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Porto Alegre
1990
lnst1tuto de
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
INSTITUTO OE ARTES- DEPARTAMENTO DE MJf?ICA
CURSO DE PóS-GRADUAÇÃO - MESTRADO EM MUSICA
Banca Examinadora:
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11
À minha esposa, Valéria,
e aos meus filhos, Leandro e Carolina
111
SUMÁRIO
ao .................................................................................................................. 1
Metodologia............................................................................................................... 4
Notas ......................................................................................................................... 9
Notas ..............................................................................................." 1 B
2.1.Pianejamento ...............................................................................19
2.2.
2.2.1. Do repertório....................................................................... 21
2.2.2. Do ensaio............................................................................ 24
.....................................................................................29
Notas ................................................................................................ 32
3.1.3.Harmonia ......................................................................... 57
IV
3.2. A rela($êO anállse-srntese na aprendizagem dos elementos
Notas ............................................................................................... 73
musical ............................................................................................ 75
4. 2. A aplica($ãO da técnica vocal e sua aprendizagem.................... 76
Notas ............................................................................................... 87
Conclusão .................................................................................................................. 88
Anexo ........................................................................................................................ 92
v
RESUMO
VI
INTRODUÇÃO
ensaio que dura uma ou duas horas, são variáveis que funcionam de acordo com
as características próprias de cada grupo. O Interesse e a rela<jão de disponibilidade
entre as partes geram a necessidade de mais ou menos tempo de ensaio
determinando a qualidade e a trajetória do grupo.
Este Interesse mútuo, que Identifica o caráter social do agrupamento,
transfere o foco da musical do palco para o ensaio. Enquanto a existência de
um coral está alicer<jada somente na no palco, no aplauso, suspeita-se
não está ocorrendo suficiente compreensão ou interesse comum entre seus
membros, enfatiZétldo-se, assin, a inctvid.Jalidade de seus integra1tes ou do regente.
Não se pode perder de vista que a performance é o reflexo de um momento anterior
- o ensaio - e se ela não é bem sucedida, algo está insuficiente na compreensão ou
na prepara<jão do grupo.
A capacidade de resistência ffsica de um grupo, a capacidade de
a capacidade de desenvolver a compreensão e a expressividade, são
elementos que dependem da a<jão direta do regente no momento do ensaio.
A preocupa<jão com estes aspectos surge de uma experiência pessoal
do autor desta pesquisa na tentativa de enfrentar esta problemática Os objetivos
.
desta pesquisa são didáticos e o que se pretende é a apresenta<jão de estratégias
que dimensionem com mais clareza aspectos significativos na condu<jão do ensaio
coral.
METODOLOGIA
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Para ROE o regente deve ter um planejamento adequado para que haja
um maior aproveitamento de tempo nos ensalos(8), sem desperdfclos e sem levar
o grupo ao desinteresse ou à fadiga GREEN também sugere a
6
NOTAS
(1) ROBINSON,R. & WINOLD,A lhe chorai experlence. New York, Harper's
College Press, 1976, p.1 54.
(2) BIGGE,M.L. Teorias da a,prendizagem para professores. São Paulo, E.P.U.
e EDUSP, l9n, p.6.
(3) BIGGE,M.L. op. clt p.8.
(4) KUETHE,J.L O processo ensino-aprendizagem. Porto Alegre, Globo, 1978,
p.6.
(5) GAGE,N.L. & BERUNER,D.C. Educatjona! psychology , Boston, Houghton
Mifflin Company, 1988, p.229.
(6) ROBINSON,R. & WINOLD,A op. cit. p.155.
(7) SHEWAN,R. Vojce trainjng forthe hjgh school chorus. New York, Parker
Publishing, 1973, p.201.
(8) ROE,P.F. Chorai musjc education. New Jersey, Prentice Hall, 1970, p.250.
(9) GREEN,E.A.H. & MALKO,N. lhe conduçtor and his score. New Jersey,
Prentice Hall, 1975, p. 93.
(1 O) ROE,P.F. op. cit. p.137.
(11) SHEWAN,R. op. cit. p.205.
(12) ROBINSON,R. & WINOLD,A op. cit. p.291.
(13) MARTlNS,R. musical: conceitos e preconceitos. Rio de Janeiro,
FUNARTE, Instituto Nacional de Música. Coordenadoria
de Educagão Musical, 1985, p.21.
(14) SHEWAN,R. op. ctt. p.23.
(15) ROE,P.F. op. ctt. p. 71.
(16) ROBINSON,R. & WINOLD,A op. ctt. p.54.
1 - O ENS.AJO CORAL: TREINAMENTO OU APRENDIZAGEM?
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13
I
15
Se o grupo não está muslcallzado conceitos musicais podem ser transmitidos " ... sem
o auxmo de uma linguagem técnica"(15).
11 - Técnica vocal
a) fundamentos vocais são imprescindfveis para um grupo coral;
b) o domfnio da técnica vocal permite controle e qualidade na
coral;
c) o trabalho de técnica vocal depende de maturidade e persistência e
o planejamento deste aspecto é indispensável;
d) a de exercfcios significa grande parte da garantia de
aprendizagem e o regente, como orientador deste processo, deve ter consciência
de sua de professor de voz(16).
A aprendizagem de conceitos musicais e da técnica vocal precisa estar
relacionada com o repertório do grupo para que toda e treinamento
possam ser vivenciados de maneira significativa e adequada Grande parte do
sucesso de um grupo se deve aos critérios de escolha do repertório. Tais critérios
devem situar progressivamente as dificuldades a serem vencidas de maneira clara
NOTAS
'nsütuto de Arte..;
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2. O PLANEJAMENTO DO ENSAIO NA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO MUSICAL
2.1 . Planejamento
esquecimentos com relagão aos ensaios anteriores e dificulta a projegão do que deve
ser feito nos ensaios seguintes. São várias as fungõs do planejamento:
a) facilitar a conexão entre os ensaios, mesmo quando eles são
espagados;
b) esclarecer que aspectos precisam ser recordados, reforgados ou
corrigidos;
c) permitir maior precisão sobre os momentos mais proprcios para a
inclusão de novas obras no repertório;
d) determinar estratégias que melhor conduzam o processo de
aprendizagem.
