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RESUMO: O presente trabalho visa aprofundar o uso midiático na sala de aula como um meio de
complementação e integração com o conteúdo em sala de aula, no auxílio ao professor com
desenvolvimento da linguagem visual, linguagem escrita, relacionamento com as disciplinas, ter
uma adequação da faixa etária, envolvimento com o assunto em sala. Como estamos em um mundo
interativo com as novas tecnologias, sendo necessário que o aluno tenha conhecimento da sétima
arte, saber sobre a linguagem cinematográfica. O cinema é uma linguagem de mediação tecnológica
muito utilizada nas escolas, porém aparentemente não se toma o devido cuidado e preparo para ser
um recurso didático com uso adequado em sala de aula. O uso da sétima arte em sala de aula
proporciona maior entendimento do aluno para a prática, assim fazendo uma aula diferente com o
aluno, não sendo apenas diversão assistir um filme. Dentro do filme abordado terá os conteúdos
adequados, atividades relacionadas, os objetivos daquela aprendizagem para o seu aluno e no final
uma avaliação do que realmente foi de significativo para eles. No filme, podemos usar o filme todo,
ou apenas alguns trechos. A partir da realização com esta relação do professor com as tecnologias e
com os alunos para discorrer da aprendizagem.
Palavras-chave: Cinema – Tecnologias de Comunicação e Informação (TIC) – Multimeios e
Educação.
ABSTRACT: The present work aims to deepen the use of the media in the classroom as a means of
complementing and integrating with classroom content, helping the teacher with visual language
development, written language, relationship with the subjects, having an adequacy Of the age
group, involvement with the subject in the room. As we are in an interactive world with the new
technologies, being necessary that the student has knowledge of the seventh art, to know about the
cinematographic language. Cinema is a language of technological mediation widely used in schools,
but apparently it is not taken due care and preparation to be a didactic resource with adequate use in
the classroom. The use of seventh art in the classroom provides a better understanding of the
student to practice, thus doing a different class with the student, and it is not only fun to watch a
movie. Within the film covered will have the appropriate contents, related activities, the objectives
of that learning for your student and in the end an evaluation of what really was significant to them.
In the movie, we can use the whole movie, or just a few snippets. From the achievement with this
relationship of the teacher with the technologies and with the students to talk about learning.
Keywords: Cinema - Communication and Information Technologies (ICT) - Multimedia and
Education.
1
Pedagoga e professora do Ensino Fundamental. E-mail: talitaqueu@gmail.com
2
Doutora em Comunicação e Semiótica, especialista em Análise das Mídias. E-mail: Viviane_martins1@hotmail.com
Edição 12 – Dezembro de 2016
Desde 1911, o cinema é considerado “a sétima arte”, pela publicação do Manifesto das Sete
Artes do italiano Riccioto Canudo, o registro de acontecimentos ou a narração de histórias pela
repetição de imagens. Segundo Mocellin, o cinema no século XX tornou-se uma poderosa indústria
de entretenimento de massas.
Os primeiros líderes mundiais da indústria cinematográfica eram Itália e França. Enquanto a
Primeira Guerra Mundial, as produções da França praticamente pararam, e a Itália não obteve
comercialmente um estabelecimento, com isso, começaram a importar do continente europeu os
filmes norte-americanos, sendo assim fundando-se os primeiros grandes estúdios de cinema. De
acordo com Mocellin (2009, p.28), “Los Angeles, já na segunda década do século passado, tornou-
se o local onde a maioria dos filmes americanos era produzida: uma região ao norte da cidade –
conhecida como Hollywood”.
Hollywood começou a se destacar como a principal cidade de produção e distribuição de
filmes, assim surgia o cinema hollywoodiano, que é conhecido como a indústria cinematográfica
norte-americana.
O domínio de hollywoodiano é uma série de fatores da indústria cinematográfica que
envolve uma variedade muito grande de: fatores econômicos, políticos e culturais. Segundo
Mocellin (2009, p. 29), a capacidade e expansão norte-americana são de 75% do mercado
internacional.
Conforme Mocellin (2009, p.30),
Uma outra explicação para o sucesso internacional dos filmes de Hollywood é seu caráter
universal e transparência narrativa, que fazem com que sejam apreciados por populações
diversas como se eles fossem nativos. Fatores históricos também contribuíram para essa
supremacia, incluindo as vitórias nas duas guerras mundiais e, sobretudo, a hegemonia
econômica norte-americana.
