12 Una historia del poder hasta 1760 d.C.

Biblioteca de la Universidad de Cambridge atendieron m u y bien a Capítulo 1

m i s eclécticas p e t i c i o n e s . M i s secretarias e n E s s e x y l a L S E •—-Linda
Peachey, E l i z a b e t h O ' L e a r y e Y v o n n e B r o w n — f u e r o n siempre efi- LAS SOCIEDADES C O M O REDES
cientes y c o l a b o r a d o r a s c o n t o d o s l o s b o r r a d o r e s q u e se les p r e s e n - ORGANIZADAS D E PODER
taron.
N i c k y H a r t t u v o l a i d e a q u e sirvió p a r a r e o r g a n i z a r este l i b r o e n
tres volúmenes. S u p r o p i a l a b o r y s u p r e s e n c i a —^Junto c o n L o u i s e ,
G a r e t h y L a u r a ^ — i m p i d i e r o n q u e este p r o y e c t o m e d e j a r a ciego,
sordo o incluso demasiado obsesionado.
E v i d e n t e m e n t e , l o s e r r o r e s s o n t o d o s míos.

L o s t r e s volúmenes p r o y e c t a d o s d e este l i b r o c o n s t i t u y e n u n a
h i s t o r i a y u n a teoría d e las r e l a c i o n e s d e p o d e r e n l a s sociedades
h u m a n a s . Y a esto es b a s t a n t e difícil. P e r o s i se r e f l e x i o n a u n m o -
m e n t o p a r e c e todavía más i m p o n e n t e . P o r q u e , ¿no es p r o b a b l e q u e
u n a h i s t o r i a y u n a teoría d e las r e l a c i o n e s d e p o d e r sea v i r t u a l m e n t e
sinónimo d e u n a h i s t o r i a y u n a teoría d e l a p r o p i a s o c i e d a d h u m a n a ?
A f i n e s d e l s i g l o XX n o está d e m o d a e s c r i b i r u n a relación g e n e r a l ,
p o r v o l u m i n o s a q u e sea, d e a l g u n a s d e l a s p r i n c i p a l e s p a u t a s q u e
cabe h a l l a r e n l a h i s t o r i a d e las s o c i e d a d e s h u m a n a s . E s a s magníficas
empresas generalizadoras victorianas —basadas e n u n saqueo i m p e -
r i a l d e f u e n t e s s e c u n d a r i a s — se h a n v i s t o aplastadas e n e l s i g l o X X
b a j o e l p e s o d e u n a m a s a d e volúmenes e r u d i t o s y d e l c i e r r e d e filas
de l o s especialistas académicos.
M i justificación básica es q u e h e l l e g a d o a u n a f o r m a d i s t i n t a y
g e n e r a l d e c o n t e m p l a r l a s s o c i e d a d e s h u m a n a s q u e se e n f r e n t a c o n
los m o d e l o s de sociedad p r e d o m i n a n t e s e n l o s escritos sobre socio-
logía o h i s t o r i a . E n este capítulo se e x p l i c a m i e n f o q u e . E s p o s i b l e
q u e a l o s n o i n i c i a d o s e n l a teoría d e l a s ciencias sociales les r e s u l t e
a l g o d e n s o . E n t a l caso, existe otra forma posible de leer este volu-
men: saltarse este capítulo, i r d i r e c t a m e n t e a l capítulo 2 o , d e h e c h o .

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Una historia del poder hasta 1760 d.C.
a c u a l q u i e r a d e l o s capítulos n a r r a t i v o s y s e g u i r a d e l a n t e h a s t a q u e
n o se c o m p r e n d a n o se e n c u e n t r e n c r i t i c a b l e s l o s términos u t i h z a d o s
a l a c o r r i e n t e teórica básica. E n t o n c e s se p u e d e v o l v e r a esta i n t r o -
ducción p a r a o r i e n t a r s e .
M i e n f o q u e se p u e d e r e s u m i r e n d o s a f i r m a c i o n e s , d e las q u e se
d e s p r e n d e u n a metodología c l a r a . L a p r i m e r a e s : Las sociedades es-
tán constituidas por múltiples redes socioespaciales de poder que se
superponen y se intersectan. Se percibirá rápidamente l a p e c u l i a r i d a d
de m i e n f o q u e s i d e s t i n o tres párrafos a d e c i r qué no s o n las socie-
dades.
L a s s o c i e d a d e s n o s o n u n i t a r i a s . N o s o n s i s t e m a s sociales ( c e r r a -
d o s n i a b i e r t o s ) ; n o s o n t o t a l i d a d e s . N u n c a se p u e d e h a l l a r u n a s o l a
s o c i e d a d d e l i m i t a d a e n e l e s p a c i o geográfico o s o c i a l . C o m o n o e x i s -
t e u n s i s t e m a , u n a t o t a l i d a d , n o p u e d e n e x i s t i r «subsistemas», «di-
mensiones» n i «niveles» d e esa t o t a l i d a d . C o m o n o existe u n t o d o ,
las r e l a c i o n e s sociales n o p u e d e n r e d u c i r s e «a f i n d e cuentas», «en
última instancia», a a l g u n a p r o p i e d a d sistémica e n ese t o d o , c o m o
el «modo d e producción material», o e l «sistema cultural» o e l «nor-
mativo», o l a «forma d e organización mihtar». C o m o n o existe u n a
totaüdad d e l i m i t a d a , n o s i r v e d e n a d a e l d i v i d i r e l c a m b i o o e l c o n -
flicto sociales e n v a r i e d a d e s «endógenas» o «exógenas». C o m o n o
existe s i s t e m a s o c i a l , n o existe p r o c e s o «de evolución» e n s u i n t e r i o r .
C o m o l a h u m a n i d a d n o está d i v i d i d a e n u n a s e r i e d e t o n a l i d a d e s
d e l i m i t a d a s y n o se p r o d u c e u n a «difusión» d e organización s o c i a l
e n t r e ellas. C o m o n o existe u n a t o t a l i d a d , l o s i n d i v i d u o s n o se v e n
constreñidos e n s u c o n d u c t a p o r l a «estructura s o c i a l c o m o u n todo»,
así q u e n o s i r v e d e n a d a d i s t i n g u i r e n t r e «acción social» y «estruc-
t u r a social».
E n e l párrafo a n t e r i o r h e e x a g e r a d o m i posición p a r a e n f a t i r z a r l a .
N o v o y a d e s c a r t a r t o t a l m e n t e esas f o r m a s d e c o n t e m p l a r las s o c i e -
dades. P e r o casi t o d a s l a s o r t o d o x i a s sociológicas — c o m o l a teoría
de l o s s i s t e m a s , e l m a r x i s m o , e l e s t r u c t u r a U s m o , e l f u n c i o n a l i s m o
e s t r u c t u r a l , e l f u n c i o n a l i s m o n o r m a t i v o , l a teoría m u l t i d i m e n s i o n a l ,
el e v o l u c i o n i s m o , e l d i f u s i o n i s m o y l a teoría d e l a acción—• e n t u r -
b i a n s u s p e r c e p c i o n e s a l c o n c e b i r l a «sociedad» c o m o u n a t o t a l i d a d
u n i t a r i a y aproblemática. ^ r e l a c i o n e s d e p o d e r e n términos b a s t a n t e a b s t r a c t o s , acerca d e l a
E n l a práctica, l a m a y o r p a r t e d e l a s r e l a c i o n e s i n f l u i d a s p o r esas
teorías t o m a n l a s c o m u n i d a d e s políticas, o Estados, c o m o s u s «so-
ciedades», s u s u n i d a d e s t o t a l e s p a r a e l análisis. P e r o l o s E s t a d o s n o
c o n s t i t u y e n sino u n o d e l o s cuatro grandes tipos d e redes de p o d e r
Las sociedades como redes organizadas de poder 15
de l o s q u e m e v o y a o c u p a r . L a e n o r m e i n f l u e n c i a e n c u b i e r t a d e l
E s t a d o , n a c i o n a l d e l f i n e s d e l s i g l o XIX y p r i n c i p i o s d e l X X e n l a s
ciencias h u m a n a s s i g n i f i c a q u e e l m o d e l o d e l E s t a d o n a c i o n a l d o m i -
n a p o r i g u a l l a sociología y l a h i s t o r i a . C u a n d o n o o c u r r e así, t a n t o
l o s arqueólogos c o m o l o s antropólogos a t r i b u y e n e l p r i m e r l u g a r a
la «cultura», p e r o i n c l u s o ésta s u e l e c o n c e b i r s e c o m o a l g o i n d i v i d u a l
y d e l i m i t a d o , c o m o u n a especie d e «cultura nacional». E s c i e r t o q u e
a l g u n o s sociólogos e h i s t o r i a d o r e s m o d e r n o s r e c h a z a n e l m o d e l o d e l
E s t a d o n a c i o n a l . E q u i p a r a n a l a «sociedad» c o n l a s r e l a c i o n e s e c o -
nómicas t r a n s n a c i o n a l e s , u t i l i z a n d o e l c a p i t a l i s m o o e l i n d u s t r i a l i s m o
c o m o c o n c e p t o m a e s t r o . E s o es i r d e m a s i a d o l e j o s e n l a dirección
o p u e s t a . T a n t o e l E s t a d o c o m o l a c u l t u r a y l a economía s o n r e d e s
i m p o r t a n t e s d e estructuración, p e r o casi n u n c a c o i n c i d e n . N o existe
u n c o n c e p t o m a e s t r o n i u n a u n i d a d básica d e l a «sociedad». E s p o -
sible q u e p a r e z c a u n a a c t i t u d extraña p a r a u n sociólogo, p e r o s i y o
p u d i e r a , aboliría t o t a l m e n t e e l c o n c e p t o d e «sociedad».
L a s e g u n d a afirmación se d e s p r e n d e d e l a p r i m e r a . E l c o n c e b i r
a las s o c i e d a d e s c o m o múltiples r e d e s d e p o d e r , s u p e r p u e s t a s e i n -
tersectantes, n o s p e r m i t e e l m e j o r acceso p o s i b l e a l a cuestión d e qué
es f i n a l m e n t e «primordial» o «determinante» e n l a s s o c i e d a d e s . La
mejor forma de hacer una relación general de las sociedades, su es-
tructura y su historia es en términos de las interrelaciones de lo que
denominaré las cuatro fuentes del poder social: las relaciones ideoló-
gicas, económicas, militares y políticas (lEMP). S o n : 1 ) redes super-
puestas de interacción social, n o d i m e n s i o n e s , n i v e l e s n i f a c t o r e s d e
u n a s o l a t o t a l i d a d s o c i a l . E s o se d e s p r e n d e d e m i p r i m e r a afirmación.
S o n también: 2 ) organizaciones, medios institucionales de alcanzar
objetivos humanos. S u primacía n o p r o c e d e d e l a i n t e n s i d a d d e l o s
deseos h u m a n o s d e satisfacción ideológica, económica, m i l i t a r o p o -
lítica, s i n o d e l o s medios de organización c o n c r e t o s q u e p o s e a cada
u n a p a r a a l c a n z a r l o s o b j e t i v o s h u m a n o s , c u a l e s q u i e r a q u e s e a n és-
t o s . E n este capítulo avanzaré g r a d u a l m e n t e h a c i a l a especificación d e
l o s c u a t r o m o d e l o s d e organización y d e m i m o d e l o l E M P d e p o d e r
organizado.
D e e l l o surgirá u n a metodología d i s t i n t i v a . Se s u e l e h a b l a r d e l a s
interrelación d e «factores», o «niveles» o «dimensiones» económi-
cos, -ideológicos y políticos d e l a v i d a s o c i a l . Y o actúo a u n n i v e l d e
anáhsis más c o n c r e t o , socioespacial y áe organización. Los problemas
c e n t r a l e s se r e f i e r e n a la organización, el control, la logística y la
 16 Una historia del poder hasta 1760 d.C.
j comunicación: l a capacidad para organizar y c o n t r o l a r a personas,
i m a t e r i a l e s y t e r r i t o r i o s , y e l d e s a r r o l l o d e esa c a p a c i d a d a l o l a r g o
) de l a historia. L a s cuatro fuentes de p o d e r social b r i n d a n distintos
I m e d i o s posibles de organizar e l c o n t r o l social. E n diversos m o m e n -
; t o s y l u g a r e s , c a d a u n a d e ellas h a b r i n d a d o u n a m a y o r c a p a c i d a d
^ d e organización q u e h a p e r m i t i d o q u e l a f o r m a d e s u organización
i d i c t a r a d u r a n t e u n t i e m p o l a f o r m a d e las s o c i e d a d e s e n g e n e r a l . M i
h i s t o r i a d e l p o d e r se basa e n l a medición d e l a c a p a c i d a d s o c i o e s p a -
c i a l d e organización y e n l a explicación d e s u d e s a r r o l l o .
L a t a r e a se v e u n t a n t o f a c i l i t a d a p o r e l carácter d i s c o n t i n u o d e l
desarrollo d e l poder. N o s encontramos c o n diversos m o m e n t o s de
impulsión, a t r i b u i b l e s a l a invención d e n u e v a s técnicas d e o r g a n i -
zación q u e a u m e n t a r o n m u c h o l a c a p a c i d a d p a r a c o n t r o l a r p u e b l o s
y t e r r i t o r i o s . E n e l capítulo 1 6 f i g u r a u n a l i s t a d e a l g u n a s d e l a s
técnicas más i m p o r t a n t e s . C u a n d o m e e n c u e n t r o c o n u n o d e esos
m o m e n t o s , d e t e n g o l a narración, t r a t o d e m e d i r e l a u m e n t o d e l a
c a p a c i d a d d e p o d e r y después t r a t o d e e x p l i c a r l o . E s a visión d e l
d e s a r r o l l o s o c i a l es l a q u e E r n e s t G e l l n e r ( 1 9 6 4 ) califica d e «neoepi-
sódica». E l c a m b i o s o c i a l f u n d a m e n t a l o c u r r e y las. capacidades h u -
m a n a s se amplían, m e d i a n t e u n a serie d e «episodios» d e g r a n t r a n s -
formación e s t r u c t u r a l . L o s e p i s o d i o s n o f o r m a n p a r t e d e u n s o l o
p r o c e s o i n m a n e n t e ( c o m o e n l a s «Historias d e l c r e c i m i e n t o d e l a
Humanidad» d e l s i g l o XIX), s i n o q u e p u e d e n t e n e r u n e f e c t o a c u -
m u l a t i v o e n l a s o c i e d a d . Así p o d e m o s a v e n t u r a r n o s e n l a cuestión
de l a primacía última.
La primacía última
D e t o d a s l a s c u e s t i o n e s p l a n t e a d a s p o r l a teoría sociológica e n
l o s d o s últimos s i g l o s , l a más básica y más h u i d i z a es l a d e l a p r i -
macía o l a determinación f i n a l . ¿Hay u n o o más e l e m e n t o s , o claves,
n u c l e a r e s , d e c i s i v o s , d e t e r m i n a n t e s e n último término, d e l a s o c i e -
d a d ? ¿O s o n las s o c i e d a d e s h u m a n a s túnicas inconsútiles t e j i d a s c o n
i n a c a b a b l e s i n t e r a c c i o n e s m u l t i c a u s a l e s e n las q u e n o e x i s t e n p a u t a s
g e n e r a l e s ? ¿Cuáles s o n las d i m e n s i o n e s más i m p o r t a n t e s d e l a e s t r a -
tificación social? ¿Cuáles s o n l o s d e t e r m i n a n t e s más i m p o r t a n t e s d e l
c a m b i o social? E s t a s s o n l a s p r e g u n t a s más t r a d i c i o n a l e s y más d i -
fíciles d e t o d a s l a s p r e g u n t a s sociológicas. I n c l u s o e n l a f o r m a f l e x i -
b l e e n q u e las h e f o r m u l a d o , n o c o n s t i t u y e n l a m i s m a p r e g u n t a . S i n
Las sociedades como redes organizadas de poder 17
e m b a r g o , t o d a s ellas p l a n t e a n l a m i s m a cuestión c e n t r a l : ¿Cómo se
p u e d e aislar e l e l e m e n t o o l o s e l e m e n t o s «más importantes» d e l a s
sociedades h u m a n a s ?
M u c h o s c o n s i d e r a n q u e n o es p o s i b l e e n c o n t r a r u n a r e s p u e s t a .
A f i r m a n q u e l a sociología n o p u e d e h a l l a r l e y e s generales, n i s i q u i e r a
conceptos abstractos, aplicables p o r igual a las sociedades e n t o d o s
l o s m o m e n t o s y e n t o d o s l o s l u g a r e s . E s t e e m p i r i s m o escéptico s u -
giere q u e e m p e c e m o s c o n más m o d e s t i a , a n a l i z a n d o s i t u a c i o n e s e s -
pecíficas c o n l a comprensión i n t u i t i v a y empática q u e n o s a p o r t a
nuestra p r o p i a experiencia social, para i r avanzando hacia u n a e x p l i -
cación m u l t i c a u s a l .
S i n e m b a r g o , ésta n o es u n a posición epistemológica s e g u r a . E l
anáhsis n o p u e d e l i m i t a r s e a r e f l e j a r l o s «hechos»; n u e s t r a p e r c e p -
ción d e l o s h e c h o s está o r d e n a d a p o r c o n c e p t o s y teorías m e n t a l e s .
E l e s t u d i o histórico empírico m e d i o c o n t i e n e m u c h o s s u p u e s t o s i m -
plícitos acerca d e l a n a t u r a l e z a h u m a n a y l a s o c i e d a d , además d e
conceptos generales derivados d e nuestra p r o p i a experiencia social,
c o m o «la nación», «la clase social», «la condición social», «el p o d e r
político» o «la economía». L o s h i s t o r i a d o r e s p u e d e n p r e s c i n d i r d e
e x a m i n a r esos s u p u e s t o s s i t o d o s u t i l i z a n l o s m i s m o s , p e r o e n c u a n t o
aparecen estilos distintos de hacer l a h i s t o r i a " — l i b e r a l , nacionalista,
m a t e r i a l i s t a , neoclásico, etc.-— s e e n c u e n t r a n e n e l t e r r e n o d e l a s
teorías g e n e r a l e s e n f r e n t a d a s acerca d e «cómo f u n c i o n a n l a s s o c i e -
dades». P e r o s u r g e n d i f i c u l t a d e s i n c l u s o c u a n d o n o e x i s t e n s u p u e s t o s
e n f r e n t a d o s . L a m u l t i c a u s a l i d a d dice q u e l o s fenómenos o l a s t e n -
dencias sociales t i e n e n múltiples causas. P o r eso d e f o r m a m o s l a c o m -
plejidad social si abstraemos u n d e t e r m i n a n t e social p r i n c i p a l o i n -
c l u s o v a r i o s d e e l l o s . P e r o n o p o d e m o s evitar e l h a c e r l o . T o d o aná-
lisis s e l e c c i o n a a l g u n o s a c o n t e c i m i e n t o s a n t e r i o r e s , a u n q u e n o t o d o s ,
p o r q u e h a n t e n i d o algún e f e c t o e n l o s u l t e r i o r e s . E n c o n s e c u e n c i a ,
t o d o e l m u n d o actúa c o n algún c r i t e r i o d e i m p o r t a n c i a , a u n q u e raras
veces se e x p l i c i t e . P u e d e c o n v e n i r q u e d e v e z e n c u a n d o e x p l i c i t e m o s
esos c r i t e r i o s y n o s d e d i q u e m o s a e d i f i c a r u n a teoría.
S i n e m b a r g o , y o m e t o m o e n s e r i o e l e m p i r i s m o escéptico. S u
p r i n c i p a l objeción está b i e n f u n d a m e n t a d a . L a s s o c i e d a d e s s o n m u -
c h o más complicadas q u e n u e s t r a s teorías d e ellas. E s o e r a algo q u e
reconocían s i s t e m a t i z a d o r e s c o m o M a r x y D u r k h e i m e n s u s m o m e n -
t o s más s i n c e r o s ; m i e n t r a s q u e M a x W e b e r , e l más g r a n d e d e l o s
sociólogos, ideó u n a metodología ( d e «tipos ideales») p a r a h a c e r f r e n -
! t e a l a c o m p l e j i d a d . Y o s i g o e l e j e m p l o d e W e b e r . Podemos a l c a n z a r
18 Una historia del poder hasta 1760 d.C.
u n a metodología a p r o x i m a d a •—y quizá i n c l u s o c o n u n a r e s p u e s t a
a p r o x i m a d a — e n c u a n t o a l a cuestión d e l a primacía f i n a l , p e r o úni-
camente s i ideamos conceptos adecuados para enfrentarnos c o n l a
c o m p l e j i d a d . A m i e n t e n d e r , esa es l a v i r t u d d e u n m o d e l o s o c i o e s -
p a c i a l y d e organización d e las f u e n t e s d e l p o d e r s o c i a l .
Naturaleza humana y poder social
E m p e c e m o s p o r l a n a t u r a l e z a h u m a n a . L o s seres h u m a n o s s o n
inquietos, racionales y v o l u n t a r i o s o s , t r a t a n de intensificar s u disfru-
t e d e las cosas a g r a d a b l e s d e l a v i d a y t i e n e n c a p a c i d a d p a r a escoger
y aplicar los m e d i o s adecuados d e l o g r a r l o . O , p o r l o m e n o s , t i e n e n
esa c a p a c i d a d u n a c a n t i d a d s u f i c i e n t e d e e l l o s p a r a establecer e l d i -
n a m i s m o q u e c a r a c t e r i z a l a v i d a h u m a n a y q u e l e d a a ésta u n a
h i s t o r i a d e l a q u e c a r e c e n l a s demás especies. E s a s características
h u m a n a s c o n s t i t u y e n l a f u e n t e d e t o d o l o q u e se d e s c r i b e e n e l p r e -
sente l i b r o . S o n l a f u e n t e o r i g i n a l d e l p o d e r .
D e b i d o a e l l o , l o s teóricos sociales se h a n s e n t i d o s i e m p r e t e n -
t a d o s d e a v a n z a r u n p o c o más allá c o n u n modelo de motivación d e
l a s o c i e d a d h u m a n a , d e t r a t a r d e b a s a r u n a teoría d e l a e s t r u c t u r a
s o c i a l e n l a «importancia» d e l o s d i v e r s o s i m p u l s o s q u e m o t i v a n a
l o s seres h u m a n o s . E s o e r a a l g o más p o p u l a r a p r i n c i p i o s d e s i g l o
q u e a h o r a . A u t o r e s c o m o S u m n e r y W a r d procedían e n p r i m e r l u g a r
a establecer listas d e i m p u l s o s h u m a n o s básicos, c o m o l o s d e satis-
facción s e x u a l , a f e c t i v i d a d , s a l u d , e j e r c i c i o físico y c r e a t i v i d a d , c r e a -
t i v i d a d i n t e l e c t u a l y significación, i-iqueza, p r e s t i g i o , «el p o d e r p o r
el poder» y m u c h o s más. Después t r a t a b a n d e establecer s u i m p o r -
t a n c i a r e l a t i v a c o m o i m p u l s o s y d e ahí deducían e l r a n g o r e s p e c t i v o
e n l a i m p o r t a n c i a s o c i a l d e l a f a m i l i a , l a economía, e l g o b i e r n o , e t c .
