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bordo n bordo
D
Φ
t b
bordo
bordo
bordo
Figura 9.1:
189
190 CAPÍTULO 9. TEOREMAS DE STOKES E GAUSS
C1 C2
C3
Figura 9.2:
Exemplo 9.1.
[1] Seja S o parabolóide parametrizado por Φ(x, y) = (x, y, x2 + y 2 ), (x, y) ∈ D onde D é o disco
unitário; ∂D = {(x, y) / x2 + y 2 = 1}, logo:
-1 1
-1
[2] Seja a porção de cilindro definida por S = {(x, y, z) / x2 + y 2 = 1, 0 < z < 1}. A fronteira
∂S é formada por duas curvas disjuntas:
se escolhermos como vetor normal qualquer vetor proporcional a (cos(θ), sen(θ), 0), Γ1 é per-
corrida no sentido positivo e Γ2 em sentido negativo.
9.1. TEOREMA DE STOKES 191
Teorema 9.1. (Stokes) Seja S uma superfície regular orientada de classe C 1 tal que ∂S = C é uma
curva fechada simples de classe C 1 por partes orientada positivamente. Se F um campo de vetores de
classe C 1 , definido num aberto U tal que S ⊂ U , então:
ZZ I
rot(F ) dS = F.
S ∂S
Se S está contida no plano xy, nas condições do teorema de Stokes, então, ~n = k̃.
192 CAPÍTULO 9. TEOREMAS DE STOKES E GAUSS
S
C
Figura 9.6:
Exemplo 9.2.
ZZ
[1] Calcule rot(F ) dS, onde S = {(x, y, z) ∈ R3 / x = −1 + y 2 + z 2 , x ≤ 0} e o campo F é
S
definido F (x, y, z) = (x z, z ex , −y).
Aplicamos o teorema de Stokes para F (x, y, z) = (y 2 , z 2 , x2 ), então rot(F )(x, y, z) = −2 (z, x, y).
Parametrizando S por:
Φ(x, y) = (x, y, 1 − x − y), (x, y) ∈ [0, 1] × [0, 1]
com normal (1, 1, 1), temos: rot(F (Φ(x, y))) · (1, 1, 1) = (0, −2 x, 2 (x − 1)) · (1, 1, 1) = −2; seja
C = ∂S; então:
I ZZ ZZ ZZ
F = rot(F ) dS = −2 dS = −2 dx dy = −2 A(D);
C S S D
Logo:
I Z 1 Z 1−x
F = −2 dx dy = −1.
C 0 0
I
[3] Calcule (2 x y z + 2 x) dx + x2 z dy + x2 y dz, onde C é a curva obtida pela interseção da
Cp
superfície z = 4 − x2 − y 2 com o plano x + y = 2, especificando a orientação escolhida.
194 CAPÍTULO 9. TEOREMAS DE STOKES E GAUSS
-2
-1
2
2.0
1.5
1.0
0.5
0.0
-2 -1 0 1 2
Não é possivel aplicar o teorema de Stokes pois o bordo da superfície S, a curva C não é
fechada. Seja γ = C ∪ C1 , onde C1 é o segmento de reta que liga os pontos (0, 2, 0) e (2, 0, 0):
A curva γ é fechada e diferenciável por partes, pois C e C1 são diferenciáveis. Podemos aplicar
o teorema de Stokes a superfície S tal que ∂S = γ:
I ZZ
F = rot(F ) dS;
γ S
∂H
I ZZ ZZ
E= rot(E) dS = − dS.
∂S S S ∂t
∂H ∂
Z ZZ
Se H é de classe C 1 , então dS = H dS; logo:
S ∂t ∂t S
∂
I ZZ
E=− H dS.
∂S ∂t S
I
Esta igualdade é chamada de lei de Faraday. E é a voltagem ao longo da curva ∂S e
ZZ ∂S
H dS é o fluxo magnético. Assim, a lei de Faraday afirma que a voltagem ao longo de
S
uma curva fechada é igual a menos a razão do fluxo magnético através da superfície.
