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Nutrição do Idoso

Nutrição do Idoso
Conceito:
A Nutrição é a ciência que estuda a composição dos alimentos e as
necessidades nutricionais de cada indivíduo, além dos processos pelos quais o
organismo ingere, absorve, transporta, utiliza e excreta os nutrientes.

As necessidades nutricionais podem ser definidas como as quantidades de


nutrientes e de energia disponíveis nos alimentos que um indivíduo sadio deve
ingerir para satisfazer suas necessidades fisiológicas normais e prevenir sintomas de
deficiência.
A escolha do nutriente correto através da dieta ou da suplementação
nutricional tem papel fundamental no tratamento e controle das manifestações de
patologias crônicas. Uma alimentação balanceada tem como objetivo principal
promover o bom funcionamento do corpo.

Com a ingestão de uma dieta equilibrada tanto em quantidade como em


qualidade, o organismo adquire energia e nutrientes necessários para o desempenho
de suas funções, manutenção e um bom estado de saúde. A nutrição adequada é
crucial para o desenvolvimento físico e mental de cada indivíduo.

A intervenção nutricional tem como objetivo a prevenção de doenças, a


proteção e a promoção de uma vida mais saudável, conduzindo o bem estar geral do
indivíduo.

A Organização Mundial da Saúde (OMS 2002.) promove a saúde e o bem-estar


durante todo o curso de vida, o que inclui a realização do mais alto nível possível de
saúde e qualidade de vida para o maior número de pessoas idosas, que são definidos
como pessoas mais de 60 anos de idade.

Segundo a OMS nutrição é o conjunto de processos por meio dos quais o


organismo vivo recolhe e transforma as substâncias sólidas e líquidas de que precisa
para a sua manutenção, desenvolvimento orgânico normal e produção de energia.

Nutrientes:
São substâncias que estão inseridas nos alimentos e tem funções variadas no
organismo. Exemplo de nutrientes: carboidratos, proteínas, lipídios, vitaminas,
minerais, fibras e água.

Os nutrientes podem ser:

 Nutrientes essenciais: Aqueles que o organismo não consegue sintetizar, devendo


estar presentes na dieta;

 Nutrientes condicionalmente essenciais: Aqueles que o corpo normalmente produz


durante o metabolismo, mas que em situações especiais (doença, estresse, etc) o
organismo não produz ou o faz em quantidades insuficientes.
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 Nutrientes não essenciais: Aqueles que o próprio organismo produz.

O papel da Nutrição:

Os nutrientes têm várias funções importantes:

 Fornecimento de energia, que pode ser armazenada no corpo ou transformada em


atividades vitais;
 Construção e manutenção de tecidos corporais;
 Controle dos processos metabólicos, como crescimento, atividade celular, produção
de enzimas e regulação da temperatura.

Fases da Alimentação:

Digestão: a digestão inicia pela boca através da trituração feita pelos dentes,
durante a mastigação e pela amilase salivar. Continua no estômago através das
secreções gástricas. Vai para o intestino delgado onde é absorvidos vitaminas e
minerais, segue para o intestino grosso.

Absorção: é a transformação de moléculas grandes de nutrientes em moléculas


pequenas para serem absorvidas, ou seja, chegarem a corrente sanguínea.
Isso ocorre com os macro-nutrientes, como carboidratos, proteínas e lipídios, como
também vitaminas, minerais e fluidos são absorvidos pela mucosa intestinal.

Excreção: é o processo de eliminação do organismo de substâncias ao qual não


foram absorvidas

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Figura 1 – Sistema digestório.


Classificação dos Alimentos

Energéticos Plásticos Reguladores

Energéticos: tem a função de fornecer energia para o organismo; suas fontes são
os açucares, o amido e as gorduras.

Açúcares Amido Gorduras


Beterraba, cana, frutas e Batata, Arroz, farinha e Óleos, Azeite de oliva e
etc. etc. etc.

Plásticos: são principalmente aqueles que são ricos em proteínas. Que forma os
tecidos, que repara ou refaz. Fontes: carnes, peixes, leite, ovos.

Reguladores: são aqueles que são ricos em vitamina e minerais. Suas principais
fontes são: leite, frutas, verduras, legumes.

ASPECTOS FISIOLÓGICOS DO ENVELHECIMENTO:

 Alterações: paladar, odor, visão, audição e tato;

 Hidratação: fator de extremamente importância;

 Alteração da sede: disfunção cerebral (o organismo não sente sede);

 Debilidade física (dependência), uso de diuréticos e laxativos

 Polifarmácia: drogas terapêuticas que interferem na digestão, absorção e


metabolismo, podem ocasionar desnutrição e anorexia.

Declínio as saúde oral

 Aumento da cárie dental;


 Infecções periodontais;
 Utilização de prótese mal ajustadas;
 Xerostalmia

Saliva: remove os alimentos e neutraliza o pH ácido

Mucosa oral ressecada: desidratação e  saliva

 Medicações que podem causar xerostalmia: antidepressivos, antihipertensivos,


diuréticos, tranqüilizantes.

  botões das papilas gustativas ( percepção do sal e do açúcar) com isso  o


consumo de doces e salgados.
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  consumo de carnes, frutas e vegetais, pela dificuldade de mastigar.

Mastigação defeituosa:

Alimentos mal triturados no estômago.



Maior trabalho gástrico

Má digestão, azia, flatos, dor

Deglutição:

Enfraquecimento da musculatura

Tendência a engasgos

Atenção: risco de aspiração

Esôfago:

 Ressecamento da mucosa
 Alteração da motilidade
 Azia: pode afetar a capacidade de consumir alimentos de forma segura

Consistência dos alimentos

Estômago e Intestino

 Atrofia gástrica;
 Alteração na acidez gástrica;
 Esvaziamento gástrico lento;

Constipação Intestinal

 Reclamação comum aos idosos;


 Possíveis causas: tempo de transito intestinal prolongado, ingestão insuficiente de
água e fibras.
 Estimular: consumo de alimentos ricos em fibras e água.

O que são Calorias???

Calorias são a quantidade de energia que cada alimento possui, e que será
utilizado pelo corpo para todas as funções, como digestão, respiração, prática de
exercício,.
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As necessidades calóricas de um idoso maior de 70 anos estão em geral


diminuídas, devido a atividade física reduzida. O metabolismo no idoso entre 50 a 70
anos é diminuído em cerca de 7,5% e cai em 10% após os 70 anos.

Carboidratos
A maior parte da oferta calórica diária deve vir dos carboidratos (50-60%). Os
carboidratos, quando trabalhados no organismo, são convertidos em glicose e é esta
glicose a principal fonte de energia para as diferentes células que compõem nosso
corpo.