Y s i b i e n es p o s i b l e q u e esa práctica c o n c r e t a esté a n t i c u a d a , u n
m o d e l o g e n e r a l d e l a s o c i e d a d b a s a d o e n l a motivación s u b y a c e e n
v a r i a s d e l a s teorías m o d e r n a s , c o m p r e n d i d a s d i s t i n t a s v e r s i o n e s d e
teorías m a t e r i a l i s t a s e i d e a h s t a s . P o r e j e m p l o , m u c h o s m a r x i s t a s a f i r -
m a n d e r i v a r l a i m p o r t a n c i a d e l o s m o d o s d e l a producción econó-
mica e n l a sociedad d e l presunto v i g o r d e l esfuerzo h u m a n o p o r
asegurarse l a subsistencia m a t e r i a l .
E n e l v o l u m e n I I I se comentarán más a f o n d o las teorías basadas
e n l a motivación. M i conclusión será q u e s i b i e n l a s c u e s t i o n e s d e
motivación s o n i m p o r t a n t e s e i n t e r e s a n t e s , n o s o n e s t r i c t a m e n t e p e r -
19
Las sociedades como redes organizadas de poder
t i n e n t e s p a r a l a cuestión d e l a primacía última. Permítaseme r e s u m i r
brevemente m i argumento.
L a persecución d e casi t o d o s n u e s t r o s i m p u l s o s d e motivación,
de n u e s t r a s n e c e s i d a d e s y n u e s t r o s o b j e t i v o s , i m p l i c a a l o s seres h u -
m a n o s e n r e l a c i o n e s e x t e r i o r e s c o n l a n a t u r a l e z a y c o n o t r o s seres
h u m a n o s . L o s o b j e t i v o s h u m a n o s e x i g e n t a n t o u n a intervención e n
l a n a t u r a l e z a — u n a v i d a m a t e r i a l e n e l s e n t i d o más a m p l i o — • c o m o
la cooperación s o c i a l . R e s u l t a difícil i m a g i n a r q u e n i n g u n a d e n u e s -
tras a s p i r a c i o n e s o n u e s t r a s satisfacciones o c u r r a s i n a m b a s cosas.
Así, las características d e l a n a t u r a l e z a y l a s d e las r e l a c i o n e s sociales
s o n p e r t i n e n t e s p a r a las m o t i v a c i o n e s y d e h e c h o es p o s i b l e q u e l a s
e s t r u c t u r e n . T i e n e n p r o p i e d a d e s emergentes p e c u h a r e s a ellas.
E s algo q u e resulta evidente e n l a naturaleza. P o r ejemplo, l a
m a y o r p a r t e d e l a s p r i m e r a s c i v i l i z a c i o n e s s u r g i e r o n d o n d e existía
u n a agricultura aluvial. P o d e m o s d a r p o r establecido e l i m p u l s o de
motivación d e l o s seres h u m a n o s d e t r a t a r d e a u m e n t a r s u s m e d i o s
de s u b s i s t e n c i a . E s a es u n a c o n s t a n t e . L o q u e e x p l i c a , más b i e n , e l
o r i g e n d e l a civilización es l a o p o r t u n i d a d q u e b r i n d a r o n a a l g u n o s
seres h u m a n o s l a s i n u n d a c i o n e s , q u e l e s a p o r t a r o n s u e l o s a l u v i a l e s
y a f e r t i l i z a d o s (véanse l o s capítulos 3 y 4 ) . N a d i e h a a d u c i d o s e r i a -
m e n t e q u e l o s h a b i t a n t e s d e l o s valles d e l E u f r a t e s y d e l N i l o t u v i e -
r a n i m p u l s o s económicos más f u e r t e s q u e , p o r e j e m p l o , l o s h a b i t a n -
tes prehistóricos d e l c o n t i n e n t e e u r o p e o , q u e n o i n v e n t a r o n l a c i v i -
lización. L o q u e ocurrió f u e q u e l o s i m p u l s o s q u e t o d o s compartían
r e c i b i e r o n más a y u d a a m b i e n t a l d e l o s valles fluviales ( y d e s u s c o n -
t e x t o s r e g i o n a l e s ) , l o c u a l provocó u n a r e s p u e s t a s o c i a l c o n c r e t a p o r
s u p a r t e . L a motivación h u m a n a n o es p e r t i n e n t e s a l v o e n e l s e n t i d o
de q u e aportó e l i m p u l s o h a c i a a d e l a n t e q u e p o s e e n s u f i c i e n t e s seres
h u m a n o s c o m o para darles u n cierto d i n a m i s m o d o n d e q u i e r a q u e
residan.
L a aparición d e r e l a c i o n e s sociales d e p o d e r es a l g o q u e s i e m p r e
se h a r e c o n o c i d o e n l a teoría s o c i a l . D e s d e Aristóteles h a s t a M a r x
l o q u e se h a v e n i d o d i c i e n d o es q u e «el hombre» ( p o r desgracia,
r a r a s veces también l a m u j e r ) es u n a n i m a l s o c i a l q u e n o p u e d e
a l c a n z a r o b j e t i v o s , c o m p r e n d i d o e l d o m i n i o d e l a n a t u r a l e z a , más
q u e m e d i a n t e l a cooperación. C o m o h a y m u c h o s o b j e t i v o s h u m a -
n o s , también s o n m u c h a s l a s f o r m a s d e l a s r e l a c i o n e s sociales y d e
redes g r a n d e s y pequeñas d e p e r s o n a s q u e interactúan, q u e v a n d e s -
de e l a m o r h a s t a las q u e i m p l i c a n a l a f a m i l i a , l a economía y e l
E s t a d o . L o s teóricos d e l a «interacción simbólica», c o m o S h i b u t a n i
 20 Una historia del poder hasta 1760 d.C.
( 1 9 5 5 ) , h a n señalado q u e t o d o s v i v i m o s e n u n a v a r i e d a d a s o m b r o s a
de «mundos sociales» q u e p a r t i c i p a n d e m u c h a s c u l t u r a s : l a b o r a l , d e
clase, d e v e c i n d a d , d e género, d e generación, d e a f i c i o n e s y m u c h a s
; más. L a teoría sociológica s i m p l i f i c a h e r o i c a m e n t e a l s e l e c c i o n a r u n a s
• r e l a c i o n e s q u e s o n más «poderosas» q u e o t r a s , q u e i n f l u y e n e n l a
f o r m a y e l carácter d e l a s e s t r u c t u r a s sociales e n g e n e r a l . E l l o n o se
d e b e a q u e l a s n e c e s i d a d e s específicas q u e satisfacen sean más «po-
derosas» q u e o t r a s d e s d e e l p u n t o d e v i s t a d e l a motivación, s i n o a
• q u e s o n más eficaces c o m o m e d i o d e a l c a n z a r u n o s o b j e t i v o s . L o
q u e n o s p e r m i t e u n acceso a l a cuestión d e l a primacía n o s o n l o s
f i n e s , s i n o l o s m e d i o s . E n t o d a s o c i e d a d c a r a c t e r i z a d a p o r l a división
; d e l t r a b a j o s u r g e n r e l a c i o n e s sociales e s p e c i a l i z a d a s q u e satisfacen
d i f e r e n t e s b l o q u e s d e n e c e s i d a d e s h u m a n a s . Y esas r e l a c i o n e s d i f i e -
r e n e n s u s capacidades d e organización.
Así n o s s a l i m o s t o t a l m e n t e d e l a esfera d e l o s o b j e t i v o s y l a s
n e c e s i d a d e s . P o r q u e es p o s i b l e q u e u n a f o r m a d e p o d e r n o sea e n
a b s o l u t o u n o b j e t i v o h u m a n o i n i c i a l . S i es u n medio m u y útil p a r a
a l c a n z a r o t r o s o b j e t i v o s , se tratará d e o b t e n e r l o p o r sí m i s m o . E s
u n a n e c e s i d a d emergente. E m e r g e e n e l t r a n s c u r s o d e la.satisfacción
de n e c e s i d a d e s . E s p o s i b l e q u e e l e j e m p l o más o b v i o sea l a f u e r z a
m i l i t a r . P r o b a b l e m e n t e n o se t r a t e d e u n i m p u l s o n i d e u n a n e c e s i -
d a d h u m a n a i n i c i a l (trataré d e esto e n e l v o l u m e n I I I ) , p e r o es u n
m e d i o eficaz d e organización p a r a satisfacer o t r o s i m p u l s o s . P o r u t i -
l i z a r l a expresión d e T a l c o t t P a r s o n s , e l p o d e r es u n «medio g e n e -
ralizado» d e a l c a n z a r l o s o b j e t i v o s q u e u n o desea l o g r a r ( 1 9 6 8 : I ,
263). P o r consiguiente, y o n o m e o c u p o de las m o t i v a c i o n e s y l o s
o b j e t i v o s i n i c i a l e s , s i n o q u e m e c e n t r o e n las fuentes de poder de
organización e m e r g e n t e s . S i a veces h a b l o d e «seres h u m a n o s q u e
p e r s i g u e n s u s objetivos», n o d e b e i n t e r p r e t a r s e c o m o u n a afirmación
v o l u n t a r i s t a n i psicológica, s i n o c o m o u n d a t o , u n a c o n s t a n t e e n l a
que n o v o y a p r o f u n d i z a r p o r q u e n o tiene m a y o r fuerza, social. T a m -
bién d e j o d e l a d o e l g r a n número d e o b r a s c o n c e p t u a l e s s o b r e «el
p o d e r e n sí» y prácticamente n o m e n c i o n o l a s «dos ( o t r e s ) caras
del poder», «poder c o n t r a autoridad» ( s a l v o e n e l capítulo 2 ) , «de-
c i s i o n e s c o n t r a indecisiones» y c o n t r o v e r s i a s p a r e c i d a s ( q u e se c o -
m e n t a n d e t a l l a d a m e n t e e n l o s p r i m e r o s capítulos d e W r o n g , 1 9 7 9 ) .
Se t r a t a d e c u e s t i o n e s i m p o r t a n t e s , p e r o aquí y o s i g o u n r u m b o
d i f e r e n t e . A l i g u a l q u e G i d d e n s ( 1 9 7 9 : 9 1 ) , n o t r a t o d e l «poder en
sí c o m o u n r e c u r s o . L o s r e c u r s o s s o n m e d i o s p o r c o n d u c t o d e l o s
cuales se ejerce e l poder». T e n g o d o s m i s i o n e s c o n c e p t u a l e s l i m i t a -
Las sociedades como redes organizadas de poder 21
das; 1) i d e n t i f i c a r l o s p r i n c i p a l e s «medios», «medios generalizados»
posibles o , c o m o prefiero decir y o , fuentes de poder, y 2 ) idear u n a
metodología p a r a e s t u d i a r e l p o d e r d e organización.
Poder de organización
Poder colectivo y poder distributivo
E n s u s e n t i d o más g e n e r a l , e l p o d e r es l a c a p a c i d a d p a r a p e r s e -
guir y alcanzar objetivos mediante e l d o m i n i o d e l m e d i o e n e l q u e
h a b i t a u n o . E l p o d e r social c o m p o r t a d o s s e n t i d o s más específicos.
E l p r i m e r o l i m i t a s u s i g n i f i c a d o a l d o m i n i o q u e se ejerce s o b r e o t r a s
p e r s o n a s . Véase u n e j e m p l o : e l p o d e r es l a p r o b a b i l i d a d d e q u e u n
a c t o r e n u n a relación s o c i a l se h a l l e e n c o n d i c i o n e s d e r e a l i z a r s u s
deseos, a u n q u e t r o p i e c e c o n r e s i s t e n c i a ( W e b e r , 1 9 6 8 : I , 5 3 ) . P e r o ,
c o m o señalaba P a r s o n s , esas d e f i n i c i o n e s l i m i t a n e l p o d e r a s u a s -
p e c t o distributivo, a l p o d e r d e A sobre B . P a r a q u e B o b t e n g a u n
p o d e r , A t i e n e q u e p e r d e r a l g o d e l s u y o : s u relación es u n «juego
de s u m a cero» e n e l c u a l u n a c a n t i d a d f i j a d e p o d e r p u e d e d i s t r i -
b u i r s e e n t r e l o s p a r t i c i p a n t e s . P a r s o n s señalaba c o n razón u n s e g u n -
d o aspecto colectivo d e l p o d e r , m e d i a n t e e l c u a l v a r i a s p e r s o n a s e n
cooperación p u e d e n a u m e n t a r s u p o d e r c o n j u n t o s o b r e t e r c e r o s o
s o b r e l a n a t u r a l e z a ( P a r s o n s , 1 9 6 0 ; 1 9 9 a 2 2 5 ) . E n casi t o d a s las
r e l a c i o n e s sociales, a m b o s aspectos d e l p o d e r , e l d i s t r i b u t i v o y e l
c o l e c t i v o , e l e x p l o t a d o r y e l f u n c i o n a l , actúan simultáneamente y
están e n t r e l a z a d o s .
D e h e c h o , l a relación e n t r e a m b o s es dialéctica. E n l a persecución
de s u s o b j e t i v o s , l o s seres h u m a n o s establecen r e l a c i o n e s c o o p e r a t i -
vas y c o l e c t i v a s e n t r e sí. P e r o e n l a persecución d e o b j e t i v o s c o l e c -
t i v o s se establece u n a organización s o c i a l y u n a división d e l t r a b a j o .
L a organización y l a división d e f u n c i o n e s c o m p o r t a n u n a t e n d e n c i a
i n h e r e n t e e n e l p o d e r d i s t r i b u t i v o , d e r i v a d o d e l a supervisión y l a
coordinación. P o r q u e l a división d e l t r a b a j o es engañosa; a u n q u e
extraña l a especialización d e f u n c i o n e s a t o d o s l o s n i v e l e s , e l n i v e l
más a l t o s u p e r v i s a y d i r i g e e l t o d o . Q u i e n e s o c u p a n p u e s t o s d e s u -
pervisión y coordinación t i e n e n u n a s u p e r i o r i d a d d e organización
i n m e n s a s o b r e l o s demás. L a s r e d e s d e interacción y d e c o m u n i c a -
ción se c e n t r a n , d e h e c h o , e n l a s f u n c i o n e s d e esas p e r s o n a s , c o m o
cabe a p r e c i a r c o n b a s t a n t e f a c i l i d a d e n e l d i a g r a m a d e organización
 22 Una historia del poder hasta 1760 d.C.
de c u a l q u i e r e m p r e s a m o d e r n a . E l d i a g r a m a p e r m i t e a l o s s u p e r v i -
sores c o n t r o l a r t o d a l a organización e i m p i d e a q u i e n e s están a b a j o
d e l t o d o p a r t i c i p a r e n ese c o n t r o l . P e r m i t e a q u i e n e s están e n l a c i m a
p o n e r e n marcha e l mecanismo para perseguir objetivos colectivos.
A u n q u e cualquiera puede negarse a obedecer, p r o b a b l e m e n t e faltan
o p o r t u n i d a d e s d e establecer o t r o m e c a n i s m o para perseguir sus o b -
; j e t i v o s . C o m o señalaba M o s c a , «el p o d e r d e cada minoría es i r r e s i s -
' t i b i e f r e n t e a cada i n d i v i d u o a i s l a d o d e l a mayoría, q u e se e n c u e n t r a
;': s o l o f r e n t e a l a t o t a l i d a d d e l a minoría organizada» ( 1 9 3 9 : 5 3 ) . L a
i minoría q u e se h a l l a e n l a c u m b r e p u e d e m a n t e n e r o b e d i e n t e s a las
m a s a s q u e están a b a j o , s i e m p r e q u e s u p o d e r esté institucionalizado
\n las l e y e s y las n o r m a s d e l g r u p o s o c i a l e n e l q u e actúan a m b a s .
\a institucionalización es n e c e s a r i a p a r a a l c a n z a r o b j e t i v o s c o l e c t i v o s
I r u t i n a r i o s , y así e l p o d e r d i s t r i b u t i v o , es d e c i r , l a estratificación s o -
í c i a l , se c o n v i e r t e también e n u n a característica i n s t i t u c i o n a l i z a d a d e
{ l a vida social.
Así, e x i s t e u n a r e s p u e s t a s e n c i l l a a l a p r e g u n t a d e p o r qué n o se
r e b e l a n las m a s a s — p r o b l e m a p e r e n n e p a r a l a estratificación s o c i a l — ,
y esa r e s p u e s t a n o se r e f i e r e a l c o n s e n s o d e v a l o r e s , a l a f u e r z a n i a l
i n t e r c a m b i o e n e l s e n t i d o h a b i t u a l d e esas e x p l i c a c i o n e s sociológicas
íj c o n v e n c i o n a l e s . L a s m a s a s o b e d e c e n p o r q u e c a r e c e n d e organización
\a p a r a h a c e r l o c o n t r a r i o , p o r q u e están i n c r u s t a d a s e n o r g a -
' nizaciones de poder colectivo y distributivo controladas p o r otros.
Están rebasadas desde el punto de vista de la organización, aspecto
q u e d e s a r r o l l o más a d e l a n t e e n relación c o n d i v e r s a s s o c i e d a d e s h i s -
tóricas y contemporáneas (capítulos 5 , 7 , 9, 1 3 , 1 4 y 1 6 ) . E s o s i g -
n i f i c a q u e l a distinción c o n c e p t u a l e n t r e p o d e r y a u t o r i d a d (es decir,
el p o d e r q u e c o n s i d e r a n legítimo t o d o s l o s a f e c t a d o s p o r él) n o o c u -
pará m u c h o l u g a r e n este l i b r o . E s r a r o e n c o n t r a r u n p o d e r q u e sea
básicamente legítimo o básicamente ilegítimo, p o r q u p s u e j e r c i c i o
n o r m a l m e n t e t i e n e d o s caras.
Poder extensivo e intensivo y autoritario y difuso
; E l poder extensivo s i g n i f i c a l a c a p a c i d a d p a r a o r g a n i z a r a g r a n d e s
{ cantidades d e personas e n t e r r i t o r i o s m u y distantes a f i n d e actuar
: e n cooperación c o n u n mínimo d e e s t a b i l i d a d . E l poder intensivo
\a l a c a p a c i d a d p a r a o r g a n i z a r b i e n y o b t e n e r u n a l t o g r a d o
' d e cooperación o d e c o m p r o m i s o d e l o s p a r t i c i p a n t e s , t a n t o s i l a
Las sociedades como redes organizadas de poder 23
superficie o l a cantidad de personas s o n grandes c o m o s i s o n peque-
ñas. L a s e s t r u c t u r a s p r i m a r i a s d e l a s o c i e d a d c a m b i a n e l p o d e r e x -
t e n s i v o c o n e l i n t e n s i v o y así a y u d a n a l o s seres h u m a n o s e n c o -
operación e x t e n s i v a e i n t e n s i v a a a l c a n z a r s u s o b j e t i v o s , c u a l e s q u i e r a
sean éstos.
P e r o a l h a b l a r d e l p o d e r c o m o organización p u e d e d a r u n a i m -
presión errónea, c o m o s i las s o c i e d a d e s f u e r a n m e r a s c o l e c c i o n e s d e
grandes organizaciones autoritarias de poder. M u c h o s de l o s q u e
u s a n e l p o d e r están b a s t a n t e m e n o s «organizados»; p o r e j e m p l o , e l
intercambio e n el mercado incorpora el poder colectivo, porque m e -
diante e l i n t e r c a m b i o h a y gente q u e alcanza sus diversos o b j e t i v o s .
A s i m i s m o , i n c o r p o r a e l p o d e r d i s t r i b u t i v o , e n v i r t u d d e l c u a l sólo
algunas personas poseen derechos d e p r o p i e d a d sobre bienes y ser-
v i c i o s . P e r o p u e d e p o s e e r m u y p o c a organización a u t o r i t a r i a q u e
a y u d e a ese p o d e r y l o i m p o n g a . P o r u t i l i z a r l a f a m o s a frase d e
A d a m S m i t h , e l p r i n c i p a l i n s t r u m e n t o d e p o d e r e n u n m e r c a d o es
u n a «Mano Invisible» q u e o b l i g a a t o d o s , p e r o n o está c o n t r o l a d a
p o r n i n g u n a a g e n c i a h u m a n a i n d i v i d u a l . Es u n a f o r m a d e p o d e r h u -
m a n o , p e r o n o está o r g a n i z a d a d e f o r m a a u t o r i t a r i a .
P o r t a n t o , y o d i s t i n g o d o s clases más d e p o d e r , e l a u t o r i t a r i o y
el d i f u s o . E l poder autoritario es a l q u e a s p i r a n e f e c t i v a m e n t e g r u -
p o s e i n s t i t u c i o n e s . C o m p r e n d e u n a s órdenes d e f i n i d a s y u n a o b e -
d i e n c i a c o n s c i e n t e . S i n e m b a r g o , el poder difuso se e x t i e n d e d e f o r m a
más espontánea, i n c o n s c i e n t e , d e s c e n t r a l i z a d a , p o r t o d a u n a p o b l a -
ción, l o c u a l t i e n e p o r r e s u l t a d o u n a s prácticas sociales s i m i l a r e s q u e
i n c o r p o r a n r e l a c i o n e s d e p o d e r , p e r o n o órdenes explícitas. L o más
f r e c u e n t e es q u e n o c o m p o r t e órdenes y o b e d i e n c i a , s i n o e l e n t e n -
d i m i e n t o d e q u e esas prácticas s o n n a t u r a l e s y m o r a l e s , o s o n r e s u l -
t a d o d e u n interés común e v i d e n t e . E l p o d e r político c o m o u n t o d o
i n c o r p o r a u n a proporción m a y o r d e p o d e r c o l e c t i v o q u e d e p o d e r
d i s t r i b u i d o , p e r o n o d e f o r m a i n v a r i a b l e . También p u e d e d e s e m b o -
car e n u n «rebasamiento» t a l d e l a s clases s u b o r d i n a d a s q u e éstas
c o n s i d e r e n a b s u r d a t o d a r e s i s t e n c i a . Así es, p o r e j e m p l o , cómo e l
p o d e r d i f u s o d e l m e r c a d o c a p i t a l i s t a m u n d i a l contemporáneo d e s -
b o r d a a l o s m o v i m i e n t o s o r g a n i z a d o s y a u t o r i z a d o s d e l a clase o b r e -
r a e n l o s E s t a d o s n a c i o n a l e s d e h o y , a s p e c t o q u e desarrollaré e n e l
v o l u m e n I I . O t r o s ejemplos de poder difuso son los que aporta l a
extensión d e s o l i d a r i d a d e s c o m o las d e clase o nación, q u e c o n s t i t u -
y e n u n a parte I m p o r t a n t e d e l desarrollo del poder social.
