You are on page 1of 53

Origem e evolução do Direito Comercial

quinta-feira, 12 de março de 2015


08:32
 Noções de Direito Comercial
o Compõe o direito privado, ainda que essa distinção não seja estanque, uma
vez que o Estado intervém garantindo a concorrência.
o Disciplina privada da atividade econômica, segundo Fábio Ulhoa.
o O programa na UnB
 Comercial 1: parte geral e sociedades
 Comercial 2: Títulos de crédito
 Comercial 3: Falências
 Fases históricas, segundo Tullio Ascarelli
o Século XII-XVI
 Critério subjetivo: classe de comerciantes
 Lex mercatoria, letra de câmbio, bancos, seguro
 Lex mercatoria
 "Lei dos comerciantes", era a norma consuetudinária que
disciplinava a relação entre os comerciantes.
 Usos e costumes aplicados pelos comerciantes, mas que
tinha força coercitiva.
 Cada corporação (setor de comércio) tinha a sua lei, ainda
que muitas, em razão da sua pouca força, se juntava com
outra.
 Direito autônomo dos comerciantes e jurisdição especializada,
uma vez que era feita pelos comerciantes e quaisquer problemas
eram resolvidos por eles.
 Os conflitos eram resolvidos por corporações de ofício.
o Século XVI-XVIII
 Processo de unificação nacional (França e Inglaterra)
 Favorece o início da institucionalização do direito comercial, uma
vez que o Estado se fortalece e passa a tomar conta desse ramo.
 Surgem os Tribunais de Comércio, na França
 Eram os tribunais das antigas corporações de ofício, mas do
Estado.
 As regras continuam sendo aplicadas segundo os usos e
costumes.
 Até hoje, na França, os Tribunais de Comércio são
compostos, em primeira instância, por comerciantes, não
por tribunais togados.
 Sociedade anônima
 Companhia Francesa/Britânica/Neerlandesa das Índias Orientais
 Forma que tiveram de capitalizar aquele empreendimento:
montar o barco para buscarem especiarias na Índia.
 Por ser um empreendimento de alto custo e alto risco, os
comerciantes se juntavam para buscar o altíssimo lucro.
 A lógica da sociedade anônima >> sociedades de capitais >>
A ênfase é no volume do investimento.
o Século XIX-XX
 Código comercial de Napoleão (1807)alidade entre a justiça civil e a
comercial.
 Utilizado até hoje.
 Critério objetivo: Atos de Comércio
 Lista do que é considerado para o Direito comercial, uma vez que
havia uma dualidade entre a justiça civil e justiça comercial.
Assim, os atos definia o que seria julgado pelas regras do Código
Comercial
 Eram caracterizados em três eixos
 Pela natureza
 Pela forma: como as letras de câmbio.
 Pela via indireta: compra de um equipamento no uso da sua
atividade comercial.
o Século XX-XXI
 Sistema italiano
 Segundo Cesare Vivante, fez um contrapeso com as ideias
francesa
 Proposta de unificação entre o direito civil e o direito comercial,
unificados no Código Civil
 Não fazia sentido sujeitar os consumidores a regras
elaborados por comerciantes para favorecê-los.
 Não tinha lógico ter uma lei elaborada por uma classe e
uma lei coesa elaborada pelo Estado.
 Havia um instituto só, do Direito Privado, que não
poderia ter normas elaboradas por pessoas diferentes
 Insegurança jurídica
 Foro competente, prazos, ritos diferentes.
 Caráter exemplificativo dos atos de comércio, gerava
uma insegurança pois não se sabia quando uma
situação era, de fato, do direito civil ou do direito
comercial.
 Evitar duplicidade de disciplinas:
 Por exemplo, um Direito das Obrigações do Direito
Civil e uma no Direito comercial
 No fim das contas, os italianos estavam defendendo o fim da
autonomia do direito comercial.
 Com o CC/2002, o antigo Código Comercial foi
completamente revogado, a exceção da parte marítima. Há
um projeto de Novo Código Comercial tramitando no
Congresso.
 Teoria da Empresa
 Não são os atos de comércio que servem de referência (núcleo)
para o Direito comercial, mas a EMPRESA
 A empresa é a atividade empresarial, que deve nortear toda
a disciplina do Direito Comercial.
 A atividade não é o sujeito (comerciante), nem a coisa
(estabelecimento), mas uma atividade econômica
organizada
 Perfis da empresa (por Alberto Asquini)
 Subjetivo: empresário
 Funcional: atividade empresarial (adotado pelo sistema
italiano)
 Patrimonial (ou objetivo): estabelecimento
 Corporativo - o papel que ela exerce na sociedade:
instituição >> empresário, trabalhadores e sociedade.
Direito comercial no Brasil: do ato de comércio à
empresa
terça-feira, 17 de março de 2015
08:31
 Dois modelos comerciais: o francês, que definia os atos de comércio, e o italiano,
que colocava o foco na empresa, na atividade empresarial.
o Atos de comércio >> modelo francês
 Code de Commerce (1807)
 A França foi o primeiro país a conceber o código de comércio
 Rol de atos de comércio
 Para buscar um rol do que seria competência do direito comercial
e o que seria do direito civil.
 Busca de critérios objetivo para definição do foro competente.
 Críticas:
 O rol passou a ser exemplicativo, de modo que a doutrina e a
jurisprudência passaram a definir o que seria atos de comércio,
acabando com o fator objetivo
o Teoria da empresa >> modelo italiano
 Codice Civile (1942)
 Regime uno (civil/comercial)
 Colocou a empresa no centro do modelo comercial.
 Novo núcleo do direito comercial
 Atividade econômica organizada
 Perfis da empresa >> Maneiras diferentes de enxergar a empresa (não
são excludentes)
 Subjetivo
 Funcional >> A atividade econômica desenvolvida pela empresa
 Objetiva >> Patrimônio
 Corporativo >> Interação da empresa com a sociedade
 Origens do Direito comercial no Brasil
o Influxo do modelo francês
 1808
 Vinda da família real ao Brasil >> O rei, querendo permanecer no
Brasil, tomou uma série de providências.
 Abertura dos portos: flexibilizando o pacto colonial, o Brasil pôde
comercializar com as nações amigas, não só mais com Portugal
 Alvará para o livre estabelecimento de fábricas e manufaturas.
 Tribunal da Real Junta do Commercio, Agricultura, Fábricas e
Navegação
 Cumulava funções administrativas com judiciais.
 Traço forte do modelo francês, que dividia modelo civil e
comercial
 1822
 Vigência de leis portuguesas
 Debates sobre Código Comercial próprio.
 Código comercial (1850)
 Forte influência francesa, mesmo que não tenha incluído uma
lista de atos de comércio
 Regulamento nº 737
 1º diploma processual no Brasil
 Listava os atos de comércio
o Influxos do modelo italiano
 Anos 1970: avanços na doutrina
 Ante-projetoo de Código Civil (apresentado pelo prof. Miguel
Reale), já defendia a unificação do direito civil e comercial.
 Anos 1980: avanços na jurisprudência
 Concede concordata preventiva - figura típica do direito comercial
- aos pecuarista de Minas Gerais que não integravam o rol dos
atos de comércio
 Anos 1990: avanços na legislação >> misturam figuras típicas do direito
comercial ao direito civil,e vice-versa
 Código de Defesa do Consumidor (1990)
 Tratamento uniforme de fornecedores, não diferenciando o
que seria empresário ou não empresário
 Lei de locações (1991)
 Extensão do direito à ação renovatória (típica do direito
comercial) a certas sociedades civiso
 Lei do Registro de Comércio (1994)
 Registro de empresas e atividades afins
 Código civil de 2002
 Unificação do direito privado (civil e comercial)
 Definiu empresário, no seu primeiro artigo, aquele que exerce
atividade econômica organizada
 Adoção clara da teoria da empresa (modelo italiano), pelo
perfil funcional
 Elemento de empresa x busca de lucro
o As sociedades empresariais são registradas na Junta Comercial e as outras no
Registro Civil de Pessoas Jurídicas (RCPJ)
 Sociedades empresariais >> Junta comercial
 Sociedades simples, associações e fundações >> RCPJ
o E as profissões liberais? Com exceção da atividade advocatícia (registrada na
OAB), depende se a associação terá elemento de empresa ou não.
o O critério não é a busca do lucro, mas o elemento de empresa
 Se, na associação de profissionais, os sócios ocupam-se na gestão e
contratam outros profissionais, provavelmente tem-se o elemento de
empresa.
o Qual a diferença na prática?
 Direito falimentar, aplicado apenas aos empresários
 Obrigações comuns aos empresários (registrados na junta comercial)
 Contudo, é cada vez mais irrelevante distinguir o empresário de não-
empresário.
 Direito comercial ou empresarial?
o Tradicionalmente, utiliza-se "direito comercial", inclusive a Itália, berço da
teoria da empresa.
o No Brasil, adotou-se o Código Comercial (1850), mas o Livro II do Código Civil
chama-se "Direito de Empresa".
o Na prática, a discussão é interminável. Parece que Direito de Empresa é o
termo moderno, defendido no código, mas não é algo definido.
A ordem econômica constitucional
quinta-feira, 19 de março de 2015
08:30
 Panorama atual
1850 1972 1988 1990 1991 2002 2013
Código Lei das CF CDC Lei do CCivil Projeto de Código
Comercial S/A Inquilinato comercial

 Da ordem econômica financeira (Título VII da CF/88)


o Princípios gerais da atividade econômica >> Mais relevante para a aula de hoje!!!
 Diretrizes gerais
o Política urbana
 Ordenar as cidades e garantir o bem-estar do seus habitantes
o Política agrícola e fundiária e da reforma agrária
 Desapropriação por interesse social
o Sistema Financeiro Nacional
 Promoção do desenvolvimento equilibrado do País
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa,
tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social,
observados os seguintes princípios:
I - soberania nacional;
II - propriedade privada;
III - função social da propriedade;
IV - livre concorrência;
V - defesa do consumidor;
VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o
impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e
prestação;
VII - redução das desigualdades regionais e sociais;
VIII - busca do pleno emprego;
IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis
brasileiras e que tenham sua sede e administração no País.

Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica,


independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei.

 Liberdade de iniciativa
o Polêmica: será que a livre-iniciativa é um fundamento ou princípio?
 O Art. 1º coloca um fundamento, apesar de estar no Art. 170 (princípios
gerais da atividade econômica)
 Além disso, o fundamento seria maior do que um princípio, poderia ser uma
discussão de "quem pode mais pode menos".
o Limites
 Limite à intervenção do Estado na economia >> Direito Público
 Obrigação imposta ao Estado de não-intervir
 Lista de atividades econômicas reservadas ao Estado
Limite à atuação dos demais empresários >> Direito Privado
 Obrigação de concorrer licitamente
 Proibição de certas práticas empresariais
o Desdobramentos/Atributos gerais de uma economia de mercado
 Imprescindibilidade das empresas
 Atendimento de necessidades da sociedade
 Aceitação da busca do lucro
 Fator de motivação da iniciativa privada
 O lucro deixa de ser algo mais vez
 É pela busca do lucro que as empresas se arriscam e se movem.
 Proteção jurídica do investimento
 Fator de segurança de retorno do investimento
 Proteção das patentes
 Dimensão macro-econômica >> Resume os últimos três
 Geração de empregos, arrecadação de tributos, aumento do PIB,
desenvolvimento econômico e social
o Possíveis tensões com a livre-iniciativa >> Do liberalismo à função social
 Soberania nacional
 Por exemplo, existe uma restrição para as empresas estrangeiras, que
só podem participar do capital de até 20% das empresas de serviço de
transporte aéreo público (TAM, Gol, Azul...). Além disso, os diretores
devem ser brasileiros - Código Brasileiro de Aeronáutica, art. 181
 Função social da propriedade
 Defesa do consumidor
 Defesa do meio ambiente
 Poluição que resulta em danos à saúde humana - Reclusão (1 a 4 anos)
e multa >> Lei de condutas lesivas ao meio ambiente, art. 54.
 Livre concorrência
 Abuso de poder econômico (Abuso do poder econômico, Lei de CADE,
Art. 37). Para as empresas que exercem grande domínio do mercado,
há uma grande fiscalização, pois abusos são punidos fortemente.
 Propriedade privada

