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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE PERNAMBUCO (CAMPUS RECIFE)

CURSO TÉCNICO EM QUÍMICA - DISCIPLINA: QUÍMICA GERAL E INORGÂNICA


PROFESSOR: JOSÉ BRITO
NOME:_____________________________________________________________________ DATA:___/ ___/ ___

Ligações Químicas

1. Estabilidade e regra do octeto Eletronicamente, essa reação é explicada


esquematicamente do seguinte modo:
Na natureza a grande maioria dos átomos dos elementos
químicos não é encontrada isoladamente. Os únicos
elementos cujos átomos são estáveis na forma isolada são
os gases nobres. Com exceção dos gases nobres, os átomos
dos demais elementos apresentam-se ligados uns aos outros
formando as inúmeras substâncias simples e compostas que
conhecemos.
A estabilidade dos gases nobres foi atribuída ao fato de os
átomos desses elementos possuírem o último nível de
energia (camada de valência) completo no estado
Nesse exemplo, o átomo de sódio cede definitivamente 1
fundamental:
elétron ao átomo de cloro. Desse modo, forma-se um íon
positivo (cátion Na+) e um íon negativo (ânion Cl-), ambos
com o octeto completo, ou seja, com a configuração de um
gás nobre (no caso, neônio e argônio, respectivamente).
Considerando que essa explicação envolve apenas os
elétrons da última camada (elétrons de valência), é comum
simplificar a representação anterior da seguinte maneira:

Essa ideia foi enunciada pela primeira vez em 1916 pelo


químico alemão Walther Kossel (1888-1956) como teoria
eletrônica de valência e, mais tarde, aperfeiçoada, Essa representação é chamada de notação de Lewis.
independentemente, pelos químicos norte-americanos
Gilbert Newton Lewis (1875-1946) e Irving Langmuir (1881-
1957), que foi quem criou o termo regra do octeto.
Os átomos dos diferentes elementos estabelecem ligações,
doando, recebendo ou compartilhando elétrons para
adquirir uma configuração eletrônica igual à de um gás
nobre no estado fundamental: 8 elétrons no nível de Tendo cargas elétricas opostas, os cátions e os ânions se
energia mais externo ou, então, 2 elétrons se o nível mais atraem e se mantêm unidos pela chamada ligação iônica,
externo for o primeiro. originando-se assim a substância cloreto de sódio (NaCl),
É importante observar, porém, que a regra do octeto é que é o sal comum usado em cozinha. Na prática, porém,
apenas uma “ferramenta” útil para encontrar teoricamente uma reação não envolve apenas dois átomos, mas um
a fórmula dos compostos mais comuns formados por número enorme de átomos, de modo que no final teremos
elementos representativos (não todos), mas essa regra não um aglomerado envolvendo um número enorme de íons,
explica o fenômeno das ligações químicas e não é seguida como mostramos na ilustração abaixo.
pela maioria dos elementos da tabela periódica.
2. Ligação iônica
2.1. Conceitos Gerais
Quando a diferença de eletronegatividade entre dois
átomos de elementos químicos distintos é maior do que 1,6,
a ligação entre eles é predominantemente iônica, ou seja,
obtida pela formação de íons positivos e negativos que
permanecem juntos por atração eletrostática. Vamos agora retomar as exemplificações, considerando
Vamos considerar a reação entre o sódio e o cloro, como segundo caso a reação entre o magnésio e o cloro:
produzindo-se o cloreto de sódio:
Ou, abreviadamente: Mg + 2 Cl → MgCl2
E, como terceiro exemplo, a reação entre o alumínio e o
flúor:

