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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMIÁRIDO

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA E TECNOLOGIA


CENTRO DE ENGENHARIAS
BACHARELADO EM ENGENHARIA MECÂNICA

FRANCISCO DANRLEY DE LIMA

CONCEPÇÃO DE UMA METODOLOGIA PARA A IMPLANTAÇÃO DO PMOC EM


SISTEMAS DE REFRIGERAÇÃO PARA CONFORTO

MOSSORÓ-RN
2018
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMIÁRIDO
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA E TECNOLOGIA
CENTRO DE ENGENHARIAS
BACHARELADO EM ENGENHARIA MECÂNICA

FRANCISCO DANRLEY DE LIMA

CONCEPÇÃO DE UMA METODOLOGIA PARA A IMPLANTAÇÃO DO PMOC EM


SISTEMAS DE REFRIGERAÇÃO PARA CONFORTO

Projeto de conclusão de curso


apresentado ao Departamento de Engenharia
e Tecnologia da Universidade Federal Rural do
Semiárido (UFERSA) como requisito para
obtenção do título de graduado em Engenharia
Mecânica

Orientador: Prof. Fabrício José Nobrega


Cavalcante

MOSSORÓ-RN
2018
© Todos os direitos estão reservados a Universidade Federal Rural do Semiárido. O conteúdo desta
obra é de inteira responsabilidade do (a) autor (a), sendo o mesmo, passível de sanções administrativas
ou penais, caso sejam infringidas as leis que regulamentam a Propriedade Intelectual, respectivamente,
Patentes: Lei n° 9.279/1996 e Direitos Autorais: Lei n° 9.610/1998. O conteúdo desta obra tomar-se-á
de domínio público após a data de defesa e homologação da sua respectiva ata. A mesma poderá
servir de base literária para novas pesquisas, desde que a obra e seu (a) respectivo (a) autor (a) sejam
devidamente citados e mencionados os seus créditos bibliográficos.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Sistema de refrigeração por expansão direta. .......................................... 12


Figura 2 - (a) Sistema do tipo Split, (b) Split do tipo Cassete. ................................... 13
Figura 3 - Exemplo de equipamento do tipo self. ...................................................... 14
Figura 4 - Equipamento do tipo rooftop. .................................................................... 14
Figura 5 - Representação do sistema de refrigeração do tipo VRF. .......................... 15
Figura 6 - Sistema de ar condicionado de expansão indireta. ................................... 16
Figura 7 - Equipamento do tipo chiller. ...................................................................... 17
Figura 8 - Representação do equipamento fan coil ................................................... 17
Figura 9 – Compressor alternativo ............................................................................ 20
Figura 10 - Evaporado de expansão direta Split. ...................................................... 21
Figura 11 - Condensador do tipo serpentina e carcaça ............................................. 22
Figura 12 - Condensador do tipo inundado ............................................................... 22
Figura 13 - Condensador de duplo tubo. ................................................................... 23
Figura 14 - Condensador de tubo e carcaça horizontal ............................................. 23
Figura 15 – Condensador de tubo e carcaça vertical ................................................ 23
Figura 16 – Representação de uma válvula de expansão termostática .................... 24
Figura 17 – Representação da válvula de boia de alta pressão. ............................... 25
Figura 18 – Representação da válvula de boia de baixa pressão ............................. 26

4
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Componentes de um sistema de refrigeração. ............................................ 18


Quadro 2 – Descrição dos componentes auxiliares. ....................................................... 26

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 7
2. OBJETIVOS .............................................................................................................. 9
2.1. OBJETIVO GERAL .................................................................................................. 9
2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................................. 9
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................ 10
3.1. REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO ........................................................ 10
3.2. SISTEMAS DE CLIMATIZAÇÃO ......................................................................... 11
3.2.1. Classificação dos sistemas de climatização ................................................ 11
3.2.1.1. Sistema de expansão direta ................................................................................. 11
3.2.1.1.1 Sistema do tipo Split .......................................................................................... 12
3.2.1.1.2. Sistema do tipo Self-Contained ...................................................................... 13
3.2.1.1.3. Sistemas do tipo VRF ou sistema mult-split. ................................................ 15
3.2.1.2. Sistema de expansão indireta .............................................................................. 15
3.3. COMPONENTES DE EQUIPAMENTOS DE CLIMATIZAÇÃO ...................... 18
3.3.1. Compressores ....................................................................................................... 19
3.3.2. Evaporadores ........................................................................................................ 20
3.3.3. Condensadores ..................................................................................................... 21
3.3.4. Dispositivos e válvulas de expansão.............................................................. 24
3.3.5. Componentes auxiliares ..................................................................................... 26
3.4. PLANO DE MANUTENÇÃO, OPERAÇÃO E CONTROLE - PMOC .............. 27
4. METODOLOGIA..................................................................................................... 28
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................ 28
6. CONCLUSÃO ......................................................................................................... 28
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................. 29

