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Epidemiologia em Segurança do Trabalho

1. Síndrome de Burn-out

A definição Burnout surgiu em meados de 1970 e caracterizava o esgotamento


emocional e profissional, experimentados por trabalhadores em atividades de alta
demanda. Segundo Cândido e Souza (2016) o termo burnout é derivado de um jargão
inglês que significa “aquilo que deixou de funcionar por absoluta falta de energia”; assim
podemos considerar que um trabalhador afetado pela Síndrome de Burnout (SD) já se
encontra em um estágio de exaustão e esgotamento total, devido a tensões emocionais
crônicas.

A Síndrome é mais comumente observada em trabalhadores nos quais as


atividades compreendem o contato humano; trabalhos onde as demandas são maiores que
os recursos (materiais e humanos) disponíveis; atividades em que o profissional necessita
de um esforço para se adaptar às altas demandas laborais, são condições de trabalho que
influenciam a ocorrência da SB. Dentre os profissionais mais acometidos, evidencia-se:

 Professores;
 Enfermeiros;
 Médicos;
 Assistentes sociais.

Dentre os sinais e sintomas da Síndrome de Burnout, as mais características são a


exaustão emocional e o distanciamento afetivo. (CÂNDIDO e SOUZA, 2016)

A exaustão emocional, o componente pessoal da síndrome, é


representada por uma sensação de desânimo, fraqueza e falta de energia
(esgotamento) aliada ao sentimento de incapacidade de lidar com as
atividades rotineiras da prática laboral. (MAIA; SILVA e MENDES,
2011)

O distanciamento afetivo provoca a sensação de alienação em relação


aos outros, sendo a presença destes muitas vezes desagradável e não
desejada. (TRIGO et al, 2007 apud CÂNDIDO e SOUZA, 2016)

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Outros sintomas podem estar relacionados à Síndrome, como a baixa realização


profissional; sensação de incapacidade e desmotivação. A exaustão emocional pode estar
acompanhada de irritabilidade, tensão, cefaleia, náuseas, dor lombar e cervical.

Para prevenir a Síndrome de Burnout devem ser implantadas ações


administrativas nos ambientes e nos processos de trabalho; a promoção dos valores
humanos; a valorização do trabalho e medidas que tornem o ambiente de trabalho menos
rígido.

2. Alcoolismo Crônico

O alcoolismo, do ponto de vista da medicina, é uma doença crônica descrita como


o consumo excessivo e compulsivo de álcool; que, com a progressão do consumo, torna
seu usuário tolerante à intoxicação, gerando sintomas de abstinência quando da cessação
do consumo.

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O álcool é uma droga psicoativa depressora do sistema nervoso central; daí a


explicação do sentimento depressivo observado por consumidores, quando do seu
consumo excessivo.

De acordo com Dubowski (1985), os indivíduos alcoolizados apresentam um


conjunto de sinais comuns, entre os quais pode-se destacar:

 rubor e edema moderado da face e das pálpebras;


 olhos lacrimejantes;
 eritrose palmar;
 hálito alcoólico;
 falta de coordenação motora;
 vertigens e desequilíbrio;
 suores;
 tremor fino nas extremidades.

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Quando falamos do consumo excessivo de álcool, são observados sintomas e


sinais físicos e psicológicos; os sinais físicos são mais comumente observados nas fases
de abstinência (cessação do consumo), que podem ser neuromusculares, cãibras, náuseas,
vômitos, suores, entre outros. Os sintomas psicológicos são: ansiedade, humor
depressivo, irritabilidade, insônias e pesadelos.

Existem condições de trabalho que causam ou agravam a alcoolização; profissões


que exigem contato com o público podem levar ao consumo como meio de garantir a
integração com um grupo de pessoas (alcoolismo por envolvimento); condições físicas
ambientais que provocam sede excessiva; trabalhos que geram estresse emocional
(ingestão de álcool como forma de escape); ocupações socialmente desprestigiadas, entre
outras.

Assim, é muito comum a presença do alcoolismo crônico em bancários,


trabalhadores da construção civil, vigias, coletores de lixo, trabalhadores de plataformas
marítimas e de zonas de mineração, entre outros.

Como forma de prevenção devem ser implantadas ações, como a realização de


cursos, palestras e aconselhamento sobre as consequências prejudiciais do consumo
excessivo de álcool. Medidas administrativas, como a identificação das situações de
trabalho e do cotidiano que geram o consumo excessivo, a fim de se implantar uma
reorganização dos processos de trabalho, bem como incentivar a valorização do trabalho.

3. Referência Bibliográfica

CÂNDIDO; J.; SOUZA; R. L. Síndrome de Burnout: As Novas Formas de


Trabalho que Adoecem. Disponível em: <
http://www.psicologia.pt/artigos/textos/A1054.pdf. > Acessado em: 06/10/2018
às 17:53.

DUBOWSKI; M. K. Absorption, distribution and elimination of alcohol:


highway safety aspects. Journal of Studies on Alcohol, Supplement, n. 10, p. 98-
108, julho – 1985.

MAIA; G. D. L.; SILVA; D. N.; MENDES; C. H. P. Síndrome de Burnout em


agentes comunitários de saúde: aspectos de sua formação e prática. Revista
Brasileira de Saúde Ocupacional v. 36, n. 123, p. 93 -102, 2011.

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