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Na década de 1980 começam a aparecer os primeiros alunos com deficiência na

Universidade de Brasília. Esses alunos não conseguiam ter um bom desempenho

acadêmico e, por isso, não concluíam seus cursos. Percebeu-se que o problema não

poderia ser relacionada a deficiência deles mas, sim a falta de preparo do Universidade

em atender esse público. Isso fez com que em 1987 o Sistema de Orientação ao

Universitário (SOU), do Decanato de Graduação (DEG) da Universidade de Brasília

(UnB), elaborasse ações para que a questão dos estudantes com deficiência ganhasse

visibilidade e, assim, pudesse construir meios de eliminar as dificuldades e barreiras

existentes. No ano seguinte, o DEG edita a resolução DEG 04/1988, que cria uma

comissão que tem por objetivo apresentar propostas para solucionar os problemas dos

estudantes com deficiência. Ao término dos trabalhos, a comissão percebeu que as

tentativas anteriores não obtiveram resultados práticos e que a realidade se mantinha

inalterada.

Como objetivo de definir uma política de ensino especial para a UnB, em 1990 a

resolução DEG/CADE 017/1990 estabelecia que uma nova comissão deveria

apresentar, em 60 dias, um projeto concreto para atender as pessoas com necessidades

especiais. Essa comissão conclui que a política de ensino especial deveria ser

institucionalizada. Dentro dessa perspectiva a Diretoria de Desenvolvimento Social

(DDS) do Decanato de Assuntos Comunitários (DAC) propõe gerenciar as ações

voltadas ao atendimento das pessoas com deficiência na UnB. O projeto foi apresentado

à administração superior da Universidade, que o aprovou em 22 de outubro de 1999 por

meio do Ato da Reitoria 1.068/1999 com o nome de Programa de Apoio ao Portador de

Necessidades Especiais da UnB (PPNE), mas com vinculação direta à Vice-Reitoria. A

estrutura do Programa é constituída por grupos de trabalho que envolve setores

estratégicos da Universidade para a promoção do projeto de inclusão da UnB.


As atividades desenvolvidas pelo PPNE, que passou a ter o nome de Programa

de Apoio à Pessoa com Necessidades Especiais, visam propiciar e garantir condições

para o desenvolvimento acadêmico dos alunos com necessidades especiais por meio da

consolidação de uma rede de apoio da Universidade e da garantia de uma prática cidadã

na comunidade universitária. Os objetivos do PPNE estão escrito na Resolução do

CEPE/UnB nº 48 de 12/09/2003 e são:

• Propiciar e garantir a igualdade de condições para o desempenho acadêmico dos

portadores de necessidades especiais;

• Articular juntamente com a Faculdade de Educação da UnB a formação de

profissionais especializados em educação especial e apoiar o desenvolvimento de

pesquisa e trabalho nesta área;

• Socializar o acesso e a permanência dos alunos PNE’s na UnB, promovendo uma

política de boa convivência universitária, que favoreça a integração e a formação de

cidadãos plenos;

• Propor a eliminação de barreiras arquitetônicas no Campus Universitário;

• Orientar e apoiar os Colegiados de Curso na adequação curricular para atender às

especificações dos PNE’s e

• Orientar, informar e emitir parecer substanciado, visando análise e decisão dos

Órgãos Colegiados.

O PPNE orienta suas atividades pelo marco legal da Constituição Federal, da

Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência e da Lei de

Diretrizes e Bases da Educação. Na UnB, a Resolução do CEPE/UnB nº 48 de 12 de

setembro de 2003 dispõe sobre os direitos acadêmicos de alunos regulares de graduação

e pós-graduação, com necessidades especiais.


Desde sua criação, o PPNE sempre contou com a participação de seus usuários.

Foi através de alguns alunos com necessidades especiais que tinham dificuldade em se

desenvolver dentro do campus e nos seus cursos, que surgiu a ideia de constituir esse

programa. O primeiro coordenador do programa foi um estudante de direito que tinha

deficiência física e entre os grupos de trabalho que constituem o PPNE, o Grupo PNE -

Universitário é o responsável por trazer as demandas de ações para serem executadas.

Atualmente os usuários que procuram atendimento no PPNE são os alunos,

servidores e professores com necessidades especiais, pessoas que buscam conhecer o

tema da inclusão de pessoas com deficiências e entidades públicas e privadas que

querem promover ações inclusivas em seus ambientes.

O Programa tem como público-alvo, principalmente, pessoas com deficiência ou

necessidade educativa especial, como deficiência física, auditiva e visual, paralisia

cerebral, portadores de síndromes, dislexia, déficit de atenção e hiperatividade. Mas

também atente pessoas com necessidade especial temporária, tais como gestantes,

lactantes, pessoas com doenças contagiosas, com membros engessados, obesos,

pacientes em pós-operatório ou com eventual problema clínico, idosos, entre outros.

A identificação dos estudantes com necessidades especiais é realizada,

basicamente, de duas maneiras. A primeira acontece ainda no processo do vestibular. Os

candidatos que solicitam atendimento especial para realização da prova são mapeados e,

quando divulgada a lista de aprovados, verifica-se quais figuram na lista para que se

possa estabelecer o próximo contato. A segunda forma é via demanda espontânea, o

estudante que possui alguma deficiência que não foi informada durante o processo do

vestibular e ao entrar na universidade teve conhecimento do Programa, ou venho

transferido de outra universidade. O Cadastramento só é realizado mediante

manifestação de interesse do próprio estudante e mesmo assim, sua homologação só


será aceita quando apresentado o relatório médico e a partir do ingresso no programa o

estudante passa a ser acompanhado pela equipe.

O PPNE hoje tem cadastrados 66 estudantes com algum tipo de deficiência

sendo 34 com dislexia, TDA e TDAH, 12 com deficiência física, 9 deficiência auditiva,

9 deficiência visual e 2 com outros tipos de transtornos conforme gráfico apresentado a

seguir:

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