São exemplos de alimentos que contêm carboidratos:

 Açúcar de mesa, mel, açúcar do leite e das frutas, garapa, rapadura, balas, muitos
chicletes, doces em geral, refrigerantes;
 Cereais e derivados, como arroz, trigo,centeio, cevada, milho, aveia, farinhas (de
trigo, de milho, de mandioca), massas, pães, biscoitos, macarrão, polenta, pipoca,
tapioca, cuscuz;
 Tubérculos: batata-doce, batata, inhame, cará, mandioca, mandioquinha;
 Leguminosas: feijão, ervilha, lentilha, grão de bico, soja.

Os idosos podem ter alterações de curva glicêmica similar ao diabético, onde, é


importante ofertar carboidratos integrais ricos em fibras e alimentos com baixo e
moderado índice glicêmico.

Índice glicêmico  é o potencial de um determinado alimento tem de aumentar a


carga de açúcar no sangue.

Devemos restringir a sacarose e farinhas altamente refinadas, que está


associada a causa de constipação intestinal, câncer de cólon e diabetes mellitus. Dar
preferência aos carboidratos complexos como arroz, pães e massas integrais, aveia,
biscoito integral, frutas e vegetais variados. É comum em idosos apresentarem
flatulência com alguns vegetais como brócolis, pimentão, pepino, couve-flor; uma
dieta rica em fibras ajuda na integridade intestinal e diminuição da flatulência.

Proteínas
As proteínas são indispensáveis ao corpo humano, pois além de contribuírem
como fonte calórica, são fornecedoras dos aminoácidos, que servem de material
construtor e renovador, isto é, são responsáveis pelo crescimento e pela manutenção
do organismo. Suas fontes mais ricas são as carnes de todos os tipos, os ovos, o leite e
o queijo, enquanto as leguminosas são as melhores fontes de proteínas vegetais.

Nos idosos as sínteses de proteínas estão mais lentas e diminuídas. Portanto,


devemos ofertar mais qualidade protéica do que quantidade; o idoso não deve fazer
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dietas restritivas e vegetarianas extremas. Os ácidos essências têm suas necessidades


aumentadas em até 2 vezes as recomendações de um adulto, para manter o balanço
nitrogenado positivo.

Os idosos geralmente apresentam massa magra diminuída e perda de vigor


físico e mental. Em sua alimentação devemos preferir peixes (salmão, sardinha,
cavalinha), peito de frango, lombo de porco, carne vermelha magra (músculo,
patinho, alcatra, filé mignon, coxão mole,..), leite e seus derivados desnatados.
E evitar carnes vermelhas gordas (cupim, costela, contrafilé), pernil de porcos,
vísceras, embutidos (salsicha, lingüiça, hambúrguer).

Lipídios
Os lipídios são ácidos graxos (gorduras encontradas tanto no reino animal como
vegetal), insolúvel em água.

São fontes de lipídios

De origem vegetal Óleo vegetal (oliva, algodão, coco, girassol, dendê, soja,
milho, canola e arroz)
Dos frutos Nozes, avelã, amendoim, castanhas, etc..
De origem animal Banha, toucinho, manteiga, queijo, carnes gordas, peixes
gordos (arenque, salmão, sardinha)
Laticínios Leites, queijos, ovos

No entanto, a qualidade da gordura consumida é fundamental. O consumo de


gorduras saturadas, encontradas principalmente em alimentos de origem animal,
deve ser realizado com moderação, pois pode causar elevação dos níveis de glicemia,
colesterol e triglicérides. Já as gorduras monoinsaturadas, encontradas no azeite de
oliva, óleos de canola, girassol ou amendoim, e as gorduras poliinsaturadas,
encontradas em peixes, semente de linhaça e óleo de soja, são importantes
componentes alimentares que podem auxiliar na manutenção de um bom perfil das
gorduras sanguíneas (colesterol e triglicerídeos).

Os idosos tendem a apresentar elevação da pressão arterial, elevação do


colesterol total e LDL e diminuição do HDL, principalmente com a redução da
atividade física.

Na alimentação do idoso: as gorduras trans devem ser evitadas. Diminuir as


gorduras saturadas e o colesterol da alimentação.

VITAMINAS E MINERAIS

As vitaminas e os minerais estão presentes em grande variedade de alimentos.


Cada um desses nutrientes é importante, pois exerce funções específicas, essenciais
para a saúde das nossas células e para o funcionamento harmonioso entre elas.
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Diferentemente dos macronutrientes, as vitaminas e os minerais são necessários em


pequenas quantidades. No entanto, para atingir as recomendações de consumo
desses nutrientes, o seu fornecimento através dos alimentos deve ser diário e a partir
de diferentes fontes.

Minerais
Os minerais são substâncias inorgânicas simples, amplamente distribuídas na
natureza.

Funções: necessários para crescimento, reprodução e manutenção do equilíbrio


entre as células; fazem parte de tecidos; envolvidos na contração muscular e na
transmissão dos impulsos nervosos.

Macromineral
Cálcio, fósforo, potássio,
sódio, magnésio e cloro

Micromineral
Ferro, cobre, zinco, iodo,
flúor e cromo

 Cálcio
Atua na coagulação sanguínea, formação de ossos e dentes, manutenção do
ritmo cardíaco, permeabilidade da membrana celular, crescimento e contração
muscular, transmissão de impulsos nervosos.

Fontes: farinha de ostra, queijos, leite, melaço, iogurte, grãos integrais, nozes,
legumes, vegetais folhosos.

 Fósforo
Atua na formação de ossos e dentes, crescimento e reparação celular.

Fontes: Ovos, peixes ,grãos, carnes, aves, queijo amarelo, leite e laticínios.

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 Potássio
Atua na contração muscular, transmissão de impulsos nervosos, distribuição
de líquidos e equilíbrio da pressão osmótica, equilíbrio ácido básico.

Fontes: Frutos do mar, banana, pêssego, amendoim, uva-passa.

 Sódio
Atua na manutenção dos níveis de líquido celular, contração muscular,
equilíbrio ácido-básico, permeabilidade celular, função muscular, transmissão de
impulsos nervosos.

Fontes: Frutos do mar, queijo, leite, sal

 Magnésio
Atua no metabolismo de síntese protéica, relaxamento muscular, respiração
celular, transmissão de impulsos nervosos, equilíbrio ácido-básico.

Fontes: Vegetais folhosos verdes, nozes, frutos do mar, cacau, cereais integrais.

 Cloro
Atua no equilíbrio hidroeletrolítico, ácido-básico e da pressão osmótica.

Fontes: Frutas, vegetais e sal de mesa.

 Ferro
Atua no crescimento (nas crianças), produção de hemoglobina, resistência ao
estresse e as doenças, respiração celular, transporte de oxigênio.

Fontes: Ovos, miúdos, aves, germe de trigo, fígado, batata, pães e cereais
enriquecidos, vegetais folhosos verdes escuros.

