Professional Documents
Culture Documents
de Idoso
2
SUMÁRIO
Apresentação................................................................................................................................. 02
O cuidado e o cuidador................................................................................................................... 04
Nutrição na 3º Idade.................................................................................................................... 58
Espiritualidade na 3º Idade......................................................................................................... 69
3
O CUIDADO E O CUIDADOR
O CUIDADOR
Cuidador é um ser humano de qualidades especiais, expressas pelo forte traço de amor à
humanidade, de solidariedade e de doação. A ocupação de cuidador integra a Classificação Brasileira
de Ocupações – CBO sob o código 5162, que define o cuidador como alguém que “cuida a partir dos
objetivos estabelecidos por instituições especializadas ou responsáveis diretos, zelando pelo bem-
estar, saúde, alimentação, higiene pessoal, educação, cultura, recreação e lazer da pessoa
assistida”. É a pessoa, da família ou da comunidade, que presta cuidados à outra pessoa de qualquer
idade, que esteja necessitando de cuidados por estar acamada, com limitações físicas ou mentais,
com ou sem remuneração. O bom cuidador é aquele que observa e identifica o que a pessoa pode
fazer por si, avalia as condições e ajuda a pessoa a fazer as atividades. Cuidar não é fazer pelo
outro, mas ajudar o outro quando ele necessita, estimulando a pessoa cuidada a conquistar sua
autonomia, mesmo que seja em pequenas tarefas. Isso requer paciência e tempo
Categorias de cuidador
Cuidador Informal ou familiar: Pessoa que presta cuidados à pessoa idosa no domicílio, com ou sem
vínculo profissional, e que não recebe remuneração. Para ser cuidador informal é necessário ser
alfabetizado, possuir estado físico e mental saudável e ter noções básicas sobre o cuidado com os
idosos e compreensão do processo de envelhecimento humano. Sua função principal é auxiliar ou
realizar atenção adequada às pessoas idosas que apresentam limitações para as atividades da vida
diária.
4
Cuidador formal: Pessoa capacitada para auxiliar o idoso que apresenta limitações para realizar as
atividades e tarefas de seu dia a dia, sendo a ligação entre a família o serviço de saúde e a
comunidade. Geralmente é remunerado. O cuidador formal deve ter cursado no mínimo até a 4º série
do ensino fundamental, ser maior de idade, possuir treinamento específico, estar bem de saúde física
e mentalmente, possuir qualidades éticas e morais, além de gostar do desta qualificação. Sua função
principal é auxiliar ou realizar atenção adequada às pessoas idosas.
Cuidador profissional: Pessoa que possua educação formal, ou seja, possua certificação conferida
por uma instituição reconhecida em órgãos oficiais e que presta assistência profissional ao idoso. O
cuidador profissional precisa ter cursado o ensino técnico ou superior e ter treinamento específico em
cuidado do idoso. Os cuidadores profissionais seguem funções específicas as conformidades com as
legislações das categorias profissionais
Formação e Experiência
Essa ocupação é acessível à pessoa com dois anos de experiência em domicílio ou
instituições cuidadoras públicas, privadas ou ONGs (Organizações não Governamentais), em funções
supervisionadas.
O acesso ao emprego também ocorre por meio de cursos e treinamentos de formação
profissional básicos, concomitante ou após a formação mínima que varia da 4˚ série do ensino
fundamental até o ensino médio.
5
No caso de atendimento a indivíduos com elevado grau de dependência, exige-se formação
na área de saúde, devendo o profissional ser classificado na função de técnico/auxiliar de
enfermagem. A carga horária de trabalho varia de acordo com a necessidade da família e do idoso,
caracterizando em tempo integral revezamento de turnos ou períodos determinados.
6
As qualidades emocionais dizem respeito ao domínio e equilíbrio emocional, facilidade de
relacionamento humano, capacidade de compreender os momentos difíceis vivido pelo idoso,
adaptação às mudanças sofridas por ele e pela família, tolerância à situação de frustração pessoal.
As qualidades físicas e intelectuais são necessárias, pois sem saúde física, força e energia nas
situações de deambulação e apoio para cuidar da higiene pessoal. O desempenho das atividades fica
prejudicado, também é necessário ser capaz de avaliar e administrar situações que envolvem ações
e tomada de decisões. A empatia é uma ferramenta importante para o funcionamento do trabalho,
haja vista que a identificação do cuidador com as atividades desempenhadas bem como o idoso e
sua família tornam-se condição o bem estar do cuidador e da pessoa cuidada
O cuidador deve compreender que a pessoa cuidada tem reações e comportamentos que
podem dificultar o cuidado prestado, como quando o cuidador vai alimentar ou dar banho e o idoso
cuidado se nega. E de extrema importância que o cuidador reconheça as dificuldades, as limitações e
os mecanismos utilizados pela pessoa cuidada, para que não haja sentimentos de frustração e
direcionar ao idoso raiva ou impaciência.
O estresse pessoal e emocional do cuidador imediato é muito grande, pois se lida com
situações limites diariamente. Portanto, torna-se essencial para o cuidador manter-se saudável físico
e mentalmente. Entender os próprios sentimentos e aceitá-los, como o processo normal de
crescimento psicológico, pode ser um passo importante para qualidade de vida, tanto do cuidador
quanto da pessoa cuidada.
Vale ressaltar que o cuidador, a família e a pessoa cuidada façam acordos de modo a garantir
certa independência tanto para quem cuida quanto para quem é cuidado. Para tanto, no ato da
contratação deve ser estipulado entre o contratante e o cuidador quais as atividades que serão
desempenhadas pelo cuidador, bem como identificar quais atividades ainda podem ser
desempenhadas pelo idoso, a fim de proporcionar autonomia física e emocional para ambos. A
negociação pode ser a chave para uma relação de qualidade entre todos os envolvidos neste
processo.
7
CUIDADOR E A EQUIPE DE SAÚDE
O Ministério da Saúde (Brasil, 2002) divulgou que no Brasil, a maioria dos idosos, mais de
80%, é acometida de enfermidades crônicas, e isto influencia no acréscimo de demanda por serviço
público especializado, bem como demanda por profissionais de saúde que realizem atividades
técnicas específicas. Diferentemente do cuidador de idoso, o profissional de saúde, pode executar
procedimentos técnicos que sejam de competência de sua especialidade, havendo, portanto, um
trabalho paralelo e de extrema importância para a qualidade de vida do idoso.
O cuidado no domicílio é uma prática que exige de todos envolvidos bom senso, para que o
cuidador, a família e o profissional de saúde possam em equipe planejar uma rotina de intervenções.
Neste planejamento deve ficar explícito quais atividades o cuidador está apto a desempenhar, e quais
tarefas cabem ao profissional de saúde, os quais podem e devem ser solicitados pelo cuidador e
família. Portanto, fica evidenciado a importância da comunicação entre o cuidador e a equipe de
profissionais de saúde, onde cada um desempenha papéis essenciais. A parceria possibilita
promoção de saúde, prevenção de incapacidades e manutenção da capacidade funcional do idoso.
CUIDANDO DO CUIDADOR
Cuidar de idoso pode ser uma experiência satisfatória, pois pode aflorar muitas qualidades e
habilidades que talvez tenham passado despercebidos anteriormente, gerando até uma relação mais
próxima com as pessoas. Uma grande parte das pessoas cuidadoras, mesmo com a sobrecarga
deste trabalho diuturno, acaba descobrindo a íntima satisfação de serem úteis aos seus familiares
mais próximos. Porém, pode despertar também muito cansaço, insatisfação, intolerância e
impaciência.
É fundamental que o cuidador reserve alguns momentos do seu dia para se cuidar, descansa
relaxar, realizar alguma atividade física ou de lazer como caminhada, ginástica, tricô, crochê,
pinturas, desenhos, etc.
8
6. Ria várias vezes por dia. A risada é um maravilhoso exercício que envolve diversos sistemas e
aparelhos do corpo;
7. A atividade física reduz seu cansaço, sua tensão, seu esgotamento físico e mental... SEMPRE
QUE LEMBRAR, MEXA-SE... RELAXE;
8. Sempre que possível, aprenda uma atividade nova, leia um livro novo, aprenda mais sobre algum
assunto de seu interesse, participe das atividades de lazer do seu bairro, faça novos amigos e peça
ajuda quando precisar. Torne a sua vida mais leve e saudável;
9. Realize rodízios dos cuidados com outros membros da família (ou outro cuidador) para que você
possa ter um período de “folga e privacidade”;
10. Estabeleça um tempo para si;
11. Evite assumir todos os cuidados. Divida atribuições;
12. Cuide-se de verdade! Vá ao médico. Mantenha-se saudável física e emocionalmente;
13. Não hesite em pedir ajuda se algo não estiver bem.
Os cuidadores não têm como única finalidade baratear custos ou transferir responsabilidades,
há de se ter consciência que o ambiente familiar deve representar segurança e proteção ao idoso, de
forma que sua recuperação se dê de maneira menos dolorosa e o envelhecimento seja tranqüilo.
É importante que os cuidadores estejam preparados e conscientes de sua função e de sua
importância na manutenção e na melhoria da qualidade de vida do idoso.
9
POLÍTICAS PÚBLICAS E DIREITOS DO IDOSO
Segundo dados do IBGE, dentro do grupo das pessoas idosas, os denominados "mais
idosos, muito idosos ou idosos em velhice avançada" (idade igual ou maior que 80 anos), também
vêm aumentando proporcionalmente e de forma muito mais acelerada, constituindo o segmento
populacional que mais cresce nos últimos tempos, 12,8% da população idosa e 1,1% da população
total. No município de Manaus a população idosa já representa 6% da população geral.
A prestação de serviços do Estado à população em geral no Brasil é falha, em especial
referentes aos elementos básicos, como saúde, educação e segurança, à medida que a
aplicabilidade das leis que, já existem, não é promovida a todos de forma igualitária. Para a
população idosa o acesso torna-se mais difícil, devido à falta de estrutura do serviço público em
proporcionar atendimento adequado. Mesmo com os avanços conquistados na legislação que
ampara a pessoa idosa, os quais preconizam a necessidade de atendimento qualificado e prioritário,
proporcionando serviços e ações que visem prevenção e promoção de qualidade de vida, ainda é
constatado um grande índice de idosos e familiares que não usufruem de seus direitos sob a
justificativa de não terem acesso às leis.
Desde a década de 70 mudanças sociais começaram a ser percebidas, das quais criação de
serviços médicos especializados, revisão do sistema de Previdência Social e criação de programas
públicos de lazer voltado para a pessoa idosa foram as mais expressivas. Contudo, a legitimidade
dos direitos dos idosos só foi alcançada com a aprovação do projeto da Política Nacional do Idoso,
sancionado em 1994 e posteriormente com o Estatuto do Idoso, todos com o objetivo de assegurar os
direitos da pessoa idosa.
FINALIDADE
Art. 1º A política nacional do idoso tem por objetivo assegurar os direitos sociais di idoso,
criando condições para promover sua autonomia, integração e participação efetiva na
sociedade.
Art. 2º Considera-se idoso, para os efeitos desta lei, a pessoa maior de sessenta anos de
idade.
PRINCÍPIOS
Art. 3º A política nacional do idoso reger-se-á pelos seguintes princípios:
I – a família, a sociedade e o Estado têm o dever de assegurar ao idoso todos os direitos da
cidadania, garantindo sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade, bem-estar
e o direito à vida;
10
II – o processo de envelhecimento diz respeito à sociedade em geral, devendo ser objeto de
conhecimento e informação para todos;
III – o idoso não deve sofrer discriminação de qualquer natureza;
IV – o idoso deve ser o principal agente e o destinatário das transformações a serem
efetivadas através desta política;
V – as diferenças econômicas, sócias, regionais e, particularmente, as contradições entre o
meio rural e o urbano do Brasil deverão ser observadas pelos poderes públicos e pela
sociedade em geral, na aplicação desta lei.
DIRETRIZES
a) Promoção do envelhecimento ativo e saudável;
b) Atenção integral, integrada à saúde da pessoa idosa;
c) Estímulo a ações inter setoriais, visando à integridade da atenção;
d) Provimento de recursos capazes de assegurar qualidade da atenção à saúde da pessoa
idosa;
e) Estímulo à participação e fortalecimento do controle social;
f) Formação e educação permanente dos profissionais de saúde do SUS na área de saúde
da pessoa idosa;
g) Divulgação e informação sobre a Política de Saúde da Pessoa Idosa para profissionais de
saúde, gestores e usuários do SUS;
h) Promoção e cooperação nacional e internacional das experiências na atenção à saúde da
pessoa idosa; e
i) Apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas.
11
ESTATUTO DO IDOSO
Após sete anos de tramitação no Congresso Nacional, em 2003 foi sancionado o Estatuto do
Idoso – Lei nº 10.741 de 1º de outubro de 2003- que tem o propósito de assegurar os direitos
consagrados pelas políticas públicas voltadas à pessoa idosa, com uma visão de longo prazo ao
estabelecimento de medidas que visam o bem-estar dos idosos (BRASIL, 2004).
Possui 118 artigos - se referem aos direitos fundamentais, necessidade de Proteção ao Idoso,
IDOSO, reforça as diretrizes da PNI. Prioriza o atendimento das necessidades básicas, referentes a
serviços de atenção à Saúde, Assistência Social, Benefícios diversos, Programas educativos,
restabelecimento da participação social do segmento idoso.
Este benefício é assegurado por lei e pago pelo Governo Federal. Ele é direcionado à
pessoas idosas e pessoas com deficiência e busca proporcionar condições mínimas para se ter uma
vida digna. O valor do BPC é um salário mínimo, pago por mês à pessoa idosa que não pode garantir
sua subsistência, nem por conta própria nem com ajuda da família.
12
Para fazer o requerimento do benefício, precisa comprovar:
O idoso que tem 65 anos ou mais;
O deficiente, sua deficiência e o nível de incapacidade por meio de avaliação do Serviço de
Perícia médica do INSS;
Quem não recebe nenhum benefício previdenciário;
Que a renda da família é inferior a 1/4 do salário mínimo por pessoa.