S i se a u n a n esas d o s d i s t i n c i o n e s se o b t i e n e n c u a t r o f o r m a s i d e a -
 24 Una historia del poder hasta 1760 d.C.
les típicas d e l ámbito d e organización, especificadas c o n e j e m p l o s
relativamente extremos en la figura 1.1. E l poder militar brinda ejem-
p l o s d e organización a u t o r i t a r i a . E l p o d e r d e l a l t o m a n d o s o b r e s u s
t r o p a s es c o e r c i t i v o , está c o n c e n t r a d o y m u y m o v i l i z a d o . E s i n t e n -
s i v o , más b i e n q u e e x t e n s i v o , a l c o n t r a r i o d e l o q u e o c u r r e c o n u n
i m p e r i o militarista, q u e puede abarcar u n gran t e r r i t o r i o c o n sus
órdenes, p e r o q u e t r o p i e z a c o n d i f i c u l t a d e s p a r a m o v i l i z a r u n c o m -
p r o m i s o p o s i t i v o d e s u población o p a r a p e n e t r a r e n s u s v i d a s c o t i -
d i a n a s . U n a h u e l g a g e n e r a l es u n e j e m p l o d e p o d e r r e l a t i v a m e n t e
difuso, p e r o extensivo. L o s obre ros sacrifican el bienestar i n d i v i d u a l
p o r u n a causa, h a s t a c i e t r t o p u n t o «espontáneamente». P o r último,
c o m o y a se h a m e n c i o n a d o , e l i n t e r c a m b i o e n e l m e r c a d o p u e d e
implicar transacciones voluntarias, instrumentales y estrictamente l i -
m i t a d a s e n u n a s u p e r f i c i e e n o r m e y p o r eso es d i f u s o y e x t e n s i v o .
L a organización más eficaz p o s i b l e abarcaría l a s c u a t r o f o r m a s d e
ámbito.
Autoritario Difuso
Intensivo Estructura militar H u e l g a general,
de m a n d o .
Extensivo Imperio mihtarista. Intercambio en el
mercado.
FIGURA 1.1. F o r m a s de ámbito de organización.
T a n t o l o s sociólogos c o m o l o politólogos h a n e s t u d i a d o m u c h o
l a i n t e n s i v i d a d , y y o n o t e n g o n a d a q u e añadir. E l p o d e r es i n t e n s i v o
s i g r a n p a r t e d e l a v i d a d e l s u j e t o está c o n t r o l a d a o s i l e p u e d e
presionar m u c h o (hasta l a m u e r t e ) sin q u e d i s m i n u y a s u obediencia.
Se t r a t a d e a l g o q u e se c o m p r e n d e c l a r a m e n t e , a u n q u e n o es fácil-
m e n t e c u a n d f i c a b l e e n las s o c i e d a d e s d e las q u e t r a t a este v o l u m e n .
L a e x t e n s i v i d a d n o h a o c u p a d o m u c h o l u g a r e n teorías a n t e r i o r e s .
E s u n a p e n a , p o r q u e es más fácil d e m e d i r . C a s i t o d o s l o s teóricos
p r e f i e r e n ideas a b s t r a c t a s d e e s t r u c t u r a s o c i a l , así q u e h a c e n caso
o m i s o d e l o s a s p e c t o s geográficos y s o c i o e s p a c i a l e s d e las s o c i e d a d e s .
S i t e n e m o s p r e s e n t e q u e las «sociedades» s o n redes, c o n u n o s c o n -
t o r n o s espaciales d e f i n i d o s , n o s será p o s i b l e r e m e d i a r ese p r o b l e m a .
P o d e m o s empezar con O w e n L a t t i m o r e . Tras toda una vida de
e s t u d i a r las r e l a c i o n e s e n t r e C h i n a y l a s t r i b u s m o n g o l e s , distinguió
Las sociedades como redes organizadas de poder 25
tres r a d i o s d e integración s o c i a l e x t e n s i v a q u e , según él, se m a n t u -
v i e r o n relativamente invariables e n l a h i s t o r i a m u n d i a l hasta e l s i -
g l o XV e u r o p e o . L a acción más e x t e n s i v a geográficamente es l a ac-
ción militar. E s t a se p u e d e d i v i d i r e n d o s , i n t e r i o r y e x t e r i o r . L a
i n t e r i o r se e x t i e n d e s o b r e t e r r i t o r i o s q u e , tras l a c o n q u i s t a , podrían
añadirse a l E s t a d o ; l a e x t e r i o r se e x t i e n d e más allá d e esas f r o n t e r a s
en incursiones p u n i t i v a s o e n busca de t r i b u t o s . E n consecuencia, e l
s e g u n d o r a d i o , l a administración civil (es d e c i r , e l E s t a d o ) es m e n o s
e x t e n s i v o , p u e s c o m o máximo es e l r a d i o i n t e r i o r d e l a acción m l H t a r
y suele s e r m u c h o m e n o s e x t e n s i v o q u e ésta. A s u v e z , este r a d i o es
más e x t e n s i v o q u e l a integración económica, que comprende como
máximo l a región y c o m o mínimo l a célula d e l m e r c a d o l o c a l d e l a
aldea, d a d o e l débil d e s a r r o l l o d e l a interacción e n t r e las u n i d a d e s
de producción. E l c o m e r c i o n o e r a t o t a l m e n t e i n e x i s t e n t e y l a i n -
fluencia de l o s c o m e r c i a n t e s c h i n o s se hacía s e n t i r más allá d e l a l -
cance e f e c t i v o d e l o s ejércitos d e l i m p e r i o . P e r o l a tecnología d e las
c o m u n i c a c i o n e s s i g n i f i c a b a q u e las mercaderías c o n u n a a l t a relación
v a l o r / p e s o •—artículos v e r d a d e r a m e n t e s u n t u a r i o s y a n i m a l e s y e s -
clavos h u m a n o s «autopropulsados»—• e r a n l a s únicas q u e se i n t e r -
c a m b i a b a n a g r a n d e s d i s t a n c i a s . E s o tenía u n o s efectos i n t e g r a d o r e s
i n a p r e c i a b l e s . Así, a l o l a r g o d e u n período c o n s i d e r a b l e d e l a h i s -
t o r i a d e l a h u m a n i d a d , l a integración e x t e n s i v a dependió d e f a c t o r e s
m i l i t a r e s , y n o económicos ( L a t t i m o r e , 1 9 6 2 : 4 8 0 a 4 9 1 , 5 4 2 a 5 5 1 ) .
L a t t i m o r e t i e n d e a e q u i p a r a r l a integración únicamente c o n e l
ámbito e x t e n s i v o y también s e p a r a d e m a n e r a d e m a s i a d o t a j a n t e l o s
d i v e r s o s «factores» — m i l i t a r , económico, político—• n e c e s a r i o s p a r a
la v i d a s o c i a l . S i n e m b a r g o , s u a r g u m e n t o n o s l l e v a a a n a l i z a r l a
«infraestructura» d e l p o d e r : cómo p u e d e n l a s o r g a n i z a c i o n e s d e p o -
d e r c o n q u i s t a r y c o n t r o l a r e f e c t i v a m e n t e espacios geográficos y s o -
ciales.
Y o m i d o e l ámbito d e l p o d e r a u t o r i t a r i o m e d i a n t e u n préstamo
t o m a d o d e l a logística, l a c i e n c i a m i l i t a r d e d e s p l a z a r h o m b r e s y
m a t e r i a l d u r a n t e u n a campaña. ¿Cómo se t r a n s m i t e n físicamente y
se e j e c u t a n e f e c t i v a m e n t e las órdenes? ¿Qué c o n t r o l , p o r qué g r u p o
de p o d e r , d e qué t i p o es errática o sistemáticamente p o s i b l e dadas
las i n f a e s t r u c t u r a s logísticas e x i s t e n t e s ? V a r i o s capítulos l o c u a n t i f i -
c a n m e d i a n t e l a formulación d e p r e g u n t a s c o m o cuántos días se t a r -
da e n t r a n s p o r t a r m e n s a j e s , m a t e r i a l e s y p e r s o n a l p o r d e t e r m i n a d o s
espacios t e r r e s t r e s , marítimos y fluviales y cuánto c o n t r o l se p u e d e
ejercer así. T o m o p r e s t a d o m u c h o d e l a esfera más a v a n z a d a d e esa
 26 Una historia del poder hasta 1760 d.C.
investigación, l a logística m i l i t a r p r o p i a m e n t e d i c h a . L a logística m i -
i H t a r a p o r t a d i r e c t r i c e s r e l a t i v a m e n t e claras a l o s ámbitos e x t e r n o s d e
: l a s redes d e p o d e r , q u e d e s e m b o c a n e n i m p o r t a n t e s c o n c l u s i o n e s
• acerca d e l carácter e s e n c i a l m e n t e federal d e las s o c i e d a d e s p r e i n d u s -
; tríales e x t e n s i v a s . L a s o c i e d a d i m p e r i a l u n i t a r i a y m u y c e n t r a l i z a d a
í d e a u t o r e s c o m o W i t t f o g e l o E i s e n s t a d t es mítica, c o m o l o es l a
• afirmación d e l p r o p i o L a t t i m o r e d e q u e l a integración m i l i t a r f u e
í a l g o históricamente d e c i s i v o . C u a n d o e l c o n t r o l m i H t a r r u t i n a r i o a
l o l a r g o d e u n a r u t a d e m a r c h a s u p e r i o r a u n o s 9 0 kilómetros es
logísticamente i m p o s i b l e ( c o m o l o h a s i d o d u r a n t e l a m a y o r p a r t e
de l a h i s t o r i a ) , e l c o n t r o l s o b r e u n a s u p e r f i c i e m a y o r n o se p u e d e
c e n t r a h z a r e n l a práctica y t a m p o c o p u e d e p e n e t r a r i n t e n s i v a m e n t e
e n l a v i d a c o t i d i a n a d e l a población.
E l poder difuso tiende a variar j u n t o c o n el poder autoritario y
se v e a f e c t a d o p o r s u logística. P e r o también se e x t i e n d e c o n r e l a t i v a
l e n t i t u d , espontánea y «universalmente» p o r t o d a s l a s p o b l a c i o n e s ,
s i n p a s a r p o r o r g a n i z a c i o n e s a u t o r i t a r i a s c o n c r e t a s . E s e universalis-
mo también t i e n e u n d e s a r r o l l o tecnológico m e n s u r a b l e . D e p e n d e d e
s e r v i c i o s c a p a c i t a d o r e s , c o m o m e r c a d o s , alfabetización, acuñación d e
m o n e d a o e l d e s a r r o l l o d e u n a c u l t u r a d e clase y n a c i o n a l ( e n l u g a r
de l o c a l o d e l i n a j e ) . L o s m e r c a d o s y las c o n c i e n c i a s n a c i o n a l y d e
clase f u e r o n s u r g i e n d o l e n t a m e n t e a l o l a r g o d e l a h i s t o r i a , c o n f o r m e
a sus propias infraestructuras difusas.
L a sociología histórica g e n e r a l p u e d e c e n t r a r s e , p u e s , e n e l des-
arrollo del poder colectivo y d i s t r i b u t i v o , m e d i d o p o r e l desarrollo
de l a i n f r a e s t r u c t u r a . E l p o d e r a u t o r i t a r i o e x i g e u n a i n f r a e s t r u c t u r a
logística; e l p o d e r d i f u s o e x i g e u n a i n f r a e s t r u c t u r a u n i v e r s a l . A m b o s
n o s p e r m i t e n c e n t r a r n o s e n u n análisis d e l a organización d e l p o d e r
y d e l a sociedad y e x a m i n a r sus h n e a m i e n t o s socioespaciales.
Teoría actual de la estratificación
¿Cuáles s o n , p u e s , las p r i n c i p a l e s o r g a n i z a c i o n e s d e p o d e r ? L o s
; d o s e n f o q u e s p r i n c i p a l e s e n l a teoría a c t u a l d e l a estratificación s o n
el m a r x i s t a y e l n e o w e b e r i a n o . Y o a c e p t o m u y s a t i s f e c h o s u p r e m i s a
, i n i c i a l común: la estratificación social consiste en la creación y la
distribución globales del poder en la sociedad. E s la e s t r u c t u r a c e n t r a l
de las s o c i e d a d e s p o r q u e e n s u d o b l e a s p e c t o c o l e c t i v o y d i s t r i b u t i v o
es e l m e d i o p o r c o n d u c t o d e l c u a l l o s seres h u m a n o s a l c a n z a n s u s
Las sociedades como redes organizadas de poder 27
objetivos e n l a sociedad. D e h e c h o , e l acuerdo entre l o s d o s e n f o -
ques l l e g a más l e j o s , p u e s t i e n d e n a c o n s i d e r a r p r e d o m i n a n t e s l o s
m i s m o s t r e s t i p o s d e organización d e l p o d e r . E n t r e l o s m a r x i s t a s
(por e j e m p l o , W e s o l o w s k i , 1967; A n d e r s o n , 1974a y b ; A l t h u s s e r y
Balibar, 1970; Poulantzas, 1972; H i n d e s s y H i r s t , 1975), entre l o s
weberianos (por ejemplo, Bendix y Lipset, 1966; Barber, 1968; H e l -
1er, 1 9 7 0 ; R u n c i m a n , 1 9 6 8 , 1 9 8 2 , 1 9 8 3 a , b y c ) , sondase, condición
y partido. L o s d o s c o n j u n t o s d e términos t i e n e n u n a c o b e r t u r a a p r o -
x i m a d a m e n t e e q u i v a l e n t e , así q u e e n l a sociología contemporáne,a l o s
tres t i p o s se h a n c o n v e r t i d o e n l a o r t o d o x i a d e s c r i p t i v a d o m i n a n t e .
E n g e n e r a l , l o s d o s p r i m e r o s : economía/clase e ideología/condi-
ción s o c i a l m e p a r e c e n s a t i s f a c t o r i o s . M i p r i m e r a desviación d e l a
o r t o d o x i a c o n s i s t e e n s u g e r i r q u e n o h a y t r e s , s i n o cuatro t i p o s f u n -
d a m e n t a l e s d e p o d e r . E l t i p o «política/partido» c o n t i e n e d e h e c h o
d o s f o r m a s separadas d e p o d e r : p o d e r político y p o d e r militar; p o r
u n a p a r t e , l a c o m u n i d a d política c e n t r a l , q u e c o m p r e n d e e l a p a r a t o
estatal y ( c u a n d o e x i s t e n ) l o s p a r t i d o s políticos; p o r o t r a p a r t e , l a
f u e r z a física o m i l i t a r . M a r x , W e b e r y s u s s e g u i d o r e s n o d i s t i n g u e n
entre l o s dos, p o r q u e e n general consideran a l Estado c o m o el d e -
p o s i t a r i o d e l a f u e r z a física e n l a s o c i e d a d .
E l e q u i p a r a r l a f u e r z a física c o n e l E s t a d o s u e l e t e n e r s e n t i d o e n
el caso d e l o s E s t a d o s m o d e r n o s q u e m o n o p o H z a n l a f u e r z a m i h t a r .
S i n e m b a r g o , c o n c e p t u a l m e n t e , las d o s cosas d e b e n c o n s i d e r a r s e d i s -
tintas, a l o b j e t o d e estar preparados para c u a t r o posibilidades:
1 . E n l a h i s t o r i a , l a m a y o r p a r t e d e l o s E s t a d o s n o h a n poseído
u n m o n o p o l i o de l a fuerza miUtar y m u c h o s n i siquiera l o h a n rei-
v i n d i c a d o . E n a l g u n o s países e u r o p e o s , d u r a n t e l a E d a d M e d i a e l
E s t a d o f e u d a l dependía d e las levas m i l i t a r e s o las m e s n a d a s c o n t r o -
ladas p o r señores d e s c e n t r a l i z a d o s . P o r l o g e n e r a l , l o s E s t a d o s islá-
m i c o s carecían d e p o d e r e s monopóUcos: p o r e j e m p l o , n o se c o n s i -
deraban dotados de poderes para intervenir e n l o s enfrentamientos
t r i b u a l e s . P o d e m o s d i s t i n g u i r l o s p o d e r e s políticos d e l o s m i l i t a r e s ,
t a n t o d e l o s E s t a d o s c o m o d e o t r o s g r u p o s . Los poderes políticos son
los de regulación centralizada, institucionalizada, territorial; los po-
deres militares son los de la fuerza física organizada dondequiera que
estén organizados.
2 . L a c o n q u i s t a l a r e a l i z a n g r u p o s q u e p u e d e n ser i n d e p e n d i e n -
tes d e s u s E s t a d o s d e o r i g e n . E n m u c h o s casos f e u d a l e s , c u a l q u i e r
g u e r r e r o n a c i d o l i b r e o n o b l e podía r e u n i r u n a b a n d a a r m a d a p a r a
r e a l i z a r i n c u r s i o n e s y c o n q u i s t a r t e r r i t o r i o s . S i e l g r u p o m i l i t a r efec-
28 Una historia del poder hasta 1760 d.C.
t u a b a l a c o n q u i s t a , eso a u m e n t a b a s u poderío c o n t r a s u p r o p i o E s -
t a d o . E n l o s casos d e l o s bárbaros q u e a t a c a b a n a c i v i l i z a c i o n e s , esa
organización m i l i t a r solía l l e v a r a l a p r i m e r a aparición d e u n E s t a d o
e n t r e l o s bárbaros.
3 . E n e l p l a n o i n t e r n o , l a organización m i l i t a r s u e l e estar i n s -
t i t u c i o n a l m e n t e s e p a r a d a d e o t r o s órganos d e l E s t a d o , i n c l u s o c u a n -
d o se h a l l a c o n t r o l a d a p o r éste. C o m o es f r e c u e n t e q u e l o s m i l i t a r e s
d e r r o q u e n a l a élite política d e l E s t a d o e n u n g o l p e d e E s t a d o , n e -
c e s i t a m o s d i s t i n g u i r e n t r e las d o s cosas.
4 . S i las r e l a c i o n e s i n t e r n a c i o n a l e s e n t r e l o s E s t a d o s s o n pacífi-
cas, p e r o están estratificadas, p r e f e r i r e m o s h a b l a r d e u n a «estructu-
ración d e l p o d e r político» d e l a s o c i e d a d i n t e r n a c i o n a l más a m p l i a
q u e n o está d e t e r m i n a d a p o r e l p o d e r m i l i t a r . Así o c u r r e h o y día,
p o r ejemplo, p o r l o q u e respecta a l o s Estados poderosos, p e r o e n
g r a n m e d i d a d e s m i l i t a r i z a d o s , d e l Japón y A l e m a n i a O c c i d e n t a l .
P o r e s o t r a t a r e m o s p o r s e p a r a d o d e cuatro f u e n t e s d e p o d e r : l a
economía, l a ideología, l a m i l i t a r y l a política ^.
«Niveles, dimensiones» de la «sociedad»
L a s c u a t r o f u e n t e s d e p o d e r se enumerarán más a d e l a n t e e n este
m i s m o capítulo. P e r o , e n p r i m e r l u g a r , ¿qué s o n e x a c t a m e n t e ? L a
teoría o r t o d o x a d e l a estratificación-es clara. E n l a teoría m a r x i s t a
se las califica g e n e r a l m e n t e d e «niveles d e u n a formación social»; e n
la teoría n e o - w e b e r i a n a s o n «dimensiones» d e l a s o c i e d a d . A m b a s
p r e s u p o n e n u n a visión a b s t r a c t a , casi geométrica, d e l a s o c i e d a d . L o s
niveles o las dimensiones s o n elementos de u n t o d o m a y o r , q u e de
h e c h o está f o r m a d o p o r e l l o s . M u c h o s a u t o r e s r e p r e s e n t a n e s t o e n
f o r m a d e d i a g r a m a s . L a s o c i e d a d se c o n v i e r t e e n u n g r a n r e c u a d r o
o círculo d e u n espacio «-dimensional, q u e se s u b d i v i d e e n c u a d r a -
d o s , sectores, n i v e l e s , v e c t o r e s o d i m e n s i o n e s más pequeños.
D o n d e más c l a r a m e n t e se v e esto es e n e l término dimensiones.
Se d e r i v a d e l a s matemáticas y t i e n e d o s s i g n i f i c a d o s especiales: 1 )
L a s d i m e n s i o n e s s o n análogas e i n d e p e n d i e n t e s , a l g u a r d a r l a m i s m a
f o r m a d e relación c o n a l g u n a p r o p i e d a d e s t r u c t u r a l básica. 2 ) L a s
' Giddens (1981) también distingue cuatro tipos de institución de poder: órde-
nes/modos simbólicos de discurso, instituciones económicas, derecho/modos de san-
ción/represión e,instituciones políticas.-
Las sociedades como redes organizadas de poder 29
d i m e n s i o n e s h a b i t a n e l m i s m o espacio g l o b a l , e n este caso u n a «so-
ciedad». E l e s q u e m a m a r x i s t a d i f i e r e e n a l g u n o s detalles. S u s «nive-
les» n o s o n i n d e p e n d i e n t e s l o s u n o s d e l o s o t r o s , p u e s e l d e l a e c o -
nomía t i e n e l a primacía última s o b r e l o s demás. D e h e c h o , es más
c o m p l i c a d o y a m b i g u o , p o r q U e l a economía m a r x i s t a t i e n e u n d o b l e
p a p e l , c o m o «nivel» autónomo d e l a «formación social» ( l a s o c i e d a d )
y c o m o t o t a l i d a d última d e t e r m i n a n t e e n sí m i s m a , a l a q u e se d e -
n o m i n a «modo d e producción». L o s m o d o s d e producción i m p r i -
m e n s u carácter g e n e r a l a las f o r m a c i o n e s sociales y , e n c o n s e c u e n -
r cia, a l o s d i s t i n t o s n i v e l e s . Así, l a s d o s teorías d i f i e r e n : l o s w e b e r i a -
I n o s e l a b o r a n u n a teoría d e f a c t o r e s múltiples e n l a c u a l l a t o t a l i d a d
s o c i a l está d e t e r m i n a d a p o r l a interrelación c o m p l e j a d e l a s d i m e n -
s i o n e s ; l o s m a r x i s t a s p e r c i b e n l a t o t a l i d a d c o m o d e t e r m i n a d a «final-
mente» p o r l a producción económica. S i n e m b a r g o , c o m p a r t e n u n a
visión simétrica d e l a s o c i e d a d c o m o u n s o l o t o d o u n i t a r i o .
L a impresión d e simetría q u e d a r e f o r z a d a s i e s t u d i a m o s e l i n t e -
r i o r d e cada dimensión/nivel. C a d a u n a / u n o c o m b i n a t r e s c a r a c t e -
rísticas simétricamente. S e t r a t a , e n p r i m e r l u g a r , d e instituciones,
c o m o «iglesias», «modos d e producción», «mercados», «ejércitos»,
«Estados», e t c . P e r o también s o n funciones. A veces, éstas s o n , e n
s e g u n d o l u g a r , fines funcionales q u e p e r s i g u e n l o s seres h u m a n o s .
P o r e j e m p l o , l o s m a r x i s t a s j u s t i f i c a n l a primacía d e l a economía a d u -
c i e n d o q u e l o s seres h u m a n o s d e b e n p e r s e g u i r a n t e t o d o l a s u b s i s -
t e n c i a económica. L o s v / e b e r i a n o s j u s t i f i c a n l a i m p o r t a n c i a d e l p o d e r
de l a ideología e n términos d e l a n e c e s i d a d h u m a n a d e e n c o n t r a r l e
u n s i g n i f i c a d o a l m u n d o . Más f r e c u e n t e es q u e se l o s c o n s i d e r e , e n
t e r c e r l u g a r , c o m o medios funcionales.. L o s m a r x i s t a s c o n s i d e r a n l o s
n i v e l e s político e ideológico c o m o m e d i o s p a r a e x t r a e r t r a b a j o e x c e -
dente de l o s productores directos; l o s weberianos a r g u m e n t a n q u e
todos s o n medios de poder. Pero organizaciones, funciones c o m o
f i n e s y f u n c i o n e s c o m o m e d i o s s o n términos homólogos. S o n aná-
l o g o s y h a b i t a n e l m i s m o e s p a c i o . C a d a n i v e l o dimensión t i e n e e l
m i s m o c o n t e n i d o i n t e r n o . E s e l d e organización, función c o m o f i n
y función c o m o m e d i o , t o d o e l l o e n v u e l t o e n e l m i s m o p a q u e t e .
S i c o n t i n u a m o s h a s t a e l análisis empírico, l a simetría p e r s i s t e .
C a d a dimensión/nivel p u e d e d e s e n v o l v e r s e e n v a r i o s «factores». L o s
a r g u m e n t o s p o n d e r a n l a i m p o r t a n c i a d e , d i g a m o s , v a r i o s «factores
económicos» f r e n t e a v a r i o s «factores ideológicos». Aquí e l d e b a t e
d o m i n a n t e se h a d e s a r r o l l a d o e n t r e u n e n f o q u e d e «factores múlti-
ples», q u e e x t r a e s u s f a c t o r e s más i m p o r t a n t e s d e d i f e r e n t e s d i m e n -
 30 Una historia del poder hasta 1760 d.C.
s i o n e s / n i v e l e s , y u n e n f o q u e d e «factor único», q u e e x t r a e s u f a c t o r
más i m p o r t a n t e d e u n o s o l o . E n e l b a n d o d e l o s f a c t o r e s múltiples
d e b e d e h a b e r l i t e r a l m e n t e c e n t e n a r e s d e l i b r o s y artículos q u e c o n -
t i e n e n l a afirmación d e q u e l a s ideas, o l o s f a c t o r e s c u l t u r a l e s , o
ideológicos, o simbólicos, s o n autónomos, t i e n e n u n a v i d a p r o p i a ,
n o p u e d e n r e d u c i r s e a f a c t o r e s m a t e r i a l e s o económicos ( p o r e j e m -
plo, Sahlins, 1976; Bendix, 1978: 271 y 272, 630; Geertz, 1980: 13,
135 y 1 3 6 ) . E n e l b a n d o d e l f a c t o r único e x i s t e u n a polémica m a r -
x i s t a t r a d i c i o n a l c o n t r a esa posición. E n 1 9 0 8 L a b r i o l a publicó s u s
Ensayos sobre la Concepción Materialista de la Historia. E n e l l o s
aducía q u e e l e n f o q u e d e f a c t o r e s múltiples d e j a b a d e l a d o l a totali-
dad d e l a s o c i e d a d , c a r a c t e r i z a d a p o r l a p r a x i s d e l h o m b r e , s u a c t i -
v i d a d c o m o p r o d u c t o r m a t e r i a l . E s algo q u e desde entonces h a n
repetido m u c h o los marxistas (por ejemplo, Petrovic, 1967: 67 a 114).
Pese a l a polémica, s o n d o s caras d e l a m i s m a hipótesis: l o s «fac-
tores» s o n p a r t e s d e d i m e n s i o n e s o n i v e l e s f u n c i o n a l e s d e o r g a n i z a -
ción q u e s o n s u b s i s t e m a s análogos e i n d e p e n d i e n t e s d e u n t o d o s o -
c i a l g e n e r a l . L o s vi^eberianos h a c e n hincapié e n l o s a s p e c t o s i n f e r i o -
res, más empíricos d e éste; l o s m a r x i s t a s l o h a c e n e n e l aspecto
s u p e r i o r d e l a t o t a l i d a d . P e r o se t r a t a d e l a m i s m a visión básica,
simétrica y u n i t a r i a .
E s t a s teorías r i v a l e s t i e n e n v i r t u a l m e n t e e l m i s m o c o n c e p t o m a e s -
t r o : l a «sociedad» ( o l a «formación social» e n u n a p a r t e d e l a teoría
m a r x i s t a ) . E l u s o más f r e c u e n t e d e l término «sociedad» es flexible y
v a g o , e i n d i c a c u a l q u i e r g r u p p h u m a n o estable, s i n añadir n a d a a
términos c o m o g r u p o s o c i a l o a g r e g a d o s o c i a l o asociación. Así es
c o m o utiüzaré y o e l término. P e r o e n u n u s o más r i g u r o s o o a m -
b i c i o s o , «sociedad» añade e l c o n c e p t o d e u n s i s t e m a s o c i a l u n i t a r i o .
E n este s e n t i d o e m p l e a b a e l término e l p r o p i o C o m t e ( q u e acuñó l a
p a l a b r a «sociología»). Y también S p e n c e r , M a r x , D u r k h e i m , l o s a n -
tropólogos clásicos y casi t o d o s s u s discípulos y críticos. D e l o s
g r a n d e s teóricos, sólo W e b e r mostró c a u t e l a a n t e ese e n f o q u e y sólo
P a r s o n s se h a o p u e s t o a él explícitamente. L a definición d e l último
es e l s i g u i e n t e : «Una s o c i e d a d es u n t i p o d e s i s t e m a s o c i a l , e n c u a l -
q u i e r u n i v e r s o d e s i s t e m a s sociales q u e alcance e l máximo n i v e l d e
a u t o s u f i c i e n c i a c o m o s i s t e m a e n relación c o n s u entorno» ( 1 9 6 6 : 9 ) .
S i r e n u n c i a m o s a l u s o e x c e s i v o d e l a p a l a b r a «sistema», p e r o c o n -
s e r v a m o s e l s e n t i d o esencial d e P a r s o n s , p o d e m o s l l e g a r a u n a d e f i -
nición m e j o r : Una sociedad es una red de interacción social en cuyos
• límites existe un cierto grado de discontinuidad en la interacción en-
Las sociedades como redes organizadas de poder 31
tre ella y su entorno. U n a s o c i e d a d es u n a u n i d a d c o n f r o n t e r a s y
c o n t i e n e u n a interacción q u e es r e l a t i v a m e n t e d e n s a y estable; es
decir, p r e s e n t a u n a s p a u t a s i n t e r n a s c u a n d o se c o m p a r a c o n l a i n t e -
racción q u e c r u z a s u s límites. P o c o s h i s t o r i a d o r e s , sociólogos o a n -
tropólogos tendrían a l g o q u e o b j e t a r a esta definición (véase, p o r
ejemplo, Giddens, 1981: 45 y 46).
L a definición d e P a r s o n s es a d m i r a b l e . P e r o sólo se r e f i e r e a l
g r a d o d e u n i d a d y d e a j u s t e a las p a u t a s . E s t o se suele o l v i d a r c o n
excesiva f r e c u e n c i a y se s u p o n e q u e l a p r e s e n c i a i n v a r i a b l e d e l a
u n i d a d y las p a u t a s . E s o es l o q u e y o c a l i f i c o d e concepción sistémica
o unitaria d e l a s o c i e d a d . S o c i e d a d y s i s t e m a aparecían c o m o i n t e r -
c a m b i a b l e s e n C o m t e y s u s sucesoires, q u e l o s c o n s i d e r a b a n r e q u i -
s i t o s p a r a u n a c i e n c i a d e l a s o c i e d a d : l a formulación d e a f i r m a c i o n e s
sociológicas e n g e n e r a l exige q u e a i s l e m o s u n a s o c i e d a d y o b s e r v e -
m o s r e g u l a r i d a d e s e n las r e l a c i o n e s e n t r e s u s p a r t e s . L a s sociedades
en el sentido de sistemas, delimitadas y c o n pautas internas, aparecen
e n prácticamente t o d a s l a s o b r a s d e sociología y antropología y e n
casi t o d a s las o b r a s teóricamente i n f o r m a d a s d e c i e n c i a política, e c o -
nomía, arqueología, geografía e h i s t o r i a . También e x i s t e n implícita-
m e n t e e n o b r a s m e n o s teóricas d e esas d i s c i p l i n a s .
E x a m i n e m o s l a etimología d e l a p a l a b r a «sociedad». Se d e r i v a d e l
latín societas. D e ahí se elaboró socius, e n e l s e n t i d o d e u n a l i a d o n o
r o m a n o , u n g r u p o d i s p u e s t o a s e g u i r a R o m a e n las g u e r r a s . S e t r a t a
de u n término común e n l o s i d i o m a s i n d o e u r o p e o s , d e r i v a d o d e raíz
sekw, q u e s i g n i f i c a «seguir». D e n o t a u n a a l i a n z a asimétrica, u n a s o -
c i e d a d c o m o confederación f l e x i b l e d e a l i a d o s e s t r a t i f i c a d o s . Y a v e -
r e m o s q u e esta concepción, y n o l a u n i t a r i a , es l a c o r r e c t a . U t i l i c e -
m o s e l término «sociedad» e n s u s e n t i d o l a t i n o , n o r o m a n c e .
P e r o continúo c o n d o s a r g u m e n t o s más generales c o n t r a l a c o n -
cepción u n i t a r i a d e l a s o c i e d a d .
Críticas
L o s seres h u m a n o s s o n sociales, n o societales
E n l a base d e l a concepción u n i t a r i a se h a l l a u n a hipótesis teóri-
ca: c o m o l a s p e r s o n a s s o n a n i m a l e s sociales, t i e n e n l a n e c e s i d a d d e
crear u n a s o c i e d a d , u n a t o t a l i d a d s o c i a l d e l i m i t a d a y c o n p a u t a s .
P e r o eso es f a l s o . L o s seres h u m a n o s n e c e s i t a n e n t a b l a r e n r e l a c i o n e s
 32 Una historia del poder hasta 1760 d.C.
< sociales d e p o d e r , p e r o n o n e c e s i t a n t o t a l i d a d e s sociales. S o n a n i m a -
les sociales, p e r o n o societales.
V e a m o s u n a v e z más a l g u n a s d e s u s n e c e s i d a d e s . C o m o desean
satisfacción s e x u a l , b u s c a n r e l a c i o n e s sociales, h a b i t u a l m e n t e c o n sólo
u n o s c u a n t o s m i e m b r o s d e l s e x o o p u e s t o ; c o m o desean r e p r o d u c i r -
se, esas r e l a c i o n e s sexuales s u e l e n c o m b i n a r s e c o n r e l a c i o n e s e n t r e
a d u l t o s y niños. P a r a e s o ( y o t r o s f i n e s ) s u r g e u n a f a m i l i a , q u e d i s -
f r u t a d e u n a interacción p a u t a d a c o n o t r a s u n i d a d e s f a m i l i a r e s e n las
cuales se p u e d e n e n c o n t r a r compañeros sexuales. C o m o l o s seres
h u m a n o s necesitan subsistencia m a t e r i a l , establecen relaciones eco-
nómicas y c o o p e r a n c o n o t r o s e n l a producción y e l i n t e r c a m b i o .
N o h a y n i n g u n a n e c e s i d a d d e q u e esas r e d e s económicas sean idén-
ticas a l a s r e d e s f a m i U a r e s o sexuales, y e n l a m a y o r p a r t e d e l o s
casos n o l o s o n . C o m o l o s seres h u m a n o s e x p l o r a n e l s i g n i f i c a d o
f i n a l d e l u n i v e r s o , d e b a t e n s o b r e ideas y quizá p a r t i c i p a n c o n o t r o s
de p a r e c i d a s i n c l i n a c i o n e s e n l o s r i t o s y e l c u l t o e n las iglesias. C o m o
l o s seres h u m a n o s d e f i e n d e n l o q u e h a n c o n s e g u i d o , y c o m o des-
p o j a n a otros, f o r m a n bandas armadas, p r o b a b l e m e n t e integradas
p o r l o s h o m b r e s más jóvenes, y n e c e s i t a n t e n e r r e l a c i o n e s c o n n o
c o m b a t i e n t e s q u e l o s a l i m e n t e n y l o s e q u i p e n . C o m o l o s seres h u -
m a n o s solucionan disputas s i n r e c u r r i r constantemente a l a fuerza,
e s t a b l e c e n o r g a n i z a c i o n e s j u d i c i a l e s c o n esferas específicas d e c o m -
p e t e n c i a . ¿Dónde está l a n e c e s i d a d d e q u e t o d o s esos r e q u i s i t o s s o -
ciales g e n e r e n r e d e s idénticas d e interacción s o c i o e s p a c i a l y f o r m e n
u n a sociedad unitaria?
L a s t e n d e n c i a s a l a formación d e u n a s o l a r e d o b e d e c e n a l a
i aparición d e l a n e c e s i d a d d e institucionalizar las r e l a c i o n e s sociales.
I L a s c u e s t i o n e s d e producción económica, d e s i g n i f i c a d o , d e d e f e n s a
j a r m a d a y d e solución j u d i c i a l n o s o n d e l t o d o i n d e p e n d i e n t e s l a s
' u n a s d e l a s o t r a s . E s p r o b a b l e q u e e l carácter d e cada u n a d e ellas
esté i n f l u i d o p o r e l carácter d e t o d a s , y t o d a s s o n necesarias p a r a
cada u n a . U n c o n j u n t o d a d o d e r e l a c i o n e s d e producción exigirá
u n o s s u p u e s t o s ideológicos y n o r m a t i v o s c o m u n e s , así c o m o l a d e -
f e n s a y u n a regulación j u d i c i a l . C u a n t o más i n s t i t u c i o n a l i z a d a s se
h a l l e n esas r e l a c i o n e s , más irán c o n v e r g i e n d o l a s d i v e r s a s r e d e s d e
p o d e r hacia u n a sociedad u n i t a r i a .
P e r o d e b e m o s r e c o r d a r l a dinámica i n i c i a l . L a f u e r z a i m p u l s o r a
de l a s o c i e d a d h u m a n a n o es l a institucionaHzación. L a h i s t o r i a o b e -
dece a i m p u l s o s i n c o n s t a n t e s q u e g e n e r a n las d i v e r s a s r e d e s d e r e l a -
c i o n e s e x t e n s i v a s e i n t e n s i v a s d e p o d e r . Esas r e d e s g u a r d a n u n a r e -
Las sociedades como redes organizadas de poder 33
lación más d i r e c t a q u e l a institucionalización c o n e l l o g r o d e o b j e -
t i v o s . E n l a persecución d e s u s o b j e t i v o s , l o s seres h u m a n o s s i g u e n
d e s a r r o l l a n d o esas r e d e s y s u p e r a n d o e l n i v e l e x i s t e n t e d e i n s t i t u c i o -
nalización. E s t o p u e d e o c u r r i r c o m o desafío d i r e c t o a las i n s t i t u c i o -
nes e x i s t e n t e s o s i n intención e «intersticialmente» — e n t r e s u s i n -
t e r s t i c i o s y e n t o r n o a s u s márgenes—• y c r e a r n u e v a s r e l a c i o n e s e
i n s t i t u c i o n e s q u e t i e n e n c o n s e c u e n c i a s i m p r e v i s t a s p a r a las a n t i g u a s .
E s t o se v e r e f o r z a d o p o r e l aspecto más p e r m a n e n t e d e l a i n s t i -
tucionalización, l a división d e l t r a b a j o . L o s q u e t i e n e n a c t i v i d a d e s
r e l a c i o n a d a s c o n l a s u b s i s t e n c i a económica, l a ideología, l a d e f e n s a
y l a agresión m i l i t a r e s y l a regulación política p o s e e n u n c i e r t o c o n -
t r o l autónomo s o b r e s u s m e d i o s d e p o d e r , q u e s i g u e n desarrollán-
dose c o n r e l a t i v a autonomía. M a r x observó q u e las f u e r z a s d e p r o -
ducción económica se a d e l a n t a n s i e m p r e a l a s r e l a c i o n e s d e clase
i n s t i t u c i o n a l i z a d a s y h a c e n s a l i r a l a s u p e r f i c i e n u e v a s clases sociales.
E l m o d e l o l o a m p h a r o n autores c o m o Pareto y M o s c a : el poder de
las «élites» podía también basarse e n r e c u r s o s n o económicos d e
p o d e r . M o s c a resumió e l r e s u l t a d o :
Si en u n a sociedad surge u n a nueva fuente de riqueza, si aumenta l a i m p o r -
tancia práctica del c o n o c i m i e n t o , si entra en decadencia u n a religión antigua
o nace u n a nueva, s i se difunde u n a nueva corriente de ideas, entonces,
simultáneamente, se p r o d u c e n grandes dislocaciones e n la clase d o m i n a n t e .
Cabría decir, de hecho, que toda l a h i s t o r i a de l a h u m a n i d a d civilizada se
resume e n e l conflicto entre l a tendencia de l o s elementos dominantes a
m o n o p o l i z a r el poder político y t r a n s m i t i r la posesión de éste p o r herencia,
y l a tendencia hacia l a dislocación de las viejas fuerzas y l a insurgencia de
otras nuevas; y ese conflicto produce u n f e r m e n t o i n t e r m i n a b l e de endós-
mosis y exósmosis entre las clases altas y determinados sectores de las bajas.
[1939: 65.]
E l m o d e l o de Mosca, a l igual q u e el de M a r x , comparte ostensi-
b l e m e n t e l a visión u n i t a r i a d e l a s o c i e d a d : l a s élites s u r g e n y caen
e n e l i n t e r i o r d e l m i s m o espacio s o c i a l . P e r o c u a n d o M a r x describió
e f e c t i v a m e n t e e l a u g e d e l a burguesía ( s u caso paradigmático d e u n a
revolución e n l a s f u e r z a s d e producción), n o e r a así. L a burguesía
surgió «intersticialmente», surgió e n t r e l o s «poros» d e l a s o c i e d a d
f e u d a l , decía él. L a burguesía, c e n t r a d a e n l a s c i u d a d e s , estableció
vínculos c o n t e r r a t e n i e n t e s , a g r i c u l t o r e s a r r e n d a t a r i o s y c a m p e s i n o s
r i c o s , t r a t a n d o s u s r e c u r s o s económicos c o m o mercaderías a f i n d e
c r e a r nuevas r e d e s d e interacción económica, r e d e s c a p i t a l i s t a s . D e
34 Una historia del poder hasta 1760 d.C.
h e c h o , c o m o v e r e m o s e n l o s 'capítulos 1 4 y 1 5 , ayudó a crear d o s
redes s u p e r p u e s t a s d i f e r e n t e s : u n a d e l i m i t a d a p o r e l t e r r i t o r i o d e l
E s t a d o d e tamaño i n t e r m e d i o y o t r a m u c h o más e x t e n s i v a , calificada
p o r W a l l e r s t e i n ( 1 9 7 4 ) d e «sistema mundial». L a revolución b u r g u e -
sa n o cambió e l carácter d e u n a s o c i e d a d e x i s t e n t e ; creó sociedades
nuevas.
Y o c a l i f i c o esos p r o c e s o s d e surgimientos intersticiales. S o n r e -
s u l t a d o d e l t r a s l a d o d e o b j e t i v o s h u m a n o s a m e d i o s d e organización.
Las sociedades n u n c a h a n estado l o bastante organizadas c o m o para
i m p e d i r l a e m e r g e n c i a i n t e r s t i c i a l . L o s seres h u m a n o s n o c r e a n s o -
ciedades u n i t a r i a s , s i n o u n a d i v e r s i d a d d e r e d e s d e interacción s o c i a l
q u e s e i n t e r s e c t a n e n t r e sí. L a s más i m p o r t a n t e s d e esas r e d e s se
f o r m a n d e m a n e r a r e l a t i v a m e n t e estable e n t o r n o a l a c u a t r o f u e n t e s
de p o d e r e n c u a l q u i e r e s p a c i o s o c i a l d a d o . P e r o , p o r d e b a j o , l o s
seres h u m a n o s s i g u e n e x c a v a n d o p a r a a l c a n z a r s u s o b j e t i v o s , f o r -
m a n d o n u e v a s redes, a m p l i a n d o las a n t i g u a s y e m e r g i e n d o c o n t o d a
c l a r i d a d a n t e n o s o t r o s c o n las c o n f i g u r a c i o n e s r i v a l e s d e u n a o más
de las p r i n c i p a l e s r e d e s d e p o d e r .
¿En qué sociedad vive usted? f C o n c l u y e q u e n o se t r a t a d e s i s t e m a s sociales. R a r a s veces se h a n
C a b e v e r u n a p r u e b a empírica e n l a r e s p u e s t a a u n a p r e g u n t a
s e n c i l l a : ¿En qué s o c i e d a d v i v e u s t e d ?
E s probable q u e las respuestas empiecen a d o s niveles. U n o de
e l l o s se r e f i e r e a l o s E s t a d o s n a c i o n a l e s : M i s o c i e d a d es «el R e i n o
Unido», l o s «Estados Unidos», «Francia», e t c . E l o t r o es más a m -
p l i o : S o y c i u d a d a n o d e l a «sociedad industrial» o d e l a «sociedad
capitalista», o quizá d e l «Occidente» o d e «la A h a n z a occidental».
N o s e n c o n t r a m o s c o n u n d i l e m a básico: u n a s o c i e d a d d e E s t a d o
n a c i o n a l o u n a «sociedad económica» más a m p l i a . P a r a a l g u n o s f i n e s
importantes, e l Estado nacional representa u n a r e d real de interac-
ción c o n u n a c i e r t a d i s c o n t i n u i d a d e n s u s f r o n t e r a s . P a r a o t r o s f i n e s
i m p o r t a n t e s , e l c a p i t a l i s m o u n e a l o s t r e s países m e n c i o n a d o s antes
e n u n a r e d más a m p l i a d e interacción, c o n división e n s u s márgenes.
A m b a s s o n «sociedades». C u a n t o más i n d a g a m o s , m a y o r e s s o n las
c o m p l e j i d a d e s . T a n t o las a l i a n z a s m i h t a r e s c o m o l a s iglesias, u n i d i o -
m a común, etc., añaden p o d e r o s a s r e d e s d e interacción q u e s o n s o -
c i o e s p a c i a l m e n t e d i f e r e n t e s . N o podríamos r e s p o n d e r h a s t a después
de e l a b o r a r u n a m i n u c i o s a descripción d e l a s c o m p l e j a s i n t e r a c c i o n e s
Las sociedades como redes organizadas de poder 35
y facultades d e estas diversas r e d e s t r a n s v e r s a l e s d e interacción. S i n
d u d a , l a r e s p u e s t a implicaría u n a s o c i e d a d confederal y n o u n i t a r i a .
E l m u n d o contemporáneo n o es e x c e p c i o n a l . L a s redes d e i n t e -
racción s u p e r p u e s t a s s o n l a n o r m a histórica. E n l a p r e h i s t o r i a , l a
interacción c o m e r c i a l y c u l t u r a l tenía u n a extensión m u c h o m a y o r
de l o q u e p u d i e r a c o n t r o l a r c u a l q u i e r «Estado» u o t r a r e d a u t o r i t a r i a
(véase e l capítulo 2 ) . L a aparición d e l a civilización es e x p l i c a b l e e n
términos d e l a inserción d e l a a g r i c u l t u r a a l u v i a l e n v a r i a s redes r e -
gionales s u p e r p u e s t a s (capítulos 3 y 4 ) . E n casi t o d o s l o s i m p e r i o s
antiguos, l a masa d e l pueblo participaba abrumadoramente e n p e -
queñas r e d e s locales d e interacción, p e r o también intervenía e n o t r a s
d o s redes, establecidas p o r l o s p o d e r e s desiguales d e u n E s t a d o r e -
m o t o y p o r e l p o d e r b a s t a n t e más c o h e r e n t e , p e r o todavía s u p e r f i - -
cial, d e n o t a b l e s locales semiautónomos (capítulos 5 , 8 y 9 ) . C a d a
v e z f u e r o n s u r g i e n d o , d e n t r o , f u e r a y p o r e n c i m a d e las f r o n t e r a s d e
esos i m p e r i o s , o t r a s redes c o m e r c i a l e s y c u l t u r a l e s más a m p l i a s y
c o s m o p o l i t a s , q u e g e n e r a r o n diversas «religiones universales» (capí-
t u l o s 6 , 7, 1 0 y 1 1 ) . E b e r h a r d ( 1 9 6 5 : 16) h a c a l i f i c a d o a esos i m p e -
r i o s d e «multiniveles», p o r c o n t e n e r m u c h o s n i v e l e s s u p e r p u e s t o s y
m u c h a s pequeñas «sociedades» q u e e x i s t e n u n a s a l l a d o d e o t r a s .
f u n d i d o l a s r e l a c i o n e s sociales e n s o c i e d a d e s u n i t a r i a s , a u n q u e e n
ocasiones los Estados h a n t e n i d o pretensiones unitarias. L a p r e g u n -
ta d e «¿en qué s o c i e d a d v i v e usted?» h u b i e r a s i d o i g u a l d e difícil d e
contestar para e l campesino d e l n o r t e de A f r i c a o de la Inglaterra
d e l s i g l o X I I (esos d o s casos se e x a m i n a n e n l o s capítulos 1 0 y 1 2 ) ,
Además, h a h a b i d o m u c h a s c i v i l i z a c i o n e s «culturalmente federales»,
c o m o l a a n t i g u a M e s o p o t a m i a (capítulo 3 ) , l a G r e c i a clásica (capítu-
lo 7 ) o l a E u r o p a feudal y de principios de l a E d a d M o d e r n a (ca-
pítulos 1 2 y 1 3 ) , d o n d e pequeños E s t a d o s coexistían e n u n a r e d más
a m p l i a , f l e x i b l e m e n t e «cultural». L a s f o r m a s d e superposición e i n -
teracción h a n v a r i a d o c o n s i d e r a b l e m e n t e , p e r o s i e m p r e h a n e s t a d o
ahí.
La promiscuidad de organizaciones y funciones
L a concepción d e l a s s o c i e d a d e s c o m o r e d e s c o n f e d e r a d a s , s u -
perpuestas e intersectantes y n o c o m o simples totalidades, c o m p l i c a
la teoría. P e r o todavía h e m o s d e i n t r o d u c i r más c o m p l e j i d a d e s . L a s
36 Una historia del poder hasta 1760 d.C.
v e r d a d e r a s r e d e s i n s t i t u c i o n a l i z a d a s d e interacción n o t i e n e u n a r e -
lación s e n c i l l a i g u a l i t a r i a c o n l a s f u e n t e s ideales-típicas d e l p o d e r
s o c i a l q u e f u e r o n m i p u n t o d e p a r t i d a . E s t o n o s llevará a d e s g l o s a r
l a ecuación d e f u n c i o n e s y o r g a n i z a c i o n e s y a r e c o n o c e r s u «promis-
cuidad».
V e a m o s , p o r e j e m p l o , l a relación e n t r e e l m o d o c a p i t a l i s t a d e
producción y e l E s t a d o , L o s w e b e r i a n o s a d u c e n q u e M a r x y s u s
s e g u i d o r e s p a s a n p o r a l t o e l p o d e r e s t r u c t u r a l d e l E s t a d o y se c o n -
c e n t r a n e x c l u s i v a m e n t e e n e l p o d e r d e l c a p i t a l i s m o . También a d u c e n
q u e esta crítica equivale a d e c i r q u e l o s m a r x i s t a s p a s a n p o r a l t o e l
p o d e r autónomo d e l o s f a c t o r e s políticos e n u n a s o c i e d a d , e n c o m -
paración c o n l o s económicos. L o s m a r x i s t a s r e p l i c a n c o n u n b l o q u e
p a r e c i d o d e respuestas, r e c h a z a n d o a m b a s a c u s a c i o n e s o , s i n o , j u s -
t i f i c a n d o s u o l v i d o t a n t o d e l o s E s t a d o s c o m o d e l a política, c o n e l
c r i t e r i o d e q u e a f i n d e c u e n t a s l o p r i m o r d i a l es e l c a p i t a h s m o y e l
p o d e r económico. P e r o es p r e c i s o e s t u d i a r más a t e n t a m e n t e las r e s -
p u e s t a s d e a m b o s b a n d o s . L o s E s t a d o s capitahstas a v a n z a d o s n o s o n
fenómenos políticos en lugar de económicos. S o n a m b a s cosas s i -
multáneamente. ¿Cómo podrían s e r o t r a cosa c u a n d o r e d i s t r i b u y e n
aproximadamente la mitad delproducto nacional bruto ( P N B ) de-
t e n i d o e n s u s t e r r i t o r i o s y c u a n d o s u s m o n e d a s , aranceles, s i s t e m a s
e d u c a t i v o y s a n i t a r i o , etc., s o n i m p o r t a n t e s r e c u r s o s d e p o d e r e c o -
nómico? N o es q u e l o s m a r x i s t a s o l v i d e n l o s f a c t o r e s políticos. E s
q u e o l v i d a n e l h e c h o d e q u e l o s E s t a d o s s o n a c t o r e s económicos,
además d e políticos. S o n «funcionalmente promiscuos». Así, e l m o d o
c a p i t a l i s t a a v a n z a d o d e producción c o n t i e n e p o r l o m e n o s d o s a c t o -
res o r g a n i z a d o s : l a s clases y l o s E s t a d o s n a c i o n a l e s . U n o d e l o s t e -
m a s p r i n c i p a l e s d e l v o l u m e n I I será l a distinción e n t r e a m b o s .
Pero n o todos los Estados h a n sido tan promiscuos. P o r ejemplo,
l o s E s t a d o s m e d i e v a l e s e u r o p e o s redistribuían m u y p o c o d e l P N B
contemporáneo. S u s f u n c i o n e s e r a n a b r u m a d o r a y e s t r i c t a m e n t e p o -
líticas. L a separación e n t r e f u n c i o n e s / o r g a n i z a c i o n e s económicas y
políticas e r a clara y simétrica: l o s E s t a d o s e r a n políticos, l a s clases
e r a n económicas. P e r o l a asimetría e n t r e l a situación m e d i e v a l y l a
m o d e r n a a g r a v a n u e s t r o p r o b l e m a teórico. L a s o r g a n i z a c i o n e s y l a s
f u n c i o n e s se e n t r e c r u z a n e n e l p r o c e s o histórico, u n a s veces sepa-
rándose c l a r a m e n t e , o t r a s uniéndose d e diversas f o r m a s . L o s E s t a -
d o s , l o s ejércitos y las iglesias, así c o m o l a s o r g a n i z a c i o n e s especia-
l i z a d a s q u e s o l e m o s c a l i f i c a r d e «económicas» p u e d e n desempeñar
p a p e l e s económicos ( y n o r m a l m e n t e l o h a c e n ) . L a s clases económi-
L.1S sociedades como redes organizadas de poder 37
cas, l o s E s t a d o s y las élites m i l i t a r e s e s g r i m e n ideologías, i g u a l q u e
las iglesias, e t c . N o e x i s t e n r e l a c i o n e s i g u a l i t a r i a s e n t r e f u n c i o n e s y
organizaciones.
S i g u e s i e n d o c i e r t o q u e e x i s t e u n a división g e n e r a l y u b i c u a d e
f u n c i o n e s e n t r e las o r g a n i z a c i o n e s ideológicas, económicas, m i l i t a r e s
Y políticas, división q u e r e a p a r e c e u n a y o t r a v e z p o r l o s i n t e r s t i c i o s
de o r g a n i z a c i o n e s d e p o d e r más f u s i o n a d a s . L o m a n t e n d r e m o s e n
m e n t e , p u e s será u n i n s t r u m e n t o s i m p l i f i c a d o r d e n u e s t r o análisis e n
términos d e las i n t e r r e l a c i o n e s d e u n a serie d e f u n c i o n e s / o r g a n i z a -
ciones d i m e n s i o n a l e s autónomas o d e l a primacía f i n a l d e u n a d e
ellas. E n este s e n t i d o , t a n t o l a o r t o d o x i a m a r x i s t a c o m o l a n e o w e -
b e r i a n a s o n falsas. L a v i d a s o c i a l n o c o n s i s t e e n u n a serie d e t e r r i -
t o r i o s — c o m p u e s t o cada u n o d e u n b l o q u e d e o r g a n i z a c i o n e s y f u n -
ciones, d e m e d i o s y d e f i n e s — c u y a s r e l a c i o n e s e n t r e sí s o n l a s d e
objetos externos.
Organizaciones de poder .
S i e l p r o b l e m a es t a n difícil, ¿cuál es l a solución? E n esta sección
d o y d o s e j e m p l o s empíricos d e l p r e d o m i n i o r e l a t i v o d e u n a f u e n t e
c o n c r e t a d e p o d e r . E s t o s e j e m p l o s i n d i c a n u n a solución e n términos
de organización d e p o d e r . E l p r i m e r o es e l d e l p o d e r m i l i t a r . M u c h a s
veces es fácil v e r l a aparición d e u n n u e v o p o d e r m i l i t a r p o r q u e l a
s u e r t e d e l a g u e r r a p u e d e t e n e r u n a salida así d e rápida y t a j a n t e .
U n o d e esos casos f u e e l a u g e d e l a f a l a n g e d e p i q u e r o s e u r o p e a .
E j e m p l o 1 ; E l auge d e l a falange d e p i q u e r o s europea
I n m e d i a t a m e n t e después d e l año 1 3 0 0 d . C . l o s a c o n t e c i m i e n t o s
m i l i t a r e s p r e c i p i t a r o n i m p o r t a n t e s c a m b i o s sociales e n E u r o p a . E n
u n a serie d e batallas l a v i e j a m e s n a d a f e u d a l , c u y o núcleo estaba
integrado p o r grupos semiindependientes d e caballeros c o n a r m a d u -
r a r o d e a d o s d e s u s v a s a l l o s , se v i o d e r r o t a d a p o r ejércitos ( s o b r e
t o d o s u i z o s y flamencos) q u e se a p o y a b a n más e n c o m p a c t a s m a s a s
de p i q u e r o s d e infantería (véase V e r b r u g g e n , 1 9 7 7 ) . E l r e p e n t i n o
c a m b i o d e l a s u e r t e d e l a g u e r r a llevó a i m p o r t a ' n t e s c a m b i o s d e l
p o d e r s o c i a l . Aceleró l a d e c a d e n c i a d e l a s p o t e n c i a s q u e n o se a j u s -
t a r o n a l o q u e enseñaba l a g u e r r a , p o r e j e m p l o , e l g r a n D u c a d o d e
 38 Una historia del poder hasta 1760 d.C.
Borgoña. P e r o a l a l a r g a reforzó e l p o d e r d e l o s E s t a d o s c e n t r a l i z a -
d o s . A éstos les r e s u l t a b a más fácil a p o r t a r l o s r e c u r s o s n e c e s a r i o s
p a r a m a n t e n e r l o s ejércitos c o m b i n a d o s d e infantería-caballería-arti-
llería q u e constituían l a r e s p u e s t a a l a f a l a n g e d e p i q u e r o s . E s o ace-
leró l a desaparición d e l f e u d a l i s m o clásico e n g e n e r a l , p o r q u e r e f o r -
zó e l E s t a d o c e n t r a l y debilitó a l señor f e u d a l autónomo.
E m p e c e m o s p o r e s t u d i a r este caso a l a l u z d e l o s «factores». S i
se c o n s i d e r a e s t r i c t a m e n t e , p a r e c e t r a t a r s e d e u n a p a u t a c a u s a l s i m -
p l e : l o s c a m b i o s e n l a tecnología d e las r e l a c i o n e s d e l p o d e r político
y económico. E n este m o d e l o t e n e m o s u n caso a p a r e n t e d e d e t e r -
m i n i s m o m i l i t a r . P e r o d e esa m a n e r a i g n o r a m o s l a e x i s t e n c i a d e m u -
chos o t r o s factores q u e c o n t r i b u y e n a l a v i c t o r i a m i l i t a r . P r o b a b l e -
m e n t e , e l más c r u c i a l f u e l a clase d e m o r a l q u e poseían l o s v e n c e -
dores: l a confianza e n e l p i q u e r o d e l a derecha, e l d e l a i z q u i e r d a y
e l d e atrás. E s t o , a s u v e z , p r o b a b l e m e n t e obedecía a l a v i d a r e l a t i -
v a m e n t e igualitaria y c o m u n i t a r i a de los burgueses flamencos y sui-
z o s y d e l o s a g r i c u l t o r e s U b r e s . Podríamos s e g u i r b u s c a n d o h a s t a
h a l l a r u n a explicación d e múltiples f a c t o r e s , o quizá pudiéramos a d u -
c i r q u e e l a s p e c t o d e c i s i v o e r a e l m o d o d e producción económica d e
l o s d o s g r u p o s . E l e s c e n a r i o está m o n t a d o p a r a e l t i p o d e discusión
e n t r e l o s f a c t o r e s económicos, m i l i t a r e s , ideológicos y d e o t r o t i p o
q u e se c i e r n e s o b r e prácticamente t o d a s l a s esferas d e l a investigación
histórica y sociológica. E s u n r i t u a l s i n e s p e r a n z a y s i n f i n a l . P o r q u e
el p o d e r m i h t a r , a l i g u a l q u e t o d a s l a s f u e n t e s d e p o d e r , es e n sí
p r o m i s c u o . E x i g e u n superávit m o r a l y económico — e s decir, a p o -
y o s ideológicos y económicos—, además d e r e c u r r i r a las t r a d i c i o n e s
y avances más e s t r i c t a m e n t e m i l i t a r e s . Todos e l l o s s o n f a c t o r e s n e -
cesarios p a r a e l e j e r c i c i o d e l p o d e r m i h t a r , así q u e ¿cómo p o d e m o s
clasificarlos p o r o r d e n de i m p o r t a n c i a ?
P e r o t r a t e m o s d e o b s e r v a r las i n n o v a c i o n e s m i h t a r e s bajó u n p r i s -
m a d i f e r e n t e , e l d e l a organización. N a t u r a l m e n t e , esas i n n o v a c i o n e s
t u v i e r o n c o n d i c i o n e s p r e v i a s económicas, ideológicas y d e o t r o t i p o .
P e r o también t u v i e r o n u n p o d e r d e reorganización intrínsecamente
m i l i t a r , emergente, intersticial: u n a capacidad m e d i a n t e l a s u p e r i o r i -
d a d c o n c r e t a e n e l c a m p o d e b a t a l l a , p a r a r e e s t r u c t u r a r r e d e s sociales
g e n e r a l e s d i s t i n t a s d e las q u e b r i n d a b a n las i n s t i t u c i o n e s d o m i n a n t e s
e x i s t e n t e s . C a l i f i q u e m o s a éstas d e «feudalismo», l o q u e c o m p r e n d e
u n m o d o d e producción (extracción d e u n e x c e d e n t e a u n c a m p e s i -
n a d o d e p e n d i e n t e , interrelación d e l a s p a r c e l a s d e l o s c a m p e s i n o s
c o n las p o s e s i o n e s d e l o s señores, e n t r e g a d e e x c e d e n t e s e n f o r m a
I ,as sociedades como redes organizadas de poder 39
de mercadería a l a s c i u d a d e s , etc.),- i n s t i t u c i o n e s políticas ( l a j e r a r -
quía d e l o s t r i b u n a l e s d e v a s a l l o a señor, a m o n a r c a ) , i n s t i t u c i o n e s
m i l i t a r e s ( l a m e s n a d a f e u d a l ) y u n a ideología común a t o d a E u r o p a :
el c r i s t i a n i s m o . E l término «feudalismo» es u n a f o r m a a m p l i a d e
describir l a f o r m a d o m i n a n t e e n q u e estaban organizadas e i n s t i t u -
c i o n a l i z a d a s e n t o d a l a E u r o p a o c c i d e n t a l m e d i e v a l l a s miríadas d e
factores d e l a v i d a s o c i a l y , e n e l núcleo, las c u a t r o f u e n t e s d e p o d e r
social. P e r o o t r a s esferas d e l a v i d a s o c i a l e r a n m e n o s centrales p a r a
el f e u d a l i s m o y e s t a b a n m e n o s c o n t r o l a d a s p o r éste. L a v i d a s o c i a l
s i e m p r e es más c o m p l e j a q u e s u s i n s t i t u c i o n e s d o m i n a n t e s p o r q u e ,
c o m o y a h e s u b r a y a d o , l a dinámica d e l a s o c i e d a d p r o c e d e d e l a
miríada d e r e d e s sociales q u e e s t a b l e c e n l o s seres h u m a n o s p a r a p e r -
s e g u i r s u s o b j e t i v o s . E n t r e l a s redes sociales q u e n o se h a l l a b a n e n
; e l núcleo d e l f e u d a l i s m o f i g u r a b a n l a s c i u d a d e s y l a s c o m u n i d a d e s
de c a m p e s i n o s l i b r e s . S u d e s a r r o l l o e r a r e l a t i v a m e n t e i n t e r s t i c i a l a l
i f e u d a l i s m o . Y , e n u n a s p e c t o c r u c i a l , d o s d e ellas, F l a n d e s y S u i z a ,
I a d v i r t i e r o n q u e s u organización s o c i a l a p o r t a b a u n a f o r m a e s p e c i a l -
m e n t e eficaz d e «coerción concentrada» ( q u e es, c o m o más a d e l a n t e
definiré, l a organización m i l i t a r ) a l c a m p o d e b a t a l l a . E r a a l g o q u e
n o s o s p e c h a b a n a d i e , n i s i q u i e r a e l l o s m i s m o s . A veces se a d u c e q u e
la p r i m e r a v i c t o r i a f u e a c c i d e n t a l . E n l a b a t a l l a d e C o u r t r a i l o s c a -
b a l l e r o s franceses habían c e r c a d o a l o s b u r g u e s e s f l a m e n c o s c o n t r a
e l río. N o podían a p l i c a r s u táctica h a b i t u a l c o n t r a l a s cargas d e
! cabañería: ¡a c o r r e r ! C o m o n o e s t a b a n d i s p u e s t o s a s o m e t e r s e a u n a
m a t a n z a , c l a v a r o n las picas e n t i e r r a , d e c i d i e r o n r e s i s t i r y d e s c a b a l -
. g a r o n a l a p r i m e r a oleada de caballeros. Se trata de u n b u e n e j e m p l o
i de sorpresa intersticial, y l o fue para todos l o s interesados.
I P e r o éste no es u n e j e m p l o d e f a c t o r e s «militares» c o n t r a f a c t o r e s
i «económicos». P o r e l c o n t r a r i o , se t r a t a d e u n e j e m p l o d e l a c o m -
I petencia entre dos formas de vida, u n a d o m i n a n t e y feudal, l a otra,
I hasta entonces m e n o s i m p o r t a n t e , d e ciudadanos o d e campesinos
! libres, q u e d i o u n giro decisivo e n e l c a m p o d e batalla. U n a f o r m a
de v i d a generó l a m e s n a d a f e u d a l , l a o t r a l a f a l a n g e d e p i q u e r o s .
A m b a s f o r m a s exigían l a miríada d e «factores» y l a s f u n c i o n e s d e
las c u a t r o f u e n t e s d e p o d e r necesarias p a r a l a e x i s t e n c i a s o c i a l . H a s t a
e n t o n c e s , u n a configuración d e organización d o m i n a n t e , l a f e u d a l ,
i había p r e d o m i n a d o e i n c o r p o r a d o p a r c i a l m e n t e a l a o t r a e n s u s r e -
\. A h o r a , n o o b s t a n t e , e l d e s a r r o l l o i n t e r s t i c i a l d e aspectos d e l a
v i d a f l a m e n c a y d e l a s u i z a encontró u n a organización m i l i t a r r i v a l
capaz d e d e s c a b a l g a r ese p r e d o m i n i o . E l p o d e r m i l i t a r reorganizó l a
40 Una historia del poder hasta 1760 d.C.
v i d a s o c i a l e x i s t e n t e , m e d i a n t e l a eficacia d e u n a f o r m a c o n c r e t a d e
«coerción concentrada» e n e l c a m p o d e b a t a l l a .
D e h e c h o , l a reorganización continuó. L a f a l a n g e d e p i q u e r o s se
vendió ( H t e r a l m e n t e ) a E s t a d o s r i c o s c u y o p o d e r s o b r e las redes
feudales y l a s c i u d a d e s y l o s c a m p e s i n o s i n d e p e n d i e n t e s se v i o i n -
c r e m e n t a d o ( a l i g u a l q u e s o b r e l a rehgión). U n a esfera d e l a v i d a
s o c i a l —^sin d u d a p a r t e d e l f e u d a l i s m o e u r o p e o , p e r o q u e n o estaba
e n s u núcleo, o sea, q u e estaba e s c a s a m e n t e i n s t i t u c i o n a h z a d a — des-
arrolló i n e s p e r a d a e i n t e r s t i c i a l m e n t e u n a organización m i h t a r m u y
c o n c e n t r a d a y c o e r c i t i v a q u e p r i m e r o amenazó a l núcleo, p e r o des-
pués i n d u j o u n a reestructuración d e éste. L a aparición d e u n a o r g a -
nización m i l i t a r autónoma f u e efímera e n este caso. T a n t o s u s orí-
genes c o m o s u d e s t i n o e r a n p r o m i s c u o s , y n o p o r accidente, s i n o
p o r s u p r o p i a índole. E l p o d e r m i l i t a r permitió u n a r a c h a d e r e o r -
g a n i z a c i o n e s , u n a reagrupación t a n t o d e l a miríada d e redes d e l a
sociedad c o m o d e sus configuraciones d o m i n a n t e s de p o d e r .
E j e m p l o 2 : L a aparición d e c u l t u r a s y r e l i g i o n e s d e civilización
E n m u c h o s m o m e n t o s y l u g a r e s , las ideologías se h a n d i f u n d i d o
p o r u n . espacio s o c i a l m u c h o más e x t e n s o q u e e l c u b i e r t o p o r l o s
E s t a d o s , l o s ejércitos o l o s m o d o s d e producción económica. P o r
e j e m p l o , l a s seis c i v i l i z a c i o n e s prístinas m e j o r c o n o c i d a s : M e s o p o -
t a m i a , E g i p t o , e l V a l l e d e l I n d o , l a C h i n a d e l río A m a r i l l o , M e s o -
américa y l a América a n d i n a ( c o n l a p o s i b l e excepción d e E g i p t o )
s u r g i e r o n c o m o u n a serie d e pequeños E s t a d o s s i t u a d o s e n e l i n t e -
r i o r d e u n a u n i d a d c u l t u r a l d e civilización, c o n e s t i l o s m o n u m e n t a l e s
y artísticos, f o r m a s d e representación simbólica y p a n t e o n e s r e l i g i o -
sos c o m u n e s . E n l a h i s t o r i a u l t e r i o r , e n m u c h o s casos también se
hallan federaciones de Estados e n e l i n t e r i o r de u n a u n i d a d cultural
más a n i p l i a ( p o r e j e m p l o , l a G r e c i a clásica o l a E u r o p a m e d i e v a l ) .
