcus reinar. Mas Selene esta
disposta a trazê-lo de volta, acreditando
que somente seu “pai” poderá ajudá-la a
solucionar o mistério que ronda Kraven
e a morte de Lucian
DESFECHO
Underworld 2 já esta em produção,
e a julgar pelo final do primeiro filme
já dá pra imaginar o caminho que ele
irá trilhar. Dois anciães estão mortos
(Viktor pelas mãos de Selene e Mi-
chael, e Amelia pelas mãos dos ly-
cans) e Michael foi transformada em
uma aberração (com o sangue de Lu-
cian e Selene). Na sala onde os anci-
ões dormem, o sangue de um lycan
morto escorre pelas frestas do cofre
onde esta Marcus e ele, como um
descendente de Corvinus, também é
capaz de resistir à união das espécies.
Marcus esta prestes a despertar, não
pelo sangue de um ancião, mas pelo
sangue de um lycan...
“Embora eu não possa prever o futuro, as conse-
qüências desta noite reverberarão pelas casas das
duas assembléias por muitos anos a fio. Dois vampi-
ros anciães foram mortos. Um por minhas próprias
mãos. Em breve, Marcus assumirá o trono... e uma
onda de rancor e vingança se espalhará pela noite.
Diferenças serão postas de lado. Votos de lealdade
serão feitos. E, em breve, serei eu a caçada...”
Contos de Bromo Revista on-line Beholder Cego

Por Bruno “BURP” Schlatter

GERAÇÕES
ao terminar a última palavra, o amuleto no chão e sem ter o que fazer, ele apenas aguar-
Montanhas Uivantes,
pedestal começa a brilhar intensamente. da enquanto o lich se aproxima.
ano 1401 do Calendá- Uma forma fantasmagórica sai de dentro Idiota. Acha mesmo que eu seria estúpido
rio Élfico. dele e se desmancha no ar, emitindo um gri- bastante para guardar o amuleto comigo, ainda mais
to ensurdecedor que pôde ser ouvido a qui- sabendo que viria atrás de mim?
Estava bastante frio. "Sempre é assim
lômetros de distância. Estava terminado. Ria enquanto pode, lich. Neste exato instan-
nas Uivantes", pensava Gregor Toriam V,
A caverna então começa a desmoronar, te, o velho Bardolph está cuidando para que meu fi-
o guerreiro que procurava a entrada para
e Gregor corre a procura de uma saída lho saiba exatamente o que deve fazer para destruí-
uma caverna natural na enconsta de uma
apenas para ver que o local por onde entrou lo. Em pouco tempo, Arton estará livre de sua pre-
das montanhas locais. Levara décadas
já havia sido bloqueado. Conformado, senta- sença!
para que seu pai descobrisse como aca-
se no chão e espera pelo fim. Não tivera Pois que ele venha atrás de mim. Acabarei
bar definitivamente com Victor Gorgia, o
tempo até então de constituir uma família, com ele da mesma forma que acabo com você agora, e
lich que gerações inteiras da sua família
mas pelo menos sua missão secular estava que acabei com o seu pai antes de você, e com o pai
falharam em destruir, e agora ele final-
cumprida. Sua linhagem acabava junto com dele antes dele. com a mão estendida, o lich
mente se aproximava do local onde o a-
seu grande inimigo. começa a preparar o feitiço que ceifará seu i-
muleto com a alma do inimigo estava
nimigo.
guardado. Não foi difícil encontrar o lu-
Está em suas mãos agora, filho. o ve-
gar, apenas seguindo as histórias de fan-
lho guerreiro fecha os olhos, esperando pelo
tasmas e mortos-vivos que normalmente
seu destino. Seus últimos pensamentos estão
não são comuns na região. Restava ape-
nas encontrar a maldita entrada para a
caverna.
“Finalmente, em Valkaria, onde um jovem garoto, sob a
tutela de um velho mago, recebe a notícia de
que seu pai acabara de ser morto por um an-
Subitamente, dois esqueletos de mamute
são magicamente animados e preparam-se
para atacá-lo. O tamanho dos animais podia
depois de 200 tigo inimigo da família.