É quase inexistente o hábito de documentar experiências na prática
coral. Quando esta documentagão ocorre, é feita de maneira pouco eficiente. A
utilizagão de esquemas de trabalho é confundida com mecanizagão, automagão e
por isso é rejeitada A documentagão sobre a prática coral pode se tomar valiosa
tanto para o desempenho dos grupos quanto para a sistematizagão do processo de
aprendizagem. A escassez de bibliografia nacional sobre o assunto, também pode
ser justificada pela fatta de hábito de registro da atividade coral. Pouca importância
se dá ao planejamento da atMdade musical em geral. O atual estágio da educa(ião
musical no Brasil reflete tal sitUa(ião.
O planejamento de um ensaio pode consistir de três etapas:
organizagão, aplicagão e avaliagão. A organizagão é uma etapa anterior ao ensaio,
é construrdaapartirdas propostas que se pretende apresentar ao grupo. A aplicagão
é a etapa onde as propostas da organizagão do ensaio são realizadas. A avaliagão
é uma etapa posterior ao ensaio, tem por objetivo verificar as etapas anteriores bem
como fornecer subsrdios para a preparagão dos ensaios seguintes. Do planejamento
constaria também adequagão do ambiente para a realizagão do ensaio, distribui(ião
de partituras, avisos gerais e outras atividades que não serão consideradas neste
trabalho. As três etapas mencionadas anteriormente serão desenvolvidas a seguir
21
2.2. Organiza<Jão
planejamento pode fornecer uma série de estratégias que conduzam a uma boa
trajetória do grupo.
A literatura sobre a prática coral é enfática na questão da sele($AO do
repertório. A escolha adequada de repertório estimula o crescimento do grupo. o
melhor caminho, confonne ROE, é escolher música autêntica que seja um bom
exemplo de estilo, época, cultura e que contenha boa organiza($ão formal e
qualidades expressivas(3). A análise prévia do repertório pode contribuir para a
eficácia de sua
Muitas pe($as passam pelas mãos dos regentes e são analisadas de
alguma maneira. Algumas apresentam elementos adequados a um grupo e podem
ser inclu(das imediatamente ao repertório. Outras não atendem às necessidades
imediatas mas podem ser aplicadas posteriormente. Para que este tipo de
não promova um esquecimento de pe(iaS Muramente aplicáveis seria conveniente
a anota(ião desta possibilidade. A cria(ião de uma espécie de arquivo de pe(ias
analisadas para consulta pode ser útil para o regente. O quadro que se segue é uma
sugestão, podendo ser alterado de acordo com os itens que o regente entende como
sendo pertinentes.
Tfrulo _________________________________________________
Composltore ·data - - - - - - - - - - -- - - - - - - - - -
Arranjadore e d i t o r - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
Agrupamento(SATB, SA, etc.J..J_____________________
Tempo de _______________________________
Texto lfngua
longo, curto
dramático, narrativo, descritivo, estrófico, etc.
Ritmo compasso
andamento
mudanc;cas de compasso
figuras rftmicas(simples, complexas)
samba, valsa, marcha, etc.
Melodia tonal, modal, pentatônica, atonal
iltervalos
tessitura das vozes: sopr. con1r. tenor baxo
de trabalho. Texto, ritmo, melodia, harmonia, textura, forma e fraseado são uma
sugestão que contém a idéia de sucesstvidade na aprendizagem coral. Pode haver
dessa ordem, porém, é evidente que não se pode trabalhar textura antes
da melodia; nem se pode pretender um fraseado consistente enquanto existem
problemas rftmicos.
A constru<jão do conhecimento musical depende da disposi<jão e
dos elementos que compõem a estrutura de uma o ensaio é o
momento onde tal conhecimento é construfdo. novas ou pe<jas conhecidas
merecem o mesmo tratamento, a mesma Não se deve perder de vista
que no infcio do ensaio o grupo ainda está frio, ou seja, certos mecanismos vocais
não respondem imediatamente. Iniciar o ensaio com trechos muno agudos, por
exemplo, pode produzir resultados insatisfatórios. Para cantar na região aguda da
voz é preciso respaldo ffsico. O resultado será melhor depois que o grupo estiver
fisicamente pronto. Para que isto ocorra é necessário que haja um direcionamento
de atividades que promova o controle dos diversos mecanismos frsicos envolvidos
na vocal. Isto não quer dizer.':lue o infcio do ensaio será sempre pior, pois
se a não for adequada o grupo pode estar cansado no final e,
conseqüentemente, o resultado também não será satisfatório.
Quando existe um roteiro, ou uma proposta de é possfvel
fazer na das etapas do ensaio. Organizar não deve ser
entendido como a definitiva e radical de tarefas. A é
também uma estratégia pedagógica e precisa de variedade. A pode
evitar o descontrole do ensaio mas não deve tolher a criatividade do trabalho. A
eo planejamento devem ser entendidos como ferramentas no
desenvolvimento da atividade coral.
A do ensaio deve conter a dos exercfcios a
serem empregados no ensaio, o objetivo de cada um deles e a aproximada.
Tais procedimentos facilitam a de um processo de aprendizagem
26
PREPARAÇÃO DO ENSAIO •
Nome da pe'ia: Gradual para o domingo de Ramos
Autor: Padre José Maurfcio Nunes Garcia
Compassos 1 a 1 6 - 4 frases de 4 compassos
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2.3. Aplicaqão
2.4. Avaliagão
voltem a ocorrer. Há atividades que não apresentam resultados satisfatórios por falta
ou excesso de tempo. Há objetivos que são frustrados em fungão da tocallzagão da
atividade no decorrer do ensaio. Através da avaliagão pode-se redimensionar ou
confirmar objetivos, além de evitar resultados casuais.
Avaliar é poder observar crtticamente os resultados do ensaio, assim
como observar as estratégias geradoras dos resultados. Quanto maior a clareza de
objetivos maior será a chance de durante o ensaio. A precisa
de objetividade para que os resultados permitam cada vez mais precisão no
diagnóstico e na solugão de problemas.
A mesma ficha de preparação de ensaio, proposta anteriormente, pode
ser ampliada para efeito de e o resultado obtido fornecerá os subsfdios
necessários para a dos ensaios seguintes.
AVALIAÇÃO DO ENSAIO *
Nome da Obra·
do Ensaio do ensao
Obs.
NOTAS
sentido. Mesmo que os cantores saibam o que significa subir a se não têm
suficiente controle vocal é praticamente tmpossfvel fazer qualquer desta
ordem. Se um coral "acelera" ou "atrasa" em determinados trechos algo está errado
com à - que também é um conceito musical que lndepende do
conhecimento de figuras musicais e fórmulas de compasso.
reallza(iêo musical.
No aquecimento vocal de um coral podem ser Inseridas propostas
rftmlcas simples que de alguma maneira relacionem os diversos elementos
envoMdos no ato de cantar. Em geral os vocallses utilizados para aquecimento são
pobres do ponto de vista rftmlco, provocando monotonia e mecanlza(iêo. Diferentes
ritmos acompanhando as propostas de técnica vocal podem motivar os cantores. É
claro que o ritmo não deve confundir ou atrapalhar a vocal. Todavia, se
não se incorpora o fator ritmo na técnica vocal o resultado final pode ser
comprometedor- os cantores aprendem vocalises com um tipo de padrão rftmlco e
podem não transferir tal aprendizado quando a sltua<jão rftmlca for diferente.
Exemplo1
Exemplo2
11 J
4
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UJ. JJ] lj. li
apresentam uma variedade sobre a mesma proposta. Assim como a melodia não
pode estar destitufda de um padrão rftmlco, a técnica vocal poderia colaborar
eficientemente na de problemas rftmlcos associados ao ato de cantar.
Multas do repertório coral apresentam o ritmo de maneira
uniforme. Outras oferecem grandes desafios. O estudo da teoria musical deve
ser desenvoMdo através de um plano de trabalho adequado que enfatize a
de habilidades necessárias ao grupo, via repertório. O que ocorre com freqüência
neste estudo de teoria é o desenvoMmento de um programa tradicional de elementos
básicos provocando inúmeras na de conceitos musicais(12).
A de música vocal segue, na maioria das vezes, princ(plos
prosódicos. Muitos exercrcios rftmicos podem ser realizados com palavras para
os pontos de apoio e relaxamento. Falar o texto de uma ritmicamente
pode ser um exerc(cio extremamente útil para a de padrões, alem de
a e a pronúncia das palavras. Existem métodos de musical que
apresentam padrões rftmicos apoiados em palavras ou expressões que contém a
estrutura rftmica desejada(13,14). Certos vocalises também são realizados sobre
palavras ou expressões pretendendo a mesma prosódica
Exercrcios na forma de eco rftmico, pergunta e resposta, também
podem ser boas estratégias. Além de o desempenho dos cantores nos
padrões rítmicos desenvolvem a e a memória
Exemplo3
Pa.d.:rá.o Eco
40
Exemplo 3 - continuação
Peraunta Resposta.
4j .r:JJ j nnJ
A inclusão de elementos melódicos no trabalho do ritmo pode ser útil.
Extrair o ritmo de uma linha melódica pode proporcionar ao cantor uma delimitação
mais clara dos aspectos melódicos e rltmicos, o que contribui para a detecção de
problemas para estudo indMdual. Toda conexão de elementos deve ser
minuciosamente preparada para que não haja distorções nas propostas dos
exercfcios. Se a ênfase é demasiada sobre um aspecto em detrimento de outros,
corre-se o risco de uma compreensão parcial e isolada dos diversos componentes
da estrutura sonora Problemas de podem estar relacionados com
dificuldades rítmicas, do mesmo modo que imprecisão rh:mica pode estar relacionada
com dificuldades melódicas. É importante ressaltar a necessidade de separação de
partes integrantes da música para efetto de estudo, mas é imprescindfvel que se
promova a reintegração destas partes. Quando o trabalho de aspectos especfficos
é bem programado o cantor pode individualmente detectar suas próprias
dificuldades. O diagnóstico preciso do erro é o primeiro passo em direqão à solução
de problemas. o cantor deve compreender a função de cada exercfclo para não se
tomar um mero repetidor de tarefas.
Merece consideração o aspecto do andamento. Em geral o estudo
isolado de determinadas dificuldades é realizado em andamento diferente daquele
pretendido. Trechos rápidos devem ser estudados lentamente para promover maior
precisão e facilitar a compreensão. A passagem do andamento usado no estudo
para o andamento real de uma peqa deve ser progressiva para que cantores
41
que seja um cantor, ele traz consigo alguns hábitos - bons our e_!az
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43
trabalho coral ampliare cultivar bons hábitos vocais. Por esta razão não deveria haver
um retomo ao ponto de partida cada vez que se Introduz uma nova pe<ja ao
repertório. O lnrclo do trabalho com uma nova pe<ja é a contlnua<jão de um processo
que se pretende seja evolutivo. A permissão de falta de qualidade eventual para efeito
de ensaio pode Impedir a própria qualidade desejada, porque as expectativas giram
sempre em tomo de saber a melodia do come<jo ao fim, não importando a qualidade
de execu<jêo. Cantar bem, ou da melhor maneira posslvel, deve ser um hábito para
um coral em qualquer leitura ou ensaio ou
Para efeito de estudo o ritmo já foi abordado de maneira isolada
anteriormente, assim como a harmonia será tratada adiante. "Pode-se dizer que a
melodia consiste na sucessão de sons de altura por oposi<jêo à sua audl<jAo
simultânea, que constitui o que chamamos de acorde"(18). Alguns aspectos
relacionados à melodia serão desenvoMdos a seguir.
A precisão dos intervalos gerados a partir da sucessão de sons de uma
melodia depende de um processo perceptivo Inicialmente e depois se transforma
num processo expressivo. Ouvir sons é tão importante quanto emitir sons para um
cantor(19). Muitos problemas de emissão estão relacionados com maus hábitos de
audi<jão. Modelos vocais imprecisos, instrumentos desafinados, falta de hábi1o de
escuta, contribuem significativamente para a O treinamento auditivo
deveria fazer parte dos ensaios para que os cantores adquirissem um referencial
sólido para a realiza<jAO melódica Sêo Inúmeros os tipos de treinamento que podem
promover maior acuidade auditiva do grupo. Tais exercrctos podem estar
desvinculados do fato de se conhecer ou nêo grafia musical. Nota-se na observa<jêo
de corais a preocupa<jão freqaente com elementos da escrita musical e poucas vezes
foram sugeridos exercrcios com o objetivo de desenvolver a percep<iêo musical do
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d) sons disjuntos
Cada Intervalo ascendente ou descendente provoca uma sensagão
diferente tanto a nfvel da audlgão quanto da emissão. Exercrclos podem ser aplicados
aos saltos problemáticos de uma melodia para que não haja dlMdª.s
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Exemplo 7 Exercício
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Exemplo 12 Exercfclo
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anota<!Oes sobre estas notas para efeito de lembran<!a nos momentos de execu<!âo.