L a s r e l i g i o n e s s a l v a c i o n i s t a s u n i v e r s a l e s se d i f u n d i e r o n p o r r e g i o n e s
d e l g l o b o m u c h o más e x t e n s a s q u e n i n g u n a o t r a organización d e
p o d e r . D e s d e e n t o n c e s , también h a h a b i d o ideologías seculares c o m o
e l l i b e r a l i s m o y e l s o c i a l i s m o q u e se h a n d i f u n d i d o e x t e n s i v a m e n t e
p o r e n c i m a d e las f r o n t e r a s d e o t r a s r e d e s d e p o d e r .
O sea, q u e l a s r e l i g i o n e s y o t r a s ideologías s o n fenómenos h i s -
tóricos importantísimos. C u a n d o l o s e s t u d i o s o s señalan esto a n u e s -
t r a atención a r g u m e n t a n e n términos f a c t o r i a l e s : según e l l o s , d e m u e s -
I,as sociedades como redes organizadas de poder 41
tra l a autonomía d e l o s f a c t o r e s «ideales» c o n r e s p e c t o a l o s «mate-
riales» ( p o r e j e m p l o , C o e , 1 9 8 2 , y K e a t i n g e , 1 9 8 2 , e n relación c o n a n -
tiguas c i v i l i z a c i o n e s a m e r i c a n a s , y B e n d i x , 1 9 7 8 , e n relación c o n
la difusión d e l l i b e r a l i s m o a p r i n c i p i o s d e l m u n d o m o d e r n o ) . U n a
v e z más l l e g a l a c o n t r a a n d a n a d a m a t e r i a l i s t a ; esas ideologías n o están
«meramente flotando e n e l aire», s i n o q u e s o n p r o d u c t o d e c i r c u n s -
tancias sociales reales. E s c i e r t o q u e l a ideología n o «flota sobre» l a
v i d a s o c i a l . S a l v o q u e l a ideología se d e r i v e d e l a intervención.divina
en l a v i d a s o c i a l , d e b e e x p l i c a r y r e f l e j a r l a e x p e r i e n c i a d e l a v i d a
real. P e r o —y e n e s t o r e s i d e s u autonomía— e x p l i c a y r e f l e j a aspec-
tos d e l a v i d a s o c i a l q u e l a s i n s t i t u c i o n e s d o m i n a n t e s d e p o d e r y a
existentes ( m o d o s d e producción económica, E s t a d o s , f u e r z a s a r m a -
das, o t r a s ideologías) n o e x p l i c a n n i o r g a n i z a n e f i c a z m e n t e . U n a i d e o -
logía s u r g e c o m o m o v i m i e n t o v i g o r o s o y autónomo c u a n d o p u e d e
e n s a m b l a r e n u n a explicación y u n a organización única v a r i o s aspec-
tos d e l a e x i s t e n c i a q u e h a s t a e n t o n c e s h a n s i d o m a r g i n a l e s , i n t e r s -
ticiales, r e s p e c t o d e las i n s t i t u c i o n e s d o m i n a n t e s d e l p o d e r . Se t r a t a
s i e m p r e d e u n a evolución p o t e n c i a l d e las s o c i e d a d e s , p o r q u e e x i s t e n
m u c h o s aspectos intersticiales de l a experiencia y m u c h a s fuentes d e
c o n t a c t o e n t r e l o s seres h u m a n o s d i s t i n t a s d e l a s q u e f o r m a n las
redes n u c l e a r e s d e las i n s t i t u c i o n e s d o m i n a n t e s .
Permítaseme c i t a r e l e j e m p l o d e l a u n i d a d c u l t u r a l d e l a s c i v i l i -
z a c i o n e s prístinas ( q u e se t r a t a c o n d e t e n i m i e n t o e n l o s capítulos 3
y 4 ) . O b s e r v a m o s u n panteón d e dioses, fiestas, c a l e n d a r i o s , e s t i l o s
de e s c r i t u r a , decoración y edificación d e m o n u m e n t o s . A d v e r t i m o s
las f u n c i o n e s «materiales» más g e n e r a l e s q u e desempeñaron las i n s -
t i t u c i o n e s r e l i g i o s a s : f u n d a m e n t a l m e n t e l a función económica d e a l -
m a c e n a r y r e d i s t r i b u i r l o s p r o d u c t o s agrícolas y r e g u l a r e l c o m e r c i o
y l a función político/militar d e i d e a r l a s n o r m a s d e l a g u e r r a y l a
d i p l o m a c i a . Y e x a m i n a m o s e l c o n t e n i d o d e l a ideología: l a p r e o c u -
pación p o r l a genealogía y l o s orígenes d e l a s o c i e d a d , p o r las t r a n -
siciones d e l ciclo v i t a l , p o r l a i n f l u e n c i a sobre l a f e r t i l i d a d de l a
n a t u r a l e z a y e l c o n t r o l d e l a reproducción h u m a n a , p o r l a j u s t i f i c a -
ción y l a regulación d e l a v i o l e n c i a , p o r e l e s t a b l e c i m i e n t o d e f u e n t e s
de a u t o r i d a d legítima más allá d e l g r u p o d e p a r e n t e s c o , l a aldea o e l
E s t a d o a l o s q u e p e r t e n e c e cada u n o . Así, u n a c u l t u r a c e n t r a d a e n
la religión a p o r t a b a a l a g e n t e q u e vivía e n c o n d i c i o n e s p a r e c i d a s e n
u n a región e x t e n s a u n a i d e n t i d a d c o l e c t i v a n o r m a t i v a y u n a c a p a c i -
dad para cooperar q u e n o era intensa e n s u capacidad de m o v i l i z a -
ción, p e r o q u e e r a más e x t e n s i v a y d i f u s a d e l o q u e a p o r t a b a n a l
 42 Una historia del poder hasta i 760 d.C,
E s t a d o , e l ejército o e l m o d o d e producción. U n a c u l t u r a c e n t r a d a
e n l a religión b r i n d a b a u n a f o r m a p a r t i c u l a r d e o r g a n i z a r l a s r e l a -
c i o n e s sociales. F u s i o n a b a e n u n a f o r m a c o h e r e n t e d e organización
v a r i a s n e c e s i d a d e s sociales, h a s t a e n t o n c e s i n t e r s t i c i a l e s r e s p e c t o a l a
i n s t i t u c i o n e s d o m i n a n t e s d e las pequeñas s o c i e d a d e s f a m i l i a r e s / a l d e a -
nas/estatales d e l a región. Después, l a organización d e p o d e r d e t e m -
p l o s , s a c e r d o t e s , escribas, e t c . , reaccionó y reorganizó esas i n s t i t u -
ciones, e n particular mediante e l establecimiento de f o r m a s de regu-
lación económica y política d e l a r g o alcance.
¿Fue esto r e s u l t a d o d e s u c o n t e n i d o ideológico? N o , s i c o n eso
n o s r e f e r i m o s a s u s r e s p u e s t a s ideológicas. Después d e t o d o , las r e s -
p u e s t a s q u e d a n l a s ideologías a l a p r e g u n t a s s o b r e e l «significado
de l a vida» n o s o n t a n d i v e r s a s . T a m p o c o s o n e s p e c i a l m e n t e i m p r e -
s i o n a n t e s , t a n t o e n e l s e n t i d o d e q u e s u v e r a c i d a d n u n c a se p u e d e
c o m p r o b a r , c o m o e n e l sentido de q u e las contradicciones q u e de-
berían r e s o l v e r ( p o r e j e m p l o , l a cuestión d e l a t e o d i c e a : ¿por qué
c o e x i s t e n u n o r d e n y u n s i g n i f i c a d o a p a r e n t e s c o n e l caos y e l m a l ? )
; p e r s i s t e después d e h a b e r r e c i b i d o r e s p u e s t a . ¿Por qué, e n t o n c e s ,
a l g u n o s m o v i m i e n t o s ideológicos c o n q u i s t a n s u región, e i n c l u s o g r a n
parte del m u n d o , mientras q u e l a m a y o r parte n o l o logra? E s p o -
: s i b l e q u e l a expKcación d e l a d i f e r e n c i a se h a l l e m e n o s e n l a s r e s -
: p u e s t a s q u e a p o r t a n l a s ideologías q u e e n l a f o r m a e n q u e o r g a n i z a n
j esas r e s p u e s t a s . L o s m o v i m i e n t o s ideológicos a d u c e n q u e l o s p r o -
¡ b l e m a s h u m a n o s se p u e d e n r e s o l v e r c o n l a a y u d a d e u n a autoridad
, sagrada y transcendental, u n a a u t o r i d a d q u e p e n e t r e h o r i z o n t a l y
v e r t i c a l m e n t e e n e l ámbito «secular» d e las a u t o r i d a d e s d e l o s p o d e -
: r e s económico, m i l i t a r y político. E l p o d e r ideológico se c o n v i e r t e
; e n u n a f o r m a d i s t i n t a d e organización s o c i a l , q u e p e r s i g u e u n a d¡-
i v e r s i d a d d e o b j e t i v o s , «seculares» y «materiales» ( p o r e j e m p l o , l a
; legitimación d e d e t e r m i n a d a s f o r m a s d e a u t o r i d a d ) , además d e l o s
j c o n s i d e r a d o s c o n v e n c i o n a l m e n t e r e l i g i o s o s e ideales ( p o r e j e m p l o , l a
• búsqueda d e s i g n i f i c a d o ) . S i l o s m o v i m i e n t o s ideológicos están c l a -
• r a m e n t e d e l i m i t a d o s e n c u a n t o organizaciones, p o d e m o s a n a l i z a r las
i s i t u a c i o n e s e n q u e s u f o r m a p a r e c e r e s p o n d e r a las n e c e s i d a d e s h u -
; m a n a s . Deberían e x i s t i r d e t e r m i n a d a s c o n d i c i o n e s d e l a c a p a c i d a d d e
l a a u t o r i d a d s o c i a l t r a n s c e n d e n t a l , q u e v a y a n más allá d e l ámbito d e
: las a u t o r i d a d e s establecidas d e p o d e r p a r a r e s o l v e r p r o b l e m a s h u m a -
; n o s . U n a d e las c o n c l u s i o n e s d e m i e s t u d i o histórico es a d u c i r q u e ,
: e f e c t i v a m e n t e , así o c u r r e .
\n c o n s e c u e n c i a , las f u e n t e s d e l p o d e r n o están i n t e g r a d a s i n t e r -
I il'i iiociedades como redes organizadas de poder 43
ñámente p o r u n a serie d e «factores» estables q u e m u e s t r e n t o d o s l a
m i s m a coloración. C u a n d o s u r g e u n a f u e n t e i n d e p e n d i e n t e d e p o d e r ,
cü p r o m i s c u a e n relación c o n l o s «factores», q u e a c o p i a d e t o d o s l o s
1 ¡neones d e l a v i d a s o c i a l y a l o s q u e n o d a s i n o u n a configuración
d i s t i n t a d e organización. A h o r a p o d e m o s p a s a r a las c u a t r o f u e n t e s
y l o s m e d i o s d e organización q u e i m p h c a n .
l.as cuatro fuentes y organizaciones del poder
E l poder ideológico se d e r i v a d e tres a r g u m e n t o s i n t e r r e l a c i o n a -
dos e n l a tradición sociológica. E n p r i m e r l u g a r , n o p o d e m o s c o m -
p r e n d e r e l m u n d o m e r a m e n t e m e d i a n t e l a percepción d i r e c t a d e l o s
s e n t i d o s ( n i , e n c o n s e c u e n c i a , a c t u a r c o n f o r m e a esa comprensión).
N e c e s i t a m o s q u e se i m p o n g a n c o n c e p t o s y categorías d e significados
,1 esas p e r c e p c i o n e s d e l o s s e n t i d o s . L a organización s o c i a l d e l c o -
n o c i m i e n t o y d e l s i g n i f i c a d o últimos es a l g o n e c e s a r i o p a r a l a v i d a
s'ocial, c o m o aducía W e b e r . Así, q u i e n e s m o n o p o h z a n u n a r e i v i n d i -
cación d e l s i g n i f i c a d o p u e d e n e j e r c e r e l p o d e r c o l e c t i v o y d i s t r i b u -
t i v o . E n s e g u n d o l u g a r , h a c e n f a l t a normas, s u p u e s t o s c o m u n e s d e
cómo d e b e n a c t u a r las p e r s o n a s m o r a l m e n t e e n s u s r e l a c i o n e s m u -
tuas, p a r a q u e e x i s t a u n a cooperación s o c i a l s o s t e n i d a . D u r k h e i m
demostró q u e h a c e n f a l t a u n o s s u p u e s t o s n o r m a t i v o s c o m u n e s p a r a
q u e e x i s t a u n a cooperación s o c i a l estable y eficaz y q u e a m e n u d o
sus p o r t a d o r e s s o n m o v i m i e n t o s ideológicos, c o m o l a s r e l i g i o n e s .
U n m o v i m i e n t o ideológico q u e a u m e n t e l a c o n f i a n z a m u t u a y l a
m o r a l c o l e c t i v a d e u n g r u p o p u e d e i n c r e m e n t a r las f a c u l t a d e s c o l e c -
tivas d e éste y v e r s e r e c o m p e n s a d o p o r e l m a y o r celo d e s u s s e g u i -
d o r e s . Así, e l m o n o p o l i o d e l a s n o r m a s c o n s t i t u y e u n a vía h a c i a e l
' p o d e r . L a t e r c e r a f u e n t e d e p o d e r ideológico es l a q u e c o n s t i t u y e n
las prácticas estéticas/rituales. E s t a s n o se p u e d e n r e d u c i r a u n a c i e n -
cia r a c i o n a l . C o m o l o h a e x p r e s a d o B l o c h ( 1 9 7 4 ) , a l t r a t a r d e l p o d e r
d e l m i t o r e l i g i o s o : «No se p u e d e d i s c u t i r c o n u n a canción.» H a y u n
p o d e r d i s t i n t i v o q u e se c o m u n i c a a través d e l a canción, l a d a n z a ,
las f o r m a s artísticas v i s u a l e s y l o s r i t o s . C o m o r e c o n o c e t o d o e l
m u n d o , s a l v o l o s m a t e r i a l i s t a s más f e r v i e n t e s , c u a n d o e l s i g n i f i c a d o ,
las n o r m a s y las prácticas estéticas y r i t u a l e s s o n m o n o p o h o d e u n
g r u p o d i s t i n t i v o , éste p u e d e p o s e e r u n c o n s i d e r a b l e p o d e r i n t e n s i v o
y e x t e n s i v o . P u e d e e x p l o t a r s u f u n c i o n a l i d a d y añadir u n p o d e r d i s -
t r i b u t i v o a l p o d e r c o l e c t i v o . E n capítulos u l t e r i o r e s anahzaré las c i r -
 44 Una historia del poder hasta 1760 d,Gk
c u n s t a n c i a s e n las q u e u n m o v i m i e n t o ideológico p u e d e o b t e n e r tal''
p o d e r , así c o m o s u ámbito g l o b a l . L o s m o v i m i e n t o s r e l i g i o s o s a p o f t
t a n l o s e j e m p l o s más o b v i o s d e p o d e r ideológico, p e r o e n este v o -
l u m e n se c i t a n l o s e j e m p l o s más s e c u l a r e s d e l a s c u l t u r a s d e l a pri»
m e r a M e s o p o t a m i a y d e l a G r e c i a clásica. L a s ideologías p r e d o m i -
n a n t e m e n t e seculares s o n características d e n u e s t r a p r o p i a época: p o f
ejemplo, e l marxismo.
i E n a l g u n a s f o r m u l a c i o n e s , l o s términos «ideología» y «poder
í ideológico» c o n t i e n e n d o s e l e m e n t o s a d i c i o n a l e s : q u e e l c o n o c i m i e n -
t o i m p a r t i d o es f a l s o y / o q u e es u n a m e r a máscara p a r a l a d o m i n a -
' ción m a t e r i a l . Y o n o i m p l i c o n i n g u n a d e esas d o s cosas. E l c o n o c i -
m i e n t o i m p a r t i d o p o r u n m o v i m i e n t o d e p o d e r ideológico f o r z o s a -
\e «supera l a experiencia» ( c o m o dice P a r s o n s ) . N o se p u e d e
' s o m e t e r t o t a l m e n t e a p r u e b a m e d i a n t e l a e x p e r i e n c i a y e n e l l o reside
: s u capacidad d i s t i n t i v a para persuadir y d o m i n a r . P e r o n o tiene p o r
j qué s e r f a l s o ; s i l o es, t i e n e m e n o s p r o b a b i l i d a d e s d e d i f u n d i r s e . E l
p u e b l o n o es u n a m a s a d e i d i o t a s m a n i p u l a b l e s . Y a u n q u e e f e c t i v a -
m e n t e las ideologías c o n t i e n e n l e g i t i m a c i o n e s d e i n t e r e s e s p r i v a d o s
y d e dominación m a t e r i a l , es p o c o p r o b a b l e q u e l l e g u e n a i n f l u i r e n
las p e r s o n a s s i n o s o n más q u e e s o . L a s ideologías v i g o r o s a s s o n ,
c o m o mínimo, m u y p l a u s i b l e s e n las c i r c u n s t a n c i a s d e c a d a m o m e n -
t o y c r e a n u n a adhesión auténtica.
I E s a s s o n l a s f u n c i o n e s d e l p o d e r ideológico, p e r o , ¿qué l i n e a -
í m i e n t o s característicos d e organización crean?
L a organización ideológica se p r e s e n t a e n d o s t i p o s p r i n c i p a l e s .
E n l a p r i m e r a f o r m a , más autónoma, es s o c i o e s p a c i a l m e n t e transcen-
dente. T r a n s c i e n d e l a s i n s t i t u c i o n e s e x i s t e n t e s d e p o d e r ideológico,
económico, m i l i t a r y político y g e n e r a u n a f o r m a «sagrada» d e a u -
• t o r i d a d ( e n e l sentido d e D u r k h e i m ) , separada y p o r encima d e es-
t r u c t u r a s d e a u t o r i d a d más seculares. D e s a r r o l l a u n a función autó-
n o m a m u y poderosa cuando las propiedades emergentes de l a vida
s o c i a l c r e a n l a p o s i b i l i d a d d e u n a cooperación o u n a explotación
m a y o r q u e t r a n s c i e n d e n e l ámbito d e organización d e las a u t o r i d a d e s
seculares. Técnicamente, p u e s , l a s o r g a n i z a c i o n e s ideológicas p u e d e n
; d e p e n d e r más d e l o h a b i t u a l d e l a s q u e y o h e d e n o m i n a d o técnicas
difusas d e p o d e r y , e n c o n s e c u e n c i a , s o n p r o p a g a d a s p o r l a extensión
• d e «infraestructuras universales» c o m o l a alfabetización, l a acuña-
' ción d e m o n e d a y l o s m e r c a d o s .
C o m o aducía D u r k h e i m , l a religión s u r g e p o r l a u t i l i d a d d e l a
integración n o r m a t i v a ( y d e l s i g n i f i c a d o y d e l a estética y d e l r i t u a l ) ,
1 sociedades como redes organizadas de poder 45
y es «sagrada», está s e p a r a d a d e las r e l a c i o n e s laicas d e p o d e r . P e r o
l i o se l i m i t a a i n t e g r a r y r e f l e j a r u n a «sociedad» y a e s t a b l e c i d a ; d e
hecho, puede crear efectivamente u n a r e d d e l t i p o d e u n a sociedad,
ima c o m u n i d a d r e l i g i o s a o c u l t u r a l , a p a r t i r d e n e c e s i d a d e s y r e l a -
c i o n e s sociales i n t e r s t i c i a l e s y e m e r g e n t e s . E s o e s e l m o d e l o q u e
iiplico e n l o s capítulos 3 y 4 a l a s p r i m e r a s c i v i l i z a c i o n e s e x t e n s i v a s
y e n l o s capítulos 1 0 y 1 1 a l a s r e l i g i o n e s s a l v a c i o n i s t a s u n i v e r s a l e s ,
líl p o d e r ideológico b r i n d a u n método s o c i o e s p a c i a l d i s t i n t i v o ' de
hacer f r e n t e a p r o b l e m a s sociales e m e r g e n t e s .
L a s e g u n d a configuración es l a ideología c o m o moral i n m a n e n t e ,
q u e i n t e n s i f i c a l a cohesión, l a c o n f i a n z a y , e n c o n s e c u e n c i a , e l p o d e r
lie u n g r u p o s o c i a l y a e s t a b l e c i d o . L a ideología i n m a n e n t e t i e n e u n
i m p a c t o m e n o s v i s i b l e m e n t e autónomo, p u e s e n g r a n m e d i d a r e f u e r -
za a l g o q u e y a e x i s t e . S i n e m b a r g o , l a s ideologías d e clase o d e
nación ( q u e s o n l o s p r i n c i p a l e s e j e m p l o s ) , c o n s u s i n f r a e s t r u c t u r a s
ilistintivas, p o r l o general extensivas y difusas, h a n c o n t r i b u i d o m u -
c h o a l e j e r c i c i o d e l p o d e r , desde l o s t i e m p o s d e l o s a n t i g u o s i m p e r i o s
nsirio y persa e n adelante.
E l poder económico se d e r i v a d e l a satisfacción d e las n e c e s i d a d e s
de s u b s i s t e n c i a m e d i a n t e l a organización s o c i a l d e l a extracción, l a
transformación, l a distribución y e l c o n s u m o d e l o s o b j e t o s d e l a
n a t u r a l e z a . A u n a agrupación f o r m a d a e n t o r n o a esas tareas se l a
d e n o m i n a clase, y, e n c o n s e c u e n c i a , e n esta o b r a es u n c o n c e p t o
p u r a m e n t e económico. N o r m a l m e n t e , l a s r e l a c i o n e s económicas d e
producción, distribución, i n t e r c a m b i o y c o n s u m o c o m b i n a n u n a l t o
grado de p o d e r i n t e n s i v o y extensivo y h a n c o n s t i t u i d o u n a gran
p a r t e d e l d e s a r r o l l o s o c i a l . Así, l a s clases f o r m a n u n a g r a n p a r t e d e
las r e l a c i o n e s generales d e estratificación s o c i a l . Q u i e n e s p u e d e n m o -
n o p o l i z a r e l c o n t r o l d e l a producción, l a distribución, e l i n t e r c a m b i o
y e l c o n s u m o , es d e c i r , l a clase d o m i n a n t e , p u e d e n o b t e n e r e l p o d e r
g e n e r a l c o l e c t i v o y d i s t r i b u t i v o e n l a s sociedades. También analizaré
las c i r c u n s t a n c i a s e n las q u e s u r g e ese p o d e r .