assustar a alguns jovens inexperientes, mas

certamente não a Gregor, filho de um dos
maiores guerreiros que o Reinado já conhe-
ceu. Manejando habilmente a espada mágica
que pertenceu a seu bisavô, ele acerta dois
golpes certeiros nos membros de cada um
dos adversários, incapacitando os seus movi-
mentos, e logo termina o combate.
Este era o sinal que o jovem procurava.
Apenas mais alguns metros, e um gigantesco
buraco nas montanhas anunciava a entrada
para o esconderijo final do seu nêmesis. To-
mando cuidado para evitar possíveis armadi-
lhas, Gregor adentra o local, e logo encontra
um pedestal de gelo onde repousava um a-
muleto brilhante.
Finalmente, depois 200 anos, o tormento da
minha família chega ao fim. Pela justiça de Khalmyr,
eu o esconjuro deste mundo, ser vil! e desfere
um golpe com toda sua força no amuleto, e-
coando por toda caverna e possivelmente a-
lém dela.
Nada. Nem um arranhão sequer.
Gregor apenas ri. Puxa de sua pequena
sacola um pergaminho preparado por Bar-
dolph, um velho mago que acompanhou seu
pai e seu avô na sua caçada ao lich, e começa
recitar suas palavras:
Eltov A Amrof Edlimuh Euq Ecerem!
17
anos,
o tormento da
minha família
chega ao fim”
Arredores de Go-
rendill, Deheon,
1376 CE.
Por pouco as pedras do desmoronamento
não atingem em cheio o velho Gregor To-
riam IV. No entanto, sua capacidade física
não é a mesma aos 70 anos que fora quando
tinha 20, e ele não consegue evitar que o
desmoronamento causado pelo próximo
feitiço acerte a sua perna direita. Caído no
Valkaria, capital
de Deheon, 1310 CE.
Sem dúvida é uma cidade impressionante esta
Valkaria construída pelos exilados. Aliás, como é
seu nome mesmo?
Bardolph.
Bardolph, isso. Sou Gregor Toriam III, mui-
to prazer. Tenho certeza que esta cidade em algumas
décadas será o centro do mundo, muito maior do que
qualquer das cidades do sul. Não me surpreende que
ele tenha vindo para cá.
Perdoe-me se parecer rude... Mas porque está
a procura de aventureiros para ir atrás desse tal lich?
Parece-me algo arriscado demais para se fazer e abdi-
car de todo tesouro que encontrarmos.
*Suspiro* Está vendo esta espada? Foi forja-
da pelos melhores ferreiros de Lamnor, o continente
ao sul daqui, e encantada pelos maiores magos de
Lenórienn, o reino élfico. Seu simples toque em um
morto-vivo queima e arde como poucas coisas são ca-
pazes de fazer a estas criaturas. Ela pertenceu ao
meu pai.
Seu pai?
Sim. E nem ela impediu que ele fosse morto
nas mãos desse lich que iremos caçar.
Vingança, então?
Contos de Bromo Revista on-line Beholder Cego

Mais do que isso. É uma missão de família. Duas crianças estão sentadas na beira da estrada, conversando.
O pai do meu pai já havia jurado destruí-lo, 100 ... e é por isso que, quando eu crescer, eu quero ser um lich!
anos atrás. Mas Victor, se você for um lich e eu for um paladino, eu vou ter que te matar! A gente não
Entendo. E por isso você abre mão de qual- vai mais poder ser amigo!
quer tesouro que encontrarmos com ele? Burro! Não ouviu o que eu disse? Liches vivem pra sempre! Se você me matar, eu volto de-
Exatamente. Estou chegando na cidade ago- novo depois!
ra, depois de uma viagem de vinte anos desde que
Mas então o meu filho vai ter que te matar! E o filho dele também!
parti da minha cidade natal em Cobar atrás do mal-
dito, e não possuo no momento condições de contratar Mas...
aventureiros. E também sei que certamente ninguém Victor! Está ficando tarde! Venha pra dentro!
se arriscaria a enfrentar um lich sem ter ao menos Ah, mãe...
uma boa recompensa como garantia. Ninguém seria Vamos, filho. Tenho certeza que a Sra. Toriam deve estar preocupada com o Gregor tam-
tão idiota. bém!
Até amanhã, Gregor!
Até amanhã!
Tallba, pequeno vi-
larejo de Cobar,
1276 CE.
Idiota!! Você possui alguma idéia do que aca-
bou de fazer?
Sim, Victor! Estou vingando a morte de meu
pai! Gregor Toriam II mal consegue falar
enquanto se debate no ar, preso pelo podero-
so feitiço de seu inimigo.
Mas ela não tinha qualquer coisa a ver com
isso! Era apenas uma jovem que queria aprender
magia! Talvez, se demonstrasse talento suficiente, eu
pudesse transformá-la em uma lich, para comparti-
lhar comigo a eternidade!
E aumentar ainda mais essa praga de mor-
tos-vivos que a sua magia trouxe ao mundo? Agora
fico mais contente de tê-la matado!
Cale-se!! em um ímpeto de fúria, o
lich atira o guerreiro violentamente contra a
parede.
Pois então mate-me! Mesmo que faça isso,
meu filho irá atrás de você! E o filho dele também!
E se você eternamente caminhar por Arton, o clã dos
Toriam eternamente o estará caçando! Seremos a sua
sina para toda eternidade!
Pois então eu matarei o seu filho! E o filho
dele também! E assim será eternamente, ou até que o
último dos Toriam encontre seu fim! com um
simples gesto, o corpo do guerreiro é explo-
dido. O braço com a espada voa até um pe-
queno armário, de onde uma jovem criança
trêmula ouvia a tudo o que acontecia do lado
de fora, ao mesmo tempo em que o lich, ten-
do sua raiva descarregada, calmamente se di-
rigia para fora da propriedade. Eternamen-
te... murmurava para si, caminhando pela
estrada de terra.