Procedimentos como este desenvolvem a memória perceptiva dos cantores. (ex.16
e 17)
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Exemplo 18 Exercfcio
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CJ
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C;
o
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o CJ
FJ
Io
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o o o o o o
b
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-6- o o
Exemplo 19 Exercfclo
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Exemplo 20 Exercfclo
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Exemplo 21 Exercfcio
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Exemplo 22 Exercfclo
Exemplo 23 Exercfcio
s a
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...,
B ..L. .L
I V I I IV V I I I I V7 I I IV V VI
62
13 11 15 16
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Al-Ie- lu.- ia. AI-le-I u.- ia.
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Al-l u.- 1u.- ia Al-Ie-lu- ia.
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1 2 3 ---=:::::--- 1---------
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Exemplo 26 Exercfcio
64
r'l .i.J.
Ji 35 36
s
1
b r- i ef dé- /i- nel' 1 hl'ri eJ m1es
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t'l
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I I I
I
1
ne:r,hrie! mes jou.l':!S d.é- 1- I ner- 1 hl' i e/ mes jou.l':S
t
t'l .i.J. 37 38 I 39 I
.
I\!
d.é- /i- nel',brie/ rr.es joU.l'S d.é- /i- ner
"" J,f
Iv o 4 CJ ;V cr -e-
d.é- fi- nel',brtef mes jOU.l'S de- li- ner
r'l .i.J. I
.
1 . I
d.é- I- I nel', br i e:! mes JOU.l'S dé- /i- ne:r
Exemplo 28 Exercfcio
nous tê-
..,.,..·
tê- re a.u.- rã-:- de
qui· nous
cel-le qui
66
Exemplo 30 Exercfclo
2 3 1 5
JC\:j- :r i- e e-
-&-
J<omm, u.nd. !Uh- re mich nu.r fort
' .
68
(ex.33)
135 I
J3 .
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Iv 1.
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pt'end.s
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11te pia. i- sir Collt-me
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prend.s me
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2
1
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C'IL.
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be- exterior }(}a.- 9'en
-------------------
70
1 2 3
prática
O processo analffico deve prever nas suas etapas de desenvoMmento
a sfntese dos elementos analisados. 0 processo análise-sfntese deve ser abordado
de maneira a contribuir eficientemente para a prática musical. Grandes problemas
são gerados na formação musical quando a especificidade analftica conduz ao
72
pois tal conhecimento quando não aplicado, distancia a teoria da prática musical
'
prejudicando a aprendizagem. "O regente deve trabalhar com música viva,
exercitando conceitos mas voltando sempre para a música(28}.
---- --.
73
NOTAS
resultados satisfatórios ocorram. Grande parte dos regentes não tem formação vocal
SUficiente para ensinar. Uma coisa é saber cantar e outra multo diferente é saber
ensinar a cantar, saber promover treinamento vocal adequado a um grupo de
cantores.
os grupos que não abordam técnica vocal correm sérios riscos de
comprometer a vocal, pois a inadequada do aparelho fonador
Pode provocar problemas graves. Todavia a técnica vocal mau realizada também
provoca sérios problemas no funcionamento natural do aparelho fonador.
Nas apresentadas há um ponto claramente enfatizado: 0
regente, como condutor do processo de aprendizagem musical, não deve se isentar
do conhecimento da técnica vocal para poder exemplificar e ajudar os cantores na
do repertório. o regente coral deve saber que é antes de tudo, um
professor de voz(2). Quando há professor de voz no grupo é necessário 0
entendimento entre ele e o regente para que os assuntos trabalhados no momento
da técnica vocal possam ser lembrados e aplicados no decorrer do ensaio. A técnica
vocal é assunto de extrema importância para a atividade coral e deve ser tratada
cuidadosamente para não criar obstáculos ao invés de resolvê-los.
É da musical conduzir o processo de aprendizagem
de maneira a propiciar o controle de que se relacionem com a
compreensão musical. A técnica vocal deve facilitar a do cantor na sua
atividade. Sendo assim, a técnica vocal pode ser abordada sob o ponto de vista da
educação musical, pois são necessárias estratégias que conduzam
progressivamente a um desempenho satisfatório na atividade coral.
---
n
Exemplo 36 Exercfcio
1 I I I 1 I I I
1-1-1-1
1-1-1-1
inspirar
I I I I
I I I I I I 1 1
1-1-1-1 1-1-1_1
1-1-1-1
I I I I I I I 1 1 I
I I I I I 1-1-1-1-1
1-1-1-1-1
,...
I O che bon ec-cho! P i -s-1 ia.mo c i
0- 1 la.1 1 I I 1 1 I I
1 J 1
1-·-•-
I I I 1
I I ·-· 1-1--1 '·-
1-1-1-i I - l:"esp2 ca.nta.r 3 l'esp
ca.nta.l" 1 resp1 ca.nta.1• 5
5 6
r,
I
tf= E #t%F
pia- ce-
r'I
re I I
ha, ha, ha., ha,
____ha.!:_:
I I I :
resp 2 ca.nta.r 1
2 ca.nta.r 3
25 26 27
....
28
sis mi-
_,------r -..
--
sis mi-
---:
---..
___.-··
pla.-
pla.- ca.-
.- - ca.-
·-::..-::-------- ---------------- ------:
pla.- ca.-
-- - --- - ----------- - ----------1
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81
Exemplo39
U Ô Ó Ê É A
Exemplo40
UÔ UÓ UI UÊ UÉ UA
óó Ól ÓÊ ÔÉ ÔA ÔU
Ól ÓÊ ÓÉ ÓA ÓU ÓÔ
lÊ IÉ IA lU IÔ IÓ
lnstJtuto de
83
uto-da.
- u -la. uno-che
- U- U-m'a.-lum-b"ep
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Exemplo43
80 Nl TAS BONITAS
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p a::··' ru.- o- l" U.- bã, o- l"U.- bã
texto bem como sua Interpretação. Há um certo descuido quando se canta em lfngua
portuguesa, pois quem canta está lendo as palavras e as entende. Mas nem sempre
quem ouve entende corretamente o texto. O problema se agrava quando se canta
em outras lfnguas. As dificuldades de pronúncia acarretam Imprecisões de modo
que a realização às vezes tfca comprometida por causa da falta de tfuêncla em ffnguas
estrangeiras.