N o m e referiré aquí a l o s múltiples d e b a t e s s o b r e e l p a p e l d e las
clases e n l a h i s t o r i a . P r e f i e r o e l c o n t e x t o d e l o s p r o b l e m a s históricos
reales, e m p e z a n d o e n e l capítulo 7 p o r l a l u c h a d e clases e n l a a n -
t i g u a G r e c i a ( l a p r i m e r a época histórica s o b r e l a q u e d i s p o n e m o s d e
d a t o s a d e c u a d o s ) . E n ese caso, d i s t i n g o c u a t r o fases e n l a evolución
de las r e l a c i o n e s d e clase y d e l a l u c h a d e clases: e s t r u c t u r a s d e clase
latentes, extensivas, simétricas y políticas. L a s u t i l i z o e n l o s capítulos
s u c e s i v o s . M i s c o n c l u s i o n e s se i n d i c a n e n e l último capítulo. Veré-
 ,46
Una historia del poder hasta 1760 d.C,
¡ m o s q u e , s i b i e n las clases s o n i m p o r t a n t e s , n o s o n «el m o t o r d e l a
; historia», c o m o creía, p o r e j e m p l o , M a r x .
H a y u n a cuestión i m p o r t a n t e e n t o r n o a l a c u a l d i f i e r e n l a s d o s
p r i n c i p a l e s t r a d i c i o n e s teóricas. L o s m a r x i s t a s d e s t a c a n e l c o n t r o l
s o b r e l a f u e r z a d e t r a b a j o c o m o f u e n t e d e l p o d e r económico y p o r
eso se c o n c e n t r a n e n l o s «modos áe producción». Los neoweberianos
( y o t r o s , c o m o l a escuela s u s t a n t i v i s t a d e K a r l P o l a n y i ) d e s t a c a n l a
organización d e l intercambio económico. N o p o d e m o s e l e v a r l o u n o
p o r e n c i m a d e l o o t r o s o b r e bases teóricas apriorísticas. D e b e m o s
, d e j a r q u e l o s d a t o s históricos d e c i d a n l a cuestión. E l a f i r m a r , c o m o
: h a c e n m u c h o s m a r x i s t a s , q u e l a s r e l a c i o n e s d e producción d e b e n ser
: decisivas p o r q u e «la producción es l o primero» (es decir, p r e c e d e a
l a distribución, e l i n t e r c a m b i o y e l c o n s u m o ) es o l v i d a r e l aspecto
de «emergencia». U n a v e z q u e e m e r g e u n a f o r m a d e i n t e r c a m b i o , es
u n hecho social, p o t e n c i a l m e n t e v i g o r o s o . L o s comerciantes pueden
r e a c c i o n a r a l a o p o r t u n i d a d d e s u e x t r e m o d e l a c a d e n a económica
y después a c t u a r s o b r e l a organización d e producción d e l a q u e
s u r g i e r o n i n i c i a l m e n t e . U n i m p e r i o m e r c a n t i l c o m o e l f e n i c i o es u n
e j e m p l o de u n g r u p o comercial cuyos actos m o d i f i c a r o n decisiva-
m e n t e las v i d a s d e l o s g r u p o s p r o d u c t o r e s c u y a s n e c e s i d a d e s c r e a r o n
i n i c i a l m e n t e e l p o d e r d e ese g r u p o ( p o r e j e m p l o , e l d e s a r r o l l o d e l
a l f a b e t o ; véase e l capítulo 7 ) . L a s r e l a c i o n e s e n t r e l a producción y
el i n t e r c a m b i o s o n c o m p l e j a s y a m e n u d o a t e n u a d a s : m i e n t r a s q u e
la producción t i e n e m u c h o p o d e r i n t e n s i v o , p u e s m o v i h z a u n a c o o -
I peración s o c i a l l o c a l i n t e n s a p a r a e x p l o t a r l a n a t u r a l e z a , e l i n t e r c a m -
; b i o p u e d e r e a l i z a r s e d e f o r m a m u y e x t e n s i v a . E n s u s márgenes, e l
intercambio puede tropezar c o n influencias y oportunidades m u y
d i s t a n t e s d e las r e l a c i o n e s d e producción q u e g e n e r a r o n i n i c i a l m e n t e
las a c t i v i d a d e s d e v e n t a . E l p o d e r económico s u e l e s e r d i f u s o , n o
c o n t r o l a b l e d e s d e u n c e n t r o . E s o s i g n i f i c a q u e l a e s t r u c t u r a d e clases
p u e d e n o s e r u n i t a r i a , u n a s o l a jerarquía d e p o d e r económico. S i se
atenúan las r e l a c i o n e s d e producción y d e i n t e r c a m b i o , p u e d e n f r a g -
m e n t a r l a e s t r u c t u r a d e clases.
I Así, l a s clases s o n g r u p o s c o n u n p o d e r s o c i a l d i f e r e n c i a l s o b r e
! l a organizadción s o c i a l d e l a extracción, l a transformación, l a d i s t r i -
i c o l e c t i v o y d i s t r i b u t i v o . E s e p o d e r se h a o l v i d a d o últimamente e n
' bución y e l c o n s u m o d e l o s o b j e t o s d e l a n a t u r a l e z a . R e p i t o q u e
I u t i l i z o e l término clase p a r a d e n o t a r u n a agrupación d e p o d e r p u r a -
I m e n t e económico y e l término estratificación social p a r a d e n o t a r c u a l -
I q u i e r t i p o de" distribución d e l p o d e r . E l término clase gobernante
jl de producción, distribución, intercambio y consumo». Con ello no implico que la
' denotará u n a clase económica q u e h a l o g r a d o m o n o p o l i z a r o t r a s
,i producción tenga primacía sobre otras esferas.
I itN sociedades como redes organizadas de poder 47
iiicntes d e p o d e r a f i n d e d o m i n a r e n g e n e r a l a u n a s o c i e d a d c e n t r a d a
i'ii u n E s t a d o . D e j o p a r a e l anáhsis histórico las c u e s t i o n e s r e l a t i v a s
it las i n t e r r e l a c i o n e s d e las clases c o n o t r a s a g r u p a c i o n e s d e e s t r a t i f i -
irtclón.
L a organización económica c o m p r e n d e c i r c u i t o s d e producción,
distribución, i n t e r c a m b i o y c o n s u m o . S u p r i n c i p a l p e c u l i a r i d a d s o -
cioespacial es q u e , s i b i e n esos c i r c u i t o s s o n e x t e n s i v o s , también
entrañan e l t r a b a j o c o t i d i a n o , i n t e n s i v o y práctico — - l o q u e M a r x
l l i i m a b a l a praxis— d e l a m a s a d e l a población. D e este, m o d o , l a
organización económica p r e s e n t a u n a m e z c l a s o c i o e s p a c i a l d i s t i n t i -
vamente estable de p o d e r extensivo e i n t e n s i v o y d e p o d e r difuso y
I a u t o r i t a r i o . P o r eso denominaré circuitos de praxis a l a organización
económica. E l o b j e t i v o d e ese término, más b i e n p o m p o s o , es a v a n -
; / a r a p a r t i r d e d o s d e las p e r c e p c i o n e s d e M a r x . E n p r i m e r l u g a r , a
u n «extremo» d e u n m o d o d e producción r a z o n a b l e m e n t e d e s a r r o -
', Hado se h a l l a u n a m a s a d e o b r e r o s q u e t r a b a j a n y se e x p r e s a n m e -
; i l i a n t e l a c o n q u i s t a d e l a n a t u r a l e z a . E n s e g u n d o l u g a r , a l o t r o «ex-
tremo» d e l m o d o e x i s t e n c i r c u i t o s c o m p l e j o s y e x t e n s i v o s d e i n t e r -
cambio e n l o s q u e m i l l o n e s de personas p u e d e n hallarse encerradas
j p o r f u e r z a s i m p e r s o n a l e s , a p a r e n t e m e n t e <ínaturales». E l c o n t r a s t e es
p a r t i c u l a r m e n t e a g u d o e n e l caso d e l c a p i t a h s m o , p e r o está p r e s e n t e
' e n t o d o s l o s t i p o s d e organización d e l p o d e r económico. L o s g r u p o s
d e f i n i d o s e n relación c o n l o s c i r c u i t o s d e p r a x i s s o n clases. L a m e -
d i d a e n l a q u e éstas s e a n «extensivas», «simétricas» y «políticas» e n
t o d o e l c i r c u i t o d e l a p r a x i s d e u n m o d o d e producción ^ d e t e r m i -
nará l a c a p a c i d a d d e organización d e las clases y l a l u c h a d e clases,
y e l l o a s u v e z girará e n t o r n o a l a e s t r e c h e z d e l vínculo e n t r e l a
producción l o c a l i n t e n s i v a y l o s c i r c u i t o s e x t e n s i v o s d e i n t e r c a m b i o .
E l poder militar y a se h a d e f i n i d o e n p a r t e . S e d e r i v a d e l a n e -
cesidad d e u n a defensa física o r g a n i z a d a y d e s u u t i h d a d p a r a , l a
agresión. T i e n e aspectos t a n t o i n t e n s i v o s c o m o e x t e n s i v o s , p u e s afec-
ta a c u e s t i o n e s d e v i d a y m u e r t e , así c o m o a l a organización d e l a
defensa y d e l a t a q u e e n g r a n d e s espacios geográficos y sociales. Q u i e -
nes l o m o n o p o l i z a n , c o m o las élites m i l i t a r e s , p u e d e n o b t e n e r p o d e r
íj ^ E n adelante, utilizaré el término m o d o de producción como abreviatura de «modo
 48 Una historia del poder hasta 1760 d.C.
l a teoría s o c i a l , y e n m i caso r e g r e s o a a u t o r e s d e l s i g l o XIX y
p r i n c i p i o s d e l XX c o m o Spencer, G u m p l o w i c z y O p p e n h e i m e r (aun-
q u e e n g e n e r a l éstos e x a g e r a r o n s u c a p a c i d a d ) .
L a organización militar es e s e n c i a l m e n t e concentrada-coercitiva.
M o v i l i z a l a v i o l e n c i a , e l i n s t r u m e n t o más c o n c e n t r a d o , s i n o e l más
c o n t u n d e n t e , d e l p o d e r h u m a n o . E s algo evidente e n t i e m p o d e gue-
r r a . L a concentración d e l a f u e r z a c o n s t i t u y e l a clave d e casi t o d o s
l o s c o m e n t a r i o s clásicos s o b r e l a táctica m i l i t a r . P e r o c o m o v e r e m o s
e n v a r i o s capítulos históricos ( e s p e c i a l m e n t e d e l 5 a l 9 ) , p u e d e c o n -
\r más allá d e l c a m p o d e b a t a l l a y d e l a campaña. L a s f o r m a s
m i l i t a r i s t a s d e c o n t r o l s o c i a l q u e se a p l i c a n e n t i e m p o d e p a z t a m -
bién están m u y c o n c e n t r a d a s . P o r e j e m p l o , es f r e c u e n t e q u e sea u n a
m a n o d e o b r a d i r e c t a m e n t e c o e r c i o n a d a , esclava o f o r z o s a , l a q u e
c o n s t r u y e las f o r t i f i c a c i o n e s , l o s m o n u m e n t o s o l a s g r a n d e s c a r r e t e -
ras o canales d e comunicación. L a m a n o d e o b r a c o e r c i o n a d a t a m -
bién a p a r e c e e n las m i n a s , las p l a n t a c i o n e s y o t r a s g r a n d e s e x p l o t a -
c i o n e s agrícplas y e n l a casas d e l o s p o d e r o s o s . P e r o es m e n o s ade-
cuada para l a agricultura dispersa n o r m a l , para l a i n d u s t r i a , d o n d e
se n e c e s i t a t e n e r c r i t e r i o y c o n o c i m i e n t o s técnicos, y p a r a l a s a c t i -
v i d a d e s dispersas d e l c o m e r c i o . L o s costes d e i m p o n e r e f i c a z m e n t e
l a coerción d i r e c t a e n esas esferas h a n e x c e d i d o l o s r e c u r s o s d e t o d o s
l o s regímenes c o n o c i d o s históricamente. Así, e l m i l i t a r i s m o h a r e -
s u l t a d o útil e n l o s casos e n q u e e l p o d e r c o n c e n t r a d o , i n t e n s i v o y
autoritario h a dado resultados desproporcionados.
E n s e g u n d o l u g a r , e l p o d e r m i l i t a r también t i e n e u n ámbito más
e x t e n s i v o , d e aspecto n e g a t i v o , t e r r o r i s t a . C o m o h a señalado L a t t i -
m o r e , a l o l a r g o d e l a m a y o r p a r t e d e l a h i s t o r i a e l alcance d e l a t a q u e
m i h t a r h a s i d o m a y o r q u e e l ámbito d e c o n t r o l estatal o d e las
r e l a c i o n e s económicas y d e distribución. P e r o se t r a t a d e u n c o n t r o l
mínimo. L a logística es a b r u m a d o r a . E n e l capítulo 5 c a l c u l o q u e a
l o l a r g o d e l a h i s t o r i a a n t i g u a l a d i s t a n c i a d e m a r c h a máxima s i n
a p o y o q u e podía r e c o r r e r u n ejército e r a d e u n o s 9 0 kilómetros, o
sea u n a base i n s u f i c i e n t e p a r a u n c o n t r o l i n t e n s i v o s o b r e g r a n d e s
superficies. A l enfrentarse c o n u n a f u e r z a m i h t a r poderosa a 3 0 0 k i -
lómetros d e d i s t a n c i a , p o r e j e m p l o , l a población l o c a l podría o b e -
decer e x t e r n a m e n t e sus dictados: pagar u n t r i b u t o anual, reconocer
l a soberanía d e s u líder, e n v i a r a s u s jóvenes a «educarse» e n s u
c o r t e , e t c . , p e r o e l c o m p o r t a m i e n t o c o t i d i a n o podría s e r más h b r e
en o t r o s apectos.
Así, e l p o d e r m i l i t a r es d u a l s o c i o e s p a c i a l m e n t e : u n núcleo c o n -
I lis sociedades como redes organizadas de poder 49
r t ' n t r a d o e n e l c u a l se p u e d e n ejercer c o n t r o l e s c o e r c i t i v o s p o s i t i v o s ,
rodeado p o r u n a p e n u m b r a extensiva e n l a cual unas poblaciones
i i t c r r o r i z a d a s n o irán n o r m a l m e n t e más allá d e u n o s mínimos d e
o b e d i e n c i a , p e r o c u y o c o m p o r t a m i e n t o n o se p u e d e c o n t r o l a r t o t a l -
mente.
E l poder político (también d e f i n i d o e n p a r t e a n t e r i o r m e n t e ) se
d e r i v a d e l a u t i h d a d d e u n a regulación c e n t r a h z a d a , i n s t i t u c i o n a l i z a -
da y t e r r i t o r i a l i z a d a d e m u c h o s a s p e c t o s d e l a s r e l a c i o n e s sociales.
N o l o d e f i n o e n términos p u r a m e n t e «funcionales», e n términos d e
regulación j u d i c i a l r e s p a l d a d a p o r l a coerción. Esas f u n c i o n e s l a s
puede p o s e e r c u a l q u i e r organización d e p o d e r : t a n t o ideológica c o m o
económica y m i h t a r , además d e l o s E s t a d o s . Y o l o l i m i t o a l a s r e -
|',ulaciones y l a coerción c e n t r a l i z a d a s d e n t r o d e u n o s límites t e r r i -
l o r i a l e s , es d e c i r , e l p o d e r del Estado. A l c o n c e n t r a r n o s e n e l E s t a d o ,
p o d e m o s a n a l i z a r s u contribución d i s t i n t i v a a l a v i d a s o c i a l . T a l c o m o
fie d e f i n e e n esta o b r a , e l p o d e r político r e f u e r z a las f r o n t e r a s , m i e n -
tras q u e l a s o t r a s f u e n t e s d e l p o d e r p u e d e n t r a n s c e n d e r l a s . E n s e -
|',undo l u g a r , e l p o d e r m i l i t a r , económico o ideológico p u e d e p a r t i -
cipar e n cualesquiera r e l a c i o n e s ' s o c i a l e s , d o n d e q u i e r a q u e se h a l l e n .
CyUalquier A o g r u p o d e A e s p u e d e ejercer esas f o r m a s d e p o d e r
c o n t r a c u a l q u i e r B o g r u p o d e B e s . E n c a m b i o , las r e l a c i o n e s políticas
se r e f i e r e n a u n a esfera c o n c r e t a , e l «centro». E l p o d e r político se
h a l l a s i t u a d o e n ese c e n t r o y se ejerce h a c i a f u e r a . E l p o d e r político
es n e c e s a r i a m e n t e c e n t r a h z a d o y t e r r i t o r i a l y e n esos r e s p e c t o s d i -
íiere d e las demás f u e n t e s d e l p o d e r (véanse más c o m e n t a r i o s e n
M a n n , 1 9 8 4 ; e n e l próximo capítulo también se d a u n a definición
f o r m a l d e l E s t a d o ) . Q u i e n e s c o n t r o l a n e l E s t a d o , l a éhte d e l E s t a d o ,
pueden obtener tanto el poder colectivo c o m o el distributivo y atra-
p a r a o t r o s e n s u «diagrama d e organización» d i s t i n t i v o .
L a organización política también es d u a l s o c i o e s p a c i a l m e n t e , a u n -
q u e e n u n s e n t i d o d i f e r e n t e . E n este caso h e m o s d e d i s t i n g u i r l a
organización i n t e r n a d e l a «internacional». E n s u i n t e r i o r , e l E s t a d o
está territorialmente centralizado y t e r r i t o r i a l m e n t e d e l i m i t a d o . Así,
los E s t a d o s p u e d e n a l c a n z a r m a y o r p o d e r autónomo c u a n d o l a v i d a
s o c i a l g e n e r a p o s i b i l i d a d e s e m e r g e n t e s d e m a y o r cooperación y e x -
plotación e n f o r m a c e n t r a l i z a d a s o b r e u n a z o n a r e s t r i n g i d a ( e x p l i c a -
d o e n M a n n , 1 9 8 4 ) . S e a p o y a s o b r e t o d o e n técnicas d e p o d e r a u -
t o r i t a r i o , p o r estar c e n t r a l i z a d o , a u n q u e n o t a n t o c o m o l a o r g a n i z a -
ción m i h t a r . C u a n d o t r a t e m o s d e l o s p o d e r e s reales d e l a s élites
estatales, c o n s i d e r e m o s útil d i s t i n g u i r e n t r e l o s p o d e r e s «despóticos»
 50 Una historia del poder hasta 1760 d.Q¡
f o r m a l e s y l o s p o d e r e s «infraestructurales» reales. E s o se e x p l i c a mi
e l capítulo 5 , e n l a sección t i t u l a d a «Estudio C o m p a r a d o d e l o s Iin»i'
p e r i o s Antiguos». v Nocial. E n e l e j e m p l o 2 , y a c i t a d o , l a organización t r a n s c e n d e n t e d e
P e r o l o s límites t e r r i t o r i a l e s d e l o s E s t a d o s — e n u n m u n d o qu4í'|
todavía n o h a estado d o m i n a d o n u n c a p o r u n s o l o E s t a d o — dailt
también o r i g e n a u n a esfera d e r e l a c i o n e s i n t e r e s t a t a l e s r e g u l a d a s . Ltt
diplomacia geopolítica es u n a s e g u n d a f o r m a i m p o r t a n t e d e organi».
zación d e l p o d e r político. E n este v o l u m e n desempeñarán u n p a p e l
c o n s i d e r a b l e d o s t i p o s geopolíticos: e l i m p e r i o hegemónico q u e do-
m i n a l o s chentes de las marcas y vecinos y diversas f o r m a s d e c i v i -
Hzación m u l t i e s t a t a l . E v i d e n t e m e n t e , l a organización g e o p o K t i c a t i e -
ne u n a f o r m a m u y diferente de las otras organizaciones del podar
m e n c i o n a d a s h a s t a a h o r a . D e h e c h o , se t r a t a d e a l g o q u e l a teoría
sociológica p a s a g e n e r a l m e n t e p o r a l t o . P e r o f o r m a p a r t e esencial d»
l a v i d a s o c i a l y n o es r e d u c i b l e a l a s c o n f i g u r a c i o n e s «internas» dí^
p o d e r de sus Estados c o m p o n e n t e s . P o r ejemplo, las pretensiones
hegemónicas y despóticas sucesivas d e l E m p e r a d o r E n r i q u e I V dsi
A l e m a n i a , F e l i p e I I d e España y B o n a p a r t e d e F r a n c i a n o se v i e r o n
h u m i l l a d a s s i n o s u p e r f i c i a l m e n t e p o r l a f u e r z a d e l o s E s t a d o s y da,
o t r o s q u e se o p u s i e r o n a e l l o s ; e n r e a l i d a d , se v i e r o n h u m i l l a d a s pof
l a a r r a i g a d a civIHzación diplomática m u l t i e s t a t a l d e E u r o p a . O sea,
q u e l a organización geopolítica d e l p o d e r es u n a p a r t e esencial d e l a
estratificación s o c i a l g e n e r a l .
E n r e s u m e n , c u a n d o l o s seres h u m a n o s p e r s i g u e n m u c h o s o b j e -
t i v o s , e s t a b l e c e n m u c h a s r e d e s d e interacción s o c i a l . L o s límites y
las capacidades d e esas r e d e s n o c o i n c i d e n . A l g u n a s r e d e s t i e n e n más
c a p a c i d a d q u e o t r a s p a r a o r g a n i z a r l a cooperación s o c i a l i n t e n s i v a y
e x t e n s i v a , a u t o r i t a r i a y d i f u s a . L a s redes m a y o r e s s o n l a s d e p o d e r
ideológico, económico, m i h t a r y político: l a s c u a t r o f u e n t e s d e p o -
d e r s o c i a l . C a d a u n a d e ellas i m p h c a , p u e s , f o r m a s d i s t i n t i v a s de
organización s o c i o e s p a c i a l m e d i a n t e las cuales l o s seres h u m a n o s a l -
c a n z a n u n a g a m a m u y a m p h a , p e r o n o e x h a u s t i v a , d e s u miríada de
o b j e t i v o s . L a i m p o r t a n c i a d e esas c u a t r o redes r e s i d e e n s u c o m b i -
nación d e p o d e r i n t e n s i v o y e x t e n s i v o . P e r o e l l o s e r e f l e j a e n l a
r e a l i d a d histórica a través d e l o s d i v e r s o s m e d i o s d e organización
que i m p o n e n s u f o r m a general a u n a gran parte de l a vida social
g e n e r a l . L a s p r i n c i p a l e s f o r m a s q u e h e i d e n t i f i c a d o s o n las transcen-
dentes o inmanentes ( d e l p o d e r ideológico), l o s circuitos de praxis
(económico), las concentradas-coercitivas ( m i l i t a r ) y las centralizadas-
territoriales y l a organización geopolítica-diplomática ( p o K t i c o ) . Esas
51
I M sociedades como redes organizadas de poder
i'i)nf¡guraciones,se c o n v i e r t e n e n l o q u e y o c a h f i c o d e «promiscuas»,
inics e x t r a e n y e s t r u c t u r a n e l e m e n t o s d e m u c h a s esferas d e l a v i d a
Ll c u l t u r a d e l a s p r i m e r a s c i v i l i z a c i o n e s absorbía aspectos d e r e d i s -
ll'ibución económica, d e n o r m a s d e l a g u e r r a y d e regulación política
y geopolítica. Así p u e s , n o e s t a m o s t r a t a n d o d e las r e l a c i o n e s e x t e r -
nas e n t r e d i f e r e n t e s f u e n t e s , d i m e n s i o n e s o n i v e l e s d e p o d e r s o c i a l ,
NÍno más b i e n d e : 1 ) l a s f u e n t e s c o m o t i p o s Ideales q u e 2 ) a l c a n z a n
una existencia i n t e r m i t e n t e c o m o organizaciones concretas e n l a d i -
visión d e l t r a b a j o y q u e 3 ) p u e d e n e j e r c e r u n a configuración más
i ; e n e r a l y p r o m i s c u a d e l a v i d a s o c i a l . E n 3 ) u n o o más d e esos
m e d i o s d e organización surgirá i n t e r s t i c i a l m e n t e c o m o l a f u e r z a r e o r -
>',anízadora p r i m o r d i a l a c o r t o p l a z o , c o m o e n e l e j e m p l o m i l i t a r , o
a l a r g o p l a z o , c o m o e n e l e j e m p l o ideológico. E s e l m o d e l o l E M P
de p o d e r o r g a n i z a d o .