Princípios do Direito Comercial


terça-feira, 24 de março de 2015
08:34
 Classificação dos princípios
o Quanto à hierarquia:
 Constitucionais
 Legais
o Quanto à abrangência
 Gerais >> Aplica-se ao direito comercial como um todo, ou pelo menos,
a mais de um subramo do direito comercial (societário, falimentar,
título de crédito...)
 Especiais >> Aplica-se a um subramo do direito comercial.
o Quanto à positivação
 Explícitos
 Implícitos
 Os princípios constitucionais
o Liberdade de iniciativa
 Base normativa: Art. 1º, inciso VI e Art. 170, caput.
 Vetores:
 No público, limite ao Estado nas atividades econômicas
 No privado, limite aos empresários entre si
 Tradução: Direito de se estabelecer como empresário
 Constitucional, geral e explícito
o Liberdade de concorrência
 Base normativa: Art. 170, IV
 Noção de competição empresarial
 Premiação das decisões acertadas >> Lucros
 Lógica da competição: premiar quem for bem, quem está
tendo lucro, e não incentivar quem está indo mal, prejuízos,
para que essas pessoas desistam da atividade
 Melhoria da qualidade e redução
 A competição gera a lógica da melhor qualidade, menor
preço, inovações tecnológicas, etc.
 Práticas concorrenciais ilícitas
 Concorrência desleal: interesses individuais
 Infração à ordem econômica: economia de mercado
 Competência do CADE >> Tutela o interesse difuso, do
mercado.
 Constitucional, geral e explícito
o Liberdade de associação
 Constitucional, geral e explícito
 Base normativa: Art. 5º XVII (É plena a liberdade de associação para fins
lícitos, vedada a de caráter paramilitar) e XX (Ninguém poderá ser
compelido a associar-se ou a permanecer associado)
 Ao estabelecer uma empresa, o direito comercial permite a
amplitude da associação. Contudo, para que um sócio se
desvincule da empresa, o direito impõe algumas condições.
Isso não é inconstitucional. Por que?
 Ponderação de princípios
 A empresa é uma estrutura organizada e o direito comercial
protege a empresa ao impedir que um sócio saia
livremente. Assim, o direito visa proteger aquela empresa.
 Exercício da liberdade de associação
o Função social da empresa
 Constitucional, geral e implícito
 É implícito porque a função social da empresa não está escrita,
deriva da função social da propriedade
 Art. 5º, XXIII, e Art. 170, III
 Função social da propriedade >> Não só a propriedade imóvel,
mas móvel também. (Perfil objetivo da empresa)
 Em consequência, no direito comercial, se reflete na função
social dos bens de produção, resultando na função social da
empresa.
 Lei das S/A
 Art. 116: função social dos controladores, parágrafo único
 Referência expressa à função social dos empresas, e no
controlador como mediador (perfil subjetivo).
 Art. 153: função social dos administradores
 O controlador é o sócio capaz de nomear a maioria dos
administradores; o administrador é aquele que gere a
empresa.
 Os princípios legais
o Princípio da preservação daempresa
 Legal, geral e implícito
 Preservação da atividade econômica (perfil funcional)
 Interesses envolvidos na atividade econômica: investidores,
administradores, trabalhadores, fornecedores, consumidores, etc.
(Perfil corporativo)
 Princípio da autonomia patrimonial
 Legal, especial e implícito
 Técnicas de segregação de riscos
 Bens da sociedade não se confundem com os de seus sócios
 Limitação da responsabilidade dos sócios: os sócios
respondem até o limite do contribuíram no capital
social
 Subsidiariedade da responsabilidade dos sócios:
primeiro o patrimônio da pessoa jurídica, depois os
do sócio
 Aplica-se a todas as sociedade
subsidiariamente, inclusive às com limitação da
responsabilidade
 O princípio não é absoluto >> Teoria da desconsideração da
personalidade jurídica
 Pressuposto: abuso da personalidade jurídica
 Desvio da finalidade
 Confusão patrimonial
 Princípio majoritário nas deliberações
 Legal, especial (direito societário) e explícito
 Regra geral: prevalece a vontade da maioria do capital social
 Critério de quem assumiu mais riscos, quem entrou com o
maior capital (NÃO é a ideia do um sócio, um voto).
 Base normativa
 Sociedades limitadas: Código Civil, Art. 1.076
 Princípio de proteção do minoritário
 Legal, especial (societário) e implícito
 Proteção ao sócio minoritário
 Repartição de ganhos entre todos os sócios
 Exemplos de instrumentos
 Direito de fiscalização
 Direito à informação
 Direito de saída ("tag-along")
 Quando o sócio majoritário vende parte das suas
ações, o sócio minoritário tem o direito de vender
suas ações pelo mesmo preço. >> Pegar carona
 Tem que estar previsto no estatuto social da empresa
 Princípio da autonomia da vontade
 Legal, especial e implícito
 Dimensão:
 Escopo amplo: quando, quem e objeto do contrato
 Reforço à vinculação dos contratantes ao contrato
 Permanente limitaçoes
 Função social
 Dependência econômica
 Teoria da imprevisão
 Príncipios do direito cambiário
 Legais especiais (títulos de crédito) e implícitos
 Princípios
 Cartularidade: a posse do título é condição do exercício
 Literalidade: vale o que está escrito no título de crédito
 Autonomia: eventuais vícios anteriores não contaminaram
o título de crédito
 Polêmica: processo de desmaterialização dos títulos de crédito
revendo a cartularidade
 Autonomia do Direito Comercial
o Esses princípios são próprios do DC (identidade do direito comercial), mas não
se limitam a esse
o Outros princípios que incidem:
 Defesa do consumidor
 Defesa do meio-ambiente
 Dignidade humana
 Etc.

Noções de Direito do Comércio Internacional


quinta-feira, 26 de março de 2015
08:28
 Origens históricas
o Cenário de pós-guerra
 Os países se juntaram para promover a paz por meio do comércio
internacional. Três iniciativas no cenário econômico foram
importantes (Acordo de Breton-Woods):
 Banco Mundial
 Fundo Monetário Internacional
 GATT (Acordo Geral sobre Tarifas Aduaneiras e Comércio, 1947)
 Organização Internacional do Comércio (OIC) >> Que
fracassou; surgiu no seu lugar o GATT
o Acordo de Marrakesh (1994)
 Criação da OMC
 Incorporou o GATT de 1947
 Migrou de um modelo orientado pelo poder (power oriented) para uma
orientação pela regra (rule oriented).
o Quadro comparativo
o
GATT OMC
Acordo provisório Organização internacional
 23 partes contratantes  160 membros
 Pequeno grupo de  Extenso e diverso grupo de membros
países com interesses com interesses distintos
similares
Alcance restrito
 Bens e mercadorias Maior alcance
 Foco em redução de  Bens, serviços, prop. Intelectual
tarifas  Esforço para tratar outras questões:
Regulamentos técnicos ou sanitários,
Sistema de solução de agricultura, subsídios, dumping...
controvérsias Sistema de solução de controvérsias reforçado
 Qual modelo será adotado para solução de controvérsias? Judicial ou
Negociável? (William Davey)
 A OMC inclinou-se para o judicial, ainda tenha algum espaço para
negociação
 Princípios do Comércio Internacional
o >> Comércio sem discriminação, transparência e previsibilidade
o Tratamento nacional
 Igual tratamento para produtos importados e fabricados no país
 Não significa dizer que não possa ter imposto de importação, mas, uma
vez que o produto importado entra no país, ele deve receber
tratamento similar.
o Cláusula da nação mais favorecida
 Benefícios oferecidos a um país devem ser automaticamente
estendidos aos demais membros da OMC
 Excluem-se dessa regra os benefícios regionais (como no Mercosul) ou
países com grande diferença econômica.
o Repressão ao damping
 Proibição de vender produtos a preço inferior ao praticado no país
produtor (não abaixo do preço de custo)
 É diferente de preço predatório, que é aplicado no âmbito interno do
país, e é vender abaixo do preço de custo
 Principais funções da OMC
o Foro para negociações comerciais
 A OMC não defende o comércio internacional, mas a
internacionalização do comércio >> Não como um fato, mas como um
processo
o Administração de acordos comerciais
 Como o "próximo passo" do foro para expansão das negociações
comerciais
 Acordos multilaterais (aplicam-se a todos os membros) e Acordos
Plurilaterais (aplicam-se somente a quem aderir)
o Administração do Sistema de Solução de Controvérsias
 Sistema de Solução de Controvérsias
o Aspectos centrais
 Relação entre países, não entre empresas
 Sistema uniforme, porque há as regras do jogo estão bem estabelecidas
no anexo do Acordo de Marrakeshi
 Ausência de veto
 Organização baseada no consenso
 Consenso positivo >> basta que uma pessoa negue para que
não haja negócio
 Consenso negativo >> basta que uma pessoa diga sim para
que avance
 Desdobramento da primeira regra, caso não haja o
primeiro consenso
 Procedimento automático
 Não precisa ser provocado, não depende de novas rodadas, basta
apenas que se inicie, como um efeito dominó
o Como funciona na prática, se um país está insatisfeito com outro?
 Consulta
 O país insatisfeito A consulta o país B (traço da diplomacia), para
haver primeiro uma diplomacia.
 Grupo especial (panel)
 Um grupo de países especialistas que decidem a solução para
esse conflito
 Órgão de apelação
 Recursos >> Especialistas de fora da OMC que são convocados
para ajudar no caso específico
 Implementação
 Cumprimento da decisão
 Como?? Mecanismos de retaliação em outro país
 Exemplo hipotética >> UNBraer insatisfeita com o mercado
o Primeiro passo: a empresa convence o Itamaraty de que realmente está
havendo ofensa ao comércio internacional e que o Brasil está perdendo com
isso
o Quem pode acionar a OMC? O Estado-membro (Brasil)
o Quais as regras aplicáveis? Estatuto de Solução de Controvérsias (Anexo 2 do
Acordo de Marrakeshi)
o Quais as etapas?
 Consultas
 Grupo especial
 Órgão de apelação
o Violação às regras da OMC?
 Cumprimento espontâneo ou
 Remédios autênticos: Compensação ou Suspensão de concessões
equivalentes.

Empresário e Exercício individual da empresa


terça-feira, 31 de março de 2015
08:22
 Empresário: aquele que explora uma atividade econômica organizada (Art. 966)
o A exploração pode ser por meio de uma pessoa física (empresário individual)
ou por uma pessoa jurídica (sociedade empresária)
 As sociedades empresárias podem ser: Sociedades limitadas,
sociedades anônimas e Empresa Individual de Responsabilidade
Limitada (EIRELI)
o Empresário individual
 Características:
 Não incide o princípio da autonomia patrimonial >> Indistinção do
patrimônio relacionado a atividades pessoais e o relacionado às
atividades empresariais
 Responsabilidade ilimitada
 Não se aplica o princípio da subsidiariedade (primeiro o
patrimônio da empresa, depois dos sócios), uma vez que
não há distinção do patrimônio
 Regras específicas
 O empresário deve ter capacidade civil
 Proibições pontuais à exploração de atividades (ex.: médico
individual não pode vender remédios).
 Empresário casado (ex.: em caso de imóvel do casal sendo
vendido para capitalizar a empresa, não precisa de outorga
marital)
 Representam 50% dos empresários registrados na Junta, apesar de
gerar alguns problemas, principalmente pela fusão do patrimônio.
o Sociedade empresária
 Empresa Individual de Responsabilidade Ilimitada (EIRELI)
 Sociedade limitada unipessoal (de uma pessoa só)
 Criada em 2011
 Necessariamente uma pessoa física, que deve injetar, no
mínimo 100 salários mínimos no momento da sua
constituição
 Instituiu-se o mínimo para que fosse preservada a
figura do Empresário Individual, uma vez que
a separação do patrimônio
 Base normativa: Art. 44, VI e Art. 980-A, do CC
 Obrigações gerais do empresário regular
o Obrigações:
 Registro na Junta Comercial
 Órgãos importantes
 Departamento de Registro Empresarial de Integração (DREI)
 Órgão federal (Secretaria da Micro e pequena
empresa, PR)
 Normatização e supervisão do registro de empresas
>> Responsável por padronizar as regras!
 Antigo nome DNRC (Departamento Nacional de
Registro de Comércio)
 Juntas Comerciais
 Órgãos estudais
 Execução das diretrizes definidas pelo DREI
 Ato de constituições, alterações, dissoluções, etc. São
os principais atos praticados pelas juntas comerciais
 Prazo: 30 dias para efeitos retroativos.
 Até 30 dias depois da assinatura, com efeitos retroativos.
Caso ultrapasse os 30 dias, conta-se os efeitos a partir da
registro.
 A data conta a partir do protocolo, não necessariamente o
dia do registro, para fins de retroatividade. Se não fizer
diferença, vale a data de registro.
 No caso de cair em exigência (caso em que está faltando
algum documento), caso não se cumpra o prazo para exigir,
gera-se um novo protocolo.
 Dispensa de registro
 Pequeno empresário (Receita bruta anual inferior a R$
36.000)
 Empresário rural: Facultativo para negócios familiares
 Para evitar que o empresário rural tenha que se
deslocar bastante para cumprir uma burocracia
 Escrituração regular das atividades
 Livros societários, contábeis e trabalhistas
 Funções: gerencial (ajuda a administrar), documentar
(registro de documentos) e fiscal
 Súmula 439 do STF: livros comerciais estão sujeitos à
fiscalização tributária e previdenciária, limitado aos pontos
objetos de investigação
 Consequências da falta de escrituração
 Presunção de veracidade dos fatos alegados
 Ineficácia probatório dos livros
 Os livros não podem ser usados como argumentos
 Tipificação de crime falimentar
 Inacessibilidade à recuperação judicial
 Demonstrações contábeis periódicas
 Levantamento de balanços
 Patrimonial: ativo e passivo
 De resultado: conta de lucros e perdas
 Periodicidade
 Em geral, anual
 Excepcionalmente, semestral (SA e Instituições Financeiras)
 Consequências da ausência
 Dificuldade de acesso ao crédito bancário
 Impossibilidade de participar de licitações públicas
 Administradores respondem perante os sócios em caso de
prejuízos decorrentes da falta de demonstrações contábeis
periódicas
o No caso de descumprimento das obrigações, o empresário poderá ter a
seguintes restrições:
 Fazer negócios com empresários regulares
 Contratar com Administração Pública
 Contraír empréstimos bancários
 Solicitar recuperação judicial

Estabelecimento empresarial
terça-feira, 21 de abril de 2015
16:22
 Noções preliminares
o Conjunto de bens destinados à exploração de uma atividade econômica
 Art. 1.142 e ss do CC
 Não se refere somente aos bens materiais, mas aos imateriais também
(marca)
o Perfil objetivo/patrimonial
 Noções jurídicas
o BEM (ou conjunto de bens)
o Integra o patrimônio da sociedade empresária
o Não é sujeito de direito
 Não assina contrato.
o Universalidade de fato
 Os bens em conjunto valem mais do que se considerados
separadamente.
 Valor agregado é chamado de fundo de comércio/fundo de empresa.
 Art. 90 do CC
 Direito à renovação compulsória
o Mecanismo de proteção ao estabelecimento empresarial (proteção ao ponto).
o Base normativa >> Lei do inquilinato.
o Requisitos
 Somente aplicável a locações empresariais
 Contrato escrito e com prazo determinado.
 O prazo mínimo de locação deve ser de 5 anos (ou a soma dos prazos)
 Empresário ter explorado essa atividade por, no mínimo, 3 anos
o Prazo
 Primeiros 6 meses do último ano do contrato.
 Prazo decadencial
 Se não for feita manifestação nesse sentido, o contrato é renovado por
período indeterminado.
o Exceção:
 Tomada do imóvel para uso próprio
 Se for para atividade empresarial, requer que seja uma atividade
diferente.
 Obras no imóvel por exigência do poder público
 Reformas para aumento do valor da propriedade
 Transferência de fundo de comércio de cônjuge ou
ascendente/descendente
 Ascendente do proprietário quiser utilizar o imóvel locado para
atividade comercial já existente.
 Requer que a atividade seja diferente.
 Melhor proposta de terceiro ou insuficiência de propostas no momento
da renovação do contrato.
 Contratos de Shopping Center
o Organização de espaços locados
 Cláusulas de raio, promoções conjuntas, tenant mix...
o Lojista teria direito à renovação compulsória? Depende da natureza jurídica
do contrato.
o Empreendimento sui generis
 Alienação (venda) do estabelecimento comercial >> Trespasse
o Responsabilidade (Art. 1.146 do CC): o adquirente (quem compra) se torna
responsável pelas obrigações nascidas anteriormente, desde que estejam
regularmente contabilizadas.
 Caso contrário, responde o proprietário anterior.
 Obrigações trabalhistas e fiscais
 Durante um ano da alienação, as obrigações podem ser cobrados do
adquirente ou do alienante.
o Obrigação de não-concorrência (Art. 1.147)
 Válida para os contratos omissos
 Limitação temporal: nos próximos cinco anos, o alienante (quem vende)
se compromete a não estabelecer comércio igual ao que anteriormente
tinha.
 Limitações geográficas ou materiais devem estar explícitas no contrato.
 Estabelecimento virtual
o Caracteriza-se pela virtualidade de acesso e pelo nome de domínio (site)
o Registrado no Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR.
o Espécie de estabelecimento comercial, mas nem todas as regras deste se
aplicam àquele.