A clareza na dicção deve ser trabalhada cuidadosamente para evitar
maus hábitos de pronúncia O trabalho de emissão dos sons deve conter aspectos
referentes aos diferentes fonemas necessários para a realização do repertório. Para
tanto recomenda-se a criação de exercfcios abordando problemas referentes ao
repertório, para que haja imediata localização e contextualização.
Além da clareza qe pronúncia é fundamental que se conheça 0 sentido
geral do texto que está sendo cmtado. Mesmo quando se canta em português é
importante que se trabalhe o significado das palavras para que a execução não se
tome uma simples emissão de fonemas. Em música com textos em lfngua estrangeira
é essencial que se realize a tradução do texto. Cabe ressaltar que é preciso muito
cuidado ao se cantar música com texto traduzido de outra lfngua. A musicalidade
natural de uma lfngua nem sempre corresponde à de outra. Tal situação gera
problemas de prosódia. É recomendável cantar repertório autêntico, sem
transcrições ou adaptações para que se possa realizar com maior fidelidade 0 desejo
dos compositores.
A aprendizagem da técnica vocal deve estar relacionada ao repertório.
Da mesma maneira conceitos musicais devem estar relacionados com o repertório
para sua aprendizagem. A Inter-relação técnica vocal, conceitos musicais e repertório
é extremamente Importante e necessária para que não se corra o risco de
fragmentação dos diversos aspectos envoMdos com a atividade coral.
87
NOTAS
compreensão.
A organização do ensaio pode contribuir efetivamente para·a melhora
das condições musicais dos corais. A escolha de repertório adequado, a preparação
das diversas etapas do ensaio, a seleção cuidadosa de diferentes tipos de
treinamento, a previsão de problemas e soluções para os mesmos, a avaliação
sistemática das atiVidades do ensaio, são aspectos fundamentais para 0 bom
multo pequena
hábito de documentar através da organização dos ensaios é
0
recomendável para que haja mais referências para aqueles que aspiram ser regentes
de corais. A preocupação com a organização do trabalho estimulará certamente a
produção de bibliografia, o que multo poderá contribuir na formação de novos
observação de corais pode--se perceber que a compreensão musical que gera uma
boa realização não é prMléglo de cantores muslcallzados. É constante 0 equfvoco
de que pessoas que sabem mósfca são aquelas que conhecem alguns sinais de
grafia musical. De nada adianta saber o nome de um signo se não se pode
expressá-lo musicalmente. Os problemas musicais de um coral precisam ser
solucionados através de situações de caráter musical, que tenham significado
musical.
É preciso viVenciar de maneira contextualizada os diversos elementos
musicais para que sua conceituação seja um reflexo da compreensão e do
significado musicais. Os exercfcios rltmicos, melódicos ou harmônicos devem ser
extrafdos do repertório, evidenciando seu propósito nas diferentes etapas do ensaio.
É necessário que se evitem exercfcios de pouca significância para que se construa
efetivamente um conhecimento musical. Recomenda--se um cuidado muito especial
no que diz respeito à seqüência e ordenação de conceitos. É preciso avaliar
cuidadosamente as condições do grupo, avaliar minuciosamente o repertório a ser
aplicado para que gradatiVamente sejam Incorporados e sedimentados os conceitos
operacionais para a prática coral.
0 regente deve ter consciência da importância da sua função na
orientação vocal. A técnica vocal precisa ser cuidadosamente aplicada para se tornar
efetivamente útil na trajetória dos corais. Para que haja uma aplicação adequada da
técnica vocal o regente deve ter boa fonnação vocal para poder exemplificar com
clareza e objetMdade as Informações que podem colaborar para a solução de
problemas. É recomendável que a técnica vocal seja abordada a partir de aspectos
do repertório para que possa ser viVenciada pelos cantores. Sem a Vivência de
conceitos a técnica vocal pode se tomar Inconsistente e desinteressante para quem
a executa
A lnter·relação conceitos musicais, técnica vocal e repertório pode ser
uma boa estratégia para que haJa contextuaJizaçao dos Inúmeros aspectos
envolvidos na prática coral. Muitos grupos desenvolvem estes aspectos de rorma
fragmentada e Isolada provocando o distanciamento das diferentes tarefas
executadas nos ensaios. O repertório do grupo deve ser escolhido crlteriosamente
Para que os conceitos musicais e vocais sejam trabalhados de maneira progressiva,
eVItando repetição e Imprecisão de tarefas.
objetivos.
É fundamental que se reflita sobre a atMdade coral. Os regentes devem
se lembrar de sua função educacional. Através desta reflexão haverá maiores
possibilidades de desenvoMmento consistente do conhecimento musical, que
conduzirá, seguramente, ao aprimoramento da prática coral.
ABSTRACT
Características do grupo·.
2) Ensaio de peças 3) Ensaio de peças
ETAPAS 1) Aquecimento conhecidas novas
PROCEDIMENTOS-
a) exercfcios
--
b) orientação do
regente
-c) assimilagão do
gupo
-
d) ati1ude do
regente -
-
e) ati1ude do
gupo
-
Observações:
* Elaborado pelo autor
Grupo I
I
Coral de uma escola de música formado há quatro meses, sendo ele
uma disciplina do curso profissionalizante em música
Duração do ensaio: uma hora e trinta minutos, uma vez por semana
entre 13 horas e 30 minutos e 15 horas.
1) Aquecimento
:) relaxar o corpo, vocallses(pro,po,blo,mo,pra,K,F,CH)
e Pede depressa
c) assimilação sempre insuficiente
d) regente sempre desiste dos exercfcios que propõe e os substitUi
c) assimilagão pequena
d) regente dispersiVo: elogia sempre o ou ruim)
e) grupo disperso: não gostam dos resultados e nem dos elogios
Observações: ·
-atraso para o lnfclo das atMdades
- não há material pronto
I
-não há classlncação das vozes: alguns cantores solicitam
- nao há organização do ensaio: sobra tempo mas o resultado geral não rol bom I
- excesso de informações num espaço curto de tempo
- exercfcios de aquecimento desvinculados do repertório
I
- não há solicitação de qualidade vocal na execução de qualquer exercfcio ou peça
-estudo individual solicitado no final do ensaio mas só com relação à leitura de peças
novas(nenhuma solicitação sobre estudo de técnica vocal ou repertório anterior)
I
96 I
I
I
1) Aquecimento
: relaxar o corpo, massagem racial, vocallse(hop,lô,pô,bô,la,l,ê)
) equivocada: exercfciopara ataque(hop), para cantar (ê) relaxar alfngua
c) pequena
d) regente nunca corrige nem explica o porquê dos exercfcios mesmo quando
1nqu..