Se a pessoa tem direito a receber o BPC, não é necessário nenhum intermediário. Basta dirigir-se à
agência do INSS mais próxima levando os documentos pessoas necessários:
Benefícios Previdenciários
Aposentadoria por idade: O idoso deve ter contribuído para a Previdência Social durante pelo
menos 15 anos. Aos trabalhadores urbanos é exigida idade mínima de 65 anos para homens, e 60
anos para mulheres; Para trabalhadores rurais idade mínima de 60 anos para homens e 55 anos para
mulher.
Pensão por morte: Benefício pago à família quando o trabalhador morre, sendo ativo ou
aposentado. A exigência para requerer tal beneficio é ter contribuído para o INSS. As pessoas que
podem requerer este benefício são a esposa, marido, companheiro, filho menor de 21 anos ou filho
inválido, pai, mão, irmão menor de 21 anos ou inválido.
13
CUIDADOS DE ENFERMAGEM A SAÚDE DA PESSOA IDOSA
HIGIENE
A rotina do banho é essencial. Procure aplicar o banho sempre no mesmo horário e não
mude a maneira de conduzir. Assim o cuidador deve na medida do possível, deixar que o idoso
realize (quando estiver em condições) a tarefa de banhar-se. A maneira de o cuidador agir, é na
condição de incentivador e auxiliar.
Antes de chamar o idoso para o banho, o cuidador deverá preparar tudo nos mínimos
detalhes; se os objetos necessários não estão à mão (sabonete, xampu, toalha, roupas limpas),
corremos o risco de ter que deixar o idoso sozinho e molhado em um ambiente potencialmente
perigoso.
Quando se está preparando o banho, todas as ações devem ser explicadas em voz alta,
falando clara e pausadamente, uma a uma. Banho de chuveiro, com água em abundância e
temperatura agradável são requisitos indispensáveis.
14
Como proceder no banho de chuveiro com auxílio do cuidador
Separe antecipadamente as roupas pessoais, prepare o banheiro e coloque num lugar de
fácil acesso os objetos necessários para o banho. Regule a temperatura da água;
Retire a roupa da pessoa e a proteja com um roupão ou toalha. Evite olhar para o corpo
despido da pessoa a fim de não constrangê-la;
Coloque a pessoa no banho e não a deixe sozinha porque ela pode escorregar e cair.
Estimule, oriente, supervisione e auxilie a pessoa cuidada a fazer sua higiene. Só faça aquilo
que ela não é capaz de fazer;
Aparar os pelos pubianos com tesoura para facilitar a higiene intima;
Após o banho, ajude a pessoa a se enxugar. Seque bem as partes íntimas, dobras de joelho,
cotovelos, debaixo das mamas, axilas e entre os dedos;
A higiene dos cabelos deve ser feita no mínimo três vezes por semana. Diariamente
inspecione o couro cabeludo observando se há feridas, piolhos, coceira ou áreas de quedas
de cabelo;
O banho de chuveiro pode ser feito com a pessoa sentada numa cadeira de plástico com
apoio lateral, ou em cadeiras próprias para banhos;
Os cabelos curtos facilitam a higiene, mas lembre-se de consultar a pessoa antes de cortar
seus cabelos, pois ela pode não concordar por questão religiosa ou por outro motivo;
15
Deitar novamente a pessoa com a barriga para cima, colocar a comadre e fazer a higiene das
partes íntimas. Na mulher é importante lavar a vagina da frente para trás, assim se evita que
a água escorra do ânus para a vulva. No homem é importante descobrir a cabeça do pênis
para que possa lavar e secar bem;
A higiene das partes íntimas deve ser feita no banho diário e também após a pessoa urinar e
evacuar, assim se evita umidade, assaduras e feridas (escaras).
Realizando a lavagem dos cabelos
Cubra com plástico um travesseiro e coloque a pessoa com a cabeça apoiada nesse
travesseiro que deve estar na beirada da cama;
Ponha embaixo da cabeça da pessoa uma bacia ou balde para receber a água;
Molhe a cabeça da pessoa e passe pouco xampu;
Massageie o couro cabeludo e derrame água aos poucos até que retire toda a espuma.
Cuidados para evitar assaduras
Aparar os pêlos pubianos com tesoura para facilitar a higiene íntima e manter a área seca
Fazer higiene íntima a cada vez que o idoso evacuar ou urinar, secando bem a região
Expor a área da assadura ao sol, caso seja possível, para ajudar na cicatrização;
Arrumação da cama
Abrir portas e janelas antes de iniciar o trabalho;
Utilizar lençóis limpos, secos, sem pregas e sem rugas;
Não deixar migalhas de pão, fios de cabelos, etc., nos lençóis a serem reusados;
Limpar o colchão quando necessário e deixar o estrado na posição horizontal;
Observar o estado de conservação do colchão, travesseiros e impermeável;
Não arrastar as roupas de cama no chão, nem sacudi-las;
Não alisar as roupas de cama, mas ajeitá-las pelas pontas.
As pessoas com algum tipo de incapacidade, que passam a maior parte do tempo na cama
ou na cadeira de rodas, precisam mudar de posição a cada 2 horas. Esse cuidado é importante para
prevenir o aparecimento de feridas na pele (úlceras de pressão) - que são aquelas feridas que se
formam nos locais de maior pressão, onde estão as pontas ósseas como: calcanhar, final da coluna,
cotovelo, cabeça, entre outras regiões. Proteja os locais do corpo onde os ossos são mais salientes
com travesseiros, almofadas, lençóis ou toalhas dobradas em forma de rolo.
16
Decúbito lateral
Posicionar-se do lado para o qual se quer virar o idoso;
Posicionar o paciente para a beira oposta da cama;
Virá-lo para o seu lado, com movimentos firmes e suaves;
Apoiar as costas do idoso com travesseiro ou rolo de cobertor;
Colocar travesseiro sob a cabeça e pescoço;
Posicionar travesseiro entre as pernas e dobrar o membro inferior que está por cima;
Manter fletido o membro superior que está em contato com o colchão.
Decúbito dorsal
Colocar o travesseiro sob a cabeça e pescoço;
Posicionar rolo de lençol embaixo dos joelhos e das pernas deixando os calcanhares livres;
Assegurar que os membros inferiores estejam alinhados;
Apoiar os braços sobre travesseiros com os cotovelos levemente flexionados.
17
Cuidados com a medicação
Peça ajuda à equipe de saúde para organizar a medicação. Converse sobre o planejamento
dos horários de medicação.
Sempre que possível é bom evitar ministrar medicação nos horários em que a pessoa dorme,
pois isso interfere na qualidade do sono.
Não acrescente, diminua, substitua ou retire medicação sem o conhecimento da equipe de
saúde.
Se após tomar um medicamento a pessoa cuidada apresentar reação estranha, avise a
equipe de saúde.
Não se use medicamentos que foram receitados para outra pessoa.
A equipe de enfermagem deve aferir sinais vitais antes de administrar as medicações, assim
como, checar e realizar a evolução no cartão ou prontuário.
Evite, após as 18 horas, dar a pessoa idosa substâncias estimulantes como o chá preto, mate e
café.
Verifique se a pessoa cuidada está sentindo dor, coceira na pele, câimbra ou outro desconforto
que possa estar prejudicando o sono.
À noite, evite dar líquidos à pessoa, pois ao acordar para urinar a pessoa pode demorar a
adormecer novamente.
Conversar com a equipe de saúde sobre a possibilidade de mudar o horário da medicação que
aumenta a vontade de urinar.
Mantenha uma iluminação mínima no quarto de modo a facilitar os cuidados e não interferir no
sono da pessoa.
Evite que a pessoa cuidada permaneça por muito tempo à noite assistindo televisão ou lendo.
Atividades prazerosas, exercícios leves e massagens ajudam a relaxar e a melhoram a
qualidade do sono.
Converse com a pessoa para tentar identificar quais causas da insônia, pois pode ser que o
idoso esteja sentindo medo e ou angústia.
18
DICAS PARA O CUIDADOR:
Se o idoso se perde, não sabendo onde fica o banheiro e não chega a tempo, uma das dicas é
sinalizar o banheiro, com palavras grandes e chamativas ou colocar a própria figura de um vaso
sanitário. Á noite deixe a luz do banheiro acesa. Deixe o quarto do idoso mais perto do banheiro.
Em alguns casos, deve-se deixar o papagaio/comadre junto à cama. Facilite o uso do vaso, com
assentos altos e adaptados e barras laterais.
Não restrinja a ingestão de líquidos, apenas para o idoso urinar menos; isto pode provocar
desidratação no idoso e piorar ainda mais seu quadro clínico.
Durante a parte do dia, procure levar o idoso, em intervalos regulares, ao banheiro.
Procure vestir ao idoso com roupas fáceis de retirar ou abrir. Velcro é uma ótima opção, no lugar
do zíper ou dos botões.
O uso de fralda descartável geriátrica pode ser útil à noite; observar se a fralda não amanhece
muito cheia ou vazando, pois talvez será necessário uma troca no meio da madrugada.
Se o idoso não conseguir ir até o banheiro para urinar ou evacuar, pro problemas diversos e a
incontinência é mais severa, impõe-se o uso de fraldas geriátricas durante todo o dia (dia e
noite). Nunca deixar fraldas molhadas no corpo por muito tempo, evitando assaduras e feridas
na pele.
FIQUE ATENTO: Medicamentos para dormir só pedem ser administrados se tiverem sido
receitados pelo médico. Esteja atento às reações, pois alguns medicamentos podem provocar
agitação ou excesso de sono.
19
ASPECTOS PSICOLÓGICOS DO ENVELHECIMENTO
E O CONTEXTO FAMILIAR
Ao se deparar com a perda dos papéis sociais (ex: aposentadoria) o idoso se percebe como
inútil e incapaz de produzir. Nos idosos os problemas psicológicos ligados ao envelhecimento não
são apenas devido à diminuição das funções cognitivas, mas sim à mudança no cenário pessoal e
social. Portanto, o envelhecimento deve ser entendido como um processo múltiplo e complexo de
contínuas mudanças ao longo do curso da vida.
A importância da família na vida do idoso começa antes mesmo de envelhecer, assim como
para todas as pessoas. Dentro da comunidade familiar, o idoso ocupa um importante espaço, haja
vista que representa a história daquela família, como se codificasse um gene, uma biografia. No
contexto familiar, todos os membros têm uma representatividade única, singular, a qual a reforça sua
identidade e personalidade. Nos dias de hoje, a sociedade baseia a capacidade do ser humano pela
sua capacidade de produzir. Não sendo mais produtivo economicamente, o velho perdeu o seu lugar
na sociedade. Passou a ser considerado como descartável, improdutivo e decadente. Perdeu espaço
social.
20
Ao longo do século 21, as dificuldades econômicas, a ambição de ascender socialmente, a
liberação da mulher, a urbanização e as migrações motivaram o enfraquecimento dos vínculos
familiares. Ocorreu um afastamento emocional, intelectual e mesmo físico entre as gerações. Hoje,
devido os inúmeros estilos de vida, é difícil definir a família, porém ela continua a ser núcleo básico,
promotor do suporte emocional, social e psicológico inevitável e indispensável às crianças, adultos e
os idosos.
Entende-se como envelhecimento uma série de alterações que vão ocorrendo no organismo
ao longo do tempo vivido. Este processo provoca mudanças nas funções e estrutura do corpo e o
torna mais suscetível a uma série de fatores prejudiciais, estes podem ser tanto internos (falha
imunológica, renovação celular comprometida, etc.) como externos (estresse ambiental). Com relação
aos fatores externos, os mais conhecidos por agredirem o organismo e acelerarem o processo de
envelhecimento são: poluição ambiental, fumo, álcool, exposição exagerado às radiações solares,
etc.
Independente da causa sabe-se que o envelhecimento não está vinculado unicamente à
quantidade de anos que o indivíduo viveu, mas também a perda de suas funções orgânicas. Não
menos importante do que tudo isso, é entendermos que a maior parte destas alterações está
estreitamente relacionada ao modo de como este tempo foi vivido. Por vezes, a lentidão e a
diminuição da consciência ameaçam o bem estar e autoestima. O isolamento e diminuição da
afetividade afetam suas relações e beneficiam o adoecimento.
21
Diminuição: percepção, concentração, atenção, raciocínio, rendimento intelectual;
Aversão a idéias, coisas e o novo;
Acentuação das características da personalidade: rigidez, egocentrismo,
desconfiança, irritabilidade, autoritarismo;
Prejuízo da:
MEMÓRIA RECENTE: nomes de pessoas e onde colocou coisas;
MEMÓRIA REMOTA: lembra do passado;
22
TIPOS DE PERSONALIDADES ADAPTADAS NO IDOSO
MADUROS :As pessoas que fazem parte deste grupo são as que melhor se adaptam á velhice e são
mais realizadas. Aproveitam a vida, aceitam-se como são, mantém-se realista e integram-se bem no
ambiente. São construtivas nas suas interações e nas relações com os outros.
PASSIVOS:São pouco ambiciosos, predominantemente passivos e dependentes e satisfação por
estarem aposentados e não terem responsabilidades, porque obtinham pouca satisfação do seu
trabalho. É mais dependente e aceita de boa vontade a ajuda da família e da sociedade.
DURÕES:Pessoas que recorrem a mecanismos de defesa, muitas vezes restritas, centradas mais no
ver do que no prazer, são pouco introspectivas e tornam-se vulneráveis quando são obrigadas a
cessar a sua atividade.
SEXUALIDADE
Inúmeros fatores atuam modulando nossa sexualidade: fatores hormonais, emocionais,
sociais e culturais, ficando difícil separar onde termina a ação de um a começa a de outro. O
envelhecimento fisiológico é uma chave importante para entender, em parte, a diminuição da
atividade sexual que se produz nesta etapa da vida, mesmo que não seja possível explicar todas as
mudanças que ocorrem.
Nos idosos a função sexual geralmente é comprometida, em primeiro lugar, pelas mudanças
fisiológicas e anatômicas do organismo produzidas pelo envelhecimento. São mudanças fisiológicas
que devemos distinguir das alterações patológicas na atividade sexual causadas pelas diferentes
doenças e/ou por seus tratamentos. Os estudos médicos demonstram que a maior parte das pessoas
de idade avançada é perfeitamente capaz de ter relações sexuais e de sentir prazer nas mesmas
atividades que se entregam as pessoas mais jovens.
Descrevem-se como variáveis que podem comprometer a atividade sexual na maturidade,
alguns fatores:
1. A capacidade e interesse do (a) companheiro (a),
2. O estado de saúde,
3. Problemas de impotência no homem ou de dispareunia na mulher,
4. Efeitos colaterais de medicamentos e
5. Perda de privacidade, como por exemplo, viver na casa dos filhos.
23
Em geral, nas mulheres há menor preocupação pela função sexual e mais pela perda estética
do aspecto juvenil. Não é totalmente assim nos homens, onde a preocupação excessiva pelas
mudanças fisiológicas da sexualidade do envelhecimento pode levar à aparição de ansiedade. Nos
homens idosos, o interesse ou desejo sexual se mantém mais presentes que a própria atividade
sexual, enquanto nas mulheres existe um declive em ambos aspectos da sexualidade, desejo e
desempenho.
Libido
O desejo sexual ou libido é a forma de desejo que se acompanha de ereção no homem ou
lubrificação na mulher. Nos jovens a resposta do corpo é imediata. Enquanto nos idosos tanto a
ereção como a lubrificação pode ser mais demorada, o que não significa que o organismo não esteja
reagindo.
Mulher
Diversos fatores parecem entrar em jogo na formulação do desejo sexual na mente feminina,
e fica difícil separar o que é puramente biológico do que reflete um condicionamento sociocultural.
Acostumou-se a ver a mulher como “objeto do desejo” e ela mesma já absorveu esse papel. Ela trai e
excitasse quando se sente desejada, quando se depara com um homem que a faz-se sentir-se
mulher. Analisando assim é extremamente importante para a mulher sentir-se atraente, gostar de si,
achar-se bonita, conhecedora de seu corpo e de suas reações, para que se solte e se proponha a
entrar em sintonia, a atrair.
Os ovários na menopausa vão aos poucos parando de produzir estrogênio, mas continuam
produzindo androgênio (testosterona principalmente), que passam a ter maior expressão na mulher,
aumentando sua agressividade, sua objetividade. Com sua ação mais evidente a mulher deixa de ter
uma atitude passiva e torna-se mais ativa, inclusive sexualmente. Uma vez afastada a possibilidade
de engravidar, encontra-se livre e seu corpo é mais do que nunca dela.
Homem
Enquanto a mulher, no que diz respeito aos hormônios sexuais, é periódica, o homem é
praticamente uma linha reta. É mais estável que a mulher, oscila menos, é objetivo, indo direto ao
ponto. O homem excita-se quando deseja e é atraído pela mulher. Na velhice, a função sexual se
altera basicamente pelas mudanças fisiológicas e anatômicas do organismo provocadas pelo próprio
processo de envelhecimento. Porém, não se pode associar essa fase da vida à perda ou à
incapacidade de manter relações sexuais. As dificuldades normalmente se iniciam a partir dos 40-50
anos, pois além da diminuição lenta e gradual da testosterona, há uma maior incidência de doenças
cardiovasculares, hipertensão arterial, diabetes, obesidade e dislipidemias muitas vezes agravadas
pelo fumo, álcool, estresse, sedentarismo e outros fatores de risco.
24
Além das causas orgânicas, surgem questões de ordem emocional referentes a
aposentadoria, casamento, doenças, auto-estima além de fatores sociais e culturais.Em geral, as
alterações sexuais masculinas são lentas e progressivas, dando tempo ao homem de se adaptar a
uma atividade menos intensa.
Não existe uma disfunção erétil que seja específica do homem idoso, mas sim uma
diminuição da sua capacidade sexual global. É importante que os homens conheçam e tenham
consciência dessas mudanças, para que uma eventual falha erétil não cause uma ansiedade de
desempenho desastrosa, capaz de contaminar e comprometer as relações futuras. Ao atingir a
maturidade, o sexo é cada vez menos carnal, tornando-se cada vez mais afetivo. As relações são
menos sexuais e mais sensuais. Aos poucos, o homem se vê obrigado a assumir o papel de
protagonista da relação, trocando de lugar com o seu pênis, que até então tinha sido o ator principal
da relação. Isso o obriga a uma adaptação, caso contrário, ele fica perdido sem entender as
mudanças que ocorrem no seu organismo.
FINITUDE
A morte, assim como a velhice, é carregada culturalmente de muitos sentimentos negativos.
Comumente uma coisa é associada à outra, por isso a grande negação em envelhecer. A tendência
do ser humano é pensar na morte do outro, o que também acontece em relação ao envelhecimento
“o outro envelhece, eu não”. Na velhice, o ser humano prossegue nas transformações vitais a que
todo ser vivo está determinado. Agora, para além da consciência da finitude, característica dos
tempos da maturidade, a percepção da proximidade da morte pessoal, aliada à experiência vivida ao
longo dos anos, redimensiona a perspectiva dos tempos: passado, presente e futuro.
A finitude é tratada com muito pudor, e por isto acaba sendo um assunto que as pessoas
tendem a se esquivar pela condição ameaçadora que causa. Na velhice, a morte tem uma grande
representatividade, haja vista o processo natural de declínio biológico e mental com o passar do
tempo. O idoso se depara com a percepção de morte concreta, por meio das diversas perdas que
sofre nesta fase, podendo ser entendido como a morte do homem ou mulher jovem, morte do
profissional, morte de suas funções corporais e intelectuais, entre outras.
Portanto, e muito importante que o idoso desmistifique a morte, conversando sobre ela, e com
isso percebendo o quanto pode realizar antes dela chegar.
25
ASPECTOS FONOAUDIOLÓGICOS DO ENVELHECIMENTO
A promoção da saúde deve ser realizada de forma multidisciplinar com o idoso, haja vista a
demanda de intervenções em diversas áreas do conhecimento. A Fonoaudiologia também tem se
preocupado com a promoção da saúde, prevenção e tratamento das alterações relacionadas com as
alterações apresentadas pelos idosos na fala, linguagem, audição, voz, motricidade oral, equilíbrio e
deglutição.
OUVIDO
Há diversos fatores pelos quais a capacidade auditiva humana diminui. O ouvido é um
delicado instrumento que pode deteriorar ou simplesmente desgastar-se com o tempo.
Quando o som não pode ser transmitido normalmente através do canal auditivo e/ou do
ouvido médio para a cóclea, temos um caso de deficiência auditiva condutiva. Acumulação de cera no
ouvido e tímpanos perfurados são duas causas típicas deste tipo de perda auditiva. Outro fator pode
ser defeito ou problema nos ossinhos do ouvido. As vibrações sonoras são transmitidas à cóclea,
localizada na parte interna do ouvido, ativando pequenas células ciliadas. Estas células transformam
as vibrações em impulsos nervosos, os quais são captados pelo nervo acústico e enviados ao
cérebro.
O ouvido interno é muito frágil e vários problemas podem ocorrer. Exposição a altos sons
pode danificar as células de forma que os sons não podem ser convertidos em impulsos nervosos e
transmitidos ao cérebro. Doença no ouvido, vírus e infecções podem danificar o ouvido interno. A
velhice também pode ser outro fator. As células ciliadas assim como os condutores nervosos podem
deteriorar-se, impedindo que os sinais do ouvido cheguem ao cérebro. A estes tipos de problemas
denominamos deficiências auditivas sensório-neurais.
As perdas sensório-neurais afetam a sensibilidade sonora assim como a habilidade de
diferenciar os sons. Sendo assim, palavras individuais podem parecer incompreensíveis durante uma
conversa.
As perdas auditivas causadas por fatores condutivos e sensório-neurais são conhecidas
como perdas mistas ou combinadas.
Podemos encontrar as seguintes perdas auditivas:
Perda Auditiva Leve:
Incapacidade de ouvir sons abaixo de 30 decibéis. Discursos podem ser de difícil audição
especialmente se estiverem presentes ruídos de fundo.
Perda Auditiva Moderada:
A incapacidade de ouvir sons abaixo de cerca de 50 decibéis.
Aparelho ou prótese auditiva pode ser necessário.
Perda Auditiva Severa:
A incapacidade de ouvir sons abaixo de cerca de 80 decibéis.
26
Próteses auditivas são úteis em alguns casos, mas são insuficientes em outros. Alguns
indivíduos com perda auditiva severa se comunicam principalmente através de linguagem gestual,
outros contam com uso das técnicas de leitura labial.
Perda Auditiva Profunda:
A ausência da capacidade de ouvir, ou a incapacidade de ouvir sons abaixo de cerca de 95
decibéis. Tal como aqueles com perda auditiva severa, alguns indivíduos com perda auditiva
profunda se comunicam principalmente através de linguagem gestual, outros com uso das técnicas
de leitura labial
Presbiacusia é a perda da sensibilidade auditiva, resultante das mudanças degenerativas e
fisiológicas do sistema auditivo, decorrente da idade avançada.
A presbiacusia não raramente é o fator que declara a chegada da velhice, acarretando
dificuldades na comunicação, logo gerando seqüelas importantes de natureza emocional, social e
ocupacional.
Por ser adquirida, a pessoa vai sentindo a perda auditiva gradativamente, o que vai muito além
do fato de apenas não ser capaz de ouvir bem, mas também de fatos que precisam ser levados em
conta, como os aspectos ambientais e as dificuldades de relacionamento interpessoal.
Uma observação comum, do dia-a-dia, pode ser feita através do simples ato de assistir à
televisão, ouvir rádio, da conversa com familiares e amigos próximos.
A pessoa começa a falar muito alto, aumentar o volume da televisão, e o rádio fica mais
próximo aos ouvidos. As palavras escutadas começam a ficar ininteligíveis, dando lugar a outras
auditivamente semelhantes. Bem, isso é motivo de embaraços e irritabilidade para quem fala e para o
idoso que ouve as palavras trocadas. Paciência nessas horas é fundamental!
Esta perda auditiva revela-se uma doença incapacitante e freqüentemente ameaça a
integridade física e mental dos indivíduos conduzindo-os a um estado característico de isolamento
marcado por depressão, estresse, frustração e segregação de seu meio social.
27
Como intervir adequadamente:
EQUILÍBRIO
A perda do equilíbrio é um sintoma muito característico da velhice, o qual se torna uma dos
principais vilões nas quedas e conseqüente morte. O tratamento inicialmente é aplicado por um
especialista. Após orientações com o paciente, é possível realizar exercícios em casa. Sempre com
supervisão de profissional capacitado.
28
A terapia de reabilitação labiríntica é indicada para todas as idades, em pessoas com
perturbação do equilíbrio corporal, ilusão de movimento, sensação de instabilidade, flutuação,
oscilação e vertigem (sensação rotatória de objetos ou de si próprio). O tratamento é indicado
principalmente nos casos de:
Vertigens crônicas;
Vertigens por mudanças de postura;
Pacientes idosos com alteração de equilíbrio que apresentam quedas e desvio de marcha;
Tontura em veículos em movimento;
Desconforto em lugares movimentados (shopping, supermercados, feiras e outros ).
VOZ
A falta de conhecimento da importância de certos cuidados básicos para preservar a voz
pode ter como conseqüência o desencadeamento de algumas doenças laríngeas como, por exemplo,
edemas, nódulos, pólipos, úlceras de contato, entre outras. As alterações vocais afetam a vida
pessoal, social e, sobretudo, a profissional, gerando ansiedade e angústia. Com a idade ocorre o
envelhecimento vocal tanto nos homens como nas mulheres idosas que é conhecido como
Presbifonia.
A prevenção vocal só depende da conscientização de cada pessoa, pois voz é um sinal de
saúde e devemos tratá-la adequadamente. Ao perceber dificuldades para falar, cansaço, voz fraca,
rouca procure um otorrinolaringologista para realizar uma avaliação e um fonoaudióloga para realizar
orientações e tratamento fonoaudiológico se necessário.
29
O consumo de álcool em excesso também é prejudicial para as pregas vocais e tem efeito
analgésico propiciando abusos vocais;
Chupar balas ou pastilhas fortes quando estiver com a garganta irritada. Isso mascara o
sintoma e a pessoa tende a forçar a voz sem perceber. Quando o efeito da bala passa, a
irritação na garganta aumenta;
Ar condicionado – prejudica a mucosa das pregas vocais, pois o resfriamento é realizado
através da redução da umidade do ar com conseqüente ressecamento do trato vocal, o que leva
a pessoa a produzir a voz com maior esforço e tensão
Evite a fala durante os exercícios físicos: qualquer exercício de esforço muscular junto com a
fala irá provocar sobrecarga na musculatura da laringe;
Evite cantar de maneira inadequada ou abusiva em videokês ou fazer parte de corais sem
preparo vocal.
Evite pastilhas refrescantes antes de cantar/falar. Estas geralmente têm efeito “anestésico” e
você pode cometer abuso vocal sem se dar conta;
Ingerir líquidos em temperaturas extremas, ou seja, muito gelado ou muito quente; alimentos e
bebidas geladas também causam choque térmico, provocando muco e edema nas pregas
vocais;
Evite falar em demasia em quadros gripais ou em crises alérgicas, pois o tecido que reveste a
laringe está inchado e o atrito das pregas vocais durante a fala passa a ser de forte agressão.
Ar condicionado – prejudica a mucosa das pregas vocais, pois o resfriamento é realizado
através da redução da umidade do ar com conseqüente ressecamento do trato vocal, o que leva
a pessoa a produzir a voz com maior esforço e tensão;
Evite alimentos pesados e muito condimentados, pois além de provocar azia, má digestão e
refluxo de secreções gástricas, dificulta também a movimentação livre do músculo diafragma,
essencial para a respiração;
Evite falar muito após o consumo de grandes quantidades de aspirinas, calmantes e diuréticos:
a aspirina provoca o aumento da circulação sangüínea na periferia das pregas vocais, com a
associação do atrito de uma prega contra a outra há um aumento da fragilidade capilar. Os
diuréticos e calmantes ressecam as mucosas.
LINGUAGEM
As dificuldades da linguagem e também dos processos cognitivos associados à idade podem
variar desde dificuldades para expressar uma idéia, compreender um enunciado, como também pode
aparecer dificuldades de memória. Essas alterações não ocorrem de maneira igual para todas as
pessoas e podem ser causadas por vários fatores como:
1- Lesões na região do cérebro responsável pela função motora da fala e na região da
compreensão conhecido como Afasias, sendo que estas lesões geralmente ocorrem
devido a acidentes vasculares cerebrais, mais conhecidos popularmente como derrame.
30
Afasia pode ser definida como uma alteração no conteúdo, forma e uso da linguagem e
processos cognitivos subjacentes, tais como percepção, compreensão e memória. Essa alteração é
caracterizada por redução e disfunção, que se manifestam tanto no aspecto expressivo quanto
receptivo da linguagem oral e escrita, embora em diferentes graus em cada uma dessas
modalidades.
2- Dificuldades associadas à idade, ao ambiente e por alterações auditivas e visuais.
3- E nos casos de síndromes demências, que podem ser causadas por cerca de 70 tipos de
doenças diversas, entre elas a mais conhecida é a doença de Alzheimer, ocorrendo em fases tardias
da vida, com prevalência de 1% aos 60 anos e de 30% a 40% aos 85 anos ao ambiente e por
alterações auditivas e visuais.
Segundo a Organização Mundial de Saúde a demência é uma alteração progressiva da
memoria e da ideação, suficientemente grave para limitar as actividades da vida diária, que dura por
um periodo minimo de seis meses e esta associada a perturbação de pelo menos uma das funções
seguintes: linguagem, cálculo, julgamento, alteração do pensamento abstracto, praxia, gnosia ou
modificação da personalidade.
Dentre as alterações de linguagem mais evidente no indivíduo idoso com o envelhecimento
normal estão as dificuldades de lembrar palavras numa conversação, em nomear objetos, em
interpretar uma estória e em casos de demências, podem aparecer os mesmos sintomas e as
dificuldades com as regras da gramática e empobrecimento do vocabulário, até a perda total da fala.
É importante lembrar que as alterações vão variar de pessoa para pessoa e também vão depender
da idade, do grau de escolaridade, do estilo de vida, do contexto, do estado motivacional e
emocional.
A família pode ajudar não isolando o idoso de seu convívio. Fazendo com que ele participe de
todas as atividades sociais e familiares. É importante que o idoso que se queixa de problemas de
memória e dificuldades de linguagem freqüentemente, procure um médico e não encare tal problema
como normal da idade. Nos casos de demência que for diagnosticada precocemente o idoso poderá
se beneficiar de terapia fonoaudiológica o que ajudará numa comunicação mais efetiva entre a
família, o cuidador e a pessoa idosos.
31
Evite falar dele na frente dele, por mais que parece que ele não entende as coisas.
Falar de forma clara e pausada.
Uma pessoa deve falar de cada vez.
Não fazer duas perguntas ao mesmo tempo.
Evitar perguntas complexas, abertas e frases longas.
Repita a frase se for preciso, não tenha vergonha de falar a mesma coisa várias vezes.
Complemente a fala com gestos.
Mantenha contato face a face.
Não fale no diminutivo.
Não interromper o idoso quando ele tiver tentando dizer algo.
Não fale por ele e nunca termine a fala dele.
Evitar conversas paralelas.
Providencie que o idoso não deixe de usar aparelho auditivo, óculos e dentadura, quando
necessário.
Demonstre que você entendeu o que ele disse.
A refeição deve ser realizada junto aos familiares
Conversar bastante mesmo que parece que ele não está compreendendo.
Procure agir com amor, carinho, paciência que nunca irá errar.
DISFAGIA
A deglutição é o ato de engolir. Durante toda a vida deglutimos milhões de vezes sem nos
darmos conta da complexidade deste ato tão simples e natural. Quando passamos a ter dificuldade
de deglutir por alguma doença é que nos damos conta de que esta função existe, e é tão importante,
que pode vir a ser exercida por controle voluntario.
Conceito de Disfagia: Disfagia é uma desordem de deglutição, decorrente de processo agudo ou
progressivo, que interfere no transporte do bolo alimentar da boca ao estômago.
Causas de Disfagia: Problemas neurológicos como AVE, TCE, Parkinson, mal de Alzheimer,
miastenia grave, distrofia muscular, ELA, PC, entre outros. Encontramos também a disfagia
associada ao processo de envelhecimento, ao câncer de cabeça e pescoço, tumores cerebrais e
distúrbios gastroenterológicos.
O que fazer ao perceber sintomas de Disfagia: As alterações da deglutição devem ser
diagnosticadas e tratadas conjuntamente por médicos, enfermeiros, pneumologista, neurologista,
nutricionista, gastroenterologista, entre outros. O fonoaudiólogo, profissional que ensina a deglutir,
reeduca ou cria alternativas de deglutição, quando os problemas aparecem nesta área.
32
Sinais Clínicos
Tosse ou engasgo – antes, durante ou após a refeição;
Aumento do tempo da refeição;
Febre sem causa aparente;
Mudança na voz após a deglutição;
Desnutrição e desidratação;
Perda de peso severa;
Pneumonia aspirativa ou de repetição;
Risco de broncoaspiração.
33
ASPECTOS ODONTOLÓGICOS DO ENVELHECIMENTO
34
IMPORTANTE: Não deve ser utilizados produtos como água sanitária, álcool, detergentes para
limpar a prótese, basta utilizar água com sabão neutro ou creme dental. Caso a prótese seja
armazenada em uma vasilha, a água deve ser trocada diariamente.
Cárie dental
A cárie é uma doença causada por bactérias que se fixam nos dentes. Essas bactérias
transformam em ácidos os alimentos que ficam depositados nos dentes. Os ácidos correm e furam o
esmalte do dente. O melhor tratamento é a prevenção com alimentação saudável (sem doces e
produtos industrializados) e boa higiene bucal.
Doença Periodontal
Quando falamos deste processo inflamatório, incluímos a gengivite e a periodontite, que são
doenças bacterianas, causadas por bactérias presentes na placa dental. Caracterizada por
inflamação e ou infecção ao redor do dente, atingindo gengiva, osso e ligamento periodontal (fibras
que fazem a ligação da raiz dentária com o osso), sua evolução leva à perda óssea com conseqüente
perda de dentes.
A gengivite é a forma mais leve da doença periodontal, onde a gengiva fica avermelhada,
inchada e sangra com facilidade, que não tratada evolui para uma periodontite. Neste estágio causa
inflamação crônica acometendo osso e ligamento com destruição dessas estruturas.
Tratamento odontológico:
Remoção do fator causador da inflamação, no caso o tártaro ou cálculo, orientação sobre
higiene oral adequado, uso de fio dental, visita regular ao dentista.
Lembre que a doença periodontal é um fator de risco para outras doenças como: endocardite
bacteriana, a ocorrência de infarto ou de derrame cerebral.
35
Xerostomia
Ocorre por diminuição do fluxo salivar que é causada pelo efeito colateral bucal de cerca 60%
dos remédios que o idoso ingere normalmente, não conseguindo manter a boca umedecida. Além de
aumentar as cáries, doenças periodontal, saburra lingual e mau hálito, impede uma mastigação
adequada dos alimentos. A boa seca causa perda da percepção do gosto dos alimentos, passando a
colocar mais açúcar e mais sal no que come, influenciando no controle de doenças sistêmicas e
aumentando a predisposição a cáries.
Sinais e Sintomas:
Sensação de boca seca; problemas ao mastigar, engolir, sentir o gosto e falar; queimação da
boca; ressecamento labial; língua ressecada; lesões orais e dor; infecções orais.
A saliva é importante, pois auxilia na ingestão dos alimentos, manter a boca umedecida,
protege os dentes contra cáries, controla a quantidade de bactérias e fungos na cavidade oral, torna
possível a mastigação e a deglutição. As medicações para controle da pressão arterial, depressão,
tratamento síndrome e imunodeficiência adquirida, diabetes, radioterapia, quimioterapia, problemas
glandulares podem causar esta doença.
Tratamento odontológico:
Depende da causa do problema, o paciente deve procurar o médico ou dentista para
descobrir a causa do sintoma se for medicamentoso o medico mudará ou ajustará a dose da
medicação, se forem glândulas, o médico prescreverá medicamentos que ajude o funcionamento ou
saliva artificial para manter a boca umedecida.
Cuidados: Prefira água ou bebidas sem açúcar; tome de 8 a 12 copos de líquido por dia; evite café,
refrigerantes e chás; use chicletes sem açúcar, não usar tabaco ou álcool, pois eles ressecam a
mucosa oral; evite alimentos salgados, pois podem causar dor; umedecer o ambiente durante a noite.
Feridas na boca
Durante a limpeza da boca do idoso o cuidador deve observar a presença de feridas nas
bochechas, gengivas, lábios e embaixo da língua e comunicar à equipe de saúde. È muito importante
ressaltar que o idoso pode ter diminuição da estrutura óssea da boca. Esta perda óssea pode fazer
com que a prótese fique frouxa, aumentando o desconforto a as possibilidades de lesões. Dentes
quebrados também podem machucar o interior da cavidade bucal.
O cuidador deve observar também se o idoso possui o apetite diminuído, pois é uma
característica da fase de envelhecimento, porém pode ser em decorrência a prótese mal adaptada,
cárie, dentes furados, feridas, alterações ou inflamações na gengiva.
36
ASPECTOS BIOLÓGICOS DO ENVELHECIMENTO
Os 5 I’s do idoso
Incontinências urinária/ fecal
Imobilidade
Iatrogenia
Instabilidade (quedas)
Insuficiência cerebral – Demências/ Depressão/ Parkinsonismo.
Outras:
Doenças cardiovasculares/ diabetes
Pneumopatias/ Doenças Músculo-Esqueléticas
Catarata/ Glaucoma/ Distúrbios do Sono
Vacinação/ Cuidado com os Remédios
Ao falarmos de cuidados de saúde para uma pessoa idosa temos que ter em vista a
MANUTENÇÃO de seu estado de saúde, objetivando uma expectativa de vida ativa máxima possível,
na comunidade, junto a sua família, com altos níveis de função e autonomia. Algumas das doenças
podem levar à imobilidade, às quedas, à confusão mental, à incontinência (perda involuntária da urina
e fezes) ou a várias alterações causadas pela falta, excesso ou erro na medicação ou na dieta.
Instabilidade e Quedas:
A instabilidade no andar e as quedas são freqüentes nos dois extremos da vida: infância e
velhice. A incidência de quedas entre idosos é alta e muitas vezes elas não são valorizadas, sendo
consideradas próprias da idade.
37
As conseqüências podem ser:
Lesões (ferimentos, cortes, fraturas, contusões, entorses, hematomas);
Problemas psicológicos (medo de cair, insegurança, ansiedade);
Perda de autoestima, da autoconfiança, super proteção da família;
Imobilidade;
Isolamento;
Depressão;
Internação em hospital ou asilo;
Morte.
38
Imobilidade fraqueza muscular;
Uso inadequado de medicamentos (sedativos, antipsicóticos, antidepressivos, anti-
hipertensivos), polifarmácia (uso concomitante de várias medicações);
Depressão e alterações emocionais.
39
Medidas educativas visando a maior capacidade do idoso para enfrentar problemas de saúde
e para conquistar melhores condições de vida juto aos familiares, a comunidade e a
sociedade.
Nos idosos confusos e agitados, a contenção no leito ou na cadeira não assegura a ausência
de quedas. Esta situação piora a agitação, cansa o paciente e lhe dá a sensação de tontura e
desrespeito, além de piorar a confusão mental. Pode favorecer a fraturas devido a osteoporose
(fraturas costais), a imobilidade pode gerar ulceração de decúbito, além de piorar a aceitação de
dietas e de líquidos, comprometendo também a respiração do paciente. A contenção, além disso, não
substitui a supervisão adequada nem oferece conforto ao paciente.
Hipertensão arterial:
Doença comum entre os idosos, que se não for bem controlada pode ser a causa de várias
doenças, principalmente o derrame, a angina (dor no coração) e o infarto. Sua causa quase nunca é
conhecida, no entanto existem fatores considerados de risco. São considerados os fatores
constitucionais e os ambientais.
Constitucionais, entre os quais alguns são da própria pessoa, não se podendo fazer nada para evitá-
los, como:
Idade: a média da pressão arterial é maior quanto maior for a faixa etária.
Sexo: é mais freqüente nas mulheres
Fatores genéticos: é mais comum na raça negra e nos descendentes de hipertenso.
Ambientais, são dependentes da vontade das pessoas, como:
Ingestão excessiva de sal; álcool: 03 doses de bebida por dia favorecem a hipertensão; gordura:
principalmente animal; tabagismo; excesso de peso; fatores ligados ao trabalho: estresse, ruído,
calor excessivo.
Não esquecer que hipertensão é doença na maioria das vezes assintomática.
40
Orientar o comunitário a não aferir PA enquanto estiver andando, sem antes descansar por 5
minutos sentado.
Confiar em indivíduos treinados e capacitados para a aferição da PA, evitar o controle com
desconhecidos.
Levar sempre o CARTÃO DO IDOSO para anotar as aferições.
Diabetes Mellitus:
O diabetes é uma doença causada pelo aumento de açúcar (glicose) no sangue. O pâncreas
produz a insulina que controla a entrada de glicose nas células do corpo para que possam produzir
energia. Todas as vezes que são ingeridos açúcares (massas e doces), o pâncreas lança no sangue
determinada quantidade de insulina necessária para o aproveitamento desses alimentos.
Pneumonia:
Pacientes idosos com gripe, enfisema e bronquite crônica (decorrente do fumo crônico)e os
que estão imobilizados na cama estão no grupo de risco da doença. Tem sintomas de febre, dor
torácica ao respirar, escarro e tosse. Deve-se lembrar que a maioria dos idosos apresenta infecção
pulmonar sem febre. Umas das mais eficazes formas de prevenção é a vacinação, tanto contra a
gripe como contra a pneumonia. Observe com atenção:
Tosse persistente sem melhora mesmo com a ingesta de xaropes caseiros,
Mudança de humor, agressividade, apatia ou delirium,
41
Mantenha a casa ventilada, rede e colchões limpos (sol diário),
Sentar o idoso para dar alimento e água, evitando engasgos,
Reduza a quantidade de entulhos no quarto (caixas, papéis sobre o guarda-roupa),
Procure dar banho em horários mais quentes do dia, ou banho morno, lembre-se o idoso tem
facilidade de desenvolver hipotermia (sentir mais frio que o adulto),
Após o banho observa-se necessidade da realização de tapotagens (leves batidos nas costas
com a mão em forma de concha),
Observe se o cartão de vacinas está em dias,
Na dúvida oriente levá-lo ao médico, evite demora.
Doenças músculo-esquelético:
Entre os idosos é comum ouvirmos queixas relacionadas com “reumatismos” que são dores
nas cadeiras (coluna lombar ou lombalgia), dores nas costas, dores nas pequenas e grandes juntas
do corpo (articulações do ombro, quadril, joelhos e mãos) e dores musculares. Essas dores podem
ser causadas por diversas doenças que recebem o nome geral de “reumatismo”.
Toda pessoa que tem dor óssea, articular ou muscular intensa, que piora dia-a-dia, que não
melhora com analgésicos comuns, que são acompanhadas de outros sintomas, como febre e
emagrecimento, devem ser orientados para procurar assistência médica.
Obesos devem ser orientados para perder de peso, pois este é um fator agravante de dores
articulares.
Idosos devem ser estimulados a se expor ao sol e fazer exercícios, como a caminhada, por
exemplo, desde que o façam com segurança e de preferência antes das 10hs da manhã.
42
Dieta baseada em leite e derivados é útil na prevenção da osteoporose. Deve-se dar
preferência ao leite desnatado, queijo branco, ricota e coalhadas, para não elevar os níveis
sanguíneos de colesterol. Peixe é uma excelente fonte de vitamina D, que ajuda absorver o
cálcio.
Evitar pegar pesos além dos limites para idade.
Evitar situações que possam propiciar quedas.
Evitar esforços repetitivos.
Abolir ou reduzir o consumo de bebidas alcoólicas, fumo e café.
Nos períodos sem dor, estão indicadas a hidroginástica e natação, que são excelentes meios
para ampliar os movimentos das juntas (articulações), uma vez que a água anula a força da
gravidade e auxilia nos exercícios. Também exercícios específicos para as juntas das mãos e
pendulares para os ombros ajudam o idoso a se libertar de rigidez e melhorar sua qualidade
de vida.
Outra queixa comum é a dor lombar e a melhor maneira de preveni-la ou não permitir que ela
piore, é adotar bons hábitos posturais. Entre eles podemos destacar os seguintes:
Ao dormir deve-se adotar posições corretas, isto é, não dormir em decúbito ventral (de
barriga para baixo). Se dormir sobre os ombros, o melhor é usar travesseiros altos. Deve-se
escolher um colchão firme, de consistência não tão dura como solo e nem irregular e mole.
Ele deve ter a elasticidade necessária para modelar e apoiar o corpo.
Não ficar muito tempo sentado, se o fizer nunca sentar-se em bancos baixos sem encosto,
pois isso aumenta a curvatura da coluna lombar e piora ou desencadeia a dor. Evitar sentar
em sofás e poltronas. Se tiver de permanecer sentado, não fazê-lo por muito tempo e
escolher cadeiras mais altas, com apoios dorso-lombar e para os braços.
Ao assistir televisão, colocar o aparelho de TV na altura dos olhos, nunca acima, para evitar
dores no pescoço.
Quando for apanhar um objeto no solo ou levantar algum peso, sempre flexionar o joelho e
aproximar o peso do corpo.
Caso a dor lombar já esteja instalada ou se instalar agudamente, enquanto se procura ajuda
médica deve-se proceder da seguinte maneira:
Repouso no leito é primordial no tratamento da dor na coluna. Esse repouso deve ser feito
com as pernas encolhidas, se o paciente deitar-se de lado, ou com um apoio sob as pernas
se estiver em decúbito dorsal (“de barriga para cima”).
Calor local, como bolsa de água quente durante 20 minutos, por duas vezes ao dia, no local
da dor, também é um ótimo início de tratamento.
Além, disso pode ser instituído também, o tratamento com medicamentos e / ou fisioterapia.
Entretanto, estes só devem ser prescritos por médicos.
43
Nunca permitam que sejam feitas manipulações em pacientes idosos sem a orientação médica,
principalmente sem fazer radiografias, pois isto pode levar a conseqüências desastrosas. MUITO
CUIDADO COM MASSAGISTAS NÃO HABILITADOS!
Osteoporose:
Resulta do enfraquecimento dos ossos do corpo, é comum nas mulheres, em que o risco é
sete vezes maior. Dieta pobre em cálcio, o fumo e o sedentarismo são agravantes da doença.
Geralmente a osteoporose é diagnosticada quando o paciente sofre alguma fratura. A prevenção e/ou
tratamento da osteoporose são:
Exercícios: os exercícios que colocam o pé no solo, como caminhada, corrida e dança,
são os melhores. Eles devem ser feitos de 3 a 5 vezes por semana e de acordo com o
equilíbrio e capacidade de cada um, sem se expor a esforços exagerados. É útil que
sejam feitos nas primeiras horas da manhã, pois o sol nesse horário contém mais raios
ultravioleta que fabricam a vitamina D na pele, a qual é indispensável para a melhor
absorção do cálcio que favorece a fabricação do osso.
Dieta rica em cálcio: esta é conseguida com leite e derivados, como já foi mencionado .
Entretanto, idosos, às vezes, tem intolerância ao leite. Nesses casos recomenda-se o
uso de cálcio medicamentoso.
Transtorno do Sono:
São freqüentes, tanto no idoso sadio quanto no doente. Constituem causas importantes de
comprometimento da qualidade de vida. O envelhecimento, ao contrário da doença, não provoca
grandes alterações no ciclo sono-vigília. Transtornos do tipo insônia ou sonolência devem ser
investigados.
Insônia:
Pode significar demora para adormecer, despertares noturnos e despertar precoce (acordar
muito cedo), e sensação de “sono que não descansa”, também pode ser uma manifestação de uma
doença orgânica, psiquiátrica, uso ou suspensão de medicamentos e também a reação a uma
situação de natureza psicossocial. Idosos com demência tendem, com a evolução do quadro, a
apresentar alterações do sono, agitação noturna. Estando presente em outras situações como:
Asma ou falta de ar
Insuficiência cardíaca
Desejo de urinar várias vezes no período noturno
Dor devido a várias causas, inclusive artrose.
44
Regurgitação de “suco gástrico”, manifestando-se como tosse noturna
Depressão
Ansiedade
Catarata:
Nela o cristalino, a chamada lente do olho, forma uma camada que atrapalha e deixa a visão
nebulosa. Pode levar a cegueira, mas uma cirurgia simples remove a catarata, devolvendo a visão do
paciente. O índice de recuperação satisfatório chega a 90% dos casos.
Glaucoma:
Ocorre devido o aumento da pressão dentro do olho, o que pode afetar o nervo óptico e
causar perda da visão. N maioria dos casos, as pessoas não apresentam sintomas quando a doença
ainda esta se desenvolvendo, antes de atingir o nervo óptico. A melhor forma de prevenir-se é fazer
exames regulares. O tratamento pode incluir medicamentos e cirurgia.
45
Doença de Parkinson:
É causada pela morte de neurônio ou pela perda da capacidade da célula nervosa de atuar
no controle dos movimentos e equilíbrio do corpo.
Um problema no cérebro
Uma pequena área no cérebro chamada substancia negra contém células que produzem a
substância química chamada dopamina. O cérebro usa a dopamina para ajudar a enviar mensagens
para a área do cérebro que controla os músculos. Se as células das substancia negra param de
funcionar, menos dopamina é produzida. O resultado é que as mensagens que ajudam o corpo a
mover-se com facilidade encontram dificuldade para viajar através do cérebro. Isto provoca sintomas
como tremor, rigidez e movimento lentos.
Tremor é o sintoma mais comum, freqüentemente a mão e o braço de um, ou ambos os lados
do corpo tremem podendo afetar outras áreas do corpo, como a perna, o pé ou o queixo. O tremor
diminui quando a parte afeta é usada e pára completamente durante o sono.
A rigidez, ou tensão muscular, acontece porque os músculos não recebem a ordem para
relaxar. A rigidez pode causar dores musculares e postura encurvada.
46
Problemas de equilíbrio podem provocar quedas, geralmente para frente ou para trás.
Fala muito baixa e monótona, caligrafia tremida e pequena e dificuldade para engolir. A
constipação é um problema comum nas pessoas com a doença de Parkinson.
MANTENDO-SE EM ATIVIDADE:
Ajudando o idoso com parkinson a executar melhor atividade de vida diária (Orientações
Práticas)
Vestir-se: vestir-se pela manhã pode tornar-se lento e difícil. Para facilitar tente o seguinte:
Reserve bastante tempo para não precisar apressar-se
Coloque as roupas perto de você
Faça uma coisa de cada vez
Substitua os botões por velcro ou zíper, para facilitar o manuseio. Se necessário, coloque um
clipe grande no puxador do zíper para ficar mais fácil segurá-lo.
Escolha sapatos fáceis de vestir (sem cordões ou fivelas) ou que fechem com velcro, porque
são mais fáceis de colocar ou tirar.
47
Remover os tapetes do banheiro, ou forrá-los com toalha antiderrapante.
Uso de sabonete líquido para facilitar o manuseio, é mais fácil de segurá-lo.
Vestir um roupão atoalhado por alguns minutos se for difícil enxugar-se com uma toalha.
Para falar: A doença de Parkinson pode tornar a voz mais baixa e menos clara. Caso observe estes
sintomas tente as seguintes sugestões para tornar a fala mais clara e fácil de entender.
Ler em voz alta, principalmente poesias. Cantar também é um bom exercício. Ambos ajudam
a reforçar a voz.
Respirar profundamente no início de cada frase.
Colocar amplificador de voz ao telefone para que as pessoas ouçam melhor.
Para escrever: A caligrafia torna-se menor e trêmula. Para tornar a caligrafia mais clara tentar:
Escrever devagar e com firmeza
Levantar a caneta do papel depois de escrever algumas linhas.
Uso de caneta larga ou com cabo de borracha, isso facilita segurá-la.
Viver com uma doença crônica pode ser frustrante. Sentimentos de ansiedade, raiva ou medo
são comuns. A depressão é freqüentemente associada à doença de Parkinson.
Informações para a família e amigos:
As habilidades da pessoa com Parkinson mudam o tempo todo. Elas podem não ser capazes
de fazer alguma coisa que podiam fazer a apenas alguns minutos atrás. Isso NÃO É
TEIMOSIA – É DOENÇA!
Mesmo não tendo cura os sintomas podem ser controlados, podendo se permanecer ativo e ter
uma vida normal.
48
NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS
Os primeiros socorros prestados ao idoso podem ser realizados pelo seu cuidador até a
equipe de saúde chegar. A saúde da pessoa cuidada pode depender do atendimento realizado
imediatamente após o choque / trauma. Segundo os médicos, se um paciente recebe tratamento
adequado como reanimação e controle de hemorragia, dentro de um curto período de tempo, as suas
chances de sobrevivência aumentam muito. Para que o traumatizado tenha chances de sobreviver, o
tratamento deve ser iniciado no local pelos socorristas e continua no pronto-socorro, no centro
cirúrgico e na unidade de terapia intensiva. Contudo, é dever do cuidador de idoso ter conhecimento
de técnicas e saber identificar qual o motivo que desencadeou o problema.
QUEDAS:
Na rotina do idoso em casa, diversos acidentes podem acontecer. A queda é o principal
acidente que ocorre em idosos, tendo conseqüências graves, até a morte. A maior parte das quedas
acontece como resultado da natureza inerente do envelhecimento, com mudanças de postura e da
marchas, as alterações de acuidade visual, porém, as variáveis mais importantes, que contribuem
para as quedas no idoso, são as barreiras físicas no seu ambiente, como pisos escorregadios,
degraus, calçados inadequados e pouca iluminação. O atendimento deve iniciar com imobilização dos
membros afetados com o trauma pelos socorristas, se o paciente estiver ainda no local do ocorrido a
proteção inicial da coluna cervical deve ser feito, a imobilização deve ser feita observando os locais
de pressão dos materiais utilizados, colocando material acolchoados. O cuidador deve estar sempre
atento à movimentação do idoso, pois imediatamente após a queda, deve chamar por ajuda médica.
QUEIMADURAS:
Em razão da diminuição da acuidade visual e da audição os idosos, as queimaduras
acontecem com bastante freqüência. Em queimaduras, o cuidador deve resfriar o local com água
corrente, secar com gases ou pano limpo, manter a parte do corpo queimada mais elevada que o
resto do corpo para diminuir o inchaço. Durante o transporte do idoso pode ser necessário a
manutenção do calor corpóreo para evitar hipotermia ou hiper-termia. Procurar ajuda médica
imediatamente.
49
Na garganta: Engolir um objeto, ou se engasgar com algum pedaço de alimento são
acidentes que ocorrem com certa freqüência. É necessário verificar se o idoso está conseguindo
respirar. Se conseguir tossir com força é um bom sinal, pois assim pode expelir o que o engasgou.
Caso esteja com asfixia, o cuidador deve se posicionar de pé, ao lado, e ligeiramente atrás do idoso,
colocar a cabeça em posição mais baixa que o peito, em seguida dê 4 pancadas fortes no meio da
costa com as mãos fechadas, e a outra mão sobre o peito do idoso. Se não resolver, enquanto o
socorro não chega, o cuidador deve ficar em pé, atrás do idoso e com os braços ao redor do corpo
dele. Agarre seu pulso firmemente com a outra mão, acima do umbigo e abaixo do limite das costelas
e dê um rápido puxão pra cima, repetindo até 4 vezes este movimento.
CONVULSÃO:
O socorro médico deve ser acionado imediatamente. Enquanto espera, o cuidador deve
afastar o idoso de locais perigosos que tenha fogo, altura etc. Retirar os objetos pessoais que podem
lhe machucar, proteja a cabeça, deixando-a agir à vontade. Proteger a língua com pano se os dentes
não tiverem travados, caso esteja não forçar. Afrouxar as roupas e observar a respiração. Não deve
ser oferecida água ou qualquer coisa para ingerir ou cheirar durante a crise.
PARADA CARDÍACA:
O tratamento definitivo das pessoas que foram recuperadas de uma parada cardíaca inclui a
investigação das causas e o seu tratamento, para prevenir futuros episódios. As principais causas
tratadas são as obstruções das coronárias e as arritmias. Estas, muitas vezes, quando
diagnosticadas como arritmias malignas e potencialmente letais, podem necessitar do implante de
aparelhos cardíacos.
50
ASPECTOS FISIOTERAPÊUTICOS DO ENVELHECIMENTO
CLASSIFICAÇÃO CARACTERÍSTICAS
NÍVEL
Fisicamente
Não realiza nenhuma AVD e tem total dependência dos outros.
Incapaz
I Realiza algumas ABVD: caminha pouco, banha-se, veste-se
Fisicamente
alimentar-se, transfere-se de um lugar para outro; necessita de
Dependente
cuidados de terceiros.
Faz tarefas domésticas leves: prepara comida; faz compras
II Fisicamente Frágil leves; pode realizar algumas AIVD e todas as ABVD, pode
fazer atividades domésticas.
É capaz de realizar todas as AIVD. Realiza trabalhos físicos
leves é capaz de cuidar da casa e ter "hobbies" e atividades
que demandem baixo gasto de energia (caminhadas,
jardinagem, dança social, viagens, dirigir automóveis). Está
Fisicamente
III sujeito a passar para o nível II se houver alguma intercorrência
Independente
na saúde, pois tem baixas reservas físicas. Nesta categoria
estão incluídos idosos que vão desde os que mantêm um
estilo de vida que demanda muito pouco da condição física até
aqueles muito ativos, mas sedentários.
Realiza trabalho físico moderado, esportes de resistência e
Fisicamente jogos. Capaz de fazer todas as AAVD e a maioria dos hobbies.
IV
Apto/Ativo Tem aparência física mais jovem que seus pares da mesma
faixa etária.
Realiza atividades competitivas, podendo competir em nível
V Atletas
internacional e praticar esportes de alto risco.
51
As necessidades específicas de cada nível funcional determinarão os tipos de testes
a serem usados para cada idoso.
Idosos Fisicamente Dependentes: Necessitam melhorar as funções que permitam realizar
as tarefas de auto cuidado, como alimentar-se, banhar-se, vestir-se, usar o banheiro, transferir-
se de um lugar para outro e caminhar. Tais atividades requerem força muscular de tronco,
braços, pernas, quadris, mãos e dedos; Flexibilidade de ombros, quadris, joelhos, punhos e
tornozelos; e destreza de mãos.
Idosos Fisicamente Ativos / Aptos: Necessitam manter em nível ótimo a aptidão física e
funcional, ou seja, a força e resistência muscular, a flexibilidade, a endurance cardiovascular, o
equilíbrio, o tempo de reação e de movimento, a agilidade e a coordenação.
A prática de exercícios físicos é essencial em todas as fases de nossa vida e será mais
importante na terceira idade, onde há uma perda de aptidão física e conseqüentemente de saúde. A
atividade física agirá positivamente a nível cardiorrespiratório e também nos sistemas e órgãos.
52
Uma boa manutenção da massa muscular e óssea na terceira idade será imprescindível para
uma autonomia de vida e para que o idoso continue produzindo e realizando suas tarefas diárias.
Se quisermos saúde devemos desenvolver uma filosofia de vida voltada para as atividades
físicas que devem fazer parte do nosso dia-a-dia. As limitações aumentam com o avanço da
idade. O envelhecimento é um processo gradual de debilitação, praticamente todos os sistemas
do corpo se degeneram. O exercício físico regular, moderado e bem orientado, ajuda na
diminuição do processo de degeneração e preservação das estruturas orgânicas, faz com que o
indivíduo tenha participação grupal, associativa, resultando num nível adequado de bem estar
biopsicofísico, fatores que contribuem para melhoria da expectativa de vida.
A atividade física tornou-se uma indicação importante como prevenção e para ajudar a
melhorar a vida de diabéticos, hipertensos, cardiopatas, portadores de osteoporose e outros. Isto
reforça a necessidade cada vez maior em nos preocuparmos com atividades físicas voltadas para o
idoso, pois através delas, é possível alcançar a qualidade de vida.
A qualidade de vida deve estar associada ao conceito de expectativa de vida útil, produtiva,
com bem estar. Qualidade de vida segundo a Organização Mundial de Saúde (1998) é a percepção
do individuo, de sua posição na vida no contexto da cultura e do sistema de valores nos quais ele vive
e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações. Assim, qualidade de vida
seria uma opção pessoal, definida de acordo com as esperanças e possibilidades de cada individuo,
logo, sendo sujeita a constantes reformulações. Possuidora de dinâmica própria, a qualidade de vida
deve ser respeitada pela sua individualidade, devendo-se evitar modelos obrigatórios e
impenetráveis.
53
contração muscular dos membros, as manobras de higiene brônquica e o incentivo a mudança a de
decúbito podem auxiliar o idoso a se livrar da restrição do leito.
54
DICAS DE ADAPTAÇÃO DO AMBIENTE:
Não encerar o chão para evitar que fique escorregadio;
Pisos escorregadios podem ser melhorados colocando-se pequenas faixas de lixas na
parede, com as partes ásperas voltadas pra cima, nos locais da passagem, ou usando tintas
antiderrapantes especiais para piso;
Evitar o uso de tapetes, principalmente com bordas salientes, pois podem deslizar sobre
pisos lisos e enroscar nos pés ao se mudar o passo, provocando quedas;
Em banheiros, utilizar somente tapete de borracha, de preferência com ventosas; Se houver
necessidade, colocar barrar laterais no banheiro para que o idoso não caia.
Verificar se a iluminação é suficiente em todos os cômodos e utilizá-la adequadamente, ou
seja, evitar andar em ambientes escuros;
No quarto, ou próximo a este, o uso de um abajur auxilia, principalmente, aqueles idosos que
necessitam levantar várias vezes durante a noite para ir ao banheiro;
Utilizar corrimão em escada, de preferência de ambos os lados;
Evitar o uso de chinelos soltos e com solas lisas, mesmo dentro de casa, pois além de facilitar
quedas, o uso contínuo desse tipo de calçado pode trazer deformidades. Os sapatos
apropriados são de sola fina e de borracha;
Verificar se não há móveis em condições precárias (pés “bambos”, encostos soltos etc) ou em
locais que possam estar dificultando a passagem;
Evitar utilizar móveis, maçanetas e torneiras como apoio; caso haja dificuldade para andar,
procurar um profissional para indicar um aparelho adequado (bengala, andador, etc.);
Evitar trancar as portas da casa por dentro;
Procurar eliminar buracos e saliências no acesso a casa ou ao quintal;
Manter o ambiente ventilado, com as janelas abertas;
Retirar obstáculos;
Assegurar-se de que maçanetas, passadeiras e corrimãos estão firmes.
55
PREPARO DO CUIDADOR
Existem algumas orientações que devem ser utilizadas pelos cuidadores durante a
manipulação do idoso.
Deixar os pés afastados e totalmente apoiados no chão.
Trabalhar com segurança e calma.
Manter as costas retas.
Dobrar os joelhos em vez de curvar a coluna.
Trabalhar mais próximo possível do corpo do idoso.
Usar roupas que permitam liberdade de movimentos e sapatos apropriados.
Quando necessário, solicitar ajuda de outra pessoa.
Passo 1 Passo 2
Passo 3 Passo 4
56
Posição de Fowler (sentado meio
inclinado):
Na posição Fowler, os travesseiros,
acolchoados ou almofadas
também serão muito úteis.
Um dos grandes problemas do cuidador é a tensão muscular, não só pela força física que se
submete durante todo dia, mas também pela situação emocional que o cerca. O cuidador precisa
estar bem, para que as horas que passa ao lado do idoso possam lhe trazer conforto e carinho. Pois,
se o cuidador estiver irritado, cansado, magoado ou ansioso, de nada adiantará sua companhia.
57
NUTRIÇÃO NA TERCEIRA IDADE
Uma alimentação saudável é um dos principais fatores que podem condicionar um aumento
da qualidade e expectativa de vida do ser humano. Várias mudanças ocorrem no organismo humano
com o processo natural do envelhecimento, bem como as doenças comuns da velhice, como:
hipertensão, diabetes e doenças cardiovasculares, que podem ser prevenidas ou atenuadas com
uma alimentação saudável. Portanto, uma alimentação saudável e adequada nutricionalmente, sem
contaminação, tem influência no bem estar físico e mental, no equilíbrio emocional, na prevenção e
tratamento de doenças.
Alimentando um idoso:
Para receber a alimentação, a pessoa deve estar sentada confortavelmente. Jamais ofereça
água ou alimentos à pessoa na posição deitada, pois ela pode se engasgar.
Se a pessoa cuidada consegue se alimentar sozinha, o cuidador deve estimular e ajudá-la no
que for preciso: preparar o ambiente, cortar os alimentos, etc.
Lembrar que a pessoa precisa de um tempo maior para se alimentar, por isso não se deve
apressá-la
Ofereça à pessoa cuidada, de preferência nos intervalos das refeições, 6 a 8 copos de
líquidos por dia: água, chá, leite ou suco de frutas.
Manter a pessoa sentada ou em posição reclinada com ajuda de travesseiros nas costas,
para evitar que a pessoa engasgue.
Antes de dar a dieta enteral coloque a pessoa sentada na cadeira ou na cama, com as costas
bem apoiadas, e a deixe nessa posição por 30 minutos após o término da alimentação. Esse
cuidado é necessário para evitar que em caso de vômitos ou regurgitação, restos alimentares
entrem nos pulmões.
Pendure o frasco de alimentação enteral num gancho, prego ou suporte de vaso em posição
bem mais alta que a pessoa, para facilitar a descida da dieta.
Injete a dieta na sonda lentamente gota a gota. Esse cuidado é importante para evitar
diarréia, formação de gases, estufamento do abdome, vômitos e também para que o
organismo aproveite melhor o alimento e absorva seus nutrientes
Ao terminar a alimentação enteral injete na sonda 20 ml de água fria, filtrada ou fervida, para
evitar que os resíduos de alimentos entupam a sonda.
Para as pessoas que não podem tomar água pela boca ofereça água filtrada ou fervida entre
as refeições, em temperatura ambiente, por meio de seringa ou colocada no frasco
descartável. A quantidade de água deve ser definida pela equipe de saúde.
58
Situações de emergências:
Engasgo
O engasgo ocorre quando um alimento sólido ou líquido entra nas vias respiratórias, podendo
desencadear: aspiração ou sufocamento.
Ao alimentar a pessoa acamada, coloque-a na posição mais sentada possível com a ajuda de
almofadas e travesseiros e não dê líquidos e alimentos à pessoa que estiver engasgada.
Ao alimentar a pessoa acamada, coloque-a na posição mais sentada possível com a ajuda de
almofadas e travesseiros e não dê líquidos e alimentos à pessoa que estiver engasgada.
Quedas
Após uma queda é importante que a equipe de saúde avalie a pessoa e identifique a causa,
buscando no ambiente os fatores que contribuíram para o acidente.
Ao atender a pessoa que caiu, observe se existe alguma deformidade, dor intensa ou
incapacidade de movimentação, que sugere fratura. No caso de suspeita de fratura, caso
haja deformidade, não tente “colocar no lugar”, procure não movimentar a pessoa cuidada e
chame o enfermeiro mais rápido possível.
Convulsão
Ao atender a pessoa durante a crise convulsiva, apóie a cabeça da pessoa e gire para o lado,
para evitar que a saliva seja aspirada e vá para os pulmões. Proteja a pessoa para ela não se
machucar, afastando móveis e objetos.
Ao terminar a crise a pessoa acorda confusa, desorientada, sentindo dores no corpo e sem
saber o que aconteceu. Tranqüilize a pessoa e procure ajuda da equipe de saúde.
Vômitos e diarréias
Nos primeiros sinais de diarréia e vômitos, prepare soro caseiro ou de pacote e ofereça à
pessoa em pequenos goles.
Se a pessoa cuidada, mesmo tomando soro, continuar com vômito ou estiver com sinais de
desidratação, sangue nas fezes, vermelhidão na pele, febre e calafrios, é preciso que seja
avaliada pela equipe de saúde.
Fatores que afetam o consumo alimentar do idoso:
Situação social, econômica e familiar;
Condições físicas e mentais para desempenhar atividades diárias;
Presença de doenças e uso de múltiplos medicamentos;
Aspectos culturais, religiosos e disponibilidade de alimentos;
Alterações fisiológicas que ocorrem com o avanço da idade; Perda dos dentes e uso
próteses.
59
Principais alterações no corpo da pessoa idosa que podem influenciar no consumo
alimentar do idoso e como proceder:
Será destacado aqui as alterações fisiológicas que mais afetam o consumo alimentar do
idoso, entre elas, destacam-se as alterações na percepção sensorial (PALADAR, OLFATO, VISÃO,
AUDIÇÃO E TATO), funcionamento do sistema digestivo e diminuição da sensação da sede.
VISÃO
PALADAR
Alteração do paladar: o gosto do alimento e percebido na parte superior da língua. Nas pessoas
idosas, a percepção do gosto, na língua e menor do que na jovem. Isso resulta de uma redução do
numero de gemas gustativas por papilas linguais, que e a estrutura encontrada naturalmente na
língua, responsável pela percepção do gosto dos alimentos. Esta alteração confere um aspecto liso e
acetinado a superfície da língua. Isso significa que, para perceberem a mesma intensidade de sabor
dos alimentos, com o passar do tempo as pessoas idosas sentem a necessidade de adicionar uma
quantidade maior de tempero durante a preparação das refeições, por isso, tendem a abusar do sal
e do açúcar.
