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Livros só mudam pessoas

Os 100 melhores livros de todos os tempos, a lista das listas


Publicado por Cristina Danuta

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Carlos Willian Leite, na Revista Bula

Para se chegar ao resultado fizemos uma compilação de 15 listas publicadas por jornais, revistas e sites
especializados em listas, mercado editorial e livros. O objetivo da pesquisa era identificar, baseado nestas listas,
quais eram os 100 melhores livros da história. Algumas das listas pesquisadas incluíam apenas romances, outras
— livros não ficcionais. Algumas traziam apenas obras do século 20, outras — obras seminais, formadoras da
cultural ocidental. Após a seleção das listas, criamos uma base de dados para que todos os livros fossem
pontuados igualmente independentemente do gênero ou período em que foi escrito. Nos casos de empate — e
foram muitos — desempatamos atribuindo o valor mais alto ao livro que obteve o maior número de resultados no
Google, numa consulta por autor e título.

Participaram do levantamento as publicações: “The New York Times”, “Amazon”, “Le Monde”, “The New York Public
Library”, “BBC”, “The Guardian”, “Modern Library”, “Time”, “Newsweek”, “Telegraph”, “Lists Of Bests”, “Wikipedia”,
“Folha de S. Paulo”, “Revista Época”, “Revista Bravo”.

Obviamente que listas são sempre incompletas, idiossincráticas. Sabe-se que, como a percepção, a opinião — que
foi a base de todas as listas —, é algo individual. De qualquer forma, os 100 livros selecionados, se não são
unanimidades entre as publicações pesquisadas (e possivelmente não serão entre os leitores), são referências
incontestes da grandeza e importância da literatura para a humanidade.

O resultado não pretende ser abrangente ou definitivo, antes é apenas um reflexo da paixão de leitores e críticos
que ajudaram a construir, com suas opiniões, um vasto guia literário que percorre mais de 2 mil anos de história. As
sinopses são das respectivas editoras.

1 — Dom Quixote, Miguel de Cervantes, 1605


Dom Quixote de La Mancha não tem outros inimigos além dos que povoam sua mente enlouquecida. Seu cavalo
não é um alazão imponente, seu escudeiro é um simples camponês da vizinhança e ele próprio foi ordenado
cavaleiro por um estalajadeiro. Para completar, o narrador da história afirma se tratar de um relato de segunda mão,
escrito pelo historiador árabe Cide Hamete Benengeli, e que seu trabalho se resume a compilar informações. Não é
preciso avançar muito na leitura para perceber que Dom Quixote é bem diferente das novelas de cavalaria
tradicionais — um gênero muito cultuado na Espanha do início do século 17, apesar de tratar de uma instituição
que já não existia havia muito tempo. A história do fidalgo que perde o juízo e parte pelo país para lutar em nome
da justiça contém elementos que iriam dar início à tradição do romance moderno — como o humor, as digressões e
reflexões de toda ordem, a oralidade nas falas, a metalinguagem — e marcariam o fim da Idade Média na literatura.

2 — Guerra e Paz, Liev Tolstói, 1869


PV Rio de Janeiro (RJ) 09/11/2011 Imagens do livro
“Guerra e paz”, de Liev Tolstói (Editora Cosac Naify) –
Foto Divulgação

“Milhões de pessoas praticaram, umas contra as outras, uma quantidade tão inumerável de crimes, embustes,
traições, roubos, fraudes, falsificações de dinheiro, pilhagens, incêndios e assassinatos, como não se encontra nos
autos de todos os tribunais do mundo em séculos inteiros […]. O que produziu tal acontecimento extraordinário?”.
Empenhado em responder a esta pergunta, através da busca pela verdade histórica dos fatos, e em argumentar
com os historiadores de sua época, que no seu entender resumiam os acontecimentos nas ações de algumas
figuras poderosas, Liev Nikoláievitch Tolstói (1828-1910) escreveu um dos maiores romances da literatura mundial.
Guerra e paz descreve a campanha de Napoleão Bonaparte na Rússia e estende-se até o ano de 1820. Baseado em
meticulosa e exaustiva pesquisa — com fontes que vão dos estudos do francês Adolphe Thiers e do russo
Mikháilovski-Danílevsk a testemunhos orais —, Tolstói reconta os episódios que culminaram na derrota francesa e
retrata, à sua maneira, personagens reais, como o próprio Napoleão e uma série de comandantes militares.

