You are on page 1of 2

PROPOSTA DE REDAÇÃO

TEXTOS MOTIVADORES

TEXTO I

[IPEA. Disponível em:


http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/relatorio_institucional/180605_infografico_atl
as_violencia_2018.pdf]

TEXTO II

O Brasil responde por um em cada dez assassinatos registrados no globo. Assim como
a paixão pelo futebol, a diversidade cultural, ou a desigualdade, a violência é um traço que marca
e distingue a sociedade brasileira. (...)
As principais vítimas de homicídios no Brasil são pessoas negras, especialmente
homens, com baixa escolaridade. (...)
O contexto das mortes indica que homens e mulheres tendem a ser vítimas de homicídio
em situações diferentes no Brasil. Em ambos os casos, um terço das mortes ocorre em hospitais,
para os quais as vítimas são levadas após agressões. Mas, entre mulheres, quase outro terço
das mortes ocorre nos domicílios, enquanto entre homens essa proporção é de 10%. (...)
A morte de homens negros jovens é impulsionada pela ação direta das próprias polícias,
que responderam por ao menos 7% de todos os homicídios em 2016. (...)
Os altos índices de homicídios deixaram, no entanto, de ser um problema restrito às
grandes cidades. Em um estudo publicado em 2013, o Ipea observa que nos primeiros dez anos
do século 21 a taxa caiu no conjunto de municípios grandes, com mais de 500 mil habitantes.
Mas aumentou 7,6% no conjunto de municípios médios, com entre 100 mil e 500 mil, e 52,2%
no grupo de municípios com até 100 mil habitantes. (...)
A taxa de homicídios no Brasil não seria tão alta se a disponibilidade de armas de fogo
fosse menor. Elas respondem pela grande maioria dos homicídios no país. (...)

[André C. Fabio, Rodolfo Almeida, Gabriel Zanlorenssi, Guilherme Falcão e Ibrahim


Souza, para o Nexo Jornal. Especial "Um país que mata". 12 de abril de 2018. Disponível em:
https://www.nexojornal.com.br/especial/2018/04/12/Um-pa%C3%ADs-que-mata]
TEXTO III

“O modelo pelo qual o país opta na segurança pública faz muitas vítimas. Quando você
opta pelo confronto, você gera resultados devastadores”, avalia o diretor-presidente do fórum, o
sociólogo Renato Sérgio de Lima. “O Brasil está lidando com o problema com receitas da primeira
metade do século passado.” (...)
A socióloga Samira Bueno, diretora-executiva do fórum, concorda: “Governos fizeram
opção de investir em policiamento ostensivo, à margem das investigações”, diz ela, ao destacar
que apenas 8% dos homicídios no país são esclarecidos, segundo o último dado disponível, de
2012. “E são polícias que produzem muitas mortes e que têm morrido muito”.
“A gente vive de apagar incêndio. A atuação na área da segurança pública não tem sido
efetiva porque o cobertor é curto”, diz Bueno, sobre os recursos colocados na área. O país gastou
R$ 84,7 bilhões com a segurança no ano passado, 2,5% do total das despesas. Na comparação,
os países da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) gastam
4,5% na média.

[Thiago Amâncio, para a Folha de São Paulo. "Mortes violentas avançam e batem novo
recorde no país; polícia mata mais". 9 de agosto de 2018. Disponível em:
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/08/mortes-violentas-avancam-e-batem-novo-
recorde-no-pais.shtml]

TEXTO IV

Percentual de crianças pobres? Nas cidades com menos mortes, 6,2% das crianças são
pobres, nas cidades violentas, 25,3%.
Pessoas vivendo em domicílios sem água encanada nem esgoto adequados? Onde há
paz, apenas 0,5% moram nessas condições; onde há violência, são 5,9% das pessoas.
Quantidade de jovens "nem-nem", aqueles que nem estudam nem trabalham, de 15 a
24 anos? Nos municípios com menos mortes, há 4,3% deles. Já naqueles onde mais se morre e
se mata, eles são 14,1% do total desta faixa etária.
"Há uma clara correlação entre as condições de desenvolvimento humano e as taxas de
mortes violentas", explica o economista Daniel Cerqueira, pesquisador do Ipea (...)
De acordo com o Atlas 2018, estudos apontam que crianças que nascem em ambientes
hostis, onde não há estímulos corretos e também vigora a violência, seja doméstica ou
comunitária, têm maiores chances de desenvolverem problemas comportamentais e dificuldades
de aprendizado que comprometerão suas vidas escolares e profissionais.
O documento lista algumas das características comuns às ações e políticas de
segurança pública que conseguiram reduzir homicídios no curto prazo em lugares como Nova
York (EUA), Medelin (Colômbia), Ciudad Juarez (México) e Espírito Santo.
São elas: comprometimento do principal político (presidente, governador e prefeito)
como indutor de mudanças; mobilização e articulação atores sociais, entre instituições públicas,
empresas e terceiro setor; organização de programas com base no método científico e em
evidências empíricas; controle e retirada de circulação de armas de fogo e munições; criação e
disseminação de espaços de mediação de conflitos; e mudança do modelo de intervenção
policial de reativo para uma repressão qualificada, baseada em investigação e inteligência, de
modo a inverter o eixo de prisões de baixa qualidade feitas em flagrante, a partir do policiamento
ostensivo, para a identificação e prisão de criminosos que mais danos causam à sociedade.

[Fernanda Mena, para a Folha de São Paulo. "Abismo social divide cidades mais
violentas das mais seguras no país". 15 de junho de 2018.Disponível em:
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/06/abismo-social-divide-cidades-mais-violentas-
das-mais-seguras-no-pais.shtml]

PROPOSTA
A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos
ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal
da língua portuguesa sobre o tema “Violência urbana e desigualdade social no Brasil:
correlações”, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos.
Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de
seu ponto de vista.

You might also like