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Universidade Estadual de Maringá

Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes


Departamento de Psicologia

Trabalho de Dinâmica de Grupo

Disciplina: Dinâmica de Grupo


Professora: Dalva
Acadêmico: Eduardo Alexandre Ribeiro da Silva 3º ano T. 01

Outubro/96

A dinâmica de grupo enquanto objeto de estudo teve uma trajetória ascendente


particularmente neste século. É um campo de pesquisa e atuação muito recente que na
atualidade dispõe de metodologia e técnicas eficientes graças às pesquisas e contribuições de
alguns expoentes que se dedicaram a tal estudo.
É ponto facultativo citar Kurt Lewin quando se trata de abordar a evolução da
dinâmica de grupo. Kurt Lewin de 1939 a 1946 marca um período de fundamental
importância para o estudo dos fenômenos de grupos. A dinâmica de grupo evoluiu dos
estudos no campo da psicologia social que na época não tinha uma identidade definida. A
psicologia social tratava de abordar os fenômenos sociais que interferiam na conduta
individual. Le Bon e Durkheim defendiam que a conduta humana está dominada pelo
“espírito de grupo” uma instância que seria ativada naturalmente no ser humano que teria a
pré-disposição inata de viver em grupo e assim todos os comportamentos e expressões
humanas derivam das regras construídas pelos diversos grupos.
A Sociologia, Psicologia e a Antropologia entravam em conflito por falta de
delimitações, e por falta de cooperação de conhecimentos.
A Sociologia criticava a Psicologia por que esta era por demais limitada ao
entendimento do humano enquanto seres individuais. Para os sociólogos como Auguste
Comte a Sociologia poderia dar conta dos fenômenos psicológicos, porque segundo este
filósofo, a Sociologia daria conta de explicar os fenômenos psicológicos. A Antropologia
defendia que o comportamento humano é resultado de resquícios de padrões de
comportamento de sociedades primitivas. Todas essas ciências apresentavam argumentos que
defendiam sua posição atacando a tese da outra.
Posteriormente essas ciências passaram a integrar as informações intercambialmente
possibilitando o enriquecimento acelerado questões como os fenômenos de grupo.
Assim a psicologia social adotou o princípio de que todo estudo do comportamento
humano deve levar em conta seu contexto social, deixando de enfocar exclusivamente a
abordagem psicológica. A Sociologia e Antropologia também adquiriram conceitos
elaborados pela Psicologia, como as motivações intrínsecas pessoais, a influência da
personalidade etc.
Lewin acreditava que entendendo o funcionamento de pequenos grupos poderia
compreender o funcionamento do macrogrupo.
O termo dinâmica de grupo inaugurado por K. Lewin denomina a psicologia dos
pequenos grupos. O macrogrupo como as multidões são objetos da chamada psicologia
coletiva. A estrutura, formação, crescimento, coesão e desintegração dos pequenos grupos
são problemas da psicologia social. Após K. Lewin, vieram muitos outros pesquisadores que
desenvolveram e aprofundaram as descobertas.
Através da dinâmica de grupo é possível analisar os fenômenos psicossociais e as suas
leis. Com técnicas e métodos específicos, pode-se atuar sobre a personalidade por meio da
atuação em grupo.
As ações e reações que ocorrem entre grupos distintos variam muito de acordo com a
realidade cultural e social de seus integrantes, da situação e do momento em que o grupo se
encontra.
Pela grande eficácia das técnicas e métodos que a dinâmica de grupo conseguiu
alcançar, ela é atualmente utilizada por diversos segmentos da sociedade. A classe política é
um exemplo dentre muitos, ela usa de conceitos de organização de grupos em torno de
líderes carismáticos. Os economistas aproveitaram para entender o comportamento dos
indivíduos enquanto consumidores, os publicitários se empenharam na forma de melhor
atrair a atenção de determinados grupos. Como campo de pesquisa a dinâmica de grupo tem
levado em consideração o aperfeiçoamento dos conceitos de natureza dos grupos, leis que
regem seu desenvolvimento, suas relações e interrelações com os indivíduos de outros grupos
e com a sociedade em geral.
Para a dinâmica de grupo é preciso que se leve em consideração alguns
conhecimentos básicos, como o conhecimento da natureza dos grupos, o funcionamento dos
grupos, a relação indivíduo-grupo e a relação grupo-sociedade.
Com base nesses princípios, é possível detectar nos grupos estados de coesão,
coerção, pressão social, atração, rejeição, resistência a mudanças, interdependência, etc.
Todos esses aspectos contribuíram para formulação das bases da teorias da dinâmica de
grupo.
No Brasil espera-se que a dinâmica de grupo ainda venha a configurar um papel mais
expressivo do que vem realizando. Nos Estados Unidos a comunidade, os municípios,
agremiações e pequenos grupos estão amplamente difundidos. O desenvolvimento e
aplicabilidade da dinâmica de grupo neste país é acentuada. No Brasil a tomada de decisões
tendem a ser autocráticas e unilaterais, proposta totalmente oposta da dinâmica de grupo que
busca apoio na contribuição e soluções de acordo com o potencial que o outro tem a
oferecer.
Contudo a tendência é que a dinâmica de grupo venha a se expandir também no Brasil
devido a grande eficácia de métodos que disponibiliza a eficiência e lucratividade das
fábricas, indústrias, comércio e instituições em geral. Tudo isso é conseqüência da atenção
que a dinâmica de grupo dispende à melhoria das relações humanas.

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