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Sérgio Moro.

Seja bem-vindo para acabar, ou mitigar,


com a corrupção
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corrupcao

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7 de Novembro de 2018

Ilegalidades e imoralidades destroem os valores da dignidade


humana
Publicado por Sérgio Henrique da Silva Pereira
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As duas palavras "Direitos Humanos" não estão impressas na Bandeira, mas estão
incorporadas no ordenamento jurídico. Assim, de forma implícita, as palavras "Direitos
Humanos" também fazem parte da Bandeira Brasileira

O Presidente da República Jari Bolsonaro convidou o juiz Sérgio Moro para participar de
seu governo. O Superministério de Jair combaterá todo tipo de corrupção, o cabeça e
futuro Ministro da Justiça Sérgio Moro.

Sérgio Moro foi acusado pelos defensores de Lula de ser "político", isto é, agir pelas
próprias convicções. Todo juiz deve ser ativo e imparcial, isto é, suas convicções pessoais
não podem interferir em suas decisões; os advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva sempre afirmaram que Moro age sob emoção, e não razão. Pior ficou para Moro ao
aceitar o convite do arqui-inimigo de Lula, o vencedor Jair Bolsonaro.

Sérgio Moro, titular da 13ª Vara Federal de Curitiba, ou "República de Curitiba", como
chancelava Lula, mudou a forma de agir da Justiça brasileira em caso de crime de
colarinho branco. É possível dizer, com todas as letras, que desde a primeira democracia,
pela Constituição de 1891, o Estado sempre serviu aos interesses de poucos brasileiros;
do apoderamento da máquina estatal, muitos enriqueceram, lícita, ilícita e, pior,
imoralmente. As desigualdades sociais, e a consequência da miserabilidade de milhões de
brasileiros, por pseudociências, como o darwinismo social, a eugenia — assentada no
inconsciente coletivo brasileiro pela norma contida na alínea b, do art. 138, da Constituição
Federal de 1934 —, da criminologia positiva do "criminoso e criminosa natos", de Cesare
Lombroso, aplicada nos séculos XIX e XX, mais crenças de "sofrimento eterno em vida",
dessas condutas desumanas intitulei de Arquitetura da Discriminação.

Se seres humanos nasceram pobres, mendigos ou miseráveis eram por motivo de que
estavam "pagando" algo que fizeram em outra vida, e isto, nos anos de 1996, não ouvia
somente de Espíritas, mas de Evangélicos. A diferença é que para os Espíritas o Carma,
pelo livre arbítrio, age conforme as ações de cada alma (reencarnação), não se trata de
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"punição Divida", aqui a diferença em relação aos Evangélicos, mas de "ação e reação",
sempre de forma reparadora para o espírito reencarnado; na questão Espírita, a salvação é
"somente pela caridade". Para os Evangélicos, o mendigo estava "pagando" seu débito,
algo como sofrer mesmo, até os últimos minutos; o pior foi ouvir que não se deveria ajudar.
Não me lembro de qual crença evangélica que assim pregava. Tudo mudou noas anos de
1990 quando a Terra não era sofrimento, porém de possibilidades, através da Teologia da
Prosperidade: Deus quer benção financeira para todos os seus filhos e filhas, da benção, as
oportunidades de consumir.

Somando tudo, deu no que deu, o estado garantiu benesses. Se verificarmos pelo prisma
dos cargos públicos após a promulgação da CRFB de 1988, o Estado, por intermédio do
povo brasileiro — é necessário compreender que quando há eleições e candidatos ocupam
os cargos eletivos, seus atos administrativos representam a vontade do povo brasileiro;
bem interessante, para debates em salas de aulas, principalmente aos operadores de
Direitos, nunca deixam de estudar, sobre democracia participativa e representativa, ou seja,
até que momento a democracia direta garante, realmente, "o que o povo quer"? Na calada
da madrugada, por votação simples, leis são criadas, os aumentos das vantagens, dos
auxílios e de todos os benefícios aos "representantes do povo" acontecem. Por isso a
vigilância constante do Jornalismo; sem Jornalismo não há democracia.

