EDITORIAL
PROMESSA É DÍVIDA!
DEZEMBRO 2017 EDIÇÃO nº 15
Criação e Desenvolvimento
Maury Abreu
Diagramação e Edição
Maury Abreu
Revisão
Maury Abreu
BEHOLDER CEGO
www.beholdercego.blogspot.com.br
beholdercego@gmail.com
BEHOLDER CEGO ® é uma publicação inde-
pendente e inteiramente gratuita. Sua venda
é expressamente proibida.
Todos os jogos, textos e ilustrações são mar-
cas registradas de seus respectivos autores,
utilizados aqui com o único e exclusivo pro-
pósito de resenha.
Proibida a redução total ou parcial do mate-
rial descrito nesta edição sem prévia autori-
zação dos respectivos autores, exceto para
objetivos de resenha.
Vou confessar uma coisa para vocês. Geralmente escrever o editorial é uma das partes mais difíceis para mim. Não devia
ser, porque é uma sessão bem livre, onde dá para “conversar” com o leitor e apresentar a edição, mas não sei porque eu
costumo ter um bloqueio nessa hora. A edição anterior foi bem mais fácil, porque a volta da BEHOLDER CEGO per se já era
uma novidade que rendia uma conversa. Agora está mais difícil.
Os textos das matérias desta edição da BC já estavam prontos há algum tempo – na verdade alguns foram escritos de
forma concomitante a certas matérias da edição anterior, como Lá e De Volta Outra Vez..., que traz mais algumas regras para
o mestre criar suas comunidades. O problema era que eu não conseguia sentar e terminar a edição (e decidir o que escrever
no editorial). Até que na semana passada dei um ultimato a mim mesmo: sentei na frente do PC e só parei quando tudo
estava pronto (quase tudo, na verdade, faltava uns detalhezinhos que não dependiam só de mim). Final de ano é fogo...
Mas enfim ela ficou pronta. Agora vocês, leitores, podem saber como continua (e como termina) a aventura Terror em
Brumaluna na continuação Expedição a Vârfulciori. Como será que os jogadores vão se sair com as vilãs em conflito? Vão se
aliar à vampira ou destruí-la? Se entregar ao beijo da vampira? Empreitar em uma busca para salvar a pobre jovem inocente?
Essa parte da aventura envolve muita exploração, mas também uma boa dose de interpretação que pode conduzir a diferentes
rumos.
E depois de salvar o Refúgio do Lenhador em Refúgio Vermelho o que seus jogadores fizeram? Permaneceram na cidade
para ajudar os cidadãos? Então dê uma olhada em Uma Busca Foliar, uma aventura bastante simples, mas que vai exigir certa
cooperação por parte do grupo. Trabalhando sozinhos, dificilmente chegarão a algum lugar...
E para quem gostou das regras alternativas para dragões da BC#14 vai gostar de ter em mãos as estatísticas dos Dragões
Metálicos para TORMENTA RPG – seguindo as regras descritas na edição anterior, com tabelas para cada espécie. E no En-
contro Aleatório... é a vez dos kobolds! Um desafio simples de NE 1 com um grupo de kobolds. Só que um deles é um pouco
diferente – alguém aí lembra da longínqua DRAGON SLAYER #03? Pois é de lá que ele vem, pois o líder é, além de feiticeiro,
uma criatura ocular!
Mas para abrir essa edição, resolvi escrever um pouco sobre uma das coisas que me fez voltar ao mundo dos RPGs: as
miniaturas. Eu já tinha algumas e gostava de usá-las em jogo (tanto que são justamente elas que ilustram a matéria) e quando
decidi voltar a jogar, fiquei feliz em saber que havia algumas novidades bem acessíveis no mercado de miniaturas. Ao mesmo
tempo, porém, também vi alguma carência em certos aspectos, principalmente com relação a cenários – mas não por muito
tempo, se depender de mim! Nesta edição, nossa primeira grade de batalha para você imprimir e jogar com suas miniaturas.
E muito mais virá com o tempo.
Sem mais delongas... divirtam-se!
Miniaturas de RPG 04
Dicas e sugestões
Dragões Metálicos 10
Suas estatísticas em Tormenta RPG
Expedição a Vârfulciori 18
A aventura continua...
Lá e De Volta Outra Vez... 42
Mais algumas regras para criar sua comunidade
Uma Busca Foliar 50
Vamos para o mato procurar... plantas?!
Encontro Aleatório 60
A vez dos kobolds!

3
 Miniaturas de RPG
Por Maury “Shi Dark” Abreu
maury.abreu@bol.com.br
Uma das coisas que tornam os
RPGs de mesa diferentes de jogos
eletrônicos é o fato de que toda a
aventura transcorre apenas na imagi-
nação dos jogadores. Você não pre-
cisa de muita coisa para jogar: um li-
vro de regras, lápis, papel e borracha
e pronto! Todo o resto é puramente
descritivo e imaginativo.
Enquanto um jogo eletrônico mostra
na tela da televisão (ou computador)
tudo o que está acontecendo no jogo, em
RPG cabe ao mestre descrever o ambi-
ente para que que os jogadores possam
“ver” o cenário onde o jogo transcorre.
O nível de detalhamento dessa descrição
varia entre mestres e jogadores – para al-
guns grupos, uma descrição rápida é su-
ficiente (“Vocês estão em uma floresta
fechada.”), enquanto para outros,
quanto mais detalhes melhor (“Vocês es-
tão no interior da grande floresta, com
grandes carvalhos em pontos isolados e
numerosos arbustos obstruindo seu ca-
minho. O som dos cantos de pequenas
aves pode ser ouvido à distância, en-
quanto seus pés produzem ruídos áspe-
ros ao pisar sobre as folhas secas no
chão. Plantas parasitárias pendem das ár-
vores mais altas, criando uma verdadeira
cortina vegetal que obstrui grande parte
4
de sua visão.”). Para jogadores de imagi-
nação fértil, essa descrição (detalhada ou
não) é mais do que suficiente para com-
preender o ambiente ao seu redor; ou-
tros, porém, podem precisar de alguma
ajudinha – um mapa, ilustração, foto, etc.
Há grupos de jogo, porém, que gos-
tam de dar um toque especial em suas
partidas de RPG, através de uma série de
material de apoio que pode tornar o jogo
mais divertido: uma música ambiente
que tenha a ver com a aventura, alguns
mapas e ilustrações... e as miniaturas –
para mim, um dos elementos de apoio
mais legais entre os disponíveis. Desde
que voltei a jogar RPG as miniaturas (ou
apenas “minis” como são informalmente
chamadas por alguns jogadores) se tor-
naram um elemento constante em mi-
nhas mesas de jogo. Por isso decidi re-
servar esse espaço para escrever um
pouco sobre elas.
O mercado
de Miniaturas
As miniaturas tipicamente utiliza-
das em jogos de RPG são produzidas
em escala 1:64, com 25mm a 28mm
de altura – isso para miniaturas de
padrão humano; em mundos de fan-
tasia, criaturas não humanas podem
ter tamanhos e proporções diferen-
tes.
No exterior, existe uma grande vari-
edade de lojas especializadas nesses pro-
dutos – mas no Brasil, este mercado
ainda é pequeno. A seguir estão alguns
dos principais produtos, importados e
nacionais, que você pode encontrar no
mercado atual.
WizKids
De todas as empresas que produzem
miniaturas no exterior, quem se destaca
mesmo é a WIZKIDS, responsável por
produzir as miniaturas oficiais dos RPGs
DUNGEONS & DRAGONS e PATHFIN-
DER. Na minha opinião, uma das gran-
des vantagens destas miniaturas é o fato
de serem desenvolvidas em matéria plás-
tica, o que as torna mais resistentes.
Além disso, por produzir as linhas ofici-
ais dos dois maiores RPGs de fantasia
medieval do mundo, é possível encon-
trar miniaturas para praticamente todos
os arquétipos deste tipo de jogo – de
guerreiros e magos a dragões e gigantes.
Por outro lado, como todo material im-
portado, os preços as vezes são um
pouco elevados e há poucas lojas brasi-
leiras que trabalham com estes produtos
atualmente.
Existem duas linhas principais de mi-
niaturas produzidas pela WIZKIDS: uma
linha de miniaturas pintadas (que inclui
D&D Icons of the Realms e Pathfinder Bat-
tles) e uma linha de miniaturas não pinta-
das (Nolzur’s Marvelous Miniatures e Deep
Cuts). As linhas não pintadas compreen-
dem peças muito mais bem trabalhadas,
ricamente detalhadas e prontas para se-
rem pintadas pelo próprio dono da mini-
atura.
Reaper
Outra empresa gringa que se destaca
na produção de miniaturas é a REAPER.
Entre as linhas produzidas pela empresa,
destaco Pathfinder Miniatures, com minia-
turas metálicas, não pintadas, presas a
uma base plástica, e Bones, com miniatu-
ras também não pintadas e produzidas
em polímero plástico. Há outras linhas
também, incluindo Chronoscope, uma li-
nha de miniaturas de vários gêneros não
ligadas a fantasia, com soldados de infan-
taria, alienígenas, robôs, viajantes espaci-
ais...
Pathfinder
Além das linhas Pathfinder Battles e
Deep Cuts produzidas em parceria com a
WIZKIDS, e da Pathfinder Miniatures pro-
duzida em parceria com a REAPER MI-
NIATURES, a Paizo, empresa responsá-
vel por PATHFINDER, tem também ou-
tras duas linhas interessantes para quem
gosta de miniaturas.
A primeira é Pathfinder Pawns. Não
são exatamente “miniaturas”, mas uma
espécie de marcador mais elaborado:
uma figura plana, colorida, produzida em
papel aglomerado e presa a uma base
plástica. São, teoricamente, mais baratas
– embora eu ainda não as tenha encon-
trado a venda no Brasil.
A outra é Pathfinder Paper Minis, seme-
lhante à anterior, mas com uma proposta
diferente: ao invés de comprar a “minia-
tura”, você adquire um arquivo pdf para
imprimir suas próprias minis e montar.
É o tipo mais simples disponível no mer-
cado – mas confesso que ainda não en-
contrei a venda no Brasil.
D&D Miniatures
Na época do D&D 3ª EDIÇÃO a Wi-
zards of the Coast, empresa responsável
pelo jogo, tinha uma linha de produtos
chamado D&D Miniatures. Eram minia-
turas plásticas, muito semelhantes à linha
atual produzida pela WIZKIDS que po-
diam ser usadas para jogar D&D ou um
jogo próprio de miniaturas chamado de
D&D MINIATURES.
A linha não existe mais, tendo sido
substituída pelo D&D Icons of the Realms
– mas garimpando pela internet você
ainda pode encontrar alguns itens à
venda. Foram febre durante algum
tempo, pois seus preços ainda eram aces-
síveis: as lojas importavam estas miniatu-
ras como se fossem livros, e por isso não
pagavam certos impostos. Agora elas são
obrigatoriamente importadas como
brinquedos, o que impõem uma taxa
bem alta de imposto e torna o preço final
tão elevado que se tornou inviável para a
maioria dos RPGistas brasileiros.
5

Red Box
Enfim entramos no mercado nacio-
nal. Nascida em abril de 2011, a RED
BOX é a editora responsável por publicar
o OLD DRAGON – um sistema de RPG
brasileiro inspirado nas versões mais an-
tigas do D&D (principalmente sua ver-
são “avançada”, o bom e velho AD&D).
E além do RPG, OLD DRAGON tem sua
própria linha de miniaturas, produzidas
em liga metálica, mas sem pintura.
É possível comprar pela loja virtual
da própria RED BOX. São pelo menos
oito kits para escolher, cada um com
cinco a seis miniaturas relacionadas a um
tema (místicos, heroínas, anões, mortos-
vivos, etc.). Vale a pena dar uma olhada.
Kimeron Miniaturas
Produzidas em liga de estanho e re-
sina, pintadas e envernizadas, as miniatu-
ras da KIMERON são para mim a melhor
opção disponível hoje no mercado. Boa
qualidade, preços acessíveis e uma gama
enorme de personagens, criaturas e até
pouco sensíveis e exigem certo cuidado
quanto à forma de guarda-las, mas os
preços mais baixos tornam os produtos
muito atraentes.
A KIMERON vende suas miniaturas
diretamente em seu site, mas também é
possível adquiri-las em outras lojas espe-
cializadas – como o site da NERDZ e a
MERCADO RPG.
Miniaturas Tormenta
Ainda lembro que há muito tempo
atrás em uma conversa com o Rafael
Svaldi, ele disse que tinha interesse em
produzir miniaturas pela Jambô, e até es-
tava pesquisando e analisando as possi-
bilidades. A ideia, porém, não saiu do pa-
pel... até este ano!
Por enquanto, só estes três persona- Teoricamente, as minis podem ser
Foi no início do ano que a Jambô gens estão disponíveis no mercado. A usadas em praticamente qualquer situa-
agraciou os fãs de Tormenta com três Jambô já afirmou que pretende conti- ção de jogo – podem ser colocadas sobre
belas miniaturas metálicas de persona- nuar – mas ainda não há nenhuma previ- a mesa apenas como algo decorativo
gens icônicos do cenário: a “maga elfa” são de quais serão os personagens nem para inspirar os jogadores, ou podem ser
Nielendorane, o necromante Vladislav de qualquer prazo. Eu, particularmente, usadas para resolver situações estratégi-
Tpish e a atual Rainha-Imperatriz Shi- anseio por ver o grande vilão Mestre Ar- cas.
vara Sharpblade. Muito bem trabalhadas, senal em versão miniatura.
as três miniaturas são realmente muito O uso de miniaturas é especialmente

Tá, mas... para

mesmo cenários – móveis, pilhas de te- belas e uma peça obrigatória para os fãs interessante em situações onde a posição
souros, pilastras, caixas, altares, portas... do cenário e de miniaturas. Uma pena e o movimento de cada personagem (ou
muita coisa legal para enriquecer o jogo. que só existam versões não pintadas (as PdM ou monstro) pode afetar o resul-

que elas servem?

Algumas miniaturas podem ser um
fotos das versões pintadas eram lindas!).
Os preços são um pouco elevados,
quando comparados às miniaturas da KI-
MERON ou da RED BOX – mas o deta-
lhamento das peças também é superior.
Além disso, como são apenas três itens,
vale o investimento para quem é fã de
Tormenta ou de miniaturas.
Qualquer jogo de RPG pode fun-
cionar perfeitamente sem a necessi-
dade de miniaturas, mas elas acres-
centam um elemento todo especial
ao jogo.
tado da situação. Por isso elas são muito
úteis em combate – o mestre usa um
mapa para representar o ambiente, mar-
cando de alguma maneira elementos im-
portantes do cenário (uma árvore, rocha,
terreno elevado, lago, poça de lama, gelo,
etc.), determina a posição dos PJ, dos
PdM e dos monstros e então rola o com-
bate de maneira estratégica.

6

Grade de Combate
Para rolar um combate utilizando
miniaturas o mestre vai precisar, além
das miniaturas em si, de uma maneira de
medir as distâncias entre os personagens
que participam da cena. A maneira mais
fácil de fazer isso é utilizar uma grade de
combate.
Uma grade de combate nada mais é
do que um mapa com algum tipo de mar-
cação padronizada, geralmente um mapa
quadriculado ou hexagonal.
Jogos OGL (como Tormenta RPG e
Pathfinder) usam mapas quadriculados
para medir a distância entre as miniatu-
ras. Tipicamente cada quadrado tem
2,5x2,5cm e representa, no jogo, um es-
paço de 1,5m. Assim, um personagem
com 9m de deslocamento pode se mover
por 6 quadrados, enquanto um com des-
locamento de 6m se move por 4 quadra-
dos. As regras de deslocamento (princi-
palmente deslocamento na diagonal) va-
riam um pouco entre os jogos, então veja
o livro de regras de seu RPG para com-
preender como elas funcionam (pg. 228
e 229 de TRPG EDIÇÃO REVISADA ou
pg. 191 a 193 do Livro Básico de
PATHFINDER).
Alguns outros jogos de RPG utilizam
mapa hexagonais para marcar o movi-
mento dos personagens (como o bom e
velho GURPS). A vantagem destes ma-
pas é que a distância entre o centro de
cada hexágono e o centro dos seis hexá-
gonos adjacentes é o mesmo. Deste
modo, mover-se para qualquer um dos
seis hexágonos adjacentes custaria a
mesma medida de movimento. A des-
vantagem é que alguns movimentos em
“linha reta” são impossíveis, e às vezes a
miniatura precisa andar em “zigue-za- – uma floresta, cavernas, ruínas, etc. Se Você tem um mapa quadriculado gené-
gue”. quiser, o mestre também pode criar seu rico que pode ser usado várias vezes. Se
próprio mapa quadriculado genérico gostou da ideia, dê uma passada no blog
A revista Dragão Brasil vem disponi- (um papel branco com uma grade qua- AVENTURANDO-SE para fazer down-
bilizando para seus assinantes uma série driculada), imprimir e usar à vontade load de um arquivo “cdr” com uma
de mapas de batalha quadriculados que para qualquer situação. Claro, não é visu- grade de batalha genérica.
os mestres podem utilizar para rolar seus almente tão atraente, mas é funcional.
combates com miniaturas. Muitos ou- Mas se você não quer usar mapas de
tros mapas deste tipo podem também Uma dica muito legal que vi no blog batalha por qualquer razão que seja, há
ser encontrados para download na inter- AVENTURANDO-SE é criar uma grande ainda uma outra opção, muito utilizada
net. Para usá-los basta imprimir e pronto grade de batalha, imprimir em folha A3 em certos jogos de estratégia com mini-
– mas tenha cuidado para não alterar o (equivalente a duas folhas de ofício A4) aturas. Ao invés de usar mapas quadricu-
tamanho da imagem, pois isso poderá al- e mandar plastificar. Depois, usando lados ou hexagonais, os jogadores ape-
terar as dimensões dos quadrados e as- aquelas canetas coloridas para quadro nas medem a distância entre as miniatu-
sim afetar o espaço ocupado pelas mini- branco, você pode desenhar à vontade o ras, utilizando réguas ou barbantes pin-
aturas. cenário ao redor, desenhando um rio, ár- tados e graduados. Neste caso, cada
vores e tudo o mais. Depois, basta apa- 2,5cm de distância no cenário poderia
A maioria destes mapas trazem uma gar com um pano ou os apagadores des- equivaler a 1,5m de distância no jogo (se
bela imagem de algum cenário específico tes mesmos quadros brancos e pronto!
7
 estiver jogando um RPG OGL), inde-
pendente da direção para a qual a minia-
tura se movesse. Essa pode ser uma al-
ternativa bastante prática e simplista
caso o mestre não tenha acesso a mapas
quadriculados ou hexagonais.
Se quiser, você também pode usar
outros objetos como marcadores em
uma grade de batalha: peças de dama ou
xadrez, pedrinhas, botões... Mas o legal
mesmo são as miniaturas.
Produzindo suas
Próprias Minis
Agora se o acesso a miniaturas é
muito complicado para você, não sig-
nifica que não pode usá-las em suas
mesas de jogo. Você pode produzir
suas próprias miniaturas!
Não, não estou falando de miniatu-
ras plásticas ou de metal (embora exista
uma série de brinquedos e bonecos que
podem funcionar perfeitamente como
miniaturas, como aqueles soldadinhos
verdes de plástico). Estou falando de mi-
niaturas de papel mesmo. Uma busca na
internet é mais do que suficiente para en-
contrar um monte de dicas sobre como
montar suas próprias miniaturas de pa-
pel – além de miniaturas prontas para
imprimir e montar.
E se você quer cenários, a um custo
baixo, há também muitas opções de mo-
delos de dobraduras – também chama-
das de fold up paper models. Você imprime
8
(de preferência em algum papel mais re- ligado na BEHOLDER: pretendo gra- BEHOLDER, de tamanhos variados. Fi-
sistente, como papel 300g), recorta, do- dualmente trazer algumas dicas e que de olho no blog e na página do FA-
bra e monta seus próprios cenários de material para ajudar ou aprimorar o CEBOOK para saber das novidades.
papel. O blog da BEHOLDER CEGO tem uso delas em jogo.
Se nunca jogou com miniaturas, su-
agora uma sessão dedicada às miniaturas,
Na BC#14 você já pôde conferir um giro que experimente em algum mo-
com muitas dobraduras para serem im-
marcador para imprimir e usar em jogo. mento, mesmo que utilize apenas minia-
pressas e montadas. A maior desvanta-
A BC#15 não vai ficar para trás: nesta turas de papel ou marcadores – o jogo
gem destes cenários de papel, porém, é o
edição, trazemos uma pequena grade de torna-se mais estratégico e traz um novo
fato de que eles são sensíveis e não são
batalha em tamanho A4, com um cô- tipo de diversão à mesa. Eu, pelo menos,
“desmontáveis”, tornando o processo de
modo de 15m x 10,5m para rolar um en- acho muito legal. Experimente, dê asas à
guarda-los um pouco complicado para
contro aleatório com suas miniaturas. sua imaginação...
quem não tem muito espaço em casa.
Basta imprimir e pronto! As imagens uti-
Se você tiver problemas de espaço
para guardar tudo isso ou não tem muito
lizadas foram todas obtidas na internet
em locais variados e pertencem a seus
jeito com trabalhos manuais (alguém respectivos autores.
mais além de mim é péssimo nessas coi-
sas?), outra opção são modelos planos
E eu não pretendo parar por aí!
Logo, logo mais grades de batalha esta-
em 2D, chamados de tokens ou apenas
rão disponíveis para os leitores da
marcadores. Estes marcadores são uma
simples ilustração de alguma coisa (um
baú, uma alavanca, um armário) recor-
tado em uma escala específica e equiva-
lente às miniaturas que você pode utilizar
da mesma maneira que elas – se não tem
uma miniatura de m baú, use um marca-
dor com a imagem de um baú, com ta-
manho específico.
Por fim, outra coisa legal são os tile
sets – conjuntos de pisos e ladrilhos em
tamanhos específicos que você combina
para montar um mapa.
Gostou? Então
Fique de Olho
Se você já usou miniaturas em
suas partidas de RPG, e gostou, fique
9
 Dragões
Metálicos
Criados por Kallyadranoch, os dra-
gões de Arton são seres orgulhosos, as-
tutos, prepotentes e poderosos. São o
ápice da monstruosidade, o poder abso-
luto, as criaturas mais perigosas e temi-
das do mundo – exceto pelos demônios
da Tormenta, claro.
Apesar destes traços, em algumas ocasi-
ões raras certos dragões conseguem supri-
mir essa personalidade orgulhosa e desen-
volvem certa empatia para com as raças in-
feriores. Na maioria das vezes essa empatia
se restringe a um mero “desinteresse” para
com humanoides, mas em algumas ocasiões
muito raras surgem dragões benevolentes.
O que pouquíssimos artonianos sabem é
que existem raças de dragões naturalmente
benignas: os dragões metálicos.
Dragões metálicos são muito raros em
Arton – raramente são vistos e somente um
10
ou dois indivíduos são amplamente conhe-
cidos – como Zarnee CumprumZlor, um
dragão de cobre famoso por constante-
mente escapar à ira do Dragão-Rei Sckhar.
Eles são a antítese dos dragões elementais,
totalmente inclinados a um comportamento
benevolente. Não que eles também não se-
jam orgulhosos e, em muitas ocasiões, pre-
potentes, mas tendem a demonstrar mais
respeito e admiração para com as raças in-
feriores.
Pouco se sabe a respeito da origem dos
dragões metálicos, exceto que todos são su-
bespécies de dragões verdes. Há quem diga
que eles teriam sido criados por Khalmyr e
outros deuses benignos a partir de uma po-
pulação de dragões verdes distorcidos e
doutrinados segundo os preceitos da bene-
volência. Alguns servos de Kallyadranoch,
porém, alegam que os dragões metálicos
também são criações de seu deus patrono,
Estatísticas do Dragão de Bronze por Categoria de Idade
Idade ND Tam. Nível Classe de Armadura PV Fortitude Reflexos Vontade Ataque For Des Con Int Sab Car
Filhote 3 P 6 21 (+3 nv, +1 tam, +3 Des, +4 nat) 42 +6 +8 +5 +8 13 17 13 14 15 14
Jovem 9 G 14 26 (+7 nv, -1 tam, +2 Des, +8 nat) 126 +12 +11 +11 +19 23 15 17 16 19 16
Adulto 14 E 19 31 (+9 nv, -2 tam, +1 Des, +13 nat) 209 +16 +12 +15 +27 31 13 21 18 23 18
Venerável 20 D 28 36 (+14 nv, -4 tam, +1 Des, +15 nat) 364 +23 +17 +22 +38 39 13 25 22 28 22
Ancião 25 C 36 44 (+18 nv, -8 tam, +1 Des, +23 nat) 612 +31 +21 +27 +46 47 13 33 24 29 24

uma prova, segundo eles, de que Kally tam-
bém tem um lado benevolente. Pouquíssi-
mos artonianos acreditam nisso...
Existem cinco tipos de dragões metáli-
cos: bronze, cobre, dourado, latão e prate-
ado. Exceto pela ficha de um dragão prate-
ado adulto que aparece no Guia da Trilogia,
estas espécies ainda não foram devidamente
apresentadas em regras para TORMENTA
RPG.
Neste artigo a BEHOLDER CEGO apre-
sentará as estatísticas e uma descrição básica
das cinco espécies de dragões metálicos co-
nhecidas. Os dragões serão descritos se-
guindo o mesmo padrão mostrado na
BC#14, com duas tabelas de estatísticas
para cada espécie organizadas por categoria
de idade.
Características Metálicas
Dragões metálicos possuem todas as ca-
racterísticas gerais descritas para os dragões
elementais na BC#14 (Percepção às Cegas,
Visão no Escuro, Imunidades, etc.), po-
dendo usar as mesmas manobras de com-
bate. Somente o sopro de um dragão metá-
lico funciona um pouco diferente dos dra-
gões elementais.
Sopro. Dragões metálicos podem usar
uma arma de sopro exatamente da mesma
forma que os dragões elementais. Contudo,
além do sopro normal cada espécie de dra-
gão metálico possui um segundo tipo de so-
pro, que não causa dano, mas reproduz al-
gum efeito especial – como se tivesse o ta-
lento Sopro Especial gratuitamente (este ta-
lento foi descrito na BC#14). O efeito es-
pecial é fixo para cada espécie de dragão
metálico (o dragão não escolhe o efeito).
Porém, dragões metálicos ainda podem se- queira criar rapidamente as estatísticas de
lecionar o talento Sopro Especial para rece- um dragão daquela espécie.
ber mais um sopro com efeito especial. O
dragão metálico tem a mesma limitação ao
utilizar este sopro especial, independente de
qual sopro utilizar. Por exemplo, um dragão Dragão
de latão pode soprar uma linha de fogo, mas
ainda terá que esperar 1d4 rodadas para ser
capaz de usar seu cone de sono.
de Bronze
“Que melhor lugar para se procurar
Perícias e Talentos. Dragões metáli- um tesouro do que no covil de um dra-
cos adquirem perícias e talentos exatamente
gão?”
da mesma maneira que os demais dragões e
– Um (louco) pirata aventureiro.
podem escolher qualquer perícia ou talento
(incluindo os novos talentos vistos na Quando filhotes, estes dragões costu-
BC#14), contanto que possam satisfazer mam ter couro amarelado com leves traços
seus pré-requisitos. Na descrição de cada es- esverdeado que mostram apenas uma leve
pécie de dragão haverá um tópico listando sugestão de bronze. Conforme o dragão en-
as perícias e os talentos tipicamente selecio- velhece e se aproxima da idade adulta, suas
nados por membros daquela espécie, na or- escamas se desenvolvem e escurecem até
dem em que costumam ser adquiridos, ape-
nas para facilitar a vida do mestre, caso

Habilidades do Dragão de Bronze por Categoria de Idade

Idade Deslocamento Sopro (CD) Perícias Talentos Habilidades Especiais
Filhote 12m, voo 24m, 2d6+3 (14) 4 3 Percepção às cegas, visão no escuro, imunidade a paralisia, sono e eletricidade, respirar na água.
natação 18m
Jovem 12m, voo 24m, 8d6+7 (20) 5 7 Percepção às cegas, visão no escuro, imunidade a paralisia, sono e eletricidade, respirar na água, metamorfose.
natação 18m
Adulto 12m, voo 36m, 12d6+9 (24) 6 10 Percepção às cegas, visão no escuro, imunidade a paralisia, sono e eletricidade, respirar na água, metamorfose, resistência à
natação 18m magia +4, Presença Aterradora (CD 23), Magias (9º).
Venerável 12m, voo 36m, 28d6+14 (31) 8 14 Percepção às cegas, visão no escuro, imunidade a paralisia, sono e eletricidade, respirar na água, metamorfose, resistência à
natação 18m magia +4, Presença Aterradora (CD 30), Magias (11º).
Ancião 12m, voo 48m, 24d6+18 (39) 9 18 Percepção às cegas, visão no escuro, imunidade a paralisia, sono e eletricidade, respirar na água, metamorfose, resistência à
natação 18m magia +4, Presença Aterradora (CD 34), Magias (17º).

11
 Estatísticas do Dragão de Cobre por Categoria de Idade
Idade ND Tam. Nível Classe de Armadura PV Fortitude Reflexos Vontade Ataque For Des Con Int Sab Car
Filhote 4 P 6 19 (+3 nv, +1 tam, +2 Des, +3 nat) 42 +6 +7 +4 +7 13 15 13 12 13 10
Jovem 9 M 14 25 (+7 nv, +1 Des, +7 nat) 126 +12 +10 +9 +20 23 13 17 14 15 12
Adulto 14 G 19 30 (+9 nv, -1 tam, +12 nat) 209 +14 +11 +12 +28 31 11 21 16 17 14
Venerável 19 E 26 36 (+13 nv, -2 tam, +15 nat) 338 +22 +15 +18 +38 39 10 25 18 21 18
Ancião 25 D 34 46 (+17 nv, -4 tam, +23 nat) 578 +29 +18 +24 +48 47 10 33 22 25 20

uma rica tonalidade brônzea. Os mais anti-
gos têm as pontas das asas ainda mais escu-
ras, geralmente de coloração azulada. Seus
olhos normalmente são verdes, e entre os
mais antigos eles parecem fosforescente.
Dragões de bronze costumam viver
próximos a lagos profundos ou regiões cos-
teiras – embora seus covis sejam cavernas
secas, a entrada geralmente é acessível ape-
nas por água. Consideram o ambiente aqu-
ático próximo do covil como seu território,
e aqueles que o tentem profanar são con-
frontados e caçados. Piratas, homens-pei-
xes, sereias e elfos-do-mar com intenções
malignas estão entre suas principais presas.
Naturalmente curiosos, dragões de
bronze algumas vezes assumem formas de
animais ou seres humanoides para explorar
as regiões próximas de seu covil. São intole-
rantes com relação à crueldade e anarquia,
movidos por um forte senso de justiça, não
sendo raro que decidam punir piratas, la-
drões e outros bucaneiros durante suas visi-
tas às terras humanoides. Embora não se-
jam excepcionalmente violentos, dragões de
bronze apreciam os meandros da guerra e
batalha e é comum que acompanhem com
fascínio o desenrolar de grandes conflitos.
Apesar disso, raramente se envolvem, a me-
nos que ponham seu covil ou sua própria
existência em risco direto. Contra criaturas
inteligentes, podem tentar negociar para
evitar lutas, ou procurar meios de encerrar a
disputa sem causar danos, a menos que jul-
guem seus adversários caóticos e malignos
ao extremo.
Dragões de bronze estão ligados aos ele-
mentos terra e água. Eles possuem membra-
nas entre suas garras, o que aprimora sua ca-
pacidade de se deslocar na água. Embora se-
jam muito pouco numerosos, são os mais
gregários entre os dragões e não é raro en-
contra-los em pequenos grupos. Alguns se
sentem solitários e assumem formas huma- PM, 4 magias conhecidas, CD 14 + nível da
noides para viver na companhia de outras magia. Venerável: 39 PM, 6 magias conheci-
criaturas. das, CD 16 + nível da magia. Ancião: 58 PM,
7 magias conhecidas, CD 17 + nível da ma-
Tendência: Leal e Bondoso.
gia.
Perícias Típicas: Percepção, Iniciativa,
Tesouro: Filhote: padrão; Jovem: dobro
Atletismo, Intuição, Enganação, Conheci-
do padrão; Adulto: triplo do padrão; Venerá-
mento (História), Sobrevivência, Conheci-
vel: triplo do padrão; Ancião: triplo do pa-
mento (Arcano), Diplomacia.
drão.
Talentos Típicos: Ataques Múltiplos,
Sopro: uma linha de eletricidade de 18m
Foco em Arma (mordida), Foco em Arma
e um cone de repulsão. Criaturas dentro do
(garras), Foco em Perícia (Iniciativa), Foco
cone devem fazer um teste de Vontade
em Perícia (Percepção), Fortitude Maior,
(mesma CD do sopro de eletricidade) ou se-
Acerto Crítico Aprimorado (mordida), Re-
rão forçadas a se afastar do dragão durante
flexos Rápidos, Acerto Crítico Aprimorado
1d6 rodadas.
(garras), Vontade de Ferro, Vitalidade,
Prontidão, Vitalidade, Vontade de Ferro, Respirar na Água: todo dragão de
Vitalidade, Maximizar Magia, Vitalidade, bronze pode respirar embaixo d’água livre-
Acelerar Magia. mente e usar todas as suas habilidades espe-
ciais quando está submerso.
Magias: dragões de bronze podem con-
jurar magias arcanas e divinas que tenham
os seguintes descritores: adivinhação, água,
ar, eletricidade e transmutação. Adulto: 31

Habilidades do Dragão de Cobre por Categoria de Idade

Idade Deslocamento Sopro (CD) Perícias Talentos Habilidades Especiais
Filhote 12m, voo 18m 2d10+3 (14) 3 3 Percepção às cegas, visão no escuro, imunidade a paralisia, sono e ácido, patas de aranha.
Jovem 12m, voo 18m 8d10+7 (20) 4 7 Percepção às cegas, visão no escuro, imunidade a paralisia, sono e ácido, patas de aranha, metamorfose.
Adulto 12m, voo 24m 12d10+9 (24) 5 10 Percepção às cegas, visão no escuro, imunidade a paralisia, sono e ácido, patas de aranha, metamorfose, resistência à magia
+4, Presença Aterradora (CD 21), Magias (9º).
Venerável 12m, voo 24m 18d10+13 (30) 6 13 Percepção às cegas, visão no escuro, imunidade a paralisia, sono e ácido, patas de aranha, metamorfose, resistência à magia
+4, Presença Aterradora (CD 27), Magias (11º).
Ancião 12m, voo 36m 24d10+17 (38) 8 17 Percepção às cegas, visão no escuro, imunidade a paralisia, sono e ácido, patas de aranha, metamorfose, resistência à magia
+4, Presença Aterradora (CD 32), Magias (17º).

12
Estatísticas do Dragão de Latão por Categoria de Idade
Idade ND Tam. Nível Classe de Armadura PV Fortitude Reflexos Vontade Ataque For Des Con Int Sab Car
Filhote 3 P 6 20 (+3 nv, +1 tam, +2 Des, +4 nat) 42 +6 +7 +3 +8 13 15 13 10 11 12
Jovem 9 G 14 25 (+7 nv, -1 tam, +1 Des, +8 nat) 126 +12 +10 +8 +19 23 13 17 12 13 14
Adulto 15 E 20 30 (+10 nv, -2 tam, +12 nat) 220 +17 +12 +12 +28 31 11 21 14 15 16
Venerável 21 D 30 36 (+15 nv, -4 tam, +15 nat) 390 +24 +17 +19 +40 39 10 25 16 19 18
Ancião 27 C 38 43 (+19 nv, -8 tam, +22 nat) 646 +32 +21 +25 +48 47 10 33 20 23 20

Dragão de Cobre
“Nenhum dragão seria louco de en-
trar em meus domínios... exceto por
aquele Zarnee, que não consigo encon-
trar!”
– Sckhar, rei dos dragões vermelhos.
Piadistas incorrigíveis, dragões de cobre
adoram inventar desafios e charadas, o que
faz com que muitos pensem que eles têm
alguma relação com Hyninn ou Nimb.
Estes dragões possuem escamas de co-
loração marrom avermelhado com tom me-
tálico quando nascem, que com o passar dos
anos tornam-se mais finas e acobreadas.
Quando o dragão envelhece as escamas as-
sumem um tom esverdeado. Preferem habi-
tar regiões montanhosas, embora alguns
também construam seus covis em amplos
planaltos.
Dragões de cobre geralmente são benig-
nos, mas suas brincadeiras às vezes são bas-
tante exageradas, colocando as vidas dos
outros em risco. Humanoides e outras raças
menores geralmente são os principais alvos
de suas brincadeiras – mas se o dragão de
cobre souber da presença de um dragão ele-
mental próximo de seu covil, fará de tudo
para irritá-lo.
Dragões de cobre não gostam da solidão
e procuram pela companhia de criaturas as-
tutas e com senso de humor. Não gostam
de conviver por muito tempo com sua pró-
pria espécie – dois dragões de cobre vi-
vendo juntos rapidamente iniciarão uma
disputa de piadas e charadas que às vezes
pode acabar em conflito. O mais comum é
que procurem a companhia de outras cria-
turas.
É comum que dragões de cobre tenham
poderes mágicos que lhes permitam moldar
a terra ao seu redor – por isso o acesso a
seus covis frequentemente é antecedido por
um longo e desafiador labirinto. Se atacado,
reagirá ferozmente, mas costuma permitir
que suas vítimas escolham entre responder
algum grande enigma ou enfrenta-lo em
combate.
Tendência: Caótico e Bom.
Perícias Típicas: Percepção, Iniciativa,
Enganação, Intuição, Furtividade, Conheci-
mento (Geografia), Atletismo, Identificar
Magia.
Talentos Típicos: Ataques Múltiplos,
Foco em Arma (mordida), Vitalidade,
Acerto Crítico Aprimorado (mordida),

Habilidades do Dragão de Latão por Categoria de Idade

Idade Deslocamento Sopro (CD) Perícias Talentos Habilidades Especiais
Filhote 12m, voo 18m, 2d4+3 (14) 2 3 Percepção às cegas, visão no escuro, imunidade a paralisia, sono e fogo, vulnerabilidade a frio.
escavar 6m
Jovem 12m voo 18m, 8d4+7 (20) 3 7 Percepção às cegas, visão no escuro, imunidade a paralisia, sono e fogo, vulnerabilidade a frio, metamorfose.
escavar 6m
Adulto 12m, voo 18m, 12d4+10 (25) 4 10 Percepção às cegas, visão no escuro, imunidade a paralisia, sono e fogo, vulnerabilidade a frio, metamorfose, resistência à
escavar 6m magia +4, Presença Aterradora (CD 24), Magias (9º).
Venerável 12m, voo 24m, 18d4+15 (32) 5 15 Percepção às cegas, visão no escuro, imunidade a paralisia, sono e fogo, vulnerabilidade a frio, metamorfose, resistência à
escavar 6m magia +4, Presença Aterradora (CD 31), Magias (11º).
Ancião 12m, voo 24m, 24d4+19 (40) 7 19 Percepção às cegas, visão no escuro, imunidade a paralisia, sono e fogo, vulnerabilidade a frio, metamorfose, resistência à
escavar 6m magia +4, Presença Aterradora (CD 35), Magias (17º).