6
1. INTRODUÇÃO

As variações constantes das condições do ar nas diferentes estações


do ano fizeram com que a utilização de sistemas de condicionamento de ar
para conforto fosse cada vez mais difunda ao longo dos anos. Hoje em dia,
praticamente todos os ambientes de uso público e coletivo são dotados de
sistemas responsáveis pelo condicionamento do ar interior. De acordo com
Shan K. Wang (2001), um sistema de refrigeração tem o objetivo não
apenas de manter a temperatura do ar em uma faixa agradável, mas também
o de controlar e manter parâmetros como umidade, limpeza e pureza,
mantendo-os dentro de valores pré-estabelecidos por normas.
No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) iniciou o
processo de regulamentação nacional da qualidade ar interior em ambientes
climatizados em 1977, com a publicação de uma portaria que aborda a qualidade do
ar condicionado no chamados Estabelecimentos Assistenciais de Saúde (EAS) e
desde então, surgiram várias outras normas, resoluções e leis que exigem uma boa
qualidade do ar em ambientes de uso público e coletivo. O
Ministério da Saúde publicou a portaria nº 3.523, de 28 de agosto de 1998,
visando garantir a boa qualidade do ar, na qual estabelece que todos os
sistemas de climatização devem estar em condições adequadas de limpeza,
manutenção e operação, de modo a prevenir riscos à saúde dos
ocupantes. A lei federal nº 13.589 de 04 de janeiro de 2018, exige
que todos os edifícios de uso público e coletivo que possuem ambientes de
ar interior climatizados devem dispor de Plano de Manutenção, Operação e
Controle – PMOC.
De acordo com a ABRAVA (2018), o Plano de Manutenção, Operação e
Controle é o conjunto de documentos onde constam todos os dados da edificação, do
sistema de climatização, do responsável técnico, assim como os procedimentos e
rotinas de manutenção dos respectivos sistemas de refrigeração. Sua principal
finalidade é garantir a boa qualidade do ar respirado pelas pessoas que frequentam o
ambiente climatizado, prevenindo-as assim de eventuais irritações nasais ou doenças
respiratórias causadas pela inalação de ar poluído advindo de sistemas de
climatização carentes de manutenção.

7
Neste sentido, visando facilitar a implantação do PMOC, este trabalho tem
como principal finalidade o desenvolvimento de uma metodologia para sua
implantação, abordando e apresentando todos os textos legais relacionados a este
planejamento, e o passo-a-passo que os responsável técnico deverá seguir para a
elaboração do plano para cada tipo de sistema de climatização, uma vez que serão
necessários cuidados específicos para a manutenção de cada sistema para garantir
a boa qualidade do ar, aumento de sua eficiência e sua vida útil.

8
2. OBJETIVOS

2.1. OBJETIVO GERAL

O principal objetivo deste trabalho é a concepção de uma metodologia para o


processo de implantação do PMOC – Plano de Manutenção, Operação e Controle em
sistemas de refrigeração para conforto.

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Identificar os diferentes tipos de sistemas de refrigeração para conforto;


• Propor procedimentos padrões para a realização da manutenção nos diferentes
componentes de cada tipo de sistema de refrigeração para conforto, baseando-se
nas recomendações de cada fabricante.