196 CAPÍTULO 9. TEOREMAS DE STOKES E GAUSS
S1
C+
S2
Figura 9.13:
9.4. CARACTERIZAÇÃO DOS CAMPOS CONSERVATIVOS NO ESPAÇO 197
3. F é um campo conservativo.
4. rot(F ) = ~0.
C1
P2
P1
C2
Figura 9.14:
A função f : R3 −→ R é bem definida, pois as integrais só dependem dos pontos finais. Calcu-
lando diretamente, obtemos: ∇f = F ; logo F é conservativo.
3 =⇒ 4. Inmediata.
4 =⇒ 1. Pelo teorema de Stokes:
I ZZ
F = rot(F ) dS = 0.
C=∂S S
198 CAPÍTULO 9. TEOREMAS DE STOKES E GAUSS
Seja W ⊂ R3 um sólido tal que ∂W = S seja uma superfície fechada e limitada. Por exemplo,
se W = {(x, y, z) ∈ R3 / x2 + y 2 + z 2 ≤ 1}, então ∂W = S 2 é a esfera unitária.
Definição 9.2. ∂W é dito orientado positivamente se o vetor normal a ∂W aponta para fora de W .
z n
Figura 9.15:
ZZ ZZZ
F dS = div(F ) dx dy dz
S W
Exemplo 9.3.
ZZ
[1] Calcule F dS, onde F (x, y, z) = (4 x, −2 y 2 , z 2 ) e S é a superfície limitada por x2 +y 2 = 4
S
tal que 0 ≤ z ≤ 3.
9.5. TEOREMA DE GAUSS 199
1
-2
-1
0 0
-2
1
0
2
2
Não podemos aplicar diretamente o teorema de Gauss, pois S não limita um sólido. Para
aplicar o teorema de Gauss, "tamparemos"o parabolóide com um disco de raio 1.
200 CAPÍTULO 9. TEOREMAS DE STOKES E GAUSS
Figura 9.18:
Seja W o sólido com normal (0, 0, −1) tal que ∂W = S∪S1 , onde S1 e a superfície parametrizada
por Φ1 (x, y) = (x, y, 1) tal que x2 + y 2 ≤ 1. Pelo teorema de Gauss:
ZZZ ZZ ZZ
div(F ) dx dy dz = F dS + F dS1 .
W S S1
ZZ ZZ
Note que div(F ) = 0; logo, F dS = − F dS1 e:
S S1
2π 1
π
ZZ ZZ Z Z
F dS1 = − (x2 + y 2 ) dx dy = − r 3 dr dθ = − ;
S1 x2 +y 2 ≤1 0 0 2
então,
π
ZZ
. F dS =
S 2
[3] Verificaremos que o fluxo do campo de quadrado inverso através de qualquer superfície
fechada e limitada, bordo de um sólido que contém a origem é 4 k π. Veja o capítulo 4.
Notemos que o campo de quadrado inverso F não é de classe C 1 em W , onde S = ∂W .
Seja Bε uma bola aberta centrada na origem de raio ε > 0 contida em W , denotemos por
Sε = ∂Bε . O campo F é de classe C 1 em Wε = W − Bε ; aplicando o teorema da divergência,
onde ∂Wε = S ∪ Sε e div(F ) = 0:
ZZZ ZZ ZZ
0= div(F ) dx dy dz = F dS + F dSε ;
W S Sε
então, ZZ ZZ
F dS = − F dSε .
S Sε
P (x, y, z) 1
O vetor normal a Sε é ~n = − = − P (x, y, z), onde P é o vetor posição, logo:
kP (x, y, z)k ε
ZZ
k P (x, y, z) 1
ZZ ZZ
F dS = − F dSε = 3
· P (x, y, z) dSε
S Sε Sε kP (x, y, z)k ε
k
ZZ
= 2 dSε = 4 k π.
ε Sε
9.6. INTERPRETAÇÃO DO TEOREMA DE GAUSS 201
então:
1
ZZ
~ )(Pε ) =
div(F F dS.
vol(Bε ) Sε
Aplicando limite:
1
I
div(F~ )(P ) = lim F~ .