13
 Estatísticas do Dragão de Ouro por Categoria de Idade
Idade ND Tam. Nível Classe de Armadura PV Fortitude Reflexos Vontade Ataque For Des Con Int Sab Car
Filhote 5 M 8 23 (+4 nv, +2 Des, +7 nat) 64 +8 +8 +6 +11 17 15 15 14 15 14
Jovem 11 G 17 29 (+8 nv, -1 tam, +1 Des, +11 nat) 170 +14 +11 +12 +23 25 13 19 18 19 18
Adulto 17 E 23 34 (+11 nv, -2 tam, +15 nat) 253 +18 +13 +16 +32 33 11 21 20 21 20
Venerável 23 D 32 40 (+16 nv, -4 tam, +18 nat) 448 +26 +18 +24 +44 43 10 27 26 27 26
Ancião 29 C 41 48 (+20 nv, -8 tam, +26 nat) 779 +35 +22 +31 +53 51 10 36 32 33 32

Foco em Arma (garras), Foco em Perícia fazer um teste de Vontade (mesma CD do versa pode ser muito mais rentável. Por- Habitantes de regiões quentes e secas,
(Enganação), Trespassar, Vontade de Ferro, sopro de ácido) ou ficarão lentas e só pode- que não se sentam? Tenho algumas his- os dragões de latão são criaturas relativa-
Acerto Crítico Aprimorado (garras), Foco rão realizar uma ação padrão ou uma ação de tórias que podem ser muito interessan- mente sociáveis que adoram conversar. Al-
em Perícia (Furtividade), Vitalidade, Tres- movimento por rodada, além de sofrer -2 tes, e talvez ajude vocês a encontrarem guns são um pouco indiscretos, verdadeiros
passar Aprimorado, Vitalidade, Fortitude nas jogadas de ataque, CA e testes de Refle- aquele anel mágico que tanto procuram. falastrões, embora não o façam por mal-
Maior, Vitalidade, Vontade de Ferro, Poten- xos, durante 1d6 rodadas. Por falar em anel mágico, já ouviram dade. Também é comum que gostem de
cializar Magia. aquela história do halfling em uma
Patas de Aranha: todo dragão de cobre busca para
Magias: dragões de cobre podem con- consegue escalar paredes e tetos como uma
destruir um
jurar magias arcanas e divinas que tenham aranha, com deslocamento de 6m, igual à
anel maldito?
os seguintes descritores: caos, terra e trans- magia patas de aranha. Este efeito não pode
Ah, muito boa
mutação. Adulto: 29 PM, 2 magias conheci- ser cancelado.
história. Tudo
das, CD 12 + nível da magia. Venerável: 36
começou
PM, 4 magias conhecidas, CD 14 + nível da
quando...”
magia. Ancião: 56 PM, 5 magias conhecidas,
CD 15 + nível da magia. Dragão de Latão – Kandra-
nophix, dragão
Tesouro: Filhote: padrão; Jovem: padrão; “Ora, ora, meus jovens, baixem estas de latão, ao
Adulto: dobro do padrão; Venerável: triplo do espadas, não precisam delas. Nem to- encontrar um
padrão; Ancião: triplo do padrão. dos os problemas do mundo são resolvi- grupo de aven-
Sopro: linha de ácido de 18m e um cone dos pelo aço. Às vezes uma boa con- tureiros.
de lentidão. Criaturas dentro do cone devem
Habilidades do Dragão de Ouro por Categoria de Idade
Idade Deslocamento Sopro (CD) Perícias Talentos Habilidades Especiais
Filhote 12m, voo 21m, 2d12+4 (16) 4 4 Percepção às cegas, visão no escuro, imunidade a paralisia, sono e fogo, vulnerabilidade a frio, metamorfose, respirar na água.
natação 12m
Jovem 12m, voo 21m, 8d12+8 (22) 6 8 Percepção às cegas, visão no escuro, imunidade a paralisia, sono e fogo, vulnerabilidade a frio, metamorfose, respirar na água,
natação 12m bênção.
Adulto 12m, voo 21m, 12d12+11 (26) 7 11 Percepção às cegas, visão no escuro, imunidade a paralisia, sono e fogo, vulnerabilidade a frio, metamorfose, respirar na água,
natação 12m bênção. resistência à magia +4, Presença Aterradora (CD 26), Magias (11º).
Venerável 12m, voo 27m, 18d12+16 (34) 10 16 Percepção às cegas, visão no escuro, imunidade a paralisia, sono e fogo, vulnerabilidade a frio, metamorfose, respirar na água,
natação 12m bênção. resistência à magia +4, Presença Aterradora (CD 34), Magias (15º).
Ancião 12m, voo 27m, 24d12+20 (43) 13 20 Percepção às cegas, visão no escuro, imunidade a paralisia, sono e fogo, vulnerabilidade a frio, metamorfose, respirar na água,
natação 12m bênção. resistência à magia +4, Presença Aterradora (CD 41), Magias (19º).

14
 Estatísticas do Dragão de Prata por Categoria de Idade
Idade ND Tam. Nível Classe de Armadura PV Fortitude Reflexos Vontade Ataque For Des Con Int Sab Car
Filhote 4 P 7 22 (+3 nv, +1 tam, +3 Des, +5 nat) 49 +6 +8 +5 +9 13 17 13 14 15 14
Jovem 10 M 16 19 (+8 nv, +2 Des, +9 nat) 144 +13 +12 +12 +22 23 15 17 18 19 18
Adulto 14 E 22 34 (+11 nv, -2 tam, +1 Des, +14 nat) 242 +18 +14 +16 +30 31 13 21 20 21 20
Venerável 21 D 31 38 (+15 nv, -4 tam, +1 Des, +16 nat) 434 +25 +18 +23 +47 41 13 27 26 27 26
Ancião 26 C 40 47 (+20 nv, -8 tam, +1 Des, +24 nat) 720 +34 +23 +30 +51 49 13 35 30 31 30

boas histórias e contos – sejam elas verda-
deiras ou não – o que faz com que gostem
bastante de bardos.
Dragões de latão sabem lutar e se defen-
der muito bem, mas preferem sempre usar
diplomacia para resolver conflitos. São os
mais sociais de todos os dragões e muitas
vezes mantém relações com outros dragões
de latão que vivem nas proximidades.
Quando atacados, eles geralmente usam sua
grande velocidade e agilidade para escapar,
mas se encurralados podem ser implacáveis.
As asas de um dragão de latão têm uma
camada de couro que se propaga da extre-
midade das asas até a ponta da cauda, como
uma arraia, formando uma silhueta triangu-
lar. Tem uma coloração esverdeada nas
pontas que escurece conforme o dragão en-
velhece. Os filhotes têm escamas marrom
escuras, que adquirem um tom metálico
conforme avançam em idade, em tom brôn-
zeo. Sua cabeça é coberta por uma placa ós-
sea lisa e de aparência metálica, e seu queixo
tem espinhos ósseos que crescem com a
idade. Conforme um dragão de latão enve-
lhece suas pupilas desbotam até que seus
olhos lembrem orbes de metal derretido.
Dragões de latão geralmente vivem no
Deserto da Perdição e no Deserto Sem Re-
torno (em Lamnor), mas outras regiões de
planícies quentes também podem abrigar
estes animais. Às vezes constroem seus co-
vis na base de penhascos, de modo que o
vento cubra a entrada com areia. Alguns
destes dragões escolhem fazer seus covis
perto de rotas comerciais, a fim de encon-
trar viajantes com os quais conversar.
Tendência: Caótico e Bom.
Perícias Típicas: Iniciativa, Diploma-
cia, Obter Informações, Percepção, Sobre-
vivência, Identificar Magia, Conhecimento
(Natureza).
Talentos Típicos: Ataques Múltiplos,
Foco em Arma (mordida), Foco em Perícia
(Diplomacia), Foco em Arma (garras),
Acerto Crítico Aprimorado (mordida),
Foco em Perícia (Obter Informações), Vita-
lidade, Acerto Crítico Aprimorado (garras),
Vitalidade, Reflexos Rápidos, Vitalidade,
Vontade de Ferro, Foco em Habilidade
(Presença Aterradora), Acelerar Magia, Vi-
talidade, Potencializar Magia, Foco em Pe-
rícia (Identificar Magia), Vitalidade, Foco
em Perícia (Sobrevivência), Vitalidade.

Habilidades do Dragão de Prata por Categoria de Idade

Idade Deslocamento Sopro (CD) Perícias Talentos Habilidades Especiais
Filhote 12m, voo 24m 2d8+3 (14) 4 3 Percepção às cegas, visão no escuro, imunidade a paralisia, sono, ácido e frio, vulnerabilidade a fogo, caminhar na nuvem,
metamorfose.
Jovem 12m, voo 24m 8d8+8 (21) 6 8 Percepção às cegas, visão no escuro, imunidade a paralisia, sono, ácido e frio, vulnerabilidade a fogo, caminhar na nuvem,
metamorfose.
Adulto 12m, voo 36m 12d8+11 (26) 7 11 Percepção às cegas, visão no escuro, imunidade a paralisia, sono, ácido e frio, vulnerabilidade a fogo, caminhar na nuvem,
metamorfose, névoa, resistência à magia +4, Presença Aterradora (CD 26), Magias (9º).
Venerável 12m, voo 36m 18d8+15 (33) 10 15 Percepção às cegas, visão no escuro, imunidade a paralisia, sono, ácido e frio, vulnerabilidade a fogo, caminhar na nuvem,
metamorfose, névoa, resistência à magia +4, Presença Aterradora (CD 33), Magias (11º).
Ancião 12m, voo 48m 24d8+20 (42) 12 20 Percepção às cegas, visão no escuro, imunidade a paralisia, sono, ácido e frio, vulnerabilidade a fogo, caminhar na nuvem,
metamorfose, névoa, resistência à magia +4, Presença Aterradora (CD 40), Magias (17º).

15

Magias: dragões de latão podem conju-
rar magias arcanas e divinas que tenham os
seguintes descritores: abjuração, adivinha-
ção, caos, encantamento e transmutação.
Adulto: 28 PM, 1 magia conhecida, CD 11 +
nível da magia. Venerável: 35 PM, 2 magias
conhecidas, CD 12 + nível da magia. Ancião:
55 PM, 4 magias conhecidas, CD 15 + nível
da magia.
Tesouro: Filhote: padrão; Jovem: padrão;
Adulto: dobro do padrão; Venerável: dobro
do padrão; Ancião: triplo do padrão.
Sopro: linha de fogo de 18m e um cone
de sono. Criaturas dentro do cone devem fa-
zer um teste de Vontade (mesma CD do so-
pro de fogo) ou cairão adormecidas por 1d6
rodadas (como na magia sono).
16
Dragão de Ouro
“Enquanto houverem aqueles que ti-
verem a coragem de erguer-se contra o
mal, ainda haverá esperança.”
– Lumirax, dragoa de ouro, a um grupo
de aventureiros.
Se os dragões vermelhos são a encarna-
ção perfeita da maldade que representa os
dragões elementais, os dragões de ouro são
o extremo oposto – eles são a representação
absoluta da benevolência. Eruditos e de
bom coração, estes répteis alados são devo-
tados à propagação do bem, agindo e incen-
tivando outras criaturas no caminho da
bondade.
Quando nasce, um dragão de ouro tem
escamas amarelo escuras com manchas me-
tálicas e douradas. Estas manchas ficam
maiores conforme o dragão envelhece, até
que se tornam completamente douradas na
fase adulta. Dragões de ouro tem rostos sa-
gazes, com uma espécie de tentáculo mem-
branoso semelhante a um bigode, como um
peixe-gato. Conforme envelhecem, suas pu-
pilas desbotam até que lembram poças de
ouro derretido. Suas asas são longas e se es-
palham como um manto, estendendo-se da
extremidade das asas até a ponta da cauda.
Todos os dragões de ouro são capazes
de assumir outras formas desde filhotes. É
comum que permaneçam bastante tempo
em uma forma alternada até que julguem
apropriado se mostrar – em geral para in-
centivar heróis no combate a alguma força
maligna. Habitam quase qualquer tipo de
terreno, mas preferem planícies e locais de
clima quente. Seus covis costumam ser ca-
vernosos e compostos por várias câmaras,
algumas delas acessíveis apenas através de
formas menores. É comum que estes dra-
gões sejam protegidos ou servidos por ou-
tras criaturas bondosas que vivem na região
e o adoram como um guia sábio.
Dragões de ouro cuidam muito bem de
seus filhotes, mas há relatos de casos em
que adultos entregam sua prole para ser cri-
ado por terceiros (às vezes até mesmo seres
humanoides!). Alguns acreditam que se trata
de algum tipo de premonição do dragão,
que crê que os pais adotivos guiarão o fi-
lhote em alguma grande empreitada pelo
bem. Outros creem que na verdade são os
pais biológicos que ao sentirem uma grande
ameaça se aproximando escolhem deixar
seus filhotes aos cuidados de seres benignos
e honrados.
Dragões de ouro odeiam todos os dra-
gões elementais, embora sejam mais tole-
rantes com os brancos que seguem um ca-
minho benigno. Também se dão bem com
os raros dragões de Tamu-ra e às vezes fa-
zem alianças com os prateados, cuja índole
combina à dos dourados.
Tendência: Leal e Bom.
Perícias Típicas: Cura, Iniciativa, Atle-
tismo, Percepção, Enganação, Intuição,
Identificar Magia, Diplomacia, Sobrevivên-
cia, Conhecimento (Arcano), Conheci-
mento (História), Conhecimento (Geogra-
fia), Conhecimento (Natureza).
Talentos Típicos: Ataques Múltiplos,
Foco em Arma (mordida), Foco em Perícia
(Cura), Foco em Arma (garras), Acerto Crí-
tico Aprimorado (mordida), Vitalidade,
Foco em Perícia (Intuição), Acerto Crítico
Aprimorado (garras), Vitalidade, Vontade
de Ferro, Reflexos Rápidos, Foco em Perí-
cia (Obter Informações), Vitalidade, Co-
nhecimento Mágico, Acelerar Magia, Vitali-
dade, Potencializar Magia, Vitalidade, Co-
nhecimento Mágico.
Magias: dragões de ouro podem conju-
rar magias arcanas e divinas que tenham os
seguintes descritores: adivinhação, luz, en-
cantamento e transmutação. Adulto: 38 PM,
5 magias conhecidas, CD 15 + nível da ma-
gia. Venerável: 53 PM, 8 magias conhecidas,
CD 18 + nível da magia. Ancião: 68 PM, 11
magias conhecidas, CD 21 + nível da magia.
Tesouro: Filhote: padrão; Jovem: dobro
do padrão; Adulto: triplo do padrão; Venerá-
vel: triplo do padrão; Ancião: triplo do pa-
drão.
Sopro: cone de fogo de 9m e um cone
de gás de enfraquecimento. Criaturas dentro
do cone devem fazer um teste de Fortitude
(mesma CD do sopro de fogo) ou sofrem
dano temporário de 1d4 em Força.
Respirar na Água: todo dragão de
ouro pode respirar embaixo d’água livre-
mente e usar todas as suas habilidades espe-
ciais quando está submerso.
Benção: a partir da idade de jovem todo
dragão de ouro pode conjurar bênção livre-
mente.
Dragão de Prata
“Que as chamas da pureza e do bem
os transformem em cinzas, criaturas
desprezíveis!”
– Killanirax, dragão de prata, ao encon-
trar um grupo de mortos-vivos.
preferem topos de montanhas muito altas.
Tem a capacidade de se deslocar sobre nu-
vens, e não é raro encontra-los descansando
deitado sobre uma grande nuvem, como se
deitado sobre rocha. Suas preferências por
covis às vezes os colocam em conflitos com
dragões vermelhos e azuis, os quais consi-
deram terríveis inimigos.
A maioria dos dragões de prata, entre-
tanto, prefere usar uma forma humanoide e
viver entre humanos e semi-humanos. É co-
mum que desenvolvam fortes laços com as
raças menores, às vezes se tornando guias
espirituais e até mesmo guias religiosos.
Não é raro que se tornem clérigos ou até
mesmo paladinos! Também há lendas sobre
guerreiros altamente honrados que caval-
gam dragões de prata e cruzam os céus pro-
pagando a justiça.
Tendência: Leal e Bom.
transmutação. Adulto: 32 PM, 5 magias co-
nhecidas, CD 15 + nível da magia. Venerável:
41 PM, 8 magias conhecidas, CD 18 + nível
da magia. Ancião: 61 PM, 10 magias conhe-
cidas, CD 20 + nível da magia.
Tesouro: Filhote: padrão; Jovem: dobro
do padrão; Adulto: triplo do padrão; Venerá-
vel: triplo do padrão; Ancião: triplo do pa-
drão.
Sopro: cone de frio de 9m e um cone de
gás paralisante. Criaturas dentro do cone
devem fazer um teste de Fortitude (mesma
CD do sopro de frio) ou ficam paralisadas
durante 1d6 rodadas.
Caminhar na Nuvem: dragões de
prata podem caminhar em nuvens, neblinas
e nevoeiros como se fosse chão sólido. O
dragão não é considerado imerso na névoa
quando caminha sobre ela, mas se ela tiver
algum efeito nocivo que se propaga para
além de seu interior, o dragão ainda sofre
estes efeitos.
Névoa: a partir da idade adulta todo
dragão de prata pode conjurar névoa livre-
mente.
MAURY “SHI DARK” ABREU
maury.abreu@bol.com.br

Sempre dispostos a proteger os inocen- Perícias Típicas: Intuição, Iniciativa,

tes e curar seus males, muitos vêm os dra-
gões de prata como uma versão “paladí-
nica” dos dragões, pois são naturalmente
impelidos a combater o mal em todas as
suas manifestações. Desde filhotes são ca-
pazes de assumir outras formas e às vezes
usam esta habilidade para se disfarçar entre
os povos menores e usar suas habilidades
para ajudar os outros.
Dragões de prata possuem uma longa
crista coriácea que se estende do topo de
suas cabeças até a ponta de suas caudas.
Tem escamas azul cinzentas com mechas
prateadas. Esta coloração gradualmente cla-
reia, até que escamas individuais se tornam
quase imperceptíveis.
Quando vivem em locais selvagens,
longe das raças menores, dragões de prata
Percepção, Atletismo, Diplomacia, Conhe-
cimento (Religião), Cura, Enganação, Iden-
tificar Magia, Conhecimento (Arcano), So-
brevivência, Conhecimento (História).
Talentos Típicos: Ataques Múltiplos,
Foco em Arma (mordida), Foco em Arma
(garras), Investida Aérea, Acerto Crítico
Aprimorado (mordida), Vitalidade, Pairar,
Acerto Crítico Aprimorado (garras), Vitali-
dade, Foco em Perícia (Intuição), Vontade
de Ferro, Foco em Perícia (Percepção), Vi-
talidade, Acelerar Magia, Vitalidade, Poten-
cializar Magia, Vitalidade, Maximizar Magia,
Foco em Perícia (Identificar Magia), Vitali-
dade.
Magias: dragões de prata podem con-
jurar magias arcanas e divinas que tenham
os seguintes descritores: ar, encantamento e

17
  Armadilha  Localidade  Monstro
 NPC/PdM  Nota/Regra  Tesouro
Por Maury “Shi Dark” Abreu
maury.abreu@bol.com.br

Expedição a Vârfulciori é a continua- Resumidamente, a proposta é que os PJ

ção da aventura Terror em Brumaluna,
publicada na BC#14. Na primeira parte,
os heróis chegaram na aldeia de Bruma-
luna e receberam um pedido de socorro: o
noivo de Minerva, Gabriel, está desapare-
cido, e a jovem meio-elfa pede a ajuda dos
heróis para encontra-lo.
A busca por Gabriel leva os heróis a ex-
plorar o Bosque Soturno, uma ampla extensão
florestal que, assim como Brumaluna, é cer-
cada por névoas eternas. Após uma série de
encontros no bosque, os PJ são surpreendidos
por uma forte chuva e bsucam abrigo em um
enorme castelo escondido no interior do bos-
que.
E assim começa a Expedição a Vârfulciori.
A primeira parte da aventura consistiu
basicamente em uma aventura de explora-
ção e confronto com monstros. Agora as
coisas serão um pouco diferentes.
entrem no Castelo Vârfulciori, façam contato
com Lady Lucy (sem saber de sua natureza
vampírica) e, no meio da noite, sejam impeli-
dos a explorar o castelo, desvendando seus
mistérios até o confronto com a vampira e/ou
a bruxa Nazyra, a real responsável pela des-
graça da jovem.
Deste modo, a segunda parte da aventura
é dividida em dois momentos, duas “cenas”: o
encontro inicial com Lady Lucy e a exploração
do castelo. Este momento inicial será focado
em interpretação, e os rumos que a aventura
tomará irão depender inteiramente das ações
dos PJ – podendo até mesmo afetar o desen-
rolar da exploração ao castelo.
Um fator que o mestre precisará conside-
rar durante esta aventura é a presença de Sala-
zar – uma cria vampírica a serviço de Lady
Lucy que pode ter encontrado o grupo na pri-
meira parte da aventura. Caso os PJ tenham
encontrado Salazar, há duas possibilidades: ele
pode estar acompanhado o grupo e adentrar o
castelo junto com eles (e neste caso, Lady Lucy
e Salazar agirão como se não se conhecessem),

18
ou pode ter tentado traí-los, revelando sua na-
tureza. Se for este o caso, então Salazar pode
ter sido morto ou pode ter escapado – e então
terá rumado para o castelo Vârfulciori, escon-
dendo-se em seu interior para uma nova ten-
tativa de mata-los (ou leva-los diretamente
para os braços de sua mestra).
A segunda parte da aventura começa com
os PJ diante dos portões de entrada do Castelo
Vârfulciori. Comece lendo a eles o se segue.
A chuva continua a cair violentamente
sobre suas cabeças enquanto vocês atra-
vessam pelo portão entreaberto, aden-
trando as terras da enorme estrutura adi-
ante. À direita o terreno é mais elevado,
onde um grande carvalho morto, seus ga-
lhos desprovidos de folhas sinistramente
apontados para o alto, mostra-se como a
única vegetação em um solo terroso e bar-
rento. Vocês pensam ver um movimento
vindo da direção da grande árvore, mas
percebem ser apenas os galhos se mo-
vendo – à luz da lua e em meio à chuva, o
carvalho parece um ser monstruoso com
longas garras, pronto para ataca-los.
À esquerda podem ver o que parece ser
um pequeno jardim – uma cerca viva de
alguma vegetação espinhosa contorna o
que parece ser uma fonte velha e desati-
vada com uma espécie de gárgula em seu
centro. Seguindo a trilha, vocês são con-
duzidos a uma larga escadaria de pedra e
percebem que todo o castelo parece er-
guer-se sobre uma porção mais elevada do
terreno. Ao fim dos degraus, um enorme e
robusto portão de ferro, medindo seis me-
tros de altura e com quase o mesmo em
comprimento, parece a única entrada para
a grande estrutura. Musgos e algumas
plantas trepadeiras recobrem parte da
grande muralha, que se ergue por pelo
menos dez metros em sua porção mais
baixa.
Vocês não conseguem ouvir nenhum
som devido à chuva, mas há luzes no inte-
rior da estrutura. Mais à direita, percebem
que há uma grade menor, suficiente para
a passagem de um humano normal, in-
crustada no próprio portão. Uma pequena,
ainda que resistente, corrente pende da
boca do que parece ser um corvo de pedra,
desgastado e rachado pelo tempo lapi-
dado na muralha.
Diante dos portões de entrada do castelo a
escolha mais óbvia e direta é tentar chamar por
alguém dentro da construção. É possível esca-
lar a muralha e acessar o pátio interno (que não
tem teto), mas a chuva torna a escalada bas-
tante difícil.
 Escalar a Muralha. Sucesso em um
teste de Atletismo (CD 20) permite escalar o
equivalente a metade de seu deslocamento. A
chuva impõe uma penalidade de -4 no teste.
Escalando 15 metros de altura é possível
acessar a parte superior da muralha (aposento
2.15), de onde pode-se ver o pátio. Além da
dificuldade da escalada, também será difícil
não ser visto pelo vigia do portão (faça um
teste de Furtividade do PJ resistido a um teste
de Percepção do vigia – suas estatísticas estão
um pouco mais adiante). Se conseguir escalar
sem ser visto, o PJ poderá entrar no castelo
sorrateiramente – e então caberá ao mestre de-
terminar como a aventura seguirá a partir daí.
Uma descrição do pátio interior e das ameias
encontra-se mais adiante, na Parte 2, Cena 2.
A corrente ao lado do portão é ligada a um
sino que fica do outro lado da muralha – se
alguém puxar a corrente, poderá ouvir, por
baixo do forte ruído da tempestade, uma si-
neta tocar do outro lado. Poucos segundos de-
pois eles ouvirão passos se aproximando do
portão, e o vigia aparecerá. Leia-lhes o texto a
seguir.
Ao puxar a corrente, vocês ouvem um
baixo ruído, semelhante a uma sineta,
ecoar do outro lado do portão de ferro. Vo-
cês aguardam, tensos – e poucos instantes
depois voltam a ouvir um outro ruído
baixo, agora de passos pisando sobre o
chão lamacento e encharcado. Alguém pa-
rece estar se aproximando lentamente da
porta.
Uma forma humanoide, de constitui-
ção forte, aparece do outro lado do portão.
Ele segura um lampião, posicionado na al-
tura do rosto e final de seu braço estendido
de modo a iluminar o local onde vocês se
Assim como na primeira parte da aven-
tura, Expedição a Vârfulciori é uma aventura
genérica que utiliza regras OGL, especifi-
camente as regras de TORMENTA RPG.
Você pode adaptá-la para PATHFINDER
ou o bom e velho D&D 3.5 – ou qualquer
outro sistema OGL que desejar.
encontram. A luz também permite que vo-
cês vejam melhor a forma do outro lado:
um homem em idade adulta, forte e reco-
berto por uma pesada capa de viagem es-
cura, um pouco manchada e já encharcada
pela chuva. Na mão direita ele carrega o
lampião, enquanto com a outra segura o
cabo de uma espada presa a um cinto de
couro marrom com uma fivela de bronze
semelhante a um lobo. Presa em outra ba-
inha, do lado oposto, há também uma es-
pada curta. É possível notar algumas cica-
trizes em seu rosto, torcido em desagrado
e com uma aparência de poucos amigos.
“Quem são vocês? O que querem
aqui?”, ele pergunta rudemente com uma
voz esganiçada, movendo os olhos de um
a outro, analisando atentamente cada um
de vocês.
O homem do outro lado chama-se Lucas
e é o vigia do portão. Se conversarem com ele,
Lucas pode informar aos PJ que este é o Cas-
telo Vârfulciori, propriedade de Lady Lucy
Stoke. Se perguntarem por Gabriel, ele dirá
que não costumam receber visitantes e não
sabe nada sobre o rapaz – o que na verdade é
mentira. O mestre pode permitir um teste de
Intuição por parte dos PJ resistido a um teste
de Enganação de Lucas para que percebam
que o vigia parece esconder alguma coisa. Se
pedirem por abrigo contra a tempestade, ou se
pedirem para falar com Lady Lucy, precisarão
19
 cobertos por uma capa pesada para prote- (caso tenham capas). Na sala de estar, ela co-
ger-se da chuva que não dá trégua e conti- meçará a dialogar com os PJ (veja mais adi-
Como relatado na primeira parte da aventura (publicada na BC#14), Lady Lucy Stoke era nua a cair violentamente. ante).
uma jovem inocente até ser manipulada e amaldiçoada pela bruxa Nazyra, transformando-se “São viajantes, minha senhora, procu- Se os PJ atacarem Lady Lucy, Lucas ten-
em uma vampira. Embora Lady Lucy e Nazyra sejam ambas as vilãs malignas desta aventura, ram por alguém perdido na mata. Eu es- tará protege-la, colocando-se entre eles. A jo-
elas não são aliadas! tava para dispensá-los...” começa o vigia, vem tentará fugir – e se não tiver outra alter-
Lady Lucy odeia Nazyra, mas esconde este ódio pois teme os incríveis poderes sobrenatu- nervoso e descontente com a presença da nativa, assumirá sua forma de morcego (o que
rais da bruxa. Nazyra sabe do ódio da vampira, mas também sabe que a jovem não se atreverá outra criatura – que agora vocês podem acabará por revelar sua verdadeira natureza, e
a se voltar contra ela – a bruxa tem a capacidade de controlar mortos-vivos (através do talento ver tratar-se de uma mulher. Quando se neste caso o mestre poderá pular direto para a
Fascinar Mortos-Vivos) e utiliza essa habilidade para fazer com que Lady Lucy a obedeça. aproxima e alcança a porção coberta do Cena 2, já que não haverá mais diálogo entre
Nazyra usa Lady Lucy para atrair viajantes inocentes até o castelo para servirem como vítimas portão, ela puxa seu capuz encharcado os PJ e Lady Lucy). Se as coisas seguirem este
em seus rituais de sacrifício – como Gabriel, seduzido pela vampira a mando de Nazyra e para trás, revelando um rosto pálido e belo rumo, Lucas também revelará todos os seus
levado para as profundezas do castelo para ser sacrificado em um ritual macabro. Além disso, e interrompe o vigia com uma voz tão su- poderes (veja adiante).
a mera presença de Lady Lucy durante os rituais beneficia a bruxa durante os rituais (veja as ave quanto autoritária.
regras para sacrifícios nas pgs. 135-136 do Bestiário de Arton Vol. 1). Se os PJ falharam no teste de Diplomacia
O que a bruxa não sabe, contudo, é que Lady Lady tem tentado reunir poderes para “E com que autoridade você pretendia com Lucas e o mestre não quer introduzir
confrontar a bruxa – Salazar, por exemplo, foi a primeira cria vampírica criada por Lady Lucy dispensá-los sem me consultar, meu caro Lady Lucy na aventura neste momento, é pos-
sem o conhecimento de Nazyra. E agora, com a chegada dos aventureiros, a vampira vê sua Lucas?” O vigia se remexe desconfortável, sível que eles tentem derrubar a porta para en-
primeira verdadeira oportunidade de vingança. Ela acolherá os PJ dentro do castelo, mas não torcendo o rosto em uma careta: “Me des- trar. Neste caso, estas são as estatísticas da
passará nenhuma informação sobre Gabriel, Nazyra ou sua natureza vampírica (embora os culpe, senhora. Recebi ordens de Madame porta.
PJ possam descobrir um pouco a respeito ao longo da aventura). Conhecendo a típica natu- Nazyra para vetar a entrada de estranhos”.
 Porta Gradeada. Tam. Médio, CA 5
reza de heróis aventureiros, a jovem espera que eles explorem o castelo, confrontem Nazyra... A recém-chegada parece empertigar- (-5 Des), RD 5, 20 PV. Ladinagem CD 20 para
e finalmente a matem, livrando a vampira de seu tormento. se sobre o vigia, exalando um profundo ar destrancar.
de autoridade. Sua proximidade agora
lhes permite ver um pouco de seus traços: Caso a porta seja derrubada, Lucas atacará
ter sucesso em um teste de Diplomacia resis- Caso os PJ falhem no teste de Diplomacia, com violência – mas ainda não revelará sua
tido a um teste de Intuição do vigia. Em caso Lucas se negará a abrir o portão, mandando pele alva e lisa, de traços delicados, olhos
escuros, mas de alguma coloração vívida real natureza (veja a seguir). Em 1d4 rodadas,
de sucesso, leia o que se segue: que vão embora. Neste caso, o mestre tem Lady Lucy aparecerá e tentará interromper o
duas opções: deixar que os PJ encontrem uma indistinguível na escuridão. Os cabelos, li-
Muito a contragosto, o vigia enfia a geiramente umedecidos, são lilases, lisos combate, a fim de dialogar com os PJ. Se não
maneira de entrar no castelo (escalando ou funcionar, e os PJ a atacarem, ela tentará fugir
mão em um bolso interno da capa e tira e vívidos, e cascateiam-se por suas costas,
tentando derrubar a grade menor) ou, se qui- – de novo, podendo assumir a forma de mor-
dali um aro metálico com algumas chaves, ser simplificar, pode fazer com que Lady Lucy se abrigando no interior da capa. Ela olha
acompanhado de um muxoxo de descon- longamente para o vigia, mas logo o dis- cego, e neste caso Lucas também se revelará
apareça a fim de facilitar o acesso dos PJ ao por inteiro.
tentamento. Ele pega uma delas e a usa pensa, se aproximando do portão e di-
castelo. Neste caso, leia a eles o seguinte:
para destrancar a porta gradeada incrus- zendo: “Até onde sei, meu caro Lucas, As estatísticas de Lucas estão logo abaixo.
tada ao portão. A grade abre-se ruidosa- O vigia não parece disposto a permitir ainda sou eu, Lady Lucy, a governante de O que os PJ não sabem, por enquanto, é que
mente para o lado de dentro, e ele dá es- sua entrada e está pronto para abandoná- Vârfulciori. Abra a porta, eu decidirei o o vigia é um lobisomem a serviço do castelo.
paço para que entrem. los quando uma voz feminina atravessa o que será feito de nossos visitantes”. Lucas Bersicker era um aventureiro solitário,
pátio do outro lado do portão de ferro. “O até que foi mordido por um velho lobisomem
Depois disso, Lucas guiará os PJ para den- Muito a contragosto, o vigia obedecerá.
que está acontecendo?” Vocês veem uma que passou pelo Bosque Soturno no passado.
tro do castelo, até uma sala de estar (aposento Ao abrir a porta menor, a mulher pedirá que a
outra forma humanoide atravessar o es- Infectado pela maldição da licantropia, o rapaz
2.6 – veja a parte Entrevista com a Vampira); acompanhem, e levará os PJ até a sala de estar,
paço do outro lado, aproximando-se do vi- entrou em desespero, fugiu para o bosque e
se precisar de uma descrição do pátio e outros dentro do castelo (aposento 2.6). Ela deixará a
gia. Seu corpo e cabeça estão inteiramente acabou encontrando abrigo entre os lobos,
aposentos, veja mais adiante. Caso algum PJ capa no hall de entrada, pendurada em um ca-
decida atacar Lucas, as estatísticas do guarda bide, convidando os heróis a fazer o mesmo que se tornaram seus aliados. Em algum mo-
estão mais adiante. mento de seu isolamento, Lucas encontrou