Tallba, Cobar, 1190

CE.

18
Visão do Futuro Revista on-line Beholder Cego

Por Maury “Shi Dark” Abreu

Cyber
Elves
Visão do Futuro
AS
FADINHAS
CIBERNÉTICAS
MEGAMEN ZERO
E
Em suas três primeiras edições a BC
trouxe a seus leitores adaptações das
três primeiras partes da série Megaman
Zero, a mais recente fase de Megaman,
com regras para 3D&T. Para relem-
brar nossos primórdios (e atendendo
a pedidos) voltamos a abordar o tema
na nova fase da revista Beholder Cego.
Cyber-elves (o plural de cyber-elf) se
parecem com pequenas fadas, mas são
programas de computador conscientes.
Medem poucos centímetros de altura e
emitem um brilho característico. Cada
um tem suas próprias habilidades únicas:
alguns podem recuperar uma pequena
fração dos danos de um personagem,
outros oferecem proteção extra, entre
tantos outros. Os mais raros podem até
aumentar alguma Característica do usuá-
rio, ou até mesmo lhe fornecer alguma
Vantagem.
Entretanto, para usar a habilidade de
um cyber-elf é necessário sacrificá-lo.
Embora sejam apenas programas de
computador, eles são conscientes como
os e Reploids, e tem sentimentos. Muitos
acabam se tornando grandes amigos da-
queles que acompanham.
Diz-se que os cyber-elves foram cria-
dos e utilizados no final das Guerras Ma-
verick (eventos estes mostrados na série
Megaman X). Neste época teria sido cria-
da (por algum cientista desconhecido) a
Mother Elf, o mais poderoso cyber-elf,
que tinha por objetivo recuperar os pro-
gramas danificados dos Mavericks, liber-
tando-os do Sigma Virus para que voltas-
sem ao normal. Quando tudo parecia es-
tar indo bem um novo vilão surge: Dr.
Weil, que amaldiçoou a Mother Elf e a
20
DE
corrompeu, transformando-a em uma
criatura maligna a seu serviço. A partir
de então ela passou a ser conhecida co-
mo Dark Elf. Após uma longa batalha,
Megaman X e Zero derrotaram o Dr.
Weil e o exilaram para o espaço, enquan-
to a Dark Elf (que não podia ser destru-
ída) foi aprisionada em uma árvore sa-
grada, localizada no centro de Neo Arca-
dia. Zero desapareceu, X criou seus
Guardiões e usou seu próprio corpo pa-
ra selar a Dark Elf, deixando Neo Arca-
dia sob a vigilância dos Guardiões.
Esta época, que compreende os mo-
mentos finais das Guerras Maverick até
a prisão da Dark Elf, ficou conhecida
como as Guerras Elf.
CYBER-ELVES
EM REGRAS
Cyber-elves seguem as regras de
Construtos, e cada um tem em média as
seguintes estatísticas: F0-1, H4-6, R0-1,
A0, PdF0-1, Levitação e Modelo Espe-
cial. Além disso, cada cyber-elf tem uma
habilidade especial única. Nas edições
anteriores da BC os cyber-elves foram
descritos apenas brevemente. A seguir
você terá uma descrição mais completa
sobre vários tipos de cyber-elves encon-
trados em Megaman Zero. Os nomes dos
cyber-elves são genéricos, mas abaixo
estão alguns exemplos de nomes que a-
parecem nos jogos.
Cyber-elves jovens: Muitos cyber-
elves ainda são crianças quando são en-
contrados, e precisam crescer antes de
serem capazes de usar suas habilidades
especiais. Nestes casos, ele deve receber