 Cobre
Atua no processo de cicatrização, formação de eritrócitos e hemoglobina e no
metabolismo do ferro.

Fontes: Miúdos, uva passa, frutos do mar, nozes, melaço.

 Zinco
Atua na cicatrização, na digestão de carboidratos, crescimento de
desenvolvimentos de órgãos reprodutores.

Fontes: Fígado, cogumelo, frutos do mar, soja, espinafre, carne.

 Iodo
Atua na produção de energia, metabolismo, desenvolvimento físico e mental.

Fontes: Alga marinha, sal (iodado), frutos do mar.

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 Flúor
Atua na formação de ossos e dentes.

Fontes: Água potável

 Cromo
Atua no metabolismo de carboidratos e proteínas, manutenção dos níveis
glicêmicos.

Vitaminas
As vitaminas não contêm energia, mais não necessárias para as reações
energéticas; regulam as funções celulares e estão envolvidas na função de proteção
(imunológicas).

CLASSIFICAÇÃO CARACTERÍSTICA
- Solúvel em água;
Lipossolúvel – vitaminas “A”; “D”, “E”, - São armazenadas no organismo;
“K”. - Podem causar hipervitaminose;
- A deficiência na absorção de lipídios
causa comprometimento na absorção
desta vitamina;
- São armazenadas no fígado e tecido
adiposo.
- Solubilidade em água;
Hidrossolúvel – vitamina “C”, “Ácido - Melhor absorção;
Fólico” e complexo “B”. - O excesso é eliminado na urina (salvo
raras exceções);
-Carência é sentida mais precocemente.

VITAMINAS LIPOSSOLÚVEIS

 Vitamina A (retinol)
Atua na reparação e manutenção dos tecidos
corporais, resistência à infecção, crescimento ósseo,
desenvolvimento do sistema nervoso, metabolismo e
estrutura da membrana celular, manutenção da visão
normal.

Fontes: Fígado, leite, ovos, vegetais folhosos verdes


escuros, óleo de peixe, legumes e frutas amarelos e/ou
verde escuro.

 Deficiência: xeroftalmia, cegueira noturna


Ulceração da córnea
Alterações cutâneas
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Petéquias, ceratose folicular, pele áspera e seca


Perda de apetite
Diminuição de crescimento
Deformidade óssea
Diminuição do paladar (ceratinização de papilas)
Diminuição dos linfócitos T.

 Vitamina D (calciferol)
Atua no metabolismo de cálcio e fósforo
(osteogênese), função miocárdica, manutenção do sistema
nervoso, coagulação sanguínea normal. Os raios solares são
responsável diretamente pela síntese de vitamina D.

Fontes: Fígado, leite, óleo de peixe, sardinha, atum,


salmão, arenque.

 Deficiência: Diminuição de cálcio intestinal


Fraqueza muscular
Deformidade óssea: raquitismo (crianças) e osteomalácia
(adultos).

 Vitamina E (tocoferol)
Antioxidantes. Mantém a integridade das
membranas celulares, mantém tecido epitelial e
síntese de prostaglandinas, protege hemácias
da hemólise; melhora câimbras musculares,
potencializando com o magnésio e fósforo;
reduz sintomas da tensão pré-menstrual junto
com a vitamina B6.

Fontes: Óleos vegetais, margarinas, manteiga,


gema de ovo, nozes, amêndoa, avelã.

 Deficiência: Dores musculares


Alteração no epitélio
Anemia
Encefalopatia

 Vitamina K (menadiona)
Atua na síntese de fatores de coagulação sanguínea.

Fontes: Fígado, gema de ovo, leite de vaca, vegetais folhosos verde escuros (brócolis,
couve de Bruxelas, repolho, alface, salsa, espinafre e agrião).

 Deficiência: Doença hemorrágica do recém-nascido


Tendência ao aumento de hemorragias

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VITAMINAS HIDROSSOLÚVEIS

 Vitamina B1 (tiamina)
Atua na estimulação do apetite, formação do
sangue, metabolismo dos carboidratos, circulação,
digestão, crescimento, capacidade de aprendizado,
manutenção do tônus muscular. Protege a
integridade do sistema nervoso. Aliviando sintomas
de: perda de força muscular, dormência e ardor nas
extremidades (mãos e pés), constipação intestinal,
irritabilidade, memória fraca, palpitação cardíaca.

Fontes: Carnes vermelhas, vísceras, legumes, levedo


de cerveja, cereais integrais, leite e gema de ovo.

 Deficiência: Depressão e irritabilidade


Beribéri – confusão mental, edema, paralisia periférica, taquicardia e cardiomegalia,
rigidez, câimbras musculares, anorexia.
Obstipação intestinal
Dispnéa, palpitação

 Vitamina B2 (riboflavina)
Atua na formação de anticorpos,
metabolismo energético, respiração celular e
manutenção de tecido ocular. Importante no
metabolismo de carboidratos, proteínas e
lipídios.

Fontes: Carnes vermelhas e brancas, vísceras,


queijo, leite, ovos, vegetais verde escuros.

 Deficiência: Estomatite angular (lesão do


ângulo da boca)
Queilose – inflamação dos lábios (rachaduras nos cantos da boca)
Prurido e ardor ocular, fotofobia
Glossite e descamação na lateral do nariz e ao redor dos lábios

 Vitamina B3 (niacina)
Atua na circulação, redução dos níveis de colesterol,
crescimento, produção de ácido clorídrico, metabolismo de
carboidratos, proteínas e lipídios.

Fontes: Carnes vermelhas e brancas, peixe (linguado e


atum), fígado, ovos, gérmen de trigo, leite, ervilha, batata.

 Deficiência: Pelagra – desordens mentais, dermatite


eritematosa e diarreia, fraqueza muscular, anorexia

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 Vitamina B5 (ácido pantotênico)


Atua no processo de liberação de energia a
partir de carboidratos, lipídios e proteínas.

Fontes: Carnes vermelhas, miúdos, (fígado,


coração e rins), brócolis, couve flor, batata,
tomate, cogumelo, amendoim, gérmen de trigo,
peixe (salmão).

 Deficiência: Emagrecimento
Cefaléia
Úlcera digestiva
Insônia
Náuseas vômitos
Alterações nervosas
Dormência e formigamento (mãos e pés)
Constipação intestinal
Taquicardia aos esforços
Fraqueza dos músculos extensores dos dedos.

 Vitamina B6 (piridoxina)
Atua na resposta imunológica do
metabolismo endócrino, mantém a integridade
funcional do cérebro, na formação de anticorpos e
produção de hemoglobina.

Fontes: Carnes vermelhas, fígado, peixe, ovos,


leite, gérmen de trigo, legumes, batata, banana,
aveia.