20
Nazyra, e foi recrutado pela bruxa para atuar
como guarda do castelo – e também para vi-
giar Lady Lucy, relatando à bruxa todos os
movimentos da vampira.
O mestre deve usar Lucas com prudência.
Ele não é apenas um monstro para ser morto
pelos PJ, mas um PdM que poderá participar
de diferentes eventos durante a aventura. Ele
não revelará suas formas lupinas logo de cara,
apenas quando julgar que não há alternativas
– ou quando a própria Lady Lucy acabar por
revelar sua natureza.
 Lucas, Lobisomem: humanoide (hu-
mano), ranger 3, LN; ND 4; Médio, desl. 9m;
PV 36; CA 18 (+1 nível, +3 Des, +4 Con);
corpo-a-corpo: espada longa +5 (1d8+3, 19-
20) ou espada longa +1 (1d8+3, 19-20) e es-
pada curta +1 (1d6+3, 19-20); HE: faro, visão
na penumbra, RD 10/prata, empatia selva-
gem, inimigo predileto (animais e humanoi-
des), estilo de combate (luta com duas armas),
terreno predileto; Fort +7, Ref +6, Von +2;
For 15, Des 17, Con 18, Int 12, Sab 13, Car
10.
Perícias & Talentos: Adestrar Animais +6,
Atletismo +8, Cavalgar +9, Diplomacia +6,
Enganação +1, Furtividade +9, Iniciativa +9,
Intuição +7, Percepção +11*, Sobrevivência
+7; Usar Armaduras (leves e médias), Usar Ar-
mas (simples e marciais), Usar Escudos, Forti-
tude Maior, Reflexos Rápidos, Rastrear, Casca
Grossa, Saque Rápido, Combater com Duas
Armas, Especialização em Combate, Tolerân-
cia. (* Lobisomens tem bônus racial de +4 em
Percepção.)
Equipamento: espada longa, espada curta,
capa de chuva, colar de ouro (no valor de 110
PO).
Faro: +4 em Sobrevivência para rastrear e
detecta automaticamente criaturas a até 9m.
Empatia Selvagem: Pode fazer um teste Caso os PJ ataquem Lucas e/ou Lady Lucy até uma sala de estar dentro do castelo (apo-
de Diplomacia para se comunicar com animais sem ter qualquer motivo para isso (principal- sento 2.6). Enquanto seguem o caminho, o
(modificador +3 ou +7 para lobos). mente a jovem, que neste momento tentará mestre pode permitir um teste de Sabedoria
apenas dialogar com os heróis) e isso não fizer (CD 15) por parte de qualquer personagem
Inimigo Predileto: Recebe +4 em testes
parte de sua personalidade, o mestre poderá para que eles percebam algo curioso: apesar de
de Percepção, Intuição e Sobrevivência e em
penalizar os PJ no final da aventura. Um ata- sua grandiosidade, o castelo parece vazio e os
jogadas de dano contra animais e +2 nestes
que premeditado ou sem nenhum motivo só PJ não veem ninguém além da jovem e do tal
mesmos testes contra humanoides.
faria sentido para personagens das seguintes vigia.
Terreno Predileto: Recebe +2 na CA e tendências: CM, NM, CN (este último ainda
Na sala de estar, a jovem conversará com
em testes de Acrobacia, Atletismo, Furtivi- precisaria de alguma justificativa).
os PJ. Se precisar de uma descrição da sala de
dade, Percepção e Sobrevivência em florestas
De alguma maneira, espera-se que os PJ estar, veja mais adiante; se quiser uma descri-
(o castelo não é considerado floresta).
sejam conduzidos por Lady Lucy para o inte- ção física da mulher, leia-lhes o seguinte:
Maldição da Licantropia: Um huma- rior do castelo, para que a Cena 1 continue e
A mulher diante de vocês parece bas-
noide atingido pela mordida de Lucas deve ter eles possam dialogar um pouco. Contudo,
também é possível que os heróis partam direto
tante jovem, na casa dos 20 anos de idade.
sucesso em um teste de Fortitude (CD 15) ou
Tem traços delicados, de pele bastante
contrariará a licantropia. para a briga, confrontando Lucas e Lady Lucy
clara, quase albina, mas seus lábios são ro-
de maneira imprudente. Neste caso, o mestre
Mudança de Formas: Com uma ação sados. Os lindos cabelos lilases se esten-
poderá partir direto para a Cena 2, permitindo
completa Lucas pode mudar entre a forma hu- dem pouco abaixo de seu pescoço e seus
que os heróis explorem o castelo.
manoide, híbrida ou de lobo. Na forma huma- olhos amendoados tem coloração seme-
noide ele tem as estatísticas mostradas a cima; lhante ao cabelo, porém mais escuros. Seu
nas demais, as estatísticas são descritas abaixo corpo é bastante belo, e seus modos pare-
(ele mantém os mesmos PV, talentos e habili- Se a Cena seguir na direção de um diálogo cem sedutores, assim como suas vestes:
dades especiais da forma humanoide): entre os PJ e Lady Lucy, eles serão conduzidos calças de couro escuro, um corpete justo
Forma Híbrida: desl. 9m; CA 20 (+1 nível,
+3 Des, +4 Con, +2 natural); corpo-a-corpo:
espada longa +7 (1d8+5, 19-20) ou espada
longa +3 (1d8+5, 19-20) e espada curta +3
(1d6+5, 19-20) ou garras +3 (1d4+5) e mor-
dida +3 (1d6+5); Fort +7, Ref +6, Von +2;
For 19, Des 17, Con 18, Int 12, Sab 13, Car
10. Perícias: Adestrar Animais +6, Atletismo
+10, Cavalgar +9, Diplomacia +6, Furtividade
+9, Iniciativa +9, Intuição +7, Percepção
+11, Sobrevivência +7.
Forma de Lobo: desl. 15m; CA 22 (+1 nível,
+5 Des, +4 Con,+2 natural); corpo-a-corpo:
mordida +5 (1d6+3); Fort +7, Ref +8, Von
+2; For 15, Des 21, Con 18, Int 12, Sab 13,
Car 10. Perícias: Adestrar Animais +6, Atle-
tismo +8, Cavalgar +11, Diplomacia +6, Fur-
tividade +11, Iniciativa +11, Intuição +7, Per-
cepção +11, Sobrevivência +7.
21
 de cor azul escura e uma capa negra e
longa que se estende de seus ombros até o
chão, com ombreiras altas. Suas mãos es-
tão cobertas por delicadas luvas de seda e
ela calça botas escuras de cano e salto alto.
O teor do diálogo entre Lady Lucy e os PJ,
suas exatas palavras, vão depender de como
foi o encontro entre eles, mas abaixo estão al-
guns assuntos e diálogos que podem vir a sur-
gir na conversa.
 Quem é você? Onde estamos? Meu
nome é Lady Lucinda Stoke, filha do falecido Conde
Jonathan van Stoke, e este é o Castelo Vârfulciori,
minha propriedade. O que vocês, fazem aqui? Pare-
cem-me do tipo aventureiro, não? Falem-me a seu res-
peito.
 Vârfulciori. O que significa? A jo-
vem sorri alegremente, se lembrando de algo
do passado. Foi meu pai, quem deu este nome. Se-
gundo ele, significa “pico dos corvos”, o símbolo de
nossa família. Mas eu não saberia lhes dizer o idioma;
talvez tenha alguma relação com élfico antigo, já que
meu pai tinha sangue élfico.
22
 Você é meio-elfa? Não parece? Ela
volta a sorrir, descontraída. Não, não, sou intei-
ramente humana, assim como meus pais o eram. Mas
meu avô tinha sangue élfico, e este sangue também corre
em minhas veias. (Embora a família Stoke tenha
sangue élfico, esta ligação é muito antiga; em
regras, Lady Lucy é considerada humana, mas
tem alguns pequenos traços que lembram fei-
ções élficas, como o cabelo colorido e os olhos
amendoados.)
 Porque o vigia não queria que en-
trássemos? Não estamos acostumados a receber vi-
sitantes e Lucas não é conhecido por suas boas manei-
ras (se Lucas estiver presente, ela olhará envi-
esado para o vigia).
 Quem é a Madame Nazyra, que o
vigia mencionou? (Lucy fecha o rosto ao fa-
lar; sucesso em um teste de Intuição resistido
por um teste de Enganação da jovem permi-
tirá que os PJ percebam que ela tenta esconder
um certo desprezo.) Nazyra é minha serva pessoal.
Meu pai a trouxe de uma terra distante para servir
diretamente a mim. E ela continua a fazê-lo, mesmo
após a morte de meus pais. Temos nossas... diferenças.
Ela é super-protetora, e não gosta de visitas surpresas,
mas as decisões não cabem a ela e sim a mim.
 Como seus pais morreram? (Lucy
fecha os olhos, verdadeira tristeza em seu
rosto e sua voz.) Não gosto de falar deste assunto.
A perda deles ainda me dói muito, mesmo tendo ocor-
rido há vários anos. (Se insistirem neste assunto,
Lady Lucy se tornará inamistosa para com os
PJ.)
 Sabe alguma coisa sobre Gabriel?
Perdoem-me, mas não é um nome que eu reconheça.
Na verdade, não tenho por habito deixar o castelo e
não sei muito a respeito da aldeia próxima ao bosque...
Brumaluna, creio ser esse o nome, correto? Enfim, al-
guns criados ocasionalmente visitam a aldeia para com-
prar suprimentos, mas não sei dizer qual foi a última
vez em que estive lá. (Aqui o mestre pode permitir
um teste de Intuição dos PJ resistido por um
teste de Enganação de Lady Lucy; caso os PJ
vençam, sentirão que a jovem esconde alguma
coisa, mas não sabem dizer exatamente o quê.)
 Tem certeza de que não conhece
Gabriel? (Lady Lucy franze os olhos e parece
ofendida) Duvidam de minhas palavras? Devo lem-
bra-los que são convidados em minha propriedade, e o
mínimo que eu esperaria é um pouco de respeito!
 Você vive sozinha no castelo? Não
é perigoso? Como eu disse, tenho alguns serviçais
ao meu dispor, Lucas faz a vigília do portão e também
é o principal responsável por minha segurança.
 Parece um pouco solitário, não?
Lady Lucy dá um meio sorriso e move a mão
como se dispensasse o comentário. Não me im-
porto com este tipo de coisa. Gosto da solidão. Além
disso, a maior parte das pessoas que entraram em mi-
nha vida em algum momento se mostraram indignas
de confiança. (Se quiserem mais informações a
respeito, Lady Lucy não entrará em detalhes,
pedindo que respeitem sua privacidade.)
 O que pode nos dizer sobre o bos-
que? Não muito. Sei que existem alguns perigos es-
condidos em suas profundezas, como lobos, ursos e ou-
tros animais selvagens. Já ouvi falar de regiões amaldi-
çoadas, onde os mortos caminham, mas nunca os en-
contrei. Não é o tipo de ambiente que uma pessoa des-
preparada deva visitar.
 Sabe de algum outro lugar habitado
em meio ao bosque? Algum lugar para
onde Gabriel pode ter ido? Lady Lucy
franze o cenho enquanto pensa a respeito. Não
conheço muito o bosque, mas além da aldeia, nunca
ouvi falar de outro local habitado... exceto por Vârful-
ciori, é claro. Se o jovem que procuram realmente en-
trou no bosque temo que devam se preparar para o
pior... (Lady Lucy fala isso com pesar nos
olhos. O mestre pode permitir um teste de In-
tuição dos PJ resistido por um teste de Enga-
nação de Lady Lucy; caso os PJ vençam, per-
ceberão que o sentimento de pesar da jovem
não é verdadeiro.)
 Pode nos conseguir abrigo contra a
tempestade? Lady Lucy olha o grupo longa-
mente; sua mente parece viajar, analisando
possibilidades e alternativas, até que ela ins-
pira, sorri e responde. Não costumamos receber vi-
sitantes, e não temos muita comodidade a oferecer. Mas
sim, vocês podem passar a noite aqui, em Vârfulciori.
Pela manhã poderão seguir seu rumo, à procura de seu
jovem desaparecido. Não posso oferecer mais do que
isso aos senhores.
Depois de um certo tempo de conversas
(se tudo ocorrer bem) Lady Lucy se levantará
e dirá que o jantar já deve ter sido servido – o
Expedição a Vârfulciori ocorrerá quase
inteiramente à noite – embora a ideia é que
os PJ realizem a exploração do castelo du-
rante toda a noite, e concluam a aventura
no raiar do sol. Como a maioria dos apo-
sentos não tem muita iluminação (afinal, os
principais habitantes do castelo podem en-
xergar no escuro), os PJ terão que provi-
denciar sua própria fonte de luz.
As descrições dos aposentos em geral
consideram que os PJ têm alguma fonte de
iluminação; se não tiverem, talvez o mestre
precise fazer adaptações. Outra coisa que
deve considerar é que todos os testes de
perícia que dependam de visão (como tes-
tes de Procurar para encontrar alguma
coisa, ou mesmo testes de Ladinagem para
destrancar portas ou desarmar armadilhas)
serão feitos com penalidade de -4 caso o
personagem não seja capaz de enxergar no
escuro, na penumbra ou não tenha alguma
fonte de luz. Lembre-se disso ao longo da
aventura.
que pode deixar os PJ um pouco desconfortá-
veis, já eles não a viram chamar ninguém para
preparar a refeição. Ela os conduzirá à sala de
jantar (aposento 2.05), onde uma das mesas
estará posta com uma refeição modesta com-
posta de ensopado de legumes e carne de cor-
deiro. Os PJ podem se alimentar e continuar a
conversar durante o jantar. Lady Lucy comerá
muito pouco, mas permanecerá na companhia
dos heróis até que estejam satisfeitos.
Depois do jantar, Lady Lucy conduzirá os
PJ até os quartos no andar superior (aposentos
2.10) – eles podem se alojar em qualquer dos
três quartos na ala nordeste do castelo. Se pre-
cisarem de algo, ela pedirá que toquem a sineta
perto das camas, e alguém virá atendê-los (o
que não é verdade). Depois disso, ela se des-
pede deles.
Se tudo transcorrer conforme o planejado,
os PJ serão conduzidos aos quartos do andar
superior (aposentos 2.10), onde poderão des-
cansar um pouco. Considerando que eles não
tenham entrado em combate com Lady Lucy
e que tenham se alimentado e conversado, o
mestre pode permitir que eles descansem de
modo a restaurar parte de suas energias.
O objetivo agora é atiçar a curiosidade dos
PJ, fazendo com que eles explorem o castelo
por conta própria no meio da noite. Se toca-
rem a sineta para chamar alguém, ninguém
virá. Se eles não decidirem explorar o castelo
por conta própria, o mestre deverá criar situa-
ções que os inspirem a fazê-lo – sons de pas-
sos ou uivos no meio da noite, a sensação de
estarem sendo observados... enfim, use sua
imaginação para atiça-los. A ideia é não deixar
que os PJ apenas descansem. Algumas opções
são as seguintes.
Visita Fantasmagórica. Em algum mo-
mento um ou mais dos PJ será visitado pelo
fantasma de Samantha Harker, a falecida mãe
de Lady Lucy (veja na descrição dos quartos,
aposento 2.10, o que pode acontecer deste en-
contro). Esperamos que sua aparição seja su-
ficiente para fazê-los se envolver na trama.
Visita Lupina. Lucas Bersicker furtiva-
mente invade um dos quartos e tenta assassi-
nar os PJ. Agora ele revelará toda sua natureza,
assumindo a forma híbrida durante a luta.
Visita Vampírica. O mestre só deve usar
esse artifício se achar que há chances de um
ou mais PJ aceitarem se transformar em vam-
piros – o que, na verdade, trará outros pro-
blemas ao grupo, embora crie uma estória
complexa e interessante. Lady Lucy se apro-
ximará de um dos PJ no meio da noite e
tentará transformá-lo em vampiro. Se ela
tiver sucesso, há chance de que a vam-
pira consiga dominar o personagem
recém-criado (veja a descrição da
habilidade Cria), e então ela orde-
nará que o personagem recém trans-
formado convença seus compa-
nheiros a explorar o castelo e
matar Nazyra para que a jovem
se livre da bruxa de uma vez por
todas. Se não conseguir domi-
nar o personagem transfor-
mado, ou se não conseguir trans-
formá-lo, a vampira pode
ainda assim tentar con-
vencê-los a agir contra a
bruxa, revelando-se aos
personagens – o que é
um caminho arriscado
para ela, já que isso re-
velará inteiramente
sua traição. Ela pode,
inclusive, revelar que
Gabriel é mantido pri-
sioneiro nas catacum-
bas por Nazyra e será
sacrificado no final da
noite. A própria vampira,
contudo, não ajudará os PJ – ela não partici-
pará de combates e não ajudará a chegar até a
bruxa, pois não pode deixar que Nazyra des-
cubra sua traição.
Caso um dos PJ seja transformado e domi-
nado, haverá somente duas formas de livrar-se
da dominação da vampira: destruindo Lady
Lucy ou a convencendo a libertar o persona-
gem. Se os PJ destruírem Nazyra, a vampira
pode aceitar libertar o personagem transfor-
mado, se ele assim desejar. Reverter à
sua forma normal (deixar de ser um
vampiro) infelizmente não será
mais possível (por isso tenha cui-
dado se seguir este rumo).
Após todos os eventos inicias
de contato entre os PJ e a vam-
pira, em algum momento os he-
róis terão que explorar o castelo
por conta própria. Indepen-
dentemente dos rumos que a
aventura tomar, Lady Lucy
não os ajudará daqui para
frente, eles terão que explo-
rar o castelo por conta pró-
pria. A seguir temos a des-
crição dos principais lo-
cais do castelo. Em algu-
mas situações o mestre
terá que adaptar o texto
descritivo do aposento.
Embora Lucas Ber-
sicker seja o vigia do
castelo e por isso per-
maneça a maior parte do
tempo perto dos portões, a
presença dos PJ em Vârfulciori irá mudar um
pouco a rotina do lobisomem. O mestre pode
utilizá-lo da maneira que desejar, introdu-
zindo-o a qualquer momento. Se Salazar tam-
bém estiver vivo, você pode utilizá-lo como
achar mais conveniente – traindo os PJ em al-
gum momento crucial (se os estiver acompa-
nhando) ou surpreendendo-os e atacando fur-
tivamente. Salazar não é conhecido no castelo,
mas considere que ele entrará sorrateiramente
em algum momento a fim de ajudar sua mes-
tra.
Este amplo ambiente externo à estru-
tura cobre um espaço de quase vinte me-
tros de um ponto ao outro, embora não
seja inteiramente quadrangular. Um
grande portão gradeado, medindo cerca
de seis metros de altura, bloqueia a passa-
gem que conduz ao ambiente externo ao
castelo. Escadas em ambos os lados do
portão parecem conduzir a uma porção
superior da muralha e também é possível
ver um corredor estreito ao lado do portão.
O chão é de terra batida, atualmente en-
charcado e contando inúmeras poças cria-
das pela chuva.
Além do grande portão, somente ou-
tras três portas conduzem a este pátio ex-
terno. A maior delas, na porção nordeste,
constitui-se de portas duplas de carvalho
pesado e parece levar para o interior do
castelo. Pouco mais ao norte há outra
porta, esta menor, de madeira e reforçada
por barras de metal. A última porta fica
mais a sudeste, próxima ao portão de
ferro, e parece levar a uma estrutura mais
baixa anexa à muralha – possivelmente
um posto de vigia. Uma outra estrutura,
produzida com fortes toras de árvores so-
brepostas e um teto de sape, ocupa a por-
ção nordeste do pátio. As portas estão
23
 abertas, mostrando parcialmente seu inte-
rior. Trata-se de um estábulo, mas vocês
não conseguem ver se há movimentos em
seu interior.
Há janelas nas paredes de ambos os la-
dos, todas elas de vidro e metal. Sua super-
fície é fosca, impedindo ver claramente o
que há do outro lado. A chuva que insiste
em cair torna difícil olhar para o alto, mas
pelo que conseguem ver, as paredes da es-
trutura erguem-se por mais de cinco me-
tros. Quando um trovão lampeja distante,
sua luz permite que enxerguem alguns de-
talhes. Parecem haver outras pequenas
aberturas e janelas em alguns dos pontos
superiores, talvez conduzindo às câmaras
dos andares mais altos.
O pátio principal provavelmente será o
primeiro lugar que os PJ conseguirão alcançar
ao chegar em Vârfulciori. Se tiverem entrado
em conflito com Lucas e/ou Lady Lucy neste
lugar, sua exploração ao castelo começará por
aqui.
Exceto pelo portão de ferro, nenhuma das
portas que conduzem ao pátio está trancada,
os PJ podem atravessá-las sem problemas. A
pequena estrutura ao lado do portão é real-
mente um posto de vigia, onde Lucas descansa
enquanto cuida do portão. Se ele já não tiver
sido derrotado pelos heróis, o mestre pode fa-
zer com que o lobisomem encontre os PJ aqui
no pátio – e se mostrará muito descontente
com a intromissão dos heróis, vagando aleato-
riamente pelo castelo. Desta vez Lucas fará o
possível para incitar um confronto, provo-
cando e xingando os PJ. Quando o conflito es-
tourar, ele não pensará duas vezes e assumirá
forma híbrida, lutando ferozmente.
As duas escadas em espiral conduzem às
ameias (aposento 2.14); a passagem ao lado do
portão conduz ao corredor lateral (aposento
24
2.03) que dá acesso a duas outras escadas em
espiral.
A estrutura de madeira a direita das portas
de entrada é, de fato, um estábulo. De longe
parece vazio, mas se entrarem lá os PJ perce-
berão que há um grande animal quadrúpede
em uma das baias. Caso entrem no estábulo,
leia a eles o seguinte.
Logo que adentram a estrutura um
forte fedor atinge seus narizes: esterco
misturado a putrefação. Seus olhos lacri-
mejam devido aos fortes gases advindos
do processo de decomposição. Um ruído
à direita chama a atenção de vocês e logo
tudo faz sentido. Em uma das baias aber-
tas um enorme quadrúpede de olhos aver-
melhados se agita e vocês percebem que
parte da carne em seu pescoço foi arran-
cada. Os ossos das patas dianteiras estão
quase inteiramente expostos. Algumas
partes de seu corpo estão cobertas pelo
que parece ser uma armadura de couro e o
animal adianta-se na sua direção, dentes
apodrecidos e quebrados ansiosos por
morder qualquer coisa viva que puder en-
contrar!
Este animal era o antigo cavalo de guerra
do Conte van Stoke. Depois de tudo o que
aconteceu no castelo, o animal acabou mor-
rendo, mas a maldição que permeia a estrutura
não o deixou em paz – ele retornou na forma
de um zumbi. O cavalo ainda usa a armadura
de corselete de couro que tinha sido produzida
para ele quando estava vivo.
 Cavalo Zumbi: morto-vivo 8, N; ND
3; Grande, desl. 12m; PV 80; CA 15 (+2 nível,
-1 tamanho, +2 natural, +2 corselete de
couro); corpo-a-corpo: cascos +8 (1d8+9);
HE: morto-vivo, visão no escuro, visão na pe-
numbra, RD 5/corte; Fort +4, Ref +4, Von
+4; For 20, Des 11, Con –, Int –, Sab 10, Car
1.
Perícias & Talentos: Iniciativa +4, Percep- corvo, mas as teias e musgos que reco-
ção +11; Vitalidade x4. brem boa parte do item tornam difícil de-
finir. À esquerda e direita do escudo, dois
Morto-vivo: imune a atordoamento, dano de
longos estandartes com faixas brancas e
habilidade (Força, Constituição e Destreza),
azuladas se estendem quase do teto até o
dano não-letal, doença, encantamento, fadiga,
chão.
paralisia, necromancia, sono e veneno; não
precisa dormir, respirar ou se alimentar; não A falta de iluminação impede que ve-
recupera PV, sofre dano com magias de cura. jam muito da câmara, mas parece haver
uma mesa à esquerda e uma parede pou-
Redução de Dano: ignora 5 pontos de dano
cos metros à frente, com o que parecem
de cada ataque, a menos que sejam causados
longos armários.
por armas de corte.
Os PJ precisarão de alguma forma de ilu-
O cavalo-zumbi atacará imediatamente
minação para conseguir ver melhor o interior
quem entrar no estábulo. Caso os PJ não en-
da câmara. O corvo ilustrado no escudo é o
trem no estábulo, o mestre também pode fazer
símbolo da família van Stoke, visto em vários
com que o animal saia pela porta, procurando
pontos do castelo. Apesar das teias de aranha
pelos heróis quando eles entrarem no pátio.
e musgos que crescem no escudo, ele é uma
Uma busca dentro do estábulo permitirá peça muito bem trabalhada. Já as espadas, es-
encontrar duas selas muito bem trabalhadas tão velhas e enferrujadas.
com o símbolo da família van Stoke (um
 Escudo e Espadas: O escudo é um
corvo) gravado nelas. A armadura de corselete
escudo leve obra-prima (não confere penalidade
de couro que o cavalo-zumbi usa também
por armadura). As espadas estão velhas e en-
pode ser retirada depois que ele morrer e po-
ferrujadas e impõem -2 nas jogadas de ataque.
derá ser usada por qualquer outra montaria de
tamanho Grande. O armário na parede oposta à porta é um
armário de armas – alabardas, lanças e espadas
 Tesouros: Duas selas (20 PO cada)
curtas e longas estão colocadas ali. Todas são
com o símbolo da família van Stoke (corvo);
armas comuns, muitas delas danificadas, en-
corselete de couro para montaria Grande (400
ferrujadas ou sem fio, mas se desejar o mestre
PO, peso 14kg, CA +2, bônus máximo de
pode permitir que os PJ encontrem alguma
Destreza +6, penalidade por armadura 0).
coisa que lhes seja útil.
A porta para esta câmara é de madeira
reforçada por barras de ferro. Ela abre-se
para fora, um pouco emperrada. Vocês
percebem que as dobradiças estão tortas.
Do outro lado vocês encontram uma
câmara sem iluminação. À direita é possí-
vel ver uma parede com um escudo circu-
lar e duas espadas cruzadas logo atrás. Há
uma imagem incrustada em alto-relevo no
escudo. Parece uma ave escura, talvez um
25
 Se os PJ forem para a esquerda, na direção
da mesa, ouvirão um ruído de metal arra-
nhando. Há 1d4+4 esqueletos de antigos sol-
dados espalhados pela câmara, que se erguerão
e atacarão os heróis. Os esqueletos vestem res-
tos de armadura e erguem escudos velhos que
ainda conferem alguma proteção, e todos por-
tam espadas longas em suas mãos. Se tiverem
alguma fonte de luz, os PJ poderão perceber a
presença dos esqueletos rapidamente. Do
contrário, precisarão obter sucesso em um
teste de Percepção (CD 15) e, no caso de falha,
serão considerados surpreendidos quando os
esqueletos atacarem.
 Esqueleto (1d4+4): morto-vivo 1, N;
ND ½; Médio, desl. 9m; PV 6; CA 16 (+2
Des, +2 natural, +1 restos de armadura, +1
escudo); corpo-a-corpo: espada longa +2
(1d8+2, 19-20) ou garras +2 (1d4+2) ou 2 gar-
ras +0 (1d4+2); HE: morto-vivo, visão no es-
curo, RD 5/esmagamento, imunidade a frio;
Fort +0, Ref +2, Von +2; For 14, Des 16, Con
–, Int –, Sab 10, Car 1.
Perícias & Talentos: Iniciativa +6, Percep-
ção +4; Vontade de Ferro, Ataque Múltiplos.
Morto-vivo: imune a atordoamento, dano de
habilidade (Força, Constituição e Destreza),
dano não-letal, doença, encantamento, fadiga,
paralisia, necromancia, sono e veneno; não
precisa dormir, respirar ou se alimentar; não
recupera PV, sofre dano com magias de cura.
Redução de Dano: ignora 5 pontos de dano
de cada ataque, a menos que sejam causados
por armas de esmagamento.
Os esqueletos não devem ser um desafio
muito grande para os PJ. Há uma sala anexa à
sala da guarda com uma escrivaninha e um ar-
mário. Sentado à mesa há outro esqueleto, a
cabeça pendendo para trás e a boca escanca-
rada. Este era o chefe da guarda, e está real-
mente morto (mas deixe que os PJ descubram
isso sozinhos).
26
Dentro do armário há alguns pertences
pessoais do antigo chefe da guarda, incluindo
um machado grande. O machado, porém, está
equilibrado e escorado na porta, e quando o
armário for aberto, ele irá cair na direção de
quem estiver diante dele. Considere como
uma armadilha.
 Machado no Armário. Ladinagem
(CD 12) para encontrar. Não pode ser desar-
mada, mas pode ser evitada facilmente depois
de descoberta. O machado “ataca” com modi-
ficador +4. Se acertar, causa 1d12 de dano.
ND ¼.
O machado está em boas condições de
uso, caso algum PJ se interesse por ele. Há
também algumas moedas dentro do armário.
Procurando atentamente (Percepção CD 15)
também é possível encontrar uma manopla
com cravos.
 Armário: Machado grande, 2d10+10
PO, manopla com cravos (em combate desar-
mado causa 1d4 de dano letal e perfurante, de-
cisivo x2, peso 0,5kg, preço 5 PO), mantos e
roupas diversas.
Este corredor lateral percorre todo o lado
noroeste do castelo. As porções mais próxi-
mas do pátio (aposento 2.2) e o corredor à di-
reita da escada em espiral são cobertas, com
teto de pedra abobadado, enquanto o restante
fica à céu aberto. As partes cobertas têm ape-
nas dois metros de altura – personagens mais
altos do que isso sofrem -2 de penalidade em
testes que exijam liberdade de movimento,
como lutar.
Não há nada de importante neste corre-
dor; ele está inteiramente vazio. Contudo, per-
mite acesso à câmara subterrânea (aposento
2.19) e a torre norte (aposento 2.16). Além
disso, há duas passagens secretas neste corre-
dor, uma que conduz à escada em espiral que
leva ao quarto de Lucy (aposento 2.14) e à
torre central (aposento 2.17) e outra para um
corredor que dá acesso à câmara secreta (apo-
sento 2.08) e à sala de estar (aposento 2.06).
 Passagens Secretas. Procurar (CD
20) para encontrar. Anões recebem +2 no
teste.
Ao entrar neste grande aposento, vocês
sentem-se muito pequenos diante de ta-
manha imensidão. O grande salão de en-
trada do castelo tem mais de dez metros
de um lado a outro e o teto parece estar
aproximadamente à mesma distância para
o alto. Dois enormes candelabros de ferro
oscilam presos em correntes escuras, cada
um com pelo menos seis grandes velas
presas a eles. As chamas tremulam ligeira-
mente devido ao deslocamento de ar pro-
vocado por sua entrada ao aposento. A co-
bertura tem forma quase cônica e vocês
podem ver vitrais em sua superfície. A
chuva escorre pelo vidro e o
ocasiona estouro de um tro-
vão ilumina o aposento, confe-
rindo um ar lúgubre e sombrio
ao local.
Quatro pilastras circu-
lares estendem-se do
chão de mármore até
o teto, e duas grandes
estátuas situam-se na
porção oposta à Há duas mesas na cozinha, uma posi-
grande porta dupla
que conduz à área ex-
terna da estrutura. Es-
cadas sobem para o
andar superior, à es-
querda e à direita das
estátuas. Olhando para
o alto, vocês podem per-
ceber que este andar parece formar uma
espécie de mezanino, com aberturas em
arco que o conectam ao salão. Além das
escadas e da porta dupla que conduzem ao
pátio, duas outras passagens se interligam
ao local e dão entrada ao salão, com portas
de carvalho escuro em lados opostos.
Apesar de sua enormidade, o salão pa-
rece vazio, em sua maior parte. Um apara-
dor está posicionado à esquerda da porta
dupla, enquanto à direita vocês veem um
grande cabide, de onde pende uma capa
escura, pesada e encharcada. O gotejar no
chão de mármore ecoa pelo aposento va-
zio.
Embora o grande salão pareça vazio, há
1d4+1 morcegos atrozes escondidos em reen-
trâncias no teto. Quando (e se) os PJ passarem
por este salão acompanhados de Lady Lucy
durante a Cena anterior, os morcegos perma-
necerão escondidos e afastados. Para percebê-
los um PJ precisará ter sucesso em um teste de
Percepção resistido ao teste de Furtividade
dos morcegos (eles têm Furtividade
+13), mas só permita o teste se
algum jogador disser
que está procu-
rando por al-
guma coisa, e
mesmo que
tenha sucesso,
só perceberá
que há algo es-
condido no
alto.
Mais tarde,
quando os PJ esti-
verem explorando
o castelo por conta
própria, terão mai-
ores chances de ver
os morcegos. Eles
são inofensivos e não
atacarão os PJ a menos
que sejam molestados. Se não fizerem muito
barulho nem os atacarem, eles permanecerão
no alto sem atacar. Sair correndo, produzir
sons altos ou agredir as criaturas, porém, irá
imediatamente atiça-los, e então os morcegos
atacarão.
 Morcego Atroz (1d4+1): animal 4, N;
ND 2; Grande, desl. 6m, voo 12m; PV 28; CA
22 (+2 nível, +6 Des, +5 natural, -1 tamanho);
corpo-a-corpo: mordida +5 (1d8+5); HE: vi-
são na penumbra, percepção às cegas 18m;
Fort +7, Ref +10, Von +4; For 17, Des 22,
Con 17, Int 2, Sab 14, Car 6.
Perícias & Talentos: Furtividade +13, Inici-
ativa +8, Intuição +4, Percepção +9; Forti-
tude Maior, Reflexos Rápidos, Treino em Pe-
rícia (Furtividade), Foco em Perícia (Furtivi-
dade).
Os morcegos não lutam até a morte – se
chegarem a metade de seus PV, eles voam para
longe do alcance dos PJ, escondendo-se em
reentrâncias no teto. Se eles ficarem agitados,
um druida pode tentar usar Empatia Selvagem
para acalmá-los.
 Empatia Selvagem. Sucesso em um
teste de Empatia Selvagem (resistido pela In-
tuição +4 dos morcegos) permite ao druida
acalmar animais, que voarão para longe.
Não há itens de valor que possam ser en-
contrados no salão de entrada.
Uma enorme e pesada cortina averme-
lhada cobre as paredes do lado oposto à
porta de entrada deste aposento. A pouca
iluminação provém dos vários castiçais de
prata colocados sobre as duas longas me-
sas que ocupam a maior parte do ambi-
ente. Além delas, dois grandes armários
abrigam a louça de vidro e cerâmica, su-
gerindo que o ambiente é uma bela sala de
jantar.
As paredes à esquerda e à direita da en-
trada que liga este aposento ao salão prin-
cipal são belamente decoradas com ara-
bescos de ouro e prata. Além da porta de
entrada, a única passagem para este cô-
modo fica na parede da direita, com uma
porta do tipo “vai-e-vem”: sem maçaneta
ou fechadura, ela abre-se ao meio com
apenas um empurrão.
Quando os PJ forem convidados a jantar
com Lady Lucy, a mesa da direita estará posta,
com ensopado de legumes e carne de cordeiro.
Porém, não haverá ninguém no lugar (e se os
PJ forem até a cozinha, também a encontrarão
vazia). Mais tarde, quando eles estiverem ex-
plorando o castelo por conta própria, a co-
mida não estará mais na mesa e a louça estará
guardada. Se os PJ forem até a cozinha, leia-
lhes o seguinte:
Empurrando a portinhola, ela divide-
se ao meio e dá passagem para o que pa-
rece ser a cozinha. Ainda é possível sentir
um leve aroma de carne assada no ar, em-
bora o lugar esteja às escuras. Logo à di-
reita da porta de entrada há uma prateleira
com várias garrafas inclinadas; a maioria
parece estar vazia, mas algumas ainda
contém líquidos diversos em seu interior.
Ao lado, barris, armários e prateleiras ocu-
pam todo o espaço da parede.
cionada bem no centro, com várias pane-
las e frigideiras penduradas em um su-
porte metálico preso ao teto, e outra na pa-
rede oposta à entrada. Uma porta entrea-
berta ao lado desta segunda mesa parece
conduzir a uma espécie de despensa. Dois
grandes fogões estão posicionados à es-
querda da passagem de entrada e sobre
eles pode-se ver grandes janelas retangu-
lares com vidros foscos. A água da chuva
escorre pelos vidros e os ocasionais relâm-
pagos iluminam a cozinha.
De repente um ruído chama sua aten-
ção para um dos cantos à direita do apo-
sento. Instintivamente suas armas er-
guem-se prontas bem quando um trovão
estoura e ilumina o local, projetando uma
sombra enorme e monstruosa de forma
alongada que preenche o ambiente. Vocês
viram-se para o lado oposto, mas não en-
contram nada – o que quer que tenha pro-
jetado a sombra, não está mais lá...
Não diga isso aos jogadores, mas a sombra
projetada foi causada por um inofensivo rato
que cruzou o parapeito da janela bem quando
o trovão iluminou a cozinha. Deixe-os um
pouco tensos tentando descobrir o que os es-
preita e, depois de um tempo, permita que eles
27
 encontrem os ratos – há pelo menos três ratos
andando pela cozinha, mas eles são inofensi-
vos e fugirão caso sejam atacados.
Exceto pelos ratos, não há seres vivos den-
tro da sala de jantar e da cozinha. Há, porém,
alguns seres não-vivos. O que os PJ não sabem
é que os dois armários da sala de jantar, uma
das mesas da cozinha e os dois fogões são ob-
jetos animados, magicamente encantados para
servirem como serviçais (tudo bem que, em
regras, nem Nazyra nem Lady Lucy teriam
condições de criar estes objetos, mas... isso é
mesmo importante?). A tendência é que os ob-
jetos permaneçam imóveis a maior parte do
tempo, mas se algum dos PJ se aproximar de-
mais ou mesmo tocar um dos objetos, eles cri-
arão vida e atacarão, se retorcendo e arremes-
sando-se contra os heróis.
 Armário Animado (2): construto 2,
N; ND 2; Médio, desl. 9m; PV 30; CA 14 (+1
nível, +4 natural); corpo-a-corpo: pancada +2
(1d6+2); HE: construto, visão no escuro, RD
5/esmagamento; Fort +1, Ref +1, Von -4; For
12, Des 10, Con –, Int –, Sab 1, Car 1. Perícias:
Iniciativa +1, Percepção -4.
 Mesa Animada (1): construto 4, N;
ND 3; Grande, desl. 12m; PV 50; CA 15 (+2
nível, +4 natural, -1 tamanho); corpo-a-corpo:
pancada +5 (1d8+5); HE: construto, visão no
escuro, RD 5/esmagamento; Fort +2, Ref +2,
Von -3; For 16, Des 10, Con –, Int –, Sab 1,
Car 1. Perícias: Iniciativa +2, Percepção -3.
 Fogão Animado (2): construto 4, N;
ND 4; Grande, desl. 9m; PV 50; CA 15 (+2
nível, +4 natural, -1 tamanho); corpo-a-corpo:
pancada +5 (1d8+5 mais 1d3 por calor); HE:
construto, visão no escuro, RD 10; Fort +2,
Ref +2, Von -3; For 16, Des 10, Con –, Int –,
Sab 1, Car 1. Perícias: Iniciativa +2, Percepção
-3.
28
Construto: imune a atordoamento, dano de
habilidade, dano não-letal, doença, encanta-
mento, fadiga, paralisia, necromancia, sono e
veneno; não precisa comer, dormir ou respi-
rar; não recupera PV.
Uma vez resolvido o combate, os PJ po-
dem vasculhar estes cômodos. As cortinas na
sala de jantar escondem grandes janelas. Se
olharem atrás delas, os PJ poderão ver um es-
paço que segue entre a parede da sala de jantar
e a muralha principal do castelo – é o corredor
lateral (aposento 2.2). Eles também conse-
guem ver a alcova com as escadas que descem
para as câmaras subterrâneas. As janelas são
grandes (tem quase a altura da parede), mas
são de vidro e ferro; é possível quebra-las para
ter acesso ao corredor lateral, mas precisarão
arrebentar algumas barras metálicas.
 Barras da Janela. CA 4, PV 8, RD 10.
Na sala de jantar não há nada de útil que
possa ser encontrado, exceto pelos castiçais de
prata. Na cozinha há algumas facas que po-
dem servir como adagas e cutelos que funcio-
nam como machadinhas. Dentro da despensa
há alguns itens em conserva, carne seca e sal-
gada, queijos e outros alimentos que podem
ser úteis aos PJ, incluindo pelo menos dois
barris de cerveja (uma é horrível, bem aguada,
a outra é boa). Há também algumas ervas den-
tro da despensa – incluindo 1d3 ervas curati-
vas, como aquelas descritas na BC#14.
As garrafas ao lado da porta de entrada
contem, em geral, vinhos e outras bebidas di-
versas. Há um total de 10 garrafas contendo
líquidos e outras oito vazias. Uma das garrafas
de vinho está envenenada e outra contém um
vinho mágico curativo. Caso algum dos PJ
beba uma garrafa aleatória, o mestre pode jo-
gar 1d10; um resultado 1 significa que o per-
sonagem bebeu a poção de cura, um resultado
10 significa que bebeu o veneno, qualquer ou-
tro resultado indica uma bebida comum (claro,
se eles continuarem bebendo, as chances de
pegarem a poção e/ou o veneno aumentam...).
 Itens na Cozinha e Despensa. 4 fa-
cas de cozinha (adaga), 2 cutelos (machadi-
nha), 2 barris de cerveja (uma aguada, outra
boa), alimentos diversos, ervas curativas
(1d4+2 doses), 8 garrafas de bebida, 1 vinho
envenenado (três doses), 1 vinho curativo
(duas doses).
 Ervas Curativas. Conhecimento (Na-
tureza) (CD 20) para identificar; Conheci-
mento (Natureza) ou Cura (CD 15) para usar
– moer e ferver em água, criando uma pasta
que é aplicada nos ferimentos (restaura 2d4
PV por uso).
 Vinho Envenenado (3 doses). Ofí-
cio (Alquimia) (CD 15) para identificar. Ve-
neno de ingestão. Dano de 1 ponto temporá-
rio em Con (Fortitude CD 13 evita); um mi-
nuto depois causa mais 1d8 de dano temporá-
rio em Con (Fortitude CD 13 evita).
 Vinho Mágico (2 doses). Ofício (Al-
quimia) (CD 15) para identificar. Restaura
2d8+2 PV cada dose. Exige uma ação de mo-
vimento para usar.
Um calor agradável os recebe quando
adentram este cômodo. Uma chama
queima em uma lareira acessa junto à pa-
rede sudeste deste aposento. Duas poltro-
nas e um longo sofá posicionam-se diante
das chamas, formando quase um semicír-
culo. Um grande tapete vermelho e circu-
lar com uma ave negra estampada na sua
superfície está posicionado logo abaixo
destes móveis.
As janelas deste cômodo estão fecha-
das e cobertas por cortinas pesadas, o que
transmite uma sensação um pouco claus-
trofóbica. Duas portas conduzem ao seu
interior, em paredes paralelas. Há alguns
balcões nas paredes e sobre um deles um
busto pétreo como decoração. Na cornija
sobre a lareira, um quadro retangular mos-
tra a paisagem de uma bela floresta.
Esta é a sala de estar para onde Lady Lucy
conduzirá os PJ para conversarem. Não há
itens ou criaturas neste cômodo, exceto alguns
documentos velhos e inúteis. Sob o busto em
um dos balcões há uma placa de bronze onde
se lê: “Conde Jonathan van Stoke, castelão de
Vârfulciori” – o falecido pai de Lady Lucy. Há
também uma passagem secreta em uma das
paredes deste cômodo, aberta ativando-se um
pequeno dispositivo atrás de um dos balcões.
 Passagem Secreta. Procurar (CD 20)
para encontrar. Anões recebem +2 no teste.
As portas que ligam a biblioteca e a sala de
estar estão trancadas. Outra forma de entrar é
pela passagem secreta para a catacumba.
 Porta da Biblioteca. Tam. Grande,
CA 4 (-5 Des, -1 tamanho), RD 5/esmaga-
mento, 10 PV. Ladinagem CD 20 para des-
trancar.
 Passagem Secreta para Catacum-
bas. Procurar (CD 20) para encontrar. Anões
recebem +2 no teste.
Quando os PJ entrarem na biblioteca, leia-
lhes o que se segue.
Quando adentram este cômodo sua vi-
são é inteiramente preenchida por prate-
leiras e mais prateleiras com livros, tomos
e pergaminhos diversos. Sua entrada pro-
voca um deslocamento de ar que ergue
uma espessa camada de poeira, como se o
ambiente não fosse usado há muito
tempo. Junto dele, um cheiro de podridão
rapidamente assola suas narinas.
 Quando seus pés tocam o interior do
aposento, vocês ouvem um estranho som
ecoar em algum lugar distante. Forçando
a audição, pensam ser sussurros... mur-
múrios... ou apenas o vento uivando...
Se os PJ tiverem entrado na biblioteca pe-
las portas que a ligam à sala de estar (aposento
2.6), estarão diante da mesa central e você po-
derá ler o texto a seguir para eles (se tiverem
chegado pela passagem secreta, precisarão an-
dar um pouco pela biblioteca).
O cheiro de decadência acentua con-
forme vocês percorrem o local. Uma mesa
retangular está colocada quase no centro
da câmara, ao lado de um conjunto de pra-
teleiras. Uma pilha de livros parecia er-
guida ao lado da mesa, mas agora eles es-
palham-se no chão. Várias páginas se sol-
taram dos tomos e agora tremulam ao des-
locamento de ar provocado por sua en-
trada.
Alguma coisa parece balançar, presa a
uma corda que se estende até uma viga no
teto, logo a cima da mesa. Um trovão es-
toura, sua luz penetrando por janelas na
porção norte da câmara, permitindo que
identifiquem o objeto. Seus corações sal-
tam: uma forma cadavérica pendura-se na
corda, presa pelo pescoço torcido em um
ângulo impossível, com os braços pen-
dendo para baixo. A criatura era clara-
mente humanoide, embora seja impossí-
vel afirmar qualquer outra coisa – pelo es-
tado de seu corpo, deve estar pendurado
há muito tempo. É curioso que ainda não
tenha despencado.
Enquanto observam o cadáver, vocês
ouvem os estranhos murmúrios aumenta-
rem em intensidade. Atentos, olham ao re-
dor e procuram pela causa dos sons – não
é apenas o vento, definitivamente alguma
coisa geme e murmura em algum lugar
desta biblioteca!
O cadáver enforcado pertence ao Conde
van Stoke, antigo castelão, que cometeu suicí-
dio depois que descobriu que sua filha estava
envolvida com magia negra. Mas assim como
sua esposa, Samantha, van Stoke não encon-
trou descanso – ele retornou ao mundo dos
vivos na forma de um allip, uma espécie de
fantasma que retorna de uma morte causada
pela loucura a fim de se vingar dos causadores
de sua desgraça. O problema é que o ser fan-
tasmagórico nunca conseguiu confrontar a
real causadora de sua loucura, a bruxa Nazyra,
e por isso ele vaga pela biblioteca, o lugar de
sua morte.
 Jonathan van Stoke, Allip (1):
morto-vivo 4, NM; ND 3; Médio, desl. voo
9m; PV 24; CA 22 (+2 nível, +1 Des, +4 de-
flexão); corpo-a-corpo: toque espectral +3 (es-
pecial); HE: morto-vivo, incorpóreo, visão no
escuro 18m, murmúrio, enlouquecer, drenar
Sabedoria; Fort +2, Ref +5, Von +4; For –,
Des 12, Con –, Int 11, Sab 11, Car 18.
Perícias & Talentos: Furtividade +8, Inicia-
tiva +8, Intimidação +11, Percepção +7; Von-
tade de Ferro, Acuidade com Arma (toque),
Reflexos Rápidos.
Morto-vivo: imune a atordoamento, dano de
habilidade (Força, Constituição e Destreza),
dano não-letal, doença, encantamento, fadiga,
paralisia, necromancia, sono e veneno; não
precisa dormir, respirar ou se alimentar; não
recupera PV, sofre dano com magias de cura.
Incorpóreo: seres incorpóreos só podem ser
afetados por magias, armas mágicas ou outras
criaturas incorpóreas. Magias e armas mágicas
ainda tem 50% de chance de falharem (a me-
nos que sejam ataques de essência, como mís-
seis mágicos). Podem atravessar objetos sólidos,
mas não manipulá-los e são imunes a mano-
bras de combate, como agarrar e empurrar –
mas também são incapazes de realizar essas tenham armas mágicas em sua posse). Há uma
manobras. Seres incorpóreos sempre fazem única arma mágica que poderá ser encontrado
ataques de toque e não tem bônus de arma- ao longo da aventura, mas se os jogadores
dura natural, mas recebem bônus de deflexão ainda não as tiverem, talvez tenham muita di-
na CA igual ao modificador de Carisma. ficuldade no combate. Por isso, use-o com
prudência. O morto-vivo não se interessa
Murmúrios: um allip murmura e lamenta
muito por aqueles que não estão diretamente
consigo mesmo o tempo todo, criando um
ligados ao seu suicídio, portanto há 50% de
efeito hipnótico que exige sucesso em um
chance de que ele ignore a presença dos PJ –
teste de Vontade (CD 16) de todas as criaturas
e o mestre pode usar esse artifício para evitar
a até 18m. Aqueles que falharem são afetados
um confronto, caso julgue necessário. Se eles
por hipnotismo durante 2d4 rodadas. Sucesso
fugirem da biblioteca, o allip não os perse-
no teste torna o alvo imune durante um dia.
guirá.
Enlouquecer: personagens que usem efeitos
Há duas passagens secretas na biblioteca.
de detectar pensamentos ou controle mental
Uma leva às escadas que a ligam às catacumbas
em um allip sofrem 1d4 de dano temporário
subterrâneas do castelo, enquanto a outra leva
em Sabedoria.
a um aposento anexo a ela.
Drenar Sabedoria: o toque o allip não causa
 Passagem Secreta para a Sala Es-
dano em PV, mas drena 1d4 pontos perma-
condida. Procurar (CD 25) para encontrar.
nentes de Sabedoria. Para cada ataque bem-su-
cedido o allip restaura 5 PV. Nesta sala, van Stoke mantinha guardados
alguns dos seus documentos mais importan-
O allip tem forma vaga-
tes. Também foi ali que ele deixou
mente humanoide, exceto
uma carta explicando seu suicídio.
por não ter pernas, que se
Se os PJ encontrarem o lugar e le-
desfazem em vapor. A
rem a carta, leia-lhes o seguinte:
parte superior parece
uma criatura sombria A quem encontrar esta
coberta por um carta, saiba que o demônio ca-
manto esfarra- minha por Vârfulciori, na
pado; ele não tem forma de uma mulher que
um rosto reco- atende pelo nome de
nhecível. Nazyra. Eu a trouxe
para servir de criada para
Por ser um tipo de
minha querida filha, sem
fantasma, e por isso
qualquer ideia de sua per-
imune a ataques
versidade.
não mági-
cos, o allip Oh, Samantha, minha amada Sa-
pode se tor- mantha! Nossa filha, nossa querida
nar um de- Lucy, caiu nas garras deste monstro. Você
safio quase que lê, por favor, perdoe os atos insensatos
impossível de minha Lucy. Foi ela, a bruxa, quem a
para os PJ manipulou e a influenciou para realizar
(caso eles não aquele maldito ritual. Ah, se eu tivesse visto
29
 sua maldade a tempo... Se tivesse percebido o caminho
que minha filha trilhava... Magia negra! Agora minha
pobre Samantha jamais encontrará o descanso eterno.
Não posso continuar a viver depois de tudo isso.
Sem Samantha, vendo Lucinda trilhar este caminho
sombrio, transformar-se em uma serva das trevas, uma
filha da noite... Não, não posso continuar a viver deste
modo. Que os deuses tenham piedade de minha alma.
Assinado: Conde Jonathan van Stoke.
Junto da carta há um colar dourado com
uma joia em forma de cruz no centro. O colar
é um símbolo da fé sagrada, um item mágico de
proteção contra forças sombrias que van
Stoke usava quando era vivo, mas o guardou
aqui quando cometeu suicídio. Não há mais
nada de útil na biblioteca e na sala secreta.
 Símbolo da Fé Sagrada. O usuário
recebe +1 na CA e testes de resistência contra
criaturas de tendência Maligna e +2 no dano
contra criaturas Malignas dos tipos morto-
vivo e espírito. (Aura Tênue, Criar Itens Ma-
ravilhosos, tendência Bondosa, capacidade de
30
conjurar proteção contra o mal e auxílio di-
vino, 3.500 PO.)
A porta para esta câmara é inteiramente de
metal, com uma pequena viseira com grade na
parte superior. Ela está trancada, e há uma ar-
madilha que se ativa assim que a porta é des-
trancada ou sofre dano equivalente à metade
de seus PV.
 Porta de Metal. Tam. Médio, CA 5 (-
5 Des), RD 12, 60 PV. Ladinagem CD 25 para
destrancar.
 Armadilha na Porta. Procurar (CD
20) para encontrar (apenas ladinos), Ladina-
gem (CD 25) para desarmar. Dispara setas por
orifícios na própria porta, alvejando todas as
criaturas em um espaço de 1,5m à frente dela;
dano 6d4, Reflexos (CD 18) reduz à metade.
ND 1.
Se conseguirem destrancar a porta ou der-
rubá-la, poderão ver o interior da câmara –
que está inteiramente às escuras. Se tiverem al-
guma fonte de luz (ou se forem capazes de ver
no escuro) leia-lhes o texto a seguir.
Um rangido metálico alto ecoa pelos
corredores quando a porta se abre. Do ou-
tro lado, a câmara está totalmente às escu-
ras. Um catre com palha velha e suja está
colocado junto à parede leste, à esquerda
da porta de entrada, e um criado-mudo na
cabeceira, onde os restos derretidos de
uma vela cobrem sua superfície. Um
grande baú de madeira e ferro ocupa parte
da parede oposta à entrada, com dois
grandes cadeados que parecem manter a
tampa trancada. Nenhuma outra mobília
visível encontra-se nesta câmara de pare-
des de pedra úmida.
Um “catre” é uma espécie de cama rústica
e simples. Esta câmara secreta era usada por
van Stoke quando o nobre queria dar uma “es-
capadinha” com alguma serva – mas agora o
lugar é usado com outra finalidade.
O baú no canto da câmara guarda uma
bela arma mágica sagrada, carregada por um
antigo aventureiro que passou por Vârfulciori
no passado, mas foi enganado e morto pela
bruxa Nazyra. Já que não podia destruir nem
utilizar a arma, a bruxa decidiu trancafiá-la
nesta câmara, invocando um guardião para
resguardá-la: um mastim das sombras, uma
criatura extraplanar semelhante a um grande
cão negro, com cerca de meio metro de altura
nos ombros.
 Mastim das Sombras (1): espírito 4,
CM; ND 4; Médio, desl. 15m; PV 28; CA 18
(+2 nível, +2 Des, +3 natural, +1 Esquiva);
corpo-a-corpo: mordida +7 (1d6+5); HE: vi-
são no escuro 18m, faro apurado, ladrar, agar-
rar aprimorado, camuflagem de sombras; Fort
+7, Ref +5, Von +5; For 17, Des 13, Con 17,
Int 4, Sab 12, Car 13.
Perícias & Talentos: Furtividade +8, Inicia-
tiva +10, Percepção +9, Sobrevivência +4;
Fortitude Maior, Reflexos Rápidos, Vontade
de Ferro, Treino em Perícia (Percepção),
Treino em Perícia (Furtividade), Esquiva.
Ladrar: quando um mastim das sombras
uiva ou late todas as criaturas (exceto espíritos
malignos) a até 90m devem obter sucesso em
um teste de Vontade (CD 13) ou ficam apavo-
radas por 2d4 rodadas. Criaturas apavoradas
tentam fugir da fonte do medo; se não conse-
guirem, podem lutar, mas são consideradas
abaladas (-2 em todas as jogadas e testes).
Tendo sucesso ou não, a criatura torna-se
imune ao efeito deste mastim por 24 horas.
Agarrar Aprimorado: um mastim que acerte
o ataque com a mordida pode iniciar uma ma-
nobra agarrar como uma ação livre.
Camuflagem das Sombras: em qualquer situa-
ção de iluminação, exceto a luz do dia, o mas-
tim das sombras pode desaparecer nas som-
bras, recebendo camuflagem total (50% de
chance de erro em cada ataque). A magia luz
do dia cancela esse efeito, mas magias menos
poderosas não.
* As estatísticas deste mastim das sombras foram
adaptadas de sua versão original, por isso são diferentes
das estatísticas vistas no Bestiário de Arton Vol. 2.
O mastim das sombras se manterá oculto
nas sombras até que os heróis estejam dentro
da câmara. Ele então tentará primeiro se livrar
de qualquer fonte de luz disponível, para dei-
xar os PJ cegos no escuro. De qualquer ma-
neira, a menos que os PJ tenham algo que
imite os efeitos da magia luz do dia, ele poderá
se ocultar em qualquer sombra dentro do apo-
sento, por isso receberá camuflagem total (to-
dos os ataques têm 50% de chance de errarem,
mesmo que vençam sua CA).
O baú está trancado. Há duas fechaduras e
as chaves podem ser encontradas no castelo:
uma está escondida no piano, no salão de
dança (aposento 2.11) e a outra está escondida
na torre norte (aposento 2.16). Se as chaves
forem usadas, o baú se abrirá sem problema.
Abrir o baú sem o uso das chaves (como com
a perícia Ladinagem) irá ativar uma armadilha!
Em seu interior está a espada.
 Baú Reforçado. Tam. Médio, CA 5 (-
5 Des), RD 5, 30 PV. Dois sucessos em Ladi-
nagem CD 20 para destrancar.
 Armadilha no Baú. Procurar (CD 20)
para encontrar (apenas ladinos), dois sucessos
em Ladinagem (CD 20) para desarmar. Libera
gás venenoso que preenche uma área de 1,5m
x 1,5m na primeira rodada e se expande em
mais 1,5m nas próximas duas rodadas (co-
brindo uma área total de 4,5m x 4,5m). O gás
se mantêm ativo por 1d4+3 rodadas e depois
dissipa. Dano de 1 ponto permanente em Con
(Fortitude CD 18 evita); um minuto depois
causa mais 3d6 de dano temporário em Con
(Fortitude CD 18 evita). ND 2.
 Chaves do Baú. Destrancar um dos
cadeados com a perícia Ladinagem ou reduzir
os PV do baú a 15 ou menos ativa a armadilha
(a menos que já tenha sido desativada). Usar
as duas chaves automaticamente desativa a ar-
madilha; usar apenas uma das chaves des-
tranca um cadeado, mas não desativa a arma-
dilha.
 Espada Mágica. Runas incrustadas
na lâmina (Conhecimento: religião CD 15 para
identificar) a identificam como um item sa-
grado chamado “Santíssima”. Trata-se de uma
espada longa +1 (+1 nos ataques, dano 1d8+1,
dec. 19-20 x2). Empunhada contra criaturas
Malignas, a arma confere um bônus adicional
de +1 nas jogadas de ataque e dano. Criaturas
malignas não recebem nenhum benefício ao
utilizá-la e ainda sofrem um nível negativo.
(Aura Tênue, Criar Itens Maravilhosos, ten-
dência Bondosa, capacidade de conjurar ma-
gias divinas, 4.315 PO.)
Estas áreas do andar superior compõem
um grande e amplo mezanino que circunda o
salão de entrada (aposento 2.04). As paredes
que fazem ligação com o salão são abertas em
grandes arcos, então é possível ver todo o sa-
lão no primeiro andar enquanto se percorre
esse local. Deste modo, os morcegos atrozes
que sobrevoam o salão de entrada podem
acessar estas áreas de circulação livremente.
As áreas de circulação têm alguns móveis
e itens de decoração diversas, mas nada que
seja realmente útil para os PJ. Como o acesso
pode ocorrer por ambos os lados, não há um
texto descritivo da área (a descrição fica por
conta do mestre). Exceto pelos morcegos, não
há outras criaturas andando por estas áreas.
Há quatro quartos de hóspedes na ala leste
do castelo. Se os PJ tiverem conversado com
Lady Lucy e tiverem aceitado passar a noite no
castelo, ela os levará até estes quartos. Os he-
róis podem escolher ficar em quartos separa-
dos ou no mesmo aposento. Todos são mais
ou menos iguais, portanto você pode ler a des-
crição abaixo para qualquer deles.
De forma retangular, estes cômodos
são bastante simples: duas camas de sol-
teiro simples, um armário e uma mesa
simples com um tamborete são toda a mo-
bília em seu interior. Há algumas janelas,
bastante amplas e altas, cobertas por pesa-
das cortinas brancas e amareladas. Peque-
nas teias de aranha ocupam espaços aqui
e ali, principalmente nas vigas do teto, e o
ar é um pouco pesado – este quarto parece
estar fechado há algum tempo e a tempes-
tade que cai incessantemente impede que
abram as janelas. Não é o lugar mais con-
fortável em que já estiveram, mas também
está bem longe do pior...
O fantasma de Samantha Harker, mãe de
Lady Lucy, ocasionalmente se manifesta nos
quartos de hóspedes. Caso os PJ tenham con-
versado com Lady Lucy e tenham aceitado
descansar nos quartos, o fantasma de Saman-
tha poderá visita-los no meio da noite. Mas se
os PJ não tiveram nenhuma conversa e parti-
ram direto para a briga e agora estão explo-
rando o castelo, a fantasma pode se manifestar
diante deles quando entrarem em qualquer um
dos quartos. O mestre tem liberdade para de-
terminar quando e como deseja usá-la. Segue
abaixo uma descrição para quando ela surgir.
Um calafrio percorre suas espinhas e festação, incorpóreo, gemido aterrador, res-
vocês estremecem ligeiramente quando tauração; Fort +0, Ref +0, Von +3; For 8, Des
sentem uma estranha presença próxima. 11, Con –, Int 13, Sab 12, Car 19.
Uma bela mulher de longos e volumosos
cabelos cacheados materializa-se bem di- Perícias & Talentos: Conhecimento (Histó-
ante de seus olhos e caminha em sua dire- ria) +5, Conhecimento (Nobreza) +5, Diplo-
ção, a mão esquerda estendida a vocês. macia +8, Furtividade +0, Iniciativa +4, Per-
Ela veste o que parece ser uma longa e es- cepção +5; Usar Armas Simples, Usar Arma-
voaçante camisola branca, seus olhos es- duras Leves, Usar Escudos, Vontade de Ferro,
tão arregalados e seu rosto carrega uma Vitalidade.
expressão de tristeza e loucura. Sua pele é
Morto-vivo: imune a atordoamento, dano de
muito clara e vocês podem ver os contor-
habilidade (Força, Constituição e Destreza),
nos dos móveis atrás dela. O sangue ge-
dano não-letal, doença, encantamento, fadiga,
lado em suas veias, vocês enfim percebem
paralisia, necromancia, sono e veneno; não
que ela não caminha, mas flutua na sua di-
precisa dormir, respirar ou se alimentar; não
reção, movendo a forma translúcida atra- recupera PV, sofre dano com magias de cura.
vés do ar.
Manifestação: na maior parte do tempo Sa-
Embora seja um fantasma, Samantha não mantha permanece no Plano Etéreo, tor-
é uma criatura cruel – pelo contrário, é neutra nando-se invisível e inalcançável por aqueles
e boa, mesmo sendo um morto-vivo. que estão no Plano Material (o mundo dos vi-
 Samantha, Fantasma (1): morto- vos). Ela pode se manifestar no Plano Material
vivo (humana), plebeu 1, NB; ND 2; Médio, e então torna-se uma criatura incorpórea (veja
desl. voo 9m; PV 7; CA 14 (+4 deflexão); abaixo). Transitar entre o Plano Etéreo e o
corpo-a-corpo: toque da corrupção +0 (1d6); Plano Material é considerada uma ação livre,
HE: morto-vivo, visão no escuro 18m, mani- mas ela só pode fazer isso uma vez por rodada
(não pode se manifestar e desaparecer na
mesma rodada, por exemplo).
31
 Incorpóreo: seres incorpóreos só podem ser
afetados por magias, armas mágicas ou outras
criaturas incorpóreas. Magias e armas mágicas
ainda tem 50% de chance de falharem (a me-
nos que sejam ataques de essência, como mís-
seis mágicos). Podem atravessar objetos sólidos,
mas não manipula-los e são imunes a mano-
bras de combate, como agarrar e empurrar –
mas também são incapazes de realizar essas
manobras. Seres incorpóreos sempre fazem
ataques de toque e não tem bônus de arma-
dura natural, mas recebem bônus de deflexão
na CA igual ao modificador de Carisma.
Gemido Aterrador: usando uma ação padrão,
Samantha pode gemer e todos num raio de 9m
devem fazer um teste de Vontade (CD 14) ou
ficam apavorados por 2d4 rodadas. Sucesso
no teste torna a vítima imune por 24 horas.
Restauração: se for reduzida a 0 PV Saman-
tha deve fazer um teste de nível (1d20+1, CD
16). Se tiver sucesso, ela poderá retornar em
2d4 dias. A única forma de realmente matá-la
é ajudar a pobre fantasma a se livrar da mal-
dade que domina o castelo, matando Nazyra.
32
Embora tenha alguns poderes fantasma-
góricos, Samantha não pretende causar mal
aos PJ. Na verdade, ela “vive” em eterna tris-
teza, gemendo pelos cantos do castelo desde
sua “ressurreição”. Se for atacada, ela irá usar
seu gemido aterrador e depois recuará, fu-
gindo para o Plano Etéreo e tornando-se invi-
sível. Se os PJ tentarem conversar, entretanto,
a fantasma falará algumas incoerências, fa-
lando de sua desgraça e pedindo que se fujam,
pois um grande mal assombra o castelo. Su-
cesso em um teste de Diplomacia (CD 13) per-
mitirá que os PJ acalmem Samantha e ela, en-
tão, conversará um pouco com eles. A seguir
estão algumas das informações que eles po-
dem obter com ela.
 Quem ou o que é você? Não temam
mortais, não lhes desejo nenhum mal. Meu nome é Sa-
mantha Harker, esposa do Conde van Stoke. Fui aco-
metida de alguma doença estranha e sombria que me
levou para longe de meu amado esposo e minha filha.
Mas por obra daquela bruxa maldita, o descanso
eterno me foi negado e agora sou obrigada a percorrer
estes corredores pela eternidade.
 De que bruxa você fala? O que ela
fez? Que bruxa? Ora, aquele demônio em corpo de
mulher, aquela Nazyra. Meu marido a trouxe de uma
terra distante para servir de criada para minha que-
rida filha, minha inocente Lucinde. Não sabíamos de
sua natureza na época. Nazyra amaldiçoou o coração
de minha filha, manipulou a pobre menina e a conven-
ceu a realizar um ritual macabro para me trazer de
volta à vida. Não saiu conforme esperado, como podem
ver...
 Lucinde... fala de Lady Lucy? O
que houve com ela? Oh, pobre Lucinde, minha
pobre filha... a bruxa a manipulou, a corrompeu, fez
Lucy se envolver com forças sombrias e malignas. O
ritual não trouxe tormento apenas para mim... minha
pode Lucy também foi afetada. Nazyra a transformou
em um monstro!
 Lady Lucy transformada em mons-
tro? Que tipo de monstro? Uma filha das tre-
vas, é isso que minha filha se tornou. Mas ainda há
bondade nela, eu sei. Nazyra é a verdadeira culpada,
é ela quem amaldiçoa estas paredes. Ela realiza rituais
e sacrifícios nas profundezas do castelo. Encontrem-na,
livrem-se dela e talvez possamos encontrar descanso...
 Como podemos enfrentá-la? Pode
nos ajudar? Nazyra é humana, apesar de sua idade
excepcionalmente avançada. Seus poderes mágicos são
grandiosos, mas é possível vencê-la. Não posso lhes aju-
dar em muita coisa, mas sei da existência de um arte-
fato muito poderoso escondido em algum lugar no cas-
telo. Pertenceu a um jovem paladino, outra vítima da
bruxa. Encontrem sua arma mágica e suas chances de
derrota-la serão maiores.
 E quanto a Lady Lucy? Se ela se en-
tregou às trevas, teremos que matá-la! A
expressão de Samantha entristece ainda mais.
Façam o que acham que devem fazer. Mas saibam que
ainda há bondade em minha filha, eu sei disso. Ela
não tem forças para confrontar Nazyra, mas sei que
não considera a bruxa como uma aliada.
Samantha não é um inimigo para que os PJ
enfrentem e destruam. Na verdade, ela é um
PdM que prestará ajuda aos PJ concedendo in-
formações que lhes sejam úteis. O mestre deve
determinar quais informações Samantha po-
derá conceder e pode exigir testes de Diplo-
macia ou Obter Informações para consegui-
rem dicas úteis.
A porta para este quarto está trancada e so-
mente a própria Nazyra tem a chave.
 Porta de Madeira. Tam. Médio, CA 5
(-5 Des), RD 5, 20 PV. Ladinagem CD 16 para
destrancar.
Uma sensação desconfortável domina
seus corpos quando adentram este apo-
sento. O ar é pesado e fedorento, mas não
é apenas isso. Olhando ao redor, vocês
percebem uma série de detalhes perturba-
dores no ambiente.
De início, percebe-se que se trata de
um quarto amplo, com uma cama grande
e simples posicionada no centro ao fundo
do aposento, um armário e um balcão à es-
querda. No centro do aposento, um estra-
nho símbolo semelhante a um punhal no
centro do que parece uma meia lua dese-
nhada com tinta azulada e quatro velas
brancas que parecem ter sido queimadas
em volta do círculo.
A decoração do quarto também os
deixa bastante desconfortáveis. Ao lado da
cama, sobre uma cabeceira, um crânio
aparentemente humano serve de suporte
para uma vela queimada. À direita duas
prateleiras presas à parede sustentam vá-
rios livros e alguns frascos contendo ani-
mais mortos, ou partes destes animais.
Duas estranhas máscaras semelhantes a
formas demoníacas completam a decora-
ção à direita.
 Não há muita coisa de útil que possa ser
encontrado no quarto de Nazyra, mas a deco-
ração dá uma boa ideia da índole da persona-
gem. Sucesso em um teste de Conhecimento
(Arcano ou Religião) (CD 18) permitirá reco-
nhecer o símbolo desenhado no chão como
um símbolo ritualístico de invocação mística.
Há manchas de sangue no chão e é provável
que o símbolo tenha sido utilizado para algum
tipo de sacrifício. O teste também permite que
o personagem perceba que muitos dos itens e
decoração perturbadora espalhados pelo
quarto estão ligados a feitiçaria, magia sombria
e divindades malignas.
Não há mais nada de importante que os
heróis possam encontrar neste quarto.
A porta de madeira abre-se para um
aposento amplo com chão de mármore
claro. O local está às escuras, mas quando
a claridade de um novo trovão entra pelas
janelas vocês percebem, com assombro,
que o aposento está cheio de pessoas, to-
das posicionadas próximas às paredes.
Surpresos, vocês sacam suas armas e
preparam-se para o combate iminente –
mas então percebem que as “pessoas”
são, na realidade, manequins. Vários ma-
nequins e cabides de suporte estão espa-
lhados por este ambiente, todos com lon-
gos e volumosos vestidos e trajes de gala.
Olhando com mais atenção, vocês con-
seguem ver, no fundo do salão, um móvel
grande e escuro, semelhante a uma mesa,
mas com um formato curioso – um piano,
talvez. Um bandolim também parece es-
corado sobre um tamborete logo ao lado.
Não há movimentos no aposento.
Este salão era usado para eventos sociais –
bailes, danças, etc. Agora está abandonado e
muitos dos trajes do falecido conde van Stoke
e sua esposa continuam pendurados em cabi-
des e manequins. Não há criaturas neste salão,
exceto aranhas e pequenos insetos inofensi-
vos. Há, porém, duas coisas interessantes.
O piano tem uma gaveta secreta. Encon-
trá-la exige sucesso em um teste de Procurar
(CD 18). Ali dentro há uma chave de ferro e
um pequeno bilhete escrito: “Baú de tesouro.
Cuidado. Precisa de outra”. Esta é uma das chaves
para abrir o baú na câmara secreta (aposento
2.08).
O outro item interessante é o bandolim re-
costado sobre o tamborete (um banquinho).
Parece um item comum e sem importância,
mas se alguém começar a tocá-lo (o que exige
uma ação padrão e sucesso em um teste de
Atuação: Música CD 12) todos a até 9m que
puderem ouvi-lo se sentirão confiantes e mais
habilidosos. Em regras, todos recebem +2 de
bônus de competência nos testes de perícia
(como na habilidade de bardo Inspirar Compe-
tência). O problema é que depois que começa a
tocar, o personagem precisa ter sucesso em
um teste de Vontade (CD 15) ou não conse-
guirá mais fazer nada, a não ser continuar to-
cando! E mesmo que tenha sucesso (ou
mesmo que alguém o force a parar), a cada
hora que permanecer a até 9m do bandolim o
personagem deverá fazer um novo teste de
Vontade (CD 15): se falhar, será impelido a
pegar o bandolim e começar a tocar nova-
mente! O mestre deve usar essa penalidade do
item em momentos cruciais – por exemplo,
forçar um teste de resistência quando os PJ es-
tiverem tentando ser silenciosos.
Não há mais nada de importante no salão.
 Chave do Baú. Escondida no piano
(Procurar CD 18), abre um dos cadeados do
baú no aposento 2.08.
 Bandolim Mágico. Teste de Atuação:
Música (CD 12) para tocar (ação padrão).
Confere +2 em todos os testes de perícia de
quem estiver ouvindo, mas o músico deve ter
sucesso em um teste de Vontade (CD 15) ou
não conseguirá parar de tocar. A cada hora que
estiver a até 9m do bandolim esse músico deve
fazer um novo teste de Vontade (CD 15) ou
será impelido a voltar a tocar. (Aura Tênue,
Criar Itens Maravilhosos, treinado em Atua-
ção: Música, habilidade de classe música de
bardo, 900 PO.)
O ambiente no qual entraram é bas-
tante simples: uma escrivaninha junto à
parede da direita e uma prateleira com li-
vros cobrindo a da esquerda. Uma janela
com vitrais do lado oposto à porta está
quebrada e a chuva cai fortemente, mo-
lhando o piso do aposento. Vá-
rios dos livros e docu-
mentos também estão
molhados.
Este cômodo era usado
como um antigo escritório de
van Stoke. Agora o lugar está
abandonado e ninguém mais o
usa.
Este aposento pode ser
acessado pela entrada no se-
gundo andar ou pela passagem se-
creta que o conecta a uma escada em
espiral que desce para o corredor late-
ral ou sobe para a torre central. A des-
crição abaixo leva em consideração que
os PJ entraram pela porta de entrada; se
eles usaram a passagem secreta, adapte o texto.
 Passagem Secreta. Procurar (CD 20)
para encontrar. Anões recebem +2 no teste.
O cômodo pelo qual vocês passam é
amplo e bem mobiliado. Uma grande
cama de casal com belo dossel de tapeça-
rias avermelhadas ocupa o centro à es-
querda da entrada. Um sofá e uma pol-
trona posicionam-se na parede da direita,
enquanto no lado oposto pode-se ver uma
lareira e um grande baú. Sobre a cornija da
lareira, uma bela cimitarra está pendurada
e presa em ganchos. Um cabide posici-
ona-se à direita da porta de entrada, onde
uma capa muito escura está pendurada.
Um grande tapete vermelho, com uma ave
negra estampada em seu centro, completa
a mobília.
Há somente duas portas para este belo
quarto, ambas na mesma parede oeste.
Pesadas cortinas parecem cobrir as janelas
situadas
nas pare-
des à es-
querda e à
frente da porta de
entrada. Não há
qualquer movi-
mento ou som no
lugar, exceto
pela chuva ba-
tendo na janela.
Este é o
quarto de Lady
Lucy. Há uma pas-
sagem secreta em uma
das paredes, perto do
sofá (veja a coluna ao lado) e
a outra porta à esquerda da entrada
principal leva a um closet, com roupas,
sapatos, perfumes e pequenas joias de
pouco valor. O baú ao lado da lareira também
contém roupas e a cimitarra sobre a cornija
(aquela plataforma logo a cima da lareira) é
uma peça normal.
A capa pendurada no cabide é o único item
nada normal. Não é realmente um manto, mas
33
 um mantor, uma criatura semelhante a uma ar-
raia com o dorso escuro e o ventre branco ca-
paz de se camuflar como um manto. Ele ata-
cará qualquer um que tocar nele ou mesmo se
aproximar, se considerar que a vítima pode
servir de alimento. Perceber o mantor exigirá
sucesso em um teste de Percepção (CD 35);
do contrário, o alvo será considerado surpre-
endido.
 Mantor (1): monstro 6, NM; ND 5;
Grande (alto), desl. voo 18m; PV 60; CA 20
(+3 nível, +3 Des, +4 natural); corpo-a-corpo:
mordida +10 (1d6+7); HE: percepção ás ce-
gas 12m, visão no escuro, imunidade a sônico,
ataque sônico, criatura das trevas, envolver,
imobilidade; Fort +7, Ref +8, Von +5; For 18,
Des 16, Con 14, Int 11, Sab 15, Car 15.
Perícias & Talentos: Iniciativa +12, Percep-
ção +11; Fortitude Maior, Reflexos Rápidos,
Vitalidade x2, Foco em Arma (mordida).
Ataque Sônico: pode usar uma ação padrão
para emitir um ataque sônico em um cone de
12m. Dano 4d6+3 e atordoamento (incapaz
de agir e desprevenido, CA -4). Vontade (CD
15) reduz à metade e evita atordoamento.
Criatura das Trevas: em área de baixa ilumi-
nação (uma tocha ou menos) recebe +4 em
testes de resistência e é considerado sob camu-
flagem (ataques tem 50% de chance de errar).
Envolver: usando uma ação padrão, pode
tentar envolver uma criatura Grande ou me-
nor; faz uma manobra de combate de toque
(modificador +14 feito contra um teste de Re-
flexos) e se vencer agarra a vítima e causa dano
da mordida (1d6+7). Ele acerta automatica-
mente uma criatura envolvida e se sofrer ata-
ques, o dano é dividido entre o mantor e a ví-
tima envolvida.
Imobilidade: perceber um mantor imóvel
exige sucesso em um teste de Percepção (CD
35).
34
Exceto pelos itens no closet, a cimitarra na
cornija e o próprio mantor não há nada de
grande importância no quarto.
 Closet: Perfumes, pequenas joias e
vestuário diverso no valor total de 500 PO.
Identificar os itens de maior valor pode exigir
testes apropriados de Ofício (CD 10).
 Cornija: Cimitarra comum.
As ameias podem ser acessadas pelas esca-
das em espiral no pátio de entrada e percorrem
toda parte dianteira e lado direito do castelo.
É possível olhar pelas ameias e enxergar o
Bosque Soturno adiante. As ameias também
dão acesso a uma das torres (aposento 2.18).
A princípio não haverá ninguém neste lo-
cal. A segurança do castelo é feita por Lucas
Bersicker, o lobisomem que atua como vigia.
Se os PJ estiverem perambulando pelo castelo,
há possibilidade de encontrarem o vigia aqui
nas ameias (se já não o tiverem enfrentado).
Quando os PJ decidirem subir a escada em
espiral, leia-lhes o seguinte:
A escada em espiral à sua frente sobe
longamente, com apenas al-
gumas poucas aberturas
retangulares na parede
norte, poucos centí-
metros de largura e
meio metro de altura.
A água da chuva passa
através dessas aber-
turas e torna alguns
degraus escorrega-
dios. O vento parece
correr pela torre, às
vezes de cima para
baixo outras de baixo
para cima, sem um padrão, assobiando
conforme se desloca.
Repentinamente um forte estouro
vindo do alto os faz estremecer de susto –
alguma coisa forte e pesada parece ter se
chocado contra a pedra. Vocês param por
alguns instantes e tentam ouvir algo... mas
a tempestade impede que distingam qual-
quer coisa. Até que o estouro se repete! De
novo, o ruído de uma forte batida ecoa de-
graus abaixo, acompanhado do constante
assobio provocado pelo vento!
Se os PJ quiserem ficar ouvindo por mais
algum tempo, o ruído se repetirá algumas ve-
zes, sem nenhum padrão. Peça que façam um
teste de Sabedoria (CD 15) e em caso de su-
cesso você pode dizer-lhes que o som parece
uma porta batendo. De fato, se continuarem
subindo eles acabarão em uma forte porta de
madeira entreaberta. Uma das janelas da torre
está com o vidro quebrado, o que faz com que
o vento entre e mova a porta de forma aleató-
ria, ocasionalmente batendo com força. Se eles
subirem, leia-lhes o seguinte:
Sua subida em círculo termina em uma
forte porta de madeira reforçada por bar-
ras de ferro. Vocês percebem que a porta
está entreaberta e o vento que sopra do ou-
tro lado ocasionalmente a
faz se chocar contra a
moldura, provocando o
forte estouro.
Vocês abrem a porta
lentamente e logo
compreendem a ori-
gem do forte venda-
val: uma das janelas,
do lado oposto à
porta de entrada, está
com o vidro quebrado.
Chuva e vento forte passam
através dela, encharcando o piso de pedra.
Olhando com mais atenção o restante
do cômodo, vocês percebem que a torre
tem um formato quadrangular com cantos
arredondados. No centro do aposento há
uma estrutura circular de madeira onde al-
gumas lanças e espadas estão escoradas.
Uma das lanças caiu no chão, provavel-
mente empurrada pelo vento. As paredes
são de pedra nua, sem nada sobre elas –
exceto duas trombetas, posicionadas em
paredes opostas. Uma curiosa estrutura
em forma de cone com a ponta voltada
para baixo, similar a uma estalactite,
pende exatamente do centro do aposento.
Este lugar é uma mera torre de vigia aban-
donada. As trombetas eram usadas para soar o
alarme e alertar sobre possíveis invasores.
Hoje o lugar está abandonado. As trombetas e
as armas são itens mundanos.
A estrutura em cone no centro do apo-
sento não é natural – trata-se de um manto ne-
gro, uma criatura que geralmente vive presa ao
teto de cavernas, espreitando para atacar de
maneira sorrateira. Sucesso em um teste de
Percepção resistido à Furtividade da criatura
permitirá perceber sua real natureza. Quando
todos estiverem dentro da torre, o manto ne-
gro saltará e iniciará o combate.
Primeiramente, todos deverão fazer testes
de Percepção resistido pela Furtividade do
manto negro. Aqueles que falharem serão con-
siderados surpreendidos na primeira rodada
(não podem agir e sofrem -4 na CA). Em se-
guida faça os testes de Iniciativa para determi-
nar a ordem com que cada um age. Na pri-
meira rodada, o manto negro usará sua habili-
dade de escuridão em uma das lanças escoradas,
gerando uma aura de escuridão de 6m de raio
(cobrindo, assim, toda a torre) e logo depois
atacará. Exceto pelo próprio monstro e os
poucos itens mundanos no cômodo, não há
mais nada de útil na torre norte.
 Manto Negro (1): monstro 3, N; ND
1; Pequeno, desl. 6m, voo 9m; PV 21; CA 18
(+1 nível, +1 tamanho, +6 natural); corpo-a-
corpo: pancada +7 (1d4+4); HE: percepção às
cegas 27m, visão no escuro, escuridão, agarrar
aprimorado, constrição 1d4+4; Fort +4, Ref
+3, Von +1; For 16, Des 10, Con 13, Int 2,
Sab 10, Car 10.
Perícias & Talentos: Furtividade +10, Inici-
ativa +6, Percepção +6; Fortitude Maior, Re-
flexos Rápidos, Treino em Perícia (Iniciativa),
Treino em Perícia (Furtividade).
Escuridão: uma vez ao dia o monstro pode
usar escuridão com uma ação padrão.
Agarrar Aprimorado: se acertar um alvo de
tamanho Grande ou menor o manto negro
pode iniciar uma manobra Agarrar como uma
ação livre. Se conseguir, prende a vítima e po-
derá usar a Constrição a partir da próxima ro-
dada.
Constrição: uma vítima agarrada sofre
1d4+4 de dano por rodada que permanece
agarrada, sem a necessidade de testes. O
manto negro ainda pode atacar outros alvos
enquanto agarra, mas não pode agarrar outra
vítima.
Esta torre só pode ser acessada por passa-
gens secretas. As escadas conectam o andar
térreo a uma passagem que conduz ao quarto
de Lucy e ao topo da torre. A porta para a
torre está fortemente trancada.
 Porta da Torre Central. Tam. Médio,
CA 5 (-5 Des), RD 6, 10 PV. Ladinagem CD
18 para destrancar.
A porta adiante abre-se para um cô-
modo com formato aproximadamente
quadrado, mas com cantos arredondados.
Há janelas em todas as paredes, todas co-
bertas por vidro e barras metálicas, que
permitem enxergar longe nas quatro dire-
ções. Um lugar perfeito para observar os
arredores do castelo.
Quase no centro do aposento há uma
mesa circular com várias gavetas. O
tampo da mesa é ilustrado com o que pa-
rece ser um céu estrelado. Muitos dos pon-
tos brilhantes estão ligados por linhas
também brilhantes, formando certos pa-
drões geométricos. As paredes são cober-
tas por estantes com livros, tomos e perga-
minhos diversos, exceto pelos pontos
onde grandes janelas mostram o exterior.
Todas estão fechadas. À frente da janela
norte uma grande luneta prateada está de-
positada sobre um tripé com rodas de
ferro, a lente voltada na direção da janela
fechada.
Uma das paixões de Samantha Harker era
observar as estrelas. Ela era fascinada por
constelações e corpos celestes, por isso o
Conde van Stoke fez desta torre seu observa-
tório particular. Atualmente o lugar está vazio.
Um teste de Conhecimento (Arcano), In-
teligência ou outro Conhecimento ligado a as-
trologia (CD 15) permite identificar os pa-
drões sobre a mesa como representações de
algumas constelações. Os livros, tomos e per-
gaminhos também são todos sobre este as-
sunto, incluindo alguns que falam sobre rela-
ções entre astrologia e feitiçaria (mas nada so-
bre bruxaria ou magia negra, apenas magia
branca e natural).
Dentro de uma das gavetas da mesa há
uma pequena chave. Esta é a outra chave que
abre um dos cadeados do baú no aposento
2.08. Encontrá-la exige sucesso em um teste
de Percepção (CD 10). A luneta é um item co-
mum, mas muito bem trabalhado, conside-
rado um objeto de arte.
 Chave do Baú. Dentro da gaveta
(Procurar CD 10), abre um dos cadeados do
baú no aposento 2.08.
 Luneta. Feita de prata e cheia de ara-
bescos, considerado objeto de arte no valor de
400 PO.
Os degraus de pedra sobem circular-
mente e conduzem diretamente ao interior
de uma torre aproximadamente circular.
Há somente uma grande janela alta com
vidro fosco, por onde a luz de ocasionais
relâmpagos ilumina o cômodo.
A ausência de luminosidade torna difí-
cil distinguir com perfeição o interior da
torre, cujas paredes parecem cobertas por
prateleiras onde estranhos utensílios de vi-
dro, metal e cerâmica estão organizados –
garrafas, potes, frascos, tigelas dividem
espaço com tubos de ensaio, provetas gra-
duadas, pipetas e outros itens diversos. O
lugar parece uma espécie de laboratório
alquímico.
Um novo relâmpago estoura e ilumina
o cômodo, mas desta vez a luz projeta no
chão a sombra do que parece ser um
grande humanoide com chifres segurando
um cajado. Rapidamente vocês viram-se
na direção de onde a tal criatura deveria
estar – mas não vem nada. Talvez seja ape-
nas sua imaginação...
Esta torre é, de fato, um laboratório alquí-
mico. O problema é que o lugar não está tão
vazio: dois minúsculos diabretes escondem-se
ali dentro, prontos para causar mal a qualquer
invasor. Os diabretes são criaturas diabólicas e
malévolas que gostam de brincar e causar dor
e sofrimento a todos os seres vivos. Não é raro
que sirvam a conjuradores malignos – como
Nazyra.
 Diabrete (2): espírito 3, LM; ND 2;
Mínimo, desl. 6m, voo 15m; PV 12; CA 19 (+1
nível, +2 tamanho, +6 natural); corpo-a-
corpo: ferrão +8 (1d4+1 mais veneno); HE:
visão no escuro, imunidade a fogo e veneno,
RD 5/Bondosa, resistência 10 contra ácido e
eletricidade, invisibilidade, veneno; Fort +3, Ref
+6, Von +3; For 10, Des 17, Con 10, Int 11,
Sab 10, Car 13.
Perícias & Talentos: Furtividade +17, Iden-
tificar Magia +6 (ou +10), Iniciativa +9, Per-
cepção +6; Fortitude Maior, Reflexos Rápi-
dos, Vontade de Ferro, Acuidade com Arma
(ferrão), Foco em Habilidade (veneno) ou
Foco em Perícia (Identificar Magia).
Invisibilidade: pode usar invisibilidade livre-
mente.
Veneno: ferimento (ferrão), CD 13 (ou CD
11), 1d6 de dano em Destreza.
Equipamento: um dos diabretes está com
uma varinha de mísseis mágicos nas mãos. A vari-
nha tem 20 PM (ou seja, pode disparar 20 mís-
seis mágicos). Este diabrete tem o talento Foco
em Perícia (Identificar Magia) no lugar de
Foco em Habilidade.
Um dos diabretes está com uma varinha de
misseis mágicos nas mãos e irá usá-la contra os
PJ. O problema é que para usar ele precisa ob-
ter sucesso em um teste de Identificar Magia
(CD 25) e seu modificador é +10 – o que sig-
nifica que ele deve obter 15 ou mais na jogada
para que a varinha funcione.
Os diabretes tentarão pegar os PJ despre-
venidos, escondendo-se nas sombras e ata-
cando quando acharem mais conveniente.
Eles também podem brincar um pouco com
os heróis antes de atacar, fazendo barulhos em
lugares afastados, deixando-os nervosos.
35
 Além da varinha de mísseis mágicos do dia-
brete há também 1d2+1 poções de curar feri-
mentos moderados escondidas no meio de todos
os frascos e utensílios de laboratório. Encon-
trá-las exige sucesso em um teste de Percepção
(CD 20).
Um personagem com Ofícios (Alquimia)
pode encontrar também algumas substâncias
que podem servir de matéria-prima para pro-
dução de poções (equivalente a 450 PO).
 Tesouros. 1d2+1 poções de curar feri-
mentos moderados (Procurar CD 20), uma varinha
de mísseis mágicos (20 PM, menos os PM usados
pelo diabrete), matéria-prima para produção
de poções no valor total de 450 PO.
O espaço à sua frente é bastante am-
plo, parecendo inteiramente vazio, exceto
por alguns pilares rochosos posicionados
de maneira regular. Não há iluminação
nesta câmara, embora haja várias arande-
las com tochas apagadas nas paredes. O
silêncio é apenas parcialmente interrom-
pido pelo fraco ruído da chuva que cai
mais a cima, o ar é pesado e a sensação é
claustrofóbica.
Caminhando um pouco vocês podem
ver que presos em algumas das paredes há
alvos circulares com flechas cravadas.
Uma forma vagamente humanoide surge
em seu campo de visão e vocês aprontam
suas armas – mas então percebem tratar-
se de um boneco de palha, alguns cortes
espalhados em pontos aleatórios de seu
corpo.
Esta câmara era utilizada pelos soldados
como uma espécie de centro de treinamento.
Hoje está abandonada e vazia. Não há nada de
importante que possa ser encontrado aqui.
36
Este aposento pode ser acessado pela
porta que leva ao corredor perto da prisão e
da sala de tortura ou por uma passagem se-
creta na parede oposta. A passagem leva dire-
tamente a uma escada em espiral que se co-
necta à biblioteca.
 Passagem Secreta para Biblioteca.
Procurar (CD 20) para encontrar. Anões rece-
bem +2 no teste.
Após tantas câmaras às escuras, vocês
ficam contentes por ver que este aposento
retangular é parcialmente iluminado por
dois candelabros posicionados na porção
sudoeste. O curioso, contudo, é que não
há muito para ver. O lugar tem paredes de
pedra lisa e encontra-se quase inteira-
mente vazio – exceto por quatro grandes
caixas de pedra organizadas em duas li-
nhas.
As caixas de pedra têm uma ilustração
de cruz talhada na parte superior – alguma
espécie de símbolo sagrado. Um olhar
mais atento revela que a parte superior é,
na realidade, uma espécie de tampa – e só
então vocês percebem tratar-se de caixões
de pedra.
Dois caixões têm suas tampas ligeira-
mente deslocadas para o lado, como se al-
guém tivesse tentado abri-los. Um outro,
porém, encontra-se inteiramente aberto –
a tampa quebrada caída ao seu lado. Um
silêncio sepulcral, interrompido apenas
pelo crepitar das chamas nos candelabros,
domina o ambiente.
Originalmente este local era uma sala da
guarda, onde os carcereiros ficavam e descan-
savam. Quando as primeiras mortes começa-
ram a acontecer, os carcereiros começaram a
evitar este lugar, dizendo que as câmaras sub-
terrâneas eram assombradas. Quando um de
seus mais leais soldados foi encontrado morto,
o Conde van Stoker transformou esse apo-
sento em catacumba, trazendo os caixões.
Conforme mais mortes foram ocorrendo, ou-
tras pessoas foram sendo sepultadas ali – até a
morte da própria Samantha, esposa do Conde,
e a descoberta de tudo o que estava aconte-
cendo no castelo.
Os quatro caixões abrigam os cadáveres de
antigos soldados. Um deles, um soldado vio-
lento e cruel, não conseguiu descansar – seu
ódio por tudo que havia lhe acontecido em
vida e sua crueldade nata o fizeram retornar ao
mundo dos vivos na forma de um inumano. O
inumano está deitado no caixão aberto e ata-
cará qualquer um que se aproximar demais,
tentando fazer um ataque surpresa (teste de
Furtividade contra a Percepção do alvo).
 Inumano (1): morto-vivo 4, CM; ND
6; Médio, desl. 9m; PV 24; CA 18 (+2 nível,
+2 Des, +4 natural); corpo-a-corpo: pancada
+5 (1d4+5 mais drenar energia) ou 2 pancadas
+3 (1d4+5 mais drenar energia); HE: morto-
vivo, visão no escuro, drenar energia; Fort +2,
Ref +4, Von +5; For 17, Des 15, Con –, Int
11, Sab 13, Car 15.
Perícias & Talentos: Furtividade +13, Inici-
ativa +9, Intimidar +9, Percepção +8; Von-
tade de Ferro, Foco em Perícia (Furtividade),
Ataques Múltiplos.
Morto-vivo: imune a atordoamento, dano de
habilidade (Força, Constituição e Destreza),
dano não-letal, doença, encantamento, fadiga,
paralisia, necromancia, sono e veneno; não
precisa dormir, respirar ou se alimentar; não
recupera PV, sofre dano com magias de cura.
Drenar Energia: a pancada drena um nível
negativo e recupera 5 PV do inumano. Um dia
depois a vítima faz um teste de Fortitude (CD
14) para cada nível negativo; em caso de su-
cesso, recupera o nível, em caso de fracasso
perde um nível de experiência permanente.
Uma vítima que chegue a nível 0 morre e se
transforma em um inumano sob o comando
do inumano que o criou.
Os outros caixões contêm apenas os cadá-
veres de outros soldados. Nenhum deles porta
qualquer arma ou item importante.
A porta deste aposento é toda de grade,
portanto é possível ver seu interior mesmo
que esteja fechada. A porta da prisão está tran-
cada.
 Porta Gradeada. Tam. Médio, CA 5
(-5 Des), RD 5, 20 PV. Ladinagem CD 20 para
destrancar.
O aposento do outro lado da grade tem
formato retangular, estendendo-se à di-
reita da passagem. Não há iluminação no
interior, mas parece estar completamente
vazio – exceto por um grande esqueleto
estirado de peito no chão. Forçando a
vista, vocês percebem tratar-se de uma
grande forma humanoide, maior do que
um humano comum.
O esqueleto pertence a um grande ogro
que foi aprisionado no passado. Ao contrário
do que os PJ possam imaginar, porém, ele está
de fato morto. Não há nada de útil na prisão.
A câmara do outro lado tem quase a
mesma largura e comprimento com muito
pouca mobília, mas o que há é deveras
perturbador.
Duas mesas, uma recostada à parede
da direita e outra à esquerda e afastada da
parede, estão cobertas por estranhos e per-
turbadores instrumentos manchados de
sangue: serras, agulhas, facas, porretes
com espinhos, além de outros utensílios
estranhos e perturbadores. Dois outros
móveis ocupam a câmara. À esquerda,
uma espécie de cama com dois arcos em
uma de suas extremidades e uma lâmina
afiada pendendo sobre tais arcos: uma
guilhotina! À direita, uma espécie de mesa
com alavancas, correntes... e uma prensa
cheia de espinhos!
Os itens sobre as mesas são todos instru-
mentos de tortura variados, mas estão velhos
e enferrujados e não tem muita utilidade. Este
aposento estará vazio, mas a guilhotina está
frouxa – se alguém mexer nela, a lâmina cairá
de maneira desajeitada, podendo ferir aqueles
que estiverem próximos. É considerada uma
armadilha – mas evita-la não rende XP no final
da aventura (afinal, basta não mexer nela).
 Guilhotina. Procurar (CD 10) para
perceber a fragilidade; não pode ser desar-
mada. A lâmina cai de forma desajeitada con-
tra todos a até 1,5m dela; dano 2d10, Reflexos
(CD 12) evita. ND ¼.
Na parede oposta à porta de entrada há
uma passagem secreta que conduz às cavernas
– onde Nazyra estará realizando um ritual de
sacrifício tendo Gabriel como vítima a ser sa-
crificada.
 Passagem Secreta. Procurar (CD 20)
para encontrar. Anões recebem +2 no teste.
O único acesso a estas cavernas é por uma
passagem secreta na sala de tortura. Esta é a
câmara final, onde o combate derradeiro de-
verá ocorrer – se os PJ chegarem aqui rápido
demais, o mestre pode decidir que a passagem
só pode ser aberta pelo uso de algum item es-
condido em outro lugar do castelo – mas te-
nha cuidado, pois o número de desafios no
castelo é bem elevado e talvez os PJ precisem
de itens de recuperação antes de confrontar o
desafio final.
 Passagem Secreta para as Caver-
nas. Procurar (CD 22) para encontrar. Anões
recebem +2 no teste.
A parede à sua frente é de pedra rugosa
e conforme seus dedos deslizam pela su-
perfície vocês sentem a fria umidade do
subterrâneo. De repente seus dedos perce-
bem uma pequena saliência. Quando in-
vestigam mais atentamente, encontram
uma espécie de dispositivo e decidem
ativá-lo. A parede adiante estala e cede –
uma passagem se abre logo atrás desta
porta oculta.
Logo que descobrem a passagem vo-
cês começam a ouvir o distante som de
cânticos em algum idioma que não reco-
nhecem. Ao atravessar a passagem, vocês
adentram uma gigantesca caverna esca-
vada na própria rocha. Não é possível es-
timar toda sua extensão, pois na escuridão
vocês não enxergam toda a superfície li-
mite da caverna.
A única iluminação vem da esquerda
de sua posição, a mesma direção de onde
os estranhos cânticos parecem vir. Lá,
quatro grandes candelabros queimam
chamas ardentes que iluminam toda
aquela porção da caverna. Uma grande ca-
veira está pintada no chão com alguma
tinta azul prateada brilhante e logo à
frente da pintura vocês podem ver o que
parece ser uma espécie de altar. Um
manto negro com bordados vermelhos co-
bre a pedra de formato retangular e um
humanoide parece deitado sobre ele, apa-
rentemente adormecido. À direita do altar,
um amontoado de alguma coisa esbran-
quiçada, mas vocês não conseguem ter
certeza do que é.
Duas figuras postam-se logo atrás do
altar, uma recuada em relação à outra. A
figura recuada já lhes é conhecida – uma
bela mulher jovem de pele clara, lábios ro-
sados e cabelos lilases: Lady Lucy, sua an-
fitriã no castelo. A outra não poderia ser
mais diferente: baixa, o corpo coberto por
um longo vestido cor de terra com os mes-
mos bordados avermelhados do altar, uma
bandana vermelha cobrindo a cabeça, pele
cinzenta e enrugada, nariz aquilino e
olhos grandes. Um grande brinco circular
enfeita a orelha esquerda, enquanto a di-
reita parece ter outros três menores posi-
Os novos talentos abaixo só podem ser
adquiridos por personagens e criaturas que
tenham o modelo “vampiro”, descrito no
Bestiário de Arton Vol. 1. Eles conferem no-
vos poderes a estas criaturas da noite.
Pré-requisito: modelo vampiro, Sab
12+.
Benefício: utilizando uma ação pa-
drão o vampiro pode tentar dominar al-
guém que seja capaz de olhar em seus
olhos e que esteja a até 9m. A vítima tem
direito a um teste de Vontade (CD 10 + ½
do nível do vampiro + modificador de Sa-
bedoria do vampiro). Em caso de falha, a
vítima será considerada sob efeito da ma-
gia dominar pessoa conjurada pelo vampiro.
Em caso de sucesso, fica imune ao efeito
durante 24 horas.
Pré-requisito: modelo vampiro.
Benefício: usando uma ação completa
o vampiro pode assumir a forma de um
morcego. Seu tamanho reduz em duas ca-
tegorias (um vampiro Médio se transforma
em um morcego Mínimo, por exemplo) e
ele receberá deslocamento de voo de 12m.
Roupas e equipamentos mudam junto com
o vampiro, mas ele não recebe mais bônus
de armadura e escudo na CA e não pode
atacar com armas ou garras, apenas com a
mordida. O vampiro reverte à forma nor-
mal se ficar inconsciente ou for morto.
cionados um a cima do outro. A mão es-
querda descansa sobre o que parece ser
um bordão posicionado na vertical, en-
quanto a direita ergue-se a cima da cabeça
– um punhal de lâmina ondeada e aspecto
37
 medonho preso firmemente entre seus de-
dos. A velha mulher parece ser a responsá-
vel pelos cânticos.
O ruído produzido pela abertura da
passagem parece ter atraído a atenção das
duas mulheres. Sem mudar o tom nem in-
terromper o falatório, os olhos da velha e
da jovem voltam-se rapidamente em sua
direção – não há dúvidas de que sua pre-
sença já foi notada.
As duas mulheres diante do altar são Lady
Lucy e a bruxa Nazyra (que na verdade não é
uma bruxa, mas uma clériga maligna). Neste
momento Nazyra está realizando um ritual de
sacrifício para seus deuses sombrios – e a ví-
tima a ser sacrificada é Gabriel, deitado sobre
o altar. Gabriel está adormecido devido a uma
variante de uma poção de sono produzida pela
bruxa (ele é considerado indefeso, tendo -4 na
CA, e poderá ser despertado se sofrer dano ou
se for efetivamente despertado, o que exige
uma ação padrão).
Este será o combate final da aventura, seu
momento de clímax – e aqui há muita coisa
que poderá acontecer, de acordo com as ações
dos PJ em momentos anteriores.
Quando os PJ chegarem, Nazyra está con-
cluindo o ritual – dentro de 2d4+6 rodadas ela
chegará ao fim, usando o punhal para sacrifi-
car Gabriel. Se ela sofrer qualquer dano, po-
rém, terá que fazer um teste de Vontade (CD
10 + dano sofrido) ou acabará por interrom-
per a cerimônia. Se a obrigarem a se mover ou
se conseguirem de alguma maneira quebrar a
concentração da bruxa, os PJ também conse-
guirão interromper o ritual. Se tiverem su-
cesso, a bruxa ficará furiosa e atacará os heróis
com força total.
Se conseguir realizar o sacrifício, Gabriel
morrerá (ele recebe um golpe de misericórdia
e falha automaticamente no teste de resistên-
cia). Se desejar dar um clima todo especial à
38
cena, o mestre pode usar as regras de sacrifício
apresentadas no Bestiário de Arton Vol. 1 para
definir um benefício concedido pelos deuses
patronos de Nazyra. Ao fim do ritual, a bruxa
fará um teste de Conhecimento (religião) com
bônus de +8 (+1 por ser devota dos deuses
celebrantes, +1 pela cerimônia ter durado
mais de 1 hora, +1 pela presença de Lady
Lucy, +1 por Gabriel ter apenas 1 nível, +1
por Gabriel ser Bondoso, +1 por Gabriel ter
sido torturado pelos últimos dias, +2 por ela
ser mestre de cerimônias). Considerando-se
seu modificador nesta perícia, Nazyra poderá
obter um resultado entre 26 e 45. Se quiser
simplificar as coisas, o mestre pode simples-
mente utilizar o valor médio (35) e fazer com
que o ritual termine com a convocação de um
demônio (com as estatísticas de uma criatura
invocada por invocar monstro VI).
As ações de Lady Lucy também vão de-
pender de como os PJ reagiram a ela no início
da Parte 2. Se os PJ a tiverem atacado ou se a
tiverem desagradado de alguma maneira, a
vampira agirá contra os heróis. Se tiverem
feito alguma aliança com a vampira ela se afas-
tará da bruxa com um sorriso cruel nos lábios
e deixará que os PJ deem cabo de sua inimiga.
Nazyra ficará furiosa e será obrigada a inter-
romper o ritual para lidar com os PJ – mas na
primeira oportunidade utilizará sua habilidade
de fascinar mortos-vivos para controlar Lady
Lucy e jogá-la contra os heróis! Há uma certa
chance de que Lady Lucy resista à dominação
(ela precisaria obter 17 ou mais em 1d20) –
mas para criar um drama para o conflito final,
o mestre pode fazê-la falhar automaticamente,
forçando a vampira a atacar os PJ.
 Lady Lucy, Vampira: humanoide
(humana), plebeu 4, clériga 1, LM; ND 5; Mé-
dio, desl. 9m; PV 21; CA 15 (+2 nível, +3
Des); corpo-a-corpo: garra +6 (1d4+5) ou 2
garras +4 (1d4+5); HE: morto-vivo, cura ace-
lerada 5, resistência 10 contra frio e eletrici-
dade, RD 10/adamante mágica, cria, drenar
sangue, devoto, canalizar energia negativa 1d6,
poder divino (Domínio da Morte), vulnerabi-
lidade à luz solar; Fort +2, Ref +5, Von +3;
For 16, Des 17, Con –, Int 14, Sab 12, Car 16.
Perícias & Talentos: Cavalgar +11, Conheci-
mento (História) +10, Conhecimento (No-
breza) +10, Diplomacia +11, Furtividade +9,
Identificar Magia +10, Iniciativa +15, Percep-
ção +13; Usar Armas Simples, Usar Armadu-
ras Leves, Usar Escudos, Aparência Inofen-
siva, Atraente, Vitalidade, Ataque Múltiplos,
Domínio da Morte, Dominação*, Forma de
Morcego*. (* veja a descrição destes novos ta-
lentos no bloco de texto.)
Canalizar Energia Negativa: quatro vezes ao
dia Lady Lucy pode usar essa habilidade para
curar 1d6 PV em mortos-vivos a até 9m ou
causar 1d6 de dano a criaturas vivas (Vontade
CD 15 reduz à metade) a até 9m.
Cura Acelerada: a cada rodada Lady Lucy re-
cupera 5 PV.
Resistência: Lucy ignora 10 pontos de dano
causado por frio e/ou eletricidade.
Redução de Dano: a vampira ignora 10 pon-
tos de dano de cada ataque, a menos que rea-
lizado com armas mágicas e/ou de adamante.
Dominação: Lady Lucy pode usar uma ação
padrão para dominar um alvo (como dominar
pessoa) a até 9m. Vontade (CD 13) anula.
Forma de Morcego: com uma ação completa
Lady Lucy pode assumir a forma de um mor-
cego. Nesta forma ela tem as seguintes estatís-
ticas: CA 17, corpo-a-corpo: mordida +8
(1d3+5), Furtividade +17. As demais estatísti-
cas se mantêm inalteradas.
Magias: (nível 0) detectar magia, ler magias, ori-
entação, virtude; (nível 1) causar medo, infligir feri-
mentos leves. PM: 2. CD 11 + nível da magia ou
CD 12 + nível da magia para alvos de tendên-
cia Bondosa.
Magias Tipicamente Preparadas: (nível 1) cau-
sar medo, infligir ferimentos leves.
Drenar Sangue: Lady Lucy pode drenar san-
gue de um alvo agarrado com um ataque
corpo-a-corpo. Cada acerto causa 1d4 de dano
temporário em Constituição e recupera 5 PV
da vampira.
Cria: uma vítima reduzida a 0 PV pela ha-
bilidade Drenar Sangue ergue-se como um
vampiro na noite seguinte e deve fazer um
teste de Vontade oposto à Vontade de Lucy.
Se perder, a vítima fica sob o controle da vam-
pira até que ela o liberte ou seja destruída.
Vulnerabilidade à Luz Solar: quando exposta
à luz solar, Lady Lucy fica enjoada (só pode
realizar uma ação padrão ou de movimento) e,
se não escapar, é destruída na segunda rodada.
Caso ataque os PJ (seja por escolha própria
ou por ordens de Nazyra) Lady Lucy arrega-
nhará as garras e partirá para o combate. Pri-
meiro ela tentará usar seu poder de Domina-
ção para tentar controlar um dos PJ. Se tiver
sucesso, ordenará que este PJ ataque seus
companheiros (o que exige uma ação de mo-
vimento); personagens Leais terão direito a
um novo teste de Vontade (CD 13) para igno-
rar a ordem (mas continuarão sob efeito da
vampira, permanecendo imóveis). Antes de
entrar em combate corporal, Lady Lucy irá
conjurar causar medo sobre um dos PJ, esco-
lhendo um alvo não conjurador (que, teorica-
mente, terá menores chances de resistir). Só
então ela atacará com as garras, confiando em
suas habilidades vampíricas para resistir a feri-
mentos. Se tiver a oportunidade, usará infligir
ferimentos leves em um dos alvos. Se for atacada
por dois ou mais PJ Lady Lucy usará sua habi-
lidade de canalizar energia negativa para causar
dano a todos ao seu redor.
 Embora seja uma vampira, sendo assim
poderosa por natureza, Lady Lucy não é uma
lutadora exemplar, nem uma conjuradora ha-
bilidosa. Há chances de que os PJ a derrotem
com certa facilidade. Se for reduzida a 10 PV
ou menos ela tentará assumir sua forma de
morcego para fugir – a menos que esteja sob
o controle de Nazyra, neste caso terá que lutar
até a morte.
Mais cedo ou mais tarde a própria bruxa
será obrigada a entrar em combate – seja de-
pois de concluir o ritual e sacrificar Gabriel,
seja por ter sido interrompida. Embora seja
chamada de “bruxa” a velha é, na realidade,
uma clériga de deuses sombrios, serva de al-
guma divindade maligna.
 Nazyra: humanoide (humana), clériga
7, cultista do mal 3, LM; ND 7; Médio, desl.
9m; PV 58; CA 17 (+5 nível, +2 Des); corpo-
a-corpo: adaga +8 (1d4+4) ou bordão +5
(1d6+4); HE: devoto, canalizar energia nega-
tiva 5d6, poder divino (Domínio da Morte,
Domínio do Mal), magias, Fascinar Mortos-
Vivos, falsa inocência, vida dupla (+2 em En-
ganação e Furtividade), mestre de cerimônia,
sedução; Fort +7, Ref +9, Von +12; For 9,
Des 15, Con 10, Int 18, Sab 20, Car 17.
Perícias & Talentos: Conhecimento (Ar-
cano) +17, Conhecimento (Religião) +17,
Cura +18, Diplomacia +16, Enganação +18,
Furtividade +9, Identificar Magia +17, Inicia-
tiva +15, Ofício (alquimia) +17, Percepção
+10; Usar Armaduras (leves, médias e pesa-
das), Usar Armas Simples, Usar Escudos, For-
titude Maior, Vontade de Ferro, Acuidade
com Arma, Fascinar Mortos-Vivos, Expul-
são/Fascinação Aprimorada, Domínio do
Mal, Potencializar Invocação, Vitalidade, Pre-
parar Poções, Magias em Combate, Usar Ve-
nenos.
Magias Conhecidas: (nível 0) detectar magia, de-
tectar venenos, resistência, romper morto-vivo; (nível
1) amaldiçoar água, cajado abençoado, causar medo,
desespero, escudo da fé, invisibilidade contra mortos-
vivos, invocar monstro I, proteção contra o bem; (nível
2) dissimular tendência, explosão sonora, infligir feri-
mentos moderados, profanar; (nível 3) cegueira/sur-
dez, dissipar magia, envenenamento, invocar monstro
III, rogar maldição; (nível 4) imunidade a magia,
movimentação livre, nuvem profana, tempestade gla-
cial; (nível 5) praga de insetos, matar, muralha de
espinhos. PM: 33. CD 15 + nível da magia ou
CD 16 + nível da magia para alvos de tendên-
cia Bondosa.
Magias Tipicamente Preparadas: (nível 1) ca-
jado abençoado, causar medo x2, escudo da fé, invocar
monstro I; (nível 2) profanar; (nível 3) dissipar ma-
gia, envenenamento, invocar monstro III, rogar maldi-
ção; (nível 4) tempestade glacial; (nível 5) praga de
insetos, muralha de espinhos.
Canalizar Energia Negativa: quatro vezes ao
dia Nazyra pode usar essa habilidade para cu-
rar 5d6 PV em mortos-vivos a até 9m ou cau-
sar 5d6 de dano a criaturas vivas (Vontade CD
17 reduz à metade) a até 9m.
Fascinar Mortos-Vivos: Nazyra pode fascinar
um total de 10 níveis de mortos-vivos a até 9m
de distância. Os alvos têm direito a um teste
de Vontade (CD 20) para resistir.
Falsa Inocência: uma vez ao dia Nazyra pode
conjurar dissimular tendência sem gastar PM.
Mestre de Cerimônia: Nazyra recebe +2 no
teste de Conhecimento (religião) para realizar
sacrifícios.
Sedução: uma vez ao dia Nazyra pode lançar
dominar pessoa (CD 16) sem gastar PM.
Antes de iniciar o ritual Nazyra já havia
conjurado profanar na área em volta do altar de
sacrifício (ela esperava receber algum benefí-
cio durante a conjuração).
Quando for obrigada a entrar em combate
corporal, Nazyra tentará primeiro conjurar mu-
ralha de espinhos para tentar isolar-se dos adver-
sários – a muralha será conjurada em uma li-
nha se estendendo de um lado ao outro da ca-
verna. Se obtiver sucesso nesta tentativa,
Nazyra começará a conjurar magias de prote-
ção, primeiro escudo da fé e depois cajado abenço-
ado. Se ainda tiver a oportunidade, ela irá con-
jurar invocar monstro III para receber um aliado
que mantenha os heróis afastados por mais
tempo. Os efeitos que cada uma destas magias
terá no combate estão listados abaixo.
 Profanar. Toda a área com 6m de raio
do altar é considerada profanada. Usar canali-
zar energia negativa nesta área resulta em 50%
a mais de dano causado. Lady Lucy também
receberá +1 em jogadas e testes dentro desta
área.
 Muralha de Espinhos. 3m de altura e
3m de espessura (2 quadrados). Atravessá-la
exige ação completa e teste de Força (CD 20);
sucesso resulta em avanço de 1,5m (1 qua-
drado) ou 3m (2 quadrados) se obtiver sucesso
por 5 ou mais. Qualquer tentativa (mesmo em
caso de sucesso) resulta em 2d8+3 de dano.
 Escudo da Fé. Nazyra passa a ter CA
19 durante 1 minuto.
 Cajado Abençoado. Nazyra passará a
atacar com bordão +6 (1d8+5) durante 10 mi-
nutos.
 Invocar Monstro. O monstro invo-
cado tem as seguintes estatísticas: Construto 3,
N; Médio, desl. 12m; PV 35; CA 17 (+1 nível,
+2 Des, +4 natural); corpo-a-corpo: pancada
+7 (1d6+5); Fort +1, Ref +3, Von +1; For 19,
Des 15, Con –, Int –, Sab 11, Car 10. Perícias
& Talentos: Iniciativa +5, Percepção +1; Foco
em Arma (pancada).
Nazyra não é uma boa lutadora, sua maior
aptidão são as magias. Se houver um conjura-
dor entre os heróis, Nazyra irá concentrar seus
primeiros esforços neste personagem, já que é
possível que ele seja capaz de cancelar ou neu-
tralizar suas próprias magias. Ela poderá usar
tempestade glacial ou praga de insetos para se livrar
dos conjuradores primeiro ou poderá usar cau-
sar medo contra até dois homens-de-armas, a
fim de afastá-los de perto dela (caso algum de
seus aliados ou a muralha de espinhos não te-
nham sido bem-sucedidas em fazê-lo). A
bruxa irá guardar rogar maldição e envenenamento
para os homens-de-armas que se mostrarem
mais perigosos. Caso os conjuradores se mos-
trem mais habilidosos do que ela (cancelando
suas magias ou conjurando magias mais pode-
rosas ou mais efetivas) a bruxa poderá apenas
dissipar magia. Se em algum momento for cer-
cada por seus adversários, ela usará canalizar
energia negativa para causar o máximo de
dano possível contra todos os inimigos próxi-
mos. Ela também pode usar o Domínio da
Morte: se acertar um ataque de toque, pode ro-
lar 10d6 e se o resultado igualar ou superar os
PV do alvo, a vítima morre imediatamente!
Lembre-se que este combate deverá ser o
clímax da aventura – Nazyra é uma clériga po-
derosa e astuta e utilizará suas magias da ma-
neira que lhe for mais vantajosa. É interes-
sante que o mestre também deixe claro para os
jogadores o conflito que existe entre as vilãs –
e, ainda mais importante, deixe claro que se os
heróis não agirem rapidamente, Gabriel será
sacrificado!
Se Gabriel for acordado no meio do com-
bate ele estará muito ferido, assustado e con-
fuso. Por reflexo, tentará fugir para o mais
longe possível de todos os presentes – e se ti-
ver a oportunidade, Nazyra irá mata-lo por
pura irritação!
39

