You are on page 1of 5

O Caminho Para A Fortuna

Benjamin Franklin

Amável leitor,
Ouvi dizer que nada dá ao autor maior prazer do que encontrar suas palavras
respeitosamente citadas por outros sábios autores. Esse prazer jamais desfrutei, porque, embora eu
tenha sido, modéstia à parte, um ilustre autor de almanaques anuais por um quarto de século, meus
colegas autores da mesma forma, por que motivo desconheço, têm sido muito comedidos em seus
aplausos; e nenhum outro autor me tem dado um mínimo de atenção, por isso, não tivessem os
meus escritos me proporcionado alguns sólidos méritos, a grande falta de elogios teria me
desencorajado.
Concluí, por fim, que as pessoas eram o melhor juiz do meu mérito; porque elas
compram minhas obras e, além disso, em minhas andanças, onde não sou pessoalmente conhecido,
tenho ouvido freqüentemente um ou outro de meus adágios citados, seguidos por "como diz Poor
Richard". Isso me deu alguma satisfação, porque mostrou não apenas que meus ensinamentos eram
considerados, como também descobri igualmente algum respeito pela minha autoridade; e
confesso que para encorajar a prática de me lembrar dessas sábias frases e repeti-las, tenho por
vezes citado a mim mesmo com grande incidência.
Julguem, então, o quanto não me senti gratificado por um incidente que vou relatar.
Parei meu cavalo onde um grande número de pessoas reunia-se para um leilão de bens. Não sendo
chegada ainda a hora da venda, elas conversavam sobre a dificuldade dos tempos, e uma das
pessoas do grupo falou a um modesto homem velho de cachos brancos: Diga-me Padre Abraham,
o que pensa o senhor destes tempos? Esses impostos tão pesados não arruinarão o país? Como
seremos capazes de pagá-los? O que o senhor nos aconselha que façamos? - O Padre Abraham
levantou-se e respondeu: Se você quiser o meu conselho, eu o darei resumidamente, pois para bom
entendedor, meia palavra basta, e palavras bonitas não enchem barriga, como diz Poor Richard.
Eles fizeram coro rogando-lhe que desse sua opinião e reuniram-se em torno dele, que falou o
seguinte:
Amigos e vizinhos, disse ele, os impostos são, deveras, muito pesados e se esses
decretados pelo governo fossem os únicos que temos a pagar, mais fácil seria desobrigarmo-nos
deles; mas temos muitos outros e muito mais nocivos para alguns de nós. Somos taxados
duplamente por nossa preguiça, três vezes mais por nossa soberba e quatro vezes mais por nossa
insensatez, e desses impostos os comissários não nos podem aliviar ou desobrigar concedendo-nos
uma cessação. Contudo ouçamos um bom conselho e algo poderá ser feito por nós; Deus ajuda a
quem cedo madruga, como diz Poor Richard em seu almanaque de 1733.
Seria considerado um governo cruel aquele que tributasse o povo com um décimo
de seu tempo a ser empregado a seu serviço. Mas o ócio tributa muito mais de muitos de nós, se
considerarmos tudo o que é gasto em absoluta indolência, ou inação, com o que é gasto em
ocupação ou diversão ociosa que não levam a nada. A preguiça, ao acarretar doenças, encurta a
vida. A preguiça, como a ferrugem, consome mais rapidamente do que o trabalho desgasta,
enquanto a chave usada está sempre brilhante, como diz Poor Richard. Mas, se amas a vida, não
desperdices tempo, pois é disso que a vida é feita, como diz Poor Richard. - Quanto tempo além
do necessário passamos dormindo!, esquecendonos de que a raposa dorminhoca não caça galinhas
e que haverá tempo de sobra para dormir no túmulo, como diz Poor Richard. Se, de todas as coisas,
o tempo é a mais preciosa, o desperdício de tempo deve ser, como diz Poor Richard, a mais pródiga,
visto que, como ele nos diz em outras partes, tempo perdido é irrecuperável; e o que chamamos
tempo suficiente sempre se mostra insuficiente. Portanto, sejamos ativos, com bom proveito; sendo
diligentes faremos mais com menos desorientação. A preguiça tudo dificulta, mas a diligência tudo
facilita, como diz Poor Richard; e aquele que tarde desperta, precisa apressar-se o dia todo e mal
terminará suas tarefas à noite. Enquanto a preguiça viaja tão devagar que a pobreza não tarda a
alcançá-la, como lemos em Poor Richard, que acrescenta, toma conta de teus negócios, não deixa
que esta tome conta de ti; e deitar-se cedo e levantar-se cedo faz o homem saudável, rico e sábio.
O que significa desejar e esperar tempos melhores? Podemos melhorar esses
tempos se nos atarefarmos. O esforço recompensa, como diz Poor Richard e aquele que vive de
esperança morrerá jejuando. Não há lucro sem esforço; e depois mãos para trabalhar pois não sou
rico, ou se o fosse, altos impostos teria a pagar. E, como Poor Richard também observa, aquele
que tem um ofício tem bens e aquele que tem uma vocação tem um serviço de lucro e honra; mas
então, no ofício, é preciso trabalho, e a vocação [deve ser] bem seguida, ou nem os bens nem o
serviço nos permitirão pagar nossos impostos. - Se formos esforçados jamais passaremos fome;
porque a fome espreita a casa do trabalhador, mas não se atreve a entrar; como diz Poor Richard.
Tampouco o intendente ou o policial entrarão, porque o trabalho paga dívidas, enquanto o
desespero as aumenta, diz Poor Richard. - Embora não tenham encontrado um tesouro, nem um
parente rico tenha-lhes deixado uma herança, a diligência é a mãe da boa sorte, como diz Poor
Richard, e Deus recompensa o esforço. E ara profundamente enquanto os preguiçosos dormem e
terás milho para vender e para guardar, diz Poor Richard. Trabalhem hoje, porque amanhã não
sabeis quanto estarão impedidos de fazê-lo, o que faz Poor Richard afirmar: “Um hoje vale dois
amanhãs”; e mais, não deixes para amanhã o que podes fazer hoje. Se fossem criados, não
ficariam envergonhados que um bom patrão os apanhasse ociosos? Se sois seu próprio patrão,
envergonha-te de teu ócio, como diz Poor Richard. Quando há tanto a ser feito para si mesmos,
suas famílias, seu país e seu benévolo rei, levantem-se ao raiar do dia; não permitas que o sol olhe
para baixo e diga, inglorioso aí jaz ele. Manuseiem suas ferramentas sem luvas; lembrem-se de
que o gato de luvas não caça camundongos, como diz Poor Richard. É verdade que há tanto para
ser feito e talvez vocês sejam incapazes de ação eficaz, mas persistam e verão grandes resultados,
porque água mole em pedra dura tanto bate até que fura, com paciência e esforço o camundongo
partiu o cabo em dois e de grão em grão a galinha enche o papo, como diz Poor Richard em seu
almanaque, mas não me lembro em que ano.
Estarei ouvindo alguns de vocês perguntarem, não terá o homem direito a um pouco
de lazer? - dir-lhes-ei, meus amigos, o que Poor Richard diz: emprega bem o teu tempo se quiseres
ter lazer; não desperdiça nem uma hora. Lazer é tempo de fazer algo útil; esse lazer o homem
diligente alcançará, o homem preguiçoso jamais; logo, como diz Poor Richard, uma vida de lazer
e uma vida de preguiça são duas coisas. Imaginam que a preguiça lhes dará mais conforto do que
o trabalho? Não, porque como diz Poor Richard, o aborrecimento provém do ócio e trabalho
pesado da folga desnecessária. Muitos sem trabalho viveriam apenas de sua esperteza, mas
sucumbem por falta de estoque. Enquanto o trabalho dá conforto, fartura e respeito: afugenta os
prazeres e eles te seguirão. O fiandeiro diligente tem um turno extenso; e agora que eu tenho um
carneiro e uma vaca, todos me desejam um bom dia; tudo isso é bem dito por Poor Richard.
Mas com nosso trabalho devemos também ser constantes, equilibrados e
cuidadosos e supervisionar nossos próprios negócios com nossos próprios olhos e não confiar
demais nos outros; porque, como diz Poor Richard:
Jamais vi uma árvore freqüentemente replantada, Tampouco uma família
freqüentemente mudada, Que vicejassem tanto quanto aquelas assentadas.
E novamente, três mudanças são tão ruins quanto um incêndio; e novamente, cuida
de tua loja e tua loja cuidará de ti; e novamente, se queres teu assunto resolvido, ide; se não,
manda. E novamente, Quem pelo arado deve prosperar, Ele mesmo deve segurá-lo ou guiá-lo. E
novamente, o olho do dono trabalhará mais do que ambas as suas mãos; e novamente, falta de
cuidado nos faz mais mal do que falta de conhecimento; e novamente, não supervisionar teu
empregado é deixar-lhe a tua bolsa aberta. Confiar demais aos cuidados de outros é a ruína de
muitos; porque, como diz no almanaque, nos assuntos deste mundo, homens são salvos, não pela
fé, mas pela falta desta; mas o próprio cuidado de um homem é lucrativo; pois como diz Poor
Richard, aprender é para o estudioso e riquezas para o cuidadoso, bem como o poder para os
corajosos e o Céu para os virtuosos. Além disso, se queres um criado fiel, um de quem gostes,
serve-te a ti mesmo. E de novo, ele aconselha prudência e cuidado, mesmo nas questões de menor
importância, porque, às vezes, a menor negligência pode gerar grande discórdia; acrescentando,
por falta de um cravo, perdeu-se a ferradura; por falta de uma ferradura, perdeu-se o cavalo; e
por falta do cavalo perdeu-se o cavaleiro que foi alcançado e abatido pelo inimigo, tudo por falta
de cuidado com um cravo de ferradura. Já chega de esforço, meus amigos, e atenção aos nossos
próprios negócios; mas a esses devemos acrescentar frugalidade, se quisermos fazer do nosso
esforço um indubitável sucesso. Um homem acabará, se ele não souber poupar à medida que ganha,
trabalhando arduamente a vida toda, e morrerá na penúria. Uma cozinha gorda faz um testamento
magro, como diz Poor Richard; e, Muitos bens são perdidos durante o proveito, Visto que as
mulheres preferiram o chá ao tear e ao tricô, E os homens pelo ponche negligenciaram falquejar
a madeira.
Se quiserem ser ricos, diz ele em outro almanaque, pensem tanto em poupar como
em lucrar: as índias não tornaram a Espanha rica por ser em suas saídas maiores do que suas
entradas. Chega então de extravagâncias e não haverá motivo para vocês se queixarem de tempos
difíceis, impostos pesados e famílias onerosas; porque, como diz Poor Richard, Mulheres e vinho,
jogo e fraudes, Tornam pequena a riqueza e grande a carência. E adiante, o que um vício sustenta,
dois filhos criaria. Talvez vocês pensem que um pouco de chá, ou um pouco de ponche de vez em
quando, uma dieta um pouco mais suntuosa, roupas um pouco mais refinadas e um pouco de
diversão ocasional não podem fazer muita diferença; mas lembrem-se do que Poor Richard diz, de
grão em grão a galinha enche o papo; e adiante, cuidado com pequenos gastos; um pequeno
vazamento afundará um grande navio; e de novo, quem da opulência gosta, da miséria provará;
sobretudo, os tolos promovem o banquete e os homens sábios o comem. Cá estão vocês reunidos
neste leilão público de adornos e quinquilharias. Vocês lhes dão o nome de bens, mas se não
tomarem cuidado, provarão ser um mal para alguns de vocês. Vocês esperam que sejam vendidos
barato e talvez o sejam por menos do que custaram; mas se não lhes forem úteis, devem ser caros
para vocês. Lembrem-se do que Poor Richard diz, Compra o desnecessário e logo estarás
vendendo o necessário. E, novamente, pensem um pouco diante de uma grande pechincha; ele
quer dizer que talvez a modicidade seja apenas aparente e não real; ou a barganha, restringindo-os
em seus negócios, possa fazer-lhes mais mal do que bem. Pois em outro lugar ele diz, muitos foram
arruinados comprando boas pechinchas. Novamente, Poor Richard diz, é tolice desembolsar
dinheiro em uma compra de arrependimento; contudo essa insensatez é cometida todos os dias
nos leilões públicos, por falta de atenção ao almanaque. Homens sábios, como diz Poor Richard,