O cinema é além de diversão, pois ensina sobre a humanidade e suas condições e deve ser
utilizado como fontes para futuros aprofundamentos curriculares. “Se a escola tiver qualquer
intenção de ser um espaço contra-hegemônico (e esta é a proposta das pedagogias críticas,
libertária e radical), então as múltiplas influências externas precisam se questionadas criticamente
por ela.” (MOCELLIN, 2009, p. 32)
O conhecimento é poder, então devemos munir os alunos com o suficiente para que sejam
capazes de entender como é manipulado através dos meios de comunicação, assim dando-o poder
de entendimento para ele e a sociedade, que possa mudar as estruturas sociais, cultura e as relações
socioculturais.
O entretenimento fácil, sem a habilidade de reflexão, seja apenas voltada para o lucro e
padrão ideológico, é a principal atração das produções cinematográficas dos últimos anos, com isso,
o espectador tornar-se algo fácil de manipulação da política e ideológica da indústria
cinematográfica, o que também ocorre em outros meios audiovisuais como a televisão. E
aparentemente um filme que ‘não’ tem benefício, é inofensivo, pode criar visões e concepções
históricas e ideológicas que acompanharão ao longo da vida do homem.
O cinema é conhecido por sétima arte por causa de ir além das características peculiares,
com seus elementos literários, da música, das artes cênicas. Os filmes são com vários elementos
visuais, com sua leitura, interpretação, técnicas, verbais, sonoros de acordo com sua especificidade.
Então devem ser analisados conforme suas especificidades e do conhecimento aos elementos que
constituem a arte cinematográfica.
É importante destacar os modos de como são construídos com essa expectativa, ponto de
vista, com a definição da representação dos objetos captados pela percepção visual. Com isso, tem a
indicação de como é a organização das imagens diante do olhar do ser humano, então temos um
Edição 12 – Dezembro de 2016
olhar que tem que ser colocado na posição que compreendo o mundo (diretor, editor, etc.), para que
possa captar as imagens com certa visão no campo imaginário, com seu espaço determinado, para a
construção da realidade e as suas possibilidades.
O cinema possui uma construção a partir destes elementos que devem ser aprendidas, que o
espectador possa interpretá-lo, obter o certo olhar para ler. De acordo com Thiel (2009, p. 19), a
montagem dos quadros e sua sequência, que é a formação do conjunto das imagens também deve
ser considerada.
Então devemos entender que, “Se a imagem não tem nenhum poder, a montagem tem todo o
poder – como na pintura, por exemplo, não é a mancha de cor isolada que conta, mas a relação e a
proporção das cores sobre a tela ou, como em literatura, o sentido muda segundo o lugar das
palavras na frase. (AUMONT apud THIEL, 2009, p. 19)
As sequências das imagens, ou cenas, devem ser construídas para uma narrativa, mas que
pode ser quebrada na linearidade, a produção da centralização da cena ou a produção de um novo
texto, para que encaminhem os espectadores para a reflexão e a compreensão das cenas para a outra
com a construção de sentido.
Ao relacionar o cinema com o real, é importante a observação dos elementos que o filme
possui para a sua construção, a sua semelhança com o real, para que o espectador possa aceitar a
obra deste universo construído como possível, dentro da particularidade deste universo.
O uso do cinema em sala de aula sempre tem uma possibilidade para um trabalho escolar. O
principal é o professor que quer trabalhar o cinema em sala de aula, ter uma preparação do material
que será abordado em sala com os alunos, fazer uma reflexão sobre como será abordado o filme em
sala de aula, fazer os questionamentos consigo mesmo para o melhor desenvolvimento do conteúdo.
(NAPOLITANO, 2010, p. 12)
Segundo Napolitano (apud ALMEIDA, 2012, p. 12),
Embora o cinema já seja utilizado há algum tempo por muitos professores, pelo menos
desde o final dos anos 1980, só mais recentemente estão surgindo algumas propostas mais
sistematizadas que orientem o professor. No campo das humanidades existe uma razoável
A utilização do cinema na educação “(...) é importante porque traz para a escola aquilo que
ela se nega a ser e que poderia transformá-la em algo vívido e fundamental: participante ativa da
cultura e não repetidora e divulgadora de conhecimentos massificados, muitas vezes já deteriorados,
defasados (...)”. (NAPOLITANO apud ALMEIRA, 2010, p. 12)
“A utilização do cinema na escola pode ser inserida, em linhas gerais, num grande campo de
atuação pedagógica chamado ‘mídia-educação’”. (NAPOLITANO apud BELLONI, 2010, p. 12)
Apesar de, o conceito mídia-educação seja mais adequado para a denominada ‘comunicação de
massa’ (televisão, rádio e as TIC, como em geral), o cinema por indústria cultural, está mais voltado
para ao o espectador formado pelas novas TIC, ao mínimo nas suas expressões mais populares. “A
peculiaridade do cinema é que ele, além de fazer parte do complexo da comunicação e da cultura de
massa, também faz parte da indústria do lazer e (não nos esqueçamos) constitui ainda obra de arte
coletiva e tecnicamente sofisticada”. (NAPOLITANO, 2010, p. 14) Sendo assim, o cinema tem a
sua particularidade, mesmo fazendo parte da vida das pessoas para seu momento de diversão, como
também com sua mensagem e toda a técnica, portanto o educador não deve esquecer-se de todas
essas diversidades que o cinema pode conter para o seu trabalho em sala de aula.
De acordo com Napolitano (2010, p. 14), “é preciso levar em conta uma situação psicológica
muito peculiar a todo espectador de cinema, que ocorre em maior ou menor grau”. “O cinema é
sempre ficção, ficção engendrada pela verdade da câmera (...) o espectador nunca vê cinema, vê
sempre filme. O filme é um tempo presente, seu tempo é o tempo da projeção”. (NAPOLITANO
apud ALMEIDA, 2010, p. 14)
Esta característica implica uma relação muito empática do espectador com o filme a que
assiste. A tendência é que o aluno (e mesmo o professor) reproduza uma certa situação
psicossocial trazida pela experiência na sala de projeção (ou na sala caseira de vídeo) para
sala de aula. (NAPOLITANO, 2010, p. 14)
No entanto, o educador deve ser o mediador entre o trabalho proposto, para que o aluno não
tenha muita interrupção no momento do vídeo, porque os alunos podem se expressarem de diversas
(...) será o primeiro passo em relação à atividade “cinema na sala de aula”. A partir desta
primeira manifestação é preciso que o professor atue como mediador, não apenas
preparando a classe antes do filme como também propondo desdobramentos articulados a
outras atividades, fontes e temas.
Como um dos primeiros problemas citados por Napolitano, comum nas escolas terem os
equipamentos, mas não poderem usar porque estão quebrados, ou faltando algum dos
equipamentos, assim os alunos poderão causar conflitos com a atividade que seria realizada, então o
professor deve antes de comunicar a classe se os recursos que ele for utilizar estão prontos para seu
uso.
Outro problema é o professor saber de um “antigo” filme que é de acordo com o conteúdo,
fazer o seu planejamento, mas não conseguir achar o filme, ou ter o próprio filme, mas não tem o
Ainda existem mais três tipos de problemas para o uso do cinema em sala de aula e nos
projetos escolares que são três categorias básicas em relação ao ensino-aprendizagem escolar:
currículo/conteúdo, habilidades e conceitos. (NAPOLITANO, 2010, p. 18)
De acordo com Napolitano (2010, p. 18-19), “Conteúdo curricular: os filmes podem ser
abordados conforme os temas e conteúdos curriculares das diversas disciplinas que formam as
grades do ensino fundamental e médio, tanto público como particular”. Assim o uso do cinema
pode ser utilizado na educação infantil, ensino fundamental e ensino médio. Porém, o professor
deve saber utilizá-las de acordo com a faixa etária, a proposta do uso do cinema para cada, o
objetivo que será trabalhado, desenvolvimento de habilidades, leitura semiótica, entre outros. O uso
do cinema pode ser trabalhado nas disciplinas: música, artes, códigos e linguagens, matemática,
cidadania e ética, história, informática, educação física, geografia e ciências. Obviamente que cada
ciclo tem as suas habilidades, os seus desenvolvimentos adequados para cada ciclo e faixa etária,
para o melhor aproveitamento do conteúdo e da atividade proposta.
Habilidades e competências, segundo Napolitano (2010, p. 18-19),
O trabalho sistemático e articulado com filmes em sala de aula (e projetos escolares
relacionados) ajuda a desenvolver competências e habilidades diversas, tais como leitura e
elaboração de textos; aprimoram a capacidade narrativa e descritiva; decodificam signos e
códigos não-verbais; aperfeiçoam a criatividade artística e intelectual; desenvolvem a
capacidade de crítica sociocultural e político-ideológica, sobretudo dos tópicos mídia e
indústria cultural.
As aprendizagens retiradas do filme pelo professor são muitas, mas não só apenas elas, pois
cada um tem seu conhecimento prévio, sendo assim, cada um tem uma aprendizagem diferenciada.
Assim o professor é o mediador da proposta com o cinema em sala de aula.
“O professor deve se lembrar, sempre, que ele não está reproduzindo o filme para si mesmo,
para o seu próprio deleite intelectual ou emocional”. (NAPOLITANO, 2010, p. 19) É preciso que o
professor faça uma reflexão sobre o público que irá interagir da atividade planejada, sabendo da
faixa etária, etapa de aprendizagem, e também procurando saber o conhecimento cultural visual e
cinematográfico dos alunos. Assim Napolitano (2010, p. 19), propõe alguns questionamentos antes
da escolha do filme:
a) Qual o objetivo didático-pedagógico geral da atividade?
b) Qual o objetivo didático-pedagógico específico do filme?
c) O filme é adequado à faixa etária e escolar do público-alvo?
d) O filme pode e deve ser exibido na íntegra ou a atividade se desenvolverá em torno
de algumas cenas?
e) O público-alvo já assistiu a algum filme semelhante?
Apesar da preocupação da escolha do vídeo para a sala de aula, o professor também tem que
ter o cuidado de respeitar os valores dos alunos, seja eles religiosos e morais de suas famílias.
Não de trata de parecer simpático e conciliatório perante o grupo, e sim não bloquear a
assimilação de um filme em consequência da precipitação em exibi-lo para uma classe que
não estava devidamente preparada para aquele tipo de história e conteúdo, seja por limites
culturais, morais ou religiosos. (NAPOLITANO, 2010, p. 19-20)
Napolitano (2010, p. 20-21), define três procedimentos básicos para contornar esses
problemas:
a) Selecione algumas cenas, para o caso de filmes assimilação mais difícil ou que
contenham cenas impróprias para a faixa etária à qual se destina a atividade.
O vídeo em sala de aula ainda pode apresentar dois pontos de seu uso adequado e
inadequado em sala de aula.
Para Fernández et all (apud MORAN, 2009, p. 57),
O vídeo deve ser usado em sala principalmente como elemento de sensibilização, para
despertar a motivação, a curiosidade e o desejo de pesquisar os temas curriculares; como
ilustração, para mostrar o que e como se fala, para compor cenários desconhecidos ou para
situar os alunos no tempo e no espaço. A vida se aproxima da escola através do vídeo.
O vídeo em sala de aula é momento oportuno para os alunos terem o contato a simulação,
incentivar produções de textos, reflexão, a crítica, o aprimoramento do olhar dos alunos, além de
também ser uma forma de expressão. (FERNÁNDEZ et all apud MORAN, 2009, p. 57)
Essa atividade é muito lúdica, cultural, motivador para os alunos e de grande aceitável por
eles. Segundo Fernández et all (2009, p. 57),
Esse tipo de atividade tem um teor lúdico e motivador muito forte e, em geral, é bem aceito
principalmente pelos jovens, pois representa o que para eles existe de mais moderno e
contemporâneo. Além disso, trata-se de um recurso que está cada vez mais ao alcance de
professores e alunos, uma vez que até mesmo alguns aparelhos de celular já funcionam
como câmeras que possibilitam, alem de fotografar, filmar pequenas cenas e brincar com
elas, alterando-as, melhorando-as; assim também podem modificar, recriar e aprimorar sua
atuação como alunos e sujeitos responsáveis pelo aprendizado.
As principais vantagens do uso do vídeo por Fernández et all (apud CORPAS e MORAN,
2009, p. 58-60):
Possibilita a inclusão, nas aulas, de formas comportamentais e gêneros textuais
conhecidos;
Diversifica os materiais de apoio e torna as aulas mais dinâmicas e motivadoras;
Possibilita a interação entre diferentes materiais de apoio midiáticos como o
computador, os videogames, a internet, o rádio, a televisão, livros, jornais etc.
Espera-se que as atividades em sala de aula instiguem os alunos a ampliar seus
conhecimentos e que desperte neles o interesse à pesquisa e à busca por mais
informações em outros meios de comunicação;
Explicita nuances, normas comportamentais e aproxima o ambiente de aula ao
cotidiano e às formas autênticas da língua-meta. Os alunos são expostos a situações
de comunicação tais como elas ocorrem na realidade, podem ver, ouvir e
acompanhar cada gesto, cada sequência temporal etc.;
Representa uma maneira multilinguística de aprender. É uma excelente oportunidade
para que os alunos percebam que é possível utilizar diferentes formas de expressão
de ideias, sentimentos, desejos etc. E relacionar a modalidade escrita a diferentes
recursos visuais, sonoros, imagéticos, icônicos etc. Espera-se que se tornem cada vez
mais capazes de entender diferentes linguagens e ler textos diversos com os quais
têm contato diariamente, que sejam capazes de interpretá-los e expressar opiniões
sobre eles de forma crítica e consciente;
Apresenta superposição de códigos e significações, predominantemente audiovisuais,
mais próximos da sensibilidade e prática do homem urbano, mas ainda distante da
linguagem educacional, mais apoiada no discurso verbal-escrito. Como os vídeos
não foram criados inicialmente com objetivos pedagógicos, as cenas, linguagem e
modelos comportamentais muitas vezes aproximam-se das situações do cotidiano
dos alunos, por isso, pode ocorrer uma identificação maior com esse meio;
Todas essas vantagens de acordo com Fernández (2009, p. 58-60), podem contribuir para a
aprendizagem do aluno, sendo que, o professor deve ter cuidado ao preparar a sua aula, com
objetivo, estratégia, habilidades a serem desenvolvidas, ter uma aproximação com a sétima arte e a
cultura. “O vídeo pode, assim, proporcionar uma aproximação do aluno à escola”. (FERNÁNDEZ,
2009, p. 60)
Para Fernández et all (2009, p. 60),
Pode fazer com que ele não sinta um distanciamento tão grande entre a sua realidade
cotidiana e o ambiente acadêmico. Pode ser uma estratégia de aproximação tanto do aluno
aos conteúdos propostos pelo professor como uma forma também de o discente encontrar
sentido no que aprende e ter satisfação em mostrar a seus amigos e familiares aspectos e
temas abordados em sala de aula.
Sendo assim o professor pode proporcionar uma melhor aprendizagem ao seu aluno, sem
que seja percebida que ele esta estudando com a utilização do cinema em sala de aula, e assim
conseguir ter vínculos entre a aprendizagem como também com sua vida, então tendo um
desenvolvimento da crítica reflexiva, o aprimoramento de leitura semiótica, “vincula-se à sua
formação como cidadão, conforma postulam os documentos oficiais em especial os Parâmetros
Curriculares Nacionais para o ensino fundamental”. (FERNÁNDEZ , 2009, p. 60-61)
Os vídeos, assim como qualquer outro recurso, devem ser usados com critério e com
objetivos claramente definidos, de modo que se constituam em efetivos auxiliares
pedagógicos. Quando bem selecionados e inseridos nos momentos adequados, facilitam a
apresentação e desenvolvimento de diferentes conteúdos ao mesmo tempo que motivam os
alunos. (FERNÁNDEZ, 2009, p. 69)
Para o uso do vídeo em sala de aula o professor tem que preparar sua aula antecipadamente,
ser selecionado o filme, ter que assistir antes que os alunos, pontuar os pontos que devem ser
abordados em aula para serem discutidos.
De acordo com Napolitano (2010, p. 79), para o planejamento das atividades com o vídeo, o
professor deve incluí-lo no seu planejamento escolar, articulando com os conteúdos e conceitos
trabalhados, como habilidades e competências desejadas a desenvolverem.
Sendo assim, o professor deve fazer uma lista dos filmes que podem ser abordados ao longo
do ano. “Tenha em mente um conjunto de objetivos e metas a serem atingidas, procurando
aprimorar os instrumentos de análise histórica e fílmica”. (NAPOLITANO, 2010, p. 79) Como é
comum os professores não procurarem filmes de acordo com ao conteúdo a ser trabalhado pela
disciplina, Napolitano (2010, p. 79), diz que “o uso do cinema na sala de aula seja sistemático e
coerente, e isso implica que os filmes sejam articulados entre si”.
Para Napolitano (2010, p. 79-80),
Os filmes com narrativa sofisticada (fora dos padrões dos grandes gêneros de cinema
comercial) ou linguagem mais datada (característica de certo momento da história do
cinema) devem ser inseridos depois de uma preparação para que não haja bloqueio
pedagógico e cognitivo dos alunos.
Todas as informações que o professor pode ter são úteis nas atividades em sala de aula,
porque pode torna-se informações para as mediação do professor com os alunos na análise fílmica,
e assim tornando se muito mais interessante.
O professor também tem que procurar saber qual é a cultura cinematográfica da classe, pois
ele não pode impor o seu gosto cinematográfico aos alunos. Assim o professor tem que fazer com
os alunos exercitar o seu olhar cinematográfico com filmes mais assimiláveis, “culminando com
filmes que possuam linguagem e tratamento mais refinados. Selecione os filmes com base nesta
preocupação”. (NAPOLITANO, 2010, p. 80)
Segundo Napolitano (2010, p. 80),
A sondagem e avaliação da cultura audiovisual (ou cinematográfica, mais especificamente)
da classe não exigem pesquisa sociológica refinadíssima. Basta que o professor, de maneira
informal ou sistematizada, leve em conta algumas informações básicas: a) a qual faixa
econômica os alunos da sua classe/escola pertencem, em média; b) quais os hábitos de
consumo e culturais da família; c) como funciona o consumo cinematográfico dos alunos
(salas de cinema, aluguel de fitas de vídeo ou assistência de filmes na TV aberta ou a cabo);
d) quais os gêneros cinematográficos preferidos; e) dentre os filmes vistos, quais os
preferidos.
Portanto com essas informações com a sondagem o professor consegue distinguir quais
serão os avanços que pode ter com seus alunos inicialmente e o quanto ele deve se preparar para as
suas atividades escolares com o cinema em sala de aula.
O professor pode fornecer aos alunos um roteiro de análise para qualquer exibição fílmica
que seja, pois é de grande importância para uma primeira assistência aos alunos, mesmo que seja de
livre inicialmente, sem sistematização de análise e pré-orientação ao olhar na exibição, mas depois
será muito útil. Assim Napolitano (2010, p. 82) diz que, “não se trata de limitar a criatividade dos
alunos-espectadores ou desestimular as várias leituras válidas de uma obra cinematográfica, mas
estabelecer alguns parâmetros de análise com base nos e objetivos da atividade.”
Assim o autor afirma que, os textos podem ser utilizados não somente aos alunos, como
também fazendo parte da formação dos professores para o seu enriquecimento.
Napolitano (2010, PP. 85-86) ainda propõe que forme grupos de discussão com base nos
relatórios dos alunos. Após a exibição do filme e a assimilação pelos alunos o professor deve fazer
um aprofundamento de análise do filme, ainda mais que “crie desdobramentos para a atividade (que
serão mais completos e amplos quanto mais o filme for importante para a atividade planejada).”
No entanto o professor deverá saber qual será o foco da atividade de acordo com a
disciplina, ou seja, qual serão as discussões necessárias para que alcance o objetivo dos conteúdos
disciplinares.
Segundo Napolitano (2010, p. 86), como princípio geral, o professor tem que procurar o
conflito na abordagem ou os problemas propostos com base no tema em dois planos:
a) A abordagem do(s) filme(s) em si;
b) A comparação do(s) filme(s) com outros textos e documentos em outra linguagem (escrita,
sonora, iconográfica).
