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Jesus enfrentou a tentação da teologia da prosperidade e a venceu!

Veja como foi!

São muitas as distorções doutrinárias da Teologia da Prosperidade: Negam a


soberania de Deus, dizendo que usar a expressão “se for a Tua vontade” destrói a
oração; ensinam os crentes a exigirem e reivindicarem coisas de Deus, em vez de as
pedirem a Ele; acabam exaltando mais ao homem do que a Cristo; exibem um espírito
de orgulho do “que eu posso fazer ou conquistar em nome de Jesus”; dizem que
sofrimento, pobreza e doença não devem fazer parte da vida de um cristão. Se,
porventura, um cristão estiver em tais circunstâncias é porque não tem fé. Dizem que
Jesus teve de morrer espiritualmente para pagar pelos pecados do homem no inferno,
pois sua morte física e seu sangue derramado na cruz foram insuficientes para fazer a
expiação. Chegam ao ponto de negar a eficácia do sangue de Jesus. Alguns afirmam a
deidade humana, dizendo serem deuses. Hagin, em seu livro “Zoe: a própria vida de
Deus”, página 79, diz que nem Jesus Cristo tem uma posição mais elevada do que nós
diante de Deus. Blasfêmia!

A teologia da Prosperidade tem suas raízes na Ciência Cristã, que é derivada do


gnosticismo. Daí vemos o dualismo da teologia da prosperidade, quando diz que a
morte física de Cristo não tem relevância em relação a redenção do nosso espírito,
tendo Jesus que morrer também espiritualmente no “inferno”, tal dualismo revela-se
também em seu misticismo em relação ao poder das palavras e em sua ênfase na
confissão positiva.

Hoje percebemos uma ênfase exagerada no elemento “fé”, em detrimento da


verdade e do amor. Um exemplo disto se vê na trágica história do menino diabético
Wesley Parker, falecido em 23 de agosto de 1973, cujos pais cristãos foram presos por
negligência, devido a teologia da prosperidade, que os levou a acreditarem firmemente
na declaração de um pastor que, após a oração, afirmou que o menino havia sido
curado. A partir daí, seus pais não mais permitiram que ele tomasse insulina o que
acabou levando-o à morte. Mais tarde, arrependidos, escreveram o livro: “We let our
son die”, que traduzido, significa "Nós deixamos nosso filho morrer". Neste livro eles
reconhecem, com muita dor no coração, o lamentável fato de terem colocado a fé, ou,
mais propriamente falando: o orgulho da fé, acima do amor pelo filho. Infelizmente, este
não é um caso isolado.

Os adeptos da Teologia da Prosperidade são mais preocupados com a questão do


sofrimento do que com a questão do pecado. Mais preocupados com prosperidade e
saúde do que com santidade. Demonstram mais medo do azar (forças invisíveis que
não conseguimos controlar) do que do pecado e do juízo final. Eles são produto desta
sociedade consumista que valoriza o que é material, cujo deus é Mamom. O
secularismo e o mundanismo estão ameaçando a sã doutrina.

Lucas 4, conta como foi que Jesus venceu as tentações da teologia da


prosperidade sugeridas por Satanás. Interessante notar que após seu batismo, Jesus é
movido pelo Espírito Santo para o deserto. Isto nos faz lembrar da história do Êxodo,
que mostra o povo hebreu tendo que enfrentar um longo período no deserto após sua
passagem pelas águas do Mar Vermelho antes de poder ingressar na Terra Prometida.
Enquanto a teologia da prosperidade promete um paraíso na Terra, vemos as
Escrituras nos despertando para a realidade do deserto. O paraíso ainda está por vir.

No deserto, Jesus teve fome. Jesus disse aos seus discípulos que eles teriam de
enfrentar aflições neste mundo. A boa notícia é que Jesus venceu o Mundo! Venceus
as tentações! Venceu a Satanás! Venceu a morte! Ressuscitou e prometeu que sempre
estaria conosco! Não estamos abandonados e sós no deserto! A vara e o cajado do
Bom Pastor nos consolam! Os anjos consolaram e sustentaram a Jesus no deserto! A
Palavra de Deus foi alimento para Jesus no deserto (Dt 8.2-3). O povo hebreu recebeu
maná dos céus no deserto. Lá a presença de Deus se manifestava de muitas formas,
entre elas, através da arca, da nuvem que os conduzia de dia e da coluna de fogo que
os iluminava e aquecia durante a noite!