9
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1. REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

De acordo com Stoecker e Jones (1985), as áreas de refrigeração e ar


condicionado estão bastante relacionadas, embora cada uma delas tenha uma
aplicação específica para cada tipo de necessidade. De maneira geral, a principal
aplicação da refrigeração, é sem dúvidas, o ar condicionado, apesar de existirem
outras áreas importantes como a refrigeração industrial, empregada em vários setores
da indústria, tais como no processamento e conservação de alimentos, remoção de
calor em indústrias químicas e petroquímicas, e em muitos outros setores da indústria
de construção e manufatura. Assim como a refrigeração, ar condicionado inclui
aplicações distintas do simples resfriamento. Stoecker e Jones (1985) definem ar
condicionado para conforto como o processo de condicionamento de ar que visa o
controle de sua temperatura, umidade, pureza e distribuição no sentido de
proporcionar conforto aos ocupantes do ambiente climatizado. Desta forma, além do
resfriamento do ar, o condicionamento de ar pode incluir processo de aquecimento,
radiação térmica e regulagem de velocidade e qualidade do ar, com a remoção de
particulados e vapores. As aplicações do condicionamento de ar são amplas e
envolvem desde edifícios de pequeno, médio e grande porte, indústrias, residências
e veículos, e são em sua grande maioria, destinadas ao conforto.
Segundo Shan K. Wang (2001), os sistemas de condicionamento de ar são
utilizados em vários setores da economia para proporcionar aos ocupantes um
ambiente interno confortável e saudável para a realização de suas atividades. No setor
comercial, a aplicação destes sistemas inclui edifícios de escritórios, supermercados,
lojas, shopping centers, restaurantes entre outros. Nestes estabelecimentos, o
condicionamento do ar tem o objetivo de garantir condições confortáveis para
funcionários, e em alguns casos, é utilizado como uma estratégia para atrair novos
clientes. No setor institucional, a climatização é aplicada em escolas, universidades,
faculdades, bibliotecas, museus, estádios fechados, teatros, centros recreativos, entre
outros. No setor residencial, aplica-se o ar condicionado hotéis, motéis, apartamentos
e casas particulares. No setor da saúde sua aplicação engloba hospitais, clinicas,

10
casas de repouso e instalações de cuidados especiais. Geralmente, em sistemas de
ar condicionado utilizados no setor da saúde, são utilizados filtros de ar especiais com
o objetivo de remover bactérias e partículas micrométricas do ar, assim como sistema
de controle da umidade relativa do ar. No setor de transporte, a climatização se aplica
a aeronaves, automóveis, vagões ferroviários, ônibus e cruzeiros, uma vez que os
passageiros exigem cada vez mais condições ambientais confortáveis, especialmente
em viagens de longa distância.
Atualmente, o condicionamento de ar para conforto em edifícios (comerciais ou
residências) pode ser feito com a aplicação dos vários sistemas de refrigeração que
foram desenvolvidos ao longo dos anos, cada um com capacidade, custo, e arranjo
físico distinto.

3.2. SISTEMAS DE CLIMATIZAÇÃO

3.2.1. Classificação dos sistemas de climatização

Existem algumas formas diferentes pelas quais os sistemas de climatização


podem ser classificados. Para Menezes (2005), estes sistemas podem ser agrupados
de acordo com o tipo de tratamento do ar (aquecer, refrigerar, umidificar ou
desumidificar), quanto a localização e distribuição dos equipamentos (locais, semi-
centrais ou centrais) e quanto ao ar insuflado (insuflamento único, duplo ou com
tratamento de ar primário). De acordo com Pena et al. (2011), outra maneira possível
de se classificar os sistemas de condicionamento de ar é quanto aos fluidos utilizados
para a remoção da carga térmica. Desta forma, os sistemas de climatização são
comumente classificados como sistemas de expansão direta ou indireta, podendo
cada um deles apresentar diferentes tipos de arranjos físicos. Uma abordagem mais
detalhada sobre cada tipo de sistema será feita a seguir.

3.2.1.1. Sistema de expansão direta

De acordo com Costa (1982), um sistema dito como de expansão direta é


aquele pelo qual a troca de calor com o ambiente refrigerado é feita pelo próprio fluido

11
frigorífico. Neste caso, a transferência de calor com o ar é realizada através de
componentes denominados resfriadores de expansão direta ou, mais comumente,
evaporadores. Os componentes principais deste tipo de sistema são válvula de
expansão, condensador, evaporador e compressor. A Figura 1 mostra uma
representação do sistema de refrigeração por expansão direta.

Figura 1 – Sistema de refrigeração por expansão direta.

Fonte: (Ministério do Meio Ambiente, 2017).