3 — A Montanha Mágica, Thomas Mann, 1924


Imagem simbólica da corrosão da sociedade europeia antes da Primeira Guerra. Ao visitar o primo em um
sanatório, Hans Castorp acaba por contrair tuberculose. Permanece internado por sete anos, vivendo em um
ambiente de requinte intelectual, em permanente debate com ideias filosóficas antagônicas, até que decide partir
para o front.

4 — Ulisses, James Joyce, 1922


Um homem sai de casa pela manhã, cumpre com as tarefas do dia e, pela noite, retorna ao lar. Foi em torno desse
esqueleto enganosamente simples, quase banal, que James Joyce elaborou o que veio a ser o grande romance do
século 20. Inspirado na “Odisseia”, de Homero, “Ulysses” é ambientado em Dublin, e narra as aventuras de Leopold
Bloom e seu amigo Stephen Dedalus ao longo do dia 16 de junho de 1904. Tal como o Ulisses homérico, Bloom
precisa superar numerosos obstáculos e tentações até retornar ao apartamento na rua Eccles, onde sua mulher,
Molly, o espera. Para criar esse personagem rico e vibrante, Joyce misturou numerosos estilos e referências
culturais, num caleidoscópio de vozes que tem desafiado gerações de leitores e estudiosos ao redor do mundo. O
culto em torno de “Ulysses” teve início antes mesmo de sua publicação em livro, quando trechos do romance
começaram a aparecer num jornal literário dos EUA. Por conta dessas passagens, “Ulysses” foi banido nos Estados
Unidos, numa acusação de obscenidade, dando início a uma longa pendenga legal, que seria resolvida apenas onze
anos depois, com a liberação do romance em solo americano.

5 — Cem Anos de Solidão, Gabriel García Márquez, 1967


“Muitos anos depois, diante do pelotão de fuzilamento, o Coronel Aureliano Buendia havia de recordar aquela tarde
remota em que seu pai o levou para conhecer a fábrica de gelo”… Com essa frase antológica, García Marquéz,
Prêmio Nobel de Literatura de 1982, introduz a fantástica Macondo, um vilarejo situado em algum recanto do
imaginário caribenho, e a saga dos Buendia, cujo patriarca, Aureliano, fez trinta e duas guerras civis… e perdeu
todas. García Marquéz já despontava como um dos mais importantes escritores latino-americanos, no início da
década de 1970, quando “Cem Anos de Solidão” começou a ganhar público no Brasil. O livro causou enorme
impacto. Na época, o continente estava pontilhado de ditaduras. Havia um sentimento geral de opressão e de
impotência. Então, essa narrativa em tom quase mítico, em que o tempo perde o caminho, em que os episódios
testemunhados e vividos acabam se incorporando às lendas populares, evoca nos leitores uma liberdade
imemorial, que não pode ser arrebatada. E tão presente. Tão familiar e necessária.

6 — A Divina Comédia, Dante Alighieri, 1321


Texto fundador da língua italiana, súmula da cosmovisão de toda uma época, monumento poético de rigor e beleza,
obra magna da literatura universal. É fato que a “Comédia” merece esses e muitos outros adjetivos de louvor,
incluindo o “divina” que Boccaccio lhe deu já no século 14. Mas também é certo que, como bom clássico, este livro
reserva a cada novo leitor a prazerosa surpresa de renascer revigorado, como vem fazendo de geração em geração
há quase 700 anos.

7 — Em Busca do Tempo Perdido, Marcel Proust, 1913


Ciclo de sete romances do escritor francês, inter-relacionados e com um só narrador, dos quais os três últimos são
póstumos: “O Caminho de Swann”, “À Sombra das Raparigas em Flor”, “O Caminho de Guermantes”, “Sodoma e
Gomorra”, “A Prisioneira”, “A Fugitiva” e “O Tempo Redescoberto”. São dezenas de personagens que se cruzam em
histórias de amor, ciúmes e inveja, na França da Belle Époque. A narrativa vai passando do detalhe ao painel e do
painel ao detalhe sem projeções definidas, num constante reajuste de tudo aquilo que nunca será perfeitamente
ajustado. A obra é um retrato da sociedade de uma época, um mergulho no universo da burguesia francesa que
permite que o leitor sinta as divergências entre nobres e burgueses.