Com esta abordagem de comparação “é especialmente útil para provocar no aluno certo
distanciamento do impacto inicial, de ordem cognitiva e ideológica, que os filmes costumam causar
nos espectadores mais envolvidos”. (NAPOLITANO, 2010, p. 86)
O professor tem que comentar e problematizar com os seus alunos o filme que de acordo
com Napolitano (2010, p. 86),
(...) sob uma óptica interdisciplinar: ciências da natureza (as explicações e teorias
científicas veiculadas), códigos e linguagens (as várias formas de comunicação e
representação simbólica catalisadas pelo filme), ciências humanas e temas transversais (as
várias representações e os vários contextos históricos, os agentes e as instituições sociais,
os princípios e os valores ideológicos). Estes quatro grandes conjuntos estão presentes em
quase todos os filmes e tendem a se sobrepor em relação à abordagem escolar tradicional,
pois o cinema tem a vantagem de possuir uma linguagem e um poder de convencimento
mais sedutores, dada sua natureza artística e “mágica”.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho teve como objetivo de pesquisa comprovar que o cinema deve ser um
dos recursos que o professor pode utilizar em sala de aula para a complementação da aprendizagem
dos alunos, buscando inovar a estratégia de conhecimento, proporcionando aos alunos um olhar
mais apurado e crítico para uma leitura de imagens, assim o estimulando à reflexão, ao
conhecimento, ao questionamento sobre o que é proposto para a aquisição de aprendizagem.
Para o uso adequado do cinema em sala de aula, o educador deve ter cuidados com seu uso,
ou seja, não torná-lo como recurso didático que não tenha nenhum objetivo, proposta pedagógica,
reflexão sobre o tema e a mensagem que o vídeo transmite aos alunos, coerência com o conteúdo
escolhido, adequação a faixa etária dos alunos, entre outros, haja vista que muitos usam o vídeo de
modo inadequado, assim banalizando o cinema como recurso didático. Como Mogadouro (2011,
p.17) afirma, “a situação mais séria é quando a exibição do filme se transforma em “disfarce” para a
ausência do professor ou a falta de planejamento”.
O professor, ainda, pode utilizar as TIC (Tecnologia de Informação e Comunicação) em sala
de aula, como recursos didáticos (como o rádio, internet, computador, cinema, vídeos, máquina
fotográfica, etc.), recursos estes, que atualmente estão sendo de fácil acesso para a maioria dos
alunos e professores em sala de aula e nas instituições escolares. Além de ser um atrativo
estimulante e interessante para os alunos, sabendo usá-los adequadamente pode ser transformar em
um ótimo aliado do professor para seu planejamento.
A tecnologia apresenta-se como meio para colaborar no processo de aprendizagem. Ela tem
sua importância apenas como um instrumento para favorecer a aprendizagem de alguém.
Como a pesquisa realizada com os professores indica que, eles conhecem as TIC, já
proporcionaram o uso do filme em sala de aula como recurso didático para mediação de atividades
pedagógicas.
Mas de todo o otimismo que os professores e os alunos têm, acabam esbarrando com
problemas para a utilização deste recurso, como falta de equipamentos ou sala de vídeo
indisponível, por exemplo, e com isso os alunos não conseguem visualizar as verdadeiras vantagens
deste recurso em sala de aula. Neste âmbito, surge o preconceito dos alunos, descrentes de que o
professor irá utilizar o vídeo em complementação, ampliação do conhecimento em sua aula. Além
disso, há um preconceito com o uso do vídeo em sala de aula, como sendo uma distração, e os
alunos não valorizando, por causa do mau uso do vídeo de certos professores em sala de aula,
causando a visão errada e o entendimento errado pelos alunos sobre o vídeo.
O cinema em sala de aula é, em suma, de grande importância quando usado adequadamente
pelo professor, pois ele traz várias vantagens para que o aluno desenvolva habilidades, como
percepção, emoção, concentração, interpretação, imaginação, criatividade, leitura semiótica,
sonoridade etc., além do fato de o professor interagir com conteúdos e disciplinas escolares para a
complementação do aprendizado do aluno.
Assim, acreditamos que é um recurso viável, além de muito prazeroso para quem assiste. É
possível realizar aulas prazerosas com muita aprendizagem com o cinema em sala de aula,
principalmente quando este é utilização com maior adequação para atender a todos os alunos,
contendo objetivo, habilidade, preparação antes do vídeo, durante, e após o vídeo, podendo ainda
tornar-se um projeto com os alunos, ou mesmo, deixar as aulas mais interessantes, estimulantes para
todos e ainda tendo uma aprendizagem ao final.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FERNÁNDEZ, Gretel Eres (Coord.) et all. Publicidade e propaganda: O vídeo nas aulas de lingual
estrangeira. 1. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2009.
MOGADOURO, Cláudia de Almeida. Educomunicação e escola: o cinema como mediação
possível (desafios, práticas e proposta). São Paulo: USP, 2011. Tese (Doutorado) – Escola de
Comunicações e Artes, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2011.