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Conservação de Momento Linear

Gian Hoflinger,
Curso de Engenharia Física – Universidade Federal de Integração Latino-Americana.
PTI – Jardim Itaipu – 85867-900 – Foz do Iguaçu – PR – Brasil
e-mail: ehv.6226@hotmail.com

Este trabalho foi realizado com o objetivo de verificar a existência de conservação do


momento linear em uma colisão bidimensional entre duas esferas em um sistema isolado de
forças externas, verificando assim também a validade da terceira Lei de Newton.

A unidade de massa no sistema


internacional é Kg enquanto que a da
Introdução
aceleração é m/s2. Portanto, a unidade de força
é definida como:
Como foi visto anteriormente, Newton
demonstrou que a força pode ser definida 𝑝
como uma grandeza fiś ica capaz de alterar o [𝑝] = 𝑝 = 𝑝𝑝. 2
𝑝
estado de movimento de um corpo ou a forma
deste corpo. O estado de movimento de um Em um processo de colisão entre duas
corpo é caracterizado pelo seu momento linear, partículas dentro de um sistema isolado (sem a
que é definido como: ação de forças externas) observamos a
conservação da soma do momento linear das
𝑝 = 𝑝. 𝑝 partículas:

Onde m é a massa do corpo e v sua 𝑝1 + 𝑝2 = 𝑝"1 + 𝑝"2


velocidade (vetorial) . A partir dessa definição,
Newton enuncia a sua segunda Lei: ou ainda:
“A modificaç ão do movimento é proporcional
à forç a atuante, ou seja, F= dp/dt” 𝑝1 𝑝1 + 𝑝2 𝑝2 = 𝑝1 𝑝"1 + 𝑝2 𝑝"2
Mas como:
Esse tipo de colisão e os resultados obtidos
𝑝 = 𝑝. 𝑝 , a partir de sua análise são fundamentais para a
compreensão da 3o Lei de Newton, conhecida
então, como o “Principio de ação e reação” que é
enunciada da seguinte forma:
𝑝𝑝 = 𝑝. 𝑝𝑝

assim, podemos expressar a segunda lei da “A roda ação corresponde uma reação
seguinte forma: igual e contraria, as ações mútuas de dois
corpos um sobre o outro são sempre iguais e
𝑝𝑝 𝑝𝑝 dirigidas em sentidos opostos”
𝑝= = 𝑝. = 𝑝. 𝑝
𝑝𝑝 𝑝𝑝
Procedimento experimental Resultados e discussão

Primeiramente, foi medido a massa e o


diâmetro de duas esferas metálicas que O vetor posição do centro de massa de um
representam experimentalmente as partículas sistema rcm de duas partículas é definido como
envolvidas em uma colisão. a média ponderada (em função da massa) do
vetor posição de cada partícula que compõe o
Foi então fixada uma folha de papel pardo sistema:
na base de um trilho curvo, que é responsável
por imprimir uma velocidade inicial à esfera 𝑝1 𝑝1 + 𝑝2 𝑝2
𝑝𝑝𝑝 =
metálica. A base do trilho foi alinhada com um 𝑝1 + 𝑝2
ponto que representa a origem do plano no
papel.
Onde r1 e r2 são os vetores posição das
Depois de preparar o trilho e com o plano partículas e m1 e m2 suas respectivas massas.
alinhado, uma das esferas foi solta de uma
altura fixa e a posição de queda no plano foi O vetor velocidade do centro de massa de
marcada com o auxilio de papel carbono. um sistema vcm de duas partículas é definido
como:
O procedimento foi repetido até obter um
agrupamento de pontos do qual foi escolhido 𝑝 𝑝1 𝑝1 + 𝑝2 𝑝2
𝑝𝑝𝑝 = 𝑝𝑝𝑝 =
um ponto intermediário, que, ligado à origem 𝑝𝑝 𝑝1 + 𝑝 2
forma o vetor r.
Onde v1 e v2 são os vetores velocidade das
Em seguida, uma esfera alvo foi partículas 1 e 2.
posicionada na base do trilho curvo e a colisão
foi provocada soltando outra esfera da mesma O momento linear total P de um sistema de
altura anterior. O processo foi repetido varias partículas é definido como a soma vetorial dos
vezes. As posições medias atingidas pelas momentos lineares de todas as partículas:
esferas determinam os vetores r1 e r2.
𝑝 = 𝑝1 + 𝑝2 = 𝑝1 𝑝1 + 𝑝2 𝑝2
Com os vetores r1 e r2 encontrados, foram
localizados os seus componentes (x,y) e depois
foi realizado uma soma vetorial para verificar a Podemos ainda escrever:
conservação do momento linear no plano xy.