Indo a respeito
. e) grupo descontrafdo demaiS. muita dispersão
corretamente
e) grupo reclama do resultado
) Pega conhecida do grupo: cravo e canela - M. Nascimento e F. Brandt
3
a) frase
b) por frase
orientagAo nova tempo todo: não Insistência em nenhum dos exercfclos
0
propostos
c) IISslmllagAo pequena: problemas de wxto(que não foi trabalhado)
d) regente inseguro para solicitaf realizagões(pede, muda]
e) grupo disperso
c) assimila<são pequena
d) regente nAo sabe como resolVer problemas e fica decidindO no momento do
ens alo
· o que seria melhor
e) grupo sem entusiasmo
lnsütuto de
- - -
99
100
. I
1) Aquecimento
gu çar, vocallses(nu,leaou,mnam,momó,pró,lla slsesasosu)
a)espre I
b) orient sempre excessiVa: pouca objetividade
c) assimilação parcial porque exercfclos nAo são retorgados
c) ruim
d) regente d.tspersa o ensaio com bnnca
· detras
· ·tnoportunas
soluClonar
· trechos
d) regente disperso
e) grupo disperso
f ,..,
( .. • .._,.1
'· · J " • •
101
Observações:
- exer (i
c elos de técnica vocal sem qualidade, com melodias dlffcels nos vocallses e
Só na região média da voz; quase tudo em legato
-ausência de preparação dos exercfclos; Informações erradas sobre diafragma;
Solicitação de relaxamento no agudo(mas ntlo é região aguda a que está sendo
cantada)
-na 1 .
eltura nova trechos muito longos - cada vez retoma-se a feitura de pontos
diferentes provocando dispersão para achar o lugar solicitado na partitura; texto
errado nao é corrigido
-reeiamações do regente com relação à afinação - mas não há nenhum treinamento
I
I
I
I
102
llluito ·Inadequados.
As pessoas têm pena dO regente porque ele tem que ouvir aquele
resultado que nunca é bom. os cantores Isentam oregente da responsabilidade pelo
Grupo 11
Ouragão dos ensaios: duas horas e trinta minutos, duas vezes por
1
) Aquecimento
a) rotaça
o de pescoço, espreguiçar, vocallses(nô, nlnena, nlnenõ, lea, miô), falar
texro em aJtu
ra fixa
b)o . .
nentação imprecisa ou inexistente: "vamos fazer este"
c) ass1 1
mlaço boa • cópia do modelo do regente, se bem que o modelo não é bom
Cl) reg .
ente Inseguro
e) g
rupo descontrafdo; realizaçao mecânica porque os exercfcios são muito
conhecidos de todos
2) Per- .
'Sa conhecida do grupo: Vá pensiero - Verd1
a) anotações na partitura de Indicações de dinâmica, articulações, pausas,
Pronú . . , · "'
nc1a, leitura rltmica das palavras, melodia em "ases, resp1raçao alternada
.
. rrentaçao dispersiva e sem objetividade - gasta-se muito tempo com pouca
•nformaçao
3
,,
) Peça conhecida do grupo: VIra vtrou- Kleiton e Kledir
a) cant
ar do começo ao fim
b) sem Orientação
.
asslmllaçiio vinculada a Informações de ensaios antenores
d) regente satisfeito
Observações:
• atraso no lnfcio do ensaio, Intervalo prolongado entre atividades
·aquecimento sem qualidade, desvinculado do repertório com lnfonnações erradas
sobre o porquê dos exercfclos; vocallses dirfcefs; ausência de planejamento;
exercfclos multo conhecidos do grupo
• eXplicações redundantes sobre o texto - que está copiado para cada um dos
cantores
- anotações musicais solicitadas são pouco eficientes porque as pessoas sabem
Pouco sobre escrita musical
• indecisêo na pronúncia do regente - solicitação de ajuda a quem sabe falar as
Palavras em italiano
• Qrupo opina 0 tempo todo do ensaio, fazendo comentários e sugestões que são
acatadas muitas vezes
• mudanças constantes de solicitações - orientaçao imprecisa
·falta de objetividade e planejamento
• dependência do piano para ensinar linhas melódicas
- êntase demasiada no ritmo: "é diffcil, é um desafio, é complicado... "
- Pouca qualidade musical; repetições sem qualquer orientação neste sentido.
i '
I .
107 . I I
com texto
b) orienta«âo insegura. trechos longos demais e muna dllvida sobre o que corrigir
ou sugerir
c) vinculada ao conhecimento que cada cantor tem da obra
d) regente sempre otimista, considerando que todos os problemas são de ordem
rrtmica
e) grupo disperso
e) grupo satisfetto
a) cantar do o ao fim
b) ne nhuma
c} regent
d) de ensaioS anteriores
t desatinado precisão e rege Imprecisamente
e pede aflnaqão e can a '
e) Qrupo disperso mas satisfeito
uas peças a seguir são válidos os mesmos comentários.
Para as d
a conhecida do gupo: Glória- VIValdl(primelro trecho)
5) Peg
6) 'ja conhecida do grupo:Pavana- Afbeau
Observações:
-a teoria musical é ensinada para "passar o temPO" e as informações são confusas
e inadequadas (pessoas não conseguem realizar ritmos simples e o regente estuda
quiátteras e polimtmia)
- a qualidade da afinação é ruim mas quase sempre ignorada; qualquer tentativa de
esrlmulados a opinarem.
