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Introdução

Electromagnetismo

Electromagnetismo é o ramo da física que estuda a relação entre as forças da


electricidade e do magnetismo como um fenómeno único. Ele é explicado pelo
campo magnético.
Ainda no ano de 1820, os cientistas do mundo todo acreditavam que os
fenómenos eléctricos e magnéticos eram totalmente independentes um do
outro. No entanto, o físico dinamarquês H. Oersted notou que isso não era
verdade.

Ao realizar diversas experiências, Oersted observou que uma corrente


eléctrica, passando por um condutor, desviava uma agulha magnética colocada
na sua vizinhança, de tal modo que a agulha assumia uma posição diferente ao
plano definido pelo fio e pelo centro da agulha.

Utilizando-se inicialmente de um fio condutor rectilíneo, por onde passava uma


corrente eléctrica, Oersted posicionou sobre esse fio uma agulha magnética,
orientada livremente na direcção norte-sul. Fazendo passar uma corrente no
fio, observou que a agulha sofria um desvio em sua orientação, e que esse
desvio era perpendicular a esse fio.

Ao interromper a passagem de corrente eléctrica, a agulha voltou a se orientar


na direcção norte-sul.

Assim, ele concluiu que a corrente eléctrica no fio se comportava como um imã
colocado próximo à agulha magnética. Ou seja, a corrente eléctrica
estabeleceu um campo magnético no espaço em torno dela, e esse campo foi
o agente responsável pelo desvio da agulha magnética.
Podemos concluir que as cargas eléctricas em movimento criam, numa região
do espaço próximo a ela, um campo magnético.

Assim, o aparecimento de um campo magnético juntamente com a passagem


da corrente eléctrica foi pela primeira vez observado.

Essa descoberta foi fundamental para a unificação da electricidade com o


magnetismo, que passaram a constituir um importante ramo da ciência
denominado electromagnetismo.

Campo magnético gerado por um fio condutor

As experiências realizadas por Oersted mostraram que um condutor percorrido


por uma corrente eléctrica gera um campo magnético ao seu redor.
Inicialmente, a electricidade e o magnetismo foram estudados de forma
separada, pois filósofos gregos pensavam que esses dois ramos da física não
tinham relação. Porém, após os experimentos de Cristian Oersted foi possível
verificar que electricidade e magnetismo tinham sim uma relação. Em seus
experimentos, Oersted pôde comprovar que um fio percorrido por uma corrente
eléctrica gerava a sua volta um campo magnético. Essa comprovação veio
através da movimentação da agulha de uma bússola.

Oersted colocou uma bussola próximo a um condutor percorrido por uma


corrente eléctrica e verificou que ela se orientava em um sentido diferente do
sentido que assumia quando cessava a corrente eléctrica no fio.

Após diversos estudos, verificou-se que a corrente elétrica produz um campo


magnético proporcional à intensidade da corrente, isto é, quanto mais intensa
for a corrente eléctrica que percorre o fio, maior será o campo magnético
produzido a sua volta.

Regra da mão direita

Podemos determinar o sentido do campo magnético em torno do fio condutor


através de uma simples regra conhecida como regra da mão direita. Nesta
regra usamos o polegar para indicar o sentido da corrente eléctrica e os demais
dedos indicam o sentido do campo magnético.
A intensidade do campo magnético gerado ao redor do fio condutor retilíneo é
dada pela seguinte equação:

Onde μ é a grandeza física que caracteriza o meio no qual o fio condutor está
imerso. Essa grandeza é chamada de permeabilidade magnética do meio. A
unidade de μ, no SI, é T.m/A (tesla x metro/ampere). Para o vácuo, a
permeabilidade magnética (μo) vale, por definição:
μo = 4π.10-7T.m/A

lei de Ampere

A lei de Ampére, como ficou conhecida, estabelece o campo magnético ( )


gerado por um condutor rectilíneo percorrido por uma corrente eléctrica de
intensidade i, a uma distância (R) do condutor.

Matematicamente, o vector campo magnético ( ) é determinado pela seguinte


equação:

Onde o termo μ é uma constante conhecida como permeabilidade magnética


do vácuo. Por comodidade matemática, essa constante foi definida como:
μ = 4π .10-7T.m/A
Sendo esse um valor convencional, que pode ter seu número infinito de
algarismos significativos por causa do valor de π, pode-se adotar para
permeabilidade magnética do vácuo ou do ar o valor abaixo (quando expresso
com dois algarismos significativos):

μ = μar = 1,3 .10-6T.m/A


A direcção e o sentido do vector campo magnético são dados pela regra da
mão direita, lembrando que o vector é sempre tangente às circunferências
imaginárias descritas em torno do condutor, em planos perpendiculares.

Forca de lorentz

A força de Lorentz é a força exercida numa partícula carregada devido à


existência de um campo electromagnético. Pode ser considerada como a
sobreposição da força devida ao campo eléctrico e da força devida ao campo
magnético. Matematicamente, a força de Lorentz é dada pela expressão:

Ao k-ésimo elemento de comprimento associa-se o vetor elemento de corrente


i delta sk.

O campo magnético delta Bk criado no ponto P do espaço pelo elemento de


corrente i deltas k é dado por:

Em que r é o vetor que vai do elemento de corrente ao ponto P. Essa expressão constitui
a lei de Biot-Savart.
A direção do vetor é perpendicular ao plano de e r e o sentido é dado
pela regra da mão direita. É interessante observar que o módulo do campo

depende do inverso do quadrado da distância:

O campo magnético total no ponto P, criado por todos os elementos de


corrente, é a soma

Como exemplo de aplicação da lei de Biot-Savart, pode-se calcular o campo


magnético no centro de uma espira circular com uma corrente i.

