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1.1. Biografia
1.2. Pensamento
A experiência pura é sempre uma unidade, que pode ser complexa, e que
embora ocorrendo sempre no presente, pode dilatar-se temporalmente. Ela
antecede a distinção sujeito/objeto e a divisão da consciência nas suas
dimensões de conhecimento, sentimento e vontade. Esta unidade é uma
unidade da experiência consciente e, nesse sentido, ao mesmo tempo o nosso
eu consciente no seu ponto de partida básico e a estrutura básica de toda a
realidade.
Nishida torna claro que aquilo que visa – o nada inefável – é uma
perspetiva profundamente enraizada nas culturas “orientais” em geral, e no
Japão em particular: «Acho que podemos distinguir o Ocidente por ter
considerado o Ser como o fundamento da realidade, o Oriente para ter tomado
o Nada como sua base. Vou chamá-los realidade como forma e realidade sem
forma, respetivamente». O nada (isto é, Deus) pode ser encontrado na
experiência, mas, claro, nem todas as experiências puras são de Deus ou do
nada.
Para NISHIDA, Deus é uma experiência, e a via que conduz a uma tal
experiência consiste no auto-cultivo permanente por intermédio da prática de
uma qualquer disciplina eleita. A religião, segundo ele, é “um acontecimento na
alma de uma pessoa” e as demonstrações racionais e fé cega pouco têm que
ver com Deus.
Uma vez que o eu profundo enquanto experiência pura não pode ser
objetificado, dito diretamente ou percebido NISHIDA denominou-o um basho, um
lugar vazio, um campo ou simplesmente nada.