Revista on-line Beholder Cego
uma certa quantidade de cristais de ener-
gia para crescer e se desenvolver (quanto
mais poderosa a habilidade do cyber-elf,
maior a necessidade de cristais de ener-
gia).
Satelite Elves e Fusion Elves: Após
numerosas pesquisas a Resistência desco-
briu sobre a existência de dois tipos bási-
cos de elves: os Satelite Elves e os Fusion
Elves. Os satélites são elves que podem
ser utilizados sem precisarem ser sacrifi-
cados, enquanto os de fusão são aqueles
cujas habilidades apenas se manifestam
quando ele é sacrificado. Cada persona-
gem pode utiliza no máximo dois satelite
elves, mas pode usar uma quantidade ili-
mitada de fusion elves. A descrição a se-
guir menciona se são elves de satélite (S)
ou de fusão (F).
De maneira geral, todos os elves são el-
ves de fusão, mas alguns podem ser evo-
luídos ao estado de elves de satélite pelo
uso de cristais de energia. Alguns elves
(como greenurse) nunca podem ser evo-
luídos para a versão satelite, apenas em
versão fusion. Outros mais raros (como
blueknight) sempre são do tipo satélite.
BLUENURSE 1
(F, S)
Quando é sacrificado, este cyber-elf
fica voando ao redor do usuário para pro-
tegê-lo. Toda vez que o cyber-elf sofrer
dano por PdF esse dano é convertido em
PVs recuperados para o usuário. Atacar o
usuário (com PdF) impõem um redutor
de H-3. Sempre que o ataque falhar o u-
suário do cyber-elf recupera 1 PV para
cada ponto de PdF utilizado no ataque.
Visão do Futuro
Ataques com Força não são afetados.
Nomes: Ishilar, Mailla, Mikilar, Miulla,
Motolar, Muelar, Remilar, Rohealar, Tie-
lar, Tomilar.
Bluenurse 2, Nurse, Rednurse 2,
Bluenurse 1, Goldnurse, Rednurse 1 e Greenurse
BLUENURSE 2
(F)
Este cyber-elf começa criança e pre-
cisa se desenvolver antes de usar sua ha-
bilidade. Quando é sacrificado, este cy-
ber-elf oferece ao usuário a Vantagem
Energia Extra 2.
Nomes: Artan, Estan, Hapitan, Lubtan,
Nomes
Nebitan, Nutan, Peatan, Zictan.
GRENURSE
(F)
Quando este cyber-elf é sacrificado o
usuário é regenerado e pode recuperar
todos os seus Pontos de Vida. Funciona
apenas com Construtos.
Nomes
Nomes: Ajiq, Dobuq, Keick, Matiq,
Mitick, Miyaq, Morick, Mulaq, Parick,
Snoq
Revista on-line Beholder Cego
REDNURSE 1 e então morre. Na versão fusion, esta cy-
(F) ber-elf lança itens de recuperação a cada
1d, mas por outro lado não chega a mor-
Quando este cyber-elf é sacrificado rer.
o usuário é regenerado e pode recuperar Nomes: Culoppe, Meloppe, Miloppe,
1d de seus Pontos de Vida. Reloppe, Sloppe.
Nomes: Areff,
Beriff, Bireff,
Curiff, Cyliff, NURSE
Dereff, Fureff, (F, S)
Gireff,
Greff, Este cyber-elf começa criança e preci-
Hareff, I- sa se desenvolver antes de usar sua habili-
reff, Ke- dade. Quando é utilizado este cyber-elf
reff, Lu- oferece a seu usuário os benefícios da
riff, Mu- Vantagem PVs Extras.
reff, Nureff, Nomes: Martina, Winkie
Oreff, Pireff,
Rireff, Sireff, BEE
(F, S)
Este cyber-elf fica ao redor do usuá-
rio, lhe fornecendo cobertura e atacando
com disparos de energia. Ele tem em mé-