Para calcular o módulo do campo magnético no ponto considerado, dividimos a


espira em um grande número N de partes, cada qual de
comprimento .

O módulo do campo magnético produzido pelo elemento de corrente vale:

O módulo do campo magnético produzido pela espira inteira é a soma dos


módulos dos vectores campo magnético produzidos por todos os N elementos
de corrente, já que esses vectores são paralelos e de mesmo sentido.
Assim:

A força de Lorentz
Então o Lorentz é a força experimentada por uma carga de ponto móvel, um
resultado das forças combinadas eléctricas e magnéticas na carga.
É expresso matematicamente em álgebra vectorial como:
F = qE + q(v x B)
F é a força experimentada pela partícula. Note que é uma grandeza vetorial,
então tem uma magnitude e uma direcção.
q é a magnitude da carga. É expresso em coulombs. Note que -1 coulomb é a
carga carregada por 6,2415 × 10 ^ 18 elétrons.
E é a força do campo elétrico em que a partícula está. Cargas iguais se
repelem e que cargas diferentes atraem. E que a força de atração ou repulsão
é proporcional ao produto das cargas e inversamente proporcional à distância
entre elas. A parte qE do lado direito desta equação é uma expressão
matemática disso.
v é o vetor de velocidade da carga, isto é, uma expressão de sua velocidade e
direção.B é a densidade de fluxo do campo magnético, também uma
quantidade vetorial, para indicar sua magnitude e direção.A expressão vx B é
chamada de produto cruzado dos vetores de densidade de velocidade e fluxo.
Leva em conta as direções relativas desses dois vetores. Para que uma força
seja imposta à partícula, essas direções precisam ter componentes que sejam
mutuamente ortogonais (em ângulos retos) entre si. E a força resultante é
mutuamente perpendicular ao campo e à direção do deslocamento da
partícula.
Lei de Faraday

Sabemos que quando uma diferença de potencial é aplicada sobre um


circuito há o surgimento de uma corrente eléctrica induzida, chamada
força electromotriz. A Lei de Faraday relaciona a força eletromotriz ε
induzida na espira com a taxa de variação do fluxo magnético através
desta espira.

Assim, a Lei de Faraday enuncia que:

O valor da força eletromotriz induzida em uma espira de área A é igual à


taxa de variação do fluxo magnético através dessa espira.
Matematicamente, a Lei de Faraday pode ser escrita como:

Embora saibamos que a Lei de Faraday nos permite calcular o valor da


força eletromotriz induzida, que é responsável pela corrente induzida no
circuito, ela não determina o sentido da corrente eléctrica. Cabe lembrar
que no Sistema Internacional de Unidades (SI) a unidade de medida da
força eletromotriz é dada em volts (V).

Essa lei é muito utilizada na fabricação de geradores eléctricos,


responsáveis em transformar energia mecânica em eléctrica. Fazendo
uma análise na equação do fluxo magnético,

podemos perceber que o fluxo magnético sofre variação sempre que há


variação na intensidade do campo magnético (B), no valor da área A ou
na orientação relativa entre a área e o campo (Ө).
Transformadores
A energia eléctrica após ser produzida nas usinas é transportada para os
centros consumidores através de sistemas de transmissão.
Contudo, antes de ser transportada para grandes distâncias, os dispositivos,
chamados de transformadores, elevam a tensão para reduzir as perdas de
energia.
Quando essa energia chega até o seu destino final, novamente ocorrerá a
mudança no valor da tensão.
Assim, um transformador é um dispositivo que serve para modificar uma tensão
alternada, ou seja, aumenta ou diminui o seu valor de acordo com a
necessidade.
Basicamente um transformador é constituído por um núcleo de material
ferromagnético no qual são enroladas duas bobinas independentes
(enrolamento de fios).
A bobina conectada a fonte é chamada de primário, pois recebe a tensão que
será transformada. A outra é chamada de secundário.

Aplicações da Indução Electromagnética


Geradores de corrente alternada
Uma das mais importantes aplicações da indução eletromagnética é na
geração de energia eléctrica. Com essa descoberta passou a ser possível a
geração deste tipo de energia em larga escala.
Essa geração pode ocorrer em instalações complexas, como é o caso das
usinas de energia elétrica, até as mais simples como nos dínamos de
bicicletas.
Existem diversos tipos de usinas de energia elétrica, mas basicamente o
funcionamento de todas utiliza o mesmo princípio. Nessas usinas, a produção
de energia elétrica ocorre através da energia mecânica de rotação de um eixo.
Nas usinas hidrelétricas, por exemplo, a água é represada em grandes
barragens. O desnível provocado por esse represamento faz com que a água
se movimente.
Esquema simplificado de uma usina hidreléctrica

Esse movimento é necessário para girar as pás da turbina que é ligada ao eixo
do gerador de eletricidade. A corrente produzida é alternada, ou seja, seu
sentido é variável.
Esquema de um transformador simples
Como a corrente que chega no primário é alternada, origina um fluxo
magnético também alternado no núcleo do transformador. Essa variação do
fluxo, gera uma corrente alternada induzida no secundário.
O aumento ou a diminuição da tensão induzida, depende da relação entre o
número de espiras (voltas do fio) nas duas bobinas (primário e secundário).
Se o número de espiras no secundário for maior que no primário o
transformador irá elevar a tensão e sendo ao contrário, ele irá abaixar a tensão.
Essa relação entre o número de espiras e a tensão, pode ser expressa usando-
se a seguinte fórmula:

Sendo,
Up: tensão no primário (V)
Us: tensão no secundário (V)
Np: número de espiras do primário
Ns: número de espiras do secundário

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