O que fazer?
Ensinar o idoso ou seu cuidador a limpar corretamente a língua, usando corretamente a
língua, usando a escova (varre de dentro para fora), ou o limpador lingual.
Mostrar ao idosos os locais onde o ser humano identifica na língua cada gosto primário. O
gosto doce e percebido na ponta da língua. O gosto salgado nas laterais próximo a ponta,
acido nas laterais do fundo e o amargo próximo a garganta. Esta estratégia faz com que o
idoso explore a língua para apreciar melhor o sabor, sem precisar abusar de sal, açúcar e
adoçante. A pessoa aprende a ter prazer com o sabor natural do alimento.
Não deixar açucareiro ou saleiro a vista da pessoa idosa.
Usar mais temperos naturais como alho, cebola, cheiro verde (cebolinha, salsa) e a base de
ervas aromáticas (coentro, hortelã, manjericão, orégano), para preparar a refeição no lugar do
sal.
60
OLFATO
Alteração no olfato: (cheiro do alimento). O cheiro do alimento e percebido pelo nariz. Ele chega a
parte interna do nariz tanto pelas narinas (odor), quanto pela boca (aroma). A identificação do cheiro
produzido pelos alimentos estimula o apetite. Com a idade ocorre diminuição da percepção. Com a
idade, ocorre diminuição da percepção olfativa. Esta perda e gradual e individual. A menor percepção
do cheiro e do sabor dos alimentos tem influencia negativa no apetite.
O que fazer?
Limpar o nariz diariamente para facilitar o contato com as substancias voláteis do alimento
(responsáveis pelo cheiro).
Cortar o excesso de pelo que saem pelas narinas.
AUDIÇÃO
Declínio de audição: A diminuição da capacidade de ouvir muda com a maioria das pessoas. Perda
de audição em maior intensidade impossibilita ouvir conversas e quanto menor a capacidade de
ouvir, afeta a comunicação.
O que fazer?
Manter contato visual entre o idoso e a pessoa que conversa com ela;
As pessoas que convivem com o idoso não devem demonstrar impaciência com a dificuldade
de audição da pessoa.
TATO
Alterações na Percepção do Tato das Mãos: O contato do alimento com as mãos ajuda no seu
reconhecimento. Ao tocar o alimento, a pessoa sente sua forma e textura, o que facilita a
identificação. Essa altitude, apesar de simples, também pode proporcionar um desejo de levar o
alimento a boca.
O que fazer?
Incentivar a pessoa idosa, uma ou duas vezes por semana, explore alguns alimentos com as
mãos antes de levá-lo a boca. Deve-se prestar atenção na forma e textura e nas sensações
que os alimentos podem proporcionar a pessoa à pega-lo. Produtos como biscoitos e frutas
(unidades pequenas) são indicados para essa atividade.
61
Comprometimento de fase inicial do processo digestivo que ocorre na boca; Dificuldade na
percepção do sabor dos alimentos; Redução de prazer em se alimentar; Pedro de apetite;
Diminuição no consume de carnes, frutas e vegetais frescos.
Produção de saliva: com o envelhecimento, o número de células das glândulas salivares é reduzido.
A saliva é a maior proteção natural da boca (tem função antibiótica contra bactérias nocivas), e possui
a função de auxiliar na digestão dos alimentos, atuando na prevenção de cáries e outras doenças da
boca. Importante também na lubrificação da boca, conferindo sensação agradável e facilita
movimentos linguais
A ausência da produção de saliva é algo recorrente nos idoso. Mais de 70% dos idosos
sofrem de xerostomia (secura na boca). Este sintoma pode ser decorrente da presença de doenças
sistêmicas, como diabetes e do uso freqüente de medicações. Vários medicamentos afetam a função
da glândula salivar, diminuindo o fluxo de saliva e, com isso, tornam o ressecamento da boca mais
intenso. Quanto maior o número de medicamentos, maior e a diminuição de saliva. A má nutrição e
outro fator que pode comprometer a função da glândula salivar. A desnutrição afeta a composição da
saliva (menor efeito de proteção as doenças da boca) e também reduz a quantidade que e produzida.
As conseqüências da xerostomia são aumento de cáries, inflamação e sangramento da
gengiva, mau hálito, dificuldade de mastigar, digerir, engolir e falar.
O que fazer?
Tomar em média, de seis a oito copos de líquidos por dia. A reposição de líquidos esta
diretamente relacionada a maior produção de saliva. Grande parte do nosso corpo e formada
por água e que diariamente ocorrem perdas destes componentes por meio da urina, das
fezes, do suor e da respiração. Esta perda de água precisa ser reposta diariamente.
Mastigar bem os alimentos. A mastigação estimula a produção de saliva;
Incluir na alimentação alimentos ricos em fibras, como arroz integral, massas e produtos de
panificação feitos na farinha integral, leguminosas (feijão, soja e ervilhas), frutas e vegetais
frescos e crus. O consumo diário de alimentos ricos em fibras favorece a mastigação, a
salivação e o bom funcionamento intestinal.
Usar produtos de limpeza bucal que são estimulantes de saliva. A indicação da pasta dental
para secura da boca, do anti-séptico para limpeza bucal sem álcool e do gel suavizante de
longa duração (conhecido como saliva artificial) são para situações especiais, quando a
pessoa idosa manifesta um ressecamento intenso da boca. Cada um desses produtos
contribui para suavizar a sensação de boca seca. Eles contem componentes que reativam a
ação da saliva pelo corpo e enzimas que inibem o crescimento de bactérias nocivas a boca,
conferindo maior proteção.
Ter acompanhamento nutricional, condições adequadas de nutrição na terceira idade estão
associados a efeitos benéficos na composição e na quantidade de saliva.
62
Hidratação:
O bom estado de hidratação e vital em qualquer idade. Nas pessoas idosas, e comuns
ocorrer à desidratação. Na terceira idade, esse fato e favorecido pelas seguintes causas:
Menor sensação de sede ocorre pela disfunção cerebral ou pela diminuição da sensibilidade
dos osmorreceptores, que são estruturas do corpo humano que recebem o estimulo da sede.
Pouco consumo de água pelos idosos associado ao uso freqüente de diuréticos e laxantes.
O que fazer?
A reposição de líquido dever ser garantida mesmo na ausência da manifestação da sede. O mais
importante e estimular e manter essa busca da água em pequenas quantidades varias vezes ao dia,
entre as refeições .
Para que se tenha uma melhor ingestão de líquidos, podem ser colocadas em prática as
seguintes orientações:
Adaptar o ambiente para facilitar o acesso da pessoa idosa aos utensílios e ao filtro. As
condições do ambiente devem facilitar a busca da água, o que significa que o filtro e os
utensílios devem estar a altura adequada da pessoa que tem 60 anos ou mais, reforçando a
idéia de que o ambiente tem que favorecer conforto e segurança para a reposição de
líquidos.
Conscientizar o idoso da importância da reposição de líquidos para a sua saúde. Como os
benefícios para o corpo são muitos, deve-se inicia com aqueles que estão associados às
queixas mais comuns desse grupo etário. O idoso bem hidratado tem menos sensação de
boca seca e o intestino funciona melhor.
Alimentos líquidos são boa fonte de água e os secos contem em menor quantidade.
Frutas, verduras e legumes possuem uma quantidade significativa de água na sua
composição.
O processamento do alimento e outro fator que influencia o teor de água. Frutas secas ou
desidratadas menor teor de água que as frutas in natura. A fritura e outro processo que pode
reduzir o teor de água presente nos alimentos. Preparações como sopas, molhos, ensopados
e mingaus apresentam um teor de água importante em sua composição.
Atitudes que contribuem para facilitar a digestão e preservar o apetite da pessoa idosa nas
refeições:
Não se alimentar fora de hora, estipulando horários fixos para fazer as refeições;
Dar um intervalo de três horas e meia após as refeições principais (almoço e jantar), não
esquecer que a ingestão de água deve ser mantida nesses intervalos.
Evitar o consumo de grandes quantidades de alimentos nas refeições.
Não tomar líquidos durante as refeições principais (almoço e jantar), em função da menor
produção de suco digestivo. O liquido se mistura ao suco digestivo, dificultando a sua ação na
digestão dos alimentos. Tomar líquidos meia hora antes ou meia hora depois.
63
Incluir alimentos que são fonte de cálcio (leite e derivados verduras verdes escuras), ferro
(carnes e feijão), e vitamina B12 ( alimentos de origem animal ), no cardápio como parte de
uma alimentação saudável.
Quando a pessoa cuidada estiver sem apetite, o cuidador deve oferecer alimentos saudáveis e
de sua preferência, incentivando-o a comer. A pessoa com dificuldades para se alimentar aceita
melhor alimentos líquidos e pastosos, como: legumes amassados, purês, mingau de aveia ou
amido de milho, vitamina de frutas com cereais integrais.
Uma boa maneira de estimular o apetite e variar os temperos e o modo de preparo dos alimentos
Os temperos naturais como: alho, cebola, cheiro verde, açafrão, cominho, manjericão, louro,
alecrim, sálvia, orégano, gergelim, hortelã, noz-moscada, manjerona, erva-doce, coentro,
alecrim, dão sabor e aroma aos alimentos e pode ser usada a vontade.
Ofereça a pessoa cuidada, de preferência nos intervalos das refeições, 6 a 8 copos de líquidos
por dia: água, chás, leite ou suco de frutas.
Alimentos “diet.” são aqueles que tiveram um ou mais ingredientes retirados de sua formula
original, como por exemplo: açúcar, gordura, sódio ou proteínas.
64
Produtos “light ”são aqueles que sofreram redução de algum tipo de ingrediente na sua
composição, por exemplo: creme de leite light apresenta menor quantidade de gordura, sal light
tem menor quantidade de sódio, refrigerante light tem menor quantidade de calorias. Os
alimentos light em que foi retirado o açúcar podem ser consumidos por diabéticos.
Hipertensão Arterial Sistêmica ou Pressão Alta. Evitar: excesso de sal, condimentos prontos
(caldo de carne, temperos a base de alho e sal, sazon,etc.); embutidos ( presunto, bacon, calabresa,
salsicha, salame, etc.); enlatados, carnes gordurosas ( pertences, carne de porco, pele de aves,
cupim, picanha com gordura); biscoitos salgados e salgadinhos; frituras, bebidas alcoólicas. Fazer
uso: sal light, condimentos naturais, (alho, cebola, cheiro verde, salsa, orégano, manjericão, alecrim);
carnes magras (sem gordura aparente, frango sem a pele, peixes de escama); Biscoitos d’água
TOSTINES, biscoitos doces sem recheio, preparações assadas, cozidas ou grelhadas; azeite de oliva
para temperar. Dica: reduzir o consumo de sal, tomar bastante liquido, controlar o peso e colocar
sempre no prato muitos vegetais verdes, alimentos ricos em potássio.
Diabetes Mellitus. Evitar: açúcar, doces em geral, biscoitos recheados, excesso de massas, Paes
refinados, geléia, excesso de frutas. Fazer uso: adoçantes naturais (STEVIA), ou artificiais, porem
com moderação. Atenção para os que contem ciclamato de sódio e sacarina para pessoas com
Hipertensão Arterial. Consumir Paes e biscoitos integrais (aveia, flocos de milho e arroz; pão e
biscoito sem açúcar (DIET); sucos naturais sem açúcar ou diet.; verduras cruas (fibras). Dica: O
açúcar deve ser evitado, coma bastante fibra (aveia, cereais, pão integral, folhas), pratique atividade
física e controle seu peso.
Gastrite - Evitar: alimentos irritantes (ácidos – limão, laranja, abacaxi, cupuaçu, pimentas) alimentos
que causam gases (cebola, repolho, rabanete, batata doce); refrigerantes (bebidas alcoólicas); ficar
muito tempo sem se alimentar, excesso de fibras; evitar frituras. Fazer uso: durante as crises, fazer
alimentação branda.
Constipação - Evitar: alimentos constipantes (farinhas refinadas, pão branco, farinha de mandioca;
frutas (goiaba, caju, banana, limão, maracujá); Evitar uso de laxantes; refrigerantes (chás preto e
chás mate, café). Fazer uso: alimentos ricos em fibras (gérmen de trigo – 2 colheres de sopa/dia);
frutas (laranja, abacaxi, mamão, ameixa, tangerina); sucos naturais não coados; usar 1 colher de
azeite de oliva apos a comida pronta. O que fazer: O intestino funciona melhor quando a pessoa
mantém horários para se alimentar e evacuar. Os alimentos ricos em fibras como o arroz e pão
integral, aveia, verduras e legumes, frutas como mamão, laranja, abacaxi, manga, tamarindo, ameixa,
grãos em geral, ajudam o intestino a funcionar. Quando a pessoa esta com o intestino preso, evite
65
oferecer banana prata, caju, goiaba, maca, chás preto,/mate, pois esses alimentos são ricos em
tanino e prendem o intestino.Cuidador, ofereça a pessoa uma vitamina laxativa feita com um copo de
suco de laranja, 1 ameixa seca, 1 pedaço de mamão, 1 colher de sopa de creme de leite, 1 colher de
sopa de farelo de aveia, milho, trigo e soja. O farelo de arroz deve ser evitado, pois resseca o
intestino.
Diarréia - Evitar: alimentos reduzem fibras (germes de trigo – 2 colheres sopa/dia); frutas (laranja,
abacaxi, mamão, ameixa, tangerina), leite integral, creme de leite; irritantes gástricos; refrigerantes,
leite condensado; frituras; excesso de óleo; excesso de doces; chocolate. Fazer uso: alimentos
constipantes (pão branco; farinha de mandioca; frutas (goiaba, caju, banana, limão, maracujá).
Mingau de maizena ou cremo gema (arroz); fazer alimentação branda ou pastosa.