A aventura chegará ao fim quando Nazyra
for finalmente derrotada – mas há muitas ma-
neiras pelas quais esse resultado pode chegar.
Caso Lady Lucy ainda esteja viva quando
Nazyra morrer, a vampira imediatamente in-
terromperá seus ataques – mesmo que não te-
nha se aliado aos heróis ao longo da aventura.
Se lhes derem a oportunidade ela conversará
com os PJ e contará a eles toda sua história:
sua juventude inocente com seus pais até ser
seduzida e corrompida por Nazyra; a morte de
sua mãe, que a fez agir de forma imprudente e
atrair sobre si a maldição do vampirismo; o
suicídio de seu pai; o domínio nas garras da
bruxa... Lady Lucy não gosta de sua condição
atual – mas também não deseja a própria des-
truição. Ela espera que os PJ sejam piedosos e
a permitam viver sozinha e isolada em seu cas-
telo pelo resto de sua eternidade, prometendo
não causar mal ao povo de Brumaluna.
Se mesmo assim a vampira for atacada, ou
se os PJ julgarem que não devem permitir que
tal “monstruosidade” continue a viver, ela ten-
tará assumir a forma de morcego e fugir. Não
é uma atitude muito digna de grandes heróis (e
por isso os PJ não deverão receber o Ponto de
Ação por não matar Lady Lucy).
Caso algum dos PJ tenha sido transfor-
mado em vampiro no início da Parte 2 da
aventura, Lady Lucy dará total liberdade a este
PJ – o personagem pode escolher permanecer
no castelo ao lado da vampira ou seguir seu
próprio rumo. Ela não pode, contudo, rever-
ter a transformação.
Alguns heróis ao compreenderem a situa-
ção trágica de Lady Lucy podem decidir en-
contrar uma maneira de reverter a condição da
40
vampira. A única coisa capaz de reverter sua
maldição é uma magia desejo – algo muito difícil
de se conseguir, mas não impossível. Se algum
dos PJ escolher empenhar-se nesta busca, o
mestre terá uma boa trama para desenvolver
novas aventuras – mas isso fica por sua conta.
Caso Gabriel tenha sido sacrificado, os he-
róis podem escolher levar seu corpo para Bru-
maluna para que ele possa ser adequadamente
sepultado. Sua esposa, Minerva, estará aos
prantos, mas ficará agradecida por terem res-
gatado seu corpo. Mesmo com esse fracasso,
os heróis serão muito bem recebidos no povo-
ado, podendo receber cuidados de Miranda, a
clériga local.
Se Gabriel ainda estiver vivo após a morte
de Nazyra ele poderá ser despertado (se ainda
não foi). O rapaz está bastante machucado e
ficará muito confuso e amedrontado. Os he-
róis precisarão de um teste de Diplomacia
(CD 15) para conseguir acalmá-lo – mas como
o combate já terminou, eles poderão “escolher
10” no teste. Há também a possibilidade de
que os heróis tenham se envolvido na trama
sem estarem realmente na busca por Gabriel
(veja o quadro “Outras Formas de Envolver
os Heróis” na Parte 1 da aventura, na BC#14).
Mesmo que isso tenha acontecido, Gabriel
ainda assim estará presente e caberá aos PJ de-
cidir o que fazer com ele – se vão deixa-lo no
castelo ou guia-lo de volta a Brumaluna.
Se os heróis levarem Gabriel em segurança
de volta a Brumaluna (não role novos encon-
tros no Bosque Soturno, isso seria meio anti-
clímax), leia-lhes o que se segue como um des-
fecho para a aventura.
Seus ânimos se elevam quando vocês
finalmente começam a ouvir novamente o
balir de cabras, o som de peças metálicas
batendo-se umas contra as outras e o leve
ruído de palavras sendo pronunciadas – as
proximidades de uma comunidade habi- abraço e choram copiosamente – lágrimas
tada. Logo as árvores do medonho bosque de extrema alegria.
ficam para trás e Brumaluna abre-se di-
Lentamente outros começam a se
ante de seus olhos.
aproximar, todos lhes observando com
Sua chegada logo causa agitação, prin- grande orgulho, agradecidos por seus fei-
cipalmente pela bela jovem de cabelos tos. Após tanta tristeza e horror, enfim a
dourados e olhos verdes que corre na sua comoção e alegria se espalha por Bruma-
direção. “Minerva”, vocês ouvem Gabriel, luna, graças a vocês, seus salvadores...
ao seu lado, gritar e correr na direção da
jovem. Ambos se envolvem em um forte
Some a ND correspondente dos desafios vencidos pelos PJ, multiplique o resultado por
300 e divida pelo número de jogadores. Este é o valor em XP que cada PJ receberá.
• Entrar no castelo e dialogar sem a necessidade de combates: ND 1.
• Vencer Lucas Bersicker em combate: ND 4.
• Destruir o Cavalo Zumbi: ND 3.
• Vencer os Soldados Esqueletos: ND 3.
• Evitar a Armadilha do Machado: ND ¼.
• NÃO atiçar os Morcegos Atrozes: ND 3.
• Acalmar os Morcegos Atrozes Atiçados: ND 3 (não cumulativo com o anterior).
• Matar os Morcegos Atrozes: ND 2 (não cumulativo com os dois anteriores).
• Destruir os Objetos Animados: ND 10.
• Identificar Corretamente os Vinhos na Cozinha: ND ½.
• Destruir van Stoke: ND 3.
• Desarmar a Armadilha na Porta da Câmara Secreta: ND 1.
• Matar o Mastim das Sombras: ND 4.
• Desarmar a Armadilha no Baú: ND 2.
• Abrir o Baú com as Duas Chaves: 1 Ponto de Ação (PA) para cada PJ.
• Conversar com Samantha: ND 1.
• Atacar Samantha: ND -1.
• Matar o Mantor: ND 5.
• Matar o Manto Negro: ND 1.
• Vencer os Diabretes: ND 4.
• Destruir o Inumano: ND 6.
• Interromper o Ritual de Sacrifício: ND 3.
• Matar Nazyra: ND 7.
• Matar Lady Lucy: ND 4.
• NÃO matar Lady Lucy e ajuda-la contra a bruxa: ND 4 e 1 Ponto de Ação por PJ.
41
 Lá e De Volta
Outra Vez...
A BEHOLDER CEGO 14 apresentou a
seus leitores algumas regras para que o
mestre criasse suas próprias comunida-
des, definindo coisas como tamanho po-
pulacional, economia, tipo de governo,
tendência típica da população e outros
aspectos. Estas regras são suficientes
para nortear o mestre e ajudá-lo a deter-
minar os aspectos gerais da comunidade.
Mas talvez você queira um pouco mais de
detalhes, talvez queira definir quais estruturas
poderão ser encontradas na comunidade,
qual o nível médio da população, mais as clas-
ses mais frequentes. Originalmente eu pre-
tendia incluir regras opcionais para persona-
gens e estruturas da comunidade na matéria,
mas depois escolhi removê-la por dois moti-
vos: primeiro porque fugia um pouco do es-
copo original, da proposta que eu tinha com
a matéria; e segundo, porque para que as re-
gras ficassem realmente satisfatórias, precisa-
ria ampliar muito o artigo, incluindo muitas
informações.
As regras apresentadas neste artigo visam
ampliar aquelas descritas na BC#14, confe-
rindo ainda mais detalhes à comunidade. Po-
rém, lembre-se que você nem sempre vai pre-
cisar de tantos detalhes ao criar uma comuni-
dade. Uma aldeia pela qual os personagens
42
dos jogadores vão passar apenas uma vez du-
rante a campanha não precisa ser desenvol-
vida em detalhes. Reserve estas regras para
comunidades que venham a ser utilizadas
como palco de grandes aventuras.
Estatísticas da
População
Nível de PdM
Após criar as estatísticas da comunidade
(usando as regras descritas na BC#14) você
pode ter listado alguns de seus personagens
mais ilustres e importantes. Lembre-se que
comunidades pequenas raramente são habi-
tadas por personagens importantes ou de
vasta experiência (embora haja exceções).
Por outro lado, quanto maior a comunidade,
maior a chance de se encontrar personagens
de níveis elevados.
De maneira geral, espera-se que a maior
parcela da população de qualquer comuni-
dade seja composta de personagens da classe
plebeu (ou outras classes de PdM, como aris-
tocrata, combatente, especialista, adepto,
etc.) e com poucos níveis de experiência. Para
que o mestre tenha uma ideia aproximada do
 Níveis Máximos
Exemplo 1: em uma vila grande com 3.000
Tipo Plebeu Outras habitantes seria esperado encontrar PdM nas
Lugarejo 2 1 seguintes proporções: 300 plebeus de até 8º
Povoado 3 2 nível, 900 plebeus de até 4º nível, 1.500 ple-
Aldeia 4 3 beus de até 2º nível, 60 PdM com outras clas-
Vila pequena 5 4 ses de até 6º nível, 90 PdM com outras classes
Vila grande 8 6
Cidade pequena 11 9
de até 3º nível e 150 PdM com outras classes
de 1º nível.
Cidade grande 14 12
Metrópole 17 15
Exemplo 2: em um lugarejo com 50 habi-
% de Personagens por Nível
Tipo %
tantes seria esperado encontrar PdM nas se-
Nível Máximo em Plebeu 10% guintes proporções: 5 plebeus de até 2º nível,
½ Nível Máximo em Plebeu 30% 1 PdM com outra classe de 1º nível, e todos
¼ Nível Máximo em Plebeu 50% os demais serão plebeus de 1º nível. Perceba
Nível Máximo em Outras Classes 2% que aqui a proporção de PdM com ½ do ní-
½ Nível Máximo em Outras Classes 3% vel máximo em Plebeu é maior do que o es-
¼ Nível Máximo em Outras Classes 5%
perado (88% da população, ao invés de 30%),
simplesmente porque este é o nível e classe
que esperar em cada tipo de comunidade, as
mínimos, e a chance de se encontrar perso-
tabelas Níveis Máximos e % de Personagens
nagens de níveis mais elevados é muito baixa
por Nível permitem calcular um nível médio
(menos de 1%).
para a população de uma comunidade.
Os PdM com níveis em classes de perso-
Plebeu. Essa coluna mostra o nível mais
nagem provavelmente serão as figuras mais
alto na classe plebeu (ou outra classe de PdM)
que poderá ser encontrado na comunidade.
importantes da comunidade: o governante,
os membros da guarda, o líder da guilda de
Assim, em uma cidade grande é possível en-
ladrões, etc. Os plebeus, por outro lado, se-
contrar plebeus de até 14º nível, mas em um
rão a população comum: mercadores, fazen-
povoado o plebeu mais experiente não terá
deiros, guardas comuns, ferreiros, carpintei-
mais do que 3 níveis de experiência.
ros, etc.
Outras. Essa coluna define o nível mais
Além disso, o mestre deve ter em mente
alto em uma classe de personagem que po-
que estes são valores médios e aproximados.
derá ser encontrado na comunidade. Em um
Você pode criar exceções: um guerreiro de
lugarejo dificilmente haverá algum habitante
17º nível pode ter escolhido se aposentar e
com mais do que 1 nível em uma classe de
estabelecer residência em um lugarejo afas-
personagem, mas em uma metrópole é possí-
tado. Do mesmo modo, o mestre deve se
vel encontrar personagens de até 15º nível
sentir livre para alterar essas proporções,
entre a população.
principalmente se o histórico da comunidade
% de Personagens por Nível. Essa ta- sugere algo assim. Por exemplo, uma cidade
bela mostra a porcentagem da população que (grande ou pequena) famosa por ser frequen-
se espera encontrar em cada nível (arredon- tada por muitos aventureiros provavelmente
dando as frações para baixo, podendo ser 0). terá PdM em classes de personagem em pro-
porções mais elevadas do que o esperado.
Guardas e Soldados
Na maioria das comunidades entre 1% e
3% da população será de guardas e soldados
responsáveis por resguardar o povo. A
guarda pode ser composta de um grupo or-
ganizado e treinado ou, no caso de lugarejos
e povoados pequenos, apenas por membros
da população que, por escolha própria ou
não, se responsabilizam por proteger seus
conterrâneos.
A maior parte dos guardas e soldados de
uma comunidade serão plebeus especializa-
dos em combate e possivelmente serão os
plebeus de nível mais alto dentro da comuni-
dade. Aqueles de posição mais elevada dentro
da guarda provavelmente terão níveis como
guerreiro, paladino ou ranger, ou outra classe
que seja mais adequada para o conceito da
comunidade (uma comunidade tribal, por
exemplo, pode ter um bárbaro como líder de
seu bando responsável por defender a tribo).
A maioria das comunidades paga impos-
tos ou tributos a um monarca ou senhor feu- Sistema de Regras
dal para receber proteção. Deste modo, em Embora também sejam voltadas para
alguns casos os soldados e guardas locais po- qualquer jogo OGL as regras apresentadas
dem ter níveis e classes não condizentes com neste artigo não são tão genéricas quanto
o tamanho da comunidade. aquelas apresentadas na BC#14. Mais
uma vez optei por usar a mecânica de re-
O livro TORMENTA RPG apresenta, em gras do TORMENTA RPG para o artigo,
sua página 245, as estatísticas básicas típicas
mas sua adaptação para outros sistemas é
de guardas (plebeu 2) e sargentos (plebeu 4)
bastante simples.
de uma comunidade. Estes serão os soldados
Em PATHFINDER há cinco classes de
mais comuns nas comunidades de pequeno
PdM: adepto, aristocrata, combatente, es-
porte, principalmente lugarejos e povoados.
pecialista e plebeu. TORMENTA RPG
Comunidades maiores contarão com solda-
simplifica essa regra e utiliza apenas uma
dos de posições mais elevadas: tenentes (p. e.,
classe de PdM chamada “plebeu”. Por-
plebeu 6), capitães (p.e., guerreiro 6), majores tanto, toda vez que esse artigo mencionar
(p.e., guerreiro 10) e generais (p.e., guerreiro a “classe plebeu”, substitua por uma das
15). Algumas comunidades podem ter outros classes de PdM de PATHFINDER, con-
tipos de guarda, pertencentes a outras classes forme achar mais adequado.
– como Lindinis, comunidade usada como
43
 exemplo na BC#14, que treina com espada-
chins (swashbucklers) ao invés de guerreiros
para atuarem como sua guarda local.
Criminosos
Por mais bem patrulhada e protegida que
uma comunidade seja, dificilmente não ha-
verá algum nível de criminalidade. O mestre
tem total liberdade para definir o “nível” de
criminalidade que deseja para a comunidade,
mas lembre-se que uma comunidade com
mais ladrões do que trabalhadores provavel-
mente não conseguirá se sustentar por muito
tempo – a menos que eles tenham por hábito
roubar uns aos outros constantemente, em
uma comunidade altamente caótica e desor-
ganizada!
Criminalidade Baixa. Comunidades
bem patrulhadas e que contem com guardas
e soldados eficientes e íntegros podem ter cri-
minalidade baixa. Considere que 2% da po-
pulação é composta por criminosos. A maio-
ria são bandidos menores, com a ocorrência
ocasional de um ladino mais experiente. Não
é comum que hajam organizações criminosas
44
atuando na comunidade, apenas criminosos
independentes.
Criminalidade Média. Comunidades
com patrulhamento reduzido, com guardas
desonestos e/ou pouco eficientes, ou com
uma distribuição de renda muito desigual,
podem ter criminalidade média. Considere
que 8% da população é composta por crimi-
nosos. Além de bandidos, ladinos de baixo
nível também são comuns, e até mesmo um
ocasional assassino. É possível que haja uma
organização criminosa atuando na comuni-
dade.
Criminalidade Alta. Comunidades com
renda elevada, cuja distribuição é muito desi-
gual, ou comunidades onde o poder político
é corrupto e a guarda da cidade defende ape-
nas os interesses de alguns poucos privilegia-
dos, podem resultar em uma criminalidade
alta. Até 15% da população será composta de
criminosos: bandidos, ladinos e assassinos se
escondem em toda esquina, bem como mata-
dores de aluguel, mercenários, trapaceiros e
tantos outros. Embora alguns criminosos ha-
jam de maneira independente, é provável que
haja mais de uma organização criminosa na
comunidade, cada uma especializada em de-
terminados “tipos” de crime ou em certas
áreas da comunidade.
Criminalidade Muito Alta. Uma comu-
nidade caótica, onde a lei é feita para ser que-
brada e a guarda local parece apenas obser-
var. Pelo menos 25% da população é com-
posta por criminosos de algum tipo: bandi-
dos, bandoleiros, ladinos, assassinos, mata-
dores... Várias organizações provavelmente
disputam o controle sobre a criminalidade,
podendo até mesmo atacar-se mutuamente.
Novamente, todas estas medidas são ape-
nas sugestões aproximadas – sinta-se livre
Exemplos de PdM
A seguir estão alguns outros exemplos de PdM que podem ser encontrados em algu-
mas pequenas comunidades.
 Tenente da guarda: humanoide (humano), plebeu 6, LN; ND 1; Médio, desl. 6m;
PV 30; CA 19 (+3 nível, +5 cota de malha, +1 escudo leve); corpo-a-corpo: espada longa
+7 (1d8+5, 19-20); à distância: besta leve +4 (1d8+3, 19-20); Fort +5, Ref +3, Von +3;
For 15, Des 10, Con 14, Int 10, Sab 11, Car 10.
Perícias & Talentos: Atletismo +7, Iniciativa +9, Intuição +9, Percepção +9; Usar Armas
Simples, Usar Armaduras Leves, Usar Escudos, Foco em Arma (espada longa), Prontidão,
Usar Armaduras Médias, Vitalidade, Usar Armas Marciais.
Equipamento: cota de malha, escudo leve, espada longa, besta leve, 20 virotes.
 Capitão da guarda: humanoide (humano), guerreiro 6, LN; ND 3; Médio, desl.
6m; PV 57; CA 21 (+3 nível, +1 Des, +5 cota de malha, +2 escudo pesado); corpo-a-
corpo: espada longa +9 (1d8+7, 19-20); à distância: besta leve +7 (1d8+3, 19-20); Fort
+6, Ref +4, Von +4; For 15, Des 13, Con 15, Int 12, Sab 13, Car 10.
Perícias & Talentos: Atletismo +10, Cavalgar +10, Iniciativa +10, Intuição +10, Percep-
ção +10; Usar Armas (simples e marciais), Usar Armaduras (leves, médias e pesadas), Usar
Escudos, Fortitude Maior, Foco em Arma (espada longa), Prontidão, Ataque Poderoso,
Especialização em Arma (espada longa), Especialização em Combate, Separar Aprimo-
rado.
Equipamento: cota de malha, escudo pesado, espada longa, besta leve, 20 virotes.
 Ladrão Comum: humanoide (humano), plebeu 2, NM; ND 1/3; Médio, desl. 9m;
PV 8; CA 16 (+1 nível, +3 Des, +2 corselete de couro); corpo-a-corpo: adaga +4 (1d4+2,
19-20); à distância: adaga +4 (1d4+2, 19-20); Fort +2, Ref +4, Von +0; For 12, Des 16,
Con 12, Int 9, Sab 9, Car 12.
Perícias & Talentos: Atletismo +8, Furtividade +8, Iniciativa +4, Ladinagem +8, Per-
cepção +4; Usar Armas Simples, Usar Armaduras Leves, Usar Escudos, Acuidade com
Arma (adaga), Treinamento em Perícia (Percepção), Ágil.
Equipamento: corselete de couro, 3 adagas.
 Ladrão Profissional: humanoide (humano), ladino 4, NM; ND 2; Médio, desl. 9m;
PV 21; CA 17 (+2 nível, +3 Des, +2 corselete de couro); corpo-a-corpo: adaga +6 (1d4+3,
19-20); à distância: adaga +6 (1d4+3, 19-20); Fort +2, Ref +7, Von +2; For 12, Des 16,
Con 10, Int 12, Sab 10, Car 12.
Perícias & Talentos: Acrobacia +10, Atletismo +10, Enganação +8, Furtividade +14,
Iniciativa +10, Intuição +7, Ladinagem +10, Obter Informação +8, Percepção +7; Usar
Armas (simples e marciais), Usar Armaduras Leves, Usar Escudos, Reflexos Rápidos,
Acuidade com Arma (adaga), Ágil, Foco em Perícia (Furtividade), Tiro Certeiro.
Equipamento: corselete de couro, 4 adagas.
Habilidades Especiais: Ataque Furtivo +2d6, Encontrar armadilhas, Evasão, Técnica la-
dina (furtividade rápida), Sentir armadilhas +1, Esquiva sobrenatural.
para aumentar ou reduzir a proporção de cri-
minosos dentro da comunidade.
Trabalhadores
Todos os demais PdM que não compõem
a guarda da comunidade nem são criminosos
são considerados trabalhadores. Estes cida-
dãos “precisam” ser a parcela mais numerosa
da comunidade – afinal, eles são a base gera-
dora de toda a renda da comunidade. Estes
trabalhadores podem ser divididos em três ti-
pos: os trabalhadores especializados, os tra-
balhadores não-especializados e os empreen-
dedores.
Um trabalhador especializado é treinado
na perícia Ofício (TORMENTA RPG, pg. 88)
em uma profissão; um trabalhador não-espe-
cializado não possui nenhuma perícia trei-
nada relacionada ao seu trabalho. Veja o qua-
dro ao lado para exemplos de profissões que
alguns trabalhadores podem adotar. Algumas
destas profissões são mais comuns e pratica-
mente essenciais em comunidades pequenas
(como fazendeiro, lenhador, moleiro e pas-
tor), outras são mais frequentes em comuni-
dades maiores (como alquimista, artista e
banqueiro) e há aquelas que são encontradas
apenas em comunidades costeiras, próximas
a rios, mares ou oceanos (como marinheiro e
pescador). Lembre-se também que são ape-
nas alguns exemplos – a lista de profissões
possíveis é muito grande e o mestre tem total
liberdade para escolhê-las.
Os empreendedores são os proprietários
de um negócio e tem treinamento na perícia
Ofício (administração), conforme descrito
em Valkaria: Cidade Sob a Deusa (pg. 84). Em
comunidades menores um negócio pode fun-
cionar de forma um pouco diferente – por
isso se desejar você pode usar as modifica- negócio (por exemplo, a compra de
Exemplos de Profissões
ções descritas no bloco abaixo para usar a re- grãos e ração para um fazendeiro), mas Açougueiro Cartógrafo Mensageiro
gra de negócios em comunidades menores. não os custos para sua própria subsis- Administrador Cervejeiro Mercador
tência e os impostos a serem pagos. Ao Advogado Chaveiro Moleiro
Um trabalhador especializado ganha, em Afiador Cocheiro Músico
estipular um custo de vida dentro da co-
média, 4 PO por mês, mas pode aumentar Agente funerário Construtor Oleiro
munidade o mestre deve ter cuidado: se
esse valor com testes da perícia Ofício (TOR- Agiota Coureiro Ourives
o custo de vida por habitante for mais
MENTA RPG, pg. 89). Um trabalhador não Agricultor Cozinheiro Padeiro
alto do que o rendimento, a comuni- Alfaiate Curandeiro Pastor
treinado geralmente ganha cerca de 1 PP por
dade pode estar fadada à falência! Alquimista Estalajadeiro Pedreiro
dia, totalizando cerca de 3 PO por mês.
Armeiro Estribeiro Pescador
Como não é treinado no ofício que desempe- Adiante serão apresentadas algumas Arquiteto Fazendeiro Pesquisador
nha, um trabalhador não treinado não conse- sugestões de impostos e taxas dentro de Artesão Fiador Professor
gue aumentar seus ganhos. Em comunidades uma comunidade (baseado em uma por- Artista Funileiro Relojoeiro
maiores, onde o nível médio dos trabalhado- centagem sobre a renda média). Outros Astrólogo Garçom Sacerdote/Xamã
res é maior, o rendimento mensal tenderá a custos de vida por habitante (alimenta- Atendente Jardineiro Tatuador
Banqueiro Joalheiro Taverneiro
ser um pouco mais alto do que esta média ção, vestuário, etc.) ficam a cargo do Barbeiro Juiz Taxidermista
(afinal, os personagens têm mais graduações mestre – mas não deveriam somar mais Barqueiro Lavadeiro Tecelão
na perícia Ofício, por isso tendem a obter do que 65% do rendimento médio da Bibliotecário Lenhador Treinador
melhores resultados). comunidade. Boticário Marinheiro Veterinário
Carpinteiro Médico Vidreiro
Para empreendedores, o rendimento va-
ria de acordo com o nível de seu negócio – e
também podem ser aumentados através de
Negócios em Comunidades Menores
testes de Ofício (administração), conforme Criando um Negócio. Em comunidades menores o custo em PO para criar um ne-
descrito em Valkaria: Cidade Sob a Deusa (pg. gócio varia de acordo com seu tipo: 100 PO para abrir um negócio em um lugarejo, 150
84) e as modificações propostas no bloco ao PO em povoados, 200 PO em aldeias, 300 PO em vilas pequenas, 400 PO em vilas gran-
lado. des, 500 PO em cidades pequenas, 700 PO em cidades grandes e 1.000 PO em metrópo-
les.
Se desejar, você pode determinar uma Aumentando o Nível do Negócio. O custo em PO para aumentar o nível de um
proporção de trabalhadores treinados, de não negócio também varia de acordo com o tipo de comunidade. O custo base passa a ser o
treinados e de empreendedores dentro da co- mesmo de criar o negócio, mencionado a cima. Ou seja, em uma vila grande o custo para
munidade, como por exemplo: 40% da popu- aumentar o nível de um negócio será 400 PO x o próximo nível (ou seja, 800 PO para
lação será de trabalhadores não-treinados, aumentar do nível 1 para o nível 2, por exemplo).
40% de trabalhadores treinados e 15% de Nível Máximo do Negócio. Comunidades menores não dispõem de recursos nem
empreendedores (os outros 5% serão guar- clientela suficientes para abrigar negócios muito amplos. Por isso há uma limitação de
das, soldados, criminosos e outros habitantes nível máximo de um negócio de acordo com o tipo de comunidade: lugarejos só podem
que não produzem renda). ter negócios de nível 1, povoados podem ter negócios de nível 2, aldeias podem ter negó-
cios de nível 3, e assim por diante. Perceba que apenas cidades grandes e metrópoles
Além dos rendimentos médios de um tra-
podem ter negócios de nível 7.
balhador, também pode ser interessante ob-
Rendimentos. Funciona como descrito em Valkaria: Cidade Sob a Deusa. Se desejar,
servar o custo de vida aproximado dentro da
considere os seguintes valores como uma média para os negócios em uma comunidade:
comunidade. O valor médio de rendimentos
nível 1 para lugarejos, povoados e aldeias (10 PO), 1,5 para vilas pequenas e grandes (15
já considera todos os custos de matéria-prima
PO), 2 para cidades pequenas e grandes (20 PO) e 3 para metrópoles (30 PO).
e empregados envolvidos em seu trabalho ou
45
 Impostos e Taxas
Viver em comunidade confere benefícios
aos cidadãos, principalmente proteção e
acesso a recursos variados. Mas para ter
acesso a esses benefícios, os cidadãos geral-
mente precisam pagar algumas taxas.
Viver em uma comunidade geralmente
exige o pagamento de impostos variados. Na
maioria das vezes os personagens dos joga-
dores não precisarão se preocupar com isso,
a menos que decidam estabelecer residência
dentro da comunidade. Às vezes, porém, a
comunidade pode cobrar certos impostos
mesmo daqueles que a visitam.
Pode ser interessante determinar que ti-
pos de taxas e impostos os cidadãos de uma
comunidade precisam pagar. Os tipos de ta-
xas e seus custos variam enormemente de
uma comunidade a outra, assim como a
forma de pagamento (podendo ser mensal,
semestral ou anual). Os valores geralmente
46
são recolhidos por um coletor de impostos
nomeado pelo governante ou conselho go-
vernante. A seguir estão alguns exemplos de
impostos e taxas que os habitantes de uma
comunidade podem ter que pagar.
Imposto sobre Comércio. Todo habi-
tante que realize qualquer tipo de comércio
dentro da comunidade deve pagar uma taxa
mensal. O custo geralmente é uma porcenta-
gem sobre seus rendimentos, podendo variar
de 5% a 10% dos lucros.
Imposto sobre Embarcações. Comu-
nidades costeiras geralmente cobram taxas
para que marinheiros e capitães aportem seus
barcos e navios no porto. Varia de acordo
com o tamanho da embarcação ou com a
mercadoria transportada. Sugere-se algo en-
tre 10% e 20% do valor da embarcação (o su-
plemento Piratas & Pistoleiros tem valores
para algumas embarcações, de acordo com
seu tamanho).
Imposto sobre Propriedade. Todo ha-
bitante que tenha uma propriedade dentro da
comunidade deve pagar este imposto uma
vez ao ano. O custo geralmente é uma por-
centagem sobre o custo da estrutura (veja a
tabela “Custo das Estruturas”), podendo va-
riar entre 1% e 5% do custo da estrutura.
Imposto de Segurança. Todo mês os
habitantes de uma comunidade devem pagar
uma taxa de segurança, para financiar os
guardas e soldados locais. O custo pode ser
um valor fixo (entre 5% e 10% da renda mé-
dia da comunidade) ou uma porcentagem so-
bre os rendimentos do próprio trabalhador
(também entre 5% e 10%).
Taxa de Entrada. Algumas comunida-
des cobram uma taxa por simplesmente “en-
trar na comunidade”. Estas taxas têm valores
muito variados e só funcionam quando a co-
munidade é muito visada devido a alguma
coisa que só pode ser encontrada ali dentro.
Taxa das Guildas. Fazer parte de uma
guilda ou outra organização comercial exige
o pagamento de taxas para a guilda. Os valo-
res variam enormemente, mas geralmente
 Castelo. Igual a um forte, mas cercado
Patrimônio da Comunidade
Tipo Patrimônio por uma muralha de pedra e torres nas quatro
Lugarejo 400 PO x população extremidades.
Povoado 500 PO x população
Aldeia 800 PO x população Castelo Enorme. Igual ao castelo, mas
Vila pequena 1.500 PO x população muito maior (até 1.000 m²), com vários cô-
Vila grande 2.000 PO x população modos e outras estruturas associadas, como
Cidade pequena 4.000 PO x população estábulos, ferrarias e até minimercados.
Cidade grande 10.000 PO x população
Metrópole 200.000 x população Fosso com Ponte. Pode ser acrescen-
Custo das Estruturas tado a um forte, castelo ou castelo enorme.
Estrutura Custo O fosso tem 4,5m de profundidade e 6m de
Construção básica largura, suficiente para afastar a maioria dos
Madeira 650 PO
Alvenaria 850 PO
invasores. Uma ponte levadiça ou perma-
Construção simples tradas na comunidade e sua situação econô- Construção Simples. Representa qual- nente dá acesso à construção.
Madeira 1.000 PO mica. Grandes anfiteatros dificilmente serão quer estrutura com até três cômodos totali-
Alvenaria 1.500 PO encontrados em um lugarejo ou povoado; da zando não mais do que 30 m². As constru-
Exemplos de Estruturas
Construção grande
Madeira 5.000 PO mesma forma, grandes metrópoles raramente ções de madeira geralmente terão telhado de Veja na próxima página alguns exemplos
Alvenaria 10.000 PO têm fazendas instaladas em seu interior. palha, enquanto as de alvenaria terão telhas de estruturas que se esperaria encontrar em
Construção enorme Como sempre, existem exceções para ambos de barro. uma comunidade – lembrando que algumas
Madeira 100.000 PO os casos, e o mestre deve sentir-se livre para serão mais comuns em comunidades maio-
Alvenaria 200.000 PO Construção Grande. Representa qual-
inventar um histórico e criar algo totalmente res, outras em comunidades menores. Lem-
Torre (alvenaria) 50.000 PO quer construção com até dez cômodos, tota-
inesperado em sua comunidade. bre-se que alguns destes exemplos são bas-
Forte (alvenaria) 150.000 PO lizando não mais do que 100 m². Construções
Castelo (alvenaria) 500.000 PO tante genéricos, e o mestre pode criar várias
Se estiver com dificuldade em determinar de madeira costumam ter telhado de palha,
Castelo enorme (alvenaria) 1.000.000 PO estruturas iguais, cada uma com sua especia-
quais e quantas estruturas sua comunidade enquanto as de alvenaria têm telhas de barro.
Fosso com ponte +50.000 PO lidade – por exemplo, um mercado focado
deve ter, há uma regra genérica que poderia
Construção Enorme. Representa qual- em alimentos, outro em ferramentas, outro
utilizar. Primeiramente, calcule o patrimônio
são uma porcentagem sobre os rendimentos quer construção cm até 20 cômodos, totali- em vestuário, etc. Além disso, quanto maior
da comunidade, baseado em sua população
do membro, variando entre 1% a até 10% zando até 300 m². Estas construções geral- a comunidade maior a chance de se encontrar
de acordo com a tabela Patrimônio da Comu-
dos lucros. mente serão cobertas com telhas de barro. estruturas de um mesmo tipo, localizadas em
nidade (ao lado). Depois disso, basta ir acres-
pontos distantes a fim de oferecer seus servi-
centando estruturas de acordo com o custo Torre. Uma torre redonda, quadrada ou ços para uma parcela da comunidade. Os al-
da estrutura (veja a tabela Custo das Estrutu- octogonal com até três andares, cada andar deões que moram na periferia da comunidade
Estruturas em ras). As estruturas são classificadas da se-
guinte forma:
com área de aproximadamente 50 m². Torres
são sempre construídas em alvenaria, mesmo
dificilmente irão se deslocar até o centro para
fazer compras se houver um mercado mais
uma Comunidade Construção Básica. Representa uma es-
trutura muito simples, geralmente um ou dois
que utilizem algumas estruturas de madeira.
Acrescente + 10.000 PO por andar adicional.
perto de suas casas (a menos que o mercado
do centro seja realmente muito melhor).
Quando cria sua comunidade o mestre cômodos, totalizando não mais do que 15 m². Forte. Uma construção de alvenaria for-
deve se sentir livre para colocar ali quaisquer O mestre pode determinar o tamanho
Este tipo de estrutura geralmente constitui tificada com até 25 cômodos, totalizando 500
estruturas que desejar – casas, mercados, que desejar para essas estruturas. Por exem-
pequenos estabelecimentos, como lojas, es- m², podendo ser distribuídos em diferentes plo, uma construção simples pode ser uma
igrejas, bibliotecas... Contudo, é preciso ter critórios e mercados em geral. andares. residência simples, mas também pode ser um
alguma coerência entre as estruturas encon-
armazém, um boticário, uma pequena igreja