 Deficiência: Mudança de personalidade


Perda do senso de responsabilidade
Seborréia na região nasolabial
Irritabilidade e depressão
Hipertrofia das papilas gustativas

 Vitamina B7 (biotina)
Atua na síntese de ácido graxo.

Fontes: Carnes vermelhas, fígado,


gema de ovo, levedo de cerveja, leite,
cogumelo, amendoim.

 Deficiência: Perda parcial da


memória
Depressão
Náuseas e vômitos
Palidez

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 Vitamina B9 (ácido fólico)


Atua na formação do DNA e RNA,
na formação de hemácias e leucócitos na
medula óssea e na sua maturação.
Crescimento e reprodução celular,
metabolismo de proteínas.

Fontes: Frutas cítricas, miúdos,


vegetais folhosos e legumes, milho,
levedo de cerveja, nozes, castanha do
Pará, leguminosas e grãos em geral.

 Deficiência: Problema de memória


Anemia
Dermatite, acne, eczema
Anorexia, perda de peso
Palpitação
Cefaléia
Diarréia
Irritabilidade

 Vitamina B12 (cobalamina)


Atua na formação de células sanguíneas,
metabolismo celular e dos nutrientes, absorção do ferro,
crescimento do tecido, manutenção das células nervosas.

Fontes: Carne bovina, ovos, peixes, laticínio, miúdos, carne


de porco.

 Deficiência: Perda de memória


Anemia
Constipação
Anorexia
Alterações neurológicas
Cefaléia
Aumento do tempo de coagulação sanguínea

 Vitamina C (ácido ascórbico)


Atua na produção de colágeno, formação de
ossos e dentes, cicatrização, resistência a infecção.

Fontes: Frutas cítricas (acerola, caju, goiaba,


manga, laranja, abacaxi, maracujá, limão), além de
tomates, pimentão, vegetais folhosos e batata.

 Deficiência: Escorbuto – manifestações


hemorrágicas, diminuição na cicatrização de
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feridas, instabilidade vasomotora, alterações dermatológicas, distúrbios psicológicos.


Cansaço, fraqueza, dores musculares e nas articulações, sangramento das gengivas
com facilidade.
Anemia
Dores ósseas

Pirâmide Alimentar para Idosos

Água
Conhecida como solvente universal. Constitui cerca de 70% da massa corpórea
do ser humano. Está distribuída entre o líquido intracelular e o plasma sanguíneo.

As funções dos líquidos no corpo humano:

 Servem como lubrificante (nos olhos e articulações);


 Ajudam a regular a temperatura corporal;
 Atuam como solvente para minerais, vitaminas, glicose e outras moléculas pequenas.
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o Fazem o transporte de nutrientes para as células;


 Transportam os resíduos para longe das células através da urina, fezes e expiração;
 Participam da degradação de proteínas e na síntese de hormônios e enzimas.

Sua carência provoca “DESIDRATAÇÃO”.

Desidratação é a perda ou não consumo de água, trazendo o desequilíbrio hídrico,


cujos sintomas são: sede acentuada, ausência de saliva, preguiamento cutâneo,
confusão mental, delírio, fontanelas deprimidas, olhar tristonho, choque e morte.

Hidratação na pessoa idosa


A perda de água intracelular,
durante o processo de
envelhecimento, relacionada com a
diminuição da massa muscular,
contribui para o declínio da
quantidade de água corporal em
idosos, fato que pode ser agravado
pelo uso de drogas diuréticas ou por
alterações significativas do volume
hídrico intracelular.

Em idosos o limiar para o


desequilíbrio estreita-se por redução
da água total corporal, percepção
diminuída da sede, menor capacidade
de reter líquidos, somados a presença
constante de várias patologias.

Os principais sintomas da desidratação se manifestam com: perda de peso,


diminuição do turgor cutâneo, letargia, fraqueza, confusão mental, mucosas
ressecadas, diminuição do suor e hipotensão. Os sinais bioquímicos mais perceptíveis
são: a uréia elevada, creatinina normais, e sódio elevado.

Objetivo da hidratação é restaurar o equilíbrio hemodinâmico e osmolaridade


normal no organismo. No entanto quando falamos em paciente terminal, o objetivo
da hidratação se restringe a fornecer conforto ao doente.

As necessidades de ingestão hídrica para o idoso pode ser calculada em


torno de 30 a 35ml por kg de peso ao dia, sendo no mínimo de 1,5L por dia. No
entanto, estes valores não podem ser preconizados quando o objetivo for manter o
conforto do paciente, devemos fornecer o suficiente para que os sintomas da
desidratação não se manifestem.

Lembrete
Para ajudar a você a lembrar as três formas como ocorrem as perdas normais de
Água, pense em PEE.

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Perspiração – através da pele;


Expiração – através dos pulmões;
Eliminação – através da urina e fezes.

O papel do nutricionista não é forçar a família, o cuidador de idosos ou o


próprio paciente, a ter uma ingestão hídrica semelhante ao preconizado, mais sim dar
opções para que esta seja feita da forma mais confortável possível.

Algumas sugestões:
 Utilizar líquidos com sabor, como sucos, chás ou água de coco, a fim de melhorar a
aceitação;
 Oferecer alimentos ricos em água: frutas como melancia, melão, laranja, pêra, sempre
que possível;
 Oferecer gelatina nos intervalos;
 Bebidas isotônicas são indicadas quando há sinais de desidratação;
 Adaptar os utensílios para a oferta de líquidos, como: canudos, copos com bico,
seringas ou até mamadeiras;
 Atentar ao volume infundido quando o paciente estiver em uso de sonda gástrica,
pois a oferta, se excessiva, poderá gerar complicações, principalmente em pacientes
com quadro de caquexia ou desnutrição.
 Quando houver disfagia, verificar a necessidade do uso de espessantes.

Quando a ingestão não é


possível por via oral ou via sonda
gástrica, pode-se recorrer a
correção através da soroterapia, a
qual, como qualquer
procedimentos, deve obedecer
alguns critérios pois pode causar
alterações de ordem
hidroeletrolítica no paciente,
principalmente nos quadro de
desnutrição e hipercatabolismo.
Esta reposição pode ser feita por
via endovenosa, ou, através de um
procedimento muito utilizado em
pacientes com doenças em
evolução para um quadro
terminal, a hipodermóclise. Após
a via oral, a hipodermóclise é a via mais indicada para a reposição de fluídos e
medicamentos para pacientes em fase terminal. Consiste na administração de fluídos
pela via subcutânea. Apresenta baixo risco de complicações, é indolor e eficaz, desde
que feita por profissional, médico ou enfermeiro, devidamente treinado.