dia H4-6 e PdF1-2. Depois de algum
tempo (5d turnos) o cyber-elf é desativa-
do e morre.
Nomes: Beebite, Beedle, Beefire, Beefi-
ve, Beehoney, Beehitt, Beelanch, Beellet,
Beenet, Beenipe, Beeshot, Beestin, Bee-
sus, Beesult, Beetack, Beevoize.
BLOWFISH
Suriff, Tiriff, Yuriff, Wiliff.
(F)
REDNURSE 2 Sacrifique este cyber-elf para fazê-lo
(F, S) explodir em uma colisão contra seus ini-
migos. A explosão provoca 3d de dano
Este cyber-elf começa criança e pre- contra o alvo, sem direito a nenhuma
cisa se desenvolver antes de usar sua ha- proteção.
bilidade. Quando ele é utilizado o usuá- Nomes: Bomblow, Bomgrow, Bompa,
rio recebe +3 PVs permanentemente, Bomphew, Bompu, Bomserow, Bonga,
independente de sua Resistência. Bongu.
Nomes: Elphy, Euppie, Fuppie, Lip-
pie, Mappie, Milvy, Mippie, Nuppie, Re-
ppie, Rilphy, Sylphy, Yeppie. METAL
(F)
GOLDNURSE
Sacrifique este cyber-elf para fazer
(F, S) com que todos os seus inimigos num
Quando é ativado este cyber-elf fica raio de 10m sejam transformados em
voando por cima do personagem, de um metalheads (F0, H1-2, R0-1, A4, PdF0-1).
lado para o outro, arremessando um Todos os alvos tem direito a um teste de
item de recuperação menor a cada turno. R-1 para evitar a transformação. Persona-
A cyber-elf fica ativa por 2d+1 turnos, gens feitos com 10 pontos ou mais não
21
Visão do Futuro
são afetados.
Nomes: M-orapp, M-orell, M-orekka,
M-oreno, M-oria, M-orina, M-orolli, M-
orossa, M-orque, Metella, Meterom, Me-
toras, Metorika, Metorph.
WATCH
(F)
Este cyber-elf começa criança e pre-
cisa se desenvolver antes de usar sua ha-
bilidade. Quando é sacrificado, este cy-
ber-elf oferece ao usuário a Vantagem
Energia Extra 2.
Nomes: Artan, Estan, Hapitan, Lubtan,
Nomes
Nebitan, Nutan, Peatan, Zictan.
BIRD
(F, S)
Quando é ativado este cyber-elf fica
voando ao redor do usuário, mas não se
envolve em combate. Caso o usuário ve-
nha a cair de uma altura muito alta (ou,
se o Mestre permitir, quando for cair em
algum terreno danificado) ele pode carre-
gar o personagem por algum tempo (co-
mo se tivesse F6) para levá-lo a um lugar
seguro. Pouco depois disso ele morre de-
vido ao esforço físico.
Nomes: Biraero, Biraid, Bircarry, Bir-
dian, Birflow, Birfly, Birhang, Birhelp,
Birleaf, Birrair, Birsky, Birtack, Birtross,
Birwin.
OTTER
(F, S)
Quando é ativado este cyber-elf fica
voando ao redor do usuário. Quando um
inimigo se aproxima a 1m ou menos ele
corre em sua direção e o mantêm parali-
sado durante 1d turnos. O alvo tem direi-
to a um teste de R-1 para evitar, caso
contrário ficará imóvel até que ele ou o
cyber-elf sejam destruídos. O cyber-elf
não pode paralisar mais de um alvo, mas
pode abandonar um para atacar outro.
Depois de ativado, ele morre 3d turnos
depois.
Nomes: Pitapah, Pitapuh, Stickah, Sti-
cken, Sticker, Stickie, Stickle, Stickoh, Sti-
ckon, Stickoo.
22
Bee, Metal, Watch, Bird, Blueknight, Tresure, Blowfish e Otter
BLUEKNIGHT
(S)
Este cyber-elf existe em vários tipos.
Cada um oferece ao usuário uma mano-
bra diferente, útil em combate (como