BRASIL DE PÃO E CIRCO

Antes da Operação Lava Jato, eventos descaracterizando a democracia e comprometendo


o desenvolvimento dos Direitos Humanos no Brasil. Alguns:

O professor dos votos e das difamações — Aelton Freitas, então deputado federal
pelo PR de MG, não perdeu tempo para ensinar como comprar votos e difamar
adversários. (1);
"Um por todos, todos por um" — Câmara dos Deputados livra Natan Donadon de
cassação. (2)
"Um por todos, todos por um 2" — Câmara dos Deputados Absolve Jaqueline Roriz;
(3)
"Um por todos, todos por um 3" — Câmara livra Temer de segunda denúncia. (4)

Somente três exemplos sobre relativização da democracia brasileira. Penso que a


participação de democracia direta deve ser aplicada. Há tecnologia para isso, aplicativos
para Android, IOs etc. podem ser criados pela Câmara dos Deputados e pelo Senado
Federal para os soberanos (art. 1º, parágrafo único, da CRFB de 1988) opinarem. Uma
Centra das Opiniões, com telões, em cada Casa, e informações sobre as opiniões dos
soberanos. Se todos os soberanos não podem ir ao Centro Político do Brasil (Brasília), o
Centro "vai" até os soberanos — "Se a montanha não vai a Maomé, vai Maomé à
montanha".

2013, enfim. O Ano é histórico, para a própria e frágil democracia brasileira, desde a
promulgação da CRFB de 1988. Ainda bem que o Brasil está no meio de uma placa
tectônica, os passos "De um povo heroico" tremeram a placa; se o Brasil estivesse entre
duas placas, imaginem.

A frágil democracia teve de comprovar se era realmente uma democracia. As


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manifestações estudantis, depois de professores, do MST etc. foram ridicularizadas até
por jornalistas; os "vândalos atacam". Em outros países, as manifestações populares são,
aqui, reconhecidas como "manifestações de cidadãos". Vá lá entender. É justificável que
alguns jornalistas consideraram as manifestações como de "vândalos"; séculos de
alienações mentais garantindo ao Estado suas arbitrariedades. Manifestações populares
são "perigos" para a segurança pública, para a "Lei e Ordem" — recomendo ler Asilo político
para advogada. O Brasil vive uma ditadura? e Senadores propõem Estado de Exceção
durante a Copa Mundial.

Mensalão Do PT, a oposição não perdoou. Roberto Jefferson virou um "superstar" por
"entregar" os corruptos — aplicando a ética moral kantiana, qual foi a qualidade do motivo
para entregar os "corruptos" durante investigações? Será que não poderia ter feito antes?
Pensemos.

Lava Jato, no início, o PT na contramão dos Direitos Humanos — não é combatível


corrupção com os Direitos Humanos. Panama Papers, mudou o quadro dos "honestos e
ilibados" da oposição. Prosseguindo, a Lava Jato alcançou outros partidos, outros
políticos não de "esquerda" (partido político). Ninguém escapou. O extraordinário ficou
com o Eduardo Cunha. Quando o PT deixou de apoiá-lo, a oposição aproveitou desta
oportunidade; Cunha seria o "novo salvador" da pátria contra a corrupção. O "salvador" não
se salvou, foi preso. Muitos dos deputados que pediram e votaram pelo impeachment da
ex-presidenta da República Dilma Rousseff — Pão e Circo que jamais presenciei —
estavam, no dia da votação, já comprometidos com as investigações da Lava Jato.

Sérgio Moro. O juiz foi aclamado por alguns brasileiros, outros diziam que ele era "político
de carteirinha" e "confesso antiPT". Moro, apesar dos deslizes, como a prisão coercitiva do
blogueiro Eduardo Guimarães (5) e o vazamento de conversação entre Dilma e Lula (6), vez
o seu trabalho (função). Precisamos de Judiciário eficiente (EC nº 19/1988),
independentemente de quem seja, de qual partido seja.

Carta Branca e SuperMinistério

O DECRETO Nº 5.687, DE 31 DE JANEIRO DE 2006 (Convenção das Nações Unidas contra


a Corrupção), já mencionei e transcrevi alguns trechos, não diz respeito tão somente aos
órgãos públicos, engloba a própria sociedade:

Artigo 13

Participação da sociedade

1. Cada Estado Parte adotará medidas adequadas, no limite de suas possibilidades e de


conformidade com os princípios fundamentais de sua legislação interna, para fomentar a
participação ativa de pessoas e grupos que não pertençam ao setor público, como a
sociedade civil, as organizações não-governamentais e as organizações com base na
comunidade, na prevenção e na luta contra a corrupção, e para sensibilizar a opinião pública
a respeito à existência, às causas e à gravidade da corrupção, assim como a ameaça que
esta representa. Essa participação deveria esforçar-se com medidas como as seguintes:

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a) Aumentar a transparência e promover a contribuição da cidadania aos processos de adoção
de decisões;

b) Garantir o acesso eficaz do público à informação;

c) Realizar atividade de informação pública para fomentar a intransigência à corrupção ,


assim como programas de educação pública, incluídos programas escolares e universitários;

d) Respeitar, promover e proteger a liberdade de buscar, receber, publicar e difundir


informação relativa à corrupção. Essa liberdade poderá estar sujeita a certas restrições, que
deverão estar expressamente qualificadas pela lei e ser necessárias para: I) Garantir o respeito
dos direitos ou da reputação de terceiros; II) Salvaguardar a segurança nacional, a ordem
pública, ou a saúde ou a moral públicas.

2. Cada Estado Parte adotará medidas apropriadas para garantir que o público tenha
conhecimento dos órgão pertinentes de luta contra a corrupção mencionados na presente
Convenção, e facilitará o acesso a tais órgãos, quando proceder, para a denúncia, inclusive
anônima, de quaisquer incidentes que possam ser considerados constitutivos de um delito
qualificado de acordo com a presente Convenção.

Quando se fala em violações aos Direitos Humanos, surge a ideia de "dinheiro em cuecas",
"dinheiro em malas", "recebimento de dinheiro em gabinete de deputado". Corrupção é
muito mais do que isso. Há de englobar a degeneração dos Direitos Humanos quando é
praticado imoralidade administrativa.

"Não é preciso penetrar na intenção do agente, porque do próprio objeto resulta a imoralidade.
Isto ocorre quando o conteúdo de determinado ato contrariar o senso comum de honestidade,
retidão, equilíbrio, justiça, respeito à dignidade do ser humano, à boa fé, ao trabalho, à ética
das instituições. A moralidade exige proporcionalidade entre os meios e os fins a atingir; entre
os sacrifícios impostos à maioria dos cidadãos. Por isso mesmo, a imoralidade salta aos olhos
quando a Administração Pública é pródiga em despesas legais, porém inúteis, como
propaganda ou mordomia, quando a população precisa de assistência médica, alimentação,
moradia, segurança, educação, isso sem falar no mínimo indispensável à existência digna."
(ALBUQUERQUE, Eric Samanho de. Direito Administrativo / Eric Samanho de
Albuquerque — Brasília : Fortium 2008.

Com os supersalários, os auxílios e as vantagens ao setor público, enquanto — muito bem


lecionado pela professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro — milhões de brasileiros vivem na
miséria, ou com mínimo existência, não há violações aos Direitos Humanos? Sim! Há
violação da dignidade de cada brasileiro que sustenta Um País Com Excelências e
Mordomias. Recomendo ler Um País Sem Excelências e Mordomias.

Peso da Folha do Funcionalismo Público

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Embora somente 12% das despesas primárias do governo federal sejam destinadas à folha de
pagamento, a massa salarial agregada do setor público em todos os níveis de governo é muito
alta para padrões internacionais. Os altos níveis de gastos são impulsionados pelos altos
salários dos servidores públicos, e não pelo número excessivo de servidores. Isso se verifica
principalmente na esfera federal, onde os salários são significativamente mais altos que
aqueles pagos a servidores dos governos subnacionais, ou a trabalhadores em funções
semelhantes no setor privado. Os altos salários recebidos colocam os servidores federais no
topo da pirâmide de renda nacional, o que contribui para aumentar a desigualdade no Brasil.
Portanto, há espaço para realizar economias significativas por meio da redução dos prêmios
salariais pagos aos servidores públicos federais em comparação ao setor privado. Alinhar os
salários iniciais aos pagos pelo setor privado e introduzir um sistema mais meritocrático de
aumentos salariais reduziriam os custos e aumentariam a produtividade no setor público.