Referências:
Dutra de Oliveira, I.E., Marchini, J.S.; Ciências nutricionais. Ed. Sarvier, São Paulo, 1998.
Escott-Stump, S., Mahan, L.K. Alimentos, nutrição e dietoterapia. Ed. Roca, 9° ed, São Paulo, 1998.
Frank, A.A, Soares, E.A. Nutrição no envelhecer. Ed. Atheneu, São Paulo, 2004.
Freitas, E.V., et al. Tratadao de geriatria e gerontologia, ed Guanabara Koogan, 2° ed, Rio de Janeiro, 2006.

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Dietética
É a ciência e a arte de alimenta corretamente
pessoas e coletividade sadias, consiste no
planejamento e preparação de refeições adequadas.
Quando a dietética cuida da alimentação de pessoas
ou coletividade enfermas, recebe o nome de
Dietoterapia.

Tipos de dietas:

As dietas são prescritas por nutricionistas, podendo ser modificadas com fins
terapêuticos específicos.

As dietas prescritas podem conter modificações físicas e/ou químicas, podendo


ser hiper (alta), hipo (baixa) ou normo (normal).

Exemplo:

Dieta Dieta Dieta Dieta Dieta


Hipossódica Hiperprotéica Hipolipídica Normocalórica Assódica
Pouco sal Rico em Pobre em Normal em Sem sal
proteínas gordura calorias

As Dietas podem ser:

Dieta Normal Não há alteração na sua consistência. Destina-se a


pacientes que não necessitam de restrições específicas a
alimentos.
Pode ser bife, frango, salada crua
Dieta Branda Tecido conjuntivo e fibras abrandadas por cocção ou
subdivisão. Indicada quando se necessita facilitar o
trabalho mecânico na ingestão e/ou digestão dos
alimentos.
Pode ser alimentos cozidos, grelhados ou assados.
Frutas cortadas ou em creme caso esteja muito
maduras. Frutas mais dura como maçã, pêra e goiaba
(cozidas em água).
Dieta Pastosa Apresenta consistência menos sólida e mais macia que
a dieta branda – alimentos moídos ou em forma de
purê ou pasta. Indicado para pacientes com dificuldade
de mastigação e uso de próteses dentária e refluxo.
Ex. Carne moída, purê de legumes, creme de legumes
e/ou frutas.
Dieta Semilíquida Apresenta consistência semifluida, composta por caldos
espessos, purês ralos, cremes, pastas e mingau ralo.
Tem a finalidade de fornecer repouso digestivo,
facilitando a digestão.
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Dieta Líquida É isenta de condimentos, recomendada para pacientes


que necessitam de repouso gástrico; usada para
hidratar o paciente.
Chá, água de coco, sucos de frutas coados, gelatina
bom rala, água.
Dieta Líquida restrita Utilizada em pré e pós operatório, chamada de líquida
de prova (para testar a tolerância do paciente). Isenta
de resíduos, sem fibras, leite e derivados.
Chá ralo, água de coco, caldo de carnes e legumes
coados, sucos de frutas coados (cuidado com laranja e
limão), gelatina sem corante bem rala.

Independente da situação da dieta devemos ajudar ao paciente a alimentar-se


sozinho para tornar-se independente o mais rápido possível. Usando-se de muita
paciência, delicadeza e atenção.

Fatores que influenciam na alimentação:


- O ambiente deve ser tranqüilo, limpo,
organizado e livre de qualquer coisa que possa
causar náuseas.
- Paciente em estado grave devem ser separados
por biombos.
- O estado emocional do paciente leva a
inapetência e rejeição da dieta, a depressão, a
saudade, a preocupação, a infelicidade, a
irritação, o nervosismo etc.
- O preparo físico do paciente e roupas limpas,
cabelos penteados e limpos, mãos lavadas,
posição confortável no leito ou na mesa etc.
- Quanto ao preparo da bandeja ou dos alimentos
todos os utensílios devem estar limpos,
arrumados adequadamente, satisfazer as
preferências dos pacientes sem fugir da dieta
prescrita.

Observações:
- Devemos evitar tratamentos dolorosos no momento que antecedem a refeição;
- Evitar aborrecimento nos momentos que antecedem a refeição;
- Deve-se ter em mente que qualquer erro na dieta pode causar sérios transtornos e
complicações no estado de saúde do paciente;
- Se o paciente não enxergar devemos descrever-lhes o tipo de alimentos, a
consistência da dieta etc.;
- As anormalidades surgidas como, por exemplo, vômitos após a refeição e outras
devem ser comunicadas ao médico imediatamente.

Desnutrição:
É a ausência ou déficit de nutrientes na qualidade alimentar.

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Tipos de desnutrição:
- Desnutrição por avitaminose.
- Desnutrição primária ou
principal.
- Desnutrição secundária.
- Desnutrição marginal – existe
uma adaptação do organismo a
má condição de sobrevivência,
acomete basicamente as
crianças em fase escolar (dos 5
aos 10 anos).

As causas da desnutrição são:


sócio-econômicas, ambientais,
condições geográficas e outras
como doenças, guerras,
catástrofes etc.

Conseqüência da desnutrição no Idoso

A desnutrição provoca nos indivíduos inúmeras e gravíssimas alterações


anatômicas e funcionais. Alterações de caráter cumulativo, ou seja, uma alteração
desencadeia outra, e esta agrava a primeira. Nos idosos, como existe uma pequena
reserva funcional, este nutricional gera disfunções em cascata, culminando como
óbito, caso não se atue de forma enérgica e rápida.

Capacidade funcional
- Declínio da capacidade funcional e física, devido a atrofia muscular ou alguma
disfunção orgânica/motora.

Estado clínico geral


- Insuficiência Cardíaca Congestiva com alterações protéicas, de magnésio, de
potássio e tiamina.
- Intolerância à glicose com alterações metabólicas de carboidratos, de gorduras, de
cromo e potássio.
- Osteopenia com alterações de absorção de vitamina D, de cálcio e fósforo, de
proteínas e aumento do uso de sal e álcool.

Sistema nervoso e psíquico


- Distúrbio neuropsicológico com comprometimento de vitaminas do complexo B e
calorias.

Reparação Tecidual
- Processo de cicatrização comprometido pela deficiência de proteínas, de zinco e
vitaminas C.

Defesa imunológica
- Declínio das funções imunológicas predispondo ao aumento de infecções.
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- Distúrbios hematológicos com menor fagocitose, diminuição da função de linfócitos


T, e das células “natural killer”.

Referência:
Marchini J,S., Ferriolli E., Moriguti J,C. Suporte nutricional ao paciente idoso, Diagnóstico, Avaliação e
intervenção. Medicina, Ribeirão Preto, 31:54-61 Jan-Mar 1998.