109
1) Aquecimento
a) re1ax
amemo, vocallses variados
b) OH
entaçao limita-se a: 'Vamos fazer este exercfcio" e toca no piano
c) ass; .,
mr ação é boa porque as pessoas realizam sempre os mesmos exercfcios
<t) atitude do regente sempre otimista e Isento da obrigatoriedade de realização dos
exercfcios
e) 9rtJpo satisfeito
In r;· ·tu to de
110
Observações:
-desp
erd(cJo de tempo
-nec
. essldade do plano para corrigir problemas melódicos
- ann A:
açao do grupo sempre Imperfeita e não há correções dessa ordem
- ensat0
sem planejamento
- 'trabalho de texto sem sentido - leitura das palavras desordenadamente e texto
completo(3 estrofes) _falta de capacidade de assimilação dos cantores pelo excesso
ele·
Informações novas
-ins
egurança do regente para fazer qualquer correção.
I
111
Grupo 11
I - Comentários gerais
1) Aquecimento
b
a) relaxamemo, vocalises(u,ô,ó,aéll
!lo baseia-se na por parte do regente do exercfclo pretendido
) a orle
gumas para lembrar a do exercfc1o -os cantores imitam
com ai . .
c) boa
d) reg ente sempre calmo
e) grupo disperso inicialmente • gradatiVamente nas atiVidades
.I I
2) Per,a conhecida do grupo: AVe Maria- AfCadeH
a) vozes separadas, duas a duas. pronúncia, dinâmica
b) orient eficiente - apropna
. das
c) assimilação boa 1
d) rege nte sempre atento e pronto para corTI9
..r
a) cantar Inteiro
. um único texto
b) sem .
c) as Slmlfação
· · de ensaios anteriores
0
d) regente otimista, não comenta sobre resunado
a) Cantar Inteiro
b) sem orientação
c) ass;m·l1ação de ensaios anteriores
Observações:
' ensaio bastante tranqüilo com atiVidades habituais, dispensando muitas
Observações do regente
, 9rupo eventualmente disperso quando um naipe recebe atenção muito demorada
1) Aquecimento
b amento, massagem racial, vocallses(u,rr,m,ôó, ael)
a) relax
) orlent clara e objetiVa
c) boa
d) reg ente sempre tranqüilo
e) grupo concentrado na maior parte do tempo
b) orient eficiente
·. com oportUnas
c} boa
d) reg ente sempre positiVO estimulando a .
e) grupo relativamente atento
' - dispersão nas paradas
1
3) Pe conhecida dO grupo: sensemaYá - J, A. A.ncm
.
4) conhecida do grupo: MeU chapéU de palha -folclore goiano
5) conhecida do grupo: prelUdio para ninar gente grande • L Vieira
c) as sI razoável 0
d) regente sempre energlzallciO o ensa1
I .,
1
116
Observações:
Saio tem uma certa fluéncla baseada no hábfto de fazer daquela maneira _não
há exat
amente preparação ou organização do ensalo
omentos de dispersão são Ignorados e certos momentos a Interferência das
Pessoa é
s multo grande
·
cn,ca vocal é exemplificada com clareza e o resultado dos exercfcios é bastante
bom I '
cantores estão muito à vontade e opinam sobre o que cantar depois desta ou
daquela Peça
um grande incentivo para que 0 grupo melhore - às vezes até exagerado: "nós I
som I
os muito bons". I
117
1) A .
queclmento
a) relaxam ento,
b) vocallses(ô,ó,ael,mo)
ortent segura
c) as Slmilação
. boa
e)
d) regente energtza
. o ensaio o tempo todo
grupo corresponde às solicitações de maneira
.Observnsato
ações:foi realizado antes de uma apresentação em um teatro. APesar de
-este quado
e . houve controle de todas as snuações. Todos os exercfctos foram
.
Grupo 111
- Ouano ensaio observado
1)A
queclmento
a) relaxam
b) ento, respiração, vocallses(m,u,o)
ortenraçao b
c) as . . aseada sempre na Imitação de um modelo dado pelo regente
stmtlaçao boa
Cl) regent
e\ e sempre positivo
I Cant
ores atentos
<)Peça co .
a\,. nhectda do grupo: Ave Maria -Arcadelt
b\
"''"has
. separadas, trechos com todos cantam inteiro
I onent
C) ação não muito objetiva provocando resultados casuais
assimiJ . , .
Cl\ ação razoável, especialmente de quem Ja sabe a mustca
'regem
e sempre calmo
e)gfUPob
astante disperso
I
I
Observações:
- a rePetiçl!o habitual de exercfcios que foi positiva nos ensaios anteriores, neste I !
Provoco
· u cena dispersl1o e desatençl1o
.
t:ncJa a termos musicais muitas vezes destnteressa para os cantores que não
conhec
a em nada sobre música
é solicitada mas há insegurança demais nas linhas Individuais • quando
0
oruPo canta }unto a dinâmica nl1o acontece nem é solicitada
d '
emaslado do plano para demonstrar
h erros sao detectados claramente e apresentados para o coral mas nem sempre
á exe r bl
rc,cios que conduzam à soluçl1o do pro ema In sUtu to de Af't&
f/QLJOW" .. Ç,4
·---- -
119
Grupo IV
e Duração dos ensaios: duas horas, trés vezes por semana entre doze
''e horas.
Grop0 IV P.
- nmelro ensaio observado
1) Aquecimento
a) Postura, ex
lábio ercfclos ffslcos, resplraç6.o, massagem, gl/ssandos movimentos d
I
se lfng
bI,\ o .
conr
\' J neoJ naoJ loI vu\'I
ua, vocaJ/ses'nô
nentação detalhada
'
2) Peça
q\ conhecida do grupo -Domingo no parque - G. Gil I
I
'I ensaio .
ep de natpes, trechos da melodia com(la,pa,ma), melodias com texto, afinação
atat;2ação
b) Orienta
c) Çâo sempre e/ara e objetiva
assirnu
Cl) ação boa com restrições à qualidade vocal, que é falha eventualmente
regem
e) e sempre atento e pronto para resolver problemas
9't1Pop · .
artictpativo e atento
Observações:
"en
SaJo re1 ·
.. r ativamente preparado
egente
qtlaJictact . tem boa formação vocal e os exercfclos propostos são de multo boa
.. e• a eficiência da aplicação nem sempre ocorre
0
ensaio é extremamente dinâmico com um bom controle da continuidade dos
entos
"Cietec
s Çâo Precisa por parte do regente de todos os problemas envolvidos e solução
.
e apontada com objetividade.
