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3
Aqui, o termo matriz refere-se a um dos elementos constituintes da textura das rochas
sedimentares clásticas (partículas, matriz e cimento). É definida como os clastos de
menor dimensão do que aqueles considerados partículas nas rochas detrítica.
86
A B
Figura 5.1.
Geometrias mais
comuns de corpos
sedimentares. A. Em
manta ou lençol. B.
Tabular. C. Em cunha
C D ou prisma. D. Em
cordão. E. Em lente.
Fonte: Krynine (1948),
modificado.
4
Fezes fossilizadas.
87
Quadro 5.1. Classificação dos ambientes deposicionais. Fonte: Leinz e Leonardos (1977),
modificado.
5
Uma sucessão vertical de fácies, desde que não tenham ocorrido perturbações, reflete a
ordem (ou seqüência) da distribuição horizontal das mesmas fácies.
6
Unidades litoestratigráficas informais de amplitude superior a grupo ou supergrupo,
limitadas, na base e no topo, por discordâncias.
88
CC
ALA
ALA
API
API
ALi
ALi ALi ALi ALi
AD
AMP
AD Ambiente Deltaico
ALA Ambiente em Leques Aluviais
Figura 5.2. Esquema mostrando os locais de mais intensa ocupação humana e as regiões
desprovidas de sua presença: as áreas de deposições deltaicas subaquáticas e as
marinhas. Os ambientes em leque aluvial e planície de inundação são exclusivamente
continentais; já as deposições deltaicas e litorâneas são submetidas também à ação física,
química e biológica do corpo de água onde estão se sedimentando (lago, laguna, mar,
oceano) e, assim, correspondem a ambientes transicionais. Fonte: Krumbein e Sloss
(1963), modificado.
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Ambiente glacial
7
Geleira composta por capas de gelo que cobrem vales e montanhas indistintamente.
8
Geleira ocorrente nas montanhas.
9
Correspondem a feições produzidas pelo gelo à frente do glaciar ou do lençol de gelo.
10
Correspondem a processos, climas e topografia das margens do glaciar ou que são
influenciadas por baixas temperaturas.
90
Nunatak
Geleira terrestre
Moraina média
Glaciolacustre
Planície de Fluvioglacial
lavagem
Esker
Ketlles
Praia
Geleira marinha
Vale glacial
submerso
Glaciomarinho
Moraina basal
ML
ML
MB
A B 5cm
11
Depósito formado por detritos transportados no interior de uma geleira, que, após
estagnar, se fusiona e libera os clastos.
12
Depósito formado por detritos glaciais, que eram transportados na base da geleira
(moraina basal).
92
13
Depósito glacial em forma de longa crista, estratificada, composta por areias e seixos,
sedimentada por correntes de água que percorrem túneis na ou próximo à base da
geleira.
14
Depósito glacial em forma de monte, estratificado, originado por fluxo de água composto
por areias e seixos sedimentados em cavidades do glaciar.
15
Depósitos originados por correntes de turbidez, com geometria tabular, cujos clastos
sedimentam-se nas regiões mais profundas do corpo de água, apresentando a forma de
um leque, quando visto em planta (= Leque Submerso).
93
GL
FG
A B
Figura 5.7. A. Água de degelo fluindo pela planície de lavagem transportando seixos e
areias trazidos pela geleira que aparece ao fundo. B. Fotografia obtida do alto de um
glaciar na direção da planície de lavagem onde são visíveis cursos de água (FG) e lagos
periglaciais (GL). Antártica. Fotos: Henrique Carlos Fensterseifer.
16
Areias, grânulos, seixos, etc. que caem de um iceberg que derreteu e liberou para o
fundo do corpo de água os detritos que possuía em seu interior.
17
Dobramentos ou falhamentos originados pelo deslocamento de massas de gelo sobre os
sedimentos inconsolidados ou devido à fusão de gelo englobado por sedimentos.
18
Polígonos cujas cristas acumulam clastos e restos orgânicos. Formam-se entre intervalos
de extremo frio com formação de gelo, aos quais se seguem ciclos de fusão do gelo e de
nova congelação.
94
A B
Figura 5.9. A. Visão desde o continente antártico na direção do oceano, onde flutuam
alguns icebergs. Ao derreterem, liberam os sedimentos que estão no seu interior, os quais
se precipitam sobre os sedimentos já depositados sob a lâmina de água. B. Polígonos de
detritos característicos de regiões periglaciais. Essa feição, também reconhecida como
permafrost, origina-se pela repetida formação de gelo e sua fusão. Antártica. Fotos:
Henrique Carlos Fensterseifer.
95
A
Planície de Lavagem
Geleira
1 Figura 5.10. Diagramas
ilustrativos de ambiente
glacial. A. Posicionamento da
Lago
geleira, do lago pró-glacial e
da planície de lavagem. A
Artefatos ocupação humana (1),
registrada por meio de
1 Cronologia de ocupação descoberta de artefatos, ocupa
humana
uma área marginal (praia) do
Praias
lago glacial. B. Retração da
geleira com sedimentação das
morainas recessionais (R) e
frontal (F) e conseqüente
Morainas regressão do lago e avanço da
praia e dos humanos (2) na
direção da regressão do gelo.
F Fonte: adaptado de Rapp, Jr. e
1 Hill (1998).
B
R
2
96
LEGENDA
f
a Tilito
Níveis de argilas lacustres
b intercaladas a arenitos e psefitos
c Camada Floresta Two Creeks
d Areias e lamas lacustres
e
e Tilito
f Níveis de argilas lacustres
Artefatos
Figura 5.11. Depósitos do
d Quaternário Superior
compostos por dois eventos
glaciais (tilitos a, e)
c intercalados a sedimenta-
ções lacustres (b, d, f). A
camada c, denominada
Camada Floresta Two
Creeck, apresenta restos
vegetais em posição de
vida. Troncos de árvores
b alóctones e artefatos
ocorrem na camada glacial
imediatamente sobreposta;
ambos possivelmente foram
arrancados da camada c
pelo deslocamento do
glaciar responsável pela
a deposição do tilito e. Fonte:
Rapp, Jr. e Hill (1998),
modificado.
Ambiente eólico
PD WD - Wadi
LA1 – Leque aluvial mais velho
LA3 LA2 - Leque aluvial intermediário
LA3 - Leque aluvial mais jovem
CC – