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PORTUGUÊS ENSINO MÉDIO

Educação
para Jovens e
Adultos
PORTUGUÊS
ENSINO
MÉDIO

Educação para Jovens e


Adultos

Centro Educacional Pódio


ÍNDICE
Módulo I
OS SONS DA LÍNGUA 05
LETRAS E DÍGRAFOS 06
CLASSIFICAÇÃO DOS FONEMAS 07
ENCONTROS VOCÁLICOS 08
SÍLABAS 09
ACENTUAÇÃO GRÁFICA 11

PORTUGUÊS
ORIENTAÇÕES ORTOGRÁFICAS 14
ESTRUTURA E FORMAÇÃO 17
PROCESSO DE FORMAÇÃO DAS PALAVRAS 19
CLASSE GRAMATICAL 22
NÚMERO (SINGULAR E PLURAL) 25
ADJETIVO 28
ARTIGO 32
NUMERAL 34
PRONOME 37
VERBO 44
LOCUÇÃO VERBAL 45
CLASSIFICAÇÃO DOS VERBOS 48
FORMAÇÃO DO PRESENTE DO SUBJUNTIVO E DO IMPERATIVO 49
ADVÉRBIO 51
PREPOSIÇÃO 53
CONJUNÇÃO 55
INTERJEIÇÃO 58
Módulo II
TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO 59
TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO 65
TERMOS ACESSÓRIOS 67
ORAÇÃO E PERÍODO 69
COORDENAÇÃO 74
Módulo III
REGRAS DE PONTUAÇÃO 76
CONCORDÂNCIA VERBAL 80
CONCORDÂNCIA NOMINAL 86
REGÊNCIA 91
CRASE 94
COLOCAÇÃO PRONOMINAL 98
COLOCAÇÃO PRONOMINAL NAS LOCUÇÕES VERBAIS 100
BIBLIOGRAFIA 101
MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio Módulo I - 1º ano

O S SO N S DA LÍNGUA

Á unidade sonora que possui a propriedade de estabelecer distinção entre vocábulos de


uma língua, damos o nome de fonema.

Fonemas: são unidades sonoras mínimas capazes de estabelecer distinção entre

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vocábulos de uma língua.

A representação gráfica dos fonemas

Você já deve ter percebido que, para representar graficamente os fonemas, contamos com
uma série de sinais gráficos denominados letras. Além das letras, utilizamos também
notações léxicas (acentos gráficos, cedilha, til, trema).

Não devemos confundir fonemas com letras. Os fonemas são fenômenos acústicos, isto
é, sonoros, enquanto as letras são representações gráficas dos fonemas. A fim de facilitar a dis-
tinção entre letra e fonema, transcreveremos os fonemas entra barras oblíquas ( / / ).

Nem sempre há, numa palavra, equivalência entre o número de fonemas e o de letras, já
que esses conceitos não se confundem. Observe os exemplos seguintes:

caneta: 6 letras (c-a-n-e-t-a) e 6 fonemas (/k/ /ã/ /t/ /a/)

fixo: 4 letras (f-i-x-o) e 5 fonemas ( /f/ /i/ /k/ /s/ /o/ )

canta: 5 letras (c-a-n-t-a) e 4 fonemas ( /k/ /ã/ /t/ /a/ ),

carro: 5 letras (c-a-r-r-o) e 4 fonemas (/k/ /a/ /R/ /o/ )

A diferença entre a quantidade de letras e de fonemas em uma determinada palavra ocorre


por dois motivos diferentes:

• porque uma única letra pode representar dois fonemas: (em fixo, a letra x representa os
fonemas /k/ e /s/) ;

• porque duas letras podem representar um único fonema ( em canta, as letras a e n, juntas,
representam o fonema /ã/; em carro, as letras rr, juntas, representam o fonema /R/)

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Módulo I - 1º ano MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio

L E T R A S E DÍGRAFOS

O conjunto das letras recebe o nome de alfabeto ou abecedário. O alfabeto da língua por-
tuguesa é constituído por 23 letras:

maiúsculas: A B C D E F G H I J L M N O P Q R S T U V X Z
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minúsculas: a b c d e f g h i j l m n o p q r s t u v x z

Obser vação: As letras k, w, y devem ser apenas utilizadas em casos especiais, como:

• na grafia de abreviaturas e símbolos, bem como em palavras estrangeiras de uso inter-


nacional: k (potássio), kg (quilograma), kW (quilowatt), yin-yang, show.

• na grafia dos derivados portugueses de nomes próprios estrangeiros: kantismo, dar-


winismo, byroniano.

Nos dicionários, a letra k aparece entre o j e o l; a letra w, entre o v e o x; a letra y, entre o x e o z.

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MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio Módulo I - 1º ano

C L A SS I FI C A Ç Ã O D O S FONEMAS

Os fonemas são classificados em vogais, semivogais e consoantes.

Vogais

Vogal é o fonema produzido pelo ar que, expelido dos pulmões, faz vibrar as cordas vocais

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e não encontra nenhum obstáculo na sua passagem pelo aparelho fonador.

1. Quanto á intensidade da vogal

- Vogal tônica é a vogal pronunciada com maior intensidade na palavra, portanto está
na sílaba tônica.

- Vogal átona é a vogal pronunciada com intensidade menor que a da tônica.

Ex: Carnudo (nu = sílaba tônica, u = vogal tônica, a e o = vogais átonas).

2. Quanto ao timbre da vogal

- Vogais abertas quando ocorre abertura máxima da boca, como em sofá, café.

- Vogais fechadas quando ocorre abertura mínima da boca, como em avô, duro. São
fechadas também todas as vogais nasais, como campo.

- Vogais reduzidas São as vogais E e O, quando átonas, que na fala às vezes são tro-
cadas por /i/ e /u/.

Ex: Leite [leiti], camelo [kamelu].

Semivo gais

As semivogais são fonemas que não ocupam a posição de núcleo da sílaba, devendo, por-
tanto, associar-se a uma vogal para formarem uma sílaba.

Ex1: jaguar u é uma semivogal e a é uma vogal; o ditongo é tido por crescente

Ex2: demais a é vogal e i é semivogal; o ditongo é tido por decrescente

Co nsoan tes

Consoantes são fonemas assilábicos que se produzem após vencerem um obstáculo que se
opõe à corrente de ar.

[n], [m] consoantes nasais. / Restante consoantes orais.

Consoantes sonoras: são produzidas com vibração; ex: [b] [d] [n]..
Consoantes surdas: são produzidas sem vibração; ex: [f] [t] [p]..
Os encontros vocálicos referem-se à seqüência de sons vocálicos (vogais e/ou semivogais)
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Módulo I - 1º ano MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio

ENCONTROS V O CÁL I CO S

que pode ocorrer numa mesma sílaba ou em sílabas separadas. As vogais serão as pronunci-
adas mais fortes, enquanto as semivogais serão mais fracas, ou seja, e átonas. São três os
tipos de encontros vocálicos: hiatos, ditongos e tritongos.

hiatos: é a seqüência de duas vogais em sílabas diferentes. (saúde, cooperar, ruim, crêem).
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ditongos: podem ser classificados em decrescentes (pouco) ou crescentes (série) e orais


(todos aqueles que não são nasais) ou nasais (pão).

tritongos: são constituídos por uma vogal entre duas semivogais numa só sílaba.

Os tritongos também podem ser classificados em nasais ou orais, seguindo as mesmas


regras dos ditongos.

Além dessas regras gerais, deve-se observar também que:

Am / em, no final das palavras, correspondem aos ditongos ao / ei nasalizados.

Cuidado com os falsos ditongos, pois quando átonos finais, os encontros (ia, ie, io, ao e ua)
são normalmente ditongos crescentes, mas também podem ser hiatos. Se esses grupos não
forem finais nem átonos, só podem ser hiatos (memória, democracia, viela).

Os encontros de palavras como praia, maio, feio, goiaba e baleia são separados de forma a
criar um ditongo e uma vogal sozinha depois.

Encontro Consonantal:

O encontro consonantal é a seqüência de duas ou mais consoantes, sem vogal inter-


mediária, que não sejam dígrafo. Esse encontro pode ocorrer na mesma sílaba ou não (car-
pete, bíblia).

Os encontros consonantais (gn, mn, pn, ps, pt e tm) não são muito comuns. Quando eles
aparecem no início da sílaba são inseparáveis. Quando estão no meio criam uma pronúncia
mais difícil (pneu/advogado). No uso coloquial, há uma tendência a destruir esse encontro,
inserindo a vogal i depois da consoante surda.

Quando x corresponde a cs (táxi, falamos "tácsi"), há um encontro consonantal fonético.


Nesse caso, x é chamado de dífono.

Dígrafos Consonanta is e Vocálicos:

Denominamos dígrafo os grupos formados por duas letras, mas que representam um único
fonema.

São dígrafos consonantais: os grupos representados por ch: chaveiro; lh: falhar, nh: ninho;
gu: guerra; qu: quilo; sc:nascer; rr:terra; ss: passo; xc: excesso.

Os dígrafos vocálicos são formados pelos grupos am:campo; an:canto; in: lindo;
em:embaixo; en:tentação; om: ombro; on: tonto; um:comum; im: império; un:mundo.

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MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio Módulo I - 1º ano

SÍLABAS

A sílaba é conjunto de sons que pode ser emitido numa só expiração. Na língua portugue-
sa a parte central da sílaba sempre é a vogal.

Assim, na estrutura da sílaba existe, uma vogal, à qual se juntam, ou não, semivogais ou
consoantes.

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A maneira mais fácil para separar as sílabas é pronunciar a palavra lentamente, de forma
melódica.

Na língua portuguesa, os vocábulos são classificados de acordo com o número de sílabas


que apresentam, podendo ser:

• monossílabos (apenas uma sílaba): cão, chá;


• dissílabos (apresenta duas sílabas): mulher, garfo;
• trissílabos (possuem três sílabas): macaco, equipe;
• polissílabos (formados por mais de três sílabas): amizade; felicidade.

A consoante inicial não seguida de vogal fica na sílaba seguinte (pneu-má-ti-co, mne-mô-ni-
co). Se a consoante não seguida de vogal estiver dentro do vocábulo, ela fica na sílaba prece-
dente (ap-to, rit-mo).

DIVISÃ O S IL Á BICA :

Na separação das sílabas prevalece a soletração e não os elementos que constituem a


palavra.

Portanto, as regras de divisão silábica obedecem aos critérios. Dessa forma, podemos esta-
belecer as regras a seguir.

Não se separam:

• Os ditongos e os tritongos: cau-sas: U-ru-guai.

• Os dígrafos: lh,nh,ch,qu e gu: fo-lha; vi-nho; a-cha-do; a-qui-lo; fo-gue-te.

• Os grupos vocálicos formados por consoante + l e consoante + r : su-bli-me; pla-no; pra-to.

• As consoantes que não são seguidas de vogal no início da palavra: pneu-má-ti-co; gno-mo;
psi-co-lo-gi-a

• Os prefixos bis,dis,trans,ex quando seguidos de consoantes: bis-ne-to; dis-rit-mia; trans-


por-te; ex-por-tar.

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Módulo I - 1º ano MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio

Separam –se:

• Os hiatos: co-or-de-nar; ru-im; sa-í-da; vo-ar; a-in-da.

• Os dígrafos: rr,ss,sc, sç , xc: ma-car-rão, as-sa-do, a-do-les-cen-te, cres- ça, ex-ce-ção.

• Os encontros consonantais cc e cç : séc-ção; in-te-lec-ção.

• As consoantes internas que não vêm seguidas de vogal: ad-vir;af-ta;e-gip-cio;re-cep-ção.

• Os prefixos bis, des dis, cis, trans, ex quando seguidos de vogal: bi-sa-vó, de-ses-pe-rar,
di-sen-te-ria, ci-sal-pi-no, tran-sa-tlân-tico, e-xo-ne-rar.
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• Os grupos bl e Br quando pronunciados separadamente: sub-lo-car; sub-lu-nar, ab-rup-to.

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MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio Módulo I - 1º ano

AC E N T UA C Ã O GRÁFICA

A C E N T U A Ç Ã O GR Á F I CA

A acentuação gráfica consiste na aplicação de certos sinais - chamados notações léxicas -


escritos sobre algumas letras para representar o que foi estipulado pelas regras de acentuação.
Esses sinais fazem parte dos diacríticos - além dos acentos, o trema, o apóstrofo e o hífen.

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O til e o trema não se incluem entre os acentos, e nos vocábulos que os levam poderão
receber noutras letras os acentos necessários, como ímã, qüinqüenio, bilíngüe.

Os acen tos

• o acento agudo ( ´ ) - colocado sobre as letras a, i, u e sobre o e do grupo em, indica que
essas letras representam as vogais tônicas da palavra: carcará, caí, armazém. Sobre as
letras e e o, indica, além de tonicidade, timbre aberto: lépido, céu , léxico.

OBS: Nem sempre o acento agudo indica vogal aberta. Pode, tão somente, quando sobre-
posto a i e u, assinalar vogal tónica: tímido, ca í, túmulo, baú.

• o acento circunflexo ( ^ ) - colocado sobre as letras a, e e o, indica, além de tonicidade, tim-


bre fechado: lâmpada, pêssego, supôs, vêem, Atlântico.

• o til ( ~ ) - indica que as letras a e o representam vogais nasais: alemã, órgão, portão,
expõe, corações , ímã.

• o acento grave ( ` ) - indica a ocorrência da fusão da preposição a com os artigos a e as,


com os pronomes demonstrativos a e as e com a letra a inicial dos pronomes aquele, aque-
la, aqueles, aquelas, aquilo: à, à s , àquele, àquilo.

OBS: Quando seguidas de m ou n, as letras e, e, o representam vogais nasais, comumente


fechadas, recebem acento circunflexo, e não agudo. Ex: câmara, fêmur, ânus. A única
exceção ocorre nas terminações -em, -ens em que se usa acento agudo [porém, contém,
provém, parabéns], a não ser nas formas da 3ª pessoa do plural, quando passa a usar o cir-
cunflexo.

• o apóstrofo - nuns poucos casos, assinala a supressão de fonemas: 'tá, frango-d'água,


pau-d'oco, "Vozes d'África", 'stamos, 'maginar, 'bora, etc.

• o trema ( ¨ ) - indica que o u é semivogal, ou seja, é pronunciado atonamente nos grupos


gue, gui, que, qui: ungüento, sagüi, seqüestro, eqüino (essa grafia é utilizada apenas no
Brasil).

• o hífen - usa-se para:

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Módulo I - 1º ano MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio

unir os elementos formadores de compostos: guarda-chuva, pé-de-moleque, ultra-som.

unir pronomes átonos a verbos: pôr-se, levar-te-ei. separar os elementos de uma


palavra escrita na translineação: car-ro, pas-so, gló-ria. indicar a separação das sílabas de
um vocábulo: car-ro, pas-so, gló-ri-a ou gló-ria. indicar supressão de elementos mórficos.

A s regras básicas

As regras de acentuação gráfica procuram reservar os acentos para as palavras que se


enquadram nos padrões prosódicos menos comuns da língua portuguesa. Disso, resultam as
seguintes regras básicas:
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• proparoxítonas - são todas acentuadas. É o caso de: lâmpada, relâmpago, Atlântico,


trôpego, Júpiter, lúcido, óptimo, víssemos, flácido.

• paroxítonas - são as palavras mais numerosas da língua e justamente por isso as que
recebem menos acentos. São acentuadas as que terminam em:

• i, is: táxi, beribéri, lápis, grátis, júri.

• u s , um, uns: vírus, bónus, álbum, parabélum, álbuns, parabéluns.

• l, n, r, x, ps ': incrível, útil, ágil, fácil, amável, éden, hífen, pólen, éter, mártir, caráter,
revólver, tórax, ônix, fênix, bíceps, fórceps.

• ã, ã s , ão, ãos: ímã, órfã, ímãs, órfãs, bênção, órgão, órfãos, sótãos.

• ditongo oral, cres cen te ou decres cen te, seguido ou não de s : água, árduo, pónei,
cáries, mágoas, jóqueis.

• oxítonas - são acentuadas as que terminam em:

• a, a s : Pará, vatapá, estás, irás, cajá.

• e, es : você, café, Urupês, jacarés.

• o, os: jiló, avó, avô, retrós, supôs, paletó, cipó, mocotó.

• em, ens: alguém, armazéns, vintém, parabéns, também, ninguém.

• monossílabos tônicos - são acentuados os terminados em:

• a, a s : pá, vá, gás, Brás, cá, má.

• e, es : pé, fé, mês, três, crê.

• o, os: só, xô, nós, pôs, nó, pó, só.

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MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio Módulo I - 1º ano

• ditongo - abertos tónicos

• éi: anéis, atéia, papéis

• éu: céu, troféu, véu

• ói: alcalóide, heróico, jibóia

• hiato - i e u nas condições:

• sejam a segunda vogal tônica de um hiato;

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• formem sílabas sozinhos ou com s na mesma sílaba;

• não sejam seguidas pelo dígrafo nh;

• não forem repetidas (i-i ou u-u);

ex.: aí: a-í; balaústre: ba-la-ús-tre; egoísta: e-go-ís-ta; faís ca: fa-ís-ca; viúvo; vi-ú-vo;
heroína: he-ro-í-na; saída: sa-í-da; saúde: sa-ú-de ; juuna: ju-u-na, xiita: xi-i-ta.

• Não s e acentuam a s palavras oxítonas terminadas em i ou u (seguidos ou não dos).


Palavras como baú, saí, Anhagabaú, etc., são acentuadas não por serem oxítonas, mas por o i
e o u formarem sílabas sozinhos, num hiato.

Acen to diferencial:

O acento diferencial é utilizado para diferenciar palavras de grafia semelhante. Usamos o


acento diferencial - agudo ou circunflexo - nos vocábulos da coluna esquerda para diferenciar
dos da direita:

• côa/côas (verbo coar) - coa/coas (com + a/as)

• pára (3.ª pessoa do sing. do pres. do ind. de parar) - para (preposição)

• péla/pélas e péla (verbo pelar e subst.) - pela/pelas (per + a/as)

• pêlo/pêlos e pélo (subst. e verbo pelar) - pelo/pelos (per + o/os)

• péra (arcaísmo-subst. pedra) - pera (arcaísmo-prep. para)

• pêra (subst. fruto da pereira) - pera (arcaísmo-prep. para)

• pôde (pret. perf. do ind. de poder) - pode (pres. do ind. de poder)

• pólo/pólos (subst. eixo em torno do qual uma coisa gira) - polo/polos (aglutinação da
prep. por e dos arts. arcaicos lo/las)

• pôr (verbo) - por (preposição)

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ORIENTAÇÕES ORTOGRÁFICAS

ORTOGR AFIA

É a parte da gramática que trata da correta representação gráfica das palavras segundo o
sistema ortográfico estabelecido para a língua portuguesa. Não existem regras propriamente
ditas, mas orientações que facilitam a tarefa de grafar as palavras de forma correta.
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A melhor maneira de esclarecer dúvidas quanto à grafia de uma palavra é a consulta ao


dicionário.

Emprego do h

O h é uma letra que se mantém em algumas palavras em decorrência da etimologia ou da


tradição escrito do nosso idioma. Algumas regras, quanto ao seu emprego devem ser observadas:

• Emprega-se o h quando a etimologia ou a tradição escrita do nosso idioma assim determina.

homem, higiene, honra, hoje, herói.

• Emprega-se o h no final de algumas interjeições.

Oh! Ah!

• No interior dos vocábulos não se usa h, exceto:

- nos vocábulos compostos em que o segundo elemento com h se une por hífen ao
primeiro.

super-homem, pré-história.

- quando ele faz parte dos dígrafos ch , lh, nh.

Passarinho, palha, chuva.

Emprego do s

Emprega-se a letra s :

• nos sufixos -ês , -esa e –isa, usados na formação de palavras que indicam nacionalidade,
profissão, estado social, títulos honoríficos.

Chinês, chinesa, burguês, burguesa, poetisa.

• nos sufixos –oso e –osa (qua significa “cheio de”), usados na formação de adjetivos.

delicioso, gelatinosa.

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MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio Módulo I - 1º ano

• depois de ditongos.

coisa, maisena, Neusa.

• nas formas dos verbos pôr e querer e seus compostos.

puser, repusesse, quis, quisemos.

• nas palavras derivadas de uma primitiva grafada com s.

análise: analisar, analisado

pesquisa: pesquisar, pesquisado.

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Emprego do z

Emprega-se a letra z nos seguintes casos:

• nos sufixos -ez e -eza, usados para formar substantivos abstratos derivados de adjetivos.

rigidez (rígido), riqueza (rico).

• nas palavras derivadas de uma primitiva grafada com z.

cruz: cruzeiro, cruzada.

deslize: deslizar, deslizante.

Emprego dos sufixos –ar e –izar.

Emprega-se o sufixo –ar nos verbos derivados de palavras cujo radical contém –s , caso con-
trário, emprega-se –izar.

análise – analisar eterno – eternizar

Emprego das letras e e i.

Algumas formas dos verbos terminados em –oar e –uar grafam-se com e.

perdoem (perdoar), continue (continuar).

Algumas formas dos verbos terminados em –air, -oer e –uir grafam-se com i.

atrai (atrair), dói (doer), possui (possuir).

Emprego do x e ch .

Emprega-se a letra x nos seguintes casos:

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Módulo I - 1º ano MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio

- depois de ditongo: caixa, peixe, trouxa.

- depois de sílaba inicial en-: enxurrada, enxaqueca (exceções: encher, encharcar, enchu-
maçar e seus derivados).

- depois de me- inicial: mexer, mexilhão (exceção: mecha e seus derivados).

- palavras de origem indígena e africana: xavante, xangô.

Emprego do g ou j

Emprega-se a letra g
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- nas terminações –ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio: prestígio, refúgio.

- nas terminações –agem, -igem, -ugem: garagem, ferrugem.

Emprega-se a letra j em palavras de origem indígena e africana: pajé, canjica, jirau.

Emprego de s , c, ç , s c, s s .

- verbos grafados com ced originam substantivos e adjetivos grafados com c es s .

ceder – cessão.
conceder - concessão.
retroceder - retrocesso.
Exceção: exceder - exceção.

- nos verbos grafados com nd originam substantivos e adjetivos grafados com n s .

ascender – ascensão
expandir – expansão
pretender – pretensão.

- verbos grafados com ter originam substantivos grafados com tenção.

deter – detenção
conter – contenção

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MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio Módulo I - 1º ano

E STR UT URA E FORMAÇÃO


DAS PAL AVRAS
Estrutura das palavras

Estudar a estrutura das palavras é estudar os elementos que formam a palavra, denomina-
dos de morfemas. São os seguintes os mor fem as da Língua Portuguesa.

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Radical:O que contém o sentido básico do vocábulo. Aquilo que permanecer intacto, quan-
do a palavra for modificada.
Ex. falar, com er, dormir, ca s a, carro.

Obs: Em se tratando de verbos, descobre-se o radical, retirando-se a terminação AR, ER ou IR

Vogal Temática:

Nos verbos, são as vogais A, E e I, presentes à terminação verbal. Elas indicam a que con-
jugação o verbo pertence:

• 1ª conjugação = Verbos terminados em A R .


• 2ª conjugação = Verbos terminados em E R .
• 3ª conjugação = Verbos terminados em IR.

Obs.: O verbo pôr pertence à 2ª conjugação, já que proveio do antigo verbo poer.

Nos substantivos e adjetivos, são as vogais A , E , I, O e U , no final da palavra, evitando que


ela termine em consoante. Por exemplo, nas palavras meia, pente, táxi, couro, urubu.

Cuidado para não confundir vogal temática de substantivo e adjetivo co m


desinência nominal de gênero, que estudaremos mais à frente.

Tema:

É a junção do radical com a vogal temá tica. Se não existir a vogal temática, o tema e o
radical serão o mesmo elemento; o mesmo acontecerá, quando o radical for terminado em
vogal. Por exemplo, em se tratando de verbo, o tema sempre será a soma do radical com a
vogal temática - estuda, come , parti; em se tratando de substantivos e adjetivos, nem sem-
pre isso acontecerá. Vejamos alguns exemplos: No substantivo pasta, past é o radical, a, a
vogal temática, e pasta o tema; já na palavra leal, o radical e o tema são o mesmo elemento
- leal, pois não há vogal temática; e na palavra tatu também, mas agora, porque o radical é
terminado pela vogal temática.

Desinên cias :

É a terminação das palavras, flexionadas ou variáveis, posposta ao radical, com o intuito de


modificá-las. Modificamos os verbos, conjugando-os; modificamos os substantivos e os adje-
tivos em gênero e número. Existem dois tipos de desinências:

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Módulo I - 1º ano MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio

Desinên cias verbais:

Modo-temporais indicam o tempo e o modo. São quatro as desinências modo-temporais:

-va- e -ia- para o Pretérito Imperfeito do Indicativo = estudava, vendia, partia.


-ra- para o Pretérito Mais-que-perfeito do Indicativo = estudara, vendera, partira.
-ria- para o Futuro do Pretérito do Indicativo = estudaria, venderia, partiria.
-s s e- para o Pretérito Imperfeito do Subjuntivo = estudasse, vendesse, partisse.

Número-pessoais indicam a pessoa e o número. São três os grupos das


desinências número-pessoais.

Grupo I: i, ste, u, mos , s tes, ram, para o Pretérito Perfeito do Indicativo = eu cantei, tu
PORTUGUÊS

can taste, ele cantou, nós can tam os, vós can tas tes , eles cantaram.

Grupo II: -, es , -, mos , des, em , para o Infinitivo Pessoal e para o Futuro do Subjuntivo =
Era para eu cantar, tu can tares, ele canta r, nós cantarmos, vós cantardes, eles
cantarem. Quando eu puser, tu puseres, ele puser, nós pusermos, vós puserdes, eles
puserem.

Grupo III: -, s , -, mos , is, m, para todos os outros tempos = eu canto, tu can tas, ele
can ta, nós can ta mos, vós can ta is, eles can ta m.

Desinên cias nominais:

de gênero indica o gênero da palavra. A palavra terá desinência nominal de gênero,


quando houver a oposição masculino - feminino.

Por exemplo cabeleireiro - cabeleireira.

A vogal a será desinência nominal de gênero sempre que indicar o feminino de uma
palavra, mesmo que o masculino não seja terminado em o.

Por exemplo: crua, ela, traidora.

de número indica o plural da palavra. É a letra s , somente quando indicar o plural da


palavra.

Por exemplo: cadeiras, pedras, águas.

Afixos: São elementos que se juntam a radicais para formar novas palavras. São eles:

Prefixo: É o afixo que aparece antes do radical. Por exemplo destampar, incapaz, amoral.

Sufixo: É o afixo que aparece depois do radical, do tema ou do infinitivo. Por exemplo
pensamento, acusaçã o , felizmente.

Vogais e consoan tes de ligação: São vogais e consoantes que surgem entre dois mor-
femas, para tornar mais fácil e agradável a pronúncia de certas palavras.

Por exemplo flores, bambuzal, gasômetro, canais.

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MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio Módulo I - 1º ano

P R O C E S S O D E FORMAÇÃO
DAS PAL AVRAS
As palavras podem ser formadas por dois processos básicos: a derivação e a composição.
Além desses, há o hibridismo, a onomatopéia, a abreviação vocabular e a formação de siglas.

1. Derivação:

PORTUGUÊS
A derivação consiste em formar novas palavras a partir de uma palavra primitiva.

Feliz (primitiva) felizmente (derivada)


Infeliz (derivada) infelizmente (derivada)

Entende-se por palavra primitiva aquela que não provém de nenhuma outra; ao contrário,
permite que dela se originem novas palavras.

A derivação pode ser: prefixal, sufixal, prefixal e sufixal, parassintética, regressiva e


imprópria.

• Derivação prefixal (ou prefixação) quando se acrescenta um prefixo ao radical.

Infeliz in + feliz
(prefixo) (radical)

• Derivação sufixal (ou sufixação) quando se acrescenta um sufixo ao radical.

Felizmente feliz + mente


(radical) (sufixo)

• Derivação prefixal e sufixal quando se acrescenta um prefixo e um sufixo ao radical.

In + feliz + mente
(prefixo) (radical) (sufixo)

• Derivação parassintética (ou parassíntese) quando se acrescenta simultanea-


mente um prefixo e um sufixo ao radical.

Amadurecer a + madur + ecer


(prefixo) (radical) (sufixo)

Nas palavras formadas por derivação parassintética, não é possível suprir nem o prefixo
nem o sufixo, pois ficam sem sentido, ao contrário da derivação por prefixação e sufixação.

Na palavra amadurecer, se tirarmos o prefixo a, teremos madurecer; se eliminarmos o


sufixo ecer, teremos amadur. As duas palavras não existem em língua portuguesa.

• Derivação regressiva quando há reprodução da palavra primitiva.

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Módulo I - 1º ano MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio

Combate – combater – r
Renúncia – renunciar – r

• Derivação imprópria quando ocorre mudança na classe gramatical da palavra.

Palavra derivada ou primitiva?

Para saber se um substantivo é palavra primitiva ou derivada, é preciso observar


alguns itens:
PORTUGUÊS

a) O substantivo será palavra derivada se denotar ação.

Corte (substantivo) cortar (verbo)


Palavra derivada Palavra primitiva

b) o substantivo será palavra primitiva se nomear objeto ou substância.

Escova escovar
Palavra primitiva palavra derivada

Por exemplo:

A face rosa parecia combinar com os olhos azuis.

substantivo empregado como adjetivo

Este m a s sempre atrapalha sua vida.

Conjunção usada como substantivo.

2 – Com posição:

A composição consiste na reunião de dois ou mais radicais para a formação de nova palavra.

Amor-perfeito (amor+perfeito) aguardente (água+ardente)

Co m pos ição por justaposição quando dois elementos da palavra composta con-
servam a sua integridade morfológica.

porco-espinho pé-de-vento malmequer


passatempo guarda-chuva vaivém

Co m pos ição por aglutinação quando os elementos da palavra composta unem-se


totalmente, perdendo-se a idéia de composição e havendo inclusive a perda de som.

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MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio Módulo I - 1º ano

planalto (de plano + alto)


pontiagudo (ponta + i + agudo)
embora (em + boa + hora)
fidalgo (filho + de + algo)

3 – Hibridismo:

O hibridismo consiste em formar novas palavras utilizando elementos de línguas diferentes.


Na palavra automóvel, auto é um radical grego e móvel, um radical latino.

Outros exemplos de palavras híbridas: monóculo, neolatino, televisão (grego e latim); bí-

PORTUGUÊS
gamo, decímetro, sociologia (latim e grego); burocracia (francês e grego).

4 – Onomatopéia:

As onomatopéias são palavras formadas a partir da reprodução aproximada de certos sons


ou ruídos. Exemplos: zunzum, tique-taque, toque-toque, reco-reco.

Os verbos que exprimem vozes de animais são palavras onomatopaicas: Por exemplo: miar,
piar, coaxar, cacarejar, ronronar.

5 – Abreviação vocabular:

Na abreviação, ocorre a redução de uma palavra: pornô (pornográfico), metrô (metropoli-


tano), extra (extraordinário), gel (gelatina), mol (molécula), micro (microcomputador), vídeo
(videocassete).

6 – Formação de siglas:

Chama-se sigla a reunião das letras iniciais dos elementos que formam um nome, consti-
tuindo um tipo especial de abreviatura: FUNAI (Fundação Nacional do Índio), IPTU (Imposto
Predial e Territorial Urbano), CPF (Cadastro de Pessoas Físicas).

Freqüentemente surgem construções derivadas de siglas, por exemplo: petistas(membros


do PT – Partido dos Trabalhadores); peemedebistas (membros do PMDB – Partido do
Movimento Democrático Brasileiro).

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Módulo I - 1º ano MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio

CLASSE GRAMATICAL

1. Substantivo:

Denominamos substantivo toda palavra que dá o nome a pessoas, lugares, objetos,


ações,sentimentos, idéias: Antônio, Brasil, espada, pensamento, tristeza, beleza, esperança.
PORTUGUÊS

Quando você tiver dificuldade para identificar um substantivo em uma frase ou texto, per-
gunte: Que nome damos a isso? A resposta será um substantivo.

Pertence á classe dos substantivos qualquer palavra que admite artigo ou pronome como
determinantes. Por exemplo: a alegria; essa saudade; minha crença; alguma coisa.

Cla ss ifica çã o dos substantivos:

O substantivo pode ser classificado em simples, composto, primitivo, derivado, próprio,


comum, concreto, abstrato e coletivo.

Substantivo simples são os formados por apenas uma palavra: pé, roupa.

Substantivos compostos são os formados por duas ou mais palavras: guar-


da-roupa, pé-de-moleque.

Substantivos primitivos são os que dão origem a outras palavras: pedra.

Substantivos derivados são formados a partir de um outro substantivo:


pedrinha

Substantivos com uns são os que nomeiam qualquer ser de uma espé-
cie: convento.

Substantivos próprios são os que dão nome a um ser em particular. São


escritos com iniciais maiúsculas: Tereza.

Substantivos concretos são os que dão nome a objetos, seres (reais ou


imaginários): mesa, casa, bruxa, Deus, vento.

Substantivos abstratos são os que dão nome a ações, idéias, sentimen-


tos, qualidades: beleza, honestidade, beijo, paixão.

Substantivos coletivos são substantivos que, embora no singular,


indicam um conjunto de seres da mesma espécie: abecedário (conjunto de letras), bi-
blioteca (conjunto de livros), ramalhete (conjunto de flores).

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MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio Módulo I - 1º ano

Flexão do substantivo

O substantivo pertence á classe de palavras variáveis e, desse modo, apresenta mudanças


quanto á forma, podendo ser flexionado em gênero, número e grau.

gênero: menino (masculino) menina (feminino)


número: louco (singular) loucos (plural)
grau: casinha (diminutivo) casarão (aumentativo)

Gênero (masculino e feminino)

Quanto ao gênero, os substantivos podem ser biformes e uniformes.

PORTUGUÊS
Os substantivos biformes apresentam uma forma para o masculino e outra para o feminino:

Professor professora homem mulher boi vaca


Camponês camponesa poeta poetisa bode cabra

Os substantivos uniformes apresentam uma única forma para indicar o masculino e o


feminino:

O jovem – a jovem a pessoa a vítima


O agente – a agente a testemunha a criança

Feminino dos substantivos biformes:

Na passagem de um substantivo masculino para o feminino, normalmente se troca a


terminação –o por –a, ou acrescenta-se –a:

Menino menina médico médica cantor cantora

Conforme a terminação da palavra, há outras formas de se fazer o feminino.

Leão leoa elefante elefanta barão baronesa


Ator atriz poeta poetisa herói heroína
Sacerdote sacerdotisa abade abadessa réu ré

Os Substantivos masculinos terminados em –or formam o feminino de duas formas:

Ator atriz leitor leitora

O feminino de embaixador pode ser embaixatriz (esposa do embaixador) e embai-


xadora (funcionária da embaixada).

Feminino dos substantivos uniformes:

Os substantivos uniformes classificam-se em: comum de dois, sobrecomum e epiceno.

- Substantivo co mum de dois

23
Módulo I - 1º ano MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio

Os substantivos que tanto podem ser masculinos como femininos são chamados de comum
de dois gêneros. Para indicar o gênero, é preciso acrescentar algum determinante:

o artista a artista um cliente uma cliente

- Substantivo sobrecomum –

Os substantivos que apresentam um só gênero para designar o masculino e o feminino são


chamados de sobrecomum.

o monstro o indivíduo a criança a vítima


PORTUGUÊS

Para explicitar a quem se refere o substantivo é preciso verificar o contexto ou utilizar


algum tipo de indicação:

A vítima, um menino de oito anos, encontra-se no hospital.

- Substantivo epiceno

Alguns substantivos que nomeiam animais também apresentam uma única forma para o mas-
culino e feminino. São os epicenos. Para indicar o sexo dos animais, acrescenta-se macho ou fêmea.

A andorinha ma cho a andorinha fêmea

Há substantivos que apresentam radical diferente na formação do feminino.

Rei rainha carneiro ovelha frade freira


Cavalheiro dama bode cabra veado cerva

Observe os substantivos de gênero variável (que podem ser masculino e feminino):

• o diabetes ou a diabetes • o usucapião ou a usucapião


• o laringe ou a laringe • o soprano ou a soprano
• o personagem ou a personagem • o íris ou a íris

Atente para alguns substantivos que variam de sentido conforme a mudança de gênero:

•o cabeça (chefe) a cabeça (parte do corpo)


•o capital (dinheiro) a capital (cidade principal)
•o grama (unidade de massa) a grama (relva)
•o guia (orientador) a guia (formulário)
•o guarda (vigia) a guarda (vigilância)
•o moral (ânimo) a moral (ética)

São masculinos os substantivos: o campanha, o lança-perfume, o milhar, o dó, o


guaraná, o telefonema, o eclipse, o plasma, o estratagema.

São femininos os substantivos: a cal, a omoplata, a elipse, a faringe, a comichão, a


dinamite, a libido, a alface, a ferrugem.

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MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio Módulo I - 1º ano

NÚMERO (SINGULAR E PLURAL)

Formação do plural dos substantivos simples:

O substantivo pode ser flexionado no singular ou plural:

casa casas

PORTUGUÊS
Na passagem do singular para o plural, normalmente ocorre com acréscimo da letra –s no
final da palavra:

colégio colégios mãe mães troféu troféus


cidadão cidadãos

Conforme a terminação da palavra no singular, há outras formas de se fazer o plural:

pão - pães cão - cães limão - limões


jornal - jornais papel - papéis réptil - répteis
revólver - revólveres raiz - raízes gás - gases
álbum - álbuns item - itens dom - dons

Substantivos terminados em x são invariáveis:

O tórax - os tórax o látex - os látex


O ônix - os ônix a fênix - fênix

Substantivos paroxítonos terminados em s são invariáveis no plural:

O lápis – os lápis o atlas – os atlas o pires – os pires

Há substantivos em que só se empregam no plural: belas-artes; óculos; condolências;


núpcias; fezes; olheiras; pêsames; víveres.

Plural dos substantivos com pos tos unidos por hífen:

Em geral flexionam-se os elementos que são substantivos, adjetivos, numerais e pronomes adjetivos:

Mestre-escola: mestres-escolas (substantivo - substantivo)


Amor-perfeito: amores-perfeitos (substantivo – adjetivo)
Alto-relevo: altos-relevos (adjetivo - substantivo)
Quinta-feira: quintas-feiras (numeral – substantivo)
Padre-nosso: padres-nossos (substantivo – pronome)

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Módulo I - 1º ano MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio

Obser ve outras regras:

1. Quando a palavra for formada por dois substantivos, se o segundo indicar uma carac-
terística especial do primeiro, pluraliza-se somente o primeiro: pombo-correio = pombos
correios.

2. Quando a palavra for formada por verbo e substantivo, somente o substantivo vai para o
plural: caça-níquel = caça-níqueis.

3. Quando as palavras que compõem o substantivo composto forem ligadas por de, do,
sem, só vai para o plural a primeira palavra: pé-de-moleque = pés-de-moleque.
PORTUGUÊS

4. Quando as palavras que compõem o substantivo composto forem onomatopaicas ou


repetidas, só vai para o plural a segunda palavra: bem-te-vi = bem-te-vis; tico-tico = tico-ticos.

5. Quando os dois elementos são formados por verbos, admite-se o plural dos dois termos:
quero-quero = queros-queros; pisca-pisca = piscas-piscas;

Plural dos substantivos com pos tos s em hífen:

Os substantivos compostos sem hífen são flexionados como os substantivos simples:

Pontapé pontapés vaivém vaivens girassol girassóis

Obser vação:

Observe os substantivos composto pela palavra guarda.

Se a palavra guarda for verbo, flexiona-se somente o último elemento:

Guarda-chuva guarda-chuvas guarda-roupa guarda-roupas

Se a palavra guarda for um substantivo, flexionam-se os dois elementos:

Guarda-civil guardas-civis guarda-noturno guardas noturnos

Grau (aumentativo e diminutivo):

Além da flexão de gênero e número, o substantivo pode ter variação de grau: aumentativo
e diminutivo, em relação ao grau normal. Por exemplo:

casinha (grau diminutivo)


casa (grau normal)
casarão (grau aumentativo)

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MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio Módulo I - 1º ano

Formação do grau aumentativo e diminutivo:

Para se formar o grau do substantivo, podem-se usar as formas:

1. Analítica - com os adjetivos que indicam aumento ou diminuição.

• aumentativo analítico: pedra grande; pé imenso.


• diminutivo analítico: pedra pequena; pé minúsculo.

2. Sintética – com os sufixos que indicam aumento ou diminuição:

• aumentativo sintético: pedrona; pezão.

PORTUGUÊS
• diminutivo sintético: pedrinha; pezinho

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Módulo I - 1º ano MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio

ADJE TIVO

O adjetivo é a palavra que caracteriza os seres ou objetos nomeados pelo substantivo, indi-
cando-lhes uma qualidade, caráter, modo de ser ou estado.

L o cu çã o adjetiva
PORTUGUÊS

Além do adjetivo, os substantivos podem ser modificados por uma lo cu ção adjetiva,
isto é, por uma expressão formada por mais de uma palavra e que tenha valor de adjeti-
vo. Por exemplo:

O sol da m a n h ã é bom para a pele.

Cla ss ifica çã o do adjetivo:

O adjetivo classifica-se em simples, composto, primitivo, derivado e pátrio.

Adjetivo simples - aquele formado por uma só palavra: esperto.

Adjetivo composto - aquele formado por mais de uma palavra: econômico-financeiro.

Adjetivo pátrio – aqueles que se referem ao lugar de origem: cidadão brasileiro;


louças inglesas; viajante australiano; vinho chileno.

Adjetivo primitivo – aquele que não deriva de outra palavra da língua: bom, grande, verde.

Adjetivo derivado - aquele que se origina de uma palavra primitiva (substantivo, verbo
ou mesmo adjetivo) : bondoso (derivado do adjetivo bom).

Flexão do adjetivo:

O adjetivo também pode ser flexionado em gênero, número e grau.

Gênero: casa bonita (feminino) carro bonito (masculino)


Número: móvel prático (singular) móveis práticos (plural)
Grau: funcionária gentil (normal) funcionária gentilíssima (superlativo)

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MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio Módulo I - 1º ano

Gênero (masculino e feminino):

Feminino dos adjetivos biformes - aqueles que possuem duas formas para a indicação
do gênero.

Em língua portuguesa, a formação do feminino do adjetivo obedece a seguinte regra: troca-


se o por a: menino esperto menina esperta.

Nos adjetivos compostos só o último elemento é flexionado: estudo luso-brasileiro – relação


luso-brasileira. Exceção: homem surdo-mudo mulher surda-muda

Dependendo da terminação da palavra, há outros tipos de flexão.

PORTUGUÊS
francês - francesa cru - crua
ancião - anciã bonachão - bonachona
judeu - judia europeu - européia

Número (singular e plural):

Adjetivo simples:

O adjetivo simples é flexionado em número, concordando no singular ou plural com o subs-


tantivo a que se refere.

Peça antiga - peças antigas questão fácil - questões fáceis

Adjetivo composto:

No adjetivo composto, somente o último elemento é flexionado no plural:


Uniforme verde-escuro - uniformes verde-escuros
Olho azul-claro - olhos azuis claro
E xc eç ão: surdo-mudo, cujo plural é surdos-mudos.

Aten çã o !

1.Os substantivos empregados com o valor de adjetivo ficam invariáveis no plural:

Ca mis eta rosa – cam is etas rosa gravata cin za – gravatas cin za

2. Os adjetivos compostos referentes a cores são invariáveis se o último elemento for


um substantivo:

Vida cor-de-rosa – vidas cor-de-rosa carro verde-oliva – carros verde-oliva

3. Os adjetivos compostos azul marinho e azul-celeste são sempre invariáveis:

Paletó azul-marinho roupa azul-marinho ca m is a s azul-celeste


bonés azul-celeste

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Módulo I - 1º ano MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio

Grau (comparativo e superlativo):

O adjetivo pode variar de grau – comparativo ou superlativo, conforme a circunstância.


Observe os exemplos abaixo.

Exemplo 1: A prova de História foi mais difícil que a prova de Geometria.

Nessa frase, houve a intenção de comparar a mesma característica (difícil) entre as duas
provas. O adjetivo difícil foi empregado no grau comparativo.

Exemplo 2: A prova de desenho geométrico sempre é dificílima.


PORTUGUÊS

No segundo exemplo, a intenção foi destacar a característica da prova sem estabelecer com-
paração. O adjetivo difícil foi empregado no grau superlativo.

Grau comparativo:

Para se formar o grau comparativo, é preciso confrontar a mesma qualidade, utilizando


elementos que permitam a comparação. O grau comparativo pode ser:

• de igualdade – Gregório de Matos é tão ferino quanto Bocage.

• de superioridade – Gregório de Matos é mais ferino que Bocage.

• de inferioridade – Gregório de Matos é menos ferino que Bocage.

São elementos de comparação: tão... como; tão...quanto; mais...que; mais... do que;


menos...que; menos ... do que.

Grau superlativo:

Grau normal Comparativo Superlativo Superlativo


de superioridade absoluto relativo

Bom Melhor Ótimo O melhor


Mau Pior Péssimo O pior
Grande Maior Máximo O maior
Pequeno Menor Mínimo O menor

Sem estabelecer comparação, o grau superlativo apresenta a qualidade ou estado de um ser


no seu mais elevado grau. Há dois tipos de superlativos: o absoluto e o relativo.

Superlativo absoluto – ocorre quando se destaca a qualidade do ser sem estabelecer


relação com outros seres:

Aquele apartamento é muito pequeno.

Aquele apartamento é pequeníssimo.

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MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio Módulo I - 1º ano

O superlativo absoluto pode ser:

• analítico – quando apresenta um elemento que intensifica a qualidade ou estado:


muito pequeno.

• sintético – quando expressa a qualidade ou estado por meio de uma única palavra,
formada pelo acréscimo de sufixos, tais como –íssimo, -rimo, -imo: pequeníssimo.

Superlativo relativo – ocorre quando se destaca a qualidade ou estado do ser em relação


a outros seres:

PORTUGUÊS
Camões é o autor mais importante do Classicismo português.

O superlativo relativo pode ser:

De superioridade – Cartas Chilenas é o texto mais crítico de Tomás A. Gonzaga.

De inferioridade – Aquela peça é menos indicada para crianças.

Outros recursos para formar o superlativo:

• Acréscimo de prefixo, como arqui, extra, hiper, super, ultra: arquimilionário, extrafi-
no, hipernervoso, superinteligente, ultra-romântico.
• Repetição do adjetivo: triste, triste demais.
• Uso de expressões de reforço: um senhor carro, lindo de morrer.
• Uso do artigo definido, marcado por entonação especial: Para o editor, José de
Alencar não é um simples escritor, ele é o escritor.

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Módulo I - 1º ano MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio

ARTIGO

O artigo é o termo que antecede o substantivo, indicando-lhe o gênero e o número.

O artigo pode ser:

• definido – quando particulariza um substantivo dentre outros de uma espécie: o, a, os, a s .


PORTUGUÊS

A impressora não funciona, pois o cabo está desconectado.

• indefinido – quando se refere a um substantivo qualquer dentre outros de uma mesma


espécie: um, uma, uns, umas.

Eles desenvolveram uns jogos educativos.

O artigo definido pode contrai-se ou combinar com as preposições a, de, em, por(per):

a+a=à a + o = ao
de + a = da de + o = do
em + o = no por +o = pelo
por + a = pela

O artigo indefinido contrai-se somente com as preposições de e em:

Em + um = num em + uma = numa


De + um = dum de + uma = duma

Emprego do artigo definido:

Usa-se artigo definido.

• diante de nomes próprios geográficos – ilhas, montanhas, oceanos, rios, países: a ilha
da Madeira; os Alpes; os Pirineus; o Atlântico; o Tietê; o Japão.

Na maioria das vezes, os nomes geográficos de países e cidades não aceitam artigo.
Por exemplo: Portugal, Moçambique, Roma, Curitiba.

• após a palavra ambos, acompanhada do substantivo a que s e refere.


Esperava que ambos os professores fossem pós-graduados.

• após o pronome todo, quando s e pretende indicar a idéia de totalidade.


Toda a rua estava enfeitada para o Natal.
Todos os parentes foram convidados para a festa.
Todas as três meninas moram num pensionato.

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MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio Módulo I - 1º ano

Ao se omitir o artigo após a palavra todo, indica-se a idéia de qualquer:


Toda a família tem desavenças. (qualquer família)

Emprego facultativo do artigo definido:

• artigo diante de nomes próprios, para indicar proximidade, familiaridade:

A Taís chega hoje de viagem. (pressupõe-se que Taís é conhecida do receptor)


Taís chega hoje de viagem.

PORTUGUÊS
• diante de pronomes adjetivos possessivos:

Por favor, envie a minha carta ainda hoje.


Por favor, envie minha carta ainda hoje.

Obser vação:

O artigo não se contrai com a preposição quando faz parte do nome de revistas, obras
literárias, jornais e outros.

A manchete de A Folha de S. Paulo favorecia o candidato.

Não s e emprega artigo:

• antes de pronome de tratamento – Vossa Excelência está entrando no plenário.


• antes de subs tantivos em sentido genérico – Laranja é bom para gripe.
• após o pronome cujo – Procuravam um autor cujo livro havia sido censurado na década de 70.

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Módulo I - 1º ano MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio

NUMERAL

O numeral pertence à classe de palavras que indica uma quantidade exata de seres ou lugar
que eles ocupam numa série.

Cla ss ifica çã o do numeral:


PORTUGUÊS

Os numerais classificam-se em: cardinais, ordinais, multiplicativos e fracionários.

• Cardinal – designa quantidade absoluta de seres:


Estiveram presentes trezentas pessoas no evento.

• Ordinal – designa a ordem dos seres em determinada série:


Um aluno do segundo ano foi o primeiro colocado no concurso.

• Multiplicativo – designa aumento da quantidade:


O investimento rendeu o dobro do esperado. (duas vezes mais)
Gastou o triplo do seu salário em livros. (três vezes mais)

• Fracionário – designa divisão da quantidade:


Um terço do orçamento foi destinado às obras sociais.
Havia funcionários recebendo meio salário mínimo.

Algarismos Numerais

Romanos Arábicos Cardinais Ordinais

I 1 um primeiro
II 2 dois segundo
III 3 três terceiro
IV 4 quatro quarto
V 5 cinco quinto
VI 6 seis sexto
VII 7 sete sétimo
VIII 8 oito oitavo
IX 9 nove nono
X 10 dez décimo
XI 11 onze décimo primeiro,
undécimo
XII 12 doze décimo segundo,
duodécimo
XIII 13 treze décimo terceiro
XIV 14 catorze décimo quarto
XV 15 quinze décimo quinto
XVI 16 dezesseis décimo sexto

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MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio Módulo I - 1º ano

Algarismos Numerais

Romanos Arábicos Cardinais Ordinais

XVII 17 dezessete décimo sétimo


XVIII 18 dezoito décimo oitavo
XIX 19 dezenove décimo nono
XX 20 vinte vigésimo
XXI 21 vinte um vigésimo primeiro
XXX 30 trinta trigésimo

PORTUGUÊS
XL 40 quarenta quadragésimo
L 50 cinqüenta qüinquagésimo
LX 60 sessenta sexagésimo
LXX 70 setenta septuagésimo
LXXX 80 oitenta octogésimo
XC 90 noventa nonagésimo
C 100 cem centésimo
CC 200 duzentos ducentésimo
CCC 300 trezentos trecentésimo
CD 400 quatrocentos quadringentésimo
D 500 quinhentos qüingentésimo
DC 600 seiscentos sexcentésimo
DCC 700 setecentos septingentésimo
DCCC 800 oitocentos octingentésimo
CM 900 novecentos nongentésimo
M 1000 mil milésimo

Flexão do Numeral:

1.Cardinal

Os números cardinais são invariáveis, com exceção de:

• um, dois e as centenas a partir de duzentos flexionam-se em gênero e número:


uma, duas, duzentas, quatrocentas etc.

Precisam de duzentos quilos de cimento.

Precisam de duzentas sacas de café.

• milhão, bilhão, trilhão (admite-se também a forma de bilião, trilião) flexionam-se


em números: dois milhões, quatro trilhões etc.

A obra custou um milhão de reais.

A obra custou dois milhões de reais.

35
Módulo I - 1º ano MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio

2. Ordinal

Os numerais ordinais variam em gênero e número.

Recordou o primeiro amor e as primeiras namoradas.

3. Multiplicativo

Os numerais multiplicativos são variáveis em gênero e número quando têm valor de adjetivo:

Em se tratando desse assunto, é preciso ter uma dose tripla de paciência.


PORTUGUÊS

4. Fracionário

Os fracionários concordam com o cardinal que indica o número das partes.

Três quintos do salário destinam-se a transporte.

Obser vação :

São considerados numerais:

• o zero (0) e as palavras que indicam um conjunto numérico de seres (numerais coletivos):
centena (100), década (10), dúzia (12), milheiro (1000), par (2).

• as palavras ambos/ambas (dois/duas): Luiz e Henrique participaram do campeonato de


tênis. Ambos foram premiados. Ou: Ambos os dois foram premiados.

36
MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio Módulo I - 1º ano

PRONOME

Os pronomes são palavras que representam, determinam ou caracterizam o nome.

Observe: Tua calma deixa os alunos irritados. E les se irritam á toa.

O pronome tua acompanha o substantivo calma, indicando posse. O pronome eles substi-

PORTUGUÊS
tui um substantivo (alunos).

Quando o pronome substitui ou representa o substantivo, é denominado pronome


substantivo – por exemplo, o pronome eles.

O pronome que acompanham o substantivo para caracterizá-lo é chamado de


pronome adjetivo – por exemplo, o pronome tua.

Classificação dos pronomes:

Pronomes pessoais

Os pronomes pessoais referem-se às pessoas do discurso:

E u penso que tu sofres demais por ele.

Quem fala com quem se fala sobre quem se fala


1° pessoa 2° pessoa 3° pessoa

Os pronomes pessoais são sempre pronomes substantivos. São classificados em


retos e oblíquos.

Pronomes Pes so ais

Retos Oblíquos

singular 1ª pessoa eu me mim, comigo


2ª pessoa tu te ti, contigo
3ª pessoa ele, ela se, lhe, o, a si, consigo
plural 1ª pessoa nós nos conosco
2ª pessoa vós vos convosco
3ª pessoa eles, elas se, lhes, os, as si, consigo

37
Módulo I - 1º ano MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio

Os pronomes o, a, os, as assumem as formas:

• lo, la, los, las após as formas verbais terminadas em –r, –s, –z.

Não pensou em matar o rapaz. Não pensou em matá-lo. (matar + o)

• no, na, nos, nas após as formas verbais terminadas em –am, –ao, –õe.

Há muito serviço por aqui. Façam-no. (façam + o)

E u ou mim? Tu ou ti?
PORTUGUÊS

Segundo o padrão culto da língua, nas construções em que a preposição para anteceder um
verbo infinitivo, usa-se o pronome pessoal reto eu e tu.

Deram este livro para eu ler até amanhã.

Na norma culta da língua, os pronomes oblíquos mim e ti são empregados em expressões


formadas com as preposições: de, entre, s em , para.

Co n os co ou co m nó s?

Os pronomes conosco e convosco podem ser substituídos por com nós e com vós se vierem
seguidos das expressões todos, outros, mesmos, próprios ou de numeral:

Você pode vir co no s co . Você pode vir co m nós todos.

Os pronomes si, consigo só devem ser empregados quando se referem à 3ª pessoa.


Mariana acreditava em s i mesma. Ela trazia consigo uma fé imensa.

Pronomes de Tratamento

Os pronomes de tratamento são expressões empregadas para tratar formalmente o receptor.

Pronomes de tratamento

Pronomes Abreviatura Emprego

Vossa Alteza V.A. Príncipes, Duques


Vossa Eminência V.Em.ª Cardeais
Vossa Excelência V.Ex.ª Altas autoridades
Vossa Magnificência V.Mag.ª Reitores de universidades
Vossa Majestade V.M. Reis, imperadores
Vossa Senhoria V.S.ª Tratamento formal, cerimonioso
Vossa Santidade V.S. Papa

38
MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio Módulo I - 1º ano

São pronomes d tratamento também os termos você (tratamento familiar e informal), se-
nhor, senhora, senhorita (tratamento formal).

A palavra você vem de Vossa Mercê, que se transformou em vossemecê, vosmecê,


vancê, até chegar a forma atual: você.

Vossa E xcelên cia ou S u a E xcelên cia?

Os pronomes de tratamento são precedidos de Vossa quando o emissor dirige-se direta-


mente ao receptor:

PORTUGUÊS
Vossa Excelência precisa assinar esses papéis até o fim do dia.

Quando o emissor refere-se ao receptor, o pronome de tratamento é precedido por Sua:

Sua Excelência não poderá atendê-lo agora.

Com os pronomes de tratamento, o verbo deve estar sempre na 3ª pessoa, bem como
os pronomes que se referem a eles.

Pronomes Pos sess ivos

Os pronomes possessivos indicam posse em relação a cada uma das pessoas do discurso.
São variáveis em gênero e número.

Pronomes pos sess ivo s

Singular Plural

1ª pessoa Meu, minha. Meus, minhas Nosso, nossa, nossos, nossas

2ª pessoa Teu, tua, teus, tuas Vosso, vossa, vossos, vossas

3ª pessoa Seu, sua, seus, suas Seu, seus, sua, suas

Os pronomes possessivos nem sempre expressam relação de posse. Observe:

Meu prezado amigo, desejo-lhe sorte! (Cortesia, afetividade)


Tinha s eu s medos e alucinações. (valor indefinido)
Lá por volta dos seus vinte anos, você poderá ter um carro. (cálculo aproximado)
Por favor, seu Joaquim, deixe-me falar! (seu = senhor)

Obser vação:

Os pronomes me, te, lhe podem ter valor de pronome pessoal ou possessivo.

Entreguei-lhe a carta. (pessoal: entreguei a ele/ela)


Roubaram-me a carteira. (possessivo: minha carteira)

39
Módulo I - 1º ano MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio

Os pronomes seu, sua, s eu s , s u as podem gerar ambigüidade. Observe:

Luís Mauro entrou com sua noiva, senhor.

A frase permite duas interpretações: a noiva é de Luís Mauro ou a noiva é do ouvinte (senhor).

Para desfazer a ambigüidade, pode-se construir a frase assim:

Luís Mauro entrou com a noiva dele, senhor.

Pronomes demonstrativos
PORTUGUÊS

Os demonstrativos são pronomes que situam os seres no espaço e no tempo, tendo como
referência as pessoas do discurso. Apresentam-se em formas variáveis (flexionadas em gênero
e número) e invariáveis.

Pronomes demonstrativos
Variáveis Invariáveis
1ª pessoa este, esta, estes, estas isto
2ª pessoa esse, essa, esses, essas isso
3ª pessoa aquele, aquela, aqueles, aquelas aquilo

a) Em relação as três pessoas do discurso:

Empregam-se:

• es te (s), es ta (s), isto: quando o ser ou objeto esta próximo do falante.


• es s e (s), ess a (s), isso: quando o ser ou objeto está próximo do ouvinte.
• aquele (s), aquelas (s), aquilo: quando o ser ou objeto está distante do falante e do ouvinte.

Este livro foi publicado no século XIX. (próximo do falante)


Pegue essa lapiseira ao lado do telefone. (próximo do ouvinte)
Observe aquele cartaz do outro lado da rua. (distante do falante e do ouvinte).

b) Em relação a falar ou escrever

Emprega-se:

• este, esta, estes, estas, isto para indicar que ainda vai ser dito ou escrito no enunciado.

O problema é este: não há dinheiro para a compra do material escolar.

• esse, essa, esses, essas, isso para retomar o que já foi dito ou escrito no enunciado anterior:

Reprovaram muitos alunos. Essa atitude gerou protestos.

• aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo para retomar o que foi mencionado em um
contexto ou em um tempo distante:

40
MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio Módulo I - 1º ano

Em 1968, houve um protesto estudantil. Aquele ano ficou na história.

Usa-se o pronome aquele para o termo mencionado em primeiro lugar, e este, para o
termo mencionado em último lugar:

Gonçalves Dias e José de Alencar são escritores românticos. Aquele foi poeta, este se
dedicou à prosa.

São pronomes demonstrativos, também, as palavras: o, os, a, as, mesmo, próprio, seme-
lhante e tal.

PORTUGUÊS
Poderia relatar o que viu. (aquilo)
Tal fato não merece consideração. (esse)
Não posso aceitar semelhante por favor! (este)
Ela própria deve exigir seu s direitos trabalhistas. (em pessoa)
Nós mesmos faremos os ajustes no computador. (em pessoa)

Pronomes indefinidos

Os pronomes indefinidos referem-se à 3ª pessoa do discurso de modo vago, indeterminado.


É o que se observa nos exemplos:

Alguém tem alguma dúvida sobre o texto?


Vários setores da sociedade compareceram na manifestação contra o desemprego.

Pronomes Indefinidos
Variáveis Invariáveis
Algum, nenhum, certo, outro, muito, Alguém, ninguém, tudo, nada, cada,
pouco, vário, tanto, quanto, qualquer, algo, outrem.
todo

Os pronomes indefinidos são representados também por locuções: cada um, cada qual,
qualquer um.

Algum e qualquer

O pronome algum, quando precede o substantivo, possui valor positivo:

Alguma razão deve haver para isso.

Quando proposto ao substantivo, possui valor negativo:

Não há alguma razão para isso.

O pronome qualquer é variável em número, flexionando-se o primeiro elemento:

Estão suspensas quaisquer atividades na escola.

41
Módulo I - 1º ano MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio

Certos

O pronome certo, quando anteposto ao substantivo, é pronome indefinido:

Certas perguntas invadiram a intimidade do entrevistado.

Quando proposto ao substantivo, é adjetivo:

Não foi capaz de dar a resposta certa.

Pronomes interrogativos
PORTUGUÊS

Os pronomes interrogativos são empregados na formulação de pergunta direta ou indireta.


São eles: que, quem, qual e quanto.

Qual será nosso destino? (pergunta direta)


Não sei quem poderá responder essa pergunta. (pergunta indireta)

Os pronomes interrogativos podem ser substantivos ou adjetivos (estes últimos quando


acompanham um substantivo):

Quem sonha acordado? (pronome substantivo)


Quantas semanas restam para as férias? (pronome adjetivo)

Pronomes relativos

Os pronomes relativos são aqueles que se referem a termos já expressos anteriormente


(substantivos, pronomes). Por exemplo:

Escolheram o livro que trata de deveres do cidadão.

O pronome que, na frase acima, relaciona-se ao substantivo livro, o termo antecedente, e o


substitui na oração seguinte. Desdobrando-se o período, essa relação se torna mais clara.

Escolheram o livro. O livro trata de deveres do cidadão.


Escolheram o livro que trata de deveres do cidadão.

Pronomes Relativos
Variáveis Invariáveis
o qual, a qual, os quais, as quais que
cujo, cuja, cujos, cujas quem
quanto, quanta, quantos, quantas onde

São utilizados também como pronomes relativos as palavras quando e como, que expres-
sam, respectivamente, tempo e modo.

42
MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio Módulo I - 1º ano

Cinco horas: é a hora quando o dia amanhece nessa época do ano.


É inadmissível a forma como ele se dirigiu ao prefeito.

O termo antecedente do pronome relativo pode ser também o pronome demonstrativo o(s).

Veja o que ele fez na sala de projeção!


(Veja aquilo que ele fez na sala de projeção.)

O termo antecedente do pronome relativo nem sempre vem expresso na frase. Pode haver
uma referência mental.

Não sei aonde vou. (Não sei o lugar aonde vou.)

PORTUGUÊS
Quem casa quer casa. (Aquele que casa quer casa.)

Os pronomes relativos podem ser percebidos de preposição, quando o verbo ou subs-


tantivo forem regidos por preposição.

Este é o livro a que me refiro. (refere-se a alguma coisa ou a alguém)

43
Módulo I - 1º ano MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio

VERBO

O verbo é a palavra que expressa ação, estado, mudança de estado ou indica fenômeno na-
tural. É em torno dele que se organizam frases, orações e períodos. Observe os exemplos
extraídos de obras de José de Alencar.

Peri alucinado suspendeu-se aos cipós que se entrelaçavam pelos ramos das árvores.
PORTUGUÊS

ação

Aurélia era órfã; tinha em sua companhia uma velha parenta.

estado

Tornou-se a deusa dos bailes; a musa dos poetas e o ídolo dos noivos em disponibilidade.

Mudança de estado

C h o v e lá fora.

fenômeno natural

O verbo é a classe de palavras que apresenta o maior número de flexões. Pode ser
flexionado em número (singular e plural), pesso a (primeira, segunda e terceira), modo
(indicativo, subjuntivo e imperativo), tempo (presente, pretérito e futuro) e voz (ativa e
passiva).

Formas nominais do verbo:

Os verbos possuem três formas, chamadas nominais: infinitivo, gerúndio e particípio.

Infinitivo: caracteriza-se pela terminação –r (amar, perder, partir).


Gerúndio: caracteriza-se pela terminação –ndo (armando, perdendo, partindo).
Particípio: caracteriza-se pelas terminações –ado, -ido (armado, perdido, partido).

Infinitivo, gerúndio e particípio são denominados formas nominais porque podem


assumir outras classes gramaticais.

Navegar é preciso, viver não é preciso.

substantivo substantivo

44
MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio Módulo I - 1º ano

LO C UÇ Ã O VE RBA L

L o cu çã o verbal é a composição formada por verbo auxiliar seguido de verbo principal. O


verbo auxiliar aparece conjugado e o verbo principal no infinitivo, gerúndio ou particípio.

Estavam dormindo quando eles gritaram.

PORTUGUÊS
Nas locuções verbais, o verbo principal expressa a idéia central: estavam dormindo =
dormiam.
Na formação da locução verbal, podem ser verbos auxiliares: ser, estar, ter, haver, ir.

Tempos simples e compostos:

Observe as frases abaixo:

1. Eu vi muitas coisas acontecerem nos últimos anos.


2. Eu tenho visto muitas coisas acontecerem nos últimos anos.

Na primeira frase, a ação verbal é representada apenas por um forma: vi. Na segunda, esse
mesmo verbo aparece acompanhado de verbo auxiliar e particípio: tenho visto. Ambos estão
no mesmo tempo e modo – pretérito perfeito do indicativo, só mudam a forma de flexão. Trata-
se, respectivamente, de tempo simples e tempo compos to.

Flexões verbais:

Número e pessoa

Os verbos são flexionados em pessoa (1ª, 2ª, 3 ª) e número (singular e plural), de acordo com
o pronome pessoal correspondente.

Observe as variações de pessoa e número que ocorrem na conjugação do verbo olhar, no


presente do indicativo: eu olho, tu olha s , ele olha, nós olha mos, vós olha is, eles olham.

Modo

Indicativo – o falante apresenta o fato como certo, real:

Viajo esta noite sem falta.

Subjuntivo – o falante apresenta o fato como duvidoso, incerto:

Talvez eu viaje esta noite.

45
Módulo I - 1º ano MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio

Imperativo – o falante apresenta o fato como ordem, pedido ou conselho:

Viajem durante o dia.

Tempo: Modo Indicativo

Presente – situa o fato no momento em que ocorre:

A chuva molha os quadros expostos na praça.


PORTUGUÊS

Pretérito – situa o fato em um momento anterior ao presente. Pode ser perfeito, imperfeito
e mais-que-perfeito.

Pretérito perfeito – transmite a idéia de uma ação completamente concluída:

A chuva molhou os quadros expostos na praça.

Pretérito imperfeito – transmite a idéia de uma ação contínua ou habitual no passado:

A chuva molhava os quadros expostos na praça.

Pretérito-mais-que-perfeito – expressa um fato passado que ocorreu antes de outro, tam-


bém no passado:

Quando cheguei, a chuva molhara os quadros expostos na praça.

Futuro – situa o fato no momento posterior ao presente; divide-se em futuro do presente e


futuro do pretérito.

Futuro do presente – expressa uma ação que poderá ocorrer num tempo futuro:

A chuva molhará os quadros expostos na praça.

Futuro do pretérito – expressa uma ação que poderia ocorrer mediante certas condições:

A chuva molharia os quadros, se ele ao tivesse coberto toda a área.

Tempo: modo Subjuntivo

Presente – Indica um fato duvidoso, incerto, possível ou não de ser realizado ou


expressa desejo.

Talvez ele venha para as comemorações.

Pretérito imperfeito – expressa um fato improvável ou um fato que poderia ocorrer


mediante certa condição:

Se eu tivesse capital suficiente, construiria um lar para crianças abandonadas.


MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio Módulo I - 1º ano

Futuro – indica um fato possível de ser realizado:

Quando ele comprar um microcomputador, poderá navegar na Internet.

Voz

A voz do verbo expressa o tipo de relação entre o sujeito e o verbo. São três as vozes do
verbo: ativa, passiva e reflexiva.

Voz ativa – o fato é praticado pelo sujeito:

PORTUGUÊS
A torcida aplaudiu o atleta.

sujeito agente

A forma verbal “aplaudiu” está na voz ativa porque “a torcida” é o agente do processo verbal.

Voz pass iva – o fato é recebido pelo sujeito:

O atleta foi aplaudido pela torcida.

sujeito paciente

A forma verbal “foi aplaudido” está na voz passiva porque “o atleta” é o paciente da ação verbal.

Há dois tipos de voz passiva:

Analítica – formada pelo verbo ser ou estar mais o particípio di verbo principal:

O atleta foi aplaudido pela torcida.

sujeito paciente verbo ser + particípio

Sintética – formada pelo verbo e pronome apassivador s e:

Aplaudiu-se o atleta.

verbo + pronome sujeito paciente apassivador

Voz reflexiva – o fato é praticado e recebido pelo sujeito:

O atleta banhava-se no vestiário.

A forma verbal “banhava-se” está na voz reflexiva porque “o atleta” é, ao mesmo tempo.
Agente e paciente da ação verbal: o atleta banhou a si mesmo.

47
Módulo I - 1º ano MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio

C L A SS I FI C A Ç Ã O D O S VE RB OS

Quanto a flexão, os verbos são classificados em regulares, irregulares, defectivos, anôma-


los e abundantes.

Conjugações:
PORTUGUÊS

1ª conjuga ção: verbos terminados em –ar andar, calar, chorar.

2ª conjuga ção: verbos terminados em –er sofrer, escrever, viver.

3ª conjuga ção: verbos terminados em –ir dormir, fingir, partir.

O verbo pôr e seus derivados (compor,depor,repor,supor) pertencem à 2ª conjugação,


devido a forma portuguesa arcaica poer.

• Regulares – verbos que seguem um paradigma, isto é, um modelo de conjugação. O ra-


dical não se altera: estudar: estudo, estudas, estudas tes, es tudássemos.

• Irregulares – verbos que não seguem o modelo de sua respectiva conjugação. Ocorrem
alterações no radical e nas terminações: dizer: digo, dizes, direi, dis s ess e .

• Defectivos – verbos que não são conjugados em determinadas pessoas, tempos ou


modos: fali, no presente do indicativo, só apresenta as formas: (nós) falimos e (vós) falis.

• Anômalos – verbos que apresentam alteração profunda no radical e nas terminações: ser:
sou, és, é, somos, sois, são – vir: venho, vens, vimos, vindes, vêm.

• Abundantes – são verbos que têm duas ou mais formas equivalentes. Essas formas ocor-
rem, geralmente, no particípio:

aceitar – aceitado (particípio regular), aceito (particípio irregular)


limpar – limpado (particípio regular), limpo (particípio irregular)
soltar – soltado (particípio regular), solto (particípio irregular)

Acendido ou aceso?

Com os verbos ter e haver, emprega-se o particípio regular (terminados em –ado ou


–ido). Com os auxiliares ser e estar, emprega-se a forma irregular do particípio.

Haviam acendido o fogo. O fogo estava aceso.

Há verbos que só possuem o particípio irregular: abrir (aberto), cobrir (coberto), dizer
(dito), escrever (escrito), fazer (feito), pôr (posto), ver (visto), vir (vindo).

48
MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio Módulo I - 1º ano

FORMAÇÃO DO P RESE N TE
DO SUBJUNTIVO E DO IMPERATIVO
Presente do subjuntivo: deriva do presente do indicativo.

Observe as modificações que ocorrem:

• nos verbos de 1ª conjugação ao radical, acrescentam-se as desinências –e, -es, -e, -emos, -eis.

PORTUGUÊS
• nos verbos de 2ª conjugação e 3ª conjugação ao radical, acrescentam-se as desinên-
cias a, -as, -a, -amos, -ais, -am.

Imperativo: deriva do presente do indicativo e do presente do subjuntivo.

Pode ser afirmativo e negativo. Nesse modo, não se conjuga a primeira pessoa do singular.

Imperativo afirmativo – a 2ª pessoa do singular (tu) e do plural (vós) originam-se do presente


do indicativo menos a terminação –s. As demais pessoas são iguais ao presente do subjuntivo.

Imperativo negativo – todas as pessoas são iguais ao presente do subjuntivo.

Presente Imperativo Presente do Imperativo


do Indicativo Afirmativo subjuntivo negativo
amo --- ame ---
amas [-s] ama ames não ames
ama ame ame não ame
amamos amemos amemos não amemos
amais [-s] amai ameis não ameis
amam amem amem não amem

Tempos com pos tos :

Para formar os tempos compostos, empregam-se os verbos auxiliares ter ou haver seguidos
do particípio do verbo principal. Apenas os auxiliares são flexionados:

Nós tínhamos encontrado o caminho.

Verbo auxiliar particípio do verbo principal

Modo Indicativo:

• Pretérito perfeito compos to – o verbo auxiliar é conjugado no presente do indicativo:


tenho amado.

49
Módulo I - 1º ano MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio

• Pretérito-mais-que-perfeito – o verbo auxiliar é conjugado no pretérito imperfeito do


indicativo: tinha amado.

• Futuro do presente composto – o verbo auxiliar é conjugado no futuro do presente:


terei amado.

• Futuro do pretérito composto – o verbo auxiliar é conjugado no futuro do pretérito:


teria amado.

Modo subjuntivo:
PORTUGUÊS

No modo subjuntivo, o pretérito perfeito e o pretérito-mais-que-perfeito só ocorrem como


formas compostas.

• Pretérito perfeito – o verbo auxiliar é flexionado no presente do subjuntivo: tenha


amado.

• Pretérito-mais-que-perfeito – o verbo auxiliar é conjugado no pretérito-mas-que-per-


feito do subjuntivo: tivesse amado.

• Futuro – o verbo auxiliar é conjugado no futuro do subjuntivo: tiver amado.

Formas nominais:

Infinitivo impessoal compos to – é formado pelo infinitivo impessoal do verbo auxiliar,


seguido do particípio do verbo principal: ter amado.

Infinitivo pessoal compos to – é formado pelo infinitivo pessoal do verbo auxiliar, segui-
do do particípio do verbo principal: ter amado, teres amado, termos amado, terdes
amado, terem amado.

Gerúndio – é formado pelo gerúndio do verbo auxiliar, seguido do particípio do verbo prin-
cipal: tendo amado, tendo comido, tendo fugido.

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MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio Módulo I - 1º ano

ADVÉRBIO

O advérbio é a palavra que expressa uma circunstância. Observe as frases abaixo:

Eu falei cm as crianças.
Ontem eu falei rapidamente com as crianças.

PORTUGUÊS
Comparando as duas frases, verificamos que a segunda contém elementos que expressam
as circunstâncias em que o fato ocorreu: ontem indica quando o fato ocorreu e rapidamente, o
modo como esse fato ocorreu.

O advérbio pode modificar ou ampliar o sentido de verbos, adjetivos, advérbios ou de


orações inteiras. Veja o exemplo:

* Todos os velhinhos dormiam profundamente.


(amplia o sentido do verbo dormir)

* Essas peças de cerâmica estão com preços m u ito altos


(intensifica o adjetivo altos)

* Estavam tão longe de nossos olhos.


(intensifica o advérbio longe)

* Infelizmente, houve vítimas fatais.


(estende-se a toda a oração)

L o cu çã o Adverbial:

A locução adverbial é o conjunto de palavras que têm valor de advérbio. Em geral, é cons-
tituída de preposição e substantivo:

Tudo estava em s ilên cio .


(locução adverbial de modo)

Cla ss ifica çã o do advérbio:

Os advérbios e as locuções adverbiais classificam-se de acordo com a circunstância que


expressam. O quadro, a seguir, destaca alguns exemplos.

Advérbio L o cu çã o Adverbial
Circunstância Exemplo
De lugar Passou por aqui um rapaz fardado
De tempo Venha cedo, pois ainda tenho de escrever o texto.
De modo Falava bem, mas escrevia mal.

51
Módulo I - 1º ano MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio

Advérbio L o cu çã o Adverbial
Circunstância Exemplo
De intensidade Desculpe, mas você canta bem mal.
De dúvida Provavelmente iremos casar.
De causa As mães choravam de desespero.
De finalidade Estudavam para o vestibular.
De meio e de instrumento Preferem ir de avião.Quem com ferro fere, com ferro será ferido.
De companhia Esta noite ficarei contigo!
De afirmação Certamen te você não mentiu.
De negação Não posso concordar com você, de modo algum.
PORTUGUÊS

De exclusão Todos partiram, exceto um rapaz.

Advérbios Interrogativos:

Alguns advérbios de causa, lugar, modo,e tempo são empregados em perguntas diretas ou
indiretas, por isso são denominados advérbios interrogativos.

Não sabia dizer por que estava triste. (causa)


Onde estão todos?(lugar)
Perguntaram-me como eu fazia peixe assado. (modo)
Quando estaremos realmente livres? (tempo)

Grau dos advérbios:

Embora os advérbios pertençam à classe de palavras invariáveis, alguns podem ser fle-
xionados em grau comparativo ou superlativo.

Comparativo:

• De superioridade: Os alunos moravam m ais perto da escola (do) que o professor.


• De igualdade: Os alunos moravam tão perto da escola quanto do professor.
• De inferioridade: Os alunos moravam men os perto da escola (do)que o professor.

Superlativo:

• Sintético : os alunos moravam pertíssimo da escola.


• Analítico: os alunos moram pertinho da escola.

O superlativo sintético do advérbio pode ser formado ainda com acréscimo do sufixo -inho.

Os alunos moram pertinho da escola

OBS.: Quando se empregam dois ou mais advérbios terminados em –mente, acrescenta-se


o sufixo somente na última palavra:

Ficou claro que direta ou indiretamente ele participou do crime.


Melhor e pior são comparativos dos advérbios bem e mal, e dos adjetivos bom e mau.
Sabe literatura melhor do que os outros.
(comparativo do advérbio bem) (mais bem)
O tema da redação é melhor do que o tema do seminário.
(comparativo do adjetivo bom) (mais bom)

As formas mais bem e mais mal devem ser empregadas antes de verbos no particípio.
Essa redação foi mais bem redigida que a outra.

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MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio Módulo I - 1º ano

P RE PO SI ÇÃO

Preposição é a palavra invariável que liga termos entre si, estabelecendo numerosas
relações.

Exemplo: Vim de Minas no carro de Pedro.


Falamos sobre a obra de Machado de Assis.

PORTUGUÊS
• A preposição é um conectivo de palavras, de termos, e não de orações.

Cla ss ifica çã o da preposição:

Há dois tipos de preposição: as ess en ciais e as acidentais:

Prepos ições
E s s en cia is Aciden tais
A,ante,após,até, com, contra, de,desde, em, Afora,como,conforme,consoante,durante,
Entre,para, perante, por, sem,sob,sobre,trás Exceto, fora,mediante,salvo,segundo etc.

As preposições acidentais são assim chamadas porque nem sempre exercem o papel de
preposição; são palavras que pertencem a outras classes gramaticais. Observe a palavra
segundo:

Um professor desta escola foi o segundo colocado no concurso. (numeral)


Faltou um segundo para terminar a prova. (substantivo)
Choverá granizo segundo previu a meteorologia. (conjunção)
Agiu segundo as idéias predominantes da época. (preposição)

L o cu çã o prepositiva

Consiste no conjunto de palavras que exercem o papel de preposição: abaixo de,


acerca de, afim de, de acordo com, através d, em virtude de, em face de, além de, junto
de, por causa de.

A locução prepositiva termina sempre com preposição, ao contrário de outras


locuções. Compare:

Vieram a fim de ver o quadro. (locução prepositiva)


O quadro de Pica s s o é belíssimo. (locução adjetiva)
Vimos o quadro de perto. (locução adverbial)

53
Módulo I - 1º ano MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio

Com bina ção e con tração da preposição:

Ocorre combinação quando a preposição ao ligar-se a outra palavra, não sofre alterações.
Por exemplo, a preposição a combina-se com os artigos o, os e com o pronome onde:

Chegaremos ao resultado que esperamos. (a + o)


Aonde nos levará essa situação de miséria social? ( a + onde)

Considera-se contra ção o processo no qual a preposição, ao ligar-se a outra palavra, sofre
modificações em sua estrutura. Por exemplo, as preposições de, em, por (per) podem contrair-
se com artigos e pronomes:
PORTUGUÊS

Voltou na calada da noite. (em + a); (de + a)


Des s e jeito, você acabará maluco. (de + esse)
Não havia paz naquele lugar. (em + aquele)
Não mostrou interesse pelo assunto. (per+o)

A contração da preposição a com artigos e pronomes demonstrativos recebe o nome


de cra se e é marcada graficamente com o sinal grave (`).

Ocorre contração da preposição a quando:

• a preposição a junta-se ao artigo a(s):


Dedicou-se a vida inteira à poesia.

• a preposição a junta-se ao pronome demonstrativo aquele(s), aquela(s), aquilo:


O escritor refere-se àquela obra e àquele museu.

• a preposição a junta-se ao pronome demonstrativo a(s), com valor de aquela(s):


Esta obra é semelhante à de Eça de Queirós.

Tipos de relação estabelecidos pela preposição

• de posse: Encontramos o livro do professor na biblioteca.


• de ca u s a : Ainda há crianças que morrem de inanição.
• de matéria: Os vasos de cerâmica estão expostos no museu.
• de assunto: Publicaram um artigo sobre Aids.
• de companhia: Viajar co m os amigos é sempre mais divertido.
• de finalidade: Comparam uma revista para jovens.
• de instrumento: Escreveu co m lápis a dedicatória do livro.
• de lugar: Pretendem morar em Porto Alegre.
• de origem: Aquela turma vinha de Sorocaba.
• de tempo: Temos um prazo de 10 dias para finalizar o trabalho.
• de meio: Anunciar pelo rádio é mais barato.
• de conformidade: Viviam conforme as poucas posses do pai.
• de modo: Aguardamos co m ansiedade o resultado da loteria.
• de oposição: Houve protestos contra a impunidade parlamentar.

54
MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio Módulo I - 1º ano

CON J UN ÇÃO

A conjunção é a palavra invariável que relaciona duas orações.

L o cu çã o conjuntiva – A exemplo de outras locuções, a locução conjuntiva consiste

PORTUGUÊS
em duas ou mais palavras com valor de conjunção, embora na sua formação não seja
necessário o uso de preposição.

Alguns exemplos: uma vez que, ainda que, desde que, a fim de que, à medida que,
antes que, logo que etc.

Cla ss ifica çã o da conjunção:

As conjunções podem ser classificadas em coordenativas e subordinativas, dependendo do


tipo de relação estabelecido entra as orações. Observe os exemplos:

Exemplo 1:

Não freqüentava bons botequins nem fazia noitadas. (Eça de Queirós)

Esse enunciado é composto de duas orações independentes, isto é, completas sintaticamente:

(Ele) Não freqüentava botequins. (Ele) não fazia noitadas.

Exemplo 2:

Afirmo que sou estudante. (Gracialiano Ramos)

Já nesse enunciado, a conjunção que inicia o complemento sintático da oração anterior.


Portanto, não se trata apenas de unir orações, mas de completar-lhes o sentido, pois são
orações dependentes entre si. A conjunção que é um exemplo de conjunção subordinativa.

Concluindo: as conjunç ões coordenativas unem orações independentes. A s con-


junções subordinativas unem e completam sintaticamente orações dependentes.

55
Módulo I - 1º ano MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio

Conjun ções coordenativas:

As conjunções coordenativas são classificadas de acordo com a relação que estabelecem


entre as orações. Podem ser: aditivas, adversativas, conclusivas e explicativas.

Cla ss ifica çã o Tipo de relação Conjun ções

aditivas relação de soma, adição E, nem, mas também


adversativas relação de oposição, mas, porém, contudo,
contraste todavia, entretanto,
no entanto
PORTUGUÊS

alternativas relação de alternância ou, ou...ou, ora...ora


ou exclusão
conclusivas relação de conclusão, portanto, logo, pois
conseqüência (posposto ao verbo)
explicativas relação de justificativa pois (anteposto ao
verbo), porque, porquanto

Conjun ções subordinativas:

As conjunções subordinativas legam orações dependentes sinteticamente. Classificam-se


de acordo com o tipo de relação que estabelecem com a oração subordinada. Podem ser: inte-
grantes, causais, concessivas, comparativas, condicionais, conformativas, consecutivas, finais,
temporais e proporcionais.

Cla ss ifica çã o Tipo de relação Conjun ções

Integrantes relação de integração que, se


causais relação de causa visto que, já que, uma vez que
concessivas relação de concessão embora, ainda que, mesmo que
comparativas relação de comparação como, bem como, assim como
condicionais relação de condição se, caso, dede que, a não ser que
conformativas relação de conformidade conforme, segundo, consoante
consecutivas relação de conseqüência (tal) que, (tanto) que, (tão) que
finais relação de finalidade para que, a fim de que
temporais relação de tempo quando, antes que, enquanto
proporcionais relação de proporção à medida que, ao passo que

Obser vação: Uma mesma conjunção pode assumir classificações diferentes. Observe os
exemplos.

56
MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio Módulo I - 1º ano

Que

No Natal chora que chora sem parar. (coordenativa aditiva)


Não venha cedo que a loja só abre às 10 horas. (coordenativa explicativa)
Sempre levavam uma que outra flor para a santa. (coordenativa alternativa)
Disseram que o réu foi condenado por seqüestro. (subordinativa integrante)
Pediu com tanta insistência que acabou ganhando a viagem. (subordinativa consecutiva)

Como

Co m o já anoiteceu, vamos tomar um táxi. (subordinativa causal)

PORTUGUÊS
O mar é para mim como o Céu para um crente. ( subordinativa comparativa)
Tudo ocorreu exatamente co mo a aniversariante desejava(subordinada conformativa)

Se

Verifique s e há alguém disposto a colaborar conosco. (subordinativa integrante)


S e você quiser eu trago papel para ser reciclado. (subordinativa condicional)

Desde que

Eu não vejo desde que ele foi para São Paulo. ( subordinativa temporal)
Desde que Você fique quieto, poderá permanecer no cinema. (subordinativa condicional)

57
Módulo I - 1º ano MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio

INTER JEIÇÃO

A interjeição é uma palavra invariável que expressa um sentimento de dor,de alegria, de


admiração de irritação e outros estados emotivos de forma sintética, abreviada. Compare as
frases:

Fiquem quietos,não façam barulho, pois o diretor está chegando.


PORTUGUÊS

Silên cio! O diretor está chegando.

Não existe uma classificação muito rigorosa para a interjeição,uma vez que o seu significa-
do depende da situação em que é empregada, além da entonação.

Ai! Que susto você me deu. (expressa espanto)


Ai! Não agüento mais essa dor nos olhos. ( expressa dor)
Ai!Para de falar um pouco. (expressa impaciência)

A interjeição é sempre empregada com ponto de exclamação ou seguida de vírgula:

- Olá! Turma cheguei. Puxa, eu estou aqui!

Interjeições
Advertência: cuidado! calma! atenção! silêncio! psiu!
Animação: força! coragem!
Alegria: ah! oh! oba! viva!
Alívio: ufa! arre! ah!
Aplauso: bis! bravo!
Apelo, chamamento: socorro! ei! valha-me Deus!
Desaprovação: puxa! basta! chega!
Desejo: oxalá! tomara! pudera!
Dor, melancolia: ai! ui! ai de mim! que pena!
Impaciência: ai! que saco! hum! epa!
Medo, espanto: ui! uh! credo! cruz credo! cruzes!
Saudação : olá! alô! salve! adeus!
Surpresa, admiração: puxa! caramba! ué! uai! Céus!
Pedido de silêncio: psiu! quieto! bico calado!

58
MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio Módulo II - 2º ano

TERMOS E S SE N C I A I S DA ORA ÇÃ O

Frase, oração e período:

Denomina-se frase qualquer palavra ou conjunto de palavras capaz de estabelecer comuni-

PORTUGUÊS
cação e formar uma mensagem. As frases podem ser classificadas em nominais (sem verbo) e
verbais (com verbo). Observe os exemplos:

Fras es nominais Fras es verbais


Bom dia para todos! Fiquem em silêncio!
Socorro! Há muitas pessoas desempregadas no mundo.

A frase verbal também é chamada de oração. Portanto, a oração organiza em torno de um


verbo ou locução verbal.

A oração ou o conjunto de orações constitui um período. Quando o período é formado por


uma oração, é chamado de período simples. Quando formado por mais de uma oração, o
período é composto.

Todos d is c u te m sobre o projeto de reforma agrária.

período simples

No período simples, a oração também é chamada de oração absoluta.

Todos d is c u te m sobre o projeto de reforma agrária, mais nem todos a c e i t a m suas normas.

período composto

Termos es sen ciais da oração: sujeito e predicado

A oração (ou frase verbal) é constituída, em geral, por dois segmentos: sujeito e predicado.

A policial enfrentou a todos sem medo.

sujeito predicado

Denomina-se sujeito o segmento da oração sobre qual se faz uma declaração. O predicado,
por sua vez, consiste na própria declaração.

59
Módulo II - 2º ano MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio

Observe que o sujeito nem sempre inicia a oração.

A respeito disso existem muitos documentos.

Predicado sujeito

O sujeito pode estar ausente, mas o predicado é essencial para formar oração.

Observe que na frase, a seguir, o verbo não se relaciona com nenhum termo da
oração:
PORTUGUÊS

Faz muito frio em Bagé.

Trata-se de uma oração sem sujeito, constituída apenas por predicado.

Estudo do Sujeito:

O sujeito pode ser classificado em determinado ou indeterminado. Há, ainda, orações


que são formadas sem sujeito, constituindo o chamado sujeito inexistente.

Sujeito determinado:

O sujeito determinado é aquele que parece expresso na oração ou pode ser identifica-
do pela desinência verbal, ou ainda pelo contexto.

São três os tipos de sujeito determinado:

• determinado simples – expresso na oração e possui um só núcleo.

São Paulo possui alto índice de violência urbana.

• determinado com posto – expresso na oração e possui dois ou mais núcleos:

São Paulo e Rio de Janeiro possuem alto índice de violência urbana.

• determinado pela desinência verbal – expresso na terminação verbal:

Estamos cansados de tanta violência. (sujeito elíptico nós)

O sujeito determinado pela desinência verbal também é chamado de oculto,


elíptico ou desinencial.

Sujeito indeterminado:

Chama-se indeterminado o sujeito que não pode ser identificado nem pela terminação ver-
bal nem pelo contexto. Por exemplo:

Estão falando sobre política.

60
MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio Módulo II - 2º ano

Nessa oração, não é possível identificar precisamente o sujeito pela terminação verbal –
eles, elas, os rapazes, as deputadas- qualquer um desses termos poderia ser o sujeito.

S ã o cara cterís ticas do sujeito indeterminado:

• verbo na 3ª pessoa do plural:

Roubaram o documento do carro.

• verbo intransitivo ou transitivo indireto na 3ª pessoa do singular acompanhado do


pronome se:

PORTUGUÊS
Vive-se bem nesta cidade.
Trata-se de alunos estrangeiros.

Oração s em sujeito (sujeito inexistente):

Apesar de o sujeito sei o termo essencial da oração, existem orações que apresentam predica-
do que não se refere a nenhum termo. Nesses casos, a ação verbal não necessita de sujeito. A
oração sem sujeito é constituída de verbo impessoal, conjugado sempre na 3ª pessoa do singular.

Havia vagas para o curso de música.

Em geral, ocorre oração sem sujeito com:

• verbos que indicam fenômenos meteorológicos (chover, ventar, amanhecer,anoitecer):

Choverá à tarde?

• o verbo ser, indicando tempo ou distância:

Da minha casa à escola são dois quilômetros.

• o verbo haver com sentido de existir:

Havia um ferido no acidente.

Aten çã o!

O verbo existir admite sujeito:

Exis te um livro sobre esse assunto.


Exis tem livros sobre esse assunto.

• os verbos fazer e haver, indicando tempo decorrido, passado:

Faz dois anos que se formou em Direito.


Há dias não temos notícias dele.

61
Módulo II - 2º ano MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio

• os verbos estar e fazer, indicando fenômeno natural:

E s tá um calor!
Faz frio aqui!

Obser vação :

1. O núcleo (palavra mais importante) do sujeito pode ser representado por:

• substantivo: O funcionário foi despedido.


• pronome pessoal: E le recebeu o seguro-desemprego
PORTUGUÊS

• pronome indefinido: Ninguém soube dar a informação.


• pronome demonstrativo: Isto não pode ficar assim.
• numeral: Dois é bom, três é demais.

2. Quando empregados em sentido figurado, os verbos que indicam fenômeno natural apre-
sentam sujeito.

O casarão amanheceu cinzento.

Estudo do predicado:

Como vimos, toda oração é estruturada em torno de um verbo que, por sua vez, está conti-
do no predicado.

O predicado pode ser classificado em nominal, verbal e verbo-nominal. Essa classificação


decorre do fato de o núcleo do predicado (a parte essencial) ser verbo ou nome.

1. Predicado nominal – é formado por verbo de ligação e predicativo do sujeito. Tem como
núcleo o predicativo do sujeito.

Todos pareciam exaustos.

sujeito verbo de ligação predicativo do sujeito


núcleo do predicado nominal

Verbo de ligação

São considerados verbos de ligação aqueles que não apresentam significação em si


mesmos: ser, estar, continuar, andar, ficar, parecer, permanecer, tornar-se, virar. Esses ver-
bos apenas relacionam sujeito ao predicativo do sujeito – ermo que indica estado ou qua-
lidade do sujeito.

Os estudantes estão indignados.

Sujeito verbo de ligação predicativo do sujeito

62
MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio Módulo II - 2º ano

O predicativo do sujeito atribui características ao sujeito por meio de verbo, quer seja de
ligação ou não. Pode ser representado por: substantivo ou palavra substantivada, adjetivo ou
locução adjetiva, pronome substantivo e numeral.

Recordar é viver.
Retornaram sérios do passeio.
Meu café está sem açúcar.
Este livro é meu.
Somos somente dois em casa.

1. Predicado verbal – é formado por verbo intransitivo, transitivo direto ou transitivo indi-

PORTUGUÊS
reto. Tem como núcleo o próprio verbo. Observe como exemplo:

Chegaram cedo ao teatro.

Verbo intransitivo núcleo do predicado

Verbos significativos

Verbos intransitivos – são aqueles que apresentam significação completa; não pre-
cisam de complementos para que o enunciado tenha sentido:

De repente o carro parou.

Verbos transitivos – são verbos que exigem um termo que lhes complete a signifi-
cação do enunciado. Podem ser diretos, indiretos ou diretos e indiretos.

• transitivo direto – quando o complemento, o objeto direto, vem ligado ao verbo


sem preposição.

A platéia aplaudiu o maestro.

v.t.d. objeto direto.

• transitivo indireto – quando o complemento, o objeto indireto, vem ligado ao


verbo por meio de preposição.

A indústria brasileira precisa de mais investimentos.

v.t.i. objeto indireto

• transitivo direto e indireto – quando exige dois complementos: um sem


preposição e o outro ligado por preposição:

Informaram a situação ao presidente.

v.t.d.i. objeto direto objeto indireto.

63
Módulo II - 2º ano MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio

3. Predicado verbo-nominal – é formado por verbo intransitivo ou transitivo acompa-


nhados de predicativo do sujeito ou predicativo do objeto – termo que atribui características ao
objeto.

O predicado verbo-nominal é assim denominado por apresentar simultaneamente como


núcleos um verbo e um nome – o predicativo do sujeito ou do objeto. Observe:

O escritor retornou da livraria satisfeito.

Núcleo do predicado predicativo do sujeito


Núcleo do predicado
PORTUGUÊS

Consideramos sua postura inadequada.

predicativo do objeto direto predicativo do objeto direto


núcleo do predicado

O predicativo do objeto atribui estado ou qualidade ao objeto direto ou indireto:

Considerou a sentença injusta.

objeto direto predicativo


do objeto

Chamaram-lhe de bobo.

objeto predicativo
indireto do objeto

Obser vação :

Verbo transitivo direto – voz ativa e voz passiva.

Uma oração na voz ativa só pode ser transposta para a voz passiva quando o verbo da
oração for transitivo direto (ou transitivo direto e indireto).

Voz ativa Os senadores aprovaram a reeleição.

Sujeito agente objeto direto

Voz pass iva analítica A reeleição foi aprovada pelos senadores.

Sujeito paciente agente da passiva

Voz pass iva sintética Aprovou-se a reeleição.

Na passagem da voz ativa para a voz passiva: o objeto direto da voz ativa transforma-se em
sujeito paciente; o verbo transitivo direto da voz ativa transforma-se em locução verbal (verbo
auxiliar + particípio do verbo principal); o sujeito agente transforma-se em agente da passiva.

64
MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio Módulo II - 2º ano

TERMOS INTEGRANTES DA O RA ÇÃO

São chamados de integrantes os termos que completam o sentido dos verbos e nomes tran-
sitivos. São eles: objeto direto, objeto indireto e compl eme nto nominal.

Objeto direto e indireto:

PORTUGUÊS
Objeto direto – é o complemento que se liga ao verbo sem preposição:

Tenho sonhos cruéis n’alma doente.


Sinto um vago receio prematuro.

Objeto direto pode ser representado por pronomes pessoais oblíquos:

Vamos encontrar a professora mais tarde.


Vamos encontrá-la mais tarde.

Objeto indireto – é o complemento que se liga ao verbo por meio de preposição:

Os governantes necessitavam de credibilidade.


Dedicaram-se somente as causas políticas.

A preposição a pode estar clara, como no exemplo acima, ou subentendida nos


pronomes: lhe, lhes, me, te, s e, nos, vos. Observe:

Entregaram-lhe a mercadoria? ( lhe = a ele; objeto indireto)

Quando o objeto for representado por pronome pessoal do caso oblíquo, deve-se atentar
para o fato de que os pronomes me, te, se, nos e vos podem representar tanto o objeto direto
como o objeto indireto.

Esse presidente da República trouxe-me esperanças. (objeto indireto)


Ontem meu namorado me levou ao teatro. (objeto direto)

Fun çõ es dos pronomes pessoais oblíquos

Objeto direto – a, o, as, os, la, los, las, los, na, no, nas, nos
Objeto indireto – lhe, lhes
Objeto direto ou indireto – me, te, se, nos, vos

65
Módulo II - 2º ano MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio

Objeto direto preposicionado – Existem casos em que o objeto direto liga-se ao verbo
por meio de preposição facultativa. Justifica-se o uso da preposição por razões de estilo, para
evitar ambigüidade ou ainda realçar o objeto.

Beberam da água com sofreguidão.


Ama a todos sem distinção.

Objeto direto ou indireto pleonástico – Para realçar a idéia expressa pelo objeto, utiliza-se
o chamado objeto direto ou indireto pleonástico, que repete um termo já citado anteriormente.

Esses poemas, já os decorei.


PORTUGUÊS

objeto direto objeto direto


pleonástico

Aos sem-terra, não lhes entregaram as armas.

objeto indireto objeto indireto


pleonástico

Complemento nominal

Além de verbos, há nomes – substantivos (abstratos), adjetivos ou advérbios – de signifi-


cação transitiva, isto é, precisam de complemento. O termo que completa essas palavras
denomina-se complemento nominal, ligando-se elas por meio de preposição. Observe:

A necessidade de dinheiro não justifica atos criminosos.

substantivo complemento
nominal

Os nomes que exigem complementos nominais são, em sua maioria, derivados de


verbos transitivos. Por exemplo: o substantivo a mor é derivado de amar (transitivo dire-
to); obediência é substantivo derivado de obedecer (transitivo indireto).

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MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio Módulo II - 2º ano

TERMOS AC E S SÓ R I O S

São considerados termos acessórios os elementos que acrescentam nova informação à


oração, determinando, intensificando ou explicando outros termos. Observe:

Participamos de reuniões.
Participamos de duas longas reuniões ontem.

PORTUGUÊS
Os termos em destaque são acessórios, pois não são necessárias para o entendimento do
enunciado, não completam o sentido de nenhum termo, apenas ampliam o sentido do enun-
ciado: o número, a duração e quando ocorrem as reuniões.

São os termos acessórios da oração: o adjunto adnominal, o adjunto adverbial e o


aposto.

1. Adjunto Adverbial: Termo que denota circunstância e modifica o sentido de um verbo,


adjetivo ou advérbio. São os advérbios e as locuções adverbiais que atuam nas orações como
adjunto adverbial.

• Aten ção ! Não confunda Predicativo com Adjunto Adverbial:

Os aviões passavam velozmente sobre a cidade. (adj. Adverbial)


Os aviões passavam velozes sobre a cidade. (predicativo)

2. Adjunto adnominal: É o termo da oração que modifica um substantivo, qualquer que


seja sua função sintática, qualificando-o, especificando-o, determinando-o ou indeterminando-
o. Pode ser sintaticamente um artigo, pronomes, adjetivo, locuções adjetivas e numerais.

Exemplos: No desfile, duas garotas vestiam calças e camisetas brancas.


Pode levar também este jornal; meu filho caçula já leu o caderno de esportes.
O espetáculo coreográfico foi suspenso até segunda ordem.

Aten çã o ! Não confunda predicativo co m adjunto adnominal.

Predicativo: Não pertence e refere.

Adjunto adnominal: Pertence e refere.

Ex: O time contratou um bom goleiro - Adjunto Adnominal.


O técnico considera bom o goleiro. - Predicativo do obj. direto.

Dica : Substitui o objeto direto pelo pronome correspondente (oblíquo átono):

Ex: O time contratou-o. (Adj. Adnominal).


O técnico considera-o bom. (predicativo).

67
Módulo II - 2º ano MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio

3. Aposto: É o termo da oração que se refere a um substantivo, a um pronome ou a uma


oração, para explicá-los, ampliá-los, resumi-los ou identificá-los. Mais comumente o aposto é
marcado por uma pausa entre o termo que se refere, mas não é regra geral.é regra geral.

Exemplos:
Àquela hora a avenida Brasil estava intransitável.
O resto, isto é, as louças, os cristais e os talheres, irá nas caixas menores.
Este advogado, como representante da comunidade, é imprescindível.

4. Vocativo: É o termo da oração por meio do qual chamamos ou interpelamos nosso inter-
locutor, real ou imaginário. Geralmente é isolado por vírgulas, e, em algumas vezes, acom-
PORTUGUÊS

panhado de uma interjeição.

Exemplos:
Você viu, doutor, que notícia agradável?
Deus, me ajude!
Ó filho, me ajude a carregar as compras.

68
MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio Módulo II - 2º ano

O RA ÇÃO E PERÍODO

A oração constitui período, que pode ser simples (formado por uma única oração ou oração
absoluta) ou composto (formado por duas ou mais orações).

1. Período com posto por coordenação:

PORTUGUÊS
Uma multidão se aglomera nas ruas do centro e o comércio interrompe suas ativi-
dades.”.

• Primeira oração: "Uma multidão se aglomera nas ruas do centro"


• Segunda oração: "e o comércio interrompe suas atividades."

Nesse período, cada uma das orações é sintaticamente independente, isto é, não exerce
nenhuma função sintática com relação à outra.

A primeira oração (Uma multidão se aglomera nas ruas do centro) tem existência indepen-
dente da segunda oração (E o comércio interrompe suas atividades).

Cada oração vale por si, embora a expressão completa do pensamento do autor dependa da
coordenação ("ordenada lado a lado") das duas orações. A essas orações independentes dá-se
o nome de coordenada e o período por esse tipo de oração chama-se período composto por
coordenação.

2. Período com posto por subordinação

"Na São Paulo de 1901, o pioneiro Henrique Santos-Dumont solicitou ao prefeito Antônio
Prado que o isentasse do pagamento da recém-instituída taxa sobre automóveis."

• Primeira oração: "Na São Paulo de 1901, o pioneiro Henrique Santos-Dumont solicitou
ao prefeito Antônio Prado"
• Segunda oração: "que o isentasse do pagamento da recém-instituída taxa sobre
automóveis."

Nesse período a oração "que o isentasse do pagamento da recém-instituída taxa sobre


automóveis" é dependente sintaticamente da oração "Na São Paulo de 1901, o pioneiro
Henrique Santos-Dumont solicitou ao prefeito Antônio Prado", pois exerce a função de objeto
direto do verbo solicitar.

A primeira oração não exerce nenhuma função sintática com relação à outra e tem uma
oração que dela depende. Essa oração é chamada de principal. A outra oração que depende
sintaticamente da principal é a oração subordinada.

69
Módulo II - 2º ano MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio

3. Período com posto por coordenação e subordinação:

“Ocorrem conflitos burocráticos, e a Prefeitura, que se irritou com as reclamações do Dr.


Henrique, cassa-lhe a licença."

Neste período, há duas orações coordenadas e uma subordinada.

• Coordenadas: "Ocorrem conflitos burocráticos, e a Prefeitura (...) cassa-lhe a licença."


• Subordinada: "...que se irritou com as reclamações do Dr.Henrique..."

Esse tipo de período é chamado de período composto por coordenação e subordinação ou


período misto.
PORTUGUÊS

No exemplo dado para período misto, a oração "e a Prefeitura cassa-lhe a licença" é coor-
denada em relação à primeira e principal em relação à outra: "que se irritou com as recla-
mações do Dr. Henrique".

Uma oração coordenada ou subordinada poderá ser principal desde que exista outra que
dependa dela.

"Quero que você vá ao supermercado e passe na casa da Aninha."

As orações “que você vá ao supermercado e “e passe na casa da Aninha” são subordinadas


que exercem a mesma função: objeto direto do verbo querer ”. Essas duas orações, no entan-
to, estão coordenadas entre si.

Duas ou mais orações podem estar coordenadas entre si desde que exerçam a mesma função.

Oração subordinada substantiva:

São aquelas que desempenham as funções sintáticas próprias do substantivo. Sujeito, obje-
to direto, objeto indireto, predicativo, complemento nominal e aposto.

1. Subjetiva:
Funcionam como sujeito do verbo da oração principal.

Ex: É importante que você aprenda português.


que: Conjunção subordinativa integrante.

Obs.: Quando a oração subordinada substantiva é subjetiva, o verbo da oração principal fica
sempre na 3º pessoa do singular.

2. Objetiva direta:
Funcionam como objeto direto do verbo da oração principal.

Ex: Não sei se Teresa virá.


se: Conjunção subordinativa integrante.

3. Objetivas indiretas:
Funcionam como objeto indireto do verbo da oração principal.

Ex: Gostaria de que todos me apoiassem.


que: conjunção subordinativa integrante.

70
MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio Módulo II - 2º ano

4. Predica tivas:
Funcionam como predicativo do sujeito da oração principal. Verbo de ligação: predicativo do sujeito.

Ex: Nossa esperança é que chova logo.


que: Conjunção subordinativa integrante.

5. Completivas Nominais:
Funcionam como complemento nominal de um nome da oração principal.

Ex: Ninguém teve dúvida de que a propaganda mentiu.

6. Apositivas:
Funcionam como aposto de um nome da oração principal.

PORTUGUÊS
Ex: Só desejo uma coisa: que vivam felizes.

Obs.: Tem que possuir dois pontos (:).

7. Reduzidas:
Não tem conectivo (conjunção).
Apresenta o verbo numa das formas nominais: infinitivo (-r), gerúndio (-ndo) e particípio ( - do).

Obser vação:
• As orações subordinadas substantivas são geralmente iniciadas pelas conjunções inte-
grantes: "que" e "se". Podem, no entanto, vir iniciadas por outras palavras, tais como:

- Pronome interrogativo: que, quem, qual, quanto.


Ex: Ninguém imagina qual será o próprio destino.

- Advérbios interrogativos:
Ex: Não sei onde ele está.

Orações Subordinadas adjetivas

São aquelas que têm o valor e a função de um adjetivo (sempre se referem a um substanti-
vo ou pronome da oração principal)
São iniciadas por pronomes relativos: que, quem, o qual, cujo,...

- Dicas: Pronome relativo:


- Tente substituir o pronome por "o qual (is) " para confirmar se ele é ou não relativo.
- O pronome relativo exerce uma função sintática.

Ex: Admiramos alunos estudiosos Admiramos alunos que estudam


adjetivo Oração subordinada adjetiva.

1. Ora ções subordinadas adjetivas Restritivas:


- Restringem ou limitam a significação do nome a que se refere.
- Não são separadas por vírgulas.
- Funcionam como adjunto adnominal de um nome da oração principal.

Ex: Os homens que fumam vivem pouco. (O.S. Adjetiva Restritiva)


Havia ali crianças pedindo esmola. (O.S. Adjetiva Restritiva Reduzida de gerúndio)

71
Módulo II - 2º ano MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio

2. Ora ções Subordinadas Adjetivas Explica tivas:


- Indicam uma simples explicação ou detalhe do nome a que se refere.
- Vêm sempre separadas por vírgulas.
- Funcionam como aposto (entre vírgulas) de um nome da oração principal.

Ex: O Sol, que é uma estrela, é o centro do nosso sistema planetário.

• As orações subordinadas adjetivas e a vírgula:

- Já vimos que as orações adjetivas explicativas são separadas por vírgulas, mas as adjeti-
vas restritivas não.
PORTUGUÊS

- O emprego, ou não, das vírgulas com as orações adjetivas gera frases de sentidos total-
mente diferentes. Compare:
Os balões que subiam eram aplaudidos pelas crianças. (restritiva)
Os balões, que subiam, eram aplaudidos pelas crianças. (explicativa)

- Apesar de terem a mesma estrutura, esses períodos têm sentidos bem diferentes. Note
que no período primeiro, entende-se que nem todos os balões subiam, apenas uma parte deles
é que subia. E só os que subiam eram aplaudidos. A oração "que subiam"é, portanto, adjeti-
va restritiva.

- Já no período segundo, entende-se que todos os balões subiam e todos eram aplaudidos
pelas crianças. A oração "que subiam" é, portanto, adjetiva explicativa.

Orações Subordinadas Adverbiais:

- Exercem a função sintática de adjunto adverbial da oração principal. São iniciadas pelas
conjunções subordinativas adverbiais. Classificam-se de acordo com a circunstância que
expressam.

Ex: O porteiro chegou à noitinha O porteiro chegou quando anoitecia.


Adjunto adverbial de tempo Oração Subordinada Adverbial Temporal.

1. Ca u s a is :
Exprimem causa, motivo, razão.

Ex: Ele gritou porque viu um vampiro.


porque: Conjunção subordinativa adverbial causal.

2. Comparativas:
- Representam o segundo termo de uma comparação.
- Muitas vezes, as orações comparativas vêm com o verbo elíptico (subentendido).

Ex: Nadei como um cão (nada).


como: Conjunção subordinativa adverbial causal.

3. Co n ces s iva s :
- Exprimem um fato que se concede, que se admite, em oposição ao fato expresso na
oração principal.

Ex: Era simples, embora fosse rico.

72
MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio Módulo II - 2º ano

4. Condicional:
- Exprimem uma condição, hipótese.

Ex: Estudando desse jeito, você ficará louco.


O.S. Adverbial Condicional reduzida de Gerúndio.

5. Conformativas:
- Exprimem acordo ou conformidade de um fato com o outro.

Ex: Como diz o povo, tristezas não pagam dívidas.


O.S. Adverbial Conformativa.

PORTUGUÊS
6. Consecu tivas:
- Exprimem uma conseqüência, um efeito ou resultado.

Ex: Estava tão distraído que pisou na lama.

7. Finais:
- Exprimem finalidade, objetivo.

Ex: Marcelo recolheu sua mala para que o intruso se acomodasse.

Obs.: Para que : Locução conjuntiva (faz o papel de uma conjunção). Todas terminam em "que".

8. Proporcionais:
- Exprimem proporcionalidade:

Ex: À medida que se vive, mais de aprende.


À medida que: Locução conjuntiva subordinativa adverbial proporcional.

9. Temporais:
- Exprimem circunstância de tempo.

Ex: Mal entrou em casa, tocou o telefone.


O.S. Adverbial Temporal.

Obser vação:
- As orações subordinadas que exercem idêntica função sintática podem aparecer coorde-
nadas entre si.

Ex: Teus pais desejam que estudes e que te formes.

- Dois conectivos juntos (e + *): Duas orações subordinadas iguais, a função do "e" é ligar as
duas orações idênticas (e - conjunção coordenativa).

- Orações Subordinadas Coordenadas entre si.

Obser vação 2:
- O. S. Adjetiva separada por vírgula só as explicativas.
- O. S. Substantivas separadas por vírgulas apenas as apositivas.
- O. S. Adverbial vier depois da Oração Principal, vírgula facultativa.
- O. S. Adverbial vier antes ou intercalada na Oração Principal, vírgula obrigatória.

73
Módulo II - 2º ano MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio

COORDENA ÇÃO

Obser ve o período:

Cheguei a casa, abri a porta devagarinho, subi pé ante pé, e meti-me no gabinete; iam dar
seis horas. (Machado de Assis)
PORTUGUÊS

O R A Ç Õ E S COO R DE NA DA S S IN DÉ T I CA S :

As orações coordenadas sindéticas são ligadas pelas conjunções que as introduzem. Podem ser:

1. Aditivas – Expressam uma adição, uma seqüência de informações:

"Nós desmanchamos o teto do barco e fizemos uma jangada pequena." (Jornal da Tarde)
"Não olha para trás, não sente saudades, não deixa nem carrega consigo amor nenhum."
(Mário Palmério)

Principais conjunções aditivas: e, nem, (não só)... m a s também.

2. Adversa tivas – Expressam a idéia de oposição, contraste:

"Amor é igual fumaça: sufoca mas passa." (Frase de pára-choque)


"Repele-a com um gesto manso, porém a cabra não se move." (C. D. Andrade)

Principais conjunções adversativas: mas , porém, todavia, contudo, no entanto, entre-


tanto etc.

3. Alternativas – Expressam alternância de idéias:

"Cale-se ou expulso a senhora da sala." (C. Lispector)


" Ora dormiam, ora jogavam cartas."
" Ou vai ou racha."

Principais conjunções alternativas: ou ... ou, ora ... ora, já ... já, quer ... quer etc.

4. Con clus i vas – Expressam idéia de conclusão, conseqüência:

"São seres humanos; merecem, pois, todo nosso respeito."


"Penso, logo existo."

Principais conjunções conclusivas: logo, portanto, por conseguinte, pois (posposto ao


verbo) etc.

74
MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio Módulo II - 2º ano

5. Explica tivas – Indicam uma justificativa ou uma explicação ao fato expresso na primeira
oração:

"Acendi o fogo, pois acordara faminto e cozinhei o caldo." (D. S. Queiroz)

Principais conjunções explicativas: porque, que, pois (anteposto ao verbo) etc.

Obser vação: Com relação às orações coordenadas ainda se deve levar em conta que:

1. As orações coordenadas sindéticas aditivas podem estar correlacionadas através das


expressões: (não só)... mas também, (não somente)... mas ainda, (não só)... como também.
Exemplo:

PORTUGUÊS
"Não só se dedica aos esportes como também à música."

2) A conjunção que pode ter valor:

a) Aditivo: "Varre que varre." (Varre e Varre.)


"Fala que fala." (Fala e fala.)

b) Adversativo: "Todos poderão fazer isso que não vós."

3) A conjunção e pode assumir valor adversativo:

"Vi um vulto estranho e não senti medo."

4) O processo de coordenação pode ocorrer entre períodos de um texto:

"Não era briga. MAS a sua presença me transmitia um indizível desconforto." (O. Lessa)
"Os meninos choramingavam, pedindo de comer. E Chico Bento pensava." (R. Queiroz)
"Tudo seco em redor. E o patrão era seco também." (G. Ramos)
"As várzeas cobriam-se de grama, de mata-pasto, os altos cresciam em capoeira. Seu
Lula, PORÉM, não devia, não tomava dinheiro emprestado." (J. L. Rego)

75
Módulo III - 3º ano MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio

R E G R A S D E PONTUAÇÃO

, .; : ? ! ... “” - ( )
PORTUGUÊS

Os sinais gráficos acima são denominados de sinais de pontuação, pois são empregados na
língua escrita para desempenhar papel semelhante ou próximo ao dos elementos vocais na
língua falada, tais como entonação, pausas, ritmos.

Esses sinais participam da organização de frases e períodos e conferem, além da organiza-


ção, sentido ao enunciado. Observe a diferença:

Você já leu Carlos Drummond de Andrade.


Você já leu Carlos Drummond de Andrade!
Você já leu Carlos Drummond de Andrade?
Você já leu Carlos Drummond de Andrade...

PONTO FINAL ( . )

É utilizado na finalização de fras es declarativas ou imperativas.

Exemplo: Lembrei-me de um caso antigo.


Vamos animar a festa.

O ponto final também é utilizado em abreviaturas.

Exemplo: Sr. (senhor), Sra. (senhora), Srta. (senhorita), pág. (página).

PONTO D E I NT ERROG AÇ ÃO (?)

É utilizado no fim de uma palavra, oração ou frase, indicando uma pergunta direta.

Exemplo: Quem é você?


Por que ninguém ligou?

Não deve ser usado nas perguntas indiretas.

Exemplo: Perguntei a você quem estava no quarto.

76
MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio Módulo III - 3º ano

PONTO D E E X C L A M A Ç Ã O (!)

É usado no final de frases exclamativas, depois de interjeições ou locuções .

Exemplo: Nossa! Isso é demais!

VÍRGU L A ( , )

A vírgula é usada nos seguintes casos:

• para separar o nome de localidades das da tas.

PORTUGUÊS
Recife, 28 de junho de 2005.

• para separar vocativo.

Exemplo: Meu filho, venha tomar seus remédios.

• para separar aposto.

Exemplo: Brasil, país do futebol, é um grande centro de formação de jogadores.

• para separar expressões explicativas ou retificativas, tais como : isto é, aliás,


além, por exemplo, além disso, então.

Exemplo: O nosso sistema precisa de proteção, isto é, de um bom antivírus. Além disso,
precisamos de um bom firewall.

• para separar orações coordenadas assindéticas .

Exemplo: Ela ganhou um carro, mas não sabe dirigir.

• para separar orações coordenadas sindéticas, desde que não sejam iniciadas por
e, ou e nem.

Exemplo: Cobram muitos impostos, poucas obras são feitas.

• para separar orações adjetivas explicativas.

Exemplo: A Amazônia, pulmão mundial, está sendo devastada.

• para separar o adjunto adverbial.

Exemplo: Com a pá, retirou a sujeira.

PONTO E VÍRG U L A ( ; )

O ponto e vírgula indica uma pausa mais longa que a vírgula, porém mais breve que o ponto
final. Emprega-se o ponto e vírgula nos seguintes casos:

- para itens de uma enumeração.

77
Módulo III - 3º ano MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio

Exemplo: As vozes do verbo são:

a. voz ativa;
b. voz passiva;
c. voz reflexiva.

• para aumentar a pausa antes das conjun çõ es adversativas – mas, porém, contu-
do, todavia – e substituir a vírgula.

Exemplo: Deveria entregar o documento hoje; porém só o entregarei amanhã à noite.

DOIS PO NTOS ( : )
PORTUGUÊS

Os dois pontos são empregados nos seguintes casos:

• para iniciar uma enumeração.

Exemplo: O computador tem a seguinte configuração:


- memória RAM 256 MB;
- HD 40 GB;

• antes de uma citaçã o.

Exemplo: Já diz o ditado: tal pai, tal filho.


Como já diz a música: o poeta não morreu.

• para iniciar a fala de uma pessoa, personagem.

Exemplo: O repórter disse: - Nossa reportagem volta à cena do crime.

• para indicar esclarecimento, um resultado ou resumo do que já foi dito.

Exemplo: O Ministério de Saúde adverte: fumar é prejudicial à saúde.

RET ICÊN CIAS ( ... )

Indicam uma interrupção ou suspensão na seqüência normal da frase. São usadas nos
seguintes casos:

- para indicar suspensão ou interrupção do pensamento.

Exemplo: Estava digitando quando...

- para indicar hesitaçõ es co muns na língua falada.

Exemplo: Não vou ficar aqui por que... por que... não quero problemas.

- para indicar movimento ou continuação de um fato.

Exemplo: E a bola foi entrando...

- para indicar dúvida ou surpresa na fala da pessoa.

Exemplo: Rodrigo! Você... passou no vestibular!

78
MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio Módulo III - 3º ano

ASPAS “

São usados nos seguintes casos:

• na representação de nomes de livros e legendas.

Exemplo: Já li “O Ateneu” de Raul Pompéia.

• nas cita çõ es ou trans crições .

Exemplo: “Tudo começou com um telefonema da empresa, convidando-me para


trabalhar lá na sede. Já havia mandado um currículo antes, mas eles nunca entraram em con-

PORTUGUÊS
tato comigo. Quando as seleções recomeçaram mandei um currículo novamente”, revelou
Cleber.

• desta car palavras que representem estrangeirismo, vulgarismo, ironia.

Exemplo: Que “belo” exemplo você deu.

PAR ÊN T ES ES ( )

São usados nos seguintes casos:

• na separação de qualquer indicação de ordem explicativa.

Exemplo: Predicado verbo-nominal é aquele que tem dois núcleos: o verbo (núcleo
verbal) e o predicativo (núcleo nominal).

• na separação de um comentário ou reflexão.

Exemplo: Os escândalos estão se proliferando (a imagem política do Brasil está


manchada) por todo o país.

• para separar indicações bibliográficas.

Pra que partiu?


Estou sentado sobre a minha mala
No velho bergantim desmantelado...
Quanto tempo, meu Deus, malbaratado
Em tanta inútil, misteriosa escala!
(Mario Quintana, A Rua dos Cata-Ventos, Porto Alegre, 1972).

79
Módulo III - 3º ano MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio

CONCORDÂNCIA VER BA L

A concordância verbal é a correspondência de flexão de número (singular e plural) e pes-


soa(1ª, 2ª e 3ª) entre dois termos: o verbo e o sujeito.

1. verbo co m sujeito simples – O verbo concorda em número e pessoa, não interessan-


do a posição.
PORTUGUÊS

Exemplo.: Ele chegou tarde.


Nós voltaremos logo.

2. sujeito composto antes do verbo

a) o verbo vai para o plural:

Exemplo: Recife e Jaboatão dos Guararapes são as principais cidades do litoral


pernambucano.

b) o verbo poderá ficar no singular:

• Se os núcleos do sujeito forem sinônimos.

Exemplo: A decência e honestidade é coisa rara nos dias atuais.

• Quando os núcleos formam uma gradação.

Exemplo: A angústia, a solidão, a falta de companhia levou-o ao vício da bebida.

• Quando os núcleos aparecem resumidos por tudo, nada, ninguém.

Exemplo: Diretores, gerentes, supervisores, ninguém faltou.

3. sujeito composto depois do verbo:

a) o verbo vai para o plural

Chegaram ao estádio os jogadores e o técnico.


Cambaleavam na rua Do Carmo e Dirceu.

b) o verbo concorda com o núcleo mais próximo

Chegou ao estádio o técnico e os jogadores.

80
MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio Módulo III - 3º ano

4. sujeito composto de pessoa s diferentes

a) quando aparece a 1ª pessoa do singular o verbo vai para o plural

Exemplo: Jorge e eu jogaremos amanhã.


O professor e eu fotografamos vários tipos de pássaros.

b) s e o sujeito for formado de segunda e terceira pessoas do singular, o verbo


pode ir para a 2ª ou 3ª pessoa do plural.

Exemplo: Tu e ele ficareis atentos.


Tu e tua esposa viajarão cedo.

PORTUGUÊS
5. nú cleos do sujeito ligados por OU

a) s e houver idéia de exclusão ou retificação, o verbo fica no singular ou concor-


dará co m o núcleo do sujeito mais próximo.

Exemplo: Paulo ou George será o novo gerente.


O marginal ou os marginais não deixaram nenhuma pista para os policiais.

b) s e não houver idéia de exclusão o verbo vai para o plural.

Exemplo: A bebida ou o fumo são prejudiciais à saúde.

6. nú cleos do sujeito ligados por COM

O verbo irá para o plural, mas admite-se o singular quando se quer destacar o primeiro
núcleo do sujeito.

Exemplo: O marceneiro com o pintor terminaram o serviço combinado.


O marceneiro com o pintor terminou o serviço combinado.

7. sujeito coletivo

Quando o sujeito é um coletivo, o verbo concorda com ele.

Exemplo: A multidão aplaudiu o discurso do diretor.


As boiadas seguiam seu caminho pelo pantanal.

Obser vação: se o coletivo vier especificado o verbo pode ficar no singular ou ir para o plural.

Exemplo: A equipe de cinegrafistas acompanhou o protesto dos professores


pelas ruas do Recife.
A equipe de cinegrafistas acompanharam o protesto dos
professores pelas ruas do Recife.

81
Módulo III - 3º ano MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio

8. sujeito é substantivo que s ó tem plural.

Quando o sujeito é um substantivo usado somente no plural, há duas possibilidades:

a) s e o substantivo não vier precedido de artigo fica no singular.

Exemplo: Estados Unidos é a maior potência econômica do mundo.

b) s e o substantivo for precedido de artigo, o verbo vai para o plural.

Exemplo: As Minas Gerais possuem grandes paisagens naturais.


PORTUGUÊS

9. sujeito é um pronome de tratamento.

Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o verbo vai para a 3ª pessoa.

Exemplo: Vossa Excelência agiu corretamente.


Vossas Excelências votaram a nova lei.

10. sujeito são os pronomes relativos QU E e QU EM

a) s e o sujeito for o pronome relativo QU E , o verbo concordará em número e pes-


soa co m o antecedente do pronome.

Exemplo: Fui eu que liguei o rádio.


Fomos nós que conserta mos a TV.

b) s e o sujeito for o pronome QUEM , o verbo fica na 3ª pessoa do singular.

Exemplo: Não sou eu quem faz o jantar.


Fui eu quem pagou o jantar.

Observação: Popularmente é comum o verbo concordar com o antecedente do pronome quem.

Exemplo: Não sou eu quem faço o jantar.

11. o sujeito é uma oração

Quando o sujeito for representado por uma oração, o verbo fica na 3ª pessoa do singular.

Exemplo: Ainda falta comprar vários livros.


Não adianta vocês ficarem parados na fila.

12. os nú cleos do sujeito são infinitivos

O verbo vai para o plural se os infinitivos forem determinados por artigos. Caso os infini-
tivos não aparecerem determinados o verbo poderá ficar no singular.

Exemplo: Correr e caminhar é um ótimo exercício.


O cantar e o dançar divertem qualquer pessoa.

82
MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio Módulo III - 3º ano

13. Verbo co m a partícula apassivadora SE

O verbo normalmente concorda com o sujeito.

Exemplo: Vende-se uma geladeira.


Vendem-se carros.

14. Verbo co m índice de indeterminação do sujeito.

O verbo fica na 3ª pessoa do singular e a partícula a S E está ligada a um verbo transitivo


indireto ou intransitivo.

PORTUGUÊS
Exemplo: Precisa-se de pedreiros.
Trabalha-se muito em Brasília.

15. Sujeito formado por expressões

• Um ou outro

O verbo concorda no singular com o sujeito.

Exemplo: Um ou outro jogador merecia críticas.


Um ou outro levava a irmã ao colégio.

• Um e outro, nem um nem outro, nem... nem...

O verbo concorda preferencialmente no plural.

Exemplo: Um e outro permaneciam aguardando a chamada.


Nem um nem outro quiseram tomar banho.

• Um dos que, uma das que

O verbo vai, de preferência, para o plural.

Exemplo: Antônio é um dos que mais estudam matemática.

• Mais de, menos de

O verbo concorda com o numeral a que se refere.

Exemplo: Mais de um aluno apresentou a pesquisa de campo.


Mais de cem menores fugiram do presídio.

• A maior parte de, grande número de

Essas expressões seguidas de substantivos ou pronome no plural, o verbo pode ir para o


singular ou para o plural.

Exemplo: Grande número de empresários se revoltou contra o governo.

83
Módulo III - 3º ano MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio

O verbo concordará com os pronomes nós ou vós ou concordar na 3ª pessoa do plural.

Exemplo: Alguns de nós chegaram hoje.

Obser vação

Se o pronome indefinido ou interrogativo estiver no singular, o verbo ficará na 3ª pessoa do


singular.

Exemplo: Nenhuma de nós ouviu a notícia.


PORTUGUÊS

16. Haja vista

Podem ocorrer as seguintes concordâncias:

• A expressão fica invariável

• A expressão vai para o plural

17. Con cordân cia dos verbos DA R , S OA R , BATER

Esses verbos concordam regularmente com o sujeito, a não ser que sejam usadas outras
palavras como sujeito.

Exemplo: Batiam cinco horas quando o alarme tocou.

18. Con cordân cia dos verbos impessoais

Ficam na 3ª pessoa do singular, pois não possuem sujeito.

Exemplo: Havia cinco anos que moravam em Portugal.

Obser vação

• Quando acompanhado de verbo auxiliar, esse fica invariável na 3ª pessoa do singular.

Exemplo: Devia haver cinco anos que não falávamos com Rita.

• Verbos que exprimem fenômenos da natureza usados em sentido figurado deixam de ser
impessoais.

Exemplo: Choviam lágrimas de seus olhos.

• Popularmente é comum usar o verbo TER como impessoal no lugar de haver ou existir.

Tem cinco anos que moravam em Portugal.

84
MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio Módulo III - 3º ano

19. Con cordân cia do verbo S E R

O verbo SER ora concorda com o sujeito ora concorda com o predicativo.

• Quando o sujeito for um dos pronomes QUE ou QUEM o verbo SER concordará obrigato-
riamente com o predicativo.

Exemplo: Que são homônimos?


Quem foram os vencedores do campeonato?

• O verbo SER concordará com o numeral na indicação de tempo, dias, distância.

PORTUGUÊS
Exemplo: É uma hora da madrugada.

Quando o sujeito for os pronomes tudo, o, isso, aquilo, isto o verbo SER concorda, prefe-
rencialmente, com o predicativo, mas poderá concordar com o sujeito.

Exemplo: Tudo são flores no início da relação.

Quando aparece nas expressões é muito, é pouco, é bastante o verbo SER fica no singular,
quando indicar quantidade, distância, medida.

Exemplo: Quatro reais é pouco para irmos ao cinema.

20. Con cordân cia do verbo PA R E CE R

O verbo PARECER antes de infinitivos admite duas concordâncias:

• O verbo PARECER se flexiona e o infinitivo não varia.

• Não varia o verbo PARECER e o infinitivo é flexionado.

• O verbo PARECER concordará no singular, usando-se oração desenvolvida.

85
Módulo III - 3º ano MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio

CONCORDÂNCIA NOMINAL

Leia a frase abaixo e observe as inadequações:

Aquele dois meninos estudioso leram livros antigo.

Note que as inadequações referem-se aos desajustes entre as palavras que a constituem.
PORTUGUÊS

Para que a frase concorde, adequadamente, entre todos os termos, é necessário:

• Aquele concordar com a palavra dois;

• Estudioso concordar com meninos;

• Antigo concordar com livros.

Fazendo-se os ajustes necessários a frase ficará assim:

Aqueles dois meninos estudiosos leram os livros antigos.

Assim, concordância nominal consiste na adaptação de uns nomes aos outros, harmo-
nizando-se nas suas flexões com as palavras de que dependem. No decorrer deste tutorial ve-
remos as regras de concordância, bem como exemplos práticos sobre as mesmas.

Exemplo: O alto ipê cobre-se de flores amarelas.


Faz duas horas que cheguei de viagem.

REGRA GERAL O artigo, o pronome, o adjetivo e o numeral devem concordar em


gênero (masculino/feminino) e número (singular/plural) com o substantivo a que se refere.

Exemplo: O alto ipê cobre-se de flores amarelas.


Faz duas horas que cheguei de viagem.

OU T R OS CASOS D E CONCOR DÂ NC IA NOMINAL:

1. U m adjetivo após vários substantivos

1.1 Quando os substantivos são do mesmo gênero há duas concordâncias:

a) assumir o gênero do substantivo e vai para o plural:

exemplo: Encontramos um jovem e um homem preocupados.

86
MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio Módulo III - 3º ano

No exemplo acima o adjetivo assumiu o gênero masculino e foi para o plural.

b) concordar só com o último substantivo em gênero e número:

Exemplo: Ela tem irmão e primo pequeno.

Acima o adjetivo assumiu o gênero masculino e concordou só com o último substantivo.

Obser vação:

Quando os substantivos são do mesmo gênero as duas concordâncias podem ser usadas,

PORTUGUÊS
embora a primeira seja mais adequada porque mostra que a característica é atribuída aos dois
substantivos. Se o último substantivo estiver no plural, a concordância só poderá ficar no plural.

Exemplo: Ele possui perfume e carros caros.

Se o adjetivo funcionar como predicativo, o plural será obrigatório.

Exemplo: O irmão e o primo dele são pequenos.


VL Predicativo

1.2 Quando os substantivos são de gêneros diferentes também há duas possibilidades:

a) ir para o masculino plural:

Exemplo: “Uma solicitude e um interesse mais que fraternos.” (Mário Alencar)

b) concordar só co m o substantivo mais próximo:

Exemplo: A Marinha e o Exército brasileiro estavam alerta.

Observação: No caso de substantivos de gêneros diferentes o adjetivo irá para o masculino


plural, se o adjetivo tiver a função de predicativo.

Exemplo: O aluno e a aluna estão reprovados.


VL Predicativo

2. U m adjetivo anteposto a vários substantivos

A concordância se dará com o substantivo mais próximo.

Exemplo: Tiveste má idéia e pensamento.

Obser vação: Quando o adjetivo exerce a função de predicativo, ele pode concordar só
com o primeiro ou ir para o plural.

Exemplo: Ficou reprovada a aluna e o aluno. / Ficaram reprovados a aluna e o aluno.

Se o adjetivo anteposto referir-se a nomes próprios, o plural será obrigatório.

Exemplo: As simpá ticas Lúcia e Luana são irmãs.

87
Módulo III - 3º ano MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio

3. U m substantivo e mais de um adjetivo

Admitem-se duas concordâncias:

a) Quando o substantivo estiver no plural, não se usa o artigo antes dos adjetivos.

Exemplo: Estudava os idiomas francês e inglês.

b) Se o substantivo estiver no singular, o uso do artigo será obrigatório a partir do segundo adjetivo.

Exemplo: Estudo a língua inglesa, a francesa e a italiana.


PORTUGUÊS

4. É bom, é necessário , é proibido

Essas expressões concordam obrigatoriamente com o substantivo a que se referem, quan-


do for precedido de artigo. Caso contrário são invariáveis.

Exemplo: Vitamina C é bom para saúde.

5. U m e outro (num e noutro)

Nesse caso o substantivo fica no singular e o adjetivo vai para o plural.

Exemplo: Numa e noutra questão com plica das ela se confundia.

6. Anexo, incluso, apenso, próprio, obrigado

Por serem adjetivos, concordam com o substantivo a que se referem.

Exemplo: Seguem anexos os acórdãos.


A procuração está apensa aos autos.
Os documentos estão inclusos no processo.
Obrigado, disse o rapaz.
Elas próprias resolveram os exercícios.

Obser vação: A expressão em anexo é invariável.

Exemplo: E m anexo segue a procuração


E m anexo segue o despacho.

7. Mesmo, bastante

Tanto pode ser advérbio como pronome. Quando for advérbio permanece invariável.
Quando é pronome concorda com a palavra a que se refere.

Exemplo: Os alunos m es m os resolveram o problema.


Pronome
Os alunos resolveram mesmo o problema. Nesse caso mesmo = realmente.
Advérbio

88
MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio Módulo III - 3º ano

8. Menos, alerta

São palavras invariáveis.

Exemplo: O Amazonas é o Estado menos populoso do Brasil.


Havia menos alunas na sala hoje.
Os soldados estavam alerta.

Obser vação: Atualmente alerta vem sendo utilizada no plural.

Exemplo: Nossos chefes estão alertas.

PORTUGUÊS
9. Meio

Essa palavra pode ser numeral ou advérbio.

a) Quando for numeral é variável e concorda com a palavra a que se refere.

Exemplo: Tomou meia garrafa de champanhe.

b) Se for advérbio é invariável.

Exemplo: A porta estava meio aberta. (Advérbio)


Ele anda meio cabisbaixo. (advérbio)

10. Muito, pouco, longe, caro

Quando essas palavras funcionam como adjetivo variam de acordo com a palavra a que se
referem. Se funcionarem como advérbio são invariáveis.

Exemplo: Muitos alunos compareceram à formatura. (adjetivo)


Os perfumes eram caros. (adjetivo)

11. S ó

a) Quando tem o significado de sozinho(s) ou sozinha(s) essa palavra vai para o plural.

Exemplo: Joana ficou só em casa. (sozinha)


Lúcia e Lívia ficaram s ó s . (sozinhas)

b) Ela é invariável quando significa apenas/somente.

Exemplo: Depois da guerra só restaram cinzas. (apenas)


Eles queriam ficar só na sala. (apenas)

Obser vação : A locução adverbial a sós é invariável.

89
Módulo III - 3º ano MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio

12. Possível

Quando acompanhada de expressões superlativas (o mais, a menos, o melhor, a pior) varia


conforme o artigo que integra as expressões.

Exemplo: As previsões eram as piores possíveis.


Recebemos a melhor notícia possível.

13. Pronomes de tratamento

Os pronomes de tratamento sempre concordam em 3ª pessoa.


PORTUGUÊS

Exemplo: Vossa Santidade es tá muito preocupado

90
MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio Módulo III - 3º ano

RE GÊNCIA

A sintaxe de regência estuda as relações entre um nome ou um verbo e seus complemen-


tos. Há dois tipos de regência: Regência nominal e Regência verbal.

Regência Verbal:

PORTUGUÊS
Relação de um verbo sobre seus complementos (OD, OI) e adjuntos adverbiais. Em alguns
casos a variação de regência provoca uma alteração de sentido do verbo. A seguir colocare-
mos um quadro de verbos cuja regência pode vir a ser duvidosa:

Verbo Cla ss ifica çã o Significado Exemplo

Aspirar VTD sorver, respirar Os atletas aspiravam


com prazer o ar das montanhas.

VTI pretender, desejar O vereador récem-eleito


aspirava a um alto cargo.

Assistir VTI estar presente, Ontem assisti a um filme iraniano.


presenciar

VTD ou VTI acompanhar, O médico assiste o doente


prestar assistência (ou ao doente)

VI morar, residir (rege Minha comadre assiste e Santos.


adjunto adverbial
com a preposição
"em")

Chamar VTD Convocar, fazer vir Chamem a polícia!

VTI invocar O pai chamava desesperadamente


(exige a pela filha.
preposição "por")

VTD ou VTI Cognominar, Chamava-o irresponsável.


qualificar, Chamava-o de irresponsável.
denominar +
predicativo
do objeto

Chegar VI (exige a preposição Cheguei ao cinema 20 minutos .


e ir "a" quando indicam atrasado
lugar) Vou ao cinema 2 vezes por semana.

91
Módulo III - 3º ano MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio

Esquecer VTD (quando não pronominais) Que chateação! Esqueci o nome dele.
e lembrar
VTI (quando pronominais Esqueci-me do livro.
exigem a preposição "de")
VTI cair no esquecimento Esqueceram-me as chaves em casa.
/ vir a lembrança
Informar VTD dar notícias, esclarecer Os jornais informaram o aumento do
preço.
VTDI (mesmo sentido) A secretário informou a nota ao aluno.
Morar VI (exigem adjuntos Moro em São Paulo.
PORTUGUÊS

e Residir adverbiais com Resido em Jundiaí.


a preposição em)

Obedecer VTI (exigem a O bom motorista obedece às leis


e Deso- preposição "a") do trânsito.
bedecer

Pagar VTD (quando o objeto Paguei a conta.


e Perdoar é coisa)

VTI (quando o objeto Perdoei aos inimigos.


é pessoa)

VTDI Paguei a conta ao feirante.

Preferir VTDI quere antes, Prefiro o amor à guerra.


escolher

VTD dar primazia a, Preferimos a alegria, não aceitamos


determinar-se por a dor.

Querer VTD desejar Ela queria o disco da Gal, mas não o


quer mais

VTI estimar, querer Eu quero a meus amigos e sempre


bem (exige a lhes quis.
preposição "a").

Simpatizar VTI (exige a preposição Simpatizava com a idéia


e Anti- "com"; não são Simpatizei com ele.
patizar pronominais)
.
Visar VTD mirar, pôr visto Visou o alvo e atirou.

VTI ter em vista, pretender Homem sem escrúpulos, só visava a


(exige a preposição "a") uma posição de destaque.
Namorar VTD Namorar alguém.

Fonte: Gramática Reflexiva. Texto, semântica e interação.

92
afetiva não pode ser VTI?
MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio Módulo III - 3º ano

Obs.:

1. Os verbos transitivos indiretos, com raras exceções, não admitem voz passiva.

Ex: Nós assistimos o filme. (Errado: O filme foi assistido por nós.)

2. Não se deve usar um único complemento a verbos de regências diferentes

Ex: Assisti ao filme e gosteim dele. (Errado: assisti e gostei do filme.)

3. Havendo pronome relativo, a preposição, quando exigida pelo verbo, deve deslocar-se
para antes do pronome relativo.

PORTUGUÊS
Ex: Estes são os filmes a que assisti.

4. Os pronomes "eu" e "tu" não podem vir regidos de preposição.

Ex: Sandra sentou-se entre mim e minha prima. (Errado: ...entre eu e.....)

Aten çã o! Toda vez que "eu" e "tu" for sujeito pode ser acompanhado de preposição. Mim e
ti não é usado porque pronome obliquo não pode ser sujeito.

Ex: Você entregou os textos para eu corrigir.

Regência nominal:

Estuda as relações em que os nomes – substantivos, adjetivos e advérbio – exigem com-


plemento para completar-lhes o sentido. Geralmente, essa relação entre o nome e seus com-
plementos é estabelecida pela presença de preposição.

Exemplo: Ele tem aversão à altura.


TR Tr
Ficamos contentes por você.
TR Tr
Os alunos votaram favoravelmente ao projeto.
TR Tr

Obser vação: Há nomes que admitem mais de uma preposição.

Exemplo: Tenha amor a seus filhos.


Renato não morria de amor por Paula.

A seguir veremos a relação de alguns nomes e as suas preposições mais usuais:

Acostumado com, a. Alheio a.


Ansioso para, por. Apto a, para.
Contente com, por, de, em. Falta a, com, para com.
Inofensivo a, para. Preferível a, para.
Próximo a, de. Situado a, em, entre.

93
Módulo III - 3º ano MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio

CRASE

Crase não é acento, e sim superposição de dois "as". O primeiro é uma preposição, o segun-
do, pode ser um artigo definido, um pronome demonstrativo a(as) ou aquele(a/s),e aquilo. O
acento que marca este fenômeno é o grave (`).

O domínio da crase depende de o aluno conhecer a regência de alguns verbos e nomes.


PORTUGUÊS

• cra s e da preposição a co m o artigo definido a(s):

Condições necessárias para ocorrer crase: termo regente deve exigir a preposição e o termo
regido tem de ser uma palavra feminina que admita artigo.

U m a dica é trocar a palavra feminina por uma masculina equivalente, se aparecer ao (s)
usa-se crase, caso apareça a ou o (s) não haverá crase

a) Todos iriam à reunião.

b) Todos iriam ao encontro.

A cras e é obrigatória:

• em lo cu çõ es prepositivas, adverbiais ou conjuntivas (femininas).

à queima-roupa, às cegas, às vezes, à beça, à medida que, à proporção que, à procura de, à vontade

Em expressões que indicam instrumento, crase é opcional (escrevi a (à) máquina.)

• expressão à moda de, m esm o que subentendida.

a) Era um penteado à francesa.

b) O jogador fez um gol à Pele.

• quando a s palavras "rua", "loja", "estação de rádio" estiverem subentendidas.

Maria dirigiu-se à Globo (estação de rádio).

A s situações onde não existe cra s e são:

• antes de palavra mas culina e verbos.

a) Vende-se a prazo.

b) O texto foi redigido a lápis.

c) Ele começou a fazer dietas.

94
MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio Módulo III - 3º ano

• antes de artigo indefinido e numeral cardinal (exceto em horas).

a) Refiro-me a uma blusa mais fina.

b) O vilarejo fica a duas léguas daqui.

• antes dos pronomes pessoais, in clusive a s formas de tratamento.

a) Enviei uma mensagem a Vossa Majestade.

b) Nada direi a ela. Neste caso, os pronomes senhora e senhorita são exceções.

• antes de pronomes demonstrativos esta (s) e es s a (s).

PORTUGUÊS
a) Refiro-me a estas flores.

b) Não deram valor a esta idéia.

• antes de pronomes indefinidos, co m exceção de outra.

a) Direi a todas as pessoas.

b) Fiz alusão a esta moça e à outra.

• antes da preposição a tiver outra preposição.

Compareceu perante a juíza no dia da audiência.

Com a preposição até o uso é facultativo.

• no meio de expressões co m palavras repetitivas.

Ficamos cara a cara.

• no a singular seguido de palavra no plural.

Pediu apoio a pessoas estranhas.

Não haverá cras e antes de pronome interrogativo.

Na expressão devido à (s) + palavra feminina ocorre a crase.

• palavra feminina tomada em sentido genérico.

Apensa pode ir de advertência a multa.

Havendo determinação, a crase é indispensável (Ele admite ter cedido à pressão dos supe-
riores.)

Na dúvida, e excluída qualquer das hipóteses tratadas, basta substituir a palavra feminina
por uma masculina equivalente. Se ocorrer ao no masculino, haverá crase.

Fui à cidade fazer compras - (ao supermercado).

95
Módulo III - 3º ano MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio

A cras e é facultativa:

• antes de nom es próprios femininos (exceto em nomes de personalidade pública


- s em artigo):

Enviei um presente a (à) Maria.

A exceção ocorre quando o nome feminino vier acompanhado de uma expressão que a
determine a crase é obrigatória (Dedico minha vida à Rosa do Jaboatão)

• antes do pronome adjetivo possess ivo feminino singular :

a) Pediu informações a minha secretária.


PORTUGUÊS

b) Pediu informações à minha secretária.

c) Pediu informações a minhas secretárias.

d) Pediu informações as minhas secretárias.

e) Pediu informações às minhas secretárias.

Se o pronome possessivo for substantivo e por regência a preposição for exigida, a crase
será obrigatória (Foi a [à] sua cidade natal e à minha)

• antes de topônimos, a menos que estejam determinados.

a) Iremos a Curitiba.

b) Iremos à bela Curitiba.

c) Iremos à Bahia.

Quando o topônimo não estiver determinado, usa-se o teste da troca do verbo para chegar.
Se nesta troca aparecer chego da, há crase; se for chego de, não há crase.

• Cra s e da preposição a co m o pronome demonstrativo e relativo:

Com os demonstrativos aquele (s), aquela (s) e aquilo, basta verificar se, por regência, algu-
ma palavra pede a preposição que irá se fundir com o "a" inicial do próprio pronome.

Uma dica é trocar aquele (a/s) por este (a/s) e aquilo por isto, se antes aparecer a, há crase.

a) Enviei presentes àquela menina.

b) A matéria não se relaciona àqueles problemas.

c) Não se de ênfase àquilo.

O pronome demonstrativo a (s) aparece antes de que ou de e pode ser trocado por aquela
(s). Deve-se fazer o teste da troca por um masculino similar e verificar se aparece ao (s)

a) Esta estrada é paralela à que corta a cidade (o caminho é paralelo ao que corta
a cidade).

b) Conheço a moça de azul, não a de branco.

96
MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio Módulo III - 3º ano

Antes dos pronomes relativos "que" e "quem" não ocorre crase. Já o pronome qual (s)
admite crase

Uma dica é trocar o substantivo feminino anterior ao pronome por um masculino, se apare-
cer ao (s) há crase

a) A menina a que me refiro não estudou.

b) A professora a quem me refiro é bonita.

c) A fama à qual almejo não é difícil.

PORTUGUÊS
Ca s o s especiais sobre o uso da crase:

• antes da palavra ca s a :

Quando a palavra casa significa lar, domicílio e não vem acompanhada de adjetivo, ou
locução adjetiva, não se usa a crase.

Iremos a casa assim que chegarmos (iremos ao lar assim que chegarmos).

Quando a palavra casa estiver modificada por adjetivo ou locução adjetiva.

Iremos à casa de minha mãe.

• antes da palavra terra:

Oposto de mar, ar e bordo - não há crase

O Marinheiro forma a terra.

Quando terra significa solo, planeta ou lugar - pode haver crase.

a) Voltei à terra natal.

b) A espaçonave voltará à Terra em um mês.

• antes da palavra distância:

Não se usa crase, salvo se vier determinada.

a) Via-se o barco à distância de quinhentos metros (determinado).

b) Olhava-nos a distância.

97
Módulo III - 3º ano MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio

C O LO C A Ç Ã O PRONOMINAL

Em relação ao verbo os pronomes oblíquos átonos (me, nos, te, vos, o, a, os, as, lhe, lhes,
se) podem aparecer em três posições distintas:

Antes do verbo – PRÓCLISE;


PORTUGUÊS

No meio do verbo – MESÓCLISE;

Depois do verbo – ÊNCLISE.

PR ÓC LIS E:

Esse tipo de colocação pronominal é utilizada quando há palavras que atraiam o pronome
para antes do verbo. Tais palavras são:

- Advérbio – Não me arrependo de nada.

- Pronomes Relativos – Saio com pessoas que me agradam.

- Pronomes Indefinidos – Ninguém me deu apoio.

- Pronomes Demonstrativos – Isso me deixou irritado. / Aquilo me dá arrepios.

- Conjunções subordinativas – Embora me interesse pelo carro, não posso comprá-lo.

- Frases interrogativas – Como se faz isso? / Quem lhe deu o caderno?

- Frases exclamativas – Isso me deixou feliz!

- Frases optativas – Deus o ilumine.

Obser vação: Existem casos que se pode utilizar tanto a próclise como a ênclise:

• Pronomes pessoais do caso reto. Se houver palavra atrativa, usa-se a próclise.

Ele lhe entregou a carta. Ele entregou-lhe a carta.

• Com infinitivo não flexionado precedido de palavra negativa ou preposição.

Vim para te ajudar. Vim para ajudar-te.

98
MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio Módulo III - 3º ano

M ES Ó C LI S E

Essa colocação pronominal é usada apenas com verbos no futuro do presente ou futuro do
pretérito, desde que não haja uma palavra que exija a próclise.

Contar-te-ei um grande segredo. (futuro do presente)


Jamais te contarei um grande segredo. Palavra atrativa

Obser vação: nunca ocorrerá a ênclise quando a oração estiver no futuro do presente ou no
futuro do pretérito.

PORTUGUÊS
ÊN C LI S E :

Sempre ocorre ênclise nos casos abaixo:

• A oração é iniciada por verbo, desde que não esteja no futuro.

Informei-o sobre o resultado do vestibular.


Espera va-se mais desse computador.

• Com o verbo no imperativo afirmativo.

Levanta-te .

• Orações reduzidas de infinitivo.

Espero contar-lhe tudo.

99
Módulo III - 3º ano MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio

C O LO C A Ç Ã O PRONOMINAL
N A S LO C U Ç Õ E S VERBAIS
Podem ocorrer as seguintes colocações pronominais:

1 – verbo auxiliar + infinitivo no gerúndio

• depois do verbo auxiliar, s e não houver justificativa para o uso da próclise.


PORTUGUÊS

Devo-lhe entregar a carta. Vou-me arrastando pelos becos escuros.

• depois do infinitivo ou gerúndio.

Devo entregar-lhe a carta. Vou arrastando-me pelos becos escuros.

Se houver alguma palavra que justifique a próclise, o pronome poderá ser colocado: Antes
do verbo auxiliar; Depois do infinitivo ou gerúndio.

• antes do verbo auxiliar

Não se deve jogar comida fora. Não me vou arrastando pelos becos escuros.

• depois do infinitivo ou gerúndio.

Não devo calar-me. Não vou arrastando-me pelos becos escuros.

Verbo auxiliar + particípio:

Se não houver palavras que justifique o uso da próclise, o pronome ficará depois do verbo
auxiliar. Caso a locução verbal não inicie a oração, pode-se colocar o pronome oblíquo em
duas posições: antes do verbo auxiliar ou entre os dois verbos. Não se coloca o pronome
oblíquo após o particípio.

Haviam-me ofertado um alto cargo executivo.


Não me haviam ofertado nada de bom.

100
MÓDULO PORTUGUÊS - Ensino Médio Módulo III - 3º ano

BIBLIOGRAFIA

1. Jordão, Rose e Clenir Bellezi


Letras e Contextos; Língua, Literatura e Redação; ensino médio – volume único -1ª edição –
São Paulo –Escala Educacional 2005.

2. Silva, Antonio de Siqueira e Língua,Literatura e produção de textos – ensino médio

PORTUGUÊS
Volume único – Antonio de Siqueira e Silva, Rafael Bertolin – 1ª edição – São Paulo – IBEP
2005

3. Terra, Ernani
Português de olho no mundo do trabalho – ensino médio – volume único – Ernani Terra,
Jpsé de Nicola – São Paulo – Editora Scipione. 1ª edição –

4. Cereja, Willian Roberto


Português, Linguagens – literatura, produção de texto, gramática – volume I, II e III / Willian
Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães – 3ª edição – São Paulo Atual - 1999

101
PORTUGUÊS

MÓDULO D E
LITERATURA

102
MÓDULO LITERATURA - Ensino Médio Módulo I - 1º ano

LITERATURA

Módulo I

1- Introdução

“A Literatura é um fenômeno estético. É uma arte, a arte da palavra. Não visa informar, pre-

PORTUGUÊS
gar, documentar. Acidentalmente, secundariamente, ela pode fazer isso, pode conter história,
filosofia, ciência, religião. O literário ou o estético inclui precisamente o social, o histórico, o
religioso etc., porém transformando esse material em estético.”
(Notas de Teoria Literária, Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1976).

Dessa forma, a Literatura não tem um compromisso de fazer um retrato da realidade ime-
diata; ao contrário, ao artista literário interessa mais recriar a realidade de acordo com a
própria visão de mundo.

O processo de transfiguração do real permite ao artista literário combinar as palavras de


modo especial e criar formas conforme a necessidade de expressão.

O trabalho de recriação que se efetiva na construção do texto literário se aproxima às vezes


de uma atividade lúdica, com a linguagem.Por isso o texto literário provoca um prazer estéti-
co a quem toma contato com ele, como acontece nas outras manifestações artísticas.Enquanto
atividade de recriação, a expressão literária caracteriza-se pela conotação, criando novos signi-
ficados, ao passo que a expressão não-literária se reconhece pelo seu caráter denotativo.

Denotação Cono ta ção

Palavra com significação restrita Palavra com significação ampla

Palavra com sentido comum do dicionário Palavra cujos sentidos extrapolam o sentido
comum

Palavra usada de modo automatizado Palavra usada de modo criativo

Linguagem comum Linguagem rica e expressiva

Figuras de linguagem

Figuras de linguagem são recursos especiais de que as pessoas se valem para emprestar ao
que falam ou escrevem mais força e colorido.

Abaixo alguns desses recursos expressivos;

Metáfora: ocorre metáfora quando desviamos a significação própria de uma palavra por
meio de uma comparação mental ou característica comum entre dois fatos ou seres.

Exemplo: Antônio ficou uma fera com os amigos.

103
Módulo I - 1º ano MÓDULO LITERATURA - Ensino Médio

Compara ção: ocorre comparação quando confrontamos coisas ou pessoas a fim de lhes
destacar traços comuns, visando um efeito expressivo. Não se deve confundir comparação
com metáfora. Na comparação, os dois termos vêm unidos por “como”, “tal”, “qual”, “assim”
“como” etc.

Exemplo: O amor é tal qual uma planta: precisa ser cuidado para crescer.

Personificação: há personificação quando fazemos os seres irracionais ou inanimados


agirem e sentirem como pessoas. A personificação é um recurso muito utilizado pela
expressão poética.
PORTUGUÊS

Exemplo: A morte da criança roubou-lhe as esperanças.

Hipérbole: é uma afirmação exagerada.

Exemplo: Estava morto de sede.

Antítese: consiste em expressar uma idéia por meio de contraposições. É um recurso de


estilo poderoso.

Exemplo: O bem é a antítese do mal.

Aliteração: é a repetição de fonema(s) no início, meio e fim de vocábulos em uma ou mais


frases ou em um ou mais versos.

Exemplo: Rápido o raio risca o céu enegrecido e ribomba.

A ss on ân cia : é a repetição de um mesmo fonema vocálico e de sílabas semelhantes, mas


não idênticas.

Exemplo: “Ó Formas alvas, brancas, Formas claras” (assonância do fonema vocálico /a/).
Cruz e S o u sa . “An tífon a”. Broqueis.

Anáfora: é a repetição da mesma palavra ou expressão no início de frases, períodos ou versos.

Exemplo:

“Se as matas estrujo


Co’os sons do Boré,
Mil arcos se encurvam,
Mil setas lá voam,
Mil gritos reboam,
Mil homens de pé..”
Gonçalves Dias. “O canto do guerreiro VI”. Primeiros cantos.

104
MÓDULO LITERATURA - Ensino Médio Módulo I - 1º ano

Paralelismo: diz-se que ocorre paralelismo quando, num texto, há palavras ou frases que
se repetem e se correspondem entre si.

Exemplo:

“ Bailemos nós já todas três, ai amigas,


S o aquestas avelaneiras frolidas,
E quem for velida, como nós, velidas.
S e amigo amar,
S o aquestas avelaneiras frolidas
Verrá bailar (...)”
Cantiga de amigodo trovador galego Airas Nunes, séculoXIII.

PORTUGUÊS
2. Linguagem literária e não-literária

Linguagem Literária: predomina uma função estética, pois apresenta linguagem centrada
nas emoções do observador e a preocupação intencional com o modo de expressá-las.

(...)
“Era um sonho dantesco”... O tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho,
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros... estalar do açoite...
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar... (...)
(Castro Alves, poeta brasileiro do século XIX)

Linguagem Não-literária: predomina uma função informativa e, como tal, pretende apenas
informar; explicar,documentar. A linguagem utilizada é predominantemente objetiva, funda-
menta-se em fatos históricos, concretos, dados estatísticos.

“O Brasil teve três séculos e meio de regime escravocrata, contra apenas um de trabalho
livre.Três e meio para um!Ao longo desses três séculos e meio, importou 4 milhões de negros
africanos, 40% das importações totais das Américas, numa das mais volumosas operações de
transferência forçada de pessoas havidas na História.”

(Roberto Pompeu de Toledo,jornalista,revista Veja,15/05/96.)

3. A s formas Literárias

A linguagem Literária se manifesta de duas formas: prosa e poema.

A Prosa; As características mais evidentes de um texto escrito em prosa é a organização


linear e a sua divisão em parágrafos-enunciados de sentido completo - compostos de frase,
orações e períodos.

A prosa é a forma de linguagem utilizada em textos literários – crônicas, contos, novelas,


romances - e textos não–literários (ensaios científicos, notícias e reportagens jornalísticas,
mensagens publicitárias, história em quadrinhos etc.).

105
Módulo I - 1º ano MÓDULO LITERATURA - Ensino Médio

O Poema:O poema é a forma de linguagem organizada em versos- cada uma das linhas do
poema –e em estrofes- um conjunto de versos.

Poesia, além de se referir à arte poética, é o nome que se dá ao conjunto da produção em


versos de um poeta. Mais do que forma, poesia significa também um contexto rico de encanto,
de emotividade. O “poema”de ritmos e cadências é a unidade, o produto individual dessa arte.

Um texto escrito em versos apresenta sonoridade, ritmo – recursos obtidos por meio da
repetição de vogais com sons semelhantes; da alternância entre sílabas átonas e sílabas tônicas;
de rimas – os sons coincidentes entre palavras no final de cada verso ou no interior do verso.
PORTUGUÊS

4. Gêneros Literários

Entende-se por gênero literário o conjunto de características que permitem classificar uma
obra literária em determinada categoria.

A literatura ocidental deve aos gregos a concepção de três grandes gêneros literários: o
épico, o lírico e o dramático.

O critério de classificação de uma obra literária em determinado gênero é a semelhança dos


temas tratados, bem como o desenvolvimento e as estruturas formais empregadas na elabo-
ração das obras.

Gênero épico ou narrativo: é assim classificado por apresentar como tema à narração de
fatos notáveis, grandiosos, extraordinários e históricos de um povo, ou de um só herói, o pro-
tagonista, a figura principal da narrativa.

Quando essas ações heróicas são narradas em versos, tem-se um poema épico ou epopéia.

