COC 794 – ANÁLISE ESTRUTURAL

1º período 2018

Trabalho de curso

Objetivos e apresentação do trabalho

O trabalho de curso descrito a seguir tem por objetivo efetuar análises estruturais lineares e
não lineares utilizando o programa ANEST. São as seguintes as etapas do trabalho:
1. Análise linear
2. Análise não linear geométrica
3. Análise com não linearidade geométrica e física
Para estas análises utiliza-se o exemplo de um pórtico plano da edificação em concreto
armado do Bloco I do Centro de Tecnologia.
O trabalho poderá ser elaborado em grupo de no máximo dois alunos. A apresentação será na
forma de relatório contendo os resultados das análises realizadas, descrição sumária do
programa e implementações efetuadas, além da listagem dos arquivos de dados. Os resultados
das análises devem ser apresentados na forma de diagramas de deslocamentos laterais e
diagramas de esforços solicitantes nos elementos estruturais.

Descrição da estrutura do edifício

A estrutura a ser analisada é o pórtico ilustrado na Fig. 1, o qual pertence à edificação em

concreto armado do Bloco I do Centro de Tecnologia. O pórtico é formado por associação da
viga de cobertura e dos pilares. Na direção longitudinal da edificação encontram-se as vigas
de ponte rolante, biapoiadas nos pilares, as vigas de seção trapezoidal que são contínuas e as
vigas de seção retangular no nível térreo. A estrutura do piso térreo (vista em planta na Fig. 2)
apóia-se nos pilares por meio de consolos. As fundações do pórtico constam de blocos de
estacas também em concreto armado de 60 cm de diâmetro e 15 m de comprimento.
A estrutura será analisada para os seguintes carregamentos:
 Cargas permanentes
 Peso próprio da estrutura G1
 Peso do revestimento do piso térreo G2= 0,8 kN/m2
 Cargas variáveis
 Carga de utilização do piso de laboratórios Q= 5,0 kN/m2
 Ação da ponte rolante R, com as seguintes características.
Peso da carga 100kN, peso do trole 5kN, peso da ponte incluindo trole e dispositivos de
içamento 100kN. As ações dinâmicas equivalentes (vertical e horizontal) podem ser
tomadas de acordo com o Anexo B da NBR8800.
Ação de vento V na fachada longitudinal. Pressão q  U z 2 . Força
1

2
F z   qz  C a A . Ca é coeficiente de arrasto, neste caso ~ 1,3.
p
Perfil de velocidade ao longo da altura z : U z   V0 
z 
 . V0 = 35 m/s; p=0,085.
 10 
As combinações de ações nos estados limites últimos e de serviço serão tomadas de acordo
com a NBR6118.
Etapas do trabalho:

1. Análise linear da estrutura

1.a Pórtico perfeito engastado na base

Analisar o pórtico engastado no nível da fundação, com geometria perfeita.

1.b Pórtico engastado na base com desaprumo

Analisar a estrutura engastada no nível da fundação e com desaprumo construtivo de acordo
com a NBR6118.

1.c Pórtico com fundações profundas em argila mole

O edifício será analisado considerando a interação solo- estrutura de forma simplificada. As
fundações constam de grupos de 2 estacas pré-fabricadas em concreto armado coroadas por
bloco também em concreto armado. As estacas estão imersas em camada de 10m de argila
mole. A modelagem do grupo de estacas será feita por um elemento de pórtico plano com
propriedades geométricas equivalentes e com comprimento de engastamento em camada de
solo calculado por meio da fórmula de Davisson e Robinson1:
EI
1,8 L0  1,8 5
kh
onde kh é o coeficiente de reação lateral do solo, aqui tomado igual a 500 kN/m3 para argila
mole. As propriedades geométricas do elemento equivalente são iguais ao dobro das
propriedades de uma estaca.
O bloco de fundação será modelado por um elemento muito rígido e sua restrição à rotação no
plano do pórtico, oferecida pela rigidez axial das estacas, será modelada por um apoio elástico
à rotação (calcular este coeficiente de rigidez k). Adotar o valor igual 3 vezes o diâmetro da
estaca como espaçamento entre estacas.
O modelo da fundação está ilustrado na Fig. 3.

Comparar os resultados das análises a, b e c.

2. Análise não linear da estrutura com o modelo do item 1.c

Para esta etapa as seguintes implementações devem ser efetuadas no programa ANEST:
 Matriz de rigidez geométrica do pórtico plano
 Processo incremental para análise não linear com atualização de geometria.

2.a Coluna bi-rotulada com imperfeições geométricas

Antes de efetuar a análise não linear do edifício deve-se fazer um teste do programa com o
exemplo de uma coluna bi-rotulada de seção retangular em flambagem em torno do eixo de
menor inércia. Esta coluna será ensaiada no Laboratório de Modelos Estruturais. A coluna
será modelada com imperfeição geométrica inicial de seu eixo longitudinal. O resultado em
termos de deslocamento lateral no meio do vão para carregamento crescente deve ser
comparado com o correspondente resultado analítico2 e também com o resultado obtido
experimentalmente.

1
Davisson M T; Robinson K E; Bending and Buckling of partially embedded piles; Proc. 6th Conf. Soil Mech.
And Foundations Eng., 1965.
2
Timoshenko; Gere; Mecânica dos sólidos, editora LTC, Rio de Janeiro.
 2.b Edifício – modelo do item 1.c
Analisar o modelo do item 1.c para cargas permanentes aplicadas e cargas variáveis
crescentes e comparar os resultados com os da análise linear. Realizar esta análise para a
combinação em que a ação do vento ou da ponte rolante sejam as dominantes.
Para efetuar esta análise deve-se implementar no programa um algoritmo para impor
inicialmente todas as cargas permanentes e só depois aplicar de forma incremental as cargas
variáveis.

3. Análise com não linearidade geométrica e física

Para esta etapa deverá ser implementado o elemento de conexão elasto-plástico.
Será feita a análise do pórtico em estrutura de aço da Figura 5. No modelo os pontos em que
poderão se desenvolver rótulas plásticas serão dotados de elementos de conexão elasto-
plásticos.
Figura 1. Vista do pórtico a ser analisado.
Figura 2. Planta do piso térreo
 pilar

bloco k

grupo de
estacas 1,8 L0

Figura 3. Modelagem das fundações.