47
 (capela) ou até mesmo uma pequena taverna. dependendo do tipo de comunidade que de- Uma muralha com pelo menos 1,5m de
Do mesmo modo, uma “torre” pode ser uma seja. Na verdade, o mestre pode inclusive ig- largura pode ser percorrida por um persona- Muralhas e Portões
biblioteca, um banco monetário, uma escola norar completamente esta regra e criar quan- gem sem nenhuma dificuldade. Algumas mu-  Muro de Pedra Simples. 1,5m de
ou até um bordel. Sinta-se livre, também, tas estruturas desejar em sua comunidade – ralhas podem possuir ameias, que são abertu- espessura, 6m de altura. CA 3, RD 8, 50
para criar quaisquer outras nas quais puder até porque desenhar uma aldeia de 500 habi- ras por onde o defensor sobre a muralha PV a cada 3m de largura.
pensar. tantes prédio a prédio é uma coisa, agora fa- pode observar inimigos se aproximando e
 Muralha de Pedra Simples. 3m de
zer a mesma coisa com uma metrópole com pode, inclusive, disparar flechas ou setas de
Lembre-se também que uma comunidade espessura, 9m de altura. CA 1, RD 8, 90
mais de 20.000 habitantes já começa a ficar besta ou outros projéteis. Um personagem
pode ter outras áreas em seu interior que não PV a cada 3m de largura.
bem complicado! Só tente ter alguma coerên- atacando atrás de uma ameia é considerado
se encaixam no contexto de “estrutura”. Pra-  Muralha de Pedra Espessa. 4,5m
cia quando às estruturas possíveis de serem sob cobertura: recebe +4 na CA e se estiver
ças, monumentos, áreas abertas, tendas e ou- de espessura, 12m de altura. CA -3, RD 8,
encontradas na comunidade e o seu histórico. em posição elevada em relação ao alvo ainda
tros também podem estar disponíveis para os 200 PV a cada 3m de largura.
recebe +1 no ataque.
habitantes de uma comunidade sem que haja Muralha e Portão  Escalar Muralhas. Atletismo CD
um “custo” de seu patrimônio. Muitas muralhas têm também torres de 25. Cada sucesso permite subir metade do
Cidades e metrópoles muitas vezes são vigia, posicionadas um pouco a cima do topo seu deslocamento.
E como sempre, lembre-se que todos os cercadas por muralhas, com alguns portões da muralha, de onde os defensores têm uma  Portão Gradeado. CA 3, RD 10, 50
valores apresentados na tabela “Custo das localizados em pontos estratégicos. É raro visão privilegiada. Atacar posicionado em PV. Força CD 25 para erguer.
Estruturas” são bastante genéricos. Sinta-se que comunidades menores sejam muradas, uma torre de vigia confere os mesmos bene-  Portão de Madeira Reforçado. CA
livre para aumentar ou reduzir estes custos, mas algumas vezes isso acontece – principal- fícios de atacar em uma ameia. 3, RD 6, 30 PV. Força CD 20 para derru-
mente em pequenas cidadelas ou fortes. É bar.
Exemplos de Estruturas muito difícil definir um custo para uma mu- Toda muralha é parcialmente interrom-
Açougue Jardim pida em algum ponto por um portão. Na mai-
Albergue Joalheria ralha, pois vai depender do tamanho da co- sam ser feitos de madeira e reforçados por li-
Alfaiataria Laboratório Místico munidade, portanto deixemos à escolha do oria das vezes os portões são gradeados,
gas metálicas. Na maioria das comunidades
Aqueduto Lojas Diversas mestre se sua comunidade terá uma muralha abrindo-se para cima, embora também pos-
os portões permanecem abertos durante o
Arena de Jogos Mercado ou não. dia e fechados à noite, constantemente vigia-
Armazém Moinho
Armeiro Monumento dos por guardas ou soldados.
Atelier Padaria
Banco Monetário Palácio Armas de Cerco
Biblioteca Pátio aberto
Bordel Porto Algumas muralhas maiores podem ter ba-
Botica Posto de Vigia listas e/ou catapultas acopladas a elas, para
Cais Praça Pública atacar invasores. Armas de cerco são explica-
Canal Fluvial Quartel das no suplemento Expedição à Aliança Negra,
Capela Residência Abandonada com custos para adquiri-las e todas as demais
Casa de Banhos Residência Nobre
Castelo Residência Simples
estatísticas. Sugere-se que o mestre utilize ar-
Cervejaria Ruínas mas de cerco apenas para cidades ou metró-
Escola Salão Comunal poles.
Escritório Sede Administrativa
Estábulo Sede da Guarda
Estalagem Sede de uma Guilda MAURY “SHI DARK” ABREU
Ferraria/Forja Taverna
Floricultura Templo maury.abreu@bol.com.br
Hospital Torre
Igreja/Santuário Tribunal