um ataque giratório, maior cadência de
tiro, manobras com espada, etc). O efei-
to da manobra é sempre FA+1, com
Força ou PdF (apenas um deles, deter-
minado pelo cyber-elf) mas não conso-
me PMs para ser utilizada. Alguns blue-
knights mais raros (que precisam crescer
pelo uso de cristais de energia) podem
oferecer manobras mais fortes (FA+2).
Nomes: Cottus, Enethas, Ilethas, Lize-
tus, Malthas, Shuthas.
TRESURE
(S)
Sacrifique este cyber-elf para fazer
com que todos os seus inimigos deixem
algum item ao serem destruídos (o Mes-
tre deve sempre somar 4 ao resultado
do tabela de Tesouros encontrada na pá-
gina 139 do Manual 3D&T Turbinado).
Nomes: Dylphina, Itecle, Itemass, Ite-
meter, Itemon, Iterex, Iteroth, Itettle, I-
tepon, Iteron.
TRESURE 2
(F, S)
Este cyber-elf começa criança e pre-
cisa se desenvolver antes de usar sua ha-
bilidade. Quando é sacrificado, ele faz
com que todos os itens deixados pelos
inimigos do usuário sejam dobrados, du-
rante 4d+3 turnos. Dobre os resultados
Revista on-line Beholder Cego
obtidos na tabela de Tesouros encontra-
da na página 139 do Manual 3D&T Tur-
binado).
Nomes: Byse, Dable.
LEOPARD
(F, S)
Este cyber-elf começa criança e preci-
sa se desenvolver antes de usar sua habili-
dade. Quando é sacrificado este cyber-elf
oferece a seu usuário os benefícios da
Vantagem Aceleração (se o usuário já a
tem, recebe H+1, mas apenas para deter-
minar sua velocidade).
Nomes: Balette, Jettah, Turbo.
TURTLE
(F, S)
Este cyber-elf começa criança e preci-
sa se desenvolver antes de usar sua habili-
dade. Este cyber-elf oferece a seu usuário
uma grande proteção extra. Em regras,
ele oferece um bônus de FD+3.
Nomes: Shelter.
SLIME
(F, S)
Este cyber-elf começa criança e precisa
se desenvolver antes de usar sua habilida-
de. Quando é sacrificado, este cyber-elf
oferece uma resistência superior ao usuá-
rio, que passa a ser capaz de resistir a ter-
renos danificados (como espinhos e lava).
O usuário recebe Armadura Extra con-
tra terrenos danificados durante 4d+3
turnos.
Visão do Futuro
KNIGHT
(F)
Este cyber-elf começa criança e precisa se desenvolver
antes de usar sua habilidade. Quando é sacrificado, ele
provoca 5d pontos de dano a todos os inimigos num raio
de 10m, sem direito a nenhuma defesa e ignorando coisas
como Armadura Extra (mas não Invulnerabilidade). Os
alvos tem direito a um teste de R-2 para evitar o efeito.
Nomes: Kynite, Lanite, Menite, Surnite, Tenite.
Revista on-line Beholder Cego
HAMMER
(F)
Este cyber-elf começa criança e precisa se desenvolver
antes de usar sua habilidade. Quando é sacrificado, um
cyber-elf desse tipo faz com que um dos adversários do
usuário (escolhido por ele) tenha seus Pontos de Vida re-
duzidos pela metade (sem afetar sua Resistência). O alvo
tem direito a um teste de R-3 para negar o efeito, mas
mesmo assim sofrerá dano equivalente a um terço de seus
PVs.
Nomes: Hafmardo, Hanmarbo, Hanmarga, Hanmarji.
Turtle, Knight, Hammer, Leopard e Slime
23
 SHINOBI
Revista on-line Beholder Cego
Ação Aleatória