Satanás aproveitou-se da fragilidade física de Cristo e de sua fome para tentá-lo


propondo alívio milagroso para as suas privações físicas, além de muito poder, riqueza
e sucesso. Jesus não se deixou seduzir pelo conforto, prazeres, riquezas, poder e
glória deste mundo. Ele não pactuou com o diabo. Ele venceu o Mundo! Jesus provou
amar mais a Deus do que as coisas do mundo. Ele pode dizer de verdade que nem só
de pão vive o homem, mas de toda a palavra que procede da boca de Deus.

Quando Satanás pediu para Jesus saltar do pináculo do templo apelando para o
texto do Salmo 91 que trata da proteção dos anjos de Deus. Jesus rebateu a sugestão
lembrando outro texto bíblico que diz que não devemos tentar ao Senhor nosso Deus.
É certo que os anjos de Deus acampam-se ao redor daqueles que temem ao Senhor
para os protegerem, mas não devemos abusar disto tomando atitudes estúpidas. Deus
nos concedeu inteligência para que fizéssemos bom uso dela. Isto já faz parte da
proteção de Deus. Agir de maneira imprudente e ainda esperar o socorro de Deus é o
mesmo que tentar a Deus. Por exemplo, não devemos acelerar o máximo e pedir para
Deus nos proteger nas curvas. "De Deus não se zomba, o que o homem plantar, isto
também irá colher" (Gl 6.9). Por falar nisto, muitos adpetos da teologia da prosperidade,
movidos pela ambição consumista, acabam contraindo dívidas muito acima das suas
posses, baseados numa pretensa fé de que Deus os ajudará de alguma forma. Isto não
não se chama fé, mas, sim, má fé!

Deus pode nos curar sem o auxílio de remédios, mas também pode fazer uso
deles para nos sarar. Se alguém se sente curado, deve primeiramente receber um
atestado médico de cura antes de suspender qualquer medicação, pois está escrito:
"não tentarás ao Senhor teu Deus".
Satanás tentava a Cristo lançando dúvidas sobre sua filiação, provocando-o com a
expressão: "Se és filho de Deus...". Jesus não entrou na provocação do Diabo, pois ele
estava firmado na Palavra de Deus. Dias antes, por ocasião de seu batismo, ele ouvira
a voz do Pai que dizia: "Este é o meu filho amado!" Jesus dava ouvidos a Deus e não a
Satanás!

Jesus venceu o diabo, firmando-se na Palavra de Deus. Satanás mencionou as


Escrituras, mas de modo seletivo e fora do contexto, assim como fazem os pregadores
da teologia da prosperidade e todos os demais hereges. Jesus mostrou-se um
profundo conhecedor das Escrituras e as usou apropriadamente como uma espada
bem afiada para botar o diabo em fuga.

"Resisti ao diabo e ele fugirá de vós!"

Assim, Jesus venceu as tentações da teologia da prosperidade. Sigamos o seu


exemplo! Sejamos seguidores de Cristo e não de pregadores hereges.

Esta palavra de alerta contra a teologia do prosperidade, não significa uma defesa
da teologia da pobreza, pois não concordamos com tais extremos. De fato, há ricos e
ricos e pobres e pobres. Ou seja, nem riqueza e nem pobreza por si mesmas são sinais
incontestáveis de fé ou de falta de fé, de virtude ou de pecado. Não devemos concluir
que alguém é abençoado espiritualmente por possuir muitos bens materiais e nem
podemos dizer que alguém está pobre por falta de fé. Encontramos na Bíblia exemplos
de justos que eram ricos como Abraão, José e Davi, e de justos que eram pobres como
José e Maria, Jesus e seus discípulos. A história de Jó nos ensina que um justo pode
cair enfermo e experimentar a pobreza como também pode receber cura e receber
muitas riquezas. O Apóstolo Paulo disse que já havia experimentado carestia e fartura
e havia aprendido a estar contente em toda e qualquer circunstância.
Somos contra a teologia da prosperidade porque ela ensina que Deus tem de nos
fazer ricos e saudáveis. Uma coisa é ensinar que Deus tem o poder outra bem
diferente é ensinar que Ele tem o dever. Deus não nos deve nada! Ele é livre para agir
como bem quiser. Deus tem uma sabedoria muito além da nossa. Deus em sua
soberania consegue traçar um bom caminho no meio do deserto e da tormenta (Naum
1.3). Partilhamos da teologia bíblica, sim, da teologia da possibilidade de Mesaque,
Sadraque e Abednego que diante do Rei Nabucodunosor que os ameaça jogar na
fornalha caso não adorassem um ídolo, responderam dizendo: "Eis que o nosso Deus,
a quem nós servimos, é que nos pode livrar; ele nos livrará da fornalha de fogo
ardente, e da tua mão, ó rei.