Nutrição Enteral
Definição – RDC 63

Alimento para fins especiais, com ingestão controlada de nutrientes, na forma


isolada ou combinada, de composição definida ou estimada, especialmente formulada
para uso de sondas ou via oral, industrializada ou não, utilizada exclusiva ou
parcialmente para substituir ou complementar a alimentação oral em pacientes
desnutridos ou não, conforme suas necessidades nutricionais em regime hospitalar,
ambulatorial ou domiciliar, visando a síntese ou manutenção dos tecidos, órgãos ou
sistemas.

1) A nutrição enteral pode apresentar nas seguintes formas:

Caseira: dieta preparada à base de alimentos na sua forma original (in natura) que
deverá ser liquidificada, coada e ser administrada apenas em pacientes que possuem
gastrostomia. Caso seja administrada via sonda nasoenteral, necessitará de maior
diluição para passar pelo tubo fino e, neste caso, haverá perda de nutrientes. Deverá
ser preparada seguindo uma série de recomendações, a fim de evitar contaminação.

Industrializada: é uma dieta pronta, completa em nutrientes e balanceada, onde


há menores chances de contaminação. Pode ser encontrada nas seguintes formas:
 Pó: necessitando de reconstituição ou diluição com água;
 Líquidas em Sistema Aberto: prontas para uso, devendo ser envasada em um
frasco plástico (descartável);
 Líquidas em Sistema Fechado: prontas para uso, sendo necessário somente
conectar o equipo diretamente no frasco da dieta.
É importante que as embalagens da dieta sejam mantidas em local fresco
e seco.

2) Vias de Alimentação da Nutrição Enteral

Via Nasogástrica Via Nasogástrica


ou Oroentérica : ou Oroentérica :

a sonda é passada pelo a sonda é passada pelo


nariz ou pela boca e se nariz ou pela boca e se
direciona até o direciona até o intestino
estômago. delgado.

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Gastrostomia : Jejunostomia :

a sonda é implantada a sonda é implantada


cirurgicamente ou via cirurgicamente ou via
endoscópica e endoscópica e
permanece em um permanece em um
orifício (estoma) orifício (estoma)
diretamente no intestino diretamente no
delgado (jejuno). estômago.

3) Tipos de Administração:

As dietas enterais podem ser administradas de forma intermitente ou


contínua, de acordo com a tolerância digestiva do paciente e dos meios que se
encontram disponível no domicílio. A forma intermitente é mais parecida com a
alimentação habitual. Consiste em administrar cerca de 250mL de dieta enteral de 5
a 8 vezes ao dia. O volume de cada etapa deverá ser proposto em função do volume
total no dia e da tolerância digestiva do paciente.

A administração intermitente pode ser realizada de 2 maneiras:

1- Bolus
Administração da dieta enteral com auxílio de uma seringa de 50 mL. Método que
deve ser utilizado com muito rigor para evitar transtornos digestivos devido a uma
administração rápida demais.

Procedimento: aspirar a dieta com a seringa; conectar a seringa na sonda.


Lentamente, empurrar o êmbolo na seringa, para que aos poucos a dieta seja
infundida. Não ultrapassar 20 mL por minuto.
Após a administração de cada etapa da dieta enteral, aspirar 20 mL de água com a
seringa e injetar na sonda para lavá-la.

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2- Gravitacional

Administração da dieta em frasco por gotejamento, suspenso em


suporte.

Permite uma utilização mais lenta que o bolus e muitas vezes é


melhor tolerada.

Procedimento: conectar o equipo ao frasco plástico descartável ou diretamente no


frasco da dieta (se for o sistema fechado). A pinça do equipo deve estar fechada.
Suspender o frasco pelo menos 60 cm acima da cabeça do paciente. Abrir a pinça
para permitir que o líquido escorra até o outro extremo do equipo, fechar a pinça,
conectar o extremo do equipo na sonda e regular a velocidade de administração com
o equipo.

A administração contínua
A forma contínua consiste numa administração por gotejamento contínuo com
bomba de infusão. A dieta pode ser administrada em períodos de 12 a 24h, em função
da necessidade do paciente.

Procedimento: conectar o equipo da bomba com a pinça fechada ao frasco da dieta


enteral. Suspender o frasco pelo menos 60 cm acima da cabeça do paciente. Abrir a
pinça para permitir que a dieta corra até o outro extremo do equipo. Fechar a pinça.
Colocar o equipo na bomba de infusão e seguir as instruções corretas de cada bomba.
Conectar o extremo do equipo à sonda e regular a velocidade de administração da
dieta enteral. Abrir a pinça do equipo e iniciar a infusão.

Observação geral: as dietas enterais devem ser armazenadas em local seco, fresco,
à temperatura ambiente e longe do calor. Mantenha fora do alcance de crianças. Uma
vez envasadas no frasco plástico, devem ser imediatamente utilizadas, caso contrário,
devem ir para a geladeira, preferencialmente em prateleira exclusiva, por um prazo
máximo de 24h após sair da embalagem original. Depois deste período, a dieta
enteral já preparada deve ser desprezada.

4) Preparação para a administração das dietas:

É muito importante que alguns cuidados


com a higiene sejam tomados para que a sua
dieta não se contamine e possa ocasionar
algum tipo de problema. Essa contaminação
pode ser proveniente dos equipamentos,
utensílios e superfícies higienizadas
inadequadamente, de ingredientes mal
armazenados e utilizados na preparação da
dieta, do armazenamento inadequado da dieta
enteral e das condições higiênicas dos
manipuladores.

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Lave sempre as mãos com água e sabão antes de manusear qualquer


utensílio. Depois seque as bem com papel toalha descartável. O local do
preparo da dieta deverá ser limpo com álcool 70%.

A higiene é fundamental

para o preparo da dieta enteral.

Orientações para uma administração correta da dieta enteral

Coloque o paciente na posição correta.


Se o paciente estiver acamado: Mínimo
60cm
 eleve a cabeceira da cama de 30 a
45 graus durante a administração da
dieta;

 mantenha o paciente nesta posição


de 20 a 30 minutos após a infusão da
45°
dieta, se a administração for
intermitente ou por bolus (com
seringa);

 se o paciente estiver recendo


nutrição enteral de forma contínua,
mantenha a cabeceira da cama
elevada durante todo o tempo de 30
a 45 graus.

Se o paciente não estiver acamado:


 mantenha-o sentado durante toda a administração da dieta.

A obesidade e a apnéia obstrutiva do sono

Aspectos Nutricionais:
Sabe-se hoje que o sono e as alterações do ciclo vigilia-sono pode influenciar vários
aspectos do equilíbrio nutricional e metabólico do organismo, porque as alterações do
ciclo levam à privação do sono, gerando vários distúrbios como: aumento da
obesidade, síndrome metabólica, dislipidemia, diabetes, etc.