Ou, abreviadamente: Al + 3 F → AlF3


Como podemos observar, o número de íons que se unem é Exercícios
inversamente proporcional às suas respectivas cargas
(valências). Disso resulta a seguinte regra geral de 01. (FEI-SP) Explique por que o íon sódio (Na+) é muito mais
formulação: estável que o átomo de sódio (Na0).
02. (UFF-RJ) Para que um átomo neutro de cálcio se
transforme no íon Ca2+, ele deve:
a) receber dois elétrons; d) perder dois prótons;
De fato, do ponto de vista matemático, temos, em módulo, b) receber dois prótons; e) perder um próton.
|y.(+ x) | = |x.(– y)|; isso garante que a carga total positiva
dos cátions possa equilibrar a carga total negativa dos c) perder dois elétrons;
ânions. 03. (UFRGS-RS) Ao se compararem os íons K+ e Br- com os
respectivos átomos neutros de que se originaram, pode se
Resumindo, podemos dizer:
verificar que:
Ligação iônica é a força que mantém os íons unidos, depois
a) houve manutenção da carga nuclear de ambos os íons.
que um átomo cede definitivamente um, dois ou mais
elétrons para outro átomo. b) o número de elétrons permanece inalterado.
Eletrovalência é a carga elétrica do íon. c) o número de prótons sofreu alteração em sua quantidade.