Existem atualmente diversos tipos de sistemas de refrigeração para conforto os


quais utilizam o princípio de expansão direta para a remoção do calor do ambiente.
Apesar de utilizarem componentes que funcionam de forma semelhante, esses
sistemas possuem arranjos físicos bastante diferentes. De acordo com o texto técnico
“Ar condicionado: guia prático sobre sistemas de água gelada” elaborado pelo
Ministério do Meio Ambiente em conjunto com o Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento, os exemplos mais comuns de sistemas de ar condicionado do tipo
expansão direta são: aparelho de ar condicionado de janela; sistema do tipo Split;
sistema do tipo Self-Contained; sistema do tipo Rooftop e sistemas do tipo VRF ou
sistema Muitl-Split.

3.2.1.1.1 Sistema do tipo Split

12
O sistema de ar condicionado do tipo Split consiste em um sistema unitário, no
qual a unidade evaporadora é instalada no ambiente condicionado e a unidade
condensadora é colocada em uma área externa remota. A integração entre
condensador e evaporador é feita através do circuito frigorífico (dutos por onde circula
o fluido frigorífico) e as linha de integração elétrica. Este tipo de equipamento é típico
para instalações residenciais aplicado em um ou dois ambientes, com sistema de
controle apenas da temperatura do ar (com sensor de temperatura no retorno da
unidade evaporadora). A Figura 2 mostra um exemplo de um equipamento Split
juntamente com a representação do circuito frigorífico e linha de integração elétrica
entre os componentes.

Figura 2 – (a) Sistema do tipo Split, (b) Split do tipo Cassete.

(a) (b)
Fonte: (Ministério do Meio Ambiente, 2017).

3.2.1.1.2. Sistema do tipo Self-Contained

O sistema de ar condicionado do tipo self-contained (ou self, como também são


chamados muitas vezes) é caracterizado principalmente por reunir todas as unidades
comuns do sistema de expansão direta em um único equipamento. Devido a isso,
esses sistemas são mais compactos e geralmente possuem maior eficiência térmica
ao trocar calor com o ar, uma vez que não é necessária uma linha de dutos extensa
até o evaporador. Esse tipo de sistema pode ser aplicado em diferentes ambientes e
podem ser projetados para atender requisitos de conforto térmico e qualidade do ar

13
interior. A Figura 3 mostra um exemplo de equipamento do tipo self apropriado para
instalação vertical em paredes.

Figura 3 – Exemplo de equipamento do tipo self.

Fonte: (Ministério do Meio Ambiente, 2017).

Uma variação comum do sistema self-contained é o equipamento do tipo


rooftop, que é uma central de ar condicionado compacta, tipicamente com
condensação a ar, instalado fora do ambiente condicionado, no teto dos edifícios, com
tubulação de insuflamento de ar para uma rede de distribuição de ar para o ambiente
em que se quer condicionar. Normalmente esse tipo de sistema são instalados em
edifícios baixos, com grande área no teto (supermercados, shopping e galpões). A
Figura 4 mostra um equipamento do tipo rooftop.

Figura 4 – Equipamento do tipo rooftop.

Fonte: (Ministério do Meio Ambiente, 2017).

14
3.2.1.1.3. Sistemas do tipo VRF ou sistema mult-split.

Os sistemas do tipo VRF – Vazão de Fluido Refrigerante Variável, também


chamados de sistemas mult-split, são sistemas que possuem uma unidade
condensadora central que atende simultaneamente várias unidades evaporadoras
instaladas de forma distribuída, com ventilação de insuflamento diretamente para os
ambientes condicionados. Esses sistemas podem ser utilizados em diferentes
ambientes, porém, para atender aos requisitos mínimos de conforto térmico e
qualidade do ar interior, se faz necessária a inclusão de sistemas complementares
para resfriamento, desumidificação e filtragem. A Figura 5 apresenta um esquema do
sistema do tipo VRF, evidenciando a aplicação de um único equipamento de
condensação para vários elementos evaporativos.

Figura 5 – Representação do sistema de refrigeração do tipo VRF.

Fonte: (Ministério do Meio Ambiente, 2017).