=
122
GrupoN
• Segundo ensaio observado
1) Aquecimento
a) movi
mentos corporais, coordenação motora, respiração, relaxamento de lábios,
boca ,, h
v c lusa", acordes dinâmicas, diafragma, vocallses(vó, vóló, vô,felo talo)
I I I
ariaçoes rttm·
1cas nos vocalises
b) Orienta
çao sempre clara: o regente demonstra o que pretende
c) ass;m·11
açao gradativamente boa
c:t) regente descontrafdo seguro elogia sempre o resultado
e) I I
<) .
:ça conhecida do grupo: Passarim- Tom Job1m
. .
os Problemáticos, afinação, 1nte1ro
b) Orient · tiv
açao detalhada - às vezes demasiada, cansa a
c) ass·
'lllilaçao razoável
Cl)rege .
nte sempre energizando o enswo
e) Qru
POdisperso
3
) Peça conh . Th re will never be another you- B. Warren e I.M.
Go ectda do grupo: e
'<lon
a) Peç · . afl ção
a cantores misturados na sala, na
b) Orle
ntaçao clara
c) as ·
Sltnllaçao boa
<1) reg d' ciplína
ente chama atenção freqüentemente para 8 15
e) 911.1
POdJsperso
123
Comentári
os Válidos para as próximas trés peças.
4) Peça co h
S) P n eclda do grupo: Adleu sweet Amarllls - J. Wilbye
eça conhe id
e) p c a do grupo: Guaclra -H. Tavares e J. Camargo
eça conh I
a) ec da do grupo: I got rhythm - G. Gershwin
realizaça0 .
b\ Integral de cada peça
'Orienta a0
c) . ç baseada em ensaios anteriores
ass,nilaçao boa
Cl) regent
e sempre positivo
e) 9rtJpo
atento durante a execuçiio, disperso nas paradas
Observações:
'ensaio .
, re . disperso mas produtivo pois as observações silo feitas objetivamente
r t Qeme CO/abora com a dispersão partic1pan
· · d o d e brmca
· d · o que dificulta a
eomaa
a da concentraçlio
, ensaio . . I
e relatiVamente planejado, mas o regente supre todos os Imprevistos com
>cercrc;o
s de boa qualidade
, quantia .
ade excessiva de exercfcios de aquecimento - todos os exercfcios são
conhec; . .
dos das pessoas mas 0 regente cuida demms da variedade; esta variedade
se to
l'i ma exagerada e nlio está necessariamente vinculada aos problemas do
&r>ertórlo
.. os ex
ercfclos apresentados slio sempre multo bons mas devido ao excesso de
"arted
r aae nem sempre surtem os efeitos desejados - a qualidade de execução do
epel'tó.
no é sempre boa mas a dos exercfctos nem sempre é boa
124
1) Aquecimento
mentos corporais, resplragêO, relaxamento de lábios e lfngua,
a) movi
VOcalls es (nlngua,nonguéltvonga,vó,vê,va)
sempre baseada em modelo para o grupo repetir
b) Ori
c) assimilaqão boa
d) rege nte sempre elogia resultado
e) grupo descontraído
Comentários válidos para todas as pegas ensaiadas, que são conhecidas do grupo.
Observações:
-diminuição significativa de exercfcios de técnica vocal tanto na variedade como na
quantidade
-os exercfcios e as correções realizadas são bastante habituais e a resposta do coral
é quase sempre imediata
- a dinâmica do trabalho é sempre muito boa
- o resultado sonoro do grupo é homogêneo
126
1) Aquecimento
a) postura, movimentos corporais, resplragão, lábios, boca "chlusa",
vocallses(supu,sopo, sepo, sapo, dongon,ponpan)
b) orientação objetiva
c) assimilação boa
d) regente com muita energia e positividade
e) grupo atento
Observações:
- os exercfcios de aquecimento são propostos sem uma ordem definida com
constantes voltas a exercfcios já realizados - falta planejamento
- ao lado da clareza e objetividade nas instrugões, alguns momentos não são bons
porque as justificativas de certos procedimentos não são convincentes ou exigem
que os cantores resolvam Individualmente como conseguir certos resuttados
-estratégias para solução de problemas são muito boas -há controle da maioria das
situações
- o regente está bastante preparado para resolver problemas musicais e vocais.
127
Grupo V
Duração dos ensaios: três horas diárias entre dezoito e trinta e vinte e
uma e trinta horas.
conhecimentos musicais.
d) regente sempre ativo - tira partido dos erros para corrigi-los - descontrai quando
necessário
e) grupo disperso
Observações:
- ensaio planejado
- controle das situa<jões por parte do regente porque sabe o que
I I
I·
dinâmicas
b) sempre objetiva com muita precisão
c) ótima
d) regente dinâmico e atiVO descontraindo e energizando o ensaio conforme a
necessidade
e) grupo atento e/ou disperso
2)
a)
conhecida do grupo: uoraré - Guastavino
integral, trechos separados, sonoridades
'li
b) sempre precisa I
c) ótima ! ,I
I
I
d) regente sempre enérgico :1'
e) grupo atento com eventuais dispersões
li! 'j
3) conhecida do grupo: se equwocó la paloma- Guastavino
131
ObservagOes:
_atraso na distribuigão de partituras, apesar da presenga de arquivistas
_regente apto a resolver todos os problemas ocorridos
_ensaio planejado: pegas, ordem e exercfcios
_ grupo sempre disperso - problemas de disciplina constantes relacionados ao
esquema chamado "profissional" - durante o ensaio o grupo dispersa conversando
sobre pagamento, descontos nos salários, ausência de bonificagão e outros
- é excelente o aproveitamento do tempo de ensaio
- duragão de uma hora e trinta minutos de ensaio com regente titular - depois ensaio
de naipes estudando o mesmo repertório.
132
:I
d) regente desestimulado
e) grupo disperso
134
- ensaio planejado - diante da fatta de vontade dos cantores o regente não busca
estratégias diferentes -o planejamento fica desarticulado
- ausência de clareza em certas solicitagões do regente
-todas as foram menos convincentes em relação aos ensaios anteriores
-o regente dispensa os cantores uma hora antes do horário previsto porque 0 ensaio
não está rendendo.
135
I
G Não houve planejamen- Aquecimento: de infor-
R to; as estratégias do en- de exercfcios habituais, teóricas sem
u saio foram estabeleci- desconectados de sua
p das a partir de suges- no repertório;
o tões dos cantores; des- modelos do regente fo-
perdfcio de tempo de ran sempre insufici-
11 ensaio. entes.