8 — O Som e a Fúria, William Faulkner, 1929

Este romance, finalizado em 1929, marca o início da chamada “segunda fase” da carreira de William Faulkner
(1897-1962) e é considerado sua obra mais importante. Vinte anos depois, o autor se consagraria definitivamente,
ao receber o Prêmio Nobel de Literatura. O ambiente da escritura de Faulkner é o sul dos Estados Unidos,
escravocrata e derrotado na Guerra da Secessão. O som e a fúria narra a agonia de uma família da velha
aristocracia sulista, os Compson, entre os dias 2 de julho de 1910 e 8 de abril de 1928. Um apêndice, acrescentado
pelo escritor em 1946, fornece outras informações sobre a história dos Compson entre 1699 e 1945. Assim, é
possível afirmar que o grande personagem desta obra-prima é o tempo, o que lhe confere interesse universal.

9 — O Homem sem Qualidades, Robert Musil, 1930-1943


Nesta que é considerada uma das obras literárias mais importantes do século 20, o autor Robert Musil tece uma
intrincada trama centralizada em Ulrich. O personagem principal vive diversas experiências, viaja ao exterior e, às
vésperas da Primeira Guerra Mundial, retorna a Viena. Também, convive com os mais diversos tipos humanos,
matéria de que se ocupa boa parte do livro. Esta obra de difícil classificação mostra, sobretudo, a decadência dos
valores vigentes até o início do século 20, marcando a perda de posição da Europa na decisão dos rumos políticos
e econômicos mundiais.

10 — O Processo, Franz Kafka, 1925


A história de Josef K. atravessa os anos sem perder nada do seu vigor. Ao contrário, a banalização da violência
irracional no século 20 acrescentou a ela o fascínio dos romances realistas. Na sua luta para descobrir por que o
acusam, por quem é acusado e que lei ampara a acusação, K. defronta permanentemente com a impossibilidade
de escolher um caminho que lhe pareça sensato ou lógico, pois o processo de que é vítima segue leis próprias: as
leis do arbítrio.