Disfagia (dificuldade para engolir). Evitar: alimentos inteiros ou muito duros (torradas, biscoitos,
carnes, frituras); alimentos muito secos (farinhas, arroz). Fazer uso: alimentação pastosa ou branda;
alimentos picados, desfiados, moídos ou em forma de purê, líquidos durante as refeições (não em
excesso, pois podem atrapalhar a digestão); geléias; gelatinas; iogurtes; alimentos espessados com
NUTILIS (amido modificado). O que fazer: Oferecer as refeições em quantidades menores de 5 a 6
vezes ao dia.Oferecer líquido durante as refeições se nos intervalos, com canudo.Manter a pessoa
sentada ou em posição reclinada com ajuda de travesseiros nas costas, para evitar que a pessoa se
engasgue,A pessoa com dificuldade para engolir aceita melhor os alimentos mais leves e macios, os
líquido engrossados com leite em pó, cereais, amido de milho, os alimentos pastosos como gelatina,
pudins, vitaminas de frutas, polenta mole com caldo de feijão.As sopas podem ser engrossadas com
macarrão, mandioquinha, cara, inhame e aveia.Evitar alimentos de consistência dura, farinhentos e
secos como farofa e bolachas. O pão Frances e as torradas devem ser oferecidos sem casca,
molhados no leite.
Desidratação: Evitar excesso de açúcar ou sal e chás diuréticos. Fazer uso: soro caseiro (1 colher
de sopa de açúcar e 1 colher de chá de sal para 1 litro de água); líquidos hidratantes (água, água de
cujo, suco de frutas); no máximo de 2/2 horas; PEDIALYTE (soro de reidratarão oral); alimentos
hidratantes ( salada de frutas, verduras cruas).
Desnutrição - Evitar: calorias vazias (refrigerantes, bebidas alcoólicas, farinha de mandioca, pipoca,
frituras). Fazer uso: alimentação adequada: mínimo 3/3 horas, com todos os grupos de alimentos
(carboidratos, proteínas, gorduras, vitaminas, minerais); hidratação adequada, suplementos
nutricionais (Nutre, Sustam, Sua Diet.), no caso de diabetes (Diasip/ Resource Diabetic), e no caso de
úlceras por pressão (usar (Cubitan).
66
Náuseas e vômitos O que fazer: Oferecer a pessoa com vômitos ou diarréia, 2 a 3 litros de líquidos
por dia em pequenas quantidades, de preferência nos intervalos das refeições; Oferecer refeições
menores 5 a 6 vezes ao dia.Os alimentos muito quentes podem liberar cheiros e isso pode agravar as
náuseas. Os alimentos secos e em temperaturas mais frias são mais bem aceitos. E importante que a
pessoa mastigue muito bem e devagar os alimentos. Logo após as refeições, o cuidador deve manter
a pessoa sentada para evitar as náuseas e vômitos. Enquanto durar as náuseas e vômitos, devem-se
evitar os alimentos muito temperados, com cheiros fortes, salgados, picantes, ácidos, doces e
gorduras.
Gases (flatulência). A formação de gases causa muito desconforto as pessoas acamadas. Para
evitar a formação de gases e importante oferecer a pessoa, mais líquidos e uma alimentação
saudável, evitando alguns alimentos, como: agrião, couve, repolho, brócolis, pepino, grãos de feijão,
couve flor, cebola, alho cru, pimentão, nabo, rabanete, bebidas gasosas, doces concentrados e
queijos amarelos. Os exercícios auxiliam na eliminação dos gases.
Tipos de dietas.
Dieta semi-liquida:
Dieta liquida:
Dieta liquida completa:
Dieta liquida Restrita (sem resíduos).
Dietas Pastosas:
Dieta Livre ou normal:
Dieta Branda:
Dietas Especiais
Dieta Constipante/obstipante e para diarréia:
Dieta Laxante, rica em fibras ou para constipação:
Dieta Hipossódica ou com pouco sal.
Dieta para Diabéticos oi Hipoglicídica.
Dieta Hipolipídica ou sem gorduras
Dieta para Gastrite ou Úlcera.
Dieta sem alimentos flatulentos..
Dieta Rica em Potássio.
67
que a pessoa come não esta sendo suficiente; Quando há necessidade de aumentar a
quantidade de calorias sem aumentar a quantidade de em algumas situações a pessoa recebe
alimentação mista, isso e, se alimenta pela boca e recebe um complemento alimentar pela
sonda. A nutrição Enteral pode ser preparada em casa ou industrializada. As dietas caseiras são
preparadas com alimentos naturais cozidos e passados no liquidificador e coados, devem ter
consistência liquida e sua validade e de 12 horas após o preparo. A dieta industrializada já vem
pronta para o consumo, tem custo mais alto e pode ser utilizada por 24 horas depois de aberta.
A alimentação Enteral deve ser prescrita pelo medico ou nutricionista e a sonda deve ser
colocada pela equipe da enfermagem. A fixação externa da sonda pode ser trocada pelo
cuidador, desde que tenha cuidado para não deslocar a sonda. Para fixar a sonda e melhor
utilizar esparadrapo antialérgico, mudando constantemente o local de fixação, assim se evita ferir
a pele ou as alergias.
O cuidador deve seguir os seguintes cuidados quando a pessoa estiver recebendo a dieta
Enteral:
Antes de dar a dieta coloque a pessoa sentada na cadeira ou na cama, com as costas bem
apoiadas, e deixe nessa posição por 30 minutos após o termino da alimentação. Este cuidado e
necessário para evitar que em caso de vômitos ou regurgitação, restos alimentares entrem nos
pulmões. Pendure o frasco de alimentação Enteral num gancho, prego ou suporte de vaso em
posição bem mais alta que a pessoa, para facilitar a descida da dieta. Injete a dieta na sonda
lentamente gota a gota. Esse cuidado e importante para evitar diarréia, formação de gases,
estufamento do abdome, vômitos e também para que o organismo aproveite melhor o alimento e
absorva seus nutrientes. A quantidade de alimentação administrada de cada vez deve ser de no
máximo 350 ml, várias vezes ao dia (5 a 6 vezes), de acordo com a nutricionista.
Ao terminar a alimentação enteral injete na sonda 20 ml de água fria, filtrada ou fervida, para
evitar que resíduos de alimentos entupam a sonda. Para as pessoas que não podem tomar água
pela boca, ofereça água filtrada ou fervida entre as refeições, em temperatura ambiente, por
meio de seringa ou colocada no frasco descartável. A quantidade de água deve ser definida pela
equipe. A sonda deve permanecer fechada sempre que não estiver em uso.
68
ESPIRITUALIDADE NA TERCEIRA IDADE
É importante que todos tenham uma crença, uma fé. A iniciação deve começar desde cedo,
pois permitirá um crescente desenvolvimento ao longo da vida do indivíduo. Proporcionar o
desenvolvimento da religiosidade implica em promover a qualidade e a expectativa de vida,
principalmente no que se refere aos idosos. Através da religião muitos aspectos podem se
aprimorados, como tolerância, aceitação das várias etapas pelas quais o indivíduo passa, de modo a
fazê-lo com mais serenidade.
A espiritualidade não está, necessariamente, ligada a uma religião específica, mas sim ao
modo como o indivíduo procura viver, se relacionar, atuar na família ou na sociedade, buscando
proporcionar a si e aos que o cercam ambientes agradáveis, equilibrados e serenos. Portanto, a
espiritualidade, se motivada e exercitada pode promover na pessoa idosa suporte para enfrentar a
adversidades e permanecer com o senso de integridade.
O cuidador de idoso, sendo uma pessoa que permanece muito tempo com o idoso, pode
estimular sua espiritualidade, sua fé, respeitando as crenças e dogmas. O idoso de hoje, geralmente,
possui uma relação muito próxima com sua religiosidade, em decorrência è educação familiar e
cultural a que foi submetido. Por isto, o cuidador ou o familiar não pode menosprezar ou não aceitar
esta condição, pois esta relação com a religiosidade pode muitas vezes aliviar o sofrimento ou
dificuldades trazidas com o declínio físico e mental da velhice.
69
A solidão vivenciada pelos idosos deve ser fortemente combatida. A espiritualidade é
compreendida como um elemento que proporciona uma reflexão sobre o significado da vida, pois por
meio das crenças religiosas, é possível compreender as fases da vida, bem como as mudanças
trazidas por elas. Portanto, a espiritualidade traduz a força de uma presença que escapa à percepção
do humano, e promove a busca a uma força onipresente.
Diante disto, o respeito pelas escolhas do idoso, seja religiosa, seja na forma de manifestar
sua fé ou apenas na vontade de não acreditar deve fazer parte da relação entre o cuidador e a
pessoa cuidada, para que seja proporcionado um ambiente acolhedor e saudável visando qualidade
de vida e bem estar durante a velhice.
70
Telefones úteis de assistência à pessoa idosa em Manaus:
Abrigos
Fundação de Apoio ao Idoso Dr. Thomas
Rua Doutor Thomas, 798 – Nossa Senhora das Graças :Fone - 3236-9629
Bolsa Família
Avenida Ayrão s/n°, antiga Cosama. Fone: 3215-2912
71
Centros de Referência da Família
Centro de Referência a Família . Rua 31 de Março - Japiim: 3878-6400 / 3878-6401
Centro de Referência da Família André Araújo. Rua 5, s/n°, Conjunto Costa e Silva – Raiz.
Fone: 3663-5053
Centro de Referência da Família Thomé de Medeiro Raposo. Rua 02, Conjunto Hiléia. Redenção.
Fone: 3228-4577
Centro de Referência da Família Maria de Miranda leão. Rua Lóris Cordovil, s/n° - Alvorada.
Fone: 3656-1975 / 3651-1642
Centro de Referência da Família Arar. Rua Penetração II, 200. Amazonino Mendes. Fone: 3646- 9567
Centro de Convivência da Aparecida: Rua Wilkens de Matos, s/n°. Aparecida. Fone:
Delegacia do Idoso
Rua 23, s/n° – Parque 10. Fone: 3214-5800 / 3214-5801
72
Referências Bibliográficas
BOFF, Leonardo. Saber cuidar: ética do humano. Petrópolis: Vozes, 1999. (Compaixão pela Terra).
CARDOSO, J.R. Atividades Físicas Para A Terceira Idade, A Terceira Idade. São Paulo: SESC,
ano 4, n.5, jun.1 992.51 p.
FILHO, W .J. Avaliação Global do Idoso: Manual da Liga do GAMIA. São Paulo :Atheneu, 2005.
Faria, J.B, Seidl E.M.F. Religiosidade e Enfrentamento em Contextos de Saúde e Doença. Revisão
de Literatura. Psicol Reflex e Crít. 2005.
a
FERREIRA, V. Atividade Física Na 3 Idade: O Segredo Da Longevidade. Rio de Janeiro: Sprint,
2003.
73
FILHO, Macedo. Manual de cuidados do paciente com disfagia. Lovise. 2000. SP.
MAZZA R. P.M. Márcia - A instituição asilar segundo o Cuidador familiar do Idoso – Doutoranda
da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, publicação, Dezembro 2002 (Artigo).
RODRIGUES, R. A. P & DIOGO, M. J. D. - Como cuidar dos idosos. Editora Papiros. 2˚ Edição
1996.
SACONNI, Luiz Antonio.- Minidicionário da Língua Portuguesa – São Paulo: Ed. Atual, 1996.
INTERNET:
http://www.cuidardeidosos/2009/09/16/mais-uma-vez-falamos-da-profissao...
Extraído do Manual – Cuidar Melhor e Evitar a Violência – Manual do Cuidador da Pessoa Idosa
– organizado por TOMIKO BORN.
ROWE, J W. & kahn, R L. Successful Aging. Dell Trade Paperback: New York, U.S.A, 1999.
MARTINS DE SÁ, J.L .In: FREITAS, E.V. et al. (Ed.) Tratado de Geriatria e Gerontologia. 1° ed.
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.
74
Guia Prático do Cuidador/Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Secretaria de Gestão
do Trabalho e da Educação na Saúde – Brasília: Ministério da Saúde, 2008.
PAPALEO NETTO, M. Geriatria: Fundamentos, Clínica e terapêutica. São Paulo : Atheneu, 2006.
HAYFLICK, L Como E Porque Envelhecemos. Tradução de Ana Beatriz Priscila Marins Celeste. Rio
de Janeiro: Campus, 1996.
LORDA, C. R; SANCHEZ, C. D. Recreação Na Terceira Idade. 2°. ed. Rio de Janeiro: Sprint, 1995.
MORAGAS, RM. Gerontologia Social: Envelhecimento e Qualidade de Vida. São Paulo: Paulinas,
1997.
75
OMS – Divisão de Saúde Mental – Grupo WHOQOL – Versão em português dos instrumentos de
avaliação de qualidade de vida (WHOQOL), 1998.
Disponível na internet: http://www.ufrgs.br/psiq/whoqol.html
PADULA, M. I. Saúde E Qualidade De Vida Na Terceira Idade. São Paulo: USP, 2004.
SANTOS, K. A.; KOSZUOSKI, R.; DIAS-DA-COSTA, J. S.; PATTUSSI, M. P. Fatores associados com
a incapacidade funcional em idosos do Município de Guatambu, Santa Catarina,
Brasil/http://portal.revistas.bvs.br/transf.php 23(11):2781-2788, nov. 2007.
ZIMERMAN, Guite I. Velhice: Aspectos Biopsicossociais. Editora Artes Médicas Sul. Porto Alegre,
2000
Neves, E. P. Reflexões acerca dos conceitos autocuidado e competência poder para o auto cuidado.
Revista Esc. Enfermagem USP. São Paulo, 1987
Lubos Sobotka. Bases da Nutrição Clinica. 3° edição. Rio de Janeiro: Editora Rubio, 2008.
L.Katbleen Maban e Silvia Escott; Stump KRAUSE Alimentos, Nutrição e Ditoterapia 9° edição. São
Paulo: Roca, 1998.
76
Profissionais colaboradores
77
Michelle Macêdo Falcão/ CRESS 1757
Assistente Social da Fundação de Apoio ao Idoso Dr.Thomas
78