48
49
 Uma Busca
Foliar
 Armadilha
 NPC/PdM
Arton é um mundo cheio de grandes
problemas – exércitos de goblinoides,
tempestades interdimensionais, demô-
nios de poder extremo, deuses que ca-
minham entre os mortais, magos e mor-
tos-vivos de capacidades incríveis...
Mas Arton também é um mundo de pe-
quenos problemas. Há espaço para aventu-
reiros em início de carreira – coisas como
escoltar um mercador que atravessa por ter-
ras perigosas, afugentar os lobos que pre-
dam as ovelhas dos fazendeiros locais, ex-
terminar os ratos que infestam os esgotos da
cidade (e quem sabe descobrir que eles são
controlados por um druida maligno), des-
mascarar um clérigo maligno que engana,
manipula e secretamente atormenta os cida-
dãos de uma pacata aldeia...
Uma Busca Foliar é exatamente isso, uma
aventura simples para um pequeno grupo
50
 Localidade  Monstro
 Nota/Regra  Tesouro
de personagens de TORMENTA RPG entre
1º e 2º nível (somando entre seis e nove ní-
veis no total). Ela foi desenvolvida para
ocorrer logo após a aventura Refúgio Verme-
lho, publicada na BC#14 – mas não tem li-
gação direta com a anterior, por isso pode
ser utilizada de forma independente. Nada
de Tormenta e simbiontes desta vez...
A aventura terá como ponto de partida
o mesmo palco utilizado em Refúgio Verme-
lho: tudo começa no Refúgio do Lenhador,
onde os personagens dos jogadores (PJ) se-
rão contratados para... bem... colher plantas!
Introdução
Herbalismo é como é chamado o
campo da ciência que estuda o uso de