A ligação iônica é, em geral, bastante forte e mantém os íons d) ambos os íons são provenientes de átomos que perderam
firmemente “presos” no reticulado. Por isso, os compostos elétrons.
iônicos são sólidos e, em geral, têm ponto de fusão e ponto e) o cátion originou-se do átomo neutro a partir do
de ebulição elevados. recebimento de um elétron.
2.2. A ligação iônica e a Tabela Periódica 04. Os elementos A e B apresentam as seguintes
configurações eletrônicas (por camadas):
A ligação iônica ocorre, em geral, entre átomos de metais
com átomos de não-metais, pois: A: 2 — 8 — 8 — 2 e B: 2 — 8 — 7
• os átomos dos metais possuem 1, 2 ou 3 elétrons na última Qual é a fórmula esperada para o composto formado entre
camada e têm forte tendência a perdê-los (veja os casos do esses dois elementos e qual seria a ligação envolvida?
Na, do Mg e do Al, nos exemplos anteriores);
05. O átomo de alumínio tem configuração eletrônica (em
• os átomos dos não-metais possuem 5, 6 ou 7 elétrons na camadas) 2 — 8 — 3; o de oxigênio, 2 — 6. Quais são as
última camada e têm acentuada tendência a receber mais 3, configurações dos íons formados? Qual é a fórmula do
2 ou 1 elétron e, assim, completar seus octetos eletrônicos composto resultante?
(veja o caso do C l , nos exemplos anteriores). Essa ideia pode
06. (Mackenzie-SP) Para que os átomos de enxofre e
ser generalizada se olharmos para a Tabela Periódica. Como
potássio adquiram configuração eletrônica igual à dos gases
sabemos, nas colunas A, o número de elétrons na última
nobres, é necessário que: (Dados: número atômico S = 16; K
camada de cada elemento coincide com o próprio número
= 19.)
da coluna.
a) o enxofre receba 2 elétrons e que o potássio receba 7
Os elementos da família 4A (ou 14) têm quatro elétrons na
elétrons.
última camada. Eles não apresentam tendência nem para
perder nem para ganhar elétrons. Por esse motivo, quando b) o enxofre ceda 6 elétrons e que o potássio receba 7
esses elementos se unem a outros para atingir um octeto elétrons.
completo, tendem a não formar ligações iônicas. c) o enxofre ceda 2 elétrons e que o potássio ceda 1 elétron.
d) o enxofre receba 6 elétrons e que o potássio ceda 1 O exame da tabela mostra que, nesses casos, formam ânions
elétron. os elementos genéricos:
e) o enxofre receba 2 elétrons e que o potássio ceda 1 a) I e II c) I e IV e) III e IV
elétron.
b) I e III d) II e III
07. (U. Católica Dom Bosco - MS) Um elemento de
13. (U. Católica Dom Bosco -MS) Para adquirir configuração
configuração 1s2 2s2 2p6 3s2 3p5 possui forte tendência para:
eletrônica de gás nobre, o átomo de número atômico 16
a) perder 5 elétrons. d) ganhar 2 elétrons. deve:
b) perder 1 elétron. e) ganhar 1 elétron. a) perder dois elétrons.
c) perder 2 elétrons. b) receber seis elétrons.
+ - 3+
08. (Fuvest-SP) Considere os íons isoeletrônicos: Li , H , B e c) perder quatro elétrons.
Be2+ (números atômicos: Li = 3; H = 1; B = 5; Be = 4). Coloque-
d) receber dois elétrons.
os em ordem crescente de raio iônico, justificando a
resposta. e) perder seis elétrons.
09. (UFF-RJ) Dois ou mais íons ou, então, um átomo e um íon 14. (UFRRJ) Os íons são formados a partir das propriedades
que apresentam o mesmo número de elétrons denominam- dos elementos químicos. Observe as propriedades
se espécies isoeletrônicas. Comparando-se as espécies periódicas e as configurações eletrônicas dos elementos
isoeletrônicas F-, Na+, Mg2+ e Al3+, conclui-se que: abaixo e indique o íon que será formado a partir de cada um
deles.
a) a espécie Mg2+ apresenta o menor raio iônico;
a) Cl b) Ca c) Zn d) K
b) a espécie Na+ apresenta o menor raio iônico;
15. (U. F. Santa Maria - RS) O elemento titânio (Z = 22) tem,
c) a espécie F- apresenta o maior raio iônico;
na sua camada de valência,
d) a espécie Al3+ apresenta o maior raio iônico;
a) 2 elétrons em orbitais d.
e) a espécie Na+ apresenta o maior raio iônico.
b) 6 elétrons em orbitais p.
10. (Esal-MG) Os íons Ca2+, Mg2+ e K+ estão intimamente
relacionados com as características químicas do solo c) 2 elétrons em orbitais p.
agrícola, sendo importantes para a nutrição das plantas. d) 2 elétrons em orbital s.
(Números atômicos: Ca = 20, Mg = 12, K = 19.)
e) 4 elétrons em orbitais d.
Das afirmativas abaixo, a correta é: 16. Em um composto, sendo A o cátion, B o ânion e A 3B2 a
a) Ca2+ e K+ são isoeletrônicos. fórmula, provavelmente os átomos A e B, no estado normal,
tinham, respectivamente, os seguintes números de elétrons
b) Ca2+ e Mg2+ são isoeletrônicos.
periféricos:
c) Mg2+ e K+ são isoeletrônicos.
a) 3 e 2 d) 3 e 6
d) Ca2+, Mg2+ e K+ são isoeletrônicos.
b) 2 e 3 e) 5 e 6
e) Ca2+, Mg2+ e K+ apresentam o mesmo raio.
c) 2e 5
11. (Acafe-SC) Num cristal de NaCl, a
17. (UFPA) Sejam os elementos X, com 53 elétrons, e Y, com
menor distância entre os núcleos dos
38 elétrons. Depois de fazermos a sua distribuição
íons Na+ e Cl- é 2,76 Å, e a distância entre
eletrônica, podemos afirmar que o composto mais provável
os dois íons cloreto que se encostam é
formado pelos elementos é:
3,26 Å. Portanto, o raio do íon sódio é:
a) YX2 d) Y2X
a) 2,76 Å d) 0,86 Å
b) 0,95 Å e) 6,38 Å b) Y3X2 e) YX

c) 3,62 Å c) Y2X3

12. (PUC-RS) Responda a esta questão a partir da tabela a


seguir, que apresenta os raios atômicos e iônicos de alguns
elementos genéricos.
3. Ligação covalente de que o hidrogênio dispõe. Desse modo, o hidrogênio
adquire a configuração do gás nobre hélio.
Consideremos, como primeiro exemplo, a união entre dois
átomos do elemento hidrogênio (H) para formar a molécula Consideremos, como segundo exemplo, a união entre dois
da substância simples hidrogênio (H2): átomos do elemento cloro (Cl), formando uma molécula de
gás cloro (Cl2). Note que, no esquema, só estão
H + H → H2
representados os elétrons da última camada eletrônica do
Eletronicamente (as figuras são representações cloro, isto é, sua camada de valência:
esquemáticas):