3.2.1.2. Sistema de expansão indireta

De acordo com Creder (2004), os sistemas de ar condicionado de expansão


direta são aqueles que utilizam de um fluido intermediário para retirar a carga térmica
que é transferida pelo ar frio ou quente. O fluido frigorífico troca calor com este fluido
secundário, que é bombeado e circula por uma rede hidráulica e, após passar por uma

15
serpentina de resfriamento (ou aquecimento) do ar, retorna para o trocador de calor
do sistema de refrigeração para novamente ser resfriado (ou aquecido) pelo fluido
frigorífico. A Figura 6 mostra a estrutura de um sistema de ar condicionado de
expansão direta.

Figura 6 – Sistema de ar condicionado de expansão indireta.

Fonte: (CREDER, 2004).

Neste tipo de sistema geralmente se utiliza água como fluido intermediário, o


faz com que na prática o mesmo seja chamado muitas vezes de sistema de
refrigeração por água gelada. A água é resfriada em uma unidade chamada chiller,
um sistema compacto de alta capacidade. A Figura 7 mostra um exemplo de
equipamento chiller.

16
Figura 7 – Equipamento do tipo chiller.

Fonte: (CARRIER DO BRASIL).

A água resfriada no chiller é bombeada através de dutos até os


condicionadores de ar – os chamados fan coil. Os equipamentos fan coil são
constituídos basicamente por um ventilado, serpentina e filtros, podendo assumir
diferentes estruturas construtivas, dependendo do tipo de ambiente a que se quer
condicionar. A Figura 8 mostra uma representação simplificada de um equipamento
fan coil.

Figura 8 – Representação do equipamento fan coil.

Fonte: (PENA ET AL.,2011).

17
Devido à sua grande capacidade e complexidade, os sistemas de refrigeração
de expansão indireta são geralmente aplicados em edificações de grande porte,
tipicamente com carga térmica superior a 1000 KW.

3.3. COMPONENTES DE EQUIPAMENTOS DE CLIMATIZAÇÃO

De acordo com a INFRAERO (2009), os sistemas de climatização são


compostos por uma quantidade indeterminada de componentes. Existem
componentes que são considerados fundamentais para o funcionamento do sistema
e outros que podem ser considerados como componentes auxiliares, que não
interferem diretamente em seu princípio de funcionamento. O Quadro 1 mostra os
principais componentes de um sistema de refrigeração e seus tipos.

Quadro 1 – Componentes de um sistema de refrigeração.

COMPONENTE TIPOS
− Alternativos;
− Parafuso;
COMPRESSORES − Palheta;
− Centrífugo;
− Scroll.
− Secos;
EVAPORADORES
− Inundados;
− Refrigerado a ar;
CONDENSADORES − Refrigerado a água;
− Evaporativos.
− Termostática;
− Eletrônica;
DISPOSITIVOS E VÁLVULAS DE
− De boia;
EXPANSÃO
− De pressão constante;
− Tubo capilar.
Fonte: Adaptada de INFRAERO (2009).

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Quadro 1 – Componentes de um sistema de refrigeração.

− Pressostato;
− Termostato;
− Filtros e secadores;
− Separador de óleo;
− Válvula solenoide;
COMPONENTES AUXILIARES
− Visor de líquido;
− Reservatório de líquido;
− Acumulador de sucção;
− Trocador de calor;
− Válvula de retenção.
Fonte: Adaptada de INFRAERO (2009).

3.3.1. Compressores

O compressor é um dos principais componentes do sistema de refrigeração.


Sua finalidade é elevar a pressão do fluido frigorífico e promover a circulação do
mesmo por todo o sistema. De acordo com Costa (1982), os compressores utilizados
na refrigeração podem ser tanto alternativos como rotativos. Os compressores
alternativos são geralmente de êmbolo, embora muitas vezes sejam adotados
também, para menores unidades, os compressores de membrana (tipo
eletromagnéticos). Entre os rotativos volumétricos são usuais os compressores de
palhetas ou de engrenagens e, e excepcionalmente os de pêndulo. Entre os
turbocompressores, na refrigeração são normalmente utilizados os compressores
centrífugos de 1 até 8 estágios.

