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direta e mediação)
Por outro lado, caso a negociação importe em uma convenção coletiva de trabalho,
a obrigatoriedade da participação do sindicato patronal se faz necessária no
processo de diálogo com os sindicatos dos empregados. A negociação coletiva,
como o meio mais nobre de composição dos conflitos coletivos de trabalho, ostenta
na sociedade um ambiente democrático, haja vista as próprias partes com suas
respectivas classes harmonizarem as suas próprias conveniências e interesses
antagônicos, sem o paternalismo do Estado, tudo por meio do diálogo social.
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Assim, conclui-se que a mediação é um meio flexível de solução dos conflitos em
que a escolha por um mediador é de confiança absoluta das partes, não se exigindo
que o terceiro seja tecnicamente habilitado. Contudo, o mediador só intermediará
até o limite acordado entre os sujeitos da negociação, isto é, o instituto da
mediação é o meio voluntário de composição dos conflitos cabendo às partes
decidirem se utilizam tal instituto ou não. Apesar de no processo de mediação
predominar a informalidade e a celeridade, o instituto, no Brasil, é pouco utilizado,
haja vista os sujeitos da negociação coletiva não terem confiança nas escolhas dos
mediadores, bem como o caráter oneroso no que concernem as despesas arcadas
pelas partes com o referido processo mediatório.
O ordenamento jurídico pátrio motiva o uso da mediação conforme o Artigo 8º, VI,
da Constituição Federal e o Artigo 616, § 1º, da Consolidação das Leis Trabalhista.
Ainda assim a mediação continua sendo apenas um meio teórico de debates
acadêmicos que visa substituir a proteção congênita do Estado por meios
autocompositivos realizados pelas partes nos conflitos decorrentes da relação de
trabalho.
Dentro da visão jurídica, a mediação trabalhista deve ser tida como um passo
expressivo na direção da flexibilização do direito do trabalho, proporcionando o
equacionamento e a solução das respectivas condições no interior das categorias
interessadas, o que, nunca curiosa inversão de perspectivas, poderá libertá-las da
intervenção tutelar do Estado através da lei. Sob essa ótica, a mediação será fator
de fortalecimento do Direito Coletivo sobre o Individual, que ainda prepondera
entre nós na regulação das relações de trabalho subordinado.