Observamos que, na molécula final (Cl2), há um par de


elétrons compartilhado pelos dois átomos de cloro. Com
isso, podemos dizer que cada átomo de cloro dispõe de seus
sete elétrons mais um elétron compartilhado, perfazendo
então o octeto, que dá a cada átomo a configuração estável
Ou, abreviadamente: de um gás nobre. Na molécula formada acima, os elétrons
da última camada que não participam do par eletrônico
compartilhado são comumente chamados elétrons não-
Ou, ainda ligantes ou pares eletrônicos isolados.
Consideremos, como terceiro exemplo, a formação da
molécula da substância simples oxigênio (O2):
Nesta última representação, o traço (—) está indicando o
par de elétrons que os dois átomos de hidrogênio passam a
compartilhar. Assim, por comodidade, costuma-se
representar uma ligação covalente normal por um traço. Cada átomo de oxigênio tem apenas seis elétrons na camada
A molécula H2 é estável (isto é, os átomos não se separam) de valência. Os dois átomos se unem compartilhando dois
porque há um equilíbrio entre as forças de atração elétrica pares eletrônicos, de modo que cada átomo “exerça
(entre núcleos e elétrons) e as forças de repulsão elétrica domínio” sobre oito elétrons. Forma-se assim uma ligação
(entre os dois núcleos e entre os dois elétrons), como dupla entre os átomos, que é indicada por dois traços na
ilustramos na figura a seguir. representação O=O (nos exemplos do H2 e do Cl2, o único par
eletrônico comum constitui uma ligação simples).
Como quarto exemplo, vejamos a formação da molécula da
substância simples nitrogênio (N2):

Cada átomo de nitrogênio tem apenas cinco elétrons na


camada periférica. Eles se unem compartilhando três pares
eletrônicos. Forma-se assim uma ligação tripla entre os
Na ligação covalente, entre átomos iguais, podemos falar átomos, que é indicada pelos três traços na representação
também em raio covalente (r), como a metade do N≡ N. Desse modo, cada átomo está com o octeto completo,
comprimento da ligação (d), isto é, metade da distância que pois além de seus cinco elétrons, compartilha três elétrons
separa os dois núcleos. com o átomo vizinho. Concluindo, definimos:
Ligação covalente ou covalência é a união entre átomos
estabelecida por pares de elétrons.
Nesse tipo de ligação, a valência recebe o nome particular de
covalência e corresponde ao número de pares de elétrons
compartilhados. As fórmulas em que os elétrons aparecem
indicados pelos sinais • e x são chamadas fórmulas
eletrônicas ou fórmulas de Lewis. Quando os pares
eletrônicos covalentes são representados por traços ( ̶ ),
chamamos essas representações de fórmulas estruturais
planas; no último exemplo considerado:
Observe, por fim, que cada átomo de hidrogênio dispõe de
dois elétrons (o seu e o elétron compartilhado). Esses dois
elétrons, contudo, já completam a camada K, que é a única
Todos os exemplos dados até agora foram de substâncias
simples. No entanto, as ligações covalentes aparecem ainda
com maior frequência entre as substâncias compostas, como
passamos a ilustrar.
• Formação da molécula do ácido clorídrico (HCl):

Agora, o comprimento da
3.1. Caso particular da ligação covalente
ligação (d) será a soma dos
raios covalentes (r1 + r2) dos Vejamos como primeiro exemplo a formação da molécula de
átomos envolvidos na gás sulfuroso (SO2):
covalência. O assunto na
verdade é mais complicado,
pois o raio covalente de um
átomo pode variar Observe que o par eletrônico destacado (que está ligando o
conforme ele venha a se enxofre ao segundo oxigênio) pertencia, de início, apenas ao
ligar a átomos diferentes. enxofre. Trata-se não mais da ligação covalente usual, em
• Formação da molécula de água (H2O): que cada ligação é formada por 1 elétron de cada átomo,
mas de uma covalência especial, na qual o par eletrônico é
cedido apenas por um dos átomos da ligação. Antigamente,
esse tipo de ligação era denominado de ligação dativa e
• Formação da molécula da amônia (NH3): indicado por uma seta que vai do átomo doador para o
átomo receptor do par eletrônico,
como mostramos ao lado. De qualquer
modo, você continuará contando 8
elétrons ao redor de cada átomo.
• Formação da molécula do gás carbônico (CO 2):
O caso do anidrido sulfúrico (SO3) é semelhante:

Continuamos notando que cada átomo termina ficando com


o octeto completo. De fato, cada oxigênio, além de seus seis
elétrons, passa a ter mais dois (compartilhados com o
Um caso interessante é o do monóxido de carbono (CO), em
carbono); e o átomo de carbono, além de seus quatro
que temos, entre o carbono e o oxigênio, duas ligações
elétrons, passa a ter mais quatro (dois compartilhados com
covalentes normais e uma especial (par eletrônico
um dos átomos de oxigênio e mais dois compartilhados com
assinalado).
o outro).
Como conclusão, podemos dizer que a ligação é covalente
quando os dois átomos apresentam a tendência de ganhar
elétrons. Isso ocorre quando os dois átomos têm 4, 5, 6 ou 7 Como exemplo final, vamos examinar a formação do íon
elétrons na última camada eletrônica, ou seja, quando os amônio (NH4+), que se dá pela reação NH3 + H+ → NH4+:
dois átomos já se “avizinham” na configuração de um gás
nobre (e mais o hidrogênio, que, apesar de possuir apenas
um elétron, está próximo da configuração do hélio). Em
outras palavras, a ligação covalente aparece entre dois
átomos de não-metais, ou semimetais ou, ainda, entre
esses elementos e o hidrogênio. Pela Classificação Note que, inicialmente, o NH3 tinha um par eletrônico livre,
Periódica, visualizamos perfeitamente os elementos que se e o íon hidrogênio (H+), por sua vez, estava sem elétrons
ligam por covalência: (normalmente o H+ provém de outra molécula na qual
deixou seu próprio elétron). Assim, o H+ compartilha o par
eletrônico livre, que inicialmente era exclusivo do
nitrogênio.
Considerando ainda o exemplo do NH4+ é importante • o nitrato de sódio (NaNO3):
observar que, após a formação do NH4+, não há nenhuma
diferença entre as quatro ligações
covalentes aí existentes. Em outras • o sulfato de sódio (Na2SO4):
palavras, os quatro hidrogênios tornam-
se perfeitamente equivalentes entre si.
Desse modo, é mais correto representar
o NH4+como mostramos ao lado. Nestes dois últimos exemplos, cada átomo de sódio
3.2. Fórmulas de compostos covalentes “perdeu” 1 elétron para cada um dos primeiros oxigênios
que aparecem dentro dos colchetes. Essas ligações são
De modo geral, a montagem das fórmulas dos compostos iônicas. As outras são todas ligações covalentes. Dizemos
covalentes, a partir das configurações eletrônicas de seus então que esses dois compostos são iônicos.
átomos formadores, não é um problema simples. A
Classificação Periódica pode, todavia, ajudar na formulação Num composto iônico não existem moléculas, mas
dos compostos de estrutura mais simples. Veja na tabela. aglomerados iônicos. Os íons formados por um único
átomo, como, por exemplo, Na+ Cl-, são chamados de íons
(ou radicais) simples; quando formados por vários átomos
(NO3-, SO42- etc.) são chamados de íons (ou radicais)
compostos.
Sabemos que a ligação iônica é forte, pois mantém os íons
fortemente “presos” no reticulado. Por esse motivo, os
compostos iônicos são, em geral, sólidos de ponto de fusão
e ponto de ebulição elevados. Pelo contrário, em um
composto totalmente covalente, as moléculas se atraem
menos intensamente. Em consequência, os compostos
covalentes são, em geral, gases (H2, CO2 etc.) ou líquidos de
ponto de ebulição baixo (H2O, HNO3 etc.).
Com um pouco de prática evidentemente poderemos 3.4. Exceções à regra do octeto
escrever fórmulas estruturais de substâncias mais
complicadas, como, por exemplo: Hoje são conhecidos compostos que não obedecem à regra
do octeto.
• Em alguns casos, as ligações se completam com menos de
8 elétrons. Isso acontece com o berílio (Be) e o boro (B), que,
em certas moléculas não apresenta o octeto completo.
Exemplos:
Note que estamos constantemente utilizando três tipos de
fórmula para um mesmo composto químico. Veja o exemplo
do ácido sulfúrico:

• Em outros casos, as ligações perfazem mais do que 8


elétrons. Ocorre geralmente com o fósforo (P) e o enxofre
3.3. Compostos moleculares e compostos iônicos (S), que, em certas moléculas, aparecem com 10 ou 12
elétrons na camada de valência. Exemplos:
Um composto é considerado composto molecular quando
apresenta exclusivamente ligações covalentes. Exemplos:

Um composto é considerado composto iônico desde que


possua pelo menos uma ligação iônica (mesmo
apresentando várias ligações covalentes). Por exemplo:
• o cloreto de sódio (NaCl): Na+ Cl-

Esses casos só ocorrem quando o átomo central é


relativamente grande, para que possa acomodar tantos
elétrons ao seu redor. Por isso, essa chamada camada de b) O2 e) H2O
valência expandida só aparece em elementos do 3º período
c) CO
da Tabela Periódica para baixo.
04. Escreva as fórmulas estruturais planas e as fórmulas de
• Há poucos compostos em que a camada de valência é
Lewis dos seguintes compostos:
completada com número ímpar de elétrons. Por exemplo,
no caso dos compostos NO, NO2 e ClO2 temos 7 elétrons ao a) H2CO3 b) NaNO3
redor do nitrogênio e do cloro: 05. Escreva a fórmula estrutural plana e a fórmula de Lewis
do hidreto de fósforo (PH3).
06. (U. Católica de Salvador - BA) Ao formar ligações
covalentes com o hidrogênio, a eletrosfera do silício adquire
configuração de gás nobre. Com isso, é de se esperar a
formação da molécula:
• Compostos dos gases nobres. Embora tenhamos dito que
os gases nobres têm “pouca vontade” de se unir a outros a) SiH d) SiH4
elementos, a partir de 1962 foram produzidos vários b) SiH2 e) SiH5
compostos de gases nobres. Exemplos:
c) SiH3
07. (Acafe - SC) Considerando dois elementos, A e B,com
números atômicos 20 e 17, a fórmula e o tipo de ligação do
composto formado estão na alternativa:
a) AB2 — ligação covalente
b) A2B — ligação iônica
Esses compostos também só ocorrem com os gases nobres
c) AB2 — ligação iônica
de átomos grandes, que comportam a camada expandida de
valência. d) A2B — ligação covalente

Exercícios e) A7B2 — ligação iônica

01. (FEI-SP) A fórmula N≡ N indica que os átomos de 08. (Vunesp) Os elementos X e Y têm, respectivamente, 2 e
nitrogênio estão compartilhando três: 6 elétrons na camada de valência. Quando X e Y reagem,
forma-se um composto:
a) prótons.
a) covalente, de fórmula XY
b) elétrons.
b) covalente, de fórmula XY2
c) pares de prótons.
c) covalente, de fórmula X2Y3
d) pares de nêutrons.
d) iônico, de fórmula X2+Y2–
e) pares de elétrons.
e) iônico, de fórmula X2+Y2–
02. (Unifor-CE) À molécula de água, H2O, pode-se adicionar
o próton H+, produzindo o íon hidrônio H3O+. 09. (Unifor-CE) Quando se comparam as espécies químicas
CH4, NH3 e NaCl, pode-se afirmar que os átomos estão
unidos por ligações covalentes somente no:
a) CH4 e no NH3
b) NH3 e no NaCl
c) CH4 e no NaCl
No íon hidrônio, quantos pares de elétrons pertencem, no
total, tanto ao hidrogênio quanto ao oxigênio? d) CH4