19
Figura 9 – Compressor alternativo

Fonte: http://www.chicagocompressor.com.br/compressor-ar-pistao

Segundo Costa (1982), a escolha do tipo de compressor depende


essencialmente do tipo de fluido frigorífico utilizado e da capacidade de instalação do
sistema. Os compressores alternativos são mais adequados para o caso de fluidos
frigoríficos de calor de vaporização volumétrico elevado, como 𝐻2 𝑆, F–12, F–13, F–
22, 𝐶𝐻2 𝐶𝑙, 𝑆𝑂2, 𝐶𝑂2, 𝑁2 𝑂, 𝐶2 𝐻2 , e 𝐶2 𝐻6 , etc., trabalhando em instalações de pequeno
a médio porte. Os compressores rotativos são selecionados para o caso de fluidos
frigoríficos de calor de vaporização volumétrico médio, como o F–21, F–114, 𝐶2 𝐻5 𝐶𝑙,
etc. Já os compressores centrífugos são empregados em grandes instalações de
refrigeração à água ou salmoura, sejam para aplicações industriais ou para o
condicionamento de ar em grandes edifícios, preferindo-se a utilização de fluidos
frigoríficos com baixo calor de vaporização volumétrico, tais como 𝐶2 𝐻𝐶𝑙3 ,
𝐶2 𝐻2 𝐶𝑙2, 𝐶𝐻2 𝐶𝑙2, F–11 e F–13.

3.3.2. Evaporadores

Costa (1982), afirma que os resfriadores (ou evaporadores) são os dispositivos


responsáveis pela remoção do calor do ambiente, seja de forma direta pelo fluido
frigorífico ou através de um fluido intermediário (normalmente água ou salmoura). No
20
primeiro caso, onde se da a evaporação do fluido frigorífico, os evaporadores são
denominados resfriadores de expansão direta, enquanto no segundo caso, onde
circulam o fluido intermediário, estes dispositivos são chamados de resfriadores de
expansão indireta.
Os resfriadores de expansão direta e indireta podem ser classificados de três
maneiras: quanto ao fluido a refrigerar, como de superfície seca ou molhada; quanto
à circulação do fluido a refrigerar, como evaporadores de circulação natural ou
forçada; e quando ao sistema de alimentação do fluido frigorífico, como evaporadores
inundados ou secos. Os evaporadores inundados são aqueles que trabalham
praticamente cheios de líquido frigorífico, com seu nível controlado através de válvulas
do tipo boia. Os evaporadores secos são aqueles que trabalham com a alimentação
intermitente de líquido frigorífico, controlada por meio de válvulas manuais ou
automáticas, comandadas pela pressão ou pela temperatura de sucção. Estes
trabalham desta forma com o objetivo de evitar a entrada de líquido no compressor. A
Figura 10 apresenta como exemplo um evaporador de expansão direta utilizados em
sistema split.

Figura 10 – Evaporado de expansão direta Split.

Fonte: https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-838560312-serpentina-evaporadora-sringer-
midea-12000-btu-inverter-_JM.

3.3.3. Condensadores

O condensador é um dispositivo que tem por principal finalidade esfriar e


condensar o vapor superaquecido proveniente da compressão do fluido frigorífico.
Esta operação geralmente é feita transferindo-se o calor do fluido aquecido para o

21
meio utilizando-se água, ar ou o contato com ambos. Os condensadores à água pode
ser do tipo submerso (quando a serpentina do gás está completamente submersa em
água), de duplo tubo (quando a água circula por uma tubulação no interior de um
segundo tudo pelo qual circula o gás), de serpentina e carcaça (quando o gás circula
por uma carcaça na qual está inserida uma serpentina com circulação de água) e de
tubo e carcaça horizontal ou vertical ( quando a água circula por um tubos dentro de
uma carcaça cilíndrica na qual circula o fluido frigorífico, semelhante à de serpentina
e carcaça). As Figuras 11, 12, 13, 14 e 15 mostram uma representação dos
condensadores do tipo serpentina e carcaça, inundado, duplo tubo, de tudo e carcaça
horizontal e vertical, respectivamente.