Refúgio do
Lenhador
 Refúgio do Lenhador (aldeia):
População 550 (humanos 92%, anões
3%, halflings 2%, elfos 1%, quareen 1%,
outros 1%). Economia: limite 200 TO,
posse 5.500 TO. Governo: conselho. Re-
ligião: Valkaria 60%, Marah 15%, Alli-
hanna 10%, Tanna-Toh 8%, Khalmyr
5%, outros 2%. Tendência: Neutra e Boa.
Importações: bebidas, carne, metais, pape-
laria, tecidos, vestuário, vidro. Exporta-
ções: artesanato, couro, frutas, hortaliças,
laticínios.
plantas medicinais. Botânicos e boticá-
rios estão entre os principais cientistas a
adotarem esta prática – e em mundos de
fantasia medieval, como Arton, é co-
mum que druidas, rangers e xamãs tam-
bém se dediquem ao herbalismo.
A maioria destes pesquisadores e estudi-
osos, porém, não são grandes heróis aven-
tureiros com capacidades especiais de com-
bate. Sendo assim, o acesso a alguns itens de
matéria-prima necessária às vezes é um
pouco difícil para eles – muitas plantas não
são facilmente cultivadas e só podem ser en-
contradas em lugares selvagens ou muito
distantes. Por isso, alguns escolhem contra-
tar os serviços de aventureiros e mercená-
rios para obter acesso a tais recursos. E é
assim que a aventura se inicia.
Antes de começar é importante que o
mestre saiba o seguinte (caso não tenha lido
a aventura Refúgio Vermelho): o Refúgio do
Lenhador é uma aldeia localizada ao sul de
Valkaria e a oeste da Mata dos Galhos Par-
tidos, quase na fronteira com Ahlen. O lu-
gar era extremamente tranquilo, até que
seus habitantes começaram a sofrer com so-
nhos terríveis ligados à Tormenta, a terrível
tempestade rubra que dá nome ao cenário.
Um grupo de aventureiros (talvez os pró-
prios PJ) chegou ao local e descobriu que o
padre local era um adorador de Aharadak –
o deus da Tormenta – e era o responsável
pelos terríveis sonhos. O clérigo foi perse-
guido e morto (assim esperamos) e o arte-
fato responsável por causar pesadelos des-
truído (ou confiscado, neste ponto a aven-
tura termina em aberto). O dano, porém, já
estava feito e hoje muitas pessoas no Refú-
gio do Lenhador sofrem de surtos de insa-
nidade causados pela loucura da Tormenta.
Todas estão recebendo tratamento, é ver-
dade, mas ainda há muito a ser feito.
Neste cenário de loucura, um velho bo-
tânico nativo de Salistick chamado Adolpho
Rizzini sabe da existência de uma rara planta
chamada de “erva-do-clero” que cresce as-
sociada a outras árvores de clima tropical e
temperado – e, sendo assim, é possível que
possa ser encontrada na Mata dos Galhos
Partidos, vizinha à aldeia. Segundo Adol-
pho, a erva pode ser usada para produzir um
elixir com propriedades medicinais que aju-
dam no tratamento de doenças mentais,
como loucura e insanidade. O velho, po-
rém, não tem condições de explorar a mata
em busca da planta – é aí que entram os PJ.
Como pode ver, Uma Busca Foliar foi de-
senvolvida para ocorrer logo após os even-
tos descritos em Refúgio Vermelho – como
uma continuação, embora os temas das
duas aventuras não estejam diretamente re-
lacionados. Se os PJ tiverem participado da
aventura anterior, o mestre pode utilizar
Uma Busca Foliar na sequência – mas isso
não é obrigatório. Também é possível que
os PJ tenham deixado a aldeia após os even-
tos narrados na aventura anterior; neste
caso, caberá ao mestre desenvolver algum
pretexto para que eles retornem à aldeia
para dar início à aventura.
Embora a aventura seja desenvolvida
com um enredo e objetivos claros, o mestre
é livre para modificar tudo e usar tão so-
mente os encontros na mata para desenvol-
ver uma aventura completamente diferente!
Mais para o final há um quadro que dá algu-
mas ideias sobre como mesclar Uma Busca
Foliar a uma outra aventura clássica de Tor-
menta...
O mais simples é fazer com que os PJ já
se conheçam no início da aventura (e se eles
tiverem participado de Refúgio Vermelho isso
provavelmente será verdade), mas se prefe-
rir você pode criar toda uma cena introdu-
tória para que eles se encontrem no Refúgio
do Lenhador (neste caso, os detalhes ficam
por sua conta). Sugiro que você leia toda a
aventura antes de começar, para se ambien-
tar com o cenário e o enredo.
O bloco nesta página traz as informa-
ções gerais sobre o Refúgio do Lenhador
(suas estatísticas, conforme as regras mos-
tradas na BC#14). Para uma descrição mais
detalhada da aldeia (incluindo um mapa)
veja a aventura Refúgio Vermelho, também na
BC#14.
Prólogo:
Envolvendo
os Heróis
A aventura terá início quando os PJ fi-
zerem contato com Adolpho Rizzini. A
forma como isso ocorrerá vai depender de
uma série de variáveis. Se eles tiverem parti-
cipado da aventura Refúgio Vermelho então já
serão conhecidos na aldeia e, portanto, po-
derão ser procurados pelo botânico a qual-
quer momento. Se for este o caso, leia-lhes
o seguinte:
Vocês caminham pelas ruas do Re-
fúgio do Lenhador – uma aldeia pacata
que ajudaram a salvar de uma terrível
ameaça. Desde sua intervenção, os ter-
ríveis pesadelos que assolavam este
povo não mais ocorreram e vocês po-
dem ver lentamente a população reto-
mar seus afazeres. A praça central, vazia
em dias anteriores, agora encontra-se
apinhada de transeuntes de um lado
para o outro. É claro que ainda há pes-
soas sob tratamento – os pesadelos liga-
dos à Tormenta danificaram severa-
mente as mentes de alguns aldeões. Mas
é bom ver a aldeia lentamente se reer-
guer.
51
 Durante suas caminhadas pela co- Atenciosos, vocês gesticulam para outros produtos naturais com proprie- Quando os PJ encontrarem Adolpho,
munidade não é raro ouvirem cumpri- que o homem continue e ele segue seu dades curativas e medicinais. Particu- use o texto anterior para descrever a aparên-
mentos e acenos de cabeça. Com o discurso: “Primeiramente, creio que larmente acho muito mais seguras do cia do botânico e deixe-os conversarem um
canto dos olhos, vocês percebem alguns nunca fomos apresentados. Me chamo que estas magias ditas ‘divinas’. Enfim, pouco, até que ele explique a situação aos
olhares tímidos de certas donzelas – e Adolpho Rizzini e sou um botânico, um estive pensando recentemente e acho heróis. Independentemente de os PJ já se-
também os ousados das meretrizes. pesquisador de plantas, natural do reino que sei de algo que pode ajudar aqueles rem conhecidos na aldeia ou não, o velho
Para este povo simples, vocês são seus de Salistick. E vocês são aqueles que que sofreram danos mentais devido aos não tem nenhuma grande recompensa a
salvadores. salvaram esta comunidade daqueles pesadelos. Se puderem me acompanhar oferecer pelos seus serviços, mas espera que
horríveis pesadelos. Nunca gostei da- até minha Botica, poderei explicar me- seus corações sejam bons e que eles esco-
Repentinamente vocês ouvem algo
quele padre, sempre prepotente em sua lhor. O que me dizem?” lham ajuda-los. Se decidirem apoiá-lo, Adol-
um pouco diferente: uma voz rouca pa-
crença, jamais respeitando uma opinião pho levará os heróis até os fundos de sua
rece chamar por seus nomes. Quando se contrária... Não me admira que esti- Dito isso, o homem calvo gesticula botica para explicar um pouco mais sobre a
viram naquela direção, logo encontram para que o acompanhem, aguardando
vesse envolvido no ocorrido. Eu sempre tal erva. Leia-lhes o seguinte:
sua fonte: um homem de postura cur- por sua reação.
dizia que a igreja não era o lugar ade-
vada, calvo e de pele enrugada se apro- A “Botica do Adolpho” mostra-se a
quado para cuidar dos enfermos, mas Adolpho então guiará os PJ até sua Bo-
xima a passos rápidos. Ofegante, ele ninguém nunca me dá ouvidos nestas vocês como um ambiente relativamente
tica (veja adiante).
logo começa a falar: “Senhores” o ho- pequeno, uma loja simples cheia de pra-
questões!”
mem para por alguns momentos para Caso os PJ não sejam conhecidos na al- teleiras com frascos, potes e sacos com
recuperar o fôlego – o passo rápido pa- “Bem, mas isto não vem ao caso, não deia, então o mestre deverá criar outra ma- os mais variados líquidos, óleos, pastas
rece ter sido demais para o corpo enve- os procurei para discutir sobre crenças e neira para que eles encontrem o pesquisa- e pós. Guiados pelo velho homem vocês
lhecido –, mas logo recomeça: “estava motivações religiosas. O fato é que dor. Explique a eles o clima de melancolia e adentram a estrutura até uma sala mais
procurando por vocês. Posso ter alguns como botânico, eu utilizo meu conheci- recuperação que toma conta da comunidade ao fundo onde outras prateleiras abri-
instantes de sua atenção?” mento para produzir pomadas, chás e e permita que conversem com as pessoas, gam caixas etiquetadas. Percorrendo as
descobrindo o que aconteceu. Caso alguém prateleiras, Adolpho procura por al-
se dispunha a ajudar os necessitados, um guma caixa específica e quando a en-
dos aldeões pode indicar o velho Adolpho, contra os guia até uma mesa ao fundo.
A Erva-do-Clero e o Elixir da Sanidade dizendo que o botânico estava precisando
No interior da caixa o velho botânico
A erva-do-clero (Rhamnus fluctus) é uma planta com minúsculas flores brancas e gran- de ajuda para encontrar ervas para produzir
mantém organizadas uma série de pas-
des folhas roxeadas bastante onduladas (característica que dá origem ao epíteto fluctus) que uma cura. Neste caso, os PJ poderão encon-
tas com nomes estranhos. Ele pega uma
ocorre sempre associada a outras plantas de clima tropical e subtropical. É utilizada como trar o velho na “Botica do Adolpho” – uma
das pastas e, quando abre, vocês perce-
planta medicinal para produção de chás e poções ligadas a mente. espécie de farmácia onde o cientista produz
bem que há um pequeno ramo de al-
A erva é ingrediente para o preparo de algumas poções que lidam com Inteligência, e vende vários tipos de produtos com pro-
guma planta seca preso a um pergami-
Sabedoria, controle mental e similares. Em regras, cada ramo é considerado matéria-prima priedades medicinais. A localização da bo-
nho. Ao perceber seu estranhamento, o
equivalente a 10 TO para a produção de algumas poções – como o elixir da sanidade. O tica fica por conta do mestre, mas ela está
homem começa a explicar.
elixir da sanidade não é considerado um item mágico e pode ser produzido por qualquer localizada longe do centro – como um na-
personagem treinado em Ofícios (Alquimia) ou que tenha o talento Preparar Poções, mas tivo de Salistick, Adolpho não acredita em “Isto, senhores, é uma hexsicata, um
precisará de um laboratório alquímico em qualquer das situações. A produção custa 3 TO deuses, por isso preferiu estabelecer sua loja exemplar de uma planta dessecado e
– ou seja, cada ramo é capaz de produzir três elixires. bem longe da igreja (o que pode ter sido cru- prensado. Este exemplar, em específico,
Beber um elixir da sanidade restaura 1d4 Pontos de Insanidade ou 1 ponto de Sabedo- cial para que ele não fosse afetado pelos pe- é uma Rhamnus fluctus, mais conhe-
ria perdido de forma temporária (dano permanente não é restaurado). O item pode ser sadelos atormentadores). cida como erva-do-clero, um nome tolo,
comprado em boticas ao custo de 10 TO a dose. na minha opinião. Mas isso não im-
 Elixir da Sanidade, Ofícios (Alquimia) ou Preparar Poções, 10 TO a dose. porta, o que realmente importa são suas
propriedades. Um ramo de Rhamnus

52
fluctus pode ser utilizado para produzir
um chá de cheiro azedo e sabor adoci-
cado que revitaliza células cerebrais e
ajuda com a perda de memória. Em ins-
tituições respeitadas ela é amplamente
utilizada para o tratamento de proble-
mas mentais. Creio que ela seria de
grande ajuda no tratamento àqueles que
foram mentalmente afetados pelos pe-
sadelos”.
“Infelizmente”, prossegue o botâ-
nico, “não há muitas informações sobre
os locais de ocorrência da Rhamnus
fluctus em Arton. Sei que ela sempre
ocorre associada a outras plantas de
maior porte típicas de ambientes tropi-
cais e subtropicais. Já ouvi relatos de
sua ocorrência aqui em Deheon e sei
que algumas das plantas com as quais
elas ocorrem associadas também se dis-
tribuem por esta região – há, inclusive,
muitos exemplares bem aqui na Mata
dos Galhos Partidos, vizinha à nossa al-
deia. Eu iria atrás delas eu mesmo, mas
já estou muito velho para me aventurar
por um ambiente selvagem. Os senho-
res, porém, creio terem experiência com
este tipo de coisa. Se puderem encontrar
alguns ramos na mata, poderei usá-los
para ajudar os aldeões afetados. O que
me dizem?”
Caso os PJ perguntem por alguma re-
compensa, Adolpho ficará desconcertado –
ele não tem com o que recompensar os per-
sonagens, a não ser seus mais sinceros agra-
decimentos. Se necessário, ele fará um dis-
curso sobre a necessidade do povo e tudo o
mais – ele mesmo não pretende lucrar com
os remédios a serem produzidos, quer ape-
nas ajudar seus vizinhos e amigos.
Caso os heróis aceitem a missão de pro-
curar pelas tais plantas, Adolpho mostrará a
hexsicata da “erva-do-clero” com mais de-
talhes. A hexsicata, como o botânico expli-
cou, é um exemplar da planta dessecado e
prensado contendo identificações científi-
cas (nome, origem, data da coleta, nome do
coletor... um monte de coisas inúteis para os
PJ) com finalidade de catalogação. O pes-
quisador mostrará aos PJ todas as caracte-
rísticas da planta para que eles sejam capa-
zes de identifica-la quando a encontrarem,
bem como características para identificar as
outras plantas com as quais a erva-do-clero
(que ele sempre insistirá em chamar de
Rhamnus fluctus, pois não gosta do “verná-
culo” comum) vive associada. Personagens
treinados em Conhecimento (Natureza) sa-
berão identificar todas as plantas com faci-
lidade.
Se perguntarem por “quantidade” de er-
vas necessárias, Adolpho dirá que quanto
mais ramos puderem encontrar melhor. O
mestre pode determinar uma quantidade
que achar apropriado, de acordo com a difi-
culdade que acredita que os PJ terão em en-
contrar os ramos (quanto maiores seus mo-
dificadores nas perícias Conhecimento: Na-
tureza, Percepção e/ou Sobrevivência, mai-
ores suas chances de sucesso). Algo por
volta de cinco ramos deve ser uma média
suficiente.
Quando sentirem-se prontos e capazes
de identificar corretamente a erva-do-clero,
caberá aos PJ adentrar a Mata dos Galhos
Partidos, vizinha ao Refúgio do Lenhador,
para procurar pelas plantas...
Parte Única: Esta é uma aventura bastante simples
com um objetivo direto: explorar a Mata
A Mata dos dos Galhos Partidos em busca de alguns ra-
mos de erva-do-clero. A mata não é um lu-
Galhos Partidos
gar particularmente perigoso: é habitado ba-
sicamente por criaturas consideradas “nor-
mais”, como alguns felinos, lobos, javalis,
Seguindo a estrada para leste da al- serpentes... Até onde se sabe, os únicos hu-
deia, vocês começam a lentamente dis- manoides vivendo ali são o druida Neldor e
tanciar-se do Refúgio do Lenhador. As seu amigo Tahndour, que atuam como seus
fazendas de plantação e de criação de protetores – mas a menos que os PJ causem
animais começam a ficar para trás, muitos estragos na mata, os dois PdM não
dando lugar a uma planície verdejante
terão participação ao longo da aventura
com árvores e arbustos isolados. Bastam
(mas veja o quadro no final da aventura).
alguns minutos de caminhada para que
as árvores comecem a se tornar mais nu- Há várias trilhas no interior da mata,
merosas e densas, substituindo a planí- uma delas larga e claramente aberta para a
cie por um ambiente florestado. passagem de carroças, mas a maioria peque-
nas e estreitas – algumas talvez tenham sido
Logo adiante está uma frondosa pa-
produzidas por algum animal selvagem.
rede de grandes seixos e carvalhos. A es-
Você pode criar um mapa da região e guiar
trada de terra batida divide-se, um cami- os PJ através dele – ou pode deixá-los ex-
nho adentrando a mata em meio às ár- plorando a área aleatoriamente, seguindo
vores e outro seguindo para o norte, por trilhas ou fora delas.
contornando o ambiente florestado. As
indicações que receberam não deixam
dúvidas de que à sua frente está a Mata
A Busca pelos Ramos
dos Galhos Partidos. Para encontrar os ramos de erva-do-
clero será preciso obter sucesso em um teste
 Adolpho Rizzini: humanoide (humano), plebeu 2, LB; ND ¼; Médio, desl. 9m;
PV 6; CA 10 (+1 nível, -1 Des); corpo-a-corpo: pancada +0 (1d3 não letal); Fort +2, Ref
+0, Von +4; For 8, Des 9, Con 10, Int 16, Sab 17, Car 14; PI 0.
Perícias & Talentos: Conhecimento (Arcano) +8, Conhecimento (Natureza) +8, Cura
+8, Diplomacia +7, Intuição +8, Ofício (Alquimia) +16, Ofício (Administração) +16;
Usar Armas Simples, Usar Armaduras Leves, Usar Escudos, Diligente, Foco em Perícia
(Ofício: Alquimia), Foco em Perícia (Ofício: Administração).
Botica do Adolpho: a Botica do Adolpho é um negócio de nível 2 com os ativos Boticário
e Oficina (veja Valkaria: Cidade sob a Deusa). Os bônus oferecidos por estes ativos estão
incluídos em sua ficha. A botica conta com um laboratório alquímico, mas este ainda não
é um dos ativos (embora o pesquisador tenha planos de ampliar seu negócio e incluir esta
característica ao negócio).
53
 de Conhecimento (Natureza), Percepção ou
Sobrevivência, com CD 30 para qualquer
uma delas. Trabalhando sozinho, um perso-
nagem de baixo nível terá poucas chances
de sucesso – por isso, espera-se que eles ha-
jam em conjunto, para aumentar suas chan-
ces de sucesso.
Caso ajam em conjunto, os PJ poderão
utilizar a regra de “Prestar Ajuda” (TRPG
EDIÇÃO REVISADA, pg. 81). Nesta situa-
ção, um dos personagens do grupo (de pre-
ferência aquele com modificador mais alto
em uma das perícias) é considerado o líder
e os demais seus “ajudantes”. Cada ajudante
faz um teste de uma das perícias (à escolha
do jogador) contra CD 10 e se obtiver su-
cesso confere um bônus de +1 para o teste
de perícia do líder (com adicional de +1
para cada 5 pontos que superar a CD 10).
A menos que estejam envolvidos em al-
guma situação de risco, qualquer um dos PJ
Resultados da Busca
 Sucesso. O grupo consegue en-
contrar um ramo de erva-do-clero.
 Sucesso por 5 ou mais. O grupo
consegue encontrar dois ramos de erva-
do-clero.
 Falha. Nenhum ramo é encon-
trado.
 Falha por 10 ou mais. Nenhum
ramo é encontrado e o grupo automati-
camente atrai a atenção de algum animal
selvagem e cai em um encontro aleatório
(veja a seguir).
 Sucesso Limite. Cabe unica-
mente ao mestre decidir um limite de ra-
mos que os PJ poderão encontrar – algo
por volta de 5 já deve bastar.
54
também pode usar a regra de “Escolher 10”
(TRPG EDIÇÃO REVISADA, pg. 81) – neste
caso, ele não rola 1d20, mas é como se ti-
vesse obtido resultado 10 no dado automa-
ticamente. Também é possível “Escolher
20” – mas neste caso, será necessário o do-
bro do tempo para realizar a busca (o que
aumentará as chances de encontros aleató-
rios, como verá a seguir).
Cada tentativa tem duração de meia
hora (ou uma hora se algum dos PJ “Esco-
lher 20”) e cobre uma área de aproximada-
mente 400 m² (ou metade disso caso alguém
“Escolha 20”).
Encontros Aleatórios
Ao mesmo tempo em que procuram pe-
los ramos, os PJ estão constantemente sob
o risco de terem algum encontro com os ha-
bitantes da mata.
Para cada meia hora que os PJ permane-
cem no interior da Mata dos Galhos Parti-
dos há 50% de chance de que um encontro
ocorra – se isso acontecer, escolha um entre
os descritos adiante ou jogue 1d12 para de-
terminar aleatoriamente. Cada meia hora
sem um encontro aumenta essa chance em
+10% – assim, na primeira meia hora a
chance de que um encontro ocorra será de
50%; se nenhum encontro ocorrer, na pró-
xima meia hora a chance será de 60%; se no-
vamente não ocorreu nenhum encontro, na
próxima meia hora a chance será de 70% e
assim por diante, até que a chance de um
encontro chegue a 100% ou algum encon-
tro aleatório ocorra. Toda vez que um en-
contro ocorrer, a chance de um novo en-
contro automaticamente cai para 50%.
Claro, o mestre também pode simples-
mente escolher quando e como rolar cada en-
contro...
A seguir estão descritos alguns encon-
tros aleatórios que podem ocorrer no inte-
rior da mata. Sinta-se livre para criar seus
próprios encontros ou modificar os já exis-
tentes. Os encontros “Perdidos na Mata”,
“Toque Venenoso” e “Perigos Naturais”
são subdivididos, portanto poderão ser re-
petidos.
Veja também o bloco “Mais Ação”, nas
páginas finais, para uma dica de um encon-
tro inspirado em uma antiga aventura.
(1) Presas e Veneno
Os sons de aves canoras os acompa-
nha constantemente conforme procu-
ram pelos ramos desejados. Sons de to-
dos os tipos: cantos belos e suaves, gras-
nidos de alerta, voos rápidos e repenti-
nos que ocasionalmente causam um
susto temporário. A vida abunda ao re-
dor de vocês, mas este não parece um
lugar de perigos constantes, com mons-
tros espreitando em cada árvore.
A aparente tranquilidade, porém,
pode ser uma armadilha, pois os leva a
instintivamente relaxar. Quando perce-
bem o erro, vocês balançam a cabeça e
renovam a atenção – e bem a tempo,
quando uma pequena forma serpentina
salta em sua direção!
Defina um dos PJ aleatoriamente. Este
PJ acaba de ser atacado pelo bote de uma
cascavel! Peça que todos os personagens en-
volvidos na cena façam testes de Percepção
resistido pelo teste de Furtividade da casca-
vel; aqueles que falharem serão considera-
dos surpreendidos nesta primeira rodada de
 Cascavel (1): animal 1, N; ND
½; Pequeno, desl. 6m, escalar 6m, nata-
ção 6m; PV 5; CA 16 (+1 tamanho, +3
Des, +2 natural); corpo-a-corpo: mor-
dida +4 (1 mais veneno); HE: faro, visão
na penumbra, veneno; Fort +3, Ref +5,
Von +1; For 6, Des 17, Con 13, Int 1,
Sab 12, Car 2.
Perícias & Talentos: Iniciativa +3, In-
tuição +1, Furtividade +11, Percepção
+1; Fortitude Maior, Reflexos Rápidos,
Acuidade com Armas.
Veneno: ferimento pela mordida, For-
titude CD 15, 1d12 PV.
ataque (-4 na CA e não pode agir) – embora
isso só seja realmente importante para
aquele atacado pela cobra. Depois role a Ini-
ciativa e deixe cada um agir em seu turno.
Na verdade, a cascavel atacou apenas
porque se sentiu ameaçada quando um dos
PJ se aproximou dela. Após o bote inicial,
ela tentará fugir, utilizando sua ação de mo-
vimento na primeira rodada. Se não for per-
seguida, continuará a usar ações de movi-
mento para se afastar – mas se for perse-
guida, voltará a atacar!
(2) Carniceiros à Vista
Um casal de urubus-reis, uma espécie de
ave de rapina carniceira com cerca de 80
metros de comprimento, construiu seu ni-
nho alguns metros a cima da posição atual
dos PJ. Nervosas com sua presença as aves
estão irritadiças, espreitando os PJ. Peça que
todos façam testes de Percepção (CD 19);
se algum deles obtiver sucesso, perceberá o
urubu-rei os espreitando. Neste caso, leia-
lhes o seguinte:
 Alguma coisa no canto de seus olhos algum tempo e depois os deixarão partir em cês param e percebem que o som provo-
os faz olhar para o alto, abandonando paz. Mas se os PJ insistirem em permanecer cado por seu movimento não ficou mais  Empatia Selvagem. Ao longo
momentaneamente a busca pelos ra- na volta, o casal atacará em 1d3+1 rodadas. alto: na realidade, a mata se tornou mais desta aventura os PJ encontrarão muitos
mos. Sua decisão se mostra acertada: Um druida pode usar sua habilidade de Em- silenciosa. Vocês prestam atenção, mas animais que poderão ser “acalmados”
pouco mais de cinco metros a cima de patia Selvagem para tentar acalmar os uru- os cantos das aves parecem muito dis- com a habilidade Empatia Selvagem de
suas cabeças duas grandes aves esprei- bus (eles são considerados inamistosos). tantes, bem quando um estranho cheiro um druida. Para isso o druida faz um
tam, olhando fixamente na sua direção. de sangue assola suas narinas... teste de Empatia Selvagem (nível de
Se ninguém perceber a presença dos druida + modificador de Carisma) resis-
São animais de corpo volumoso, cober-
urubus, os animais atacarão com um voo ra- Uma onça acaba de abater um cervo tido pela perícia Intuição dos animais em
tos por penas brancas com extremida-
sante, grasnindo ferozmente, dois dos PJ. perto da posição dos PJ – e agora ela acha questão. Para facilitar, todas as fichas in-
des escuras. A cabeça, porém, parece
Como ninguém percebeu sua presença, to- que os heróis almejam roubar sua presa e cluem o modificador de Intuição dos ani-
desprovida de penas, apesar de haver
dos serão considerados desprevenidos na não está nada contente com isso! mais.
certa variedade de coloração amarela e
primeira rodada (-4 na CA e não podem A menos que o texto diga o contrário,
avermelhada. Assemelha-se a uma ave Perceber a presença da onça nas proxi-
agir). todos os animais serão considerados
carniceira, medindo mais de 70 metros midades exigirá sucesso em um teste de Per-
de comprimento. Seus olhos estão fixos “inamistosos” com os PJ, mas podem se
(3) Predador à Solta cepção resistido pela Furtividade do felino.
tornar “indiferentes” caso o druida obte-
e não parecem de grandes amigos. Caso percebam sua presença, os heróis po-
O farfalhar debaixo de seus pés en- dem tentar se afastar do felino, ataca-lo ou nha sucesso em seu teste.
Sucesso em um teste de Conhecimento quanto caminham pelo terreno da mata  Animais em Fuga. Lembre-se
tentar acalmá-lo. A onça é considerada ina-
(Natureza) (CD 15) permite identificar as começa a se tornar mais alto conforme que os animais agem por instinto, por-
mistosa com relação aos PJ.
aves corretamente. Se os PJ se afastarem do avançam em sua busca. De repente, vo- tanto eles dificilmente lutam até a morte
ninho, elas continuarão a espreitar por mais (4) Perdidos na Mata (a menos que estejam encurralados).
Caso cheguem a metade de seus PV, eles
A busca pelos ramos da tal erva-do- tentarão fugir.
 Urubu-Rei (2): animal 2, N; ND ½; Pequeno, desl. 3m, voo 12m; PV 10; CA 16 clero ocasionalmente acaba levando à
(+1 nível, +1 tamanho, +4 Des); corpo-a-corpo: garras +6 (1d3+2); HE: visão na pe- distração a outros aspectos da mata – e
numbra, agarrar aprimorado; Fort +4, Ref +7, Von +2; For 13, Des 18, Con 12, Int 1, eles conseguirão retornar à trilha em 2d4 ro-
sem perceber, vocês acabam se desvi- dadas; para cada 5 pontos a cima de 20, re-
Sab 12, Car 4. ando para fora das trilhas! Olhando ao
Perícias & Talentos: Iniciativa +5, Intuição +2, Furtividade +9, Percepção +6; Fortitude duza o número de rodadas em 1 (p.ex. 2d4-
redor, percebem que estão agora envol- 1 para resultado 25, 2d4-2 para resultado 30,
Maior, Reflexos Rápidos, Acuidade com Armas. vidos pela vegetação por todo o lado e
Agarrar Aprimorado: urubus-reis e outras aves de rapina costumam agarrar as presas até um mínimo de 1 rodada). Em caso de
após tantas voltas, não conseguem de- fracasso, eles retornarão à trilha em 2d4+2
para devorá-las no alto das árvores. Eles podem iniciar a manobra agarrar como uma ação terminar seu caminho original! Grandes
livre se acertarem o ataque com garras. Geralmente fazem isso apenas contra alvos Míni- rodadas; para cada 5 pontos abaixo de 20,
arbustos e árvores robustas preenchem aumente o número de rodadas em 1 (p.ex.
mos ou menores. sua visão, acompanhados de cipós com
 Onça (1): animal 5, N; ND 2; Médio, desl. 15m, escalar 9m; PV 29; CA 18 (+2 2d4+3 para resultado 15, 2d4+4 para resul-
perigosos espinhos curvados... tado 10, até um máximo de 2d4+6 rodadas
nível, +4 Des, +2 natural); corpo-a-corpo: garra +7 (1d4+5) ou 2 garras +5 (1d4+5) e 1
mordida +5 (1d6+5); HE: visão na penumbra, faro, bote; Fort +6, Ref +8, Von +3; For Um breve momento de desatenção fez para um resultado 0 ou menos).
17, Des 19, Con 14, Int 2, Sab 12, Car 6. com que os PJ se desviassem da trilha. Para Para cada rodada que estiver se deslo-
Perícias & Talentos: Iniciativa +12, Intuição +5, Furtividade +12, Percepção +4; For- piorar, eles acabaram de entrar em uma re- cando de volta à trilha um PJ deve obter su-
titude Maior, Reflexos Rápidos, Acuidade com Armas, Ataques Múltiplos, Treino em Pe- gião da mata densamente ocupada por cipós cesso em um teste de Destreza (CD 15).
rícia (Furtividade). e outras plantas cheias de espinhos! Cada fracasso significa que o personagem se
Bote: quando faz uma investida a onça pode atacar o mesmo alvo com todas as armas Peça que eles façam um teste de Sobre- descuidou e se arranhou nos espinhos, so-
naturais e recebe +2 em todos os ataques. vivência contra CD 20. Em caso de sucesso, frendo 1d2 de dano. Falha por 5 ou mais
Faro: +4 em Sobrevivência para rastrear e detecta automaticamente criaturas a até 9m. significa que o personagem se descuidou

55
 “muito”, e o dano é dobrado. Os persona-
gens também serão considerados como se
estivessem se deslocando por terreno difícil
(embora isso não afete o número de roda-
das).
Se alguém decidir simplesmente abrir
caminho ferozmente pode retornar à trilha
em metade do número de rodadas resultan-
tes – mas sofrerá automaticamente 1d2 de
dano por rodada (arredondado para cima).
Este personagem acabará por abrir o cami-
nho para seus companheiros, que receberão
um bônus de +2 no teste de Destreza para
evitar dano e também poderão encontrar a
trilha em menos rodadas.
(5) Revoada de... Macacos?!
Repentinamente seus ouvidos são
assaltados por um grito estridente vindo
do alto! Segundos depois, outros gritos
em igual intensidade se propagam por
todos os lados. A agitação a cima torna-
se mais acentuada. Olhando ao redor,
vocês rapidamente percebem que o ru-
ído é provocado por um grande bando
de pequenos primatas espalhados nos
galhos a cima. Eles parecem assustados
e nervosos.
Um bando de 2d4x10 micos está espa-
lhado pelos galhos a cima. Eles já percebe-
ram a presença dos PJ e, assustados, estão
gritando para alertar os demais bandos. Ex-
ceto pelo ruído, não são uma grande ame-
aça. Mas...
Quando os micos começaram a gritar de
forma estridente acabaram também assus-
tando um grande javali que procurava ali-
mento nas proximidades – e um javali as-
sustado se irrita rapidamente! No meio da
gritaria dos micos, o javali saltará por entre
56
os arbustos, já investindo sobre um dos PJ.
Nenhum PJ será considerado surpreendido,
pois o javali faz muito barulho enquanto se
desloca. Se tiver a oportunidade, ele fugirá
logo após seu primeiro ataque – a menos
que também seja atacado, neste caso ele irá
se virar e permanecerá no combate.
O javali é considerado hostil para com
os PJ – o que significa que irá atacar feroz-
mente seu alvo. Sucesso em um teste de
Empatia Selvagem irá deixa-lo inamistoso –
neste caso, ele tentará uma nova investida e
depois fugirá, se ninguém o impedir.
(6) Toque Venenoso
Entre as várias plantas que crescem na
Mata dos Galhos Partidos, algumas são ve-
nenosas caso ingeridas – e as mais perigosas
são venenosas ao mero toque!
Enquanto procuram pela erva-do-clero
os PJ podem acidentalmente tocar uma des-
tas plantas venenosas. Lance 1d4 para de-
terminar quantos PJ terão contato acidental
com as plantas e, em seguida, use os dados
para determinar aleatoriamente quais deles
serão afetados. Em seguida jogue 1d6 para
determinar com qual das plantas abaixo
cada personagem teve contato.
 (1) Língua-de-cobra: as folhas
desta planta secretam um veneno pegajoso
que pode causar gangrena leve. Fortitude
(CD 12) evita, dano 1d2 temporário em
Con.
 (2) Coração-de-Tenebra: a folha
desta planta lembra um grande coração azul
escuro, quase negro. O toque é desagradável
e à noite as folhas parecem brilhar. Forti-
tude (CD 12) evita, dano 1d6 PV.
 (3) Urtiga: não é realmente vene-
nosa, mas causa forte urticária. Fortitude
(CD 12) evita, coceira provoca -2 em todos
os testes durante 1d4 horas.
 (4) Trapaceira Lilás: esta planta
tem grandes flores lilases que expelem espo-
ros que, se inalados, causam terrível crise de
espirros. Fortitude (CD 15) evita, espirros
impõem -4 em qualquer teste que envolva
concentração e a vítima é considerada enjo-
ada (só consegue realizar uma ação padrão
ou de movimento por rodada) durante 1d4
horas.
 (5) Trapaceira Branca: morfologi-
camente igual à trapaceira lilás, mas com flo-
res brancas. Também expele esporos, mas
estes provocam sonolência. Vontade (CD
15) evita, a vítima é considerada fatigada (-2
em Força e Destreza, não pode correr nem
realizar investidas).
 (6) Dente mortal: extremamente
venenosa, esta planta tem pequenos espi-
nhos que secretam veneno. Fortitude (CD
15) evita, dano 1d2 permanente em Con.
(7) Perigo Ínfimo
Um incômodo ruído na mata os faz
interromper sua busca por alguns mo-
mentos – ao longe, ouve-se um fraco
zumbido. O som aumenta em intensi-
dade, parecendo vir de uma certa dire-
ção. Então o ruído aumenta mais um
pouco, e desta vez torna-se difícil deter-
minar sua fonte: parece vir de todos os
lados! Repentinamente vocês são com-
pletamente envolvidos em uma nuvem
de ávidos insetos semelhantes a mos-
quitos!
O enxame é, na realidade, um enxame
de pernilongos-de-sangue, uma espécie de
inseto atraída pelo calor de corpos vivos e
que se alimenta sugando seu sangue. Unita-
riamente são como mosquitos – mas
quando se reúnem em um enxame podem
se tornar bastante prejudiciais, principal-
mente porque são muitas vezes vetores de
doenças, como é o caso.
O enxame está apenas de passagem, mas
vai picar e se alimentar do sangue de qual-
quer PJ que estiver em seu caminho. Eles
 Mico (2d4x10): animal 1, N; ND
-; Mínimo, desl. 6m, escalar 9m; PV 3;
CA 14 (+2 Des, +2 tamanho); corpo-a-
corpo: mordida +4 (1); HE: visão na pe-
numbra, faro; Fort +2, Ref +4, Von +1;
For 2, Des 15, Con 10, Int 3, Sab 12, Car
8.
Perícias & Talentos: Iniciativa +2, In-
tuição +1, Furtividade +10, Percepção
+5; Fortitude Maior, Reflexos Rápidos,
Acuidade com Armas.
 Javali (1): animal 4, N; ND 2;
Médio, desl. 12m; PV 32; CA 17 (+2 ní-
vel, +1 Des, +4 natural); corpo-a-corpo:
presas +5 (1d8+4); HE: visão na penum-
bra, faro, investida poderosa; Fort +7,
Ref +5, Von +2; For 15, Des 12, Con 16,
Int 2, Sab 10, Car 6.
Perícias & Talentos: Iniciativa +3, In-
tuição +2, Furtividade +3, Percepção +7;
Fortitude Maior, Reflexos Rápidos, Duro
de Matar, Vitalidade.
Duro de Matar: uma vez ao dia,
quando sofre dano que o reduza a 0 PV
ou menos, o javali pode ignorar comple-
tamente esse dano.
Investida Poderosa: quando faz uma in-
vestida com as presas, o javali causa
2d8+6 de dano.
ocupam um espaço de 3m por 4,5m e reali- (8) A Alcateia mata conforme vocês caminham pelas Uma grande jiboia está enrolada perto
zam um deslocamento mais menos em linha trilhas, cada vez mais próximo. Em da base da ponte. Para percebê-la, um PJ de-
reta – todos aqueles que seu caminho (o que Um arrepio percorre suas espinhas dado momento, um largo rio surge di- verá fazer um teste de Percepção resistido
a princípio incluíra todos os PJ) serão pica- quando um uivo corta o silêncio da ante de seus olhos, correndo de sul para ao teste de Furtividade da cobra (Furtivi-
dos pelo enxame, a menos que obtenham mata. Pelos cinzentos e olhos amarela- norte. O terreno é ligeiramente mais ele- dade +9). Se alguém chegar perto demais,
sucesso em um teste de Reflexos (CD 15). dos começam a aparecer em vários pon- vado ao sul, havendo uma pequena ela dará o bote como um alerta, tentando
tos quando vocês percebem, tardia- queda d’água de apenas meio metro que afugentar o intruso – a menos que seja uma
Aqueles que forem picados sofrerão 1d3 mente, que estão cercados por uma al- acentua o ruído da água. criatura Pequena, pois neste caso a jiboia
pontos de dano nos PV e terão que fazer cateia de lobos famintos... verá o PJ como uma presa em potencial e
um teste de Fortitude (CD 18). Em caso de Próximo à margem do rio o chão é
Há 2d4+1 lobos cinzentos ao redor dos atacará. Se não for notada, ela também pode
falha contrairão uma doença que causa náu- lamacento e vocês podem ver algumas
PJ (ou dois lobos por PJ, o que achar me- permanecer imóvel até que uma criatura
seas e mal-estar – o PJ sofre 2d6 de dano pegadas gravadas na superfície. O rio deste tamanho se aproxime, para só então
adicional é considerado enjoado (só pode lhor). Eles estão famintos e são considera- não é profundo, mas a correnteza é
dos hostis para com os PJ. Druidas pode dar o bote.
realizar uma ação padrão ou ação de movi- forte, podendo tornar a travessia um
usar Empatia Selvagem para acalmá-los e pouco complicada – não fosse uma
mento por rodada) até que seja curado. A (10) Perigos Naturais
doença pode ser curada com magias de curar convencê-los a não atacar – mas como eles ponte de madeira, com cerca de três me-
ferimentos (mas usada dessa forma ela não re- estão hostis, mesmo com sucesso no teste tros de largura, estendida de uma mar- Embora na maior parte do tempo os PJ
cupera PV, apenas cura a doença), remover eles ainda atacarão caso se sintam ameaça- gem à outra. tendam a permanecer nas trilhas, ocasional-
doença ou com um teste da perícia Cura (veja dos – caberá aos PJ se afastar. mente sua busca exigirá que eles explorem
Este é o rio Nerull, que nasce no reino as áreas mais densas e inexploradas – e an-
a pg. 85 do TRPG EDIÇÃO REVISADA).
(9) Cuidado com o Rio de Tyrondir e segue para o norte até desa- dar por um ambiente selvagem não é tão
guar no rio da Fortitude, próximo às Flores- simples quanto algumas pessoas pensam.
Um ruído de água corrente e peque- tas dos Basiliscos, muito ao norte. A ponte
nas quedas d’água começa a ecoar pela é firme e pode ser usada para atravessá-lo Existem alguns perigos naturais na mata
sem preocupações. que funcionarão como armadilhas. Um la-
 Lobo Cinzento (2d4+1): animal 2, N; ND 1; Médio, desl. 15m; PV 14; CA 15 dino ou outro personagem com a habilidade
(+1 nível, +2 Des, +2 natural); corpo-a-corpo: mordida +3 (1d6+3); HE: visão na pe- Atravessar o rio a nado, porém, é um de classe encontrar armadilhas terá direito a
numbra, faro, derrubar; Fort +5, Ref +5, Von +2; For 15, Des 15, Con 15, Int 2, Sab 12, pouco mais difícil. O rio tem cinco metros um teste de Percepção para detectá-las; ou-
Car 6. de comprimento e para atravessá-lo a nado tros personagens podem substituir o teste
Perícias & Talentos: Iniciativa +3, Intuição +2, Furtividade +3, Percepção +6; Fortitude um PJ terá que fazer testes de Atletismo de Percepção por um teste de Sobrevivên-
Maior, Reflexos Rápidos, Vitalidade. (CD 15). cia, mas apenas se forem treinados nesta pe-
Derrubar: se acertar o ataque com mordida o lobo pode iniciar a manobra derrubar  Natação. Cada sucesso permite se rícia. Sem a habilidade encontrar armadilhas
como uma ação livre (bônus +3). mover metade de seu deslocamento normal. ou treinamento em Sobrevivência, o perso-
Faro: +4 em Sobrevivência para rastrear e detecta automaticamente criaturas a até 9m. Fracassar no teste significa que não conse- nagem não terá direito a testes para detectá-
 Jiboia (1): animal 3, N; ND 2; Médio, desl. 6m, escalar 6m, natação 6m; PV 18; guiu se mover; fracassar por 5 ou mais faz las (mas terá direito a outros testes para evi-
CA 16 (+1 nível, +3 Des, +2 natural); corpo-a-corpo: mordida +6 (1d4+4); HE: visão na com que o PJ afunde e seja carregado pela tar). Estas “armadilhas” não podem ser de-
penumbra, faro, agarrar aprimorado, constrição; Fort +4, Ref +6, Von +2; For 17, Des correnteza (6m por rodada). Pode prender a sativadas.
17, Con 13, Int 1, Sab 12, Car 2. respiração por um número de rodadas igual Lance 1d4 para determinar a armadilha.
Perícias & Talentos: Iniciativa +4, Intuição +2, Furtividade +9, Percepção +2; Fortitude à Constituição e depois disso deve fazer tes-
Maior, Reflexos Rápidos, Foco em Arma (mordida), Vitalidade. tes de Constituição (CD 10 +1 para cada  (1) Galho Quebrado: um galho se
Agarrar Aprimorado: se acertar o ataque com a mordida, a jiboia pode iniciar a manobra teste anterior) por rodada. Se falhar, cai para quebra e cai na direção dos PJ (área de 3m
agarrar como uma ação livre (bônus +6). 0 PV. Veja a perícia Atletismo na pg. 83 do x 3m). Reflexos (CD 12) para evitar; 2d6 de
Constrição: no início de cada turno, causa 1d4+4 de dano em qualquer vítima agarrada. TRPG EDIÇÃO REVISADA. dano; Percepção (CD 5); ND 1/5.