Por fim, foi construído um diagrama dos 𝑝 = (𝑝1 + 𝑝2 )𝑝𝑝𝑝


vetores em um papel milimetrado, onde foi
possível verificar novamente a some vetorial e
a conservação do momento linear. 𝑝1 𝑝1 + 𝑝2 𝑝2
= (𝑝1 + 𝑝2 )
𝑝1 + 𝑝2

= 𝑝1 𝑝1 + 𝑝2 𝑝2

Considerando agora uma colisão entre duas


partículas, em um sistema sem a ação de forças
externas. No momento da colisão:
𝑝𝑝 𝑝𝑝1 𝑝𝑝2 0, mas temos a aceleração da gravidade
= + = 𝑝1(2) + 𝑝2(1)
𝑝𝑝 𝑝𝑝 𝑝𝑝 atuando no corpo o que faz com que o
movimento em y seja uniformemente variado.
Onde F1(2) é a força sobre a partícula 1 Portanto o lançamento horizontal é uma
devido ao choque com a partícula 2, e F2(1) a composição de movimentos (M.U e M.U.V).
força sobre a partícula 2 devido ao choque com Mostremos primeiro que o tempo de
a partícula 1. queda somente dependerá da aceleração da
gravidade e da altura da mesa. Denotamos a
Sabemos que, segundo a 3o Lei de Newton, altura da mesa por h. Utilizando as equações
durante o processo de colisão de 2 partículas as do MUV e sabendo que h = y - yo tal que y
forças internas do sistema formam um par indica a posição final e yo a posição inicial,
ação-reação, ou seja: temos que:

𝑝1(2) = −𝑝2(1) 2
ℎ = 𝑣𝑜𝑦𝑡 + 𝑔𝑡 /2
O que implica:
Sabemos que vy = 0, portanto voy = 0.
𝑝𝑝 𝑝𝑝1 𝑝𝑝2 portanto temos que:
= + = 𝑝1(2) + 𝑝2(1) = 0 ℎ = 𝑔𝑡 2 /2 − −−> 𝑡 =
𝑝𝑝 𝑝𝑝 𝑝𝑝 1/2
(2ℎ/𝑔)
logo: A partir disso podemos mostrar que o
alcance da esfera a partir da borda da mesa
𝑝 = 𝑝1 + 𝑝2 = 𝑝1 𝑝1 + 𝑝2 𝑝2 = 𝑝𝑝𝑝. sobre o chão depende somente da velocidade
da esfera no instante que ela deixa a mesa, da
altura e da gravidade. Provemos isso utilzando
Seja P” o momento linear total de um a equação do MU, uma vez que o alcance está
sistema de 2 partículas após a colisão: relacionado com o eixo x.
Sabemos que o tempo que ela leva para chegar
∆𝑝 = 𝑝" − 𝑝 = (𝑝"1 + 𝑝"2 ) − (𝑝1 + 𝑝2 ) = 0 ao chão na componente y é igual para a
componente x, portanto:
" "
(𝑝1 + 𝑝2 ) = (𝑝1 + 𝑝2 )
𝑋𝑚 = 𝑣1 ∗ 𝑡 ; 𝑚𝑎𝑠 𝑡 = (2ℎ/𝑔)1/2 𝑒𝑛𝑡ã𝑜:
" " 𝑋𝑚 = 𝑣1 ∗ (2ℎ/𝑔)1/2
(𝑝1 𝑝1 + 𝑝2 𝑝2 ) = (𝑝1 𝑝1 + 𝑝2 𝑝2 )

Agora, consideremos que a esfera de massa


O que os resultados nos mostram, é o fato m1, que rola sobre a mesa com velocidade v1,
de que em um sistema isolado de forças colide com uma segunda esfera de massa m2,
externas, o momento linear total do sistema se que está em repouso na borda da mesa e ambas
conserva a cada instante, inclusive durante a caem no chão. Iremos mostrar que a equação
colisão. da conservação do momento linear (p1 + p2 =
Uma esfera que rola além da borda de uma p1’ + p2’). Pode ser escrita como:
mesa de altura h com uma velocidade v1, tem
um tempo de queda que só depende da altura 𝑚1𝑟1 = 𝑚1𝑟2’ + 𝑚2𝑟2’
da mesa e da aceleração da gravidade. Isto Fazendo x = r1 e x depois de acontecer a
pode ser mostrado como se segue: colisão de r2’.Sabendo que p1 = m1v1, p2 =
m2v2, p1’ = m1v1’ e p2 = m2v2’ temos que:

O ângulo de lançamento é 0. Usaremos as 𝑚1𝑣1 + 𝑚2𝑣2 = 𝑚1𝑣1’ + 𝑚2𝑣2


componentes da velocidade Vx e Vy. Como a esfera de massa m2 está parada antes
da colisão v2 = 0, logo a equação fica do
Vx1 = V1*cos(teta) ; seguinte modo:
Vy1 = V1 * sen(teta); 𝑚1𝑣1 = 𝑚1𝑣1’ + 𝑚2𝑣2’
Fazendo teta = 0, notamos que Vx = Vo, Da demonstração anterior podemos isolar v1
significa dizer que em Vx temos um tal que fica
movimento uniforme. Em Vy temos que Vy =
𝑣1 = 𝑟1 (𝑔/2ℎ)1/2
Logo substituindo na relação

𝑚1 𝑟1′(𝑔/2ℎ)1/2
= 𝑚1 𝑟1′(𝑔/2ℎ)1/2
+ 𝑚2 𝑟2′(𝑔/2ℎ)1/2 (1)

cancelando o termo (𝑔/2ℎ)1/2 temos


𝑚1𝑟1 = 𝑚1𝑟1’ + 𝑚2𝑟2’;

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