Em condições de restrição de sono, o apetite por alimentos com alta quantidade de


carboidratos, incluindo doces, biscoitos, salgados, cereais e tubérculos, evidenciando
a preferência por alimentos mais calóricos e ricos e lipídio.
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Leptina -> É uma proteína produzida pela glândula mamária, músculo esquelético,
epitélio gástrico e pelo tecido adiposo, que fornece informações sobre o equilíbrio
energético para o centro regulatório do cérebro e a sua liberação está associada com a
produção da saciedade. Durante o sono, a leptina encontra-se elevada e com a
privação do sono encontra-se diminuída, alterando a habilidade da leptina em
produzir o sinal de saciedade, o que leva ao aumento da ingestão calórica.

Obesidade:
A prevalência mundial de
obesidade vem crescendo de forma
assustadora, o que se tornou um
problema de Saúde Pública, pois
responde pelo aumento das doenças
crônicas com risco de morbidade e
mortalidade. Isto pode-se observar
também em idosos, o que representa
um impacto negativo na vida desses
idosos, uma vez que limita sua
independência na execução das
atividades de vida diária, diminui sua
capacidade funcional, aumenta o risco de síndrome metabólica (Hipertensão,
Diabetes Mellitus, doenças cardiovasculares dentre outras).

Referências:
Tufik, S. Medicina e Biologia do Sono; Instituto do sono SP: 20-26; pag.2040-305: ed. Manole, 2008.
I CONSENSO BRASILEIRO DE RONCO E APNÉIA DO SONO, 2000. In: Sociedade Brasileira do Sono.
Alfredo, C. Neto, L. T. Consulta Geib; Sono e Envelhecimento. Ver. Psiquitria. RS, 25930:453-465, set/dez. 2003.
Nabarro, P – Ronco e apnéia: Os Benefícios da Odontologia do Sono. Ortopedia funcional dos maxilares.
Mariani, C. M; Tavares, S; Aloi, F. – Apnéia do sono em Obeso. Arq. Brasileiro de Endocrinologia Metabólica,
2000;44(2): 81-90.

Cuidando da Constipação Intestinal

A constipação intestinal e suas complicações:


Constipação, a eliminação difícil ou irregular das fezes, é uma queixa comum,
sobretudo em pacientes idosos. A constipação é exacerbada pela nutrição deficiente,
baixo consumo de líquidos e imobilidade.

A constipação ocorre quando a peristalse reduzida resulta em tempo de trânsito


prolongado no trato gastrointestinal, permitindo absorção excessiva de líquido. Como
resultado, as fezes endurecem, dificultando sua eliminação. Quanto mais tempo as
fezes permanecem no cólon, mais líquido é absorvido, tornando a defecação mais
difícil e desconfortável.

Os fatores que predispõem a constipação:


- vida sedentária;
- dieta com baixo teor de fibras;
- desidratação;
- depressão;
- envelhecimento;
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- doenças sistêmicas, como esclerose múltipla, doença de Parkinson, AVC, lesão


raquimedular, diabetes mellitus, dentre outras.

Sinais e sintomas:
- abdômen firme;
- distensão e cólicas abdominais;
- força durante a defecação;
- fezes duras e pequenas;

Como tratar:
Alimentos laxativos como ameixa, abobrinha, berinjela, brócolis, cenoura crua,
couve, farinha de aveia, aveia em flocos, laranja, lentilha, mamão, morango, manga,
quiabo, tangerina, uva, vagem, dentre outros.

Referências:
Santos, Jr JCM. Laxantes e Purgativos – O paciente e a Constipação Intestinal. Ver bas Coloproct, 2003;23(2):
130-134.
Shils, M.E. et al; Tratado de nutrição moderna na saúde e na doença, ed. Manole, 9° ed. São Paulo, 2003.
Silva, S.M.C., Mura, J.D.P.; Alimentação, nutrição e dietoterapia, ed. Roca, São Paulo, 2007.

Cuidados Nutricionais
Anorexia no Idoso Terminal:
A alimentação possui uma estreita ligação com a sobrevivência humana desde o
nascimento. A recusa de alimentos por parte do paciente, gera na família um
sentimento de ansiedade muito grande, provocado pela sensação de perda de um dos
estímulos primordiais à vida: a vontade de nutrir-se.Isto sinaliza também a
aproximação do óbito, pelo comportamento de desistência adotado pelo paciente. A
recusa do alimento pode ocorrer pela ausência do apetite ou pela saciedade precoce.

O que pode contribuir para melhora da aceitação alimentar:


 Alteração na consistência da dieta;
 Seguir a preferência do paciente;
 Não obrigá-lo a comer, mais sim, oferecer a alimentação de forma fracionada;
 Uso de suplementos alimentares em pó como forma de enriquecer pequenas porções
de alimentos;
 Fazer com que o paciente escolha aquilo que deseja ingerir;
 Chupara pequenas pedras de gelo, melhorando assim a aceitação do alimento;
 Fazer bochechos com chá de camomila antes das refeições para diminuir a sensação
de amargo na boca, provocada pelos medicamentos;
 Atenção aos utensílios, utilizar pratos pequenos (tipo de sobremesa) para servir as
refeições;
 Incentivar o paciente a sentar-se à mesa junto com a família, pois o convívio social é
muito importante neste momento.

Mas quando o paciente encontra-se inconsciente, apático ou muito sonolento,


a opção de utilizar uma sonda enteral, deve ser conversada com a família, e caso a
opção seja positiva, iniciar com pequenos volumes, sem a pretensão de restabelecer o
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estado nutricional do doente, pois nesta fase não é o objetivo principal da nutrição,
mais sim manter o trofismo intestinal e um aporte calórico basal.

Referências:
Dutra de Oliveira, I.E., Marchini, J.S.; Ciências nutricionais. ed. Sarvier, São Paulo, 1998.
Escott-Stump, S., Mahan, L.K. Alimentos, nutrição e dietoterapia. ed. Roca, 9°ed, São Paulo, 1998.
Frank, A.A., Soares, E.A. Nutrição no envelhecer. ed. Atheneu, São Paulo, 2004.

Dificuldade para deglutir alimentos


Disfagia, ou dificuldade para
deglutir, é um dos problemas mais
comuns associados ao esôfago. Uma
possível causa é obstrução mecânica,
como a decorrente de um bolo de
alimentos, inflamação, edema ou
cirurgia de garganta. Outra causa
possível é a interferência na
motilidade esofágica causada por
outro distúrbio – por exemplo, um
distúrbio neurológico, como AVC ou
esclerose lateral amiotrófica.
Independente da etiologia, a disfagia
pode ter um impacto significativo no
consumo de alimentos e nas condições nutricionais, além de aumentar o risco de
aspiração.

Sinais e sintomas:
As queixas do paciente associadas à disfagia variam desde desconforto
(sensação de ter alguma coisa “entalada” na garganta) até dor aguda severa à deglutir.