os ninjas sombrios Por Maury “Shi Dark” Abreu

Um ninja é um espião e assassino.

Um shinobi parece algo similar,
mas muito mais perigoso.
Além dos talentos de ninjas um shinobi
também tem poderes mágicos que o tornam
ainda mais perigoso.
Shinobis geralmente tem o corpo todo
tatuado, representando as entidades
que abrigam sua alma - pois este ser
vendeu sua alma a um ser maligno
de grande poder, como um dragão,
gênio ou demônio.
Os shinobi combinam habilidades
arcanas e ladinas, portanto todos
aqueles que pretendem seguir
este caminho devem combinar
estas habilidades.
Assim, os ladinos/magos ou
ladinos/feiticeiros são os mais comuns a
seguirem esta carreira.
Ação Aleatória Revista on-line Beholder Cego

Sistema D20 Características da Classe:

Todas as características a seguir per-
tencem a esta classe:
Usar Armas e Armaduras: Um shi-
às magias do shinobi é igual a 10+ seu
modificador de Carisma + o nível da ma-
gia.
Ataque Furtivo: Se um shinobi pu-
Pré-Requisitos:
nobi sabe usar apenas armas orientais: der atingir um alvo incapaz de se defen-
Para se tornar um shinobi, o persona-
adaga sai, ninja-to, bestas, dardos, daikyu der adequadamente, ele pode acertar um
gem deve preencher todos os seguintes
(arco), wakizashi, shurikens, kama, nun- órgão vital para causar mais dano. Em
critérios:
chaku, siangham (incluindo as versões geral um ataque furtivo pode ser realiza-
Tendência: Qualquer Maligna.
de halflings) e kukri. Estas armas são do sempre que a vítima não tiver direito
Perícias: Disfarce (4 ou mais gradua-
descritas no Livro dos Monstros, no Livro a seu modificador de Destreza na CA ou
ções), Esconder-se (6 ou mais gradua-
do Mestre ou em suplementos (como A- quando estiver sendo flanqueada. Caso
ções), Furtividade (6 ou mais gradua-
venturas Orientais ou Guia de Armas Medie- acerte o ataque, o shinobi causará +1d6
ções).
vais 3ª Edição). Não sabem usar armadu- de dano no 1° nível, que aumenta em
Especial: Deve ter tido contato com
ras nem escudos de qualquer tipo mes- +1d6 a cada dois níveis subseqüentes.
uma entidade extra-planar ou outra cria-
mo porque isso dificulta o uso de suas
tura poderosa (como um dragão), que lhe
magias.
conferiu suas habilidades de shinobi.
Magias: Um shinobi conjura magias
de natureza arcana. O shinobi conhece
Perícias de Classe:
automaticamente todas as magias possí-
As perícias de classe de um shinobi
vel a seu nível. Como o feiticeiro, ele
(e a habilidade-chave de cada perícia) são:
não precisa decidir com antecedência
Abrir Fechaduras (Des), Acrobacia (Des),
quais as magias irá preparar, ele as esco-
Arte da Fuga (Des), Blefar (Car), Con-
lhe no momento que vai usá-las, limita-
centração (Cons), Conhecimento (arca-
do apenas pela quantidade de magias
no) (Int), Decifrar Escrita (Int), Disfarces
por dia daquele nível, de acordo com
(Car), Equilíbrio (Des), Escalar (For),
seu nível como shinobi. Ele também
Esconder-se (Des), Espionar (Int), Furti-
pode escolher lançar uma magia de ní-
vidade (Des), Identificar Magia (Int), In-
vel mais baixo no espaço de uma magia
timidar (Car), Leitura Labial (Int), Men-
de nível mais alto, mas não o oposto.
sagens Secretas (Sab), Obter Informa-
Para ser capaz de conjurar magias um
ções (Car), Ofícios (Int), Ofícios (alqui-
shinobi deve ter uma pontuação em
mia) (Int), Operar Mecanismos (Int), Ou-
Carisma igual ou superior a 10+ o nível
vir (Sab), Procurar (Sab), Profissão (Sab),
da magia. Suas magias adicionais são de-
Punga (Des), Saltar (For), Sentir Motiva-
terminadas por seu valor de Carisma e
ção (Sab), Usar Cordas (Des).
sempre que ele recebe 0 magias de certo
Pontos de Perícia a cada nível:
nível, receberá apenas suas magias adici-
8+ modificador de. Inteligência.
onais (se houverem). A CD para resistir

Tabela: O Shinobi em D&D DV Magias por Dia

Nível BBA For Ref Von Especial d6 1° 2° 3° 4°
1° +0 +0 +2 +0 Ataque Furtivo +1d6 0 - - -
2° +1 +0 +3 +0 Evasão 1 - - -
3° +2 +1 +3 +1 Ataque Furtivo +2d6 1 0 - -
4° +3 +1 +4 +1 Esquiva Sobrenatural (bonus de Des na CA) e 1 1 - -
Proteção Sombria +2
5° +3 +1 +4 +1 Ataque Furtivo +3d6 1 1 0 -
6° +4 +2 +5 +2 - 1 1 1 -
7° +5 +2 +5 +2 Esquiva Sobrenatural (não pode ser flanqueado e 2 1 1 -
Ataque Furtivo +4d6
8° +6 +2 +6 +2 Proteção Sombria +4 2 1 1 1
9° +6 +3 +6 +3 Ataque Furtivo +5d6 2 2 1 -
10° +7 +3 +7 +3 Evasão Aprimorada 2 2 2 1
25
Ação Aleatória Revista on-line Beholder Cego