aprendem com os erros dos outros, os tolos raramente com seus próprios; mas, felix quem faciunt
aliena pericula cautum (Feliz daquele que aprende a ser cuidadoso com os perigos dos outros
homens). Muitos, por alguns adornos nas costas, acabaram de barriga vazia e quase mataram de
fome suas famílias; sedas e cetins, escarlates e veludos, como diz Poor Richard, apagam o fogo
da cozinha. Essas não são as necessidades da vida; mal podem ser chamadas de conveniências,
contudo, por serem tão bonitas, quantos as querem possuir. As necessidades artificiais do homem
tornam-se mais numerosas do que as naturais; e, como diz Poor Richard, para uma pessoa pobre,
existem cem indigentes. Por essas e outras extravagâncias, os requintados ficam reduzidos à
pobreza e são forçados a tomar emprestado daqueles a quem antes desprezavam, mas que, por
meio do esforço e da frugalidade, mantiveram sua posição; e nesse caso parece claro que um
lavrador de pé é mais alto do que um cavaleiro de joelhos, como diz Poor Richard. Talvez tenham
herdado um pequeno patrimônio do qual não sabiam cuidar; pensam que é dia e jamais será noite;
gastar só um pouquinho de tanto, não fará diferença; (uma criança e um tolo, como diz Poor
Richard, acreditam que 20 centavos e 20 anos jamais se acabam), mas o que é retirado da
despensa sem jamais ser reposto logo acaba; então, como diz Poor Richard, quando o poço seca
eles aprendem o valor da água. Mas isso eles já poderiam ter aprendido se apenas tivessem seguido
seus conselhos; se conheces o valor do dinheiro, tenta tomar um empréstimo; porque, aquele que
toma emprestado se arrepende; assim como aquele que emprestou, ao tentar cobrá-lo - adverte
ainda Poor Richard dizendo: A vaidade é deveras uma maldição. Consulta teu bolso antes de
atender ao teu capricho. E de novo, o orgulho é um mendigo tão insistente quanto a penúria, e
bem mais insolente. Depois de comprar uma coisa fina comprarás dez mais, que tua aparência
farão brilhar; mas Poor Richard diz, mais fácil é reprimir o primeiro desejo do que satisfazer a
todos os que se seguirão. E é deveras tanta insensatez imitar os ricos, quanto a rã que quis ser boi
e inchou até estourar. Grandes barcos podem se aventurar mais; os pequenos devem navegar na
costa. Contudo, é uma insensatez logo punida; porque a vaidade que se alimenta da ostentação,
ceia com o desprezo, como diz Poor Richard. Em outro lugar, o orgulho fez o desjejum com a
fartura, jantou com a pobreza e ceou com a infâmia. E afinal, de que adianta esse orgulho da
aparência, pela qual tanto se arrisca, por que tanto se sofre? Este não promove a saúde ou ameniza
a dor; não aumenta o mérito de uma pessoa, cria a inveja e apressa a desgraça.
O que é uma borboleta? Não passa de uma lagarta adornada, com a vaidade
ostentada, como diz Poor Richard. Mas que insensatez não deve ser incorrer em dívida por essas
superfluidades! Nos são oferecidos, pelos termos deste leilão, seis meses de crédito; e isso talvez
tenha induzido alguns de nós a comparecer, porque não dispomos do dinheiro à vista e esperamos
ficar bem sem ele. Mas, ah, pensem no que farão ao assumir a dívida; darão a outrem o poder sobre
sua liberdade. Se não puderem pagar no prazo, ficarão envergonhados de encarar seu credor;
estarão receosos de falar com ele; inventarão desculpas desprezíveis e, gradualmente, perderão sua
credibilidade e se afundarão em vis mentiras; pois, como diz Poor Richard, o segundo vício é a
mentira, o primeiro é fazer dívidas. E de novo, com a mesma finalidade, a mentira caminha de
mãos dadas com a dívida. Enquanto um inglês nascido livre não deveria jamais sentir vergonha
ou receio de ver ou falar com qualquer homem. Mas a pobreza freqüentemente priva um homem
de toda a nobreza e virtude: saco vazio não para em pé, como diz com propriedade Poor Richard.