Na epopéia estão presentes os elementos essenciais da narrativa – o enredo;o narrador; as


personagens; o espaço e o tempo reais ou imaginários. Em geral, apresenta também como com-
ponente a intervenção de entes sobrenaturais que antecipam ou impedem os acontecimentos.

Exemplos de três grandes epopéias são: Ilíada(tratada guerra de gregos e troianos),


Odisséia (a volta de Ulisses a Ítaca) e Eneida ( trata das conquistas do Império Romano).

Gênero lírico: caracteriza-se por apresentar como tema os sentimentos, as emoções, os


estados de alma, as impressões pessoais do enunciador. As composições nesse gênero são
denominadas de lírica e são, em geral, estruturadas em versos.

Gênero dramático: O gênero dramático é característico de textos produzidos unicamente


para encenação pública - chamada peça teatral, que conta, além do texto, com elementos
como tempo e espaço demarcados por cenários, figurinos, sonoplastia etc.

Esse tipo de texto gira em torno de uma história, apresentam elementos como tempo e
espaço - demarcados por cenários, mas os acontecimentos não são contados por um narrador,
são apresentados diretamente pela fala e expressão dos atores que representam as perso-
nagens da narrativa.

106
MÓDULO LITERATURA - Ensino Médio Módulo I - 1º ano

5. Derivações do gênero Narrativo

A partir da concepção clássica,desenvolveu-se na literatura ocidental outros gêneros literários


derivados, sobretudo, do gênero narrativo, como o conto, o romance, a novela e a crônica.

Vamos sintetizar as características principais de cada um desses gêneros narrativos.

O Roman ce – Esse gênero caracteriza-se por se apresentar uma narrativa longa em prosa,
em geral estruturada em capítulos. Envolve um número grande de personagens e histórias
paralelas ao conflito principal,pode abranger vários espaços simultaneamente abordar o
tempo presente e passado. Esse gênero literário é fundamentalmente de ficção, embora possa
relatar uma história real.

PORTUGUÊS
A Novela – Esse gênero em prosa, de modo geral, condensa os elementos do romance,
mas com uma dinâmica distinta: a narrativa é mais direta, sem rodeios; os episódios e o tempo
são sucessivos, contínuos, sem interrupções;os espaços são cuidadosamente delimitados.
Nesse gênero, tudo caminha rapidamente para o desfecho da narrativa e para a resolução de
variados conflitos.

O Con to – Estruturado em prosa, o conto caracteriza-se por uma narrativa que se desen-
volve em torno de um conflito vivido, geralmente, por uma só personagem. É uma história
curta que concentra a ação em um único ponto de interesse.

A Crônica – Caracterizada como uma narrativa curta em prosa, a crônica limita-se a nar-
rar,registrar ou comentar um incidente- em geral fatos comuns, assuntos relativos à vida coti-
diana, aspectos políticos, esportivos ou de teor artístico. A crônica não tem uma estrutura
determinada, é redigida de forma livre e pessoal.

6. Estilos de época

Cada época desenvolve-se uma maneira própria, um estilo para expressar a realidade e a
concepção de mundo do artista.

È chamado de estilo o conjunto de características semelhantes empregadas por vários indi-


víduos ou artistas em uma determinada época.

As diversas tendências e estéticas que se sucederam na arte através dos tempos são
chamadas de estilos de época ou de movimentos, ou ainda de escolas.

7. Estilo Individual

Além do condicionamento histórico-temporal a que está submetido, o olhar de cada artista


recebe e decodifica de maneiras diferentes um mesmo objeto - é natural que, ao expressar sua
percepção de mundo, ele o faça de modo particular, manifestando, portanto, um estilo indi-
vidual.Quando se estuda o estilo de um escritor deve-se levar em consideração a forma como
a linguagem é organizada, os recursos semânticos e fonéticos empregados, a visão do mundo
do escritor, que está intimamente relacionada à época em que vive – se o escritor viveu em um
período notadamente religioso, certamente esse traço estará refletido na sua obra, mas de uma
forma particular, única.

107
Módulo I - 1º ano MÓDULO LITERATURA - Ensino Médio

8. Periodização da Literatura

I. O Trovadorismo

Foi um movimento que teve início no sudoeste francês , região da Provença, com a mani-
festação das cantigas de amor, que levavam esse nome porque eram efetivamente can-
tadas.Em Portugal a escola se manifestou por meio de dois tipos de cantigas: A líricas e as
satíricas.

• Líricas:
PORTUGUÊS

A) Cantigas de Amor: de origem francesa e nobre, distinguiam-se por sua linguagem mais
erudita e por terem um enunciador masculino. Além disso, apresentam como tema funda-
mental a coyta d’amor, ou seja, o sofrimento pela impossibilidade de realização amorosa,
já que a amada era supostamente de uma condição social superior na sociedade feudal, e
aquele que a amava, um subalterno. Claro que isso é um fingimento poético, pois, como
vimos,esse tipo de cantiga tem origem nobre. Nesse tipo de composição poética, a musa é
superior a todas as outras mulheres. Ou ele não sabe dos sentimentos que o enunciador
nutre por ela,ou sabe e os despreza. Tal incompatibilidade gera no enunciador uma postu-
ra de servidão perante a mulher desejada, ou o desejo de morte, já que se tem o amor como
um sentimento eterno: já que nunca se realizará, ele prefere deixar este mundo.

B) Cantigas de Amigo: essas têm origem popular e ibérica, portanto apresentam linguagem
mais simples e clara, com repetições de versos e refrões que são chamados de “paralelis-
mo”. Há nelas outro fingimento amoroso: o enunciador é feminino, sendo que a totalidade
delas foi escrita por homens, à exceção provável das anônimas. O tema dominante dessas
cantigas é a ausência do amado que partiu para a guerra e não voltou.

• Satíricas

A) Cantigas de Escárnio: procuravam criticar e/ou ridicularizar indivíduos da sociedade,


como pessoas com pouco talento artístico, ou de vida duvidosa, desonesta, claro, serviam
também de vingança provisória àqueles que se julgavam lesados por outras pessoas.
Apresentavam uma crítica mais sutil e indireta.

B) Cantigas de Maldizer: diferenciam-se das de escárnio por apresentarem uma crítica mais
direta, radical, com o uso inclusive de obscenidades e palavrões. Frequentemente traziam o
nome do alvo da depreciação.

II. O Humanismo

Estende-se de 1434 até o ano de 1527, quando Sá de Miranda retorna da Itália, introduzin-
do em Portugal características da estética renascentista. O Humanismo foi um período tipica-
mente de transição da cultura medieval para a cultura clássica.

Representantes: Fernão Lopes, Garcia de Resende e Gil Vicente.

108
MÓDULO LITERATURA - Ensino Médio Módulo II - 2º ano

III. O Cla s s icis mo

Trata-se de um movimento antropocêntrico, ou seja, voltado para o ser humano, racional e


materialista que buscava a beleza no equilíbrio e na harmonia. Estende-se de 1527 a 1580, ano
em que Portugal passa para o domínio espanhol (coincidentemente, é o ano da morte de
Camões, o maior poeta renascentista português).

Módulo II

IV. O Barroco

PORTUGUÊS
Ao estilo que predominou no século XVII dá-se o nome de Barroco – uma arte dualista, que
expressa a tentativa de conciliar forças opostas. Muitos conflitos de natureza política, econômi-
ca e religiosa contribuíram para a temática desenvolvida no período, dentre eles a Contra-refor-
ma, ou a Reforma Católica.

A arte Barroca procura conciliar a concepção teocêntrica medieval com o antropocentrismo


e o racionalismo propostos no Renascimento.

Expressam a angústia do homem dividido entre a enfermidade do mundo material e a


incerteza do mundo espiritual.

Representantes: Luís de Góngora, Francisco Gómez de Quevedo, Gregório de Matos, Padre


Antonio Vieira.

V. O Arca dism o

O Arcadismo, Setencentismo (a estética dos anos 1700) ou Neoclassismo é o período que


caracteriza principalmente a segunda metade do século XVIII. Vive-se, agora, o Século das
Luzes, o Iluminismo burguês, que prepara o caminho para a Revolução Francesa. O Iluminismo
se caracterizou pela negação de qualquer reminiscência da cultura medieval (por oposição, a
Idade Média passou a ser chamada de “Idade das Trevas”), pela afirmação das ciências e pelo
primado da razão.

O Arcadismo tinha por lema a frase latina inutilia truncat (“corta, suprir as inutilidades”).
Visava com isso cortar os exageros, os rebuscamentos e as extravagâncias características do
Barroco, retornando a um estilo literário mais simples, em que prevalecesse a objetividade do
mundo burguês. Os modelos seguidos eram os clássicos greco-latinos e os renascentistas; a
mitologia pagã foi retornada como elemento estético.

Havia, portanto, uma contradição entre a realidade do progresso urbano e o mundo bucóli-
co por eles idealizado. Por isso se justifica falar em fingimento poético no Arcadismo, fato que
transparece no uso dos pseudônimos pastoris.

Representantes: Bocage, Cláudio Manuel da Costa, Tomás Antonio Gonzaga, Santa Rita
Durão, Basílio da Gama.

109
Módulo II - 2º ano MÓDULO LITERATURA - Ensino Médio

VI. O Romantismo

O Romantismo definiu-se como escola literária na Europa a partir dos últimos 25 anos de
séculos XVIII. O romance Wether, de Goethe, publicado na Alemanha em 1774, lança as bases
definitivas do sentimentalismo romântico e do escapismo pelo suicídio.

A crise política, social e econômica atravessada pela Europa entre o final do século XVIII e
o início do século XIX, fez ruírem vários referenciais importantes que norteavam a sociedade
até então. A falta de perspectivas e de parâmetros fez com que os românticos buscassem nos
sentimentos individuais, no próprio eu as referências para viver. Desse subjetivismo resultam
algumas das principais características do movimento.
PORTUGUÊS

QUA DR O COM PARAT IVO E NT R E


O CL A S S I C IS M O E O ROMANT ISMO

CL A S S I C IS M O ROMANTISMO

MODELO CLÁSSICO NÃO HÁ MODELOS

GERAL, UNIVERSAL PARTICULAR, INDIVIDUAL

IMPESSOAL, OBJETIVO PESSOAL, SUBJETIVO

ANTIGUIDADE CLÁSSICA IDADE MÉDIA

PAGANISMO CRISTIANISMO

APELO A INTELIGÊNCIA APELO A IMAGINAÇÃO

RAZÃO SENSIBILIDADE

ERUDIÇÃO FOLCLORE

ELITIZAÇÃO MOTIVOS POPULARES

DISCIPLINA LIBERTAÇÃO

IMAGEM RACIONAL DO IMAGEM SENTIMENTAL


AMOR E DA MULHER E SUBJETIVA DO AMOR
E DA MULHER

FORMAS POÉTICAS FIXAS VERSIFICAÇÃO LIVRE

Exemplos de escritores Românticos: Almeida Garret (teatro nacional português),


Alexandre Herculano (Eurico, o presbítero), Gonçalves Dias (Juca Pirama), Álvares de Azevedo
(Lira dos Vinte Anos), Castro Alves (Navio Negreiro), Camilo Castelo Branco (Amor de
Perdição), Joaquim Manuel de Macedo (A Moreninha), Manuel Antonio de Almeida (Memórias
de Um Sargento de Melícia), José de Alencar (Iracema e o Guarani).

110
MÓDULO LITERATURA - Ensino Médio Módulo III - 3º ano

Módulo III

VII. O Realismo

Realismo é a denominação genérica da reação aos idéias românticos que caracterizou a


segunda metade do século XIX. De fato, as profundas transformações vividas pela sociedade
européia levaram a uma mudança de postura diante da realidade: a Europa vive a segunda fase
da Revolução Industrial, ao mesmo tempo em que conhece o desenvolvimento do pensamen-
to científico e das doutrinas filosóficas e sociais; durante a segunda metade do século XIX,
difundem-se o pensamento dialético de Hegel (tese, antítese e síntese), o positivismo de
Augusto Comte, o socialismo científico de Marx e Engels, o evolucionismo de Darwin. Não
havia espaço para as exageradas idealizações românticas.

PORTUGUÊS
As características do realismo estão intimamente ligadas ao momento histórico em que se
insere esse movimento literário. Reflete, dessa forma, a postura do positivismo, do socialismo
e do evolucionismo, com todas as suas variantes. O objetivismo aparece como negação do
subjetivismo romântico e nos mostra o homem voltado para aquilo que está diante e fora dele,
o não-eu; o personalismo cede terreno ao universalismo. O materialismo leva à negação do
sentimentalismo e da metafísica. O nacionalismo e a volta ao passado histórico são deixados
de lado; o Realismo só se preocupa com o presente, com o contemporâneo.

Importante salientar que o Realismo é a denominação genérica de uma escola literária que
abrange as tendências seguintes:

Romance realista — Cultivado no Brasil por Machado de Assis, é uma narrativa voltada
para a análise psicológica e que critica a sociedade a partir do comportamento de determina-
dos personagens, em geral, capitalistas. Dessa forma, podemos dizer que os realistas analisam
a sociedade “por cima”, a partir das classes dominantes. O romance realista tem caráter do-
cumental, sendo o retrato de uma época.

Romance naturalista — A narrativa naturalista é marcada pela vigorosa análise social a


partir de grupos humanos marginalizados, em que se valoriza o coletivo; interessa notar que
ta,bem os títulos dos romances naturalistas apresentam a mesma preocupação: O mulato, O
cortiço, Casa de pensão, O Ateneu. Sobre o romance O cortiço, há inclusive uma tese de que
o principal personagem não é João Romão, nem Bertoleza, nem Rita Baiana, nem Pombinha,
mais sim o próprio cortiço, ou como afirma Antonio Candido, “o romance é o nascimento, vida,
paixão e morte de um cortiço”.

Por outro lado, o naturalismo apresenta romances experimentais: a influência de Darwin se


faz sentir na máxima naturalista, que enfatiza a natureza animal do homem; isto é, antes de
usar a razão, o homem deixa-se levar pelos instintos naturais, podendo ser reprimido em suas
manifestações instintivas – como o sexo – pela moral da classe dominante.

VIII. O Parnasianismo

Parnasianismo é a manifestação poética da época do Realismo, embora ideologicamente


não mantenha todos os pontos de contado com os romancistas dessa escola. De origem
francesa, é a estética da “arte pela arte”, ou da “arte sobre a arte”, com poetas á margem das
grandes transformações do final do século XIX e início do século XX . A nova estética se ma-
nifesta a partir do final da década de 1870, prolongando-se até a Semana de Arte Moderna (em
alguns casos chegou mesmo a ultrapassar o ano de 1922 e, até hoje, é possível perceber certa
herança parnasiana em muitos sonetistas contemporâneos).

111
Módulo III - 3º ano MÓDULO LITERATURA - Ensino Médio

A poética parnasiana, numa estrutura anti-romântica, baseava-se no binômio objetividade


temática/culto da forma: a objetividade temática surge como negação ao sentimentalismo
romântico, numa tentativa de atingir a impassibilidade e a impessoalidade; a oposição ao sub-
jetivismo decadente resultava numa poesia universalista, carregada de descrições objetivas e
impessoais; a retomada do racionalismo e das formas perfeitas da Antiguidade Clássica fazia
surgir uma poesia de meditação, filosófica, mas artificial.

Exemplos de escritores Parnasianos: Olavo Bilac (poesia- O caçador de esmeraldas;


prosa- crônicas e novelas), Raimundo Correa (poesias completas).

IX . O Sim bolismo
PORTUGUÊS

Simbolismo é, na Europa, a estética literária do final do século XIX, que se opõe às pro-
postas do Realismo.

As correntes materialistas e racionalistas da segunda metade do século XIX não conseguem


mais responder às exigências da realidade, já que o processo burguês industrial evoluía a pas-
sos largos, gerando a luta das grandes potências por mercados consumidores e fornecedores
de matéria prima. As unificações da Alemanha (1870) e da Itália (1871) alavancam o processo
de industrialização desses países (chamados países de capitalismo tardio) e os colocam na dis-
puta por novos mercados.

O simbolismo começa por repudiar o realismo e suas manifestações. De fato, a nova estéti-
ca rejeita o cientificismo, o materialismo, o racionalismo, valorizando, em contrapartida, as
manifestações metafísicas e espirituais, o que equivale a dizer que ela corresponde à negação
do Naturalismo e do Parnasianismo.

Exemplos de escritores do Sim bolismo: Cruz e Sousa (poesias- O assinalado),


Alphonsus de Guimaraens (poesias- A catedral).

X . O Modernismo

Chama-se genericamente modernismo (ou movimento moderno) o conjunto de movimen-


tos culturais, escolas e estilos que permearam as artes e o design da primeira metade do sécu-
lo XX . Apesar de ser possível encontrar pontos de convergência entre os vários movimentos,
eles em geral se diferenciam e até mesmo se antagonizam.

Encaixam-se nesta classificação a literatura, a arquitetura, design, pintura, escultura e a


música modernas.

O movimento moderno baseou-se na idéia de que as formas "tradicionais" das artes plásti-
cas, literatura, design, organização social e da vida cotidiana tornaram-se ultrapassadas, e que
se fazia fundamental deixá-las de lado e criar no lugar uma nova cultura. Esta constatação
apoiou a idéia de reexaminar cada aspecto da existência, do comércio à filosofia, com o objeti-
vo de achar o que seriam as "marcas antigas" e substituí-las por novas formas, e possivelmente
melhores, de se chegar ao "progresso". Em essência, o movimento moderno argumentava que
as novas realidades do século XX eram permanentes e iminentes, e que as pessoas deveriam
se adaptar a suas visões de mundo a fim de aceitar que o que era novo era também bom e belo.

A palavra moderno também é utilizada em contraponto ao que é ultrapassado. Neste sentido,


ela é sinônimo de contemporâneo, embora, do ponto de vista histórico-cultural, moderno e con-

112
MÓDULO LITERATURA - Ensino Médio Módulo III - 3º ano

temporâneo abranjam contextos bastante diversos. No Brasil, os principais artífices do movimento


modernista não se opunham a toda realização artística anterior a deles. A grande batalha se coloca-
va contra ao passadismo, ou seja, tudo aquilo que impedisse a criação livre. Pode-se, assim, dizer
que a proposta modernista era de uma ruptura estética quase completa com o engessamento da arte
encontrado nas escolas anteriores e de uma ampliação dos horizontes dessa arte antes delimitada
pelos padrões acadêmicos. Em paralelo à ruptura, não se pode negar o desejo dos escritores em con-
hecer e explorar o passado como fonte de criação, não como norma para se criar. Como manisfes-
tações desse desejo por ruptura, que ao mesmo tempo respeitavam obras da tradição literária,
temos o Manifesto da Poesia Pau-Brasil, o livro Macunaíma, o retrato de brasileiros através das
influências cubistas de Tarsila do Amaral, o livro Casa Grande & Senzala, dentre inúmeros outros.
Revistas da época também se dedicaram ao tema, tais como Estética, Klaxon e Antropofagia, que
foram meios de comunicação entre o movimento, os artistas e a sociedade. Exemplos de escritores

PORTUGUÊS
do Modernismo: Augusto dos Anjos (Eu e Outras Poesias), Euclides Da Cunha (Os Sertões), Lima
Barreto (Triste Fim de Policarpo Quaresma), Monteiro Lobato (Urupês), Oswald De Andrade (Os con-
denados), Mario De Andrade (Paulicéia Desvairada), Manoel Bandeira (Itinerário de Pasárgada),
Graciliano Ramos (Vidas Secas), José Lins Do Rego (Menino de Engenho), Raquel de Queiroz
(Memorial de Maria Moura), Érico Veríssimo (Olhai os Lírios do Campo), Jorge Amado (Dona Flor e
Seus Dois Maridos), Carlos Drummond de Andrade (Amar-se Aprende amando-se), Vinícius de
Morais (Orfeu Da Conceição), Cecília Meireles (Romanceiro da Inconfidência).

PA INEL HISTÓRICO-LITERÁRIO PORT U GU Ê S

Estilos Produção Panorama Panorama


de época Literária Português Mundial

Trovadorismo _Cantigas de amor, Consolidação do Feudalismo


_amigo,de escárnio, Estado Português Teocentrismo

1189(?)
_de maldizer Primeiras
ERAMEDIEVAL

Universidades

Humanismo _Historiografia de _ Revolução de Avis, _Crise do


Fernão Lopes, _ Grandes Feudalismo

1434
_Teatro de Gil Navegações _ Comércio
_ Vicente

Quinhentismo _Sá de Miranda _ Império português _ Renascimento


ou Classicismo _ Camões no Oriente _ Capitalismo
_ Comércio de _ Mercantil
1527

especiarias _ Reforma
_ Protestante

Seiscentismo _ Literatura dos _Domínio espanhol _ Mercantilismo


ERACLÁSSICA

ou Barroco padres _ Jesuitismo _ Contra-Reforma


1580

_ Pe. Antônio
Vieira

Setentismo _ Literatura _ Despotismo _ Iluminismo


ou Arcadismo neoclássica esclarecido _ Revolução
_Arcádias _ Governo de _ Industrial
1756

_ Bocage Pombal _ Revolução


_ Expulsão dos _ Francesa
jesuítas

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Módulo III - 3º ano MÓDULO LITERATURA - Ensino Médio

Romantismo _Almeida Garret _ Revolução do _ Liberalismo


_Alexandre Porto _ Burguês
_Herculano _ Independência _ Guerras

1825
_ Camilo Castelo do Brasil napoleônicas
_ Branco _ Guerra Civil

Realismo _ Questão _ Sentimento _ Socialismo


Coimbrã anticlerical _ Positivismo
_ Antero _ Decadência da _ Evolucionismo
de Quental monarquia _ 2ª revolução

1865
_ Eça de Queiroz _ Primeiras Industrial
PORTUGUÊS

greves
ERAROMÂNTICA

organizadas

Simbolismo _ Decadentismo _ Evolução do _ Pré-Guerra


_ Eugenio de pensamento _ Freud e a
Castro republicano psicanálise

1890
_ Antonio Nobre _ A República _ Vanguardas
_ Camilo Pessanha _ Crise econômica artísticas

Modernismo _ Revista Orpheu _ Estado novo _ 1ª Guerra


_ Fernando Pessoa _ Ditadura Mundial
_ Mário de salazarista _ Revolução
Sá-Carneiro _ Revolução Russa

1915
de 25 de abril _ Nazi-fascismo
_ 2ª Guerra
Mundial
_ Guerra fria

Nossosdias

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MÓDULO LITERATURA - Ensino Médio Módulo III - 3º ano

Bibliografia

1. Jordão, Rose e Clenir Bellezi


Letras e Contextos; Língua, Literatura e Redação; ensino médio – volume único -1ª
edição – São Paulo –Escala Educacional 2005.

2. Silva, Antonio de Siqueira e Língua,Literatura e produção de textos – ensino médio –


Volume único – Antonio de Siqueira e Silva, Rafael Bertolin – 1ª edição – São Paulo –
IBEP 2005

3. Terra, Ernani

PORTUGUÊS
Português de olho no mundo do trabalho – ensino médio – volume único – Ernani Terra,
Jpsé de Nicola – São Paulo – Editora Scipione. 1ª edição –

4. Cereja, Willian Roberto


Português, Linguagens – literatura, produção de texto, gramática – volume I, II e III /
Willian Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães – 3ª edição – São Paulo Atual - 1999

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