11 — Crime e Castigo, Fiódor Dostoiévski, 1866


12 — Anna Kariênina, Liev Tolstói, 1877
13 — Édipo Rei, Sófocles, 427 a.c.
14 — 1984, George Orwell, 1949
15 — O Castelo, Franz Kafka, 1926
16 — Ilíada e Odisseia, Homero, século 8 a.c.
17 — A Vida e as Opiniões do Cavalheiro Tristram Shandy, Laurence Sterne, 1759
18 — Doutor Fausto, Thomas Mann, 1947
19 — Lolita, Vladímir Nabókov, 1955
20 — Enquanto Agonizo, William Faulkner, 1930
21 — A Morte de Virgílio, Hermann Broch, 1945
22 — Os Lusíadas, Luís de Camões, 1572
23 — O Homem Invisível, Ralph Ellison, 1952
24 — Hamlet, William Shakespeare, 1603
25 — Finnegans Wake, James Joyce, 1939
26 — Rumo ao Farol, Virginia Woolf, 1927
27 — Grande Sertão: Veredas (1956)
28 — Pedro Páramo, Juan Rulfo, 1955
29 — As Três Irmãs, Anton Tchekhov, 1901
30 — Orgulho e Preconceito, Jane Austen, 1813
31 — O Leopardo, Tomaso di Lampedusa, 1958
32 — Pais e Filhos, de Ivan Turguêniev, 1862
33 — Contos da Cantuária, Geoffrey Chaucer, século 15
34 — As Viagens de Gulliver, Jonathan Swift, 1726
35 — Middlemarch, George Eliot, 1874
36 — O Apanhador no Campo de Centeio, J. D. Salinger, 1951
37 — O Lobo da Estepe, Herman Hesse, 1927
38 — O Grande Gatsby, Scott Fitzgerald, 1925
39 — O Mestre e Margarida, Mikhail Bulgákov, 1940
40 — As Vinhas da Ira, John Steinbeck, 1939
41 — Memórias de Adriano, Marguerite Yourcenar, 1951
42 — Paralelo 42, John dos Passos, 1930
43 — Admirável Mundo Novo, Aldous Huxley, 1932
44 — As Asas da Pomba, Henry James, 1902
45 — O Jogo da Amarelinha, Julio Cortázar, 1963
46 — A Náusea, Jean-Paul Sartre, 1938
47 — A Peste, Albert Camus, 1947
48 — Folhas de Relva, Walt Whitman, 1855
49 — Memorial do Convento, José Saramago, 1982
50 — A Invenção de Morel, Adolfo Bioy Casares, 1940
51 — O Tambor, Günter Grass, 1959
52 — Retrato do Artista quando Jovem, James Joyce, 1917
53 — José e Seus Irmãos, Thomas Mann, 1933-1943
54 — Doutor Jivago, Boris Pasternak, 1957
55 — A Cidade e as Serras, Eça de Queirós, 1901
56 — O Estrangeiro, Albert Camus, 1942
57 — Otelo, William Shakespeare, 1622
58 — O Príncipe, Nicolau Maquiavel, 1532
59 — O Amante de Lady Chatterley, D.H. Lawrence, 1928
60 — Os Cantos, Ezra Pund, 1948
61 — A Consciência de Zeno, Italo Svevo, 1923
62 — On The Road, Jack Kerouac, 1957
63 — O Senhor dos Anéis, J.R.R. Tolkien, 1954
64 — A Terra Desolada, T. S. Eliot, 1922
65 — A Origem das Espécies, Charles Darwin, 1859
66 — A Laranja Mecânica, Anthony Burgess, 1962
67 — Luz em Agosto, William Faulkner, 1932
68 — O Coração das Trevas, Joseph Conrad, 1902
69 — Madame Bovary, Gustave Flaubert, 1856
70 — O Paraíso Perdido, John Milton, 1667
71 — Rei Lear, William Shakespeare, 1608
72 — Por Quem os Sinos Dobram, Ernest Hemingway, 1940
73 — Eneida, Virgílio, 19 a.c.
74 — Matadouro 5, Kurt Vonnegut, 1969
75 — A Sangue Frio, Truman Capote, 1965
76 — Histórias, Heródoto, 440 a.c.
77 — Moby Dick, de Herman Melville, 1851
78 — Mrs. Dalloway, Virgínia Woolf, 1925
79 — Lord Jim, Joseph Conrad, 1900
80 — Ardil 22, Joseph Heller, 1961
81 — A Amada, Toni Morrison, 1987
82 — O Capital, Karl Marx, 1867
83 — As Aventuras de Huckleberry Finn, Mark Twain, 1885
84 — A Revolução dos Bichos, George Orwell, 1945
85 — Ficções, Jorge Luis Borges, 1944
86 — Frankenstein, Mary Shelley, 1818
87 — O Sol Também se Levanta, Ernest Hemingway, 1926
88 — Corre, Coelho, John Updike, 1960
89 — O Vermelho e o Negro, Stendhal, 1830
90 — O Complexo de Portnoy, Philip Roth, 1969
91 — Os Três Mosqueteiros, Alexandre Dumas, 1844
92 — A Interpretação dos Sonhos, Sigmund Freud, 1900
93 — Trópico de Câncer, Henry Miller, 1934
94 — Pergunte ao Pó, John Fante, 1939
95 — Reparação, Ian McEwan, 2001
96 — Os Miseráveis, Victor Hugo, 1862
97 — Meridiano de Sangue, Cormac McCarthy, 2008
98 — Sonetos, William Shakespeare, 1609
99 — Desonra, J. M. Coetzee, 1999
100 — O Deserto dos Tártaros, Dino Buzzati, 1940

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Tionil Júnior
Grandes títulos...
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Camila Oliveira
Ótima lista. Adorei.
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Fabricio Santos
Ufa... Já se foram 58 títulos....
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Ulises Morales
Qualquer esforço para elaborar a lista dos 100 (ou dos 10, 200, 300, etc, etc.) melhores livros é
inútil; ela dependerá, sempre, da subjetibidade dos "jurados". Ademas, primeiro, quem garante a
qualificação desses jurados?????; segundo, previamente deveria definir-se o que é um "bom
livro" (nesse ponto fico com a definição de Oscar Wilde), no entanto, acredito que neste tocante
também nunca haverá consenso. Apenas a título de comentário me permito lembrar que Arthur
Schopenhauer afirmava no seu livro "A Arte de Escrever" que: "de dez livros que se escrevem,
nove devem ir direto para o lixo". Me atrevo a afirmar que alguns dos livros relacionados na lista
em comento poderiam ser incluídos, perfeitamente, nesses nove livros a que se refere o
filósofo.
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Gabrielle Christine
molhei .
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Gilberto Tavares

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