M a x W e b e r utilizó u n a v e z u n a metáfora b a s a d a e n l o s f e r r o c a -
rriles d e s u época c u a n d o estaba t r a t a n d o d e e x p h c a r l a i m p o r t a n c i a
lie l a ideología: h a b l a b a d e l p o d e r d e las r e l i g i o n e s s a l v a c i o n i s t a s .
Inscribió q u e esas ideas e r a n c o m o l o s «guardaagujas» q u e d e t e r m i -
n a b a n p o r qué vías avanzaría e l d e s a r r o l l o s o c i a l , Quizá c u p i e r a m o -
d i f i c a r l a metáfora. L a s f u e n t e s d e p o d e r s o c i a l s o n «vehículos t e n -
l l e d o r e s d e vías» •—^porque n o e x i s t e n vías h a s t a q u e s e escoge l a
lürección— q u e v a n t e n d i e n d o vías d e d i f e r e n t e a n c h o p o r e l t e r r e n o
s o c i a l e histórico. Los «momentos» de tendido de vías y de paso a
un nuevo ancho son lo más cerca que podemos llegar a la cuestión
de la primada. E n esos m o m e n t o s , e n c o n t r a m o s u n a autonomía d e
concentración, organización y dirección sociales q u e n o e x i s t e e n
m o m e n t o s más i n s t i t u c i o n a l i z a d o s .
E s a es l a clave d e l a i m p o r t a n c i a d e las f u e n t e s d e l p o d e r . A p o r -
t a n organización c o l e c t i v a y u n i d a d a l a I n f i n i t a v a r i e d a d d e l a e x i s -
tencia s o c i a l . A p o r t a n e l e n c u a d r a m i e n t o s i g n i f i c a t i v o q u e e x i s t e e n
u n a e s t r u c t u r a s o c i a l e n g r a n escala ( q u e p u e d e s e r m u y g r a n d e o '
n o ) p o r q u e p u e d e n g e n e r a r l a acción c o l e c t i v a . S o n l o s «medios g e -
neralizados» p o r c o n d u c t o d e l o s cuales l o s seres h u m a n o s h a c e n s u
propia historia.
El modelo lEMP general, su ámbito y sus omisiones
E l m o d e l o g e n e r a l s e e x p o n e d e f o r m a gráfica r e s u m i d a e n l a
figura 1.2. E l p r e d o m i n i o de Kneas discontinuas e n e l diagrama i n -
 52 U n a historia del poder hasta 1760 d.(',

d i c a l o c o m p l i c a d a s q u e s o n las s o c i e d a d e s h u m a n a s . N u e s t r a s t e o
rías n o p u e d e n a b a r c a r s i n o a l g u n o s d e s u s l i n c a m i e n t o s más gene
rales.
1 E m p e z a m o s c o n u n o s seres h u m a n o s q u e p e r s i g u e n s u s o b j e t i
I v o s . C o n e s t o n o q u i e r o d e c i r q u e s u s o b j e t i v o s s e a n «presociales»,
: s i n o más b i e n q u e l o q u e s o n l o s o b j e t i v o s y cómo se c r e a n éstos,
n o t i e n e p e r t i n e n c i a p a r a l o q u e s i g u e después. L a s p e r s o n a s o r i c n
j tadas h a c i a e l logro d e u n o s o b j e t i v o s f o r m a n u n a m u l t i p l i c i d a d de
I r e l a c i o n e s sociales d e m a s i a d o c o m p l e j a p a r a n i n g u n a teoría general,
j S i n e m b a r g o , , las r e l a c i o n e s e n t o r n o a l o s m e d i o s d e organización
I más f u e r t e s se f u s i o n a n y f o r m a n e x t e n s a s r e d e s i n s t i t u c i o n a l e s de
I f o r m a d e t e r m i n a d a y estable, q u e c o m b i n a n t a n t o e l p o d e r i n t e n s i v o
y e l extensivo c o m o e l p o d e r a u t o r i t a r i o y el difuso. A m i entender,
I e x i s t e n c u a t r o d e esas f u e n t e s p r i n c i p a l e s d e p o d e r s o c i a l , cada u n a
i d e las cuales se c e n t r a e n u n m e d i o d i f e r e n t e d e organización. l.iVi
i p r e s i o n e s e n p r o d e l a institucionalización t i e n d e n a f u s i o n a r l a s p a r
I c i a l m e n t e , a s u v e z , e n u n a o más r e d e s d e p o d e r d o m i n a n t e . Esa'*
i r e d e s a p o r t a n e l g r a d o más e l e v a d o d e delimitación q u e e n c o n t r a m n n
j e n l a v i d a s o c i a l , a u n q u e sea delimitación d i s t a d e s e r t o t a l . M u c h a ' i
; redes s i g u e n s i e n d o i n t e r s t i c i a l e s , t a n t o r e s p e c t o d e las c u a t r o fuenifü
I d e l p o d e r c o m o r e s p e c t o a l a s c o n f i g u r a c i o n e s d o m i n a n t e s ; análoga
m e n t e , - h a y a s p e c t o s i m p o r t a n t e s d e las c u a t r o f u e n t e s d e l p o d e r q u e
también p e r m a n e c e n p o c o i n s t i t u c i o n a l i z a d o s c o n r e s p e c t o a las c o n
• f i g u r a c i o n e s d o m i n a n t e s . E s a s d o s f u e n t e s d e interacción i n t e r s t i c i . i l
i a c a b a n p o r p r o d u c i r u n a r e d e m e r g e n t e más f u e r t e , c e n t r a d a e n un,i
¡ o más d e las c u a t r o f u e n t e s d e l p o d e r , e i n d u c e n u n a reorganizaci(ín
: d e l a v i d a s o c i a l y u n a n u e v a configuración d o m i n a n t e . Y así c o n i i
i núa e l p r o c e s o histórico.
I T o d o e s t o c o n s t i t u y e u n e n f o q u e d e l a cuestión d e l a primaeM
I f i n a l , p e r o n o u n a r e s p u e s t a . N i s i q u i e r a h e h e c h o ningún c o m e n l . i
r i o s o b r e e l p r i n c i p a l p u n t o d e d e s a c u e r d o e n t r e l a teoría marx¡,st,i
y l a w e b e r i a n a : e l d e s i p o d e m o s aislar e l p o d e r económico c o m o el
: a s p e c t o t o t a l m e n t e d e c i s i v o q u e d e t e r m i n a l a f o r m a d e las socicd.i
des. Se t r a t a d e u n a cuestión empírica, d e f o r m a q u e p r i m e r o p a ' . f
r e v i s t a a l o s d a t o s , antes d e i n t e n t a r u n a r e s p u e s t a p r o v i s i o n a l e n i l
capítulo 1 6 y u n a r e s p u e s t a más c o m p l e t a e n e l v o l u m e n I I L
H a y t r e s m o t i v o s p o r l o s q u e l a p r u e b a empírica h a d e s e r h i s
tórica. E n p r i m e r l u g a r , e l m o d e l o se o c u p a e s e n c i a l m e n t e de in'i
procesos de cambio social. E n segundo lugar, m i rechazo de la c o n
cepción u n i t a r i a d e l a s o c i e d a d h a c e q u e r e s u l t e más difícil o t r o m o d i "
 54 Una historia del poder hasta 1760 d.C.
p o s i b l e d e investigación, e l d e l a «sociología comparada». L a s s o c i e -
dades n o s o n u n i d a d e s i n d e p e n d i e n t e s q u e se p u e d a n c o m p a r a r s i m -
p l e m e n t e d e u n t i e m p o y u n espacio a o t r o . E x i s t e n e n c o n t e x t o s
d e t e r m i n a d o s d e interacción r e g i o n a l q u e s o n únicos i n c l u s o e n a l -
g u n a s d e s u s características c e n t r a l e s . L a s p o s i b i l i d a d e s d e l a s o c i o -
logía c o m p a r a d a s o n m u y l i m i t a d a s a l e x i s t i r t a n pocos casos c o m -
p a r a b l e s . E n t e r c e r l u g a r , m i metodología c o n s i s t e e n «cuantificar»
e l p o d e r , establecer cuáles s o n e x a c t a m e n t e s u s i n f r a e s t r u c t u r a s y en
s e g u i d a es e v i d e n t e q u e las c a n t i d a d e s d e p o d e r se h a n d e s a r r o l l a d o
i e n o r m e m e n t e a l o l a r g o d e l a h i s t o r i a . L a s capacidades d e p o d e r d a
las s o c i e d a d e s prehistóricas ( s o b r e l a n a t u r a l e z a y s o b r e l o s seres
h u m a n o s ) eran considerablemente inferiores, p o r e j e m p l o , a las de
l a a n t i g u a M e s o p o t a m i a , q u e e r a n i n f e r i o r e s a las d e l a R o m a r e p u -
b h c a n a , q u e a s u v e z e r a n m u c h o m e n o r e s q u e l a s d e l a España d e l
s i g l o XVI, después q u e las d e l a I n g l a t e r r a d e l s i g l o XIX, y así suce-
s i v a m e n t e . E s más i m p o r t a n t e a p r e h e n d e r esa h i s t o r i a q u e h a c e r c o m -
p a r a c i o n e s d e u n l a d o a o t r o d e l m u n d o . E s t e es u n e s t u d i o d e l
«tiempo mundial», p o r u t i l i z a r l a expresión d e E b e r h a r d ( 1 9 6 5 : 1 6 ) ,
e n e l c u a l cada p r o c e s o d e d e s a r r o l l o d e l p o d e r afecta a l m u n d o q u e
lo rodea.
L a h i s t o r i a más a d e c u a d a es l a d e l a s o c i e d a d h u m a n a más p o -
d e r o s a : l a d e l a civihzación o c c i d e n t a l m o d e r n a ( c o m p r e n d i d a l a
Unión Soviética), c u y a h i s t o r i a h a s i d o prácticamente c o n t i n u a desde
l o s orígenes d e l a civilización d e l C e r c a n o O r i e n t e e n t o r n o a l
año 3 0 0 0 a . C . h a s t a l a época a c t u a l . S e t r a t a d e u n a h i s t o r i a d e des-
a r r o l l o , a u n q u e n o e v o l u c i o n i s t a n i teológica. N o t i e n e n a d a d e «ne-
cesario»; s e n c i l l a m e n t e ocurrió así ( y casi concluyó e n v a r i a s o c a s i o -
n e s ) . N o es l a h i s t o r i a d e u n e s p a c i o s o c i a l o geográfico c o n c r e t o .
C o m o suele o c u r r i r c o n estas e m p r e s a s , l a mía c o m i e n z a c o n las
c i r c u n s t a n c i a s g e n e r a l e s d e l a s s o c i e d a d e s neolíticas, después se c e n -
t r a e n e l C e r c a n o O r i e n t e , l u e g o v a desplazándose g r a d u a l m e n t e
hacia e l O e s t e y e l N o r t e p o r A n a t o h a , , el A s i a M e n o r y e l L e v a n t e
h a c i a e l Mediterráneo o r i e n t a l . Después p a s a a E u r o p a y t e r m i n a e n
el s i g l o XVIII e n e l E s t a d o más o c c i d e n t a l d e E u r o p a , G r a n Bretaña.
C a d a capítulo t r a t a d e l a «punta d e lanza» d e l p o d e r , d o n d e l a c a -
p a c i d a d p a r a i n t e g r a r p u e b l o s y espacios e n c o n f i g u r a c i o n e s d o m i -
n a n t e s está más d e s a r r o l l a d a i n f r a e s t r u c t u r a l m e n t e . E s e método es,
e n c i e r t o s e n t i d o , antihistórico, p e r o l o s s a l t o s q u e r e p r e s e n t a t a m -
bién c o n t i e n e n u n a v e n t a j a . L a s capacidades d e p o d e r se h a n des-
a r r o l l a d o d e s i g u a l m e n t e , a s a l t o s . P o r e s o , a l e s t u d i a r esos saltos y
Lns sociedades como redes organizadas de poder 55
t r a t a r d e e x p l i c a r l o s n o s b r i n d a e l m e j o r acceso empírico a l a c u e s -
tión d e l a primacía.
¿Qué es l o q u e h e e l i m i n a d o d e esa h i s t o r i a ? N a t u r a l m e n t e , u n a
c a n t i d a d e n o r m e d e detalles y c o m p l e j i d a d e s , p e r o , a p a r t e d e e s o ,
t o d o m o d e l o c o l o c a a l g u n o s fenómenos e n e l c e n t r o d e l e s c e n a r i o y
ileja a o t r o s e n t r e b a m b a h n a s . S i estos últimos l o g r a n p a s a r a l c e n t r o
del e s c e n a r i o , e l m o d e l o n o se o c u p a e f e c t i v a m e n t e d e e l l o s . E n este
v o l u m e n existe u n a ausencia conspicua: las relaciones entre l o s se-
x o s . E n e l v o l u m e n I I t r a t o d e j u s t i f i c a r ese t r a t o d e s i g u a l e n tér-
m i n o s d e s u d e s i g u a l d a d e f e c t i v a e n l a h i s t o r i a . Aduciré q u e las r e -
laciones e n t r e l o s sexos f u e r o n e n g r a n m e d i d a c o n s t a n t e s , e n l a ^
f o r m a g e n e r a l d e l patriarcado, a l o l a r g o d e g r a n p a r t e d e l a h i s t o r i a ,
hasta l o s s i g l o s XVIII y X I X e n E u r o p a , c u a n d o e m p e z a r o n a p r o -
d u c i r s e rápidos c a m b i o s . P e r o esos c o m e n t a r i o s h a n d e e s p e r a r a l
v o l u m e n 11. E n e l presente v o l u m e n , las relaciones d e p o d e r d e las
q u e se t r a t a s o n n o r m a l m e n t e las d e l a «esfera pública», e n t r e cabe-
zas d e f a m i l i a d e l s e x o m a s c u l i n o .
A l h i s t o r i a d o r especializado l e ruego generosidad y a m p h t u d de
espíritu. A l a b a r c a r u n g r a n s e c t o r d e l a h i s t o r i a r e g i s t r a d a , s i n d u d a
he c o m e t i d o e r r o r e s d e h e c h o , a l g u n o s p r o b a b l e m e n t e c o n s i d e r a b l e s .
M e p r e g u n t o s i e l c o r r e g i r l o s anularía l o s a r g u m e n t o s g l o b a l e s . T a m -
bién m e p r e g u n t o más a g r e s i v a m e n t e s i e l e s t u d i o d e l a h i s t o r i a ,
e s p e c i a l m e n t e e n l a tradición a n g l o e s t a d o u n i d e n s e , n o saldría b e n e -
f i c i a d o s i c o n t a r a c o n u n a reflexión más explícita s o b r e e l carácter
de las s o c i e d a d e s . También a l sociólogo m e d i r i j o e n t o n o s a c e r b o s .
G r a n p a r t e d e l a sociología contemporánea es ahistórica, p e r o i n c l u -
so g r a n p a r t e d e l a sociología histórica se o c u p a e x c l u s i v a m e n t e d e l
d e s a r r o l l o d e l a s s o c i e d a d e s «modernas» y d e l a aparición d e l c a p i -
t a l i s m o i n d u s t r i a l . E s o es a l g o t a n d e c i s i v o e n l a tradición sociológica
q u e , c o m o h a d e m o s t r a d o N i s b e t ( 1 9 6 7 ) , p r o d u j o l a s dicotomías
centrales d e l a teoría m o d e r n a . D e l a condición s o c i a l a l c o n t r a t o ,
de Gemeinschaft a Gesellschaft, d e l a s o l i d a r i d a d mecánica a l a o r -
gánica, d e l o s a c r o a l o s e c u l a r ; estas dicotomías y o t r a s sitúan l a
ínea d i v i s o r i a d e l a h i s t o r i a a l f i n a l d e l s i g l o X V I I I . L o s teóricos d e l
s i g l o XVIII c o m o V i c o , M o n t e s q u i e u o F e r g u s o n n o c o n s i d e r a b a n l a
h i s t o r i a así. A l c o n t r a r i o q u e l o s sociólogos m o d e r n o s , q u e sólo
c o n o c e n l a h i s t o r i a r e c i e n t e d e s u p r o p i o E s t a d o n a c i o n a l , más a l g o
de antropología, sabían q u e d e s d e hacía p o r l o m e n o s d o s m i l años
habían e x i s t i d o s o c i e d a d e s c o m p l e j a s , d i f e r e n c i a d a s y e s t r a t i f i c a d a s :
seculares, c o n t r a c t u a l e s , orgánicas, Gesellschaft, p e r o no i n d u s t r i a l e s .
 56 U n a historia deL poder hasta 1760 d . G i
A lo l a r g o d e l s i g l o X I X y d e c o m i e n z o s d e l X X , ese conocimienCO
f u e d e c a y e n d o e n t r e l o s sociólogos. Paradójicamente, l a decadencias
h a c o n t i n u a d o d u r a n t e l a m i s m a época e n q u e l o s h i s t o r i a d o r e s , l o S
arqueólogos y l o s antropólogos h a n e s t a d o u t i l i z a n d o técnicas nua»
vas, m u c h a s d e ellas t o m a d a s d e l a sociología, p a r a h a c e r d e s c u b r i -
m i e n t o s a s o m b r o s o s acerca d e l a e s t r u c t u r a s o c i a l d e esas sociedadaíl
c o m p l e j a s . P e r o s u análisis se v e d e b i l i t a d o p o r s u r e l a t i v a ignorancia;
de l a teoría sociológica.
W e b e r es u n n o t a b l e e j e m p l o d e esta limitación. M i d e u d a parft
c o n él es i n m e n s a , n o t a n t o e n e l s e n t i d o d e h a b e r a d o p t a d o sus
teorías c o n c r e t a s , s i n o más b i e n e n e l d e a d h e r i r m e a s u visión ga«
n e r a l d e l a relación e n t r e s o c i e d a d , h i s t o r i a y acción s o c i a l .
M i e x i g e n c i a d e u n a teoría sociológica basada e n las d i m e n s i o n e s
de l a h i s t o r i a n o se d e b e s o l a m e n t e a l a d b n v e n i e n c i a intrínseca cid
c o m p r e n d e r l a r i c a d i v e r s i d a d d e l a e x p e r i e n c i a h u m a n a , a u n q u e yfl
eso sería b a s t a n t e v a l i o s o . Además, s o s t e n g o q u e a l g u n a s d e l a s ott»
racterísticas más i m p o r t a n t e s d e n u e s t r o m u n d o a c t u a l se p u e d a n
a p r e c i a r c o n más c l a r i d a d m e d i a n t e l a comparación histórica. N o as
q u e l a h i s t o r i a se r e p i t a . P r e c i s a m e n t e l o c o n t a r l o , l a h i s t o r i a u n i v e r t
sal se d e s a r r o l l a . M e d i a n t e l a comparación histórica p o d e m o s a d v e r a
t i r q u e l o s p r o b l e m a s más c o n s i d e r a b l e s d e n u e s t r a p r o p i a época soíí
n u e v o s . P o r e s o r e s u l t a difícil r e s o l v e r l o s : s o n i n t e r s t i c i a l e s a k f i !
i n s t i t u c i o n e s q u e se o c u p a n d e h e c h o d e l o s p r o b l e m a s más t r a d i *
clónales p a r a l o s q u e f u e r o n creadas. P e r o , c o m o sugeriré más ade*'
l a n t e , t o d a s l a s s o c i e d a d e s se h a n e n f r e n t a d o c o n crisis r e p e n t i n a s -d
i n t e r s t i c i a l e s y e n a l g u n o s casos l a h u m a n i d a d h a s a l i d o mejoradíui
A l f i n a l d e u n a l a r g a desviación histórica, e s p e r o d e m o s t r a r l a per»
t i n e n c i a d e este m o d e l o p a r a l a a c t u a l i d a d e n e l v o l u m e n I I .
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U n a h i s t o r i a d e l p o d e r d e b e e m p e z a r p o r e l p r i n c i p i o . P e r o , ¿dón-
de d e b e m o s s i t u a r ese p r i n c i p i o ? C o m o especie, l o s seres h u m a n o s
a p a r e c i e r o n h a c e m i l l o n e s d e años. D u r a n t e l a m a y o r p a r t e d e esos
m i l l o n e s d e años, v i v i e r o n s o b r e t o d o c o m o r e c o l e c t o r e s nómadas
de f r u t o s s i l v e s t r e s , b a y a s , f r u t o s secos y h i e r b a s , y c o m o carroñeros
de las presas d e a n i m a l e s m a y o r e s q u e e l l o s . Después f u e r o n e l a b o -
r a n d o s u p r o p i o s i s t e m a d e caza. P e r o p o r l o q u e p o d e m o s s u p o n e r
de esos recolectores-carroñeros y r e c o l e c t o r e s - c a z a d o r e s , s u e s t r u c -
t u r a s o c i a l e r a s u m a m e n t e flexible, a d a p t a b l e y v a r i a b l e . N o i n s t i t u -
c i o n a l i z a r o n d e f o r m a estable u n a s r e l a c i o n e s d e p o d e r ; n o conocían
clases, E s t a d o s , n i s i q u i e r a élites; es p o s i b l e q u e i n c l u s o s u s d i s t i n -
c i o n e s e n t r e sexos y g r u p o s d e edades ( d e n t r o d e l a edad a d u l t a ) n o
i n d i c a r a n d i f e r e n c i a s p e r m a n e n t e s d e p o d e r ( t e m a d e grandes debates
e n l a a c t u a l i d a d ) . Y , n a t u r a l m e n t e , n o tenían e s c r i t u r a y n o tenían
u n a «historia» e n e l s e n t i d o a c t u a l d e l término. O sea q u e e n l o s
v e r d a d e r o s c o m i e n z o s n o había n i p o d e r n i h i s t o r i a . L o s c o n c e p t o s
e l a b o r a d o s e n e l capítulo 1 n o t i e n e n prácticamente p e r t i n e n c i a p a r a
el 9 9 p o r 1 0 0 d e l a v i d a d e l a h u m a n i d a d h a s t a l a f e c h a . ¡Así q u e
no v o y a empezar p o r el principio!

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