Figura 11 – Condensador do tipo serpentina e carcaça

Fonte: (COSTA,1982)

Figura 12 – Condensador do tipo inundado

Fonte: (COSTA,1982)

22
Figura 13 – Condensador de duplo tubo.

Fonte: (COSTA,1982)

Figura 14 – Condensador de tubo e carcaça horizontal

Fonte: (COSTA,1982)

Figura 15 – Condensador de tubo e carcaça vertical

Fonte: (COSTA,1982)

23
3.3.4. Dispositivos e válvulas de expansão

Nos sistemas de climatização, os dispositivos de expansão têm como principal


finalidade a redução da pressão do refrigerante desde a pressão de condensação até
a pressão de vaporização. De forma paralela a isso, estes dispositivos tambpem
devem regular a vazão do fluido frigorífico que chega ao evaporador, de modo a
satisfazer a carga térmica aplicada ao mesmo. Existem diversos tipos de dispositivos
e válvulas de expansão, entretanto, de acordo com a INFRAERO (2009), pode-se
considera como principais as válvulas de expansão termostática, eletrônica e válvulas
de boia. As válvulas de expansão termostáticas são dispositivos que possuem alta
eficiência e se adaptam facilmente a qualquer tipo de aplicação. São os dispositivos
de expansão mais utilizados em sistemas de refrigeração de expansão direta. Estas
válvulas regula a vazão de refrigerante que chega ao evaporador de modo a manter
um certo grau de superaquecimento do vapor que deixa o mesmo. A Figura 16 mostra
uma representação da válvula de expansão termostática.

Figura 16 – Representação de uma válvula de expansão termostática

Fonte: (INFRAERO, 2009).

De acordo com a INFRAERO (2009), as válvulas de expansão termostática são


constituídas por um corpo, mola, diafragma, parafuso de ajuste e bulbo sensível. O
bulbo, o qual contém em seu interior fluído frigorífico saturado do mesmo tipo que o
utilizado no sistema frigorífico, é conectado com a parte superior do diafragma através
de um tubo capilar e deve ser posicionado em contato com a tubulação de saída do
evaporador, bem próximo a este. A saída da válvula é conectada com a tubulação de

24
entrada do evaporador e, caso este seja de múltiplos circuitos, deve-se utilizar um
distribuidor de líquido.
Já as válvulas de expansão elétrica, o mais precisamente as eletrônicas ou
microprocessadas, são dispositivos capazes de promover um controle mais preciso e
eficiente do fluxo de refrigerante, resultando assim em uma economia de energia.
Existem três tipos de válvulas de expansão elétrica: as acionadas por motores de
passo, as de pulsos de largara moduladas e as analógicas. Destes três tipos, as
válvulas acionadas por motores de passo são as que promovem um controle mais
preciso da vazão do fluido refrigerante.
As válvulas de boia são válvulas do tipo que mantém o nível do líquido de um
recipiente constante. Existem basicamente dois tipos de válvulas de boia para
sistemas de refrigeração: as de alta pressão e as de baixa pressão. As válvulas de
alta pressão controlam o fluxo de refrigerante que vai para o evaporador de forma
indireta, mantendo constante o nível de líquido em uma câmara de alta pressão. A
Figura 17 mostra uma representação deste tipo de válvula.

Figura 17 – Representação da válvula de boia de alta pressão.

Fonte: (INFRAERO, 2009).

Já a válvula de boia de baixa pressão controla a alimentação de fluido frigorifico


de modo a manter um nível de líquido constante no evaporador. Se o nível de líquido
no evaporador cair, o flutuador se move para baixo, abrindo a válvula e injetando mais
fluido no mesmo. A Figura 18 mostra uma representação deste tipo de válvula.

25
Figura 18 – Representação da válvula de boia de baixa pressão

Fonte: (INFRAERO, 2009).

3.3.5. Componentes auxiliares

São muitos os componentes auxiliares utilizados nos sistemas de refrigeração.


A INFRAERO (2009) destaca os principais, são eles: pressostatos, termostatos, filtros
e secadores, separadores de óleo, válvulas solenoide, visores de líquido,
acumuladores de sucção, trocadores de calor e válvula de retenção. As descrições
destes componentes são apresentadas no Quadro 2.

Quadro 2 – Descrição dos componentes auxiliares.