57
  (2) Terreno Irregular: o chão é pe-
dregoso e instável e o PJ corre o risco de
cair e se machucar. Reflexos (CD 18) para
evitar; 1d4 de dano; Percepção (CD 18);
ND ¼.
 (3) Plantas Espinhosas: o PJ se es-
frega acidentalmente em algumas plantas es-
pinhosas, que arranham seus braços e mãos.
Reflexos (CD 15) para evitar; 1d4 de dano e
penalidade de -1 em testes que envolvam as
mãos durante 1 minuto; Percepção (CD 12);
ND ¼.
 (4) Toca Escondida: o PJ cai em
uma pequena toca escondida no meio da ve-
getação; embora não seja profunda, pode
causar uma torção. Reflexos (CD 20) para
evitar; 1d4 de dano e torção (-3m de movi-
mento e -1 em testes relacionados a Des-
treza) por 1 minuto; Percepção (CD 20);
ND ½.
(11) Oito Patas
Não pela primeira vez vocês passam
a mão em seus rostos, removendo as li-
nhas pegajosas e desagradáveis – teias
de aranha! Elas surgem a todo mo-
mento, algumas finas e quase transpa-
rentes, outras reluzentes e quase doura-
das. Na maioria das ocasiões, porém, os
próprios aracnídeos se mantêm tímidos,
longe de suas vistas, tornando suas teias
como apenas um incômodo constante.
Nos últimos minutos, entretanto, tal
incômodo têm se tornado muito fre-
quente. Vocês param alguns instantes e
olham ao redor, percebendo então que o
volume de teias aumentou exponencial-
mente. Um estranho ruído chama sua
atenção para o topo das árvores, onde
grandes olhos negros os observam – e
58
então um jato de alguma substância es-
branquiçada é lançada em sua direção!
Um bando de aranhas gigantes faz desta
porção da mata seu lar e tentarão envolver
os PJ em suas teias para devorá-los mais
tarde.
Primeiramente, role os testes de Inicia-
tiva entre todos os envolvidos no combate.
Depois, peça que cada PJ faça testes de Per-
cepção resistido por um teste de Furtividade
das aranhas (como as aranhas agem em con-
junto, faça um único teste para todas elas; as
aranhas têm Furtividade +10). Aqueles que
falharem serão considerados surpreendidos
(-4 na CA e não pode agir na primeira ro-
dada).
Na primeira rodada, as aranhas tentarão
usar suas teias para enredar o maior número
de PJ possível. Nas rodadas seguintes elas
podem continuar a tentar enredá-los ou se
aproximar e atacar com a mordida. As ara-
nhas são consideradas inamistosas e podem
ser convencidas a se afastar com testes de
Empatia Selvagem.
(12) Chicote Mortal
Após muita caminhada, o cansaço e
a fome começam a levar a melhor sobre
vocês. Ansiosos por concluir sua busca,
escolhem por continuar a procurar pelas
tais ervas citadas pelo velho botânico –
bem quando seus olhos captam, alguns
metros à frente, um conjunto de frutos
aglomerados. A visão dos pequenos fru-
tos acaba por atiçar ainda mais sua fome
e a ideia de parar para comer se torna
um pouco mais atraente...
Os pequenos frutos são exatamente
isso, frutinhas de sabor adocicado e bas-
tante agradáveis. O problema é que elas são
 Aranha Gigante (1d3+1): animal 4, N; ND 2; Grande, desl. 12m, escalar 12m; PV
20; CA 16 (+2 nível, -1 tamanho, +3 Des, +2 natural); corpo-a-corpo: mordida +5 (1d8+4
mais veneno); à distância: teia +5 toque (enredado); HE: visão na penumbra, teia, veneno;
Fort +5, Ref +8, Von +2; For 15, Des 17, Con 12, Int 1, Sab 10, Car 2.
Perícias & Talentos: Iniciativa +5, Intuição +2, Furtividade +10, Percepção +2; Forti-
tude Maior, Reflexos Rápidos, Foco em Perícia (Furtividade), Acuidade com Armas.
Teia: se acertar o ataque de toque à distância, o alvo fica enredado (-2 em ataques, -4
em Des, metade do deslocamento, não pode correr). Soltar-se exige uma ação completa e
um teste de Força (CD 20) ou cortar a teia (PV 5, RD 5). Tem percepção às cegas na teia.
Veneno: ferimento da mordida, Fortitude CD 15, dano 1d8 em Força.
 Cipó Assassino (1): monstro 5, N; ND 4; Médio, desl. 3m, escalar 3m, nadar 3m
(apenas boia, não mergulha); PV 45; CA 15 (+2 nível, -2 Des, +5 natural); corpo-a-corpo:
2 tentáculos +8 (2d6+6); HE: visão no escuro, percepção às cegas 12m, imunidade a ator-
doamento, sônico e metamorfose, RD 10/corte, resistência 10 contra frio e eletricidade,
vulnerabilidade a fogo, agarrar aprimorado, estrangular, parte da paisagem; Fort +7, Ref
+2, Von +2; For 18, Des 6, Con 16, Int 1, Sab 11, Car 4.
Perícias & Talentos: Iniciativa +0, Intuição +2, Furtividade +0, Percepção +8; Fortitude
Maior, Reflexos Rápidos, Foco em Arma (tentáculos), Vitalidade, Ataques Múltiplos.
Vulnerabilidade a Fogo: sofre 50% a mais de dano por fogo.
Agarrar Aprimorado: se acertar um ataque com tentáculo, pode iniciar a manobra agarrar
como uma ação livre (bônus +10).
Estrangular: no início de cada rodada do cipó-assassino, todas as vítimas agarradas serão
estranguladas. O cipó faz um teste de agarrar (bônus +10) contra um teste de Fortitude
da vítima. Se o cipó vencer, a vítima fica inconsciente; se a vítima vencer, sofre 2d6+6 de
dano.
Parte da Paisagem: encontrar o cipó em meio à paisagem florestada exige um teste de
Percepção (CD 30), do contrário a vítima é considerada surpreendida (não pode agir na
primeira rodada e sofre -4 na CA).
produzidas por um cipó assassino – uma es- Se conseguirem matar o cipó assassino
pécie de planta inteligente muito perigosa! os PJ poderão encontrar, escondido na ve-
getação próxima à planta, os restos mortais
Um teste de Conhecimento (Natureza)
de algumas de suas vítimas: ossos de pássa-
ou Sobrevivência contra CD 20 permitirá
ros e pequenos mamíferos e os restos de al-
identificar os frutos mesmo à distância. Se
gum humanoide de tamanho pequeno (um
alguém se aproximar na tentativa de pegar
goblin, na verdade). Junto dele estão alguns
um deles, terá direito a um teste de Percep-
de seus pertences: uma bela espada curta,
ção (CD 30) para perceber a real natureza
uma besta leve, uma algibeira e um kit de
da planta – mas se falhar será imediatamente
ladrão.
atacada, sendo considerada surpreendida
durante a primeira rodada.
  Tesouro. Espada curta obra-prima, ao Refúgio e entregar as plantas a Adolpho. maioria dos encontros poderá ser evitado –
besta leve, kit de ladrão, algibeira contendo Quanto maior o número de ramos obtidos, por isso o mestre também pode achar con- Recompensas
25 TO, 2 TP e 32 T$. maior tenderá a ser a recompensa em pon- veniente dificultar um pouco a busca, au- Verifique na lista abaixo todos os feitos
tos de experiência (veja o bloco “Recom- mentando a CD dos testes ou incluindo ou- que os PJ conseguiram realizar. Some a
Final: pensas”). tros desafios. ND correspondente de cada feito, multi-
plique o resultado por 300 e divida pelo
Retorno Encontrar cinco ramos deve ser uma ta-
refa adequada para um grupo de persona-
Quando decidirem retornar ao Refúgio,
leia aos jogadores o texto abaixo como um número de personagens jogadores. Essa
gens iniciantes – mas se eles forem muito desfecho. será sua premiação em XP ao concluírem
ao Refúgio bem treinados nas perícias necessárias (ou
O sol lentamente se põe no hori-
a aventura. Eles só recebem recompensas
de encontros dos quais participaram.
muito sortudos nos dados) o mestre pode
Não existe uma definição concreta de zonte, sua luz avermelhada contras- Lembre-se que acalmar os animais e evi-
achar conveniente aumentar o número de
quando a aventura chega ao fim, ficando in- ramos necessários para o cumprimento da
tando com os telhados de sapé das mo- tar um combate também poderá ser clas-
teiramente à cargo do mestre e dos jogado- radias do Refúgio do Lenhador. Dei- sificado como “vencer” o desafio.
busca. A presença de um druida também
res. Quando julgarem que tem ramos sufici- xando a área densamente arborizada da Encontrar menos de 5 ramos: ND
pode tornar tudo muito mais fácil, já que a
entes os PJ devem simplesmente retornar Mata dos Galhos Partidos para trás, vo- ½.
cês seguem novamente em direção à al- Encontrar entre 5 e 7 ramos: ND 1.
deia, ansiosos por um banho e um me-
Mais Ação recido descanso.
Encontrar 8 ramos ou mais: ND 2.
Encontrar 2 ramos em um único
A Mata dos Galhos Partidos foi palco de uma das partes da aventura O Monstro Atra- teste: ND 2 (cumulativo com os anterio-
palhado, originalmente publicada na longínqua DRAGÃO BRASIL #23 e mais tarde relan- Sua chegada ao Refúgio, é claro, não
deixa de ser notada pelos transeuntes. res e pode se repetir).
çada no suplemento 3D&T: SÓ AVENTURAS. Nela, os PJ adentram a mata (acompa- Escapar da Cascavel: ND ½.
nhando o tal “monstro atrapalhado”) e tem a oportunidade de ajudar o druida Neldor Vocês seguem diretamente à Botica do
Adolpho à procura de seu contratante – Vencer os Urubus-Reis: ND 1.
(humano, druida 10, N) e o ranger Tahndour (elfo, ranger 6, NB) a enfrentar o mantícora Vencer a Onça: ND 2.
Sakrat e seus aliados, um lobo-das-estepes e dois gnolls. mas acabam por encontra-lo no meio do
caminho, próximo à praça central. Reencontrar a trilha em 2 rodadas
A aventura atual foi desenvolvida de modo a não envolver o druida e o ranger – a ou menos: ND 1.
menos que julguem as ações dos PJ muito danosas (como atacar filhotes ou fêmeas pre- Quando os vê, ele se aproxima rapida-
mente. Ou ao menos tão rapidamente Reencontrar a trilha em 3 rodadas
nhas ou colocar fogo na mata!). Contudo, se quiser estender um pouco os eventos e deixar ou mais: ND ½.
a aventura um pouco mais complexa (ou mais difícil) o mestre pode usar o mesmo gancho quanto seu corpo envelhecido lhe per-
mite. Vencer o Javali: ND 2.
de O Monstro Atrapalhado. Neste caso, em algum momento os PJ serão abordados pelo Resistir a uma das plantas veneno-
ranger, acompanhado pelo druida e seu companheiro animal, o urso Teddy. Os guardiões “Já estão de volta?”, questiona o sas: ND ½.
da mata explicarão que estão no rastro de um perigoso mantícora – e bem no meio da idoso. “Por favor, digam-me que encon- Evitar uma armadilha: de acordo
conversa, os adversários surgem e atacam inesperadamente! Lembre-se, porém, que o traram alguns ramos”. Vocês mostram com a ND da armadilha.
mantícora é um monstro perigoso para heróis iniciantes (ND 6, segundo o Bestiário de seu achado ao bom botânico, arran- Vencer as Aranhas: ND 6.
Arton Vol. 1). Você pode substituí-lo por algum outro monstro menos poderoso ou pode cando um largo e alegre sorriso. Ele os Vencer o Cipó Assassino: ND 4.
deixar o mantícora para o druida e o ranger enquanto os PJ lidam com seus aliados – que agradece infinitamente e corre para sua Não matar nenhum dos animais na
podem ser os gnolls e o lobo ou outras criaturas quaisquer que você escolher. botica afim de iniciar a fabricação dos mata: 1 Ponto de Ação por PJ.
Outra ideia é fazer com que o druida e o ranger estejam afastados por algum motivo elixires que ajudarão a restaurar a sani-
(talvez caçando Sakrat em alguma outra região da mata), enquanto os heróis deverão lidar dade dos pobres aldeões.
com certos humanoides cruéis que invadiram a área: kobolds, trogloditas, orcs...
E por último, você pode fazer justamente o contrário: usar os encontros aleatórios Seus feitos logos se espalham pela MAURY “SHI DARK” ABREU
descritos nesta aventura quando estiver mestrando O Monstro Atrapalhado para seus joga- pequena aldeia – e mais uma vez, seus maury.abreu@bol.com.br
dores! nomes são pronunciados como os de
grandes heróis!

59
 Nível do Encontro: 1 O Encontro Aleatório desta edição traz um pequeno grupo de criaturas fracas, mas que eu gosto muito: kobolds. Mas entre eles há um kobold um pouco
Ambiente: Caverna diferente: um kobold ocular. As estatísticas dos kobolds são um pouco diferentes das mostradas no Bestiário de Arton, são mais fiéis à raça dos kobolds apresentada
D&D TILESET: no Mundo dos Deuses. Por sua peculiaridade, esse encontro aleatório também pode funcionar como o confronto final em uma pequena toca de kobolds, se o mestre
LOST CAVERNS OF UNDERDARK assim desejar.
Este encontro ocorre no interior de uma
caverna escura. A descrição abaixo parte do
princípio que os PJ têm tochas ou outras
formas de iluminar seu caminho. Se não for
o caso, faça as devidas adaptações.
O ruído de cascalho sob seus pés e o
ocasional pingo em uma poça d’água
são os únicos ruídos que seus ouvidos
detectam na profunda escuridão à
frente. O túnel pelo qual estavam cami-
nhando parece se expandir, abrindo-se
no que parece uma ampla caverna, ilu-
minada unicamente pelas tochas que
vocês mesmos carregam.
A caverna parece ter sido escavada
ao longo de muito tempo; à direita vocês
vem algumas picaretas recostadas na
parede rochosa, enquanto à esquerda
uma grande poça parece ser a fonte do
som gotejante. Há muito cascalho, ro-
chas e escombros espalhados pela ca-
verna, além de duas colunas rochosas
largas – na verdade, porções da caverna
não escavadas, provavelmente para evi-
tar algum desabamento.
Seus olhares captam rapidamente
um leve movimento atrás de uma das
colunas. Repentinamente uma pequena
criatura reptiliana revela-se por inteira,
rosnando e gritando ordens em algum
idioma gutural. Sua aparência é, no mí-
nimo, curiosa: porte pequeno, rosto rep-
tiliano, corpo coberto por escamas... e
dezenas de olhos espalhados por seus
braços, peito e rosto! Um dos olhos pro-
jeta-se em um tentáculo em seu ombro,
60
e parece brilhar com uma estranha aura
mágica, enquanto os demais parecem
arregalados, virando-se para todas as di-
reções e raramente piscando.
Outras criaturas reptilianas saltam
da escuridão, aparentemente escondi-
das entre os escombros. Uma delas já
está manejando uma funda, arremes-
sando projéteis na direção de vocês. Es-
tes não parecem ter os estranhos olhos
espalhados pelo corpo, mas demons-
tram grande fúria ao saltar na sua dire-
ção!
As criaturas são kobolds mineradores
que exploram esta caverna. Um deles, po-
rém, é um pouco diferente; além de ser um
feiticeiro, este kobold sofreu uma grande
transformação em seu corpo quando um
observador recém-criado se associou a ele.
Ele então se transformou em uma criatura
ocular. Criaturas oculares foram descritas na
revista DRAGON SLAYER #03, e são basica-
mente criaturas que se fundiram a um ob-
servador (ou beholder, ou tirano ocular;
chame como quiser). Claro que as regras
originais não eram para TORMENTA RPG,
afinal o sistema nem existia na época, então
foram necessárias algumas adaptações nas
estatísticas.
A seguir serão descritas as ações de cada
criatura envolvida no encontro em cada ro-
dada. Veja o diagrama de combate na pró-
xima página para ter uma ideia da posição e
do movimento das unidades.
Opcional: O diagrama de combate
mostrado adiante foi criado utilizando o su-
plemento D&D Tileset: Lost Caverns of Under-
dark. Se tiver acesso a esse suplemento, você
pode usá-lo para ilustrar a cena.
1ª Rodada de Combate
Rodada Surpresa. O kobold ocular se
revela logo no início do encontro, mas os
demais tentam pegar os PJ de surpresa. Faça
um teste de Furtividade por parte dos ko-
bolds resistido por um teste de Percepção
dos PJ. Como os kobolds agem em con-
junto, faça um único teste para todos eles.
Por seu tamanho pequeno, os kobolds tem
Furtividade +5. Os PJ que obtiverem resul-
tado no seu teste de Percepção igual ou mais
alto do que o resultado do teste de Furtivi-
dade dos kobolds conseguem ver os adver-
sários a tempo e podem agir normalmente
nesta primeira rodada. Os PJ que obtiverem
resultado no teste de Percepção inferior ao
resultado do teste de Furtividade dos ko-
bolds serão pegos de surpresa, e são consi-
derados surpreendidos.
 Surpreendido (condição). Persona-
gens surpreendidos não podem agir até o fi-
nal da rodada e sofrem -4 na CA.
Iniciativa. Role a Iniciativa de cada per-
sonagem envolvido na ação (incluindo os
personagens surpreendidos). Os resultados
obtidos determinam a ordem em que cada
personagem age, do resultado mais alto para
o mais baixo. Se desejar simplificar, role a
Iniciativa uma única vez para os kobolds co-
muns e use o mesmo resultado para todos –
mas para o kobold ocular faça uma jogada
de Iniciativa separada, já que ele é bem mais
lento.
 Terreno Difícil. Alguns dos locais
mostrados no diagrama possuem a marca
d’água de um triângulo: a poça d’água
(muito irregular e relativamente profunda),
as pedras e o cascalho. Estes locais são con-
siderados terreno difícil, por isso são mais
difíceis de serem percorridos. Percorrer um
quadrado deste tipo custa 3m de desloca-
mento, ao invés de 1,5m.
Ações dos Kobolds. Um dos kobolds
(aquele que está mais distante) atacará com
a funda o PJ que estiver mais à frente do
grupo. Se a situação for aquela mostrada no
diagrama de combate, ele deverá estar a
13,5m de distância dos PJ, por isso pode
atacar sem nenhuma penalidade (já que o in-
cremento de distância da funda é 15m). Se
os PJ se distanciarem para além de 15m, ele
passa a sofrer uma penalidade de -2 na jo-
gada de ataque (passando a atacar com bô-
nus de +0).
Os outros dois kobolds tentarão se
aproximar dos PJ para entrarem em com-
bate corporal. Se os kobolds agirem antes
dos PJ, a distância entre eles provavelmente
será aquela vista no diagrama – um dos ko-
bolds poderá se aproximar e atacar com a
lança ainda na primeira rodada, mas o outro
estará a uma distância maior, e terá que per-
correr terreno difícil para se aproximar. Ele
usará duas ações de movimento para se
aproximar dos PJ – mas não poderá atacar
nesta primeira rodada.
Se os PJ já tiverem agido, é possível que
tenham se aproximado dos kobolds. Neste
caso, o kobold com a funda continuará a
atacar à distância, mas os dois outros podem
acabar engajando em combate corporal
ainda na primeira rodada. Perceba que os
kobolds estão posicionados sobre ou atrás
de terreno difícil, por isso não poderá ser
alvo de uma investida.
Ações do Kobold Ocular. De acordo
com o diagrama, o kobold ocular estará a
12m de distância dos PJ durante a primeira
rodada. Caso mais de um dos PJ se apro-
xime do kobold ocular antes de seu turno, e
acabe o turno dentro de um alcance de 9m,
o kobold ocular usará área escorregadia em um
quadrado de 3x3m centrado nos PJ. Estes
PJ, então, deverão fazer um teste de Refle-
xos (CD 13) ou cairão no chão. Ele não uti-
lizará esta estratégia se houver a possibili-
dade de afetar também os outros kobolds.
 Cair. Personagens caídos precisam de
uma ação de movimento para se levantar.
Enquanto estiver caído, o personagem sofre
-4 nas jogadas corpo-a-corpo, e seus adver-
sários recebem +4 em ataques corpo-a-
corpo e -4 em jogadas à distância.
 Área Escorregadia. Se mover por
uma área escorregadia exige sucesso em um
teste de Acrobacia (CD 10); falha significa
que o personagem não consegue se mover,
e falha por 5 ou mais provoca queda.
Se os PJ estiverem longe demais do al-
cance da área escorregadia (9m), o kobold ocu-
lar adotará outra tática. Ele irá conjurar es-
cudo arcano sobre si mesmo, aumentando sua
CA para 18 e tornando-se imune a mísseis
mágicos.
Após conjurar uma das magias a cima, o
kobold ocular irá usar sua ação de movi-
mento para se aproximar dos PJ – mas ainda
tentará ficar a pelo menos 9m de distância
dos inimigos. Ele ainda não pretende entrar
em combate corporal. Independente de qual
61
 magia o kobold ocular utilize, ele terá gasto
1 PM durante a primeira rodada.
 Cobertura. Caso algum dos PJ tente
atacar o kobold ocular à distância, avise-o
que ele está muito próximo à uma das colu-
nas de pedra. Se a posição do PJ for aquela
mostrada no diagrama, ele poderá atacar
normalmente, mas se tiver se movido mais
para a esquerda, a coluna possivelmente
será um obstáculo, e o kobold receberá co-
bertura – sua CA aumenta em +4 (podendo
chegar a CA 22, caso tenha conjurado o es-
cudo arcano).
Se os PJ conseguirem agir muito rapida-
mente e matarem o kobold ocular logo na
primeira rodada, os demais kobolds ficarão
apavorados e tentarão fugir. Regras para
fuga aparecem mais adiante.
 Magias em Combate. Lembre-se que
um personagem que conjura uma magia é
considerado desprevenido (-4 na CA) até o
início de seu próximo turno. Personagens
feridos durante a execução de uma magia
devem fazer um teste de Vontade (CD 10 +
dano sofrido + nível da magia) ou a magia
falha.
2ª Rodada de Combate
Surpresa. Durante a segunda rodada, os
personagens que estavam surpreendidos na
rodada anterior poderão agir normalmente
e não sofrerão as penalidades.
Ações dos Kobolds. O kobold com
funda continuará a atacar à distância – a me-
nos que algum dos PJ tenha se aproximado
dele e o tenha obrigado a entrar em combate
corporal. Os outros dois kobolds provavel-
mente já estarão engajados em combate cor-
poral quando a segunda rodada se iniciar.
Eles atacarão normalmente com suas lanças
62
(já que não podem fazer muito mais do que
isso).
Ações do Kobold Ocular. Na rodada
anterior o kobold ocular provavelmente terá
usado sua ação de movimento para se apro-
ximar dos PJ, mas ainda assim se mantendo
longe de ataques corporais – a menos que
os próprios PJ tenham se aproximado dele.
Se ainda não tiver utilizado área escorrega-
dia, e se houver pelo menos dois PJ próxi-
mos o suficiente para serem afetados por
esta magia, o kobold ocular usará esta tática
agora. Se já tiver usado esta magia na rodada
anterior, ele terá duas opções, dependendo
da posição dos adversários.
Se houverem pelo menos dois PJ a uma
distância de até 4,5m, ele usará leque cromá-
tico. Os PJ têm direito a um teste de Vontade
(CD 13) para resistir ao efeito; em caso de
falha, sofrem um efeito de acordo com seu
nível (TRPG, pg. 190).
Caso os PJ estejam a uma distância
maior, ou não estejam próximos o sufici-
ente para que o kobold ocular afete mais de
um PJ, então ele utilizará seu raio óptico,
disparado do tentáculo em seu ombro, vi-
sando um PJ que pareça mago ou feiticeiro
– se não houver nenhum, então escolherá
algum combatente como alvo (o objetivo
dele é imobilizar aqueles que teriam alguma
chance de anular seus efeitos mágicos). O
raio óptico é um ataque de toque à distância
com alcance de 18m; o kobold faz este ata-
que com modificador +2. Caso acerte o ata-
que, o alvo não sofre dano, mas deve fazer
um teste de Vontade (CD 15) e em caso de
falha sofre os efeitos da magia imobilizar pes-
soa.
 Toque à Distância. Um ataque de to-
que à distância é uma jogada de ataque de
longo alcance resistida por um teste de Re-
flexos do alvo. Se o kobold ocular obtiver
um resultado maior, o ataque acerta; se for
igual ou menor, o alvo evita o ataque.
 Imobilizar Pessoa. A vítima da magia
não pode realizar ações e tem CA igual a 5
+ seu modificador de tamanho; também
pode ser vítima de um golpe de misericórdia
(TRPG, pg. 227). A cada rodada a vítima
pode usar uma ação completa para tentar
anular o efeito da magia (Vontade CD 15).
Dura 1 minuto.
Caso os PJ tenham se aproximado do
kobold ocular a ponto de obriga-lo a entrar
em combate corporal, ele poderá usar o leque
cromático, caso haja mais de dois adversários
dentro do alcance da magia; do contrário,
usará seu raio óptico no alvo mais próximo.
 Arrancar Tentáculo. É possível que
um dos PJ tenha a ideia de tentar arrancar o
tentáculo que dispara o raio óptico do ko-
bold ocular. O tentáculo é considerado um
alvo Diminuto, por isso tem CA 16 (+4 ta-
manho, +1 natural, +1 pela Destreza do ko-
bold), 10 PV e RD 1/adamante. Se o kobold
ocular tiver lançado escudo arcano na primeira
rodada, o tentáculo também receberá o be-
nefício dessa magia, portanto sua CA 20.
Caso sofra dano suficiente com armas de
corte, o tentáculo é cortado e não poderá
mais ser usado – mas estes PV não são des-
contados do total de PV do kobold.
Ao fim da segunda rodada de combate,
o kobold pode ter usado entre 1 e 2 PM to-
tais (incluindo o PM da rodada anterior).
3ª Rodada de Combate
Surpresa. A menos que algum dos per-
sonagens dos jogadores tenha traçado uma
estratégia (como um ladino se escondendo
Nivelando
Este encontro aleatório tem NE 1, o
que significa que funciona equilibrada-
mente para quatro personagens de 1º ní-
vel. Você pode aumentar ou diminuir a
dificuldade, caso seu grupo seja com-
posto por aventureiros mais experientes
e/ou por um número muito grande de
personagens.
NE ½: Role o encontro somente
com o kobold ocular e remova os de-
mais kobolds.
NE 2: Inclua mais três kobolds nor-
mais ao encontro; dois atacarão à distân-
cia com funda, e o outro atacará corpo-
a-corpo com a lança.
NE 3: Inclua mais três kobolds nor-
mais ao encontro e aumente o nível do
kobold ocular para feiticeiro 3. Ele passa
a ter Força 9, 18 PV, CA 15, Fort +3,
Ref +4, Von +4; seus bônus de ataque
mudam para os seguintes: corpo-a-
corpo: adaga +3 (1d3) ou 2 garras -1
(1d3); à distância: adaga +3 (1d3) ou raio
óptico +2 toque; as perícias passam a ser
as seguintes: Enganação +9, Furtividade
+6, Identificar Magia +9, Iniciativa +7,
Ofício (minerador) +9, Percepção +10;
ele ganha o talento Vitalidade (bônus já
incluído nos novos PV a cima); o kobold
passa a ter 11 PM e adquire também as
magias sono e raio ardente.
NE 4: Role o encontro com seis ko-
bols normais e dois kobolds oculares de
nível 3.
e se esgueirando para atacar desprevenido),
ninguém estará surpreso na terceira rodada.
Ações dos Kobolds. Os kobolds repe-
tirão as mesmas ações da rodada anterior,
atacando à distância ou combate corporal,
de acordo com suas posições e dos PJ. É
provável que um ou mais kobolds já estejam
mortos durante a terceira rodada – afinal,
eles têm apenas 3 PV cada um. Se for o
caso, os demais continuarão a lutar normal-
mente.
Ações do Kobold Ocular. Na terceira
rodada o kobold ocular provavelmente es-
tará mais próximo dos PJ. Se ainda estiver
longe do alcance de combate corporal, ele
ainda irá apelar para suas magias. Se ainda
não tiver conjurado escudo arcano sobre si
mesmo, ele fará isso agora – afinal, logo será
obrigado a entrar em combate corporal. Se
ele já tiver esta magia conjurada sobre si, po-
derá usar leque cromático ou raio de ácido, aquela
que lhe for mais vantajosa (de acordo com
o número de alvos que poderá afetar). Lem-
bre-se que raio de ácido causa 1d3+1 de dano
devido à habilidade racial Potência Dracô-
nica.
Se estiver engajado em combate corpo-
ral, o kobold ocular poderá tentar usar escudo
arcano (se já não o tiver feito) ou seu raio óp-
tico, tentando incapacitar o maior número
de adversários possível. Caso nenhuma des-
tas opções esteja disponível, ele sacará sua
adaga (o que exigirá uma ação de movi-
mento) e entrará em combate direto com
seus adversários.
Rodadas de Combate Seguintes
Todas as demais rodadas de combate se-
guirão neste mesmo padrão, com os ko-
bolds combatendo de maneira direta e o ko-
bold ocular tentando usar suas magias para
se defender e causar dano à distância – ou,
se for forçado a isso, lutando com sua
adaga. O encontro poderá terminar de uma
das seguintes maneiras:
Vitória dos Personagens. Os PJ con-
seguem derrotar e matar todos os kobolds.
O kobold ocular tentará fugir caso seus PV
sejam reduzidos para 4 ou menos. Caso o
kobold ocular seja morto na primeira ro-
dada, os demais também tentarão fugir logo
depois.
 Fugir. Um kobold em fuga é conside-
rado desprevenido, por isso sofre -4 de pe-
nalidade na CA (os kobolds normais ficam
com CA 11 e o kobold ocular fica com CA
10). Faça um teste de Atletismo para o ko-
bold em fuga (eles têm Atletismo -1) e mul-
tiplique o resultado por 1,5m. Esse será o
deslocamento adicional que o kobold per-
correrá em uma rodada. O kobold pode con-
tinuar a correr por um número de rodadas
igual à sua Constituição (10 rodadas), mas
assim que estiver longe do alcance de projé-
teis passará a se deslocar normalmente, mas
realizando duas ações de movimento por ro-
dada.
Revistando os corpos dos kobolds mor-
tos é possível encontrar os itens descritos na
parte de equipamento.
Vitória dos Kobolds. A outra opção...
bem, os kobolds vencem o combate e ma-
tam os PJ. Não queremos que isso aconteça,
mas é uma possibilidade.
Recompensas
Há uma caverna lateral onde os PJ po-
dem encontrar uma pequena arca, contendo
o tesouro dos kobolds. A arca tem uma ar-
madilha que, quando ativada, dispara um vi-
rote de besta.
 Armadilha na Arca. Ataque à dis-
tância +10 (1d10 de dano). Percepção (CD
22) para encontrar; Ladinagem (CD 20)
para desarmar. ND ½.
 Tesouros na Arca. 2 quartzos azuis com Arma, Fortitude Maior, Reflexos Rápi-
(4d4 TO cada), duas adagas, algumas pepi- dos.
tas de ouro não trabalhadas (no valor total
Magias: (nível 0) mãos mágicas, raio de ácido,
de 3d6 TO).
raio de fogo, toque da fadiga; (nível 1) escudo ar-
cano, área escorregadia, leque cromático. 5 PM,
CD 12+ nível da magia.
Estatísticas das Criaturas
Potência Dracônica: magias com descrito-
 Kobold (3): humanoide, plebeu 1, res ácido, eletricidade, fogo ou frio recebem
LM; ND 1/3; Pequeno, desl. 9m; PV 3; CA +1 de dano para cada dado.
15 (+1 natural, +1 tamanho, +1 Des, +2
corselete de couro); corpo-a-corpo: lança Raio Óptico: disparado do tentáculo no
+0 (1d4-1); à distância: funda +2 (1d3-1); ombro do kobold ocular, o raio óptico é um
HE: visão no escuro 18m, sensibilidade à ataque de toque à distância (uma jogada de
luz; Fort +0, Ref +1, Von -1; For 9, Des 13, ataque resistida por um teste de Reflexos)
Con 10, Int 10, Sab 9, Car 8. com alcance de 18m. Uma vítima acertada
pelo raio óptico é afetada pela magia imobili-
Perícias & Talentos: Atletismo -1, Furtivi- zar pessoa (Vontade CD 15).
dade +5, Iniciativa +9, Percepção +3; Usar
Armas Simples, Usar Armaduras Leves, Sensibilidade à Luz: kobolds ficam ofus-
Usar Escudos, Foco em Perícia (Iniciativa). cados (-1 em ataques) quando expostos à
luz forte (luz do sol ou magia luz do dia).
Sensibilidade à Luz: kobolds ficam ofus-
Visão Múltipla: os vários olhos espalha-
cados (-1 em ataques) quando expostos à
luz forte (luz do sol ou magia luz do dia). dos pelo corpo do kobold ocular tornam
impossível flanqueá-lo ou surpreendê-lo.
Equipamento: corselete de couro, lança,
Equipamento: 4 adagas.
funda, 20 balas, picareta, mochila.
 Kobold Ocular (1): monstro, feiti-
ceiro 1, LM; ND 1; Pequeno, desl. 9m; PV MAURY “SHI DARK” ABREU
11; CA 14 (+2 natural, +1 tamanho, +1 maury.abreu@bol.com.br
Des); corpo-a-corpo: adaga +2 (1d3-1) ou 2
garras -2 (1d3-1); à distância: adaga +2 (1d3-
1) ou raio óptico +1 toque (veja a seguir);
HE: visão no escuro 27m, potência dracô-
nica, sensibilidade à luz, magia, linhagem so-
brenatural (dracônica); Fort +2, Ref +3,
Von +3; For 8, Des 13, Con 10, Int 14, Sab
13, Car 15.
Perícias & Talentos: Atletismo -1, Enga-
nação +6, Furtividade +5, Identificar Magia
+6, Iniciativa +5, Percepção +5; Usar Ar-
mas Simples, Vontade de Ferro, Acuidade
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