Estabelecimento empresarial
terça-feira, 7 de abril de 2015
08:16
Estabelecimento empresarial: conjunto de bens para a exploração de uma atividade
econômica. É a fã eta objetiva ou patrimonial da empresa. Está regulado no Código Civil
no artigo 1142 e seguintes.

A marca faz parte do estabelecimento comercial. Ou seja, os bens não precisam ser
somente bens materiais. Pode haver elementos materiais e elementos imateriais.

São nove teorias para explicar a natureza jurídica do estabelecimento comercial.

O estabelecimento comercial é uma parte do patrimônio da sociedade empresária, ele


integra o patrimônio. Ele não é sujeito de direito, ou seja, não assina contrato. Mas a
maior parte da doutrina tem consenso em que o estabelecimento comercial tem a
universalidade de fato. Isso significa que ele vale mais com o conjunto de bens
considerados juntos do que os bens considerados separadamente. Esse valor agregado é
chamado de fundo de comércio ou fundo de empresa. O estabelecimento empresarial é
um conjunto de bens.

Mecanismos de proteção ao estabelecimento comercial: proteção ao ponto por meio da


figura de direito à renovação compulsória. É a única matéria na Lei do Inquilinato que
trata de renovação da locação de forma obrigatória. Ela só se aplica à locação
empresarial. O contrato deve ser escrito e com prazo determinado; o prazo mínimo
desse contrato deve ser de 5 anos ou a soma dos prazos, desde que dê os cinco anos; o
empresário tem que ter explorado a mesma atividade, no mesmo ramo, por, no mínimo,
3 anos.

Exceção da retomada (do direito de renovação compulsória): tomada do imóvel para uso
próprio; obras no imóvel, por exigência do Poder Público; reformas para aumento do
valor do engoli ou propriedade; transferência de fundo de comércio de cônjuge ou
ascendente/descendente; melhor proposta de terceiro ou insuficiência de proposta no
momento da renovação do contrato. A transferência de fundo de comércio é se um
ascendente, descendente ou o cônjuge quiser transferir um comércio que já tem em
outro lugar para o imóvel. Mas tem que ser de atividade diferente. Na questão de uso
próprio também não tem posssibilidsde da mesma atividade.

Ação renovadora: primeiros 6 meses do último ano do contrato. Aspecto processual.


Esse prazo é decadencial, ou seja, se não exercido no prazo, o próprio direito caduca.

Se ao fim do contrato nenhuma reformulação for feita o contrato é renovado por prazo
indeterminado.

Shopping Center: contrato muito particular, com um valor fixo e um variável


(porcentagem do faturamento). Inclusão de certos serviços (cinema, correios); inclusão
de certos comércios (alimentação, papelarias); tenant mix (mix de locatários); cláusulas
de raio; promoções conjuntas. O tenant mix agrega valor ao shopping.

Teses sobre a locação em shopping center: contrato atípico misto de Orlando Gomes;
coligação de contratos de Rubens Ezequiel; contrato de locação conclusivas especiais de
Fábio Ulhoa. Mas, todos concordam que há elementos fortes de locação.

O lojista de shopping center tem direito a renovação compulsória? Isso vai dialogar com
a natureza jurídica do contrato.

O shopping center é um empreendimento "sui generis".

Alienação (venda) do estabelecimento comercial: esse contrato recebe o nome de


trespasse. O estabelecimento comercial não é sujeito de direito, mas ele pode ser objeto
de contrato. E é isso que acontece na alienação do estabelecimento. Há a parte de
responsabilidade que trata da sucessão empresarial no artigo 1146, CC. Ele diz que o
adquirente do estabelecimento é sucessor de todas as obrigações nascidas
anteriormente, desde que elas estejam regularmente contabilizadas. Se elas não
estiverem contabilizadas respondem o antigo proprietário. Isso se aplica a obrigações
trabalhistas e fiscais. Ainda está previsto em lei, que durante um ano, as obrigações
podem ser cobrados do alienante ou do adquirente.

Obrigação de não-concorrência: artigo 1147, CC. Em geral, o adquirente não pode


instalar, nos próximos cinco anos a partir da compra do estabelecimento, comércio igual
ao que o alimente tinha. Não é uma regra cogente, ou seja, o contrato pode afastar tal
norma. Ela se aplica somente para quando ele é omisso. Isso é uma limitação temporal.
As limitações geográfica e material (bem que irá ser comercializado) devem estar
especificadas no contrato.

Estabelecimento virtual: é uma espécie do gênero estabelecimento comercial, segundo


Fábio Ulhoa. Caracteriza-se pela virtualidade de acesso e pelo nome de domínio (site).
Esse site tem que ser registrado no Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR. É
uma associação e tem fins cadastrais. O nome do domínio tem as funções de expressar o
título do estabelecimento e/ou o endereço eletrônico. Do ponto de vista do direito, o
estabelecimento virtual é uma espécie de estabelecimento comercial, mas nem todas as
regras deste se aplicam àquele.
Responsabilidade do empresário no fornecimento
de bens e serviços
terça-feira, 7 de abril de 2015
08:18
 Aspecto específico da responsabilidade civil, que é a responsabilidade no
fornecimento de bens e serviços
o O empresário pode fornecer um bem ou um serviço.
o Cadeia produtiva tradicional de bens: Fabricante >> Atacadista >> Lojista >>
Consumidor.
 O fornecedor é qualquer um que esteja na cadeia, com exceção do
consumidor.
o Nesse sentido, nas relações comerciais, aplica-se o Código Civil (Direito das
Obrigações). Nas relações de consumo, aplica-se o Código de Defesa do
Consumidor
 Noções preliminares
o Fornecimento perigoso
 São danos provocados pelo fornecimento decorrente da falta de
informações adequadas sobre os riscos daquele serviço ou produto
 Lesão à vida, integridade física ou patrimônio
 É claro que qualquer produto tem seus risco, de modo que o
cerne do fornecimento perigoso não é a possibilidade de causar
dano, mas da falta de informações adequadas.
 O que seria informação adequada? Área cinzenta
 "Standard" de prova: área cinza para provar se o manual era
suficiente ou não.
 Nos termos do CDC: corretas, claras, precisas, ostensivas e em
língua portuguesa
 Perfil do consumidor padrão do produto/serviço >> Irá nortear o
que seriam informações adequadas e suficientes.
 O CDC proíbe a comercialização de produtos ou serviços com alto grau
de perigo.
 Responsabilidade objetiva >> Independente de culpa
 Polêmica: risco de desenvolvimento --> responsabilidade
objetiva?
 No momento em que o produto foi colocado no mercado, o
fornecedor não sabia que ele apresentava um problema,
que só se mostrou com o uso e o tempo.
 Não há uma resposta certa, varia se deseja-se proteger mais
o consumidor ou o fornecedor.
o Fornecimento defeituoso
 Aquele que provoca um dano em decorrência, não da falta de
informações adequadas, mas de um defeito do bem ou serviço
 A rigor, um perito é capaz de apontar, ao fazer uma vistoria, conseguiria
identificar o defeito, de modo que a impropriedade é muito mais bem
definida
 Responsabilidades:
 Fabricante (construtor, produtor e importador) >>
Responsabilidade objetiva. (Art. 12 do CDC)
 Importador no sentido de fabricante? Pois foi ele que
introduziu o produto no país, como forma de facilitar a
responsabilidade para o consumidor
 Do intermediário (Art. 13)
 Objetiva quando não houver identificação clara do
fabricante/importador
 Subjetiva quando houver má conservação de produtos
perecíveis
 Há discussões sobre o assunto
 Do prestador de serviço
 Responsabilidade subjetiva para profissionais liberais
(CDC, art. 14).
 Só se aplica, pela doutrina, aos profissionais registrados no
RCPJ, não aos registrados na Junta Comercial (que tem
elemento de empresa).
o Fornecimento viciado
 Similar ao fornecimento defeituoso, mas não há dano.
 A diferença para o fornecimento defeituoso é o momento: se
aconteceu ou não o dano efetivo.
 Vício no produto ou serviço
 30 dias para o fornecedor sanear o defeito
 Substituição por outro produto ou re-execução do serviço
 Restituição da quantia paga, sem prejuízo de perdas e
danos;
 Abatimento proporcional do preço
 Prazo decadencial
 Direito de reclamação por vício >> Área cinza, não há uma
definição do que seja durável ou não.
 30 dias para produtos não duráveis
 90 dias para produtos duráveis
 Início do prazo
 A partir da entrega, se vício aparente
 Manifestação do problema, se vício oculto
o Disciplina legal do CDC
 Responsabilidade sem culpa, basta apenas mostrar o nexo causal
(objetiva)
 A culpa exclusiva da vítima excluí a responsabilidade objetiva
 Relatividade dos contratos: o consumidor pode requerer a
responsabilidade de qualquer um dos fornecedores, mesmo que não
haja contrato direto.
 Inversão do ônus da prova: cabe ao fornecedor provar que não havia
defeito
 Relações inter-empresariais
o Entre os agentes econômicos daquela cadeia >> Prevalece o direito de
regresso, pela responsabilidade subjetiva
 O contrato pode estabelecer as regras do jogo.
o Outros pontos >> Não tratam da relação entre agentes, mas da mesma
"caixinha"
 Responsabilidade por vínculo societário (Art. 28, §2º e 3º, do CDC)
 Subsidiária: controlada e controladora, no caso de
descumprimento de obrigações
 Solidária: no caso de consórcios
 Responsabilidade do sucessor
 Passivos tributário e trabalhista: CTN e CLT expressos
 O adquirente se responsabiliza pelos débitos existentes antes da
sucessão, contanto que eles estejam regularizados
 Com exceção dos débitos tributários e trabalhistas, que,
mesmo que não estejam regularizados, o adquirente
responde.
 O CDC é omisso no caso do consumidor >> Discussões
doutrinárias.

Atividade empresarial e publicidade


quinta-feira, 9 de abril de 2015
08:25
 Noções preliminares
o Publicidade: ação econômica para motivar consumo via mensagens
persuasivas
 Diferente da propaganda: esta não se refere à atividades comerciais,
tipo propagandas políticas.
o Disciplina jurídica: Código de Defesa do Consumidor e auto-regulação
publicitária.
 Na parte da auto-regulação, há o CONAR >> Código feito pelas próprias
empresas, aplicadas àqueles que o aderiram.
 Não é uma lei, uma vez que é uma criação privada; aproxima-se
de um contrato.
o Direito comparado:
 França: Código de Consumação (semelhante ao CDC)
 Portugal e Espanha: Legislação específica para tratar publicidade, que
regulam inclusive as relações que não são de consumo.
 Publicidade ilícita
o Publicidade simulada
 Caráter publicitário é disfarçado
 Art. 36 do CDC >> A publicidade deve ser veiculada de tal forma que o
consumidor, fácil e imediatamente, a identifique como tal >> Princípio
da identificabilidade
 Exemplos: publicidade subliminar, reportagem publicitária,
merchandising (tolera uma área cinza, exame de caso concreto).
 Polêmica: ilícito sem sanção?
 A sanção foi vetada, por ser considerada muito aberta.
 Ilicitude inócua? Não, uma vez que ainda é passível de
responsabilidade civil, mesmo que seja menos concreto.
o Publicidade enganosa
 Induz o consumidor ao erro, por meio de informações falsas, imprecisas
ou sem informações essenciais
 Art. 37, §1º >> Informação, inteira ou parcialmente falsa, mesmo por
omissão, capaz de induzir em erro o consumidor.
 Não é a inverdade ou a desproporção, mas a capacidade de
induzir em erro.
 Princípio da transparência, válida para as informações, manual de
instruções, tutela individual; e princípio da veracidade, não é necessário
ter todas as informações completas, mas ter as informações
certas, sem induzir ao erro, tutela coletiva.
o Publicidade abusiva
 Deturpação aos valores sociais.
 Art. 37, §2º >> (...) Discriminatória de qualquer natureza, a que incite à
violência, explore o medo ou a superstição, se aproveite da deficiência
de julgamento e experiência da criança, (...)
 Responsabilidade do anunciante (aquele que é beneficiado)
o Responsabilidade civil
 Reparação de danos; responsabilidade objetiva.
o Responsabilidade administrativa
 Pena de contra-publicidade; responsabilidade objetiva
 Contra-publicidade: deve ser na mesma proporção do mal
anterior. Geralmente é criada pela própria empresa, com
chancela do poder público.
o Responsabilidade penal
 Pena de detenção de 3 meses a 1 ano + multa
 Responsabilidade subjetiva: deve ter o dolo, uma vez que se trata de
um ilícito penal.
 Quem é responsável? Art. 75.
 Art. 75. Quem, de qualquer forma, concorrer para os crimes
referidos neste código, incide as penas a esses cominadas na
medida de sua culpabilidade, bem como o diretor, administrador
ou gerente da pessoa jurídica que promover, permitir ou por
qualquer modo aprovar o fornecimento, oferta, exposição à
venda ou manutenção em depósito de produtos ou a oferta e
prestação de serviços nas condições por ele proibidas.
 Responsabilidade de outros agentes (Agência de publicidade e veículo de
comunicação)
o Responsabilidade civil e administrativa
 Responsabilidade subjetiva
 Qual é o regime aplicado? O CDC não é claro sobre a responsabilidade
de outros agentes (seriam ou não fornecedores?), de modo que
poderiam ser acionados via direito de regresso (CC)
o Responsabilidade penal
 Responsabilidade subjetiva
 Pessoas diretamente responsáveis pela enganosidade ou abusividade.
(O Art. 75 do CDC trata diretamente sobre o assunto)
 Publicidade comparativa
o Na publicidade, fazer menção ao produto do concorrente.
o No Brasil, não é um ilícito em si, mas em:
 Concorrência desleal
 Afirmação falsa em detrimento de concorrência (Lei de
Propriedade Industrial, Art. 195, I)
 Usurpação da marca
 Iimitação de marca ou indução em confusão dos destinatário (LPI,
Art. 189, I)
 Contribuição à degenerescência da marca (LPI, art. 130, III, e Art.
131)
Arbitragem comercial
terça-feira, 14 de abril de 2015
08:30
 Noções preliminares
o O que é arbitragem? Método alternativo de solução de conflitos.
 Instituído por meio da vontade das partes, mas com chancela da lei
o Vantagens: Especialidade (árbitro especialista naquele assunto), neutralidade
(importante na arbitragem internacional, a chance de escolher um árbitro de
outro país), celeridade (procedimento mais rápido do que o judiciário) e
confidencialidade (de todos os seus aspectos, inclusive da decisão)
o Desvantagens: Onerosidade (procedimento caro, para que seja célere) e risco
de execução da sentença arbitral (o juiz analisa a decisão para ver se está de
acordo com a ordem pública do país, o que pode ser revista).
 O juiz pode invalidar meia sentença, mas não faz um outro julgamento,
no máximo, faz-se outro julgamento arbitral.
 Risco de execução da sentença arbitral refere-se a uma pequena parte
dos litígios que são resolvidos por arbitragem mas não são cumpridos.
 Árbitro x juiz (Lauro Gama)
o O árbitro é temporário, geralmente está árbitro, diferente do juiz.
o O árbitro depende da sua reputação.
 Ele precisa ser conhecido, publicar artigos, estar na mídia. Ele precisa
aparecer, ou não será escolhido.
 O juiz pode se dar ao luxo de ser discreto.
o O árbitro deve realmente ser neutro/imparcial, uma vez que ele é escolhido
pela parte.
 A neutralidade não é completa.
o Porque a celeridade é um aspecto chave da arbitragem, o árbitro deve ter
domínio da gestão do procedimento arbitral.
o Laudo exequível: preocupação com a aplicabilidade prática da decisão.
 Triângulo institucional (Gunther Teubner)
o Contrato >> Legislação >> Jurisprudência.
o Natureza jurídica da arbitragem
 Processualista diz que a arbitragem é um processo.
 Contratualista: arbitragem é um contrato entre as partes.
 Autônoma: a arbitragem segue um estilo próprio, ela é sui generis -
Aproxima-se da ideia do Teubner.
o Legislação:
 Princípios UNIDROIT (Instituto Internacional para a unificação do direito
privado) e Princípios do Direito Europeu dos Contratos (Projeto de
Código Civil Europeu que não deu certo): Regras materiais não-estatais.
 Os contratos podem escolher aplicar um desses conjuntos de
regras materiais (não são de procedimentos) não-estatais (não
foram produzidas por um parlamento)
 Fim do monopólio das regras estatais?
o Contrato
 Autonomia da vontade das partes >> Auto-regulação das relações
econômicas, para o caso em que um contrato regule todas as situações
possíveis
 É possível conceber um contrato sem lei, que seja completamente
autônomo? Seria possível um contrato que faça referência somente a
leis não-estatais?
 O árbitro tenderá a respeitar a vontade das partes, enquanto o
juiz talvez envolva o Estado
o Jurisprudência
 Precedentes arbitrais, institucionalizadas por meio de instituições
privadas.
 Fim dos monopólio dos tribunais estatais?
 No mínimo, você sempre dependerá dos tribunais estatais para
executar. É claro que essa chancela pode ser mais uma etapa
burocrática.
 Ordem transnacional privada?
o Há ordens transnacionais (Lex mercatoria, Fifa) que têm mais influência em
setores específicos do que o Estado. Exercem, inclusive, influência em mais de
um país
o Regras internacionais (lex esportiva), tribunal privado independente de um
país e um contrato privado.

Propriedade Intelectual
quinta-feira, 30 de abril de 2015
08:49
 Propriedade Intelectual (PI):
o Gênero, a grosso, modo, para duas espécies: Direito autoral e Propriedade
Industrial
 Direito autoral diz respeito a publicações e direito do artista >>
Software
 Na verdade, o software é quase um híbrido.
 Criação humana não necessariamente comercializável, não há
necessariamente uma aplicação comercial.
 Propriedade intelectual
 Necessariamente comercializável
 Inovações exigem novas regras
 Histórico
o Séc. XVII >> Conjunto de regras que garantem ao inventor a propriedade
sobre o seu invento.
o Séc XVIII >> Mais direito ao inventor
o O quarto país a soltar uma regra de propriedade industrial, em 1809, é o
Brasil.
o Séc. XIX >> Rev. Industrial
 Época de muitas inovações >> Os inventores começam a pedir regras
para proteger o que estão fazendo
 Até que, no final do século, os EUA se negam a participar de uma
feira internacional pela falta de regras que o protegessem
(sintoma do problema internacional: as trocas estavam
acontecendo com mais intensidade e não havia regra)
 1883: Convenção internacional que regula os direitos de propriedade
industrial (convenção da União de Paris
 Revisto sete vezes até 1967
o 1967 >> Organização Internacional da Propriedade
 1996 >> Lei de Propriedade Industrial
o Foi fortemente influenciada pelas convenções internacionais e é, em muitos
casos, mais atualizada do que esta.
o Têm quatro grandes bens
 Invenções
 Tradicionalmente, não se define positivamente o que é
"invenção".
 O que não é invenção: seres vivos, meras formulações, obras de
arte, etc.
 Requisitos de patenteabilidade
 Novidade
 Novo para quem? Para o estado da técnica. Esse
invento já estava sendo pesquisado ou não
 Atividade inventiva
 Princípio da não-obviedade: apesar de nova, chega-se
a essa invenção de forma nova.
 Não teve a "sacada"
 Industriabilidade
 O invento deve ter uso comercial, deve ser
reproduzido, deve ser utilidade comercial
 Desimpedimento
 Ver a lei o que não pode ser colocado como invento.
 Por exemplo, o Brasil não dá patente a quem inventa
questões relacionadas à alterações no núcleo
atômico.
 Modelo de utilidade
 Art. 9º É patenteável como modelo de utilidade o objeto de uso
prático, ou parte deste, suscetível de aplicação industrial, que
apresente nova forma ou disposição, envolvendo ato inventivo,
que resulte em melhoria funcional no seu uso ou em sua
fabricação.Objeto de uso prático, suscetível de aplicação
industrial, que
 Invento de um invento: uma inovação sobre algo já
patenteado; melhoria na utilidade (funciona melhor) ou na
fabricação
 Requisitos
 Os mesmos da invenção
 Desenho industrial
 Não é patenteado, mas registado
 Melhoramento ornamental naquilo que é útil
 Não melhorou a utilidade do bem, apenas a apresentação. Se
melhorou a utilidade, pode receber a patente do modelo de
utilidade.
 Por que é protegido? O Design, diferentemente da arte, trabalha
com bens que são úteis
 Art. 98 e 100, II
 Requisitos
 Novidader
 Originalidade
 Desimpedimento
 Marcas
 Não é patenteado, mas registrado.
 Distinções na lei:
I - marca de produto ou serviço: aquela usada para
distinguir produto ou serviço de outro idêntico, semelhante
ou afim, de origem diversa;
II - marca de certificação: aquela usada para atestar a
conformidade de um produto ou serviço com determinadas
normas ou especificações técnicas, notadamente quanto à
qualidade, natureza, material utilizado e metodologia
empregada; e >> Deve ser marca atestada por privado!!
(Inmetro não entraria)
III - marca coletiva: aquela usada para identificar
produtos ou serviços provindos de membros de uma
determinada entidade
 Requisitos
 Novidade relativa (???)
 Não colidência com marca notoriamente conhecida
 Desimpedimento (Art. 124)
Qual é o bem mais bem protegido pela lei?
o A Marca, pois todos os outros têm prazo de validade renovável por pouco
período.
o A marca tem prazo de validade, renovável ad eternum
o É difícil argumentar, quando o assunto é marca, que esta deve cair em
domínio público, de interesse social, como acontece com os outros bens
protegidos pela lei.

Concorrência desleal e infrações à ordem econômica


terça-feira, 5 de maio de 2015
08:18
 Princípios da ordem econômica >>> Art. 170 da CF
o Tensão entre livre iniciativa e outros princípios
 Qualquer um, a princípio, pode anunciar um produto e vendê-lo no
mercado
 Contudo, a várias limitações à livre iniciativa, como vários outros
princípios previstos no próprio art. 170.
 Limitações: não se pode vender drogas ilícitas, não se pode
atentar contra a propriedade dos outros, respeito ao direito do
consumidor.
o Repressão ao abuso do poder econômico
 Concorrência desleal X Infrações à ordem econômica (abuso do poder econômico)
o Concorrência desleal
 Condutas de um agente privado que afetam precipuamente por outro
agente privado,
 Reprimida em nível cível (perdas e danos pelos prejuízos que sofreu em
decorrência do outro) e penal (LPI)
o Infrações à ordem econômica
 Afetam interesses difusos, atos anticompetitivos que maculam o
mercado e os consumidores (aumento excessivo de preços,
desabastecimento do mercado, etc.)
 Reprimida em nível administrativo (CADE) e, em alguns casos, civil e
penal (CARTEL, por exemplo)
 Concorrência leal x desleal
o Concorrência desleal NÃO é querer você se sair melhor do que o seu
concorrente, mas o meio que são usados para fazer isso.
o Concorrência desleal pode ser:
 Específica
 Condutas tipificadas na Lei de Propriedade Industrial
 Sanções penais e civis
 Art. 195 Crimes de Concorrência desleal (pena - detenção, de três
meses a um ano)
 Veiculação de informações falsas por parte do concorrente
(Até o inciso X)
 Informando falsamente que o produto do
concorrente tem um problema, ou informar que são
suas vantagens que são do concorrente
 Geralmente tem uma contraparte no direito do
consumidor também, pela publicidade
enganosa, por exemplo.
 Se a informação for verdadeira, percebida
objetivamente (por exemplo, preço menor do que
outra), não constitui crime.
 Se for menos objetivo, pode dar rolo
 Utilizar propaganda ou sinal parecidos, dificultando o
reconhecimento entre as marcas.r
 Obtenção indevida de informações verdadeiras sobre o
concorrente. (A partir do inciso XI)
 Por exemplo, empresa A paga um espião para se
infiltrar na empresa B
 Genérica
 Condutas lesivas não tipificadas em lei
 Sanção civil (perdas e danos)
 Art. 209 da LPI: Ficam sujeitos à reparação civil outros atos de
concorrência desleal não previstos nessa lei
 Exemplos:
 violação à direitos do consumidor por não observar
padrões de qualidade (todo mundo no mercado faz
produtos de qualidade, enquanto uma marca oferece
produtos de qualidade inferior)
 Sonegação de tributos, gerando mais lucros e tendo
custo menor >> Isso dá prejuízos ao concorrente.
o Noção para se calcular a sanção civil (Art. 208): calculada em cima dos
benefícios que o prejudicado teria auferido se a violação não tivesse ocorrido
 Concorrência e repressão do abuso do poder econômico
o Lei de defesa da Concorrência (12.529/2011)
 Controle a priori das fusões: primeiro a empresa notifica o CADE, recebe
a autorização, e depois realiza a fusão
 R
o Objetivos do antitruste:
 Para ter um ambiente econômico eficiente, a concorrência é
fundamental, para beneficiar os consumidores e garantir produtos cada
vez melhores
 Contudo, algumas vezes, seria interessante se as empresas se
unirem (truste) para pararem de competir >> Acabou assim a
lógica capitalista.
 Truste (fusão de empresas) e cartel (combinação de preços)
 Por essa razão, mesmo para os liberais, o truste é uma falha de
mercado, pois acaba com a concorrência e a expectativa de ter
eficiência.
 A existência em si de um monopólio, desde que de forma natural, não é
considerado um abuso econômico (Art. 36, §1º)
 É claro que, quanto maior a fatia de mercado, maior a chance de
cometer abusos, porque se torna mais fácil.
 O problema do preço predatório não está em colocar um preço inferior
em produtos, mas no que vem depois: conseguir o monopólio e
aumentar o preço generalizadamente
 Mas será que realmente existe? É necessário que a empresa
consiga se manter vendendo abaixo do custo, depois tenha
capacidade produtiva de absorver o mercado do outro.
 Muitas vezes é só uma concorrência saudável, com promoção.
o Prevenção e Repressão
 A prevenção diz respeito ao controle prévio de atos de concentração e
repressão fala da punição de condutas anticompetitivas.
o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência
 Formado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) e
Secretaria de Acompanhamento Econômico (SEAE)
 O CADE é formado pelo Tribunal Administrativo (julgamento) e a
Superintendência-Geral (investigação de condutas, com poderes
de instrução, busca e apreensão, emitindo ao final um parecer)
 Tribunal: 1 presidente e 6 conselheiros
 Superintendência-geral: 1 super-geral, 2 super-adjuntos e 8
coordenações-gerais.
 A notificação de fusão é feita pela superintendência, que a
autoriza.
o O que é um ato de concentração?
 Art. 90 da LPI >> Fusão de empresas (duas PJ diferentes que se
extinguem para fundar uma nova), aquisição de empresas (adquirir
ações de uma empresa, por exemplo), incorporação (empresa A passa a
existir dentro da empresa B), contratos associativos (fornecer um
produto conjuntamente ou adquirir um produto), consórcio, joint
ventures (duas empresas que formam um veículo com fins específicos,
virando sócias)
 Por que é importante analisar esses casos? Concorrentes
independentes são incorporados ou passam a atuar conjuntamente;
necessidade de análise dos efeitos colaterais.
 Critérios de notificação de atos de concentração
 Quando um dos grupos tiver um faturamento bruto de 750 mil e
outra de 75 mil.
 Se uma empresa tiver comprando menos de 5%, não precisa ser
notificado.
 O CADE pode, ainda, em até 1 ano, requerer a submissão de atos
que não se enquadrem no critério.
 Prazo máximo: 330 dias (o CADE normalmente não leva esse
tempo todo)
 Mérito da análise de atos de concentração
 Um ato de concentração não é, a priori, boa ou má
 Critérios (alternativos)
 Não gerem controle de parcela substancial de mercado
 Gerem controle de parcela substancial de mercado no qual,
porém, seja improvável o exercício de poder de mercado
(há outros concorrentes no mercado)
 Ainda que haja o exercício de poder de mercado, mas os
efeitos negativos não são superiores aos negativos.
 Muito difícil, nesse caso, porque há potencialidade de
os efeitos positivos serem repassados aos
consumidores.
 A análise
 Quais os mercados relevantes que são afetados?
 Quais produtos são substitutos para aqueles?
Manteiga e margarina não são substitutos.
 Concentração horizontal (mesmo produtos) e integração
vertical (cadeia produtiva)
 Determinação da parcela de mercado: até 20% a
probabilidade de exercer o poder de mercado é muito
baixa.
 Se as firmas envolvidas começarem a aumentar o preço, os
clientes conseguirão importar com facilidade?
 Entrada: outras firmas poderão entrar no mercado com
facilidade, e suficiente para evitar o exercício de poder de
mercado?
 Fatores relevantes: custos irrecuperáveis, barreiras
regulatórias, exclusividade, fidelidade à marca, etc...
 Rivalidade: número e porte dos concorrentes, capacidade
ociosa, homogeneidade do produto, fidelidade a marcas,
etc...
 Eficiência: produtividade, qualidade, inovações, reduçoes
de custos
 >>>> Se nada for aprovado, pode-se tentar remédios para
barrar atos de concentração repentinos. Se nadda disso for
possível, então o ato de concentração não é provável
 Restrições possíveis
 Utilizadas para diminuir o impacto dos atos de concentração atos
com muito poder de mercados
 Se a empresa não é capaz de cumprir as restrições, então se
cancela a operação.
 Podem ser estruturais ou comportamentais
 Venda de ativos (vender fábricas a um concorrente, por
exemplo)
 Cisão da sociedade
 Alienação de controle societário
 Separação contábil ou jurídica de atividades
 Licenciamento compulsório de direitos de propriedade
intelectual
 A empresa pode requerer acordo após 30 dias do ano de
impugnação (parecer da Super que aprova a fusão ou não)
o Repressão a condutas anticompetitivas
 Lei 12.529; Art. 36 rol exemplificativo.
Art. 36. Constituem infração da ordem econômica,
independentemente de culpa, os atos sob qualquer forma
manifestados, que tenham por objeto ou possam produzir os
seguintes efeitos, ainda que não sejam alcançados:
I - limitar, falsear ou de qualquer forma prejudicar a
livre concorrência ou a livre iniciativa;
II - dominar mercado relevante de bens ou serviços;
III - aumentar arbitrariamente os lucros; e
IV - exercer de forma abusiva posição dominante.
 Não precisa demonstrar culpa ou dolo, no caso de pessoas jurídicas
 Não precisa gerar dano, apenas ter potencial para prejudicar o
consumidor.y
 Condutas per se (ilícitas por si - Cartel) x Regra da razão (ações
lícitas, mas que podem, na prática, ter efeitos anticompetitivos)
Condutas podem ser: coordenadas (análise per se) ou unilaterais
(análise pela regra da razão)
Condutas em espécie (Art. 36, §3º
 Cartel (inciso I)
Formas:
Acordo para fixar preços, condições de venday
Acordo para dividir mercados/clientes
Acordo para restringir a oferta de produtos/serviços
Acordo para fraudar o caráter competitivo de
licitações
Modalidades
Cartéis hard-core (cárteis clássicos ou
institucionalizados, perenes)
Cartéis soft-core (coordenação de forma eventual
Influência de conduta uniforme, por exemplo, em
forma de sindicatos e associações
Cartéis em licitação
Auxílio ou convite para cartelizar (mero convite,
intenção)y
Prejuízos que um cartel traz
Aumento de preço acima do competitivoy
Investigação: provas diretas e provas indiretas, busca e
apreensão, leniênciay
Sanções:
Sanções administrativas
Persecução penal
Persecução civily
 Abuso de posição dominante (tem que ter potencialidade
anticompetitivas)
Práticas exclusionárias em geral
Por exemplo, contratos de exclusividade, imposição de
preços de revenda, discriminação, recusa de contratar,
preço predatório (tem que gerar efeito negativo ao
consumidor

Introdução ao Direito Societário e outras formas de
organização
quinta-feira, 14 de maio de 2015
08:24
 Sumário
o Sociedades empresárias
 Sociedades anônimas (11%)
 Sociedades limitadas (89% dos registros na Junta Comercial)
o Outras formas de organização empresarial
 Sociedades unipessoais
 Sociedades coligadas
 Consórcios e joint ventures
 Contratos associativos
 Empresas em rede
 Sociedades empresárias
o Tipos societários
 Sociedade limitada
 Parte da doutrina coloca a EIRELI como um tipo de sociedade limitada,
pela sua forma de funcionamento. Outros, no entanto, consideram-na
como um tipo autônomo, uma vez que aparece como um inciso a
parte do art. 44
 Sociedade anônima
 Sociedade em comandita simples
 Sociedade em comandita por ações
 Sociedade em nome coletiva
 Por que não há uma aderência tão grande dos três últimos tipos de
sociedades? Porque não há uma limitação da responsabilidade,
respondendo ilimitadamente os sócios ou os administradores, a
depender do tipo.
 Sociedades anônimas
o Por que "anônima"? Porque esse tipo é considerado uma sociedade de capitais,
em que o nome dos sócios pouco interessa, mas o quanto ele investiu.
o Grandes empreendimentos
 Limitação das responsabilidades dos sócios
 O acionista só responde até o quanto investiu
 Negociabilidade de participação societária >> É possível alienar ações para
outros investidores.
o Evolução histórica
 Outorga, autorização e regulamentação
 As primeiras Companhias das Índias foram criadas por uma outorga do
rei.8
 A outorga é nasce de uma necessidade do Estado: o Estado tem
interesse em se criar a companhia, diferente da autorização
 Com o tempo, as sociedades anônimas (companhias) foram evoluindo
para um regime de autorização ou regulamentação.
 Companhias abertas: autorização (Comissão de Valores
Mobiliários)
 É aquela que tem as suas ações negociadas na Bolsa de
Valores
 Companhias fechadas: regulamentação
 Não têm suas ações negociadas na Bolsa de Valores.
o Conceito
 Capital dividido em ações
 Responsabilidade até o limite do preço de emissões das ações.
 Sociedades limitadas
o Origens
 Surgiu por uma pressão, para pequenos e médios empreendedores, no final
do séc. XIX da Alemanha
 Alternativa à S/A
 As S/A exigem uma série de procedimentos e burocracias, tanto na
formação quanto no seu gerenciamento.
o Natureza
 Contratual (diferente da natureza institucional)
 O instrumento de constituição das limitadas é um contrato social,
enquanto nas S/A o nome é estatuto social (não há assinatura do
estatuto social pelos acionistas).
 De pessoas ou de capital
 As limitadas podem ser de capital, a ser definido no contrato.
 Possibilidade de alienação das cotas: na sociedade de pessoas, a
alienação das cotas deve ser consentida pelos demais cotistas,
que têm preferência na hora de comprar.
 A diferença entre as S/A e as limitadas não é a questão de ser de
capitais ou de pessoas!!
 Subscrição do capital social (se comprometer a pagar tanto) e
integralização do capital social (efetivo pagamento)
 Nas limitadas, todos respondem solidariamente pela
integralização das cotas, o que não acontece nas S/A
 Do ponto de vista jurídico, cada sócio pode ser acionado
para integralizar todo o capital subscrito ainda não
integralizado.
 Sociedades unipessoais
o Subsidiária integral
 Art. 251 da Lei das S/A >> O sócio único é necessariamente uma pessoa
jurídica
 No momento da constituição das sociedades, deve haver um sócio só.
 É possível que na sociedade limitada, quando os outros sócios
falecem, esta se torna unipessoal, pois tem um sócio só.
 O sócio remanescente tem 6 meses para corrigir: arrumar outro
sócio ou transformar-se em uma EIRELI
 Caso ele não corrija, a empresa entra em situação irregular,
perdendo o benefício da separação da responsabilidade.
 A outra figura do Direito Privado que é uma sociedade de uma pessoa só é a
EIRELI
 Sociedade Limitada unipessoal, capital de cem salários mínimos
 É possível que na sociedade limitada, quando os outros sócios
falecem, esta se torna unipessoal, pois tem um sócio só.
 O sócio remanescente tem 6 meses para corrigir: arrumar outro
sócio ou transformar-se em uma EIRELI8
 Sociedades coligadas
o Participação simples
 Sociedade A tem uma ações na sociedade B
o Participação com influência significativa
 A sociedade A tem uma gerência financeira ou operacional sobre a
sociedade B
 Investidores-chaves
o Participação com controle
 Poder de eleger a maioria dos administradores (maioria das ações)
 Holding
 Na prática, a holding pode deter cem por cento das ações (subsidiária
integral). Nesse caso, no entanto, a sociedade B deve ser
necessariamente uma S/A
 A holding pode ser ainda uma sociedade que detém só a maioria das
ações, tratando-se de sociedades coligadas
 Consórcios e joint ventures
o Joint ventures
 Podem ser meramente contratuais (duas sociedades que assinaram um
contrato) ou societárias (duas sociedades que criaram uma outra sociedade)
 O conceito é fluido >> Venture >> Empreendimento.
o Consórcio
 Execução de empreendimento determinado, que não tem personalidade
jurídica, mas deve ser levado a registro na junta comercial.
o Sociedade de Propósito Específico (SPE)
 Sociedade empresária com finalidade específica
 Obrigatória nas Parcerias-Público-Privada
 Contratos associativos
o Elementos principais
 Contratos de longa duração
 Foco no relacionamento entre as partes
 Interdependência entre as partes.8
o Papel central do contrato >> Dever de cooperação
 Contratos em rede
o Comprar um serviço da GOL por meio da Decolar.com
o Arranjos híbridos
 Elementos contratuais
 Contrato: a Decolar tem um contrato com a GOL que a autoriza a
emitir bilhetes em seu nome para voar.
 Elementos societários

Desconsideração da personalidade jurídica


terça-feira, 19 de maio de 2015
08:20
 Excepcionalmente, é desconsiderado o princípio da separação dos patrimônios,
para que o patrimônio dos sócios possa ser "atacado".
 Fundamentos
o Formulação subjetiva
 Abuso
 Fraude
 >>> É a base da teoria, mas é muito difícil de ser verificada na prática.
Por essa razão, a desconsideração também é encarada de forma
objetiva, para facilitar a aplicação.
o Formulação objetiva
 Confusão patrimonial >> Quando o sócio utiliza os bens da empresa
para fins particulares.
 A confusão é mais estrita do que o abuso ou fraude. Presume-se a
o abuso quando há confusão, e então aplica-se o instituto da
desconsideração.
 É possível que, ao contrário, a pessoa jurídica responda pela dívida dos sócios? Sim,
na mesma lógica dos fundamentos acima, comprovado o abuso ou fraude.
 Base normativa >> Art. 50 do CC
o Abuso da personalidade jurídica
 Caracterizado pela: desvio de finalidade ou confusão patrimonial
 Aplicada de maneira excepcional e forma episódica >> É efeito em juízo,
mas as atividades da empresa continuam correndo como se nada
tivesse acontecido.
 Ataca o patrimônio dos sócios ou administradores
o Historicamente, a desconsideração vem sendo feita sem base normativa, uma
vez que o dispositivo só entrou no CC de 2002, sendo aplicado antes.
 Aplicação da teoria em terrenos específicos
o Direito do Consumidor
 CDC >> Da Descconsideração da Personalidade Jurídicca
 Art. 28, caput
 Abuso de direito
 Afinidade com o que já é decidido pela doutrina
 Excesso de poder, infração da lei, fato/ato ilícito, ou
violação dos estatutos ou contrato social
 Ampliação do instituto!
 Nessas hipóteses, já há a responsabilização direta,
não sendo necessário desconsiderar a PJ.
 Má administração que gere falência, estado de insolvência,
encerramento ou inatividade da pessoa jurídica.
 Art. 28, §5º
 A personalidade também pode ser desconsiderada sempre
que a sua personalidade for, de alguma forma, obstáculo ao
ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores.
 Liberou geral? Poderia ser, mas o parágrafo tem que ser
encarado dentro do artigo.
 Diferenciação de termos
 Teoria maior >> Acepção clássica da PJ
 Desconsideração só acontece em caso de abuso ou de
fraude
 Teoria menor
 O lesado não precisa provar ou alegar abuso ou fraude,
basta que a autonomia seja um obstáculo para o
ressarcimento.
o Leis de Defesa da Concorrência
 Infração à ordem econômica (art. 34, lei 12.529/2011)
 A desconsideração pode ocorrer nas mesmas hipóteses do art. 28,
caput
o Leis de defesa do meio-ambiente
 Lesão ao meio-ambiente (art. 4º da lei 9.605/1998)
 Mesma hipótese do art. 28, §5º
o Consolidação das Leis do Trabalho (CLT)
 Art. 2º, §2º
 Sempre que as duas ou mais empresas tiverem sob direção de
outra, cada uma delas é, para efeitos da relação de emprego,
serão cada uma delas solidariamente responsáveis uma pela
outra.
 Parte da doutrina considera que isso é uma
desconsideração. Contudo, parece ser mais uma obrigação
solidária.
 Jurisprudência do TRT, 2ª região >> A desconsideração da
personalidade, no Direito do Trabalho, está fundada na teoria menor,
com base no CDC, segundo a qual não é necessário haver prova de
abuso da personalidade ou mesmo fraude para que se busque a
satisfação do crédito no patrimônio dos sócios".
 STJ: teoria menor independe da existência de desvio de finalidade ou de
confusão patrimonial, bastando a caracterização da dificuldade de
reparação dos prejuízos.

Sociedade limitada: natureza e constituição


quinta-feira, 21 de maio de 2015
08:28
 História
o Alemanha (1892)
 O Direito societário surge com as sociedades anônimas, na época das
Grandes Navegações. (Séc XV)
 Pressão dos pequenos e médios empresários, para simplificação das
S/A. França e Portugal adotaram alguns tipos de anônimas que fossem
menos complexas.
o Brasil (1919)
 Criado por decreto.
 Natureza jurídica
o Contratual, sempre
 Diferente das Sociedades Anônimas
o Não necessariamente a sociedade limitada é sempre de pessoas
(personalista), podendo ser "de capitais" (capitalista).
 De pessoas: a figura do sócio é mais importante do que o capital. Na
sociedade de capital a lógica é inversa.
o Contrato social >> Cláusula sobre venda da contas irá definir se a sociedade é
de pessoas ou não.
 Em caso de omissão, a sociedade é de pessoas (Art. 1.057)
 A cláusula vai definir uma maior ou menor liberdade. Se o contrato
definir que, para que uma pessoa venda cotas, ela precisa da
autorização dos outros cotistas, então é uma sociedade de pessoas >>
Valorização das pessoas
 Do contrário, tem-se a ideia de que o capital é mais importante,
uma vez que os sócios podem ser trocados.
 Legislação aplicável
o CC, art. 1.053
 Na omissão do capítulo, as sociedades limitadas regem-se pelas
sociedades simples. Supletivamente, o contrato social pode definir que
a sociedade será regida pelas regras da sociedade anônima.
o Legislação supletiva
 Sociedade simples (CC, arts. 997 e ss.)
 Sociedade anônima (Lei nº 6.404/76)
 Constituição
o Natureza contratual
 Contrato plurilateral
 Contrato-organização
 Parecido com o perfil corporativo do Asquini.
 Capital suscrito é a promessa do capital a integralizar no contrato
social. Por outro lado, o capital integralizado refere-se aquele
efetivado.
 O que acontece se alguém não integralizar o que
subscreveu? A sociedade (PJ) é legitimada para executar o
contrato.
 Calixto Salomão Filho definiu o contrato-organização como esse
fenômeno que gera obrigações da PJ para os sócios, para
terceiros, etc.
o Particularidades
 O contrato dá origem a um novo sujeito de direito, a pessoa jurídica
 O contrato gera direitos e obrigações entre os sócios e entre a pessoa
jurídica sociedade..
 Interesses convergentes no momento da assinatura, ao contrário de
outros tipos contratuais, que são pontos de equilíbrio entre interesses
divergentes.
o Requisitos de validade
 Agente capaz, objeto lícito e forma prescrita ou não defesa em lei
(requisitos específicos para os negócios jurídicos em geral)
 Contribuição dos sócios
 Pode ser feita de duas formas: dinheiro ou bens.
 Distribuição de resultados
 Resultado = em geral é o lucro.
 O que é feito com o lucro? Pode ser dividido pelos sócios ou
reinvestido na sociedade.
 O contrato pode deixar omisso o que será feito com o
resultado, apenas dizendo que a distribuição será
semestral, por exemplo
 Regras supletivas
 Nas S/A, pelo menos 50% dos resultados deve ser
distribuído dos sócios. Se o contrato especificar, pelo
menos uma parcela deve ser distribuída
 Por que há essa disposição? Sendo uma
sociedade de capitais, o acionista não está tão
interessado no business da empresa; ele quer o
retorno do seu investimento.
 Nas simples, o contrato pode determinar que 100%
do resultado seja reinvestido, sem distribuição.
 Então, a omissão do contrato da limitada será
resolvida a depender das regras aplicadas
subsidiariamente.
o Cláusulas contratuais essenciais (art. 997)
 Qualificação completa dos sócios (nome, RG, estado civil, etc..)
 Denominação, objeto, sede e prazo
 Capital, etc... VER ARTIGO.
 Sociedade irregular
o Sinônimo, para efeitos práticos e consequências, das sociedades de fato e em
comum. (arts. 986 a 990)
 Sociedade que, na prática, não foi registrada.
o Mesmo irregular, os danos provocados ou limitações sociais, os sócios
respondem ilimitado e solidariamente.
 Como a sociedade não foi registrada, o credor ou prejudicado não pode
acionar a PJ.
 Não há a separação ou limitação do patrimônio.
 Alteração contratual
o Dependendo da matéria, o quórum de alteração contratual é diferente.
o O contrato social pode dispor de forma diferente, para aumentar o quórum,
protegendo assim o sócio minoritário.
o Regra geral
 Art. 1.076, I >> Sócios titulares de 75% do capital social
 O CC complicou essa parte, ao estabelecer diversas cláusulas esparsas
que não estavam previstas no antigo CC
o Designação do administrador não sócio (Art. 1.061)
 Se o capital for totalmente integralizado: 2/3 do quórum
 Se não, 100% do capital
o Destituição de administrador sócio (art. 1.063, §1º)
 2/3 dos sócios
o Expulsão extrajudicial de sócio minoritário
 50% do capital

Sociedade limitada: direitos, deveres e


responsabilidade dos sócios
terça-feira, 26 de maio de 2015
08:23
 A principal obrigação do sócio é integralizar o capital subscrito
o O sócio que não integraliza após a data prometida é chamado de sócio
remisso
 Se ele prometeu integralizar em um ano, ele só é remisso se, após esse
prazo, não houver cumprido a obrigação
o Consequência
 O resto da sociedade pode cobrar dele (executar o contrato) ou
expulsá-lo
 Os outros sócios respondem solidariamente pelo capital não
integralizado
 Responsabilidade pelas obrigações contraídas pela sociedade
o Art. 1.052 >> Responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor das suas
quotas
 Mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital
social.
 Diferente das S/A, que respondem limitadamente ao valor
da sua ação, mas não são solidários pela integralização do
capital social
o Art. 1.080 >> As deliberações infringentes do contrato ou da lei tornam
ilimitada a responsabilidade dos que expressamente as aprovaram.
 Não é desconsideração da personalidade jurídica, pois não houve abuso
ou fraude.
 No caso do artigo, o sócio está infringindo a lei ou o contrato, fazendo
com que o sócio respondam com o seu patrimônio pessoal
 Expulsão do sócio
o Casos
 Como sanção
 Descumprimento de deveres de sócio
 A principal obrigação é para integralizar o capital social
 Descumprimento do dever de lealdade, provada a culpa.
 Não-sancionadora
 Decretação de falência
 Sócio pessoa física que se torna insolvente ou pessoa
jurídica que decrete falência
 Liquidação das quotas a pedido do credor
 Incapacidade superveniente
o Regra geral >> Dissolução parcial da sociedade
 Se o sócio expulso representasse 1/4 do capital, então a sociedade
permanecerá com 3/4 do capital social
 O contrato social pode dispor de forma diferente
 Direitos dos sócios
o Participação nos resultados sociais
 As regras das sociedades limitadas é a autonomia da vontade
(contrato), assim a sociedade pode estabelecer regras das participacões
em um acordo à parte, que não precisa ser registrado >> Acordo de
quotista
 Em caso de omissão do contrato social que não estabeleça as regras das
participações:
 Se for aplicada subsidiariamente a regra das sociedades
anônimas, então a distribuição mínima de 50% do lucro
 O contrato deve expressamente prever que as regras das
S/A serão aplicadas subsidiariamente.
 A regra das sociedades simples também é omissa.
o Participação nas deliberações sociais
 Não sou todas as decisões que exigem formalidades, apenas algumas
pré-definidas no CC
 Aprovação das contas dos administradores
 Designação dos administradores
 Modificação do contrato social, etc.
 Nas deliberações das limitadas que tiverem mais de 10 sócios, deverá
ser feita por meio de assembleia (notificação prévia, em jornal de
grande circulação, presença física de todos os sócios, etc, etc)
 As reuniões são mais simples, podendo ser inclusive por e-mail.
 De qualquer forma, as assembleias e as reuniões devem ser
registradas na Junta comercial
 Quórum de deliberação
 Unanimidade do capital social: designação de administrador não-
sócio
 3/4 do capita social: alteração do contrato social
 2/3: destituição do administrador sócio nomeado
 50% +1 (maioria simples): destituição de demais administradores
 50%+1 dos presentes: aprovação das contas e demais assuntos.
o Fiscalização da administração
 Livros, prestação de contas, etc...
 Outras formas de fiscalização? A cláusula do CC só fala das duas acima,
salvo se o contrato especificar outras formas de fiscalização
o Direito de retirada e de preferência
 Direito de preferência
 Em caso de aumento do capital social, cada um tem o direito de
preferência de, proporcionalmente às suas cotas anteriores,
subscrever parte de aumento.
 Exercer o direito de preferência é outra história.
 Direito de retirada
 Prerrogativa do sócio de largar a sociedade, unilateralmente, sem
negociar as cotas para outro sócio.
 Perigoso porque a sociedade perde parte do seu capital.
 Três situações
 Limitadas por prazo indeterminado >> Direito de retirada
imotivado
 Único caso em que é possível a saída sem motivo
 Limitadas por prazo determinado >> Retirada motivada
 Limitadas com regência supletiva da Lei das S/A,
independentemente do prazo. >> Direito de retirada
motivado.

Sociedade limitada: administração e dissolução


quinta-feira, 28 de maio de 2015
08:25
 Administradores
o Nomeação
 Quando feita no contrato social: 3/4 do capital
 Quando feita em ato separado
 Administrador sócio: mais da metade do capital
 Administrador não-sócio: 2/3 do capital, se totalmente
integralizado e 100%,se capital não foi totalmente integralizado.
o Destituição
 Quando constante no contrato social:
 Administrador sócio: 2/3
 Administrador não-sócio: 3/4
 Quando constante em ato separado: mais da metade do capital
o Representação da sociedade
 Natureza da representação: Parte da doutrina vai dizer que o
administrador não representa a sociedade, mas a "presenta", pois, por
meio dela, ela se faz presente.
 Como a sociedade assina? Pelo seu administrador
 Fábio Ulhoa discorda dessa distinção.
 Por essa razão, o administrador não pode ser destituído com
tanta facilidade
 Teoria "ultra-vires"??
 Art. 1.015, parágrafo único: O excesso por parte dos
administradores somente pode ser oposto a terceiros se
acontecer pelo menos uma das seguintes hipóteses: III - tratando-
se de operação evidentemente estranha aos negócios da
sociedade.
 Opor excesso: a sociedade diz que não vai cumprir as
obrigações assumidas pelo administrador.
 O inciso III é um resquício da teoria no ordenamento
jurídico. >> Objetos evidentemente estranha aos negócios,
que o terceiro de certa forma teria condições de saber.
 Atos praticados além dos poderes originalmente definidos -->
Nesse caso, responsabiliza-se o administrador, não a sociedade.
 Os atos praticados fora do objeto social são nulos, segundo
a teoria do Ultra Vires
 Isso causa um problema, por causa do terceiro de boa-fé.
 Condições de representação
 O contrato social pode limitar ou vedar certos atos dos
administradores.
 Dissolução
o No sentido amplo, diz respeito ao procedimento de extinção da pessoa
jurídica, com três fases:
 Dissolução (em sentido estrito)
 Causas da dissolução
 Vontade dos sócios
 Decurso do prazo (se prazo determinado)
 Falência
 Unipessoalidade >> Por alguma razão, sobra apenas um
sócio, que pode
 Converte-se em uma EIRELI
 Chamar outro sócio
 Extinguir-se
 Extinção da autorização para funcionamento >> Para
algumas sociedades, como bancos e seguradores, precisam
de uma autorização
 A partir do estabelecimento da dissolução, é nomeado um
liquidante, um administrador que cuidará da sociedade durante o
procedimento.
 São exigidas Certidões Negativas de Débito para se encerrar uma
sociedade
 Liquidação
 Solução das pendências obrigacionais
 Realização do ativo (vender todo o ativo que não seja em espécie
e esteja no nome da PJ) e satisfação do passivo (pagamento das
dívidas)
 Pode-se realizar o ativo entregando-o a sócios? Na prática
não, salvo se o saldo é visivelmente positivo. Risco de se
configurar fraude contra credores
 Nome empresarial adicionado de "em liquidação".
 Partilha
 Saldo após a liquidação positivo: partilha entre os sócios na
proporção das suas cotas
 Saldo após a liquidação negativo: pedido de falência.
 Dissolução parcial
o É diferente de substituir o dono das cotas (negociar as cotas), porque a
sociedade tem que necessariamente ficar menor.
o Unipessoalidade temporária
 6 meses para o novo sócio ou
 Transformação em novo tipo societário
o Causas da dissolução parcial
 Expulsão
 Sócio remisso, por exemplo. Se o sócio remisso integralizou
alguma coisa, ele tem direito à reembolso proporcional
 Retirada motivada/imotivada
 Imotivada só em sociedades subsidiariamente regidas pelas
regras das sociedades simples, com prazo indeterminado.
 Falecimento de sócio
o Como descobrir quanto a empresa vale?
 Apuração de haveres, como uma dissolução total, para descobrir
quanto vale a cota do sócio que está saindo.
 Simulação da dissolução total para definir valor do reembolso.
o Princípio da preservação da empresa
 A jurisprudência brasileira, em nome desse princípio, diz que, se um dos
sócios, menos minoritários, quiserem continuar jogando, ele pode.
 Isso significa que, mesmo que todos os sócios quiserem sair
menos um, mesmo com a maioria do capital, não é possível
encerrar a sociedade.
 Em respeito aos consumidores, aos funcionários, etcc.

Sociedade anônima: natureza e constituição


terça-feira, 2 de junho de 2015
08:05
 Noções preliminares
o Características:
 Responsabilidade até o limite do preço de emissão das ações
 Diferente das limitadas, em que os cotistas respondem
solidariamente pela integralização do capital social
 Capital dividido em "ações" --> Liquidez
 Facilidade de circular o capital, pois ele que é o importante, não a
pessoa que está por trás do dinheiro
 Acionista
o Legislação específica
 Lei nº 6.404/1976 --> Lei das Sociedades Anônimas
 Normas da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), para as sociedades
abertas.
o Natureza
 Sociedade de capitais, sempre
 Diferente das limitadas, que podem ser de pessoas ou de capitais
 As S/A têm natureza sempre mercantil, de modo que o registro é
sempre na Junta Comercial (sempre há elemento de empresa)
 Institucional
 Isso significa que muitas normas são congentes, que não podem
ser afastadas pelas partes.
 Estatuto social
 Contraposto à natureza contratual das limitadas.
 Tipos de sociedades anônimas
o De capital aberto
 As ações são vendidas na Bolsa de Valores, regradas pela CVM
 Mercado de capitais
 Mercado de capitais primário --> Aquele que diz respeito à
subscrição da sociedade
 A subscrição pode acontecer no momento da constituição
ou no aumento do capital social
 A relevância prática está no Direito de Preferência, que só
ocorre no mercado de capitais primário.
 Mercado de capitais secundário --> Compra e venda de ações
 É o que acontece na bolsa de valores.
 Bolsa de Valores
 Pessoa jurídica de direito privado que organiza o "pregão"
 BOVESPA >> Principal bolsa de valores no Brasil >>
Sociedade Anônima de Capital aberto
 É possível, então, comprar ações da BOVESPA na
BOVESPA.
o De capital fechado
 Registradas na Junta Comercial
 Valor da ação --> Quanto vale a ação?
o Preço de emissão
 Ato da subscrição --> No ato da criação da Sociedade Anônima
 Valor nominal é outro fator que determina o preço
o Valor de negociação
 Valor da ação na bolsa de valores (no caso das abertas) ou, mais
abertamente, um acordo de vontades entre vendedor e comprador.
 Valor econônico --> Outro fatorr definido pelo Fábio Ulhôa
 Um cálculo mais técnico para saber o quanto a ação realmente
vale. Diferentemente do valor de negociação, que é bem mais
emocional, dependendo do contexto.
o Valor patrimonial
 Não é necessariamente o valor de negociação, mas a parcela do
patrimônio liquido.
 Exercício contábil
 Tipos de ações
o Ordinárias
 Direitos ordinários
 Não há vantagens, tampouco restrições >> Todas são iguais, variando
apenas o quanto de ações o acionista tem
o Preferenciais
 Atribuição de uma vantagem, geralmente acompanhada de uma
restrição
 Por exemplo, eles podem receber primeiro ou receber um mínimo de
de garantia.
 A restrição geralmente refere-se à política societária, ou seja,
direito a voto.
 Polêmica na doutrina: se as ações preferenciais devem ser
necessariamente acompanhadas de uma restrição e vantagem, ou se
poderia ter só uma das duas.
 Na prática, elas são acompanhadas de restrição e vantagem.
 Estão em desuso hoje em dia
 Foram muito utilizadas na capitalização da empresa, para
agregar mais dinheiro à sociedade, como forma de
incentivo.
 Constituição
o Requisitos preliminares
 Subscrição, pelo menos por 2 pessoas (físicas ou jurídicas), de todas as
ações do capital
 Realização, como entrada, de 10% no mínimo em dinheiro.
 Dinheiro líquido, não bens!
 Integralização de capital mínimo
 Depósito de parte do capital em dinheiro.
o Subscrição pública ->> Para as abertas
 Registro no CVM
 Colocação das ações junto aos investidores
 Assembleia de fundação
o Livros societários
 Obrigações de ter mais livros do que as limitadas.
 Livro de Registro de Ações e de Troca de Ações
 Diferentemente das sociedades limitadas, em que as alterações
na composição societária são registradas na Junta Comercial
 Esses livros societários ficam na sede da empresa.
 Os livros estão definidos no art. 100 da lei. Podem chegar a 13 livros,
podendo variar em torno de 5 ou 6.
o Na denominação social, deve haver o termo "Companhia", "CIA." ou "S/A".
Sociedade anônima: órgãos societários e
administração
terça-feira, 9 de junho de 2015
08:23
 Aimo
 Introdução (Órgãos principais, definidos em lei)
o Assembleia geral
o Conselho de administração
o Diretoria
o Conselho fiscal
 Teorias (VER COM AMAURI!!!)
o Teoria
 Classificação
o Órgãos divisíveis
 A manifestação pode ser feita pelo colegiado ou individualmente
 Ex.: Diretoria (o estatuto pode prever a indivisibilidade, no entanto) e
Conselho Fiscal
o Órgãos indivisíveis
 Todas as manifestações devem ser feitas de modo colegiado
 Assembleia geral e Conselho de administração
 Órgãos
o Assembleia Geral
 É o órgão deliberativo máximo da sociedade anônima, podendo
discutir, votar e deliberar sobre qualquer assunto do interessante
social
 Pontes de Miranda: funciona como um Parlamento
 Anacrônica: Decisões sensitárias, de modo que a comparação
não é tão precisa
 Importância: desenvolvimento e dinâmica social varia de acordo com
o tipo de controle exercido:
 Totalitário: todas ou quase todas as ações pertecem a um grupo
único de pessoas
 A Assembleia perde um pouco a sua importância, tendo
caráter apenas formal
 Majoritário: Alguém tem o 50%+1 do capital votante.
 Aumenta a importância da assembleia, uma vez que há
uma série de proteções ao sócio minoritário.
 Há mais debate e discussão.
 Minoritário: não há nenhum sócio com a maioria do capital
social
 A assembleia tem importância máxima.
 Competência privativa (Art. 122)
 Só a assembleia pode deliberar esses temas, devem ser tratados
por ela, obrigatoriamente, sob pena de nulidade.
 Reforma do estatuto social, eleição e destituição da diretoria
(na ausência do conselho de administração), do conselho de
administração e do conselho fiscal.
 Julgamento da prestação de contas e demonstrações
financeiras anuais
 Autorização para emissão de debêntures (emissão de títulos em
que o proprietário se torna credor da sociedade) e partes
beneficiárias;
 Suspensão dos direitos dos acionistas
 Espécies
 Assembleia Geral Ordinária: realiza-se uma vez por ano, nos
quatro meses seguintes ao término do exercício social.
 Como diferenciar? Competência:
 julgamento de contas dos administradores, votação
das demonstrações financeiras e deliberação
destinação do lucro líquido do exercício e
distribuição de dividendos
 Assembleia Geral Extraordinária: realiza-se a qualquer tempo e
sua competência irrestrita
 Quem convoca a assembleia?
 Geralmente, pelo Conselho de administração.
 Inexistindo o conselho, algum diretor pode convocá-la.
 Excepcionalmente:
 Assembleia geral
 Pela regra de que a assembleia é soberana, ela pode
"deixar marcada" a próxima assembleia.
 Conselho fiscal: inércia ou motivo grave
 Acionista
 Há uma série de requisitos definidos em lei para
que ele convoque, mas em tese é possível.
 Os empecilhos seriam para evitar que se convoque
sempre assembleias.
 Como é convocada a assembleia?
 Ato formal!
 Sob pena de nulidade, a publicação de anúncio, por no mínimo
três vezes, em veículos mencionados na lei
 Devem constar, obrigatoriamente: Local, data, hora e ordem do
dia (pauta) >> Não se pode pegar o acionista de surpresa
 Se não tiver a ordem do dia, não pode ser deliberado.
 Quórum
 Instalação >> Para existir a assembleia
 Primeira convocação: 1/4 do capital social com direito a
voto
 Se a ordem do dia contemplar alteração do capital
social, deve ser 2/3
 Segunda convocação: qualquer número, independente da
matéria
 A segunda convocação é marcada com algumas
horas de diferença da primeira convocação, para
proteger o sócio minoritário
 Deliberação
 Regra geral: maioria absoluta dos votos (presentes!!),
excluídos os em branco, tendo como base de cômputo a
quantidade de votos manifestados pelos acionistas
presentes, independentemente, do quanto representem
em relação ao capital social votante.
 Quórum qulificado: Para os temas mais sensíveis, é
necessário mais da metade do capital social votante
 Criação de ações preferenciais
 Redução de dividendo obrigatório
 Fusão, cisão, incorporação
 Mudança de objeto social
 Quórum estatutário: SA que não tenha ação negociada no
mercado de valores mobiliários
 O estatuto determina qual é o quórum qualificado,
nunca previsto menor do que o legal
 Quórum de unanimidade: cisão desproporcional
 Cisão desproporcional: na divisão da sociedade,
algum sócio irá ficar com menos do que a sua
parcela original
 Tem com base todo o capital social, não apenas o
votante: todos os sócios devem concordar, mesmo
aqueles sem direito à voto.
 Legitimação e representação
 A assembleia gera é uma reunião privada: a ela só podem ter
acesso o acionista (ou seu procurador) e seu advogado.
 Podem ser convocados membros de outros órgãos para
esclarecimento
 Estando em funcionamento o conselho fiscal, pelo menos um de
seus membros devem estar presente.
 Procedimento e ata
 A direção da assembleia cabe à mesa, constituída na forma do
estatuto social
 Há a necessidade de ata (pode sumária) que deve retratar todas
as intervenções e deliberações havidas na assembleia, ser
inscrita em livro próprio e arquivada na Junta Comercial
 Publicação: obrigatória para a AGO e para a AGE apenas nas
hipóteses listadas na lei
 Importância da publicação: validade em relação a
terceiros e início do prazo prescricional
o Conselho de administração
 Função principal: agilizar o processo decisório no interior da
companhia.
 Competência: podem deliberar sobre qualquer tema, desde que não
seja competência privativa da assembleia gera
 Composto por no mínimo três sócios (número ímpar e plural), pessoas
naturais, eleitos pela assembleia geral.
 É facultativo
 Obrigatório apenas em:
 Companhias abertas
 Sociedades de economia mista (questões de interesse
público)
 Sociedades com capital autorizado
 No limite até 10%, o conselho está autorizado a
aumentar o capital da empresa.
 Modalidades de votação (relevante para o direito do sócio
minoritário)
 Eleição pode ser:
 Majoritária: chapa ou individual
 O sócio majoritário faz a maioria, de modo que é
muito difícil que o minoritário eleja alguém
 Proporcional: candidatos isolados e a eleição é do cargo
como um todo.
 São eleitos os mais votados
 Voto múltiplo: multiplica-se o número de ações pelo
número de cargos.
 Requisitos:
 Mínimo do capital votante
 Solicitação no mínimo 48 horas antes da
assembleia
 Eleição do órgão como um todo
 Eleição em separado: Um membro do conselho de
administração é eleito sem a participação do acionista
controlador
 Requisitos
 Companhia aberta
 Mínimo de capital votante (15% do capital)
 Quando forem exercidos os direitos de voto múltiplo e
voto em separado, ao controlador é resguardado o direito
de eleger a maioria (ou seja, a maioria dos cargos é eleita
pelo voto majoritário
 Mandato e interrupção
 Mandato fixo no estatuto. Máximo de três anos
 Substituição (quando um dos sócios falece, o suplente assume)
X Destituição (a assembleia perdeu a confiança da assembleia
geral)
 Se a destituição for por voto motivado, o sócio não pode
ser eleito novamente.
 Por não ser sanção, não é necessário garantir a ampla
defesa e o contraditório.
 Quando houver destituição de eleito por voto múltiplo:
necessidade de destituição de todo o conselho.
 Na nova eleição, para que ocorra o voto múltiplo, deve-se
cumprir todos os requisitos de novo.
 Hipótese não abarca o voto em separado.
o Diretoria
 Órgão executivo da companhia: manifesta a vontade da pessoa
jurídica
 Competência privativa: representação legal da companhia
 Composto por, no mínimo, duas pessoas naturais - que podem não
ser acionistas - eleitas pelo conselho de Administração (ou AG, se não
houver)
o Conselho fiscal
 Órgão de existência obrigatória (existe independente de votação),
mas de funcionamento facultativo (ele fica em repouso até ser
solicitado).
 Obrigatório em:
 Sociedades de economia mista
 Quando houver previsão no estatuto
 Órgão de assessoramento da assembleia, em matérias atinentes à
regularidade dos atos de administração da companhia.
 Composição: no mínimo três e no máximo 5 titulares
 Observados:
 O membro
 Administração da companhia
o Sistemas - Doutrinária
 Sistema monista: o controle é feito por um único órgão
 Sistema dualista: a decisão e controle é feito por dois órgãos
o Sistema brasileiro: misto (depende se existe ou não o controle de
administração)
o Administradores
 Membros da diretoria ou do conselho de administração
 Requisitos
 Pessoas naturais
 Residentes no Brasil, salvo com procuração
 Impedimentos
 Impedidas por lei especial (juízes, por exemplo)
 Condenada pela prática de determinados crimes ou que cumpra
pena que veda acesso a cargos, ffunções ou empregos públicos
 Se aberta, quando a CVM impôs pena que impede o exercício de
cargo do administrador.
 Que ocupe cargos em empresa concorrentes ou com interesses
conflitantes, salvo com expressa anuência da assembleia
 Remuneração
 Fixada pela assembleia, tendo o mercado como baliza.
 Questões éticas? Qual é a autonomia de fixação, no caso de
ingerência das companhias, em que os administradores
recebam acima da média?
 Regime jurídico do diretor
o Trabalhista ou estatutário?
 Aplica-se a CLT ou as regras próprias do estatuto?
o Como a Justiça do Trabalho reconhece isso?
 Contrato realidade: não importa o que está escrito, mas o que de fato
é. >> Deve-se olhar caso a caso.
 Se for cumprido os requisitos do Art. 3º da CLT, não importa o resto, é
um empregado da empresa.
 Há autonomia do funcionário ou ele está subordinado a
alguém?
 Dependência física (obedecer ordens de alguém), não orgânica
(um diretor deve sempre estar subordinado à AG)
 Deveres dos administradores
o Rol exemplificativo
 Diligência
 Cumprimento das finalidades da empresa e lealdade
 Fins e interesse da companhia e função social da empresa
 Desvio de poderq
 Informação à companhia e ao mercado (no caso das companhias
abertas).
 Full disclosure: informação de fato relevante (economia
popular)
 Zelar do cuidado do mercado, uma vez que ele vive de
informações. Quanto mais transparente, melhor.
 Fato relevante: qualquer informação que vá interferir na
escolha de alguém comprar ou não a ações da companhia.
 Insider trading: sanções civis, administrativas e penais.
 Responsabilidade civil do administradores: (Art. 158)
 Responde subjetivamente, no caso do inciso I
 Inciso II - Responsabilidade subjetiva, com
presunção de culpa (inversão do ônus), no caso de
violação da lei ou estatuto
 Para um parte menor da doutrina,
responsabilidade objetiva.
o Apuração e efetivação da responsabilidade
 Autorização da assembleia como condição de procedibilidade
 Não é interessante tornar público algumas ingerências dos
administradores, para não comprometer outros negócios
 Substituição processual: reclamar na justiça, em nome próprio, direito
alheio
 Derivada: inércia por mais de três meses.
 Um sócio pode entrar, representando a assembleia.
 Originária: a assembleia deliberou que não iria entrar na justiça.
 Mas os titulares de 5% do capital social podem entrar em
nome da assembleia.
 Responsabilidade solidária
 Forma de autoregulação das empresas.
 Prevista em lei: Art. 158, §§
 §2º (companhias fechadas)Administradores
solidariamente responsáveis pelos prejuízos causados em
virtude do não cumprimento de deveres impostos por lei
para assegurar o funcionalmento normal da companhia,
ainda que, pelo estatuto, tais deveres não caibam a todos
os eles
 Salvo se ele se resguardou em deliberação, fazendo
ressalvas.
 Nas companhias abertas, a responsabilidade de que trata
o §2º ficará restrita, aos administradores que, por
disposição do estatuto, tenham atribuição específica para
dar cumprimento àqueles deveres
 Exclui aqueles administradores que não tem nada a
ver.

Sociedade anônima: relações de poder entre os


acionistas
quinta-feira, 11 de junho de 2015
08:23
 Empreendedores x Investidores
o Empreendedor: Aquele que vai brigar pelo investimento da empresa, do
objeto social, do elemento de empresa.
o Investidor: um fornecedor do dinheiro, capitalizador
 Rendeiro
 Especulador
 Controlador x Minoria
o Capacidade de exercer influência nas decisões da empresa, não diz respeito
ao capital social.
o Necessariamente o controlador é um empreendedor.
o Acionista controlador (Art. 116)
 Requisitos
 Maioria dos votos nas deliberações da Assembleia Geral
 Permanência
 Efetivamente usar a maioria >> ter a maioria e querer ser a
maioria
 Forma de controle
 Totalitário: o acionista tem quase a totalidade do capital votante
 Majoritário: 50% + 1 do capital votante
 Minoritário: o controle é exercido por quem tem menos de 50%
do capital votante
 Gerencial: quanto mais pulverizada o controle da empresa, maior
poder para o administrador.
 Não é muito comum no Brasil
 Externo: exercido por alguém que não é acionista, mas ainda
assim exerce muita influência na empresa. >> stakeholders
 Ex.: Banco que realizou alto empréstimo à sociedade.
 Mecanismo de organização do poder de controle
o Ação sem direito à voto
 Preferenciais sem direito à voto - Até 50% das ações emitidas no
momento da abertura das ações.
 Não necessariamente a ação preferencial será mais barata ou terá
o mesmo preço das ordinárias. Ela pode ser vendida mais cara,
assim, serão necessárias menos parcelas das ações ordinárias
(votantes) para adquirir a maioria
 Por exemplo: alguém pode ter o controle com apenas 25% do capital
social, contanto que tenha a maioria do capital votante. É possível
quando temos ações preferenciais sem direito à voto.
 O que importa é ter a maioria do capital social!
o Sociedade Holding
 Sociedade "no topo da pirâmide" >> Ela controla uma sociedade, que
controla outra, que controla outra, etc...
o Acordo de acionistas
 Responsabilidade do controlador
o Normalmente, as obrigações do acionista controlado são as mesmas dos
outros acionistas.
o Contudo, o acionista controlador responde por seus ilícitos e
irresponsabilidades de forma diferenciada.
 Alienação do poder de controle
o Pelo fato de ter poder de controle, essas ações serão mais caras no mercado
>> Prêmio de controle
 As ações que exercem o controle terão o maior valor de negociação do
que as outras
o Socialização do poder controle
 Art. 254-A >> "Tag along right" >> Na venda das ações de controle, os
minoritários têm o direito de vender as suas ações por, pelo menos,
80% do valor das ações de controle
 O comprador está ciente dessa regra, de forma que isso irá influenciar
no preço que oferecerá ao controlador. >> Ele é obrigado a se oferecer
para comprar as ações minoritárias.
 A alienação parcial, no entanto, não dá direito ao tag along, a princípio,
salvo se houver mudança de controle da companhia.
 Direitos essenciais dos acionistas
o Não podem ser suprimidos pelo estatuto pela assembleia
 Participação no acertvo
 Ocorre na fase de liquidação, após a realização do ativo e
satisfação do passivo.
 Regra geral: valor patrimonial
 Exceção:
 Preferencialista, que pode ter estipulado uma participação
maior
 Transferência de bens (admitida pela assembleia geral e
observados os requisitos legais (90% das ações e não pode
haver prejuízo dos minoritários)
 Fiscalização da administração
 Instrumentos estabelecidos em lei: funcionamento do conselho
fiscal, acesso aos livros societários, prestação de contas anuais
dos administradores, votação das demonstrações financeiras,
auditoria independente (empresa à parte que vá auditar, para
capital aberto e fechado de grande porte)
 A lei só dá direito a esses instrumentos; se não, qualquer acionista
poderia pentelhar os administradores
 Direito de preferência
 Direito essencial de preferência na subscrição de novas ações
 Não quando um dos acionistas quer vender suas ações.
 Valor preservado: manutenção de sua posição acionária
 Se estende à:
 Partes beneficiárias conversíveis em ações;
 Debêntures conversíveis em ações;
 Bônus de subscrição;
 Exceções
 Ações destinadas ao cumprimento de Opção de Compra >>
Contraprestação de um objetivo alcançado por um terceiro
 São subscritas novas ações quando um terceiro
alcança determinado objetivo
 Companhia aberta, com capital autorizado (aumento de
10% sem precisar de autorização), quando as ações se
destinam a venda em bolsa, subscrição pública e permuta
em oferta de aquisição de poder de controle
 Incorporação
 Prazo decadencial: 30 dias (o estatuo pode prever um prazo
superior)
 Direito negociável, caso a companhia tenha ciência
 Não exercido o direito de preferência
 O acionista pode ter direito ao que sobrar,
proporcionalmente
 Se aberta, pode ser vendida na bolsa
 Se fechada, pode ser oferecida a terceiros.
 Direito de recesso
 Na limitada, a regra é que aquele que não queira mais participar
se retire da sociedade
 Não é estimulado que ele venda sua cota, uma vez que se
trata de uma sociedade de pessoas, comumente.
 Na anônima
 Há o incentivo para a venda da ação no mercado >>
alienação
 O direito de retirada (quando não há venda) só pode ser
exercido em hipóteses limitadas
 Por quê? Porque o direito de retirada é um
desenvestimento na sociedade
 Valor do reembolso
 Se a ação for vendida (não retirada), é pelo valor de
negociação.
 Na retirada, NÃO é o valor de negociação (os dois valores
podem ser completamente diferente).
 Valor econômico (maioria da doutrina)
 Complexa avaliação realizada pelos
especialistas, analisando o que a ação em tese
valeria, se fosse comprada por um economista
racional.
 Redação do Art. 45 leva a doutrina a defender
essa forma de valoração.
 Valor patrimonial da ação
 Balanço especial realizado pela companhia para
verificar o quanto vale aquela ação.
 Hipóteses de recesso (Art. 136 e 137)
 Direito de voto
 Premissa básica: uma ação, um voto. (Art. 110)
 O estatuto pode estabelecer uma limitação ao número de votos
de cada acionista
 É vedado atribuir voto plural para qualquer classe de ações (uma
ação, dois votos)
 Exceção: voto múltiplo
 O direito de voto não é absoluto
 Ações preferencciais
 Sócio remisso pode ter suspendido o seu direito de voto.
 Espécies de voto:
 Voto de vontade: o acionista manifesta sua opinião
 Pode ser negociada (acordo de acionista)
 Voto de verdade: há uma manifestação sobre a verdade de
determinado ato, não sobre a opinião
 "Tais contas estão corretas ou não?"
 Não pode ser negociado.
 Abuso do direito de voto (art. 115):
 Abusivo: aquele exercido com fim de prejudicar a
companhia X Voto conflitante: Decisões sobre suas contas
ou decisões que podem beneficiar determinado acionista
diretamente.
 A lei prevê apenas a anulação do voto conflitante
 Acordo de accionista (art. 118)
o Pode versar sobre qualquer tema, exceto a venda de votos
o Quando o acordo tratar sobre uma das seguintes matérias e desde que
arquivados na companhia, a lei dá algumas garantias
 Matérias
 Compra e venda de ações;
 Não pode vender para determinada pessoa
 Preferência para adquiri-as;
 Preferência na venda dada determinada pessoa
 Exercício do direito de voto
 Não pode ser negociado o voto de verdade
 Exercício do poder de controle
 Garantias
 A companhia está vinculada pelo acordo, de modo que não pode
dar eficácia à decisão que seja contrária ao acordo. Contudo, a
sociedade não pode substituir a vontade do contratante.
 Execução judicial do acordo
 É título executivo? Divergência na doutrina.
 Não (Barbl): faltaria a liquidez
 Sim (Fábio Ulhôa Coelha): desde que observado os
requisitos exigidos pelo CPC.
o Pode ser colocado um representante, para fazer a ligação entre os acionistas
acordantes e a companhia.
 Não pode substituir a vontade, não pode votar!
 Governança corporativa
o Maneira mais adequada de gerir os negócios
o Para o mercado de ações se desenvolver, ele deve estar baseado em
estruturas sólidas. >> Boas Práticas na Bolsa de Ações
o Novo Mercado Bovespa: série de requisitos administrativos que devem ser
observados para quem quiser operar no mercado.
 Vedação das ações sem direito a voto, existência obrigatória do
conselho de administração, publicação de remuneração dos
administradores
 Melhores ratings. Maior atratividade para os investidores.
o Prática nova, ainda está sendo estudada seus efeitos.

Infrações ao mercado de capitais


terça-feira, 16 de junho de 2015
08:29
 Bombom acadêmico: Caso Arcelor Brasil
o Na Europa existiam duas companhias grandes produtoras de aço, a Arcelor
S/A (controle disperso) e a Mittal Steel Company (controle pela família
Mittal), de origem indiana.
o No Brasil, a Arcelor atuava pela Arcelor Brasil, registrada segundo as leis
brasileiras
 Composição societária: Arcelor S/A (controlador) e outros acionistas
minoritários - Companhia aberta.
o Em janeiro de 2006, a Mittal fez uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) hostil
para comprar a Arcelor
 Janeiro de 2006: OPA 18 bilhões de euros; 28 euros por ação (Prêmio
de 27%
 A Arcelor se assustou, porque antes a OPA era comumente
oferecida a empresas menores, com risco de quebrar. Marco da
globalização: até as empresas maiores podem sofrer OPA
 Rivalidade entre as empresas: cultura diferente, rivalidade no
mercado. O Conselho de Administração desaconselhou os
acionistas à venda.
 Não teve a aderência a OPA.
 Maio de 2006: OPA 26 bilhões de euros; 38 euros por ações. (Prêmio
70% das ações)
 A Arcelor declina, mas começa a negociar.
 Junho de 2006: Memorando de Entendimento (MoU): Merger of Equals
 Prêmio 100% em relação ao que foi oferecido em janeiro de 2006.
 Não seria uma aquisição de controle, mas uma fusão de iguais.
 Julho de 2006
 A CVM pede esclarecimentos à Arcelor Brasil, sobre a
possibilidade de estender à OPA aos acionistas brasileiros.
 Divulgação de fato relevante pela Arcelor Brasil: a OPA não era
devida.
 A Mittal não tinha interesse em comprar o controle da
Arcelor Brasil, uma vez que ela já tinha o controle desta.
 Dúvida: a alteração do controle da empresa A, que é acionista
acionista controladora da sociedade B estende a OPA aos
acionistas minoritários da soc. B
o O drama
 O lado dos Sócios minoritários protegidos pela Lei das S/A e Estatuto de
Arcelor Brasil.
 O lado da Mittal:
 Não fora propriamente uma aquisição de controle, mas uma
fusão das duas empresas.
 Discussão sobre o Direito Internacional Privado: dúvidas sobre o
que seria aquisição de controle, diferente nos dois países
 Incompetência da CVM para aplicar o Estatuto.
 Obrigatoriedade da OPA no Brasil de uma aquisição societária que
aconteceu no exterior?
o Os acionistas minoritários ganharam no seu pleito o direito ao tag along na
CVM na primeira discussão
 Segunda discussão: qual era o valor que deveria ser pago aos acionistas
minoritários
 Janeiro de 2006: valor das ações da Arcelor Brasil: R$ 28
 Janeiro de 2007: proposta da Mittal: R$ 33
 CVM discorda do critério embasado nesse valor, que seria o
valor econômico.
 Definição da CVM: R$ 51
 Valor esperado pelo mercado e prêmio de 82%
 Pagamento final: R$ 49 reais
 A Mittal poderia ter judicializado a discussão, mas não
tiveram interesse em postergar mais o caso.
 Oferta Pública de Aquisição
o Oferta de compra de uma parte das ações, visando tomar controle da
companhia.
o Espécies
 Amigável: há a concordância da empresa alvo da aquisição, de modo
que esta está informada e de acordo.
 Hostil: a companhia não está de acordo, nem informada sobre a
compra.
 Conselho de Administração recomenda ou não a venda das ações
o Art. 254-A >> Tag along
 Quando houver alienação de controle da companhia aberta, a
compradora deverá estender a oferta para os outros acionistas
minoritários a uma oferta mínima de 80%
 Proteção ao acionista minoritários
 Fato relevante
o Qualquer decisão do acionista controlador, da assembleia geral ou dos órgãos
de administração que possa afetar de modo significativo o preço das ações na
bolsa de valores
o É preenchido um formulário que é divulgado no site da CVM
o Previsão normativa: IN CVM nº 358/2002
o Lógica: evitar a assimetria de informações, proteger os acionistas
minoritários, incentivar o investimento da bolsa de valores
 Suspensão das ações
o Caso a CVM julgue que as informações não estão sendo transmitidas de forma
correta, pode suspender a compra e a venda de ações que estão sendo
negociadas na Bolsa de valores.
 Lógica da CVM
o Xerife que controla o funcionamento do mercado de capitais
o Incentivo as investimentos para proteger os investidores e vice-versa.
o Vinculado ao Ministério da Fazenda, com estabilidade de dirigentes (mandato
de 5 anos não renováveis)

Criado com o Microsoft OneNote 2010


Um local para todas as anotações e informações

You might also like