O que pensariam vocês daquele príncipe ou governo que proclamasse um édito proibindo-os de se
trajar como cavalheiros ou damas, sob pena de prisão ou servidão? Não diriam vocês que são
livres, têm o direito de se vestir como lhes agrada, e tal édito seria uma violação de seus privilégios
e tal governo tirânico? No entanto estão prestes a se submeter a tal tirania ao assumir dívidas por
esses adornos! Seu credor tem autoridade a seu bel-prazer de privá-los de sua liberdade, de os
confinar ao cárcere perpétuo, ou vendê-los como criados, se não forem capazes de saldar sua
dívida! Quando tiverem feito sua barganha, poderão se esquecer do pagamento; mas credores, diz-
nos Poor Richard, têm memória melhor do que devedores; e em outro lugar diz, credores são uma
seita supersticiosa, grandes observadores de dias e horas fixados. O dia chegará antes que se dêem
conta, e a exigência lhes será feita antes que estejam preparados para atendê-la. Ou, se tiverem sua
dívida em mente, o prazo que a princípio parecia tão longo lhes parecerá cada vez menor. O
tempo lhes parecerá ter criado asas. É curta a Quaresma, diz Poor Richard, daqueles que têm
dívidas a pagar na Páscoa. Então, visto que, como ele diz, o devedor é escravo do credor, desdenhe
a corrente, mantenha sua liberdade; e mantenha sua independência; seja industrioso e livre; seja
frugal e livre. Agora, talvez, vocês se considerem em circunstâncias auspiciosas que lhes permitem
um pouco de extravagância sem prejuízo; mas, para a velhice e a escassez, poupa o que puderes;
Nenhum sol matinal dura o quanto queres, como diz Poor Richard. - O ganho poderá ser
temporário e incerto, mas sempre enquanto viverem, a Experiência é constante e certa: e é mais
fácil construir duas chaminés do que manter uma abastecida, como diz Poor Richard. Assim,
prefira ir para cama sem jantar a acordar endividado. Amealhe o que puderes e guarde o que
amealhares; é a pedra que transformará todo o teu chumbo em ouro, como diz Poor Richard. E
quando tiverem encontrado a pedra filosofal, certamente não se queixarão mais dos tempos difíceis
ou das dificuldades para pagar os impostos. Essa doutrina, meus amigos, é razão e sabedoria; mas
não dependam tanto do seu próprio esforço e frugalidade e prudência, embora excelentes, pois
poderão todas ser amaldiçoadas sem as bênçãos dos céus; e por isso peçam humildemente por elas,
e não sejam descaridosos àqueles que agora parecem precisar, mas os confortem e os ajudem.
Lembrem-se de que Jó sofreu, mas prosperou.
E agora, para concluir, a experiência é uma dura escola, mas os tolos não
aprenderão em nenhuma outra; e pouco [aprenderão] nesta; pois é verdade, podemos dar conselho,
mas não podemos dar a conduta, como diz Poor Richard; contudo lembrem-se disso, o pior surdo
é aquele que não quer ouvir, como diz Poor Richard; e além disso, quem não dá ouvidos à razão,
submete-se ao seu castigo.
Assim o velho cavalheiro terminou o seu discurso. As pessoas o ouviram e
aprovaram a doutrina e imediatamente praticaram o contrário, como se tivesse sido um discurso
qualquer; pois que o leilão se iniciou e elas começaram a arrematar extravagantemente, a despeito
de todas as advertências e de seu próprio receio dos impostos. - Vi que o bom homem havia
estudado meticulosamente meus almanaques e digerido tudo o que eu ali colocara no decurso de
25 anos. A freqüente menção que a mim fez deve ter fatigado a todos, mas minha vaidade ficou
maravilhosamente inflada, embora eu tivesse consciência de que nem um décimo dessa sabedoria
que a mim ele atribuiu não me pertencesse, mas apenas a compilação que eu fizera do bom senso
de todos os tempos e nações. Mas tomei a resolução de ser melhor pela sua repercussão; e embora
estivesse a princípio determinado a comprar tecido para um paletó novo, fui embora decidido a
usar o meu velho mais um pouco. Leitor, se você fizer a mesma coisa, seu lucro será tão grande
quanto o meu.
Sou seu, mui respeitoso criado,
RICHARD SAUNDERS

You might also like