ε→0 vol(Bε ) ∂Bε
div(F~ )(P ) é o valor limite do fluxo por unidade de volume sobre uma esfera de centro P . Se
div(F~ )(P ) > 0, então P é dito fonte pois o fluido "sai"de P e se div(F~ )(P ) < 0, então P é dito
poço, pois o fluido "entra"por P . (Veja a próxima aplicação).
9.7 Aplicação
Seja Ω ⊂ R3 região de tipo IV , como nas hipóteses do teorema de Gauss.
Consideremos x = (x, y, z) ∈ Ω, H = H(t, x) e ρ = ρ(t, x) tais que para cada t, H seja um
campo de vetores de classe C 1 em Ω e ρ uma função com valores reais de classe C 1 em Ω.
Dizemos que H e ρ possuem uma lei de conservação da massa quando:
d
ZZZ ZZ
(1) ρ dx dy dz = − J,
dt Ω ∂Ω
d ∂ρ
ZZZ ZZZ
ρ dx dy dz = dx dy dz.
dt Ω Ω ∂t
202 CAPÍTULO 9. TEOREMAS DE STOKES E GAUSS
Se denotamos por div(J) a divergência de J calculada para cada t fixo, pelo teorema de Gauss:
ZZ ZZZ
J= div(J);
∂Ω Ω
∂ρ
(2) div(J) + = 0.
∂t
A equação (2) é chamada de continuidade. No caso em que a densidade seja constante; de (2)
temos que div(J) = 0.
Seja T = T (t, x) uma função de classe C 2 que representa a temperatura de um corpo no instante
t; então F = −∇T é o fluxo do calor. A densidade de energia, isto é, a energia por unidade de
volume é c ρ0 T , onde c é uma constante chamada calor específico e ρ0 a densidade de massa,
que consideraremos constante. Definamos o campo de vetores:
J = τ F,
De fato:
div(J) = div(−τ ∇T ) = −τ ∆(T );
∆(T ) = 0.
9.8. INTERPRETAÇÃO DA DIVERGÊNCIA 203
9.9 Exercícios
Teorema de Stokes
1. Determine o campo de vetores F (x, y, z) tal que rot(F )(x, y, z) = (2, 1, 3). Determine a
circulação de F ao longo do círculo de raio 1 no plano xy, centrado na origem, no sentido
que preferir:
(a) Diretamente.
(b) Utilizando o teorema de Stokes.
onde C é parametrizada por γ(t) = (cos(t), sen(t), sen(2 t)), t ∈ [0, 2 π].
6. Calcule:
I
(a) x dx + (x + y) dy + (x + y + z) dz, onde C é a curva de equações paramétricas:
C
x = a sen(t), y = a cos(t), z = a sen(t) + cos(t) , 0 ≤ t ≤ 2 π.
204 CAPÍTULO 9. TEOREMAS DE STOKES E GAUSS
I
(b) y 2 dx + z 2 dy + x2 dz, onde C é o contorno do triângulo de vértices (a, 0, 0),
C
(0, a, 0) e (0, 0, a).
I
(c) (y − z) dx + (z − x) dy + (x − y) dz, onde C é a curva de interseção do cilindro
C
circular x2 + y 2 = 1 com o plano x + z = 1.
ZZ
(d) rot(F ) dS, onde S é a porção do parabolóide z = 4 − x2 − y 2 intersectada pelo
S
plano xy.
onde F (x, y, z) = (y z, −x z, z 3 ).
Teorema de Gauss
1. Seja W o sólido limitado por x2 + y 2 = 4, z = 0 e z = 3. Calcule o fluxo de F através da
superfície S = ∂W , com campo de vetores normais exterior a S, se:
2. Suponha que ∂W = S nas hipóteses do teorema de Gauss e que f é uma função de classe
C 2 , harmônica sobre W . Verifique que:
ZZ ZZZ
f grad(f )) dS = kgrad(f )k2 dx dy dz.
S W
5. Calcule: ZZ
F dS,
S
onde F (x, y, z) = (x2 , y 2 , z 2 ) e S é o bordo do cubo Q definido por [−1, 1]×[−1, 1]×[−1, 1].
8. Calcule: ZZ
F (x, y, z) dS,
S
1
9. Seja f (x, y, z) = p :
x2 + y2 + z2