COMPOINENTES
DESCRIÇÃO
AUXILIARES
Os pressostatos são interruptores elétricos acionados pela
pressão, podem ser regulados através de um parafuso e são
Pressostato
classificados como de baixa pressão, alta pressão, de baixa
e alta pressão e diferenciais;
Os termostatos indicam a variação de temperatura e fecham
ou abrem os contatos elétricos. Estes podem ser

Termostato classificados com base no elemento de medição de


temperatura como bimetálico, de boulbo sensor de
temperatura e de resistência elétrica;

26
Quadro 2 – Descrição dos componentes auxiliares.

Os filtros são elementos empregados para a remoção de


Filtros
partículas indesejadas nas tubulações do refrigerante
Secadores são dispositivos com a finalidade de eliminar a
Secadores
umidade presente nas instalações de refrigeração;
Já os separadores de óleo são os dispositivos responsáveis
pela remoção de partículas de óleo que por ventura, acabam
Separador de óleo
sendo arrastadas das partes; lubrificadas dos compressores
pelo vapor;
São válvulas comandadas eletricamente por meio de um

Válvula solenoide solenoide. Este comando pode ser acionado por um


termostato, pressostato ou por um interruptor manual;
Peças com visores para a observação de líquido e a
presença de umidade. Geralmente são colocados na entrada
Visor de líquido
do evaporador para a verificar se a carga de refrigeração está
completa e identificar a presença de humidade;
Componente no qual a parte líquida do fluido frigorífico
Acumulador de
advinda do evaporador fica retida pela diferença de
sucção
densidade. Semelhante ao separador de óleo.
Dispositivo pelo qual as linhas de líquido e sucção trocam
Trocador de calor calor entre si com o objetivo de resfriar a linha de líquido e
superaquecer a linha de sucção;
Componente no qual o fluxo de refrigerante dica retido em
Válvula de retenção pontos desejados do sistema quando se quer modificar o
sentido do fluxo.
Fonte: Adaptada de INFRAERO (2009).

3.4. PLANO DE MANUTENÇÃO, OPERAÇÃO E CONTROLE - PMOC

De acordo com a ABRAVA (2010), o Plano de Manutenção, Operação e


Controle - PMOC de um sistema de refrigeração implantado em uma edificação é um
conjunto de documentos onde constam todos os dados desta edificação, do sistema
de refrigeração, do responsável técnico, assim como os procedimentos e rotinas de
manutenção que comprovam sua execução.

27
4. METODOLOGIA
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
6. CONCLUSÃO

28
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Ar condicionado: guia prático sobre sistemas de água gelada / Ministério do Meio


Ambiente, Secretaria de Mudança do Clima e Florestas, Departamento de
Monitoramento, Apoio e Fomento de Ações em Mudança do Clima. – Brasília, DF:
MMA, 2017.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE REFRIGERAÇÃO, AR CONDICIONADO,


VENTILAÇÃO E AQUECIMENTO. RENABRAVA N°7: Cartilha de orientação sobre
manutenção de sistemas de climatização. São Paulo: 2018. 4 p.

COSTA, Ennio Cruz da. Refrigeração. 3. ed. São Paulo: Edgard Blucher Ltda, 1982.
322 p.

CREDER, Hélio. Instalações de Ar Condicionado. 6. ed. Rio de Janeiro: Ltc Editora,


2004. 326 p.

CARRIER DO BRASIL. Chiller Aquafrce 30XW. Disponível em: <


http://www.carrierdobrasil.com.br/produtos/interna/meu-negocio/37/chiller-aquaforce-
30xw>. Acesso em: 10 de outubro de 2018.

INFRAERO. Manutenção Básica em Sistemas de Ar Condicionado. Rio de Janeiro:


2009.

N’DONGA, Tc João Zola. GESTÃO DE MANUTENÇÃO ORIENTADA À


CONFIABILIDADE DE COMPONENTES DE AVIAÇAO DA FORÇA AÉREA DE
NACIONAL DE ANGOLA (FANA). 2010. 120 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de
Mestrado em Engenharia Mecânica, Instituto Militar de Engenharia, Rio de Janeiro:
2010.

STOECKER, Wilbert F.; JONES, Gerold W.. Refrigeração e ar condicionado. 2. ed.


New York: Mcgraw-hill do Brasil, Ltda, 1985. 504 p.

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WANG, Shan K.. HANDBOOK OF AIR CONDITIONING AND REFRIGERATION. 2.
ed. New York: Mcgraw-hill, 2001.

PENA, Sergio Meirelles et al. Sistemas de Ar Condicionado - Manual prático. Rio


de Janeiro: Procel, 2011. 148 p.

MENEZES, Milton Serpa. Refrigeração e Ar Condicionado. 2005. 122 f. Faculdade


de Engenharia e Arquitetura, Universidade de Passo Fundo, Passo Fundo: 2005.

30

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