a) 1 d) 4 e) NH3

b) 2 e) 6 10. (UFPA) Os átomos dos elementos se ligam uns aos outros


através de ligação simples, dupla ou tripla, procurando
c) 3
atingir uma situação de maior estabilidade, e o fazem de
03. (Mackenzie-SP) Dados: O (Z = 8); C (Z = 6); F (Z = 9); H (Z acordo com a sua valência (capacidade de um átomo ligar-se
= 1). A molécula que apresenta somente uma ligação a outros), conhecida através de sua configuração eletrônica.
covalente normal é: Assim, verifica-se que os átomos das moléculas H2, N2, O2, Cl2
estão ligados de acordo com a valência de cada um na
a) F2 d) O3
alternativa:
4. Ligação metálica
4.1. Estrutura dos metais
No estado sólido, os átomos dos metais (e de alguns
semimetais) se agrupam de forma geometricamente
ordenada, dando origem às células, ou grades, ou
11. (FEI-SP) Dentre os compostos a seguir, indique qual deles
reticulados cristalinos. Os reticulados unitários mais comuns
apresenta apenas ligações covalentes normais:
dentre os metais são mostrados nas representações (com
a) SO3 b) NaCl c) NH3 d) O3 e) H2SO4 cor-fantasia) abaixo:
12. Sabendo que no composto HClO4 o hidrogênio acha-se
ligado na forma H-O- e que todos os átomos do oxigênio se
ligam ao cloro, escreva a sua fórmula estrutural plana e a de
Lewis.
13. (UCS-RS) Nas fórmulas estruturais de ácidos abaixo, X
representa um elemento químico.

Cada reticulado metálico é, na verdade, formado por


milhões e milhões de átomos. Esse conjunto pode ser
Os elementos que substituem corretamente o X nas considerado uma estrutura molecular gigante, mas não
fórmulas estruturais são, respectivamente: passa, em geral, de um cristal microscópico.

a) N, C, S, P 4.2. A ligação metálica

b) N, Si, Se, Br Uma das principais características dos metais é a condução


fácil da eletricidade. A consideração de que a corrente
c) P, C, Se, N
elétrica é um fluxo de elétrons levou à criação da chamada
d) N, Sn, As, P teoria da nuvem eletrônica (ou teoria do mar de elétrons),
e) P, Pb, Br, As que passamos a explicar.

14. (Cesgranrio-RJ) Das espécies químicas abaixo, indique Em geral, os átomos dos metais
aquela que não obedece à regra do octeto. têm apenas 1, 2 ou 3 elétrons
na última camada eletrônica;
a) MgBr2 b) AlCl3 c) CO2 d) NaCl e) SO2 essa camada está normalmente
15. (FMSCSP-SP) Qual das fórmulas abaixo é prevista para o afastada do núcleo, que,
composto formado por átomos de fósforo e flúor, consequentemente, atrai
considerando o número de elétrons da camada de valência pouco aqueles elétrons. Como
de cada átomo? resultado, os elétrons escapam
facilmente do átomo e transitam livremente pelo reticulado.
Desse modo, os átomos que perdem elétrons transformam-
se em cátions, os quais podem, logo depois, receber elétrons
e voltar à forma de átomo neutro, e assim sucessivamente.
Concluindo, podemos dizer que, segundo essa teoria, o
metal seria um aglomerado de átomos neutros e cátions,
mergulhados em uma nuvem (ou “mar”) de elétrons livres
(costuma-se também dizer que esses elétrons estão
deslocalizados). Assim, a “nuvem” de elétrons funcionaria
como uma ligação metálica, mantendo os átomos unidos.

Referências
o Feltre, R. – Química – vol. 1 – 6ª ed. – São Paulo: Moderna,
2004.
o Reis, Martha – Química – vol. 1 – 2ª ed. – São Paulo: Ática,
2017.

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