 Alerta:

- dificuldade para articular as palavras;


- face abatida;
- salivação excessiva;
- tosse ou asfixia durante ou após as refeições
- voz engasgada
- retenção de alimentos na boca (como nas
bochechas)

Observe se o paciente identifica alimentos


específicos que prefere ou evita. A deglutição de
alguns alimentos pode ser mais fácil (por exemplo,
alimentos semi sólidos espessados), enquanto que
outros, como carne, podem causar problemas para o
paciente.

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Dietas para disfagia

Dieta e prescrição Exemplos de Alimentos

Líquidos espessos Sopas cremosas e macias; molhos de


Líquidos batidos no liquidificador ou maçã; pudins; líquidos espessados para
em purê sem caroços, grãos ou sólidos obter textura semelhante à de pudim.
(podem ser ingeridos lentamente com a
colher).
Alimentos moles e líquidos
espessos Cremes e iogurtes simples, purê de
Os mesmos acima, mais alimentos batatas, cereais cozidos macios (por
viscosos ou de consistência semelhante exemplo, creme de trigo), néctares de
à gelatina sem farelo. frutas, gemada e líquidos espessados
para obter uma consistência
semelhante à de pudim ou de néctar.
Alimentos semi-sólidos, líquidos
espessos Frutas moles, massa, entradas na forma
Os mesmo acima, mais alimentos de purê, suflês, ovos pochê e líquidos
firmes mas não duros. espessados para obter uma consistência
de néctar ou de mel.
Alimentos sólidos e líquidos
espessos Vegetais moles cozidos, frutas moles,
Os mesmos mencionados para os carne cortada, biscoito moles e líquidos
líquidos espessos, mais alimentos espessados, conforme necessário
firmes, mastigáveis e crocantes que não
sejam duros.

O que devemos fazer para melhorar a aceitação da alimentação para o


paciente:

- realizar higiene bucal imediatamente antes das refeições para melhorar o paladar;
- assegurar repouso adequado antes das refeições para evitar que a fadiga interfira
com a alimentação;
- fornecer refeições pequenas e freqüentes para evitar fadiga enquanto maximiza o
consumo;

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- eliminar as distrações de modo que o paciente se concentre em comer e deglutir;


- utilizar dispositivos de adaptação, conforme necessário, tais como canecas com
bico; evitar o uso de canudos (isso pode fazer com que o volume de líquidos que entra
na boca do paciente seja maior do que ele consegue engolir, aumentando o risco de
aspiração;
- encorajar mordidas pequenas e mastigação lenta e completa;
- incentivar e encorajar durante as refeições;
- fornecer alimentos frios ou mornos para estimular o reflexo e a deglutição;
- temperar, conforme necessário, para estimular a salivação, ajudando a umedecer o
alimento;

Diabetes Mellitus
O principal objetivo no paciente diabético é manter a glicemia o mais
próximo possível do valor de normalidade, balanceando a dieta, medicamentos e
exercícios físicos.

Diabetes tipo 1 (dependente de insulina)


Acomete principalmente jovens.

Diabetes tipo 2 (não-dependentes de insulina)


Inicia em pacientes de meia idade, com história
familiar, obesidade e sedentarismo.

A obesidade afeta o metabolismo dos carboidratos por induzir a resistência


periférica da insulina e causar o aumento compensatório dos níveis circulantes. Isso
ser melhorado com o aumento da atividade física, e piorado com aumento de peso
corporal e adiposidade abdominal.

Hipoglicemia

A hipoglicemia é um distúrbio em que a concentração de açúcar do sangue


encontra-se baixa.

Sintomas: fome súbita, fadiga, tremores, tontura, batedeira, suores, pele


fria, pálida e úmida, turvação da visão, dor de cabeça, dormência nos lábios e língua,
irritabilidade, desorientação, mudança de comportamento, convulsões e até perda de
consciência. Tais sintomas podem ser observados isolados ou em conjunto, porém a
conduta é sempre a mesma; melhorar a taxa de açúcar no sangue. Caso não corrigido
rapidamente, a glicemia pode ficar cada vez mais baixa podendo levar o paciente a
danos neurológicos, coma e até morte; pois o principal combustível para o cérebro é a
glicose. A hipoglicemia noturna pode se manifestar com pesadelos e gritos, além dos
sintomas mencionados.

A hipoglicemia, pode ser evitada, porém ela ocorre quando:


- O diabético omite refeições, atrasa suas refeições ou come muito pouco;
- Quando apresenta vômitos e diarréias;

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- Quando pratica exercícios físicos excessivos (esportes ou trabalho pesado),


principalmente não estando bem alimentado;
- Por doses excessivas de insulina ou hipoglicemiantes orais;
- Por excesso de bebidas alcoólicas, que impedem a liberação de glicose pelo fígado.

Tratamento da hipoglicemia:

Deve-se iniciar o tratamento o mais rápido possível; pois se os níveis de


glicose caírem abaixo de 20 mg/dL, pode ocorrer lesão cerebral se não administrada
glicose em minutos.

Se o paciente estiver inconsciente injetar 1mg de Glucagon subcutâneo,


igual a aplicação de insulina; a consciência retorna em cinco minutos
aproximadamente, permitindo um lanche para repor.

Ou um produto contendo glicose é espremido na boca do paciente


consciente. Como:
- colocar mel na língua;
- oferecer suco de fruta, um refrigerante não-diet ou água com 3 colheres de açúcar;
- oferecer geléia de uva, seis balas com geléia ou 10 balas de goma.

Os indivíduos com tendência à hipoglicemia devem carregar consigo um


cartão ou uma pulseira para informar à equipe de emergência sobre a sua condição. É
importante que os amigos e parentes da pessoa com diabetes saibam que ela está em
uso de insulina ou de hipoglicemiante oral. Assim, já poderão fazer o diagnóstico de
hipoglicemia.

Para obter um melhor controle dos níveis glicêmicos é necessário


monitorar, no dia-a-dia, os níveis glicêmicos.

Referências:
ALBUQUERQUE Reginaldo. Hipoglicemia. Sociedade Brasileira de Diabetes.
FAJANS, Stefan S. Diabetes Mellitus, Hipoglicemias. Manual Merck , seção 13 – Distúrbios Hormonais, Cap. 148
– Hipoglicemia.
FELDMAN Jane. Complicações agudas do diabetes. Folha online, Seção equilíbrio. Intolerância a frutas pode
causar hipoglicemia.
Gomes Mário C.O. Hipoglicemia – a queda de açúcar no sangue.
LIMA Josivan; MENDONÇA Deise R.B. Como cuidar de uma Hipoglicemia? Sociedade Brasileira de
Endocrinologia e Metabologia. Seção Conteúdo Público. O que é Diabetes? Sociedade Brasileira de Geriatria e
Gerontologia. Diabetes Mellitus.

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