E, se não, fica sabendo ó rei, que não serviremos a teus deuses nem adoraremos
a estátua de ouro que levantaste" (Dn 3.17-18). Vemos aí que eles criam que Deus era
poderoso para operar um milagre, mas também estavam preparados para enfrentarem
a morte caso fosse esta a vontade de Deus para eles.

Interessante observar que Deus livrou o Apóstolo Paulo da morte em distintas


ocasiões, mas sabemos também que chegaria o dia em que o corpo de Paulo seria
entregue como libação: "Quanto a mim, estou sendo já oferecido por libação, e o tempo
da minha partida é chegado. Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a
fé" (2 Tm 4.6.10). E, o capítulo 12 de Atos, conta como Herodes matou a Tiago, irmão
de João, mas não conseguiu fazer o mesmo com Pedro, que milagrosamente foi liberto
da prisão. Por que teria Deus libertado somente a Pedro? Por que o mesmo anjo que
libertou a Pedro não libertou também a Tiago? Sabemos que mais tarde, o próprio
Pedro irá morrer como um mártir. Por que Paulo disse: "Por amor de ti somos
entregues à morte todo o dia; Somos reputados como ovelhas para o matadouro" (Rm
8.36)? Vemos em tudo isto que a Bíblia não dá margem para uma teologia da
prosperidade que quer tratar a Deus como se Ele fosse como o Gênio da Lâmpada de
Aladim.
Deus tem vontade própria. Deus tem seus caminhos. Orar não é dar ordens a
Deus. Orar não é reivindicar e exigir coisas de Deus. Orar não e preencher um cheque
em branco assinado por Deus. Pois aprendemos na Bíblia que Deus somente atende
as orações que estão de acordo com a sua vontade: “Esta é a confiança que temos
para com ele: que, se pedirmos alguma coisa segundo a sua vontade ele nos ouve” (1
João 5.14); “Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, com o fim de satisfazerdes as
vossas paixões” (Tg 4,3).

Boa parte da multidão que buscava a Jesus estava interessada somente nos
milagres de cura e multiplicação de pães, o que chateou a Jesus a ponto dele dizer:
"Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: vós me procurais, não
porque vistes sinais, mas porque comestes dos pães e vos fartastes. Trabalhai, não
pela comida que perece, mas pela que subsiste para a vida eterna, a qual o Filho do
Homem vos dará" (Jo 6.26). No final deste discurso de Jesus, muitos a maioria o
abandonou pois realmente só estavam interessados em Cristo como um meio para
obtenção de bens físicos e materiais (Jo 6.66).

O discurso de Jesus vai de encontro ao discurso dos pregadores da teologia da


prosperidade, que, ao contrário de Jesus, estão pregando o que o povo quer ouvir e
não o que o povo precisa ouvir. Tais pregadores são prisioneiros do espírito que opera
sobre os filhos da desobediência, estão plenamente conformados ao espírito deste
mundo e estão buscando popularidade, poder e dinheiro, tentações estas que Jesus
resistiu heroicamente.

Ouçamos a mensagem de Jesus e busquemos primeiramente o Reino de Deus e a


sua justiça, acumulando tesouros nos céus e não aqui na Terra. "Portanto, se já
ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está
assentado à destra de Deus" (Cl 3.1).
“Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós” (Tg 4.7).

Bispo Ildo Mello

metodistalivre.org.br

imeldemirandopolis.blogspot.com

Assita ao o vídeo desta mensagem: http://www.vimeo.com/15382915

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