Análise comparativa internacional da massa salarial do setor público 33. A massa


salarial do governo geral brasileiro é alta para padrões internacionais. A análise
comparativa internacional da massa salarial brasileira como percentual do PIB, das despesas
públicas e das receitas evidencia o fato que o Brasil excede a média de todos os grupos de
renda (Figura 10 e Figura 12). Como percentual do PIB, a folha de pagamento brasileira é
mais alta que a de qualquer média regional de países. Como percentual das despesas e receitas
fiscais, a massa salarial brasileira fica um pouco abaixo das médias da América Latina e da
região do Oriente Médio e Norte da África (MENA); quase se iguala à média da África; e é
significativamente superior às médias encontradas na Ásia e Europa. (Um Ajuste Justo:
Análise da eficiência e equidade do gasto público no Brasil, p. 39)

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Qualquer crise econômica não depende somente de fatores internos, os externos podem
influenciar. No entanto, os fatores internos no Brasil — ilegalidades e imoralidades
administrativas — vão de encontro aos Direitos Humanos; a Máquina Antropofágica
garante que somente alguns saem da miséria, enquanto outros constroem seus
patrimônios ilegalmente ou imoralmente. É necessário que todos os brasileiros, sem as
politizações entre "esquerda" ou "direita" — não colocam nenhum feijão nos pratos dos
milhões de brasileiros em situação de miserabilidade —, unam-se para repensar sobre O
País do Futuro. Discussões sobre o Mundo das Ideias, dos anarquistas, dos liberais, dos
conservadores, dos anarcocapitalistas, dos anarcocomunistas, e seja lá qual termo for
criado, não contribui para o desenvolvimento dos Direitos Humanos. Discussões de
ataques físicos, gestuais ou verbais. Sobre ética para o início deste século XXI, e os
próximos séculos para as futuras gerações sobre Justiça, o lado moral da internet — Parte
IX. Ética. É o que todos os brasileiros querem? Pode-se permitir que a imunidade, de
qualquer agente, ou foro privilegiado, possa agredir minorias e servir de clamor das
massas? Pode-se considerar que "pelo brado das massas" advogados criminalistas, no
exercício profissional e garantia da dignidade humana do cliente, sejam considerados
como "advogados de bandidos"? (7)

Seja bem-vindo Sérgio Moro. Coloque Ordem e Progresso neste país. Que a "carta branca"
seja direcionada, sempre, pelos Direitos Humanos, pelo Estado Democrático de Direito.
Que a seletividade penal termine neste país, que condenados ou não condenados não
tenham suas vidas, arbitrariamente, destruídas pelo Estado e quem faz uso do Estado para
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lograr êxitos pérfidos.

Como sugestão, conjuntamente com o presidente da República Jair Bolsonaro, a


possibilidade do retorno da disciplina Moral e Cívica nas instituições de ensino. Moral e
Cívica em Direitos Humanos. Outra sugestão, o fomento da parceria entre o Judiciário
brasileiro com a Comissão Interamericana de Direitos Humanos. (8) O Judiciário irá se
desenvolver muito mais e garantir a dignidade humana.

Obrigado!

FIAT LUX!

Notas:

(1) — G1. Em vídeo exclusivo, deputado ensina a comprar votos e difamar adversários:
Disponível em: http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2013/07/em-video-exclusivo-
deputado-ensina-comprar-votosedi...

(2) — Estadão. Câmara dos Deputados livra Natan Donadon de cassação. Disponível em:
https://política.estadao.com.br/noticias/geral,câmara-dos-deputados-livra-natan-donadon-
de-cassacao,...68907

(3) — Isto é Independente — Isto Pode. Disponível em:


https://istoe.com.br/156696_ISTO+PODE+/

(4) — Terra. Câmara livra Temer de segunda denúncia. Disponível em:


https://www.terra.com.br/noticias/brasil/política/câmara-livra-temer-de-segunda-
denuncia,5ed2d1fad4e...1ef2d9b7bd2ba99b66cfjwuxrg2d.html

(5) — Pragmatismo Político. Sergio Moro volta atrás e admite erro com blogueiro Eduardo
Guimarães. Disponível em: https://www.pragmatismopolitico.com.br/2017/03/sergio-
moro-volta-atraseadmite-erro-com-blogueiro-e...

(6) — El Pais. Sérgio Moro pede desculpa por “polêmica”de áudios de Lula e isenta Dilma.
Disponível em:
https://brasil.elpais.com/brasil/2016/03/30/política/1459296826_155962.html

(7) — OAB Conselho Federal. OAB-TO emite nota de repúdio às declarações contra a
advocacia criminalista feitas por candidato a prefeito de Gurupi. Disponível em:
http://www.prerrogativas.org.br/oab-to-emite-nota-de-repudio-as-declaracoes-
contraaadvocacia-crimi...

(8) — STF. Parceria com CIDH propõe desenvolvimento do Judiciário na área de direitos
humanos. Disponível em: http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?
idConteudo=285129

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