Em caso de um sucesso decisivo, o ata-
que furtivo não é multiplicado. Um ata-
que à distância apenas pode ser conside-
rado furtivo quando realizado a no má-
ximo 9 metros. Criaturas imunes a suces-
sos decisivos, ou que não tenham anato-
mia aparente, também são imunes a um
ataque furtivo.
Evasão: O shinobi adquire a habili-
dade de evasão no 2° nível. Sempre que
ele precisar realizar um teste de resistên-
cia de Reflexos para reduzir um dano à
metade, ele não sofrerá nenhum dano em
caso de sucesso ou dano normal em caso
de fracasso. Esta habilidade extraordiná-
do impossível ressucitá-lo a não ser por
magias poderosas, como desejo restrito ou
outras melhores.
Lista de Magias do Shinobi:
O shinobi escolhe suas magias da se-
guinte lista:
1° nível: detectar magia, imagem silencio-
sa, mãos mágicas.
2° nível: cegueira, imagem menor, nublar,
invisibilidade, levitação, ver o invisível, visão no
escuro.
3° nível: clariaudiência/clarividência,
deslocamento, imagem maior.
4° nível: evocação de sombras, invisibili-
dade aprimorada, observação, olho arcano.
ga sai (adaga), ninja-to (espada longa),
bestas, daikyu (arcos) e wakizashi (espa-
da curta). Não sabem usar nenhuma ar-
madura ou escudo.
Talentos Adicionais: O shinobi re-
cebe os Talentos Adicionais descritos na
Tabela: O Shinobi em 1ªA, de acordo com
seu nível. Ele não pode escolher estes
Talentos, ele os recebe automaticamente.
Código de Honra: O shinobi deve
seguir o Código de Honra descrito ante-
riormente.
Lançar Magias: Shinobi tem suas
magias baseadas em Carisma (como os
feiticeiros) recebendo magias adicionais

ria funciona apenas quando o shinobi es-
tiver sem armadura ou com uma armadu-
ra leve.
Esquiva Sobrenatural: A partir do
4° nível um shinobi poderá manter seu
modificador de Destreza na CA mesmo
quando for surpreendido ou atacado por
inimigos invisíveis (mas ainda perderá o
modificador se estiver imobilizado). No
7° nível ele não poderá mais ser flanque-
ado, e não poderá receber ataques furti-
vos, a menos que seu adversário seja de
quatro ou mais níveis superior a ele.
Proteção Sombria: A partir do 4°
nível o shinobi passa a receber uma aura
de proteção que lhe permite receber +2
de bônus de reflexão em sua CA. No 8°
nível este bônus aumenta para +4. Entre-
tanto estes bônus apenas funcionarão se
o shinobi estiver sem armadura.
Evasão Aprimorada: No 10° nível o
shinobi adquire evasão aprimorada. Fun-
ciona da mesma forma que a evasão, en-
tretanto mesmo que ele fracasse no teste
de resistência ainda sofrerá apenas meta-
de do dano.
Código de Honra: Um shinobi ja-
mais se permite ser capturado vivo. Caso
ele seja derrotado ou capturado irá se
desfazer em uma fumaça negra e seu cor-
po será imediatamente consumido, sen-
Primeira
por valores altos em Carisma. Os shinobi
não podem aprender novas magias, mas
por outro lado conhecem automatica-
Aventura
Embora seja uma classe de prestígio
mente todas as magias da seguinte lista:
nível 0: detectar magia, mãos mágicas.
1° nível: causar medo, imagem silenciosa.
2° nível: imagem menor, invisibilidade, ver
mais específica do D&D, o shinobi o invisível.
também pode ser utilizado em Primeira
Aventura. Esta é uma classe especial, que
apenas pode ser adquirida por persona-
gens mais experientes (a cima do 1° ní-
vel) e que possam satisfazer certos pré-
requisitos (os mesmos descritos ante-
riormente). Personagens que não satis-
façam tais pré-requisitos não podem se-
lecionar esta classe.
Dado de Vida: d6. O shinobi ganha
1d6 (+ modificador de Cons) Pontos de
Vida por nível.
Bônus de Resistência: Bom para
Reflexos e fraco para Fortitude e Von-
tade (o jogador NÃO escolhe seus tes-
tes de resistência).
Perícias de Classe: Escolha 12 en-
tre as perícias descritas anteriormente.
Pontos de Perícia: 6+ modificador de Inte-
ligência.
Usar Armas e Armaduras: O shi-
nobi sabe usar uma arma de origem
oriental, escolhida da seguinte lista: ada-

Tabela: O Shinobi em Primeira Aventura DV Magias por Dia

Nível BBA For Ref Von Especial d6 0° 1° 2°
1° +0 +0 +2 +0 Ataque Furtivo 2 - -
2° +1 +0 +3 +0 Evasão 2 - -
3° +2 +1 +3 +1 - 2 1 -
4° +3 +1 +4 +1 Esquiva Sobrenatural 3 1 -
5° +3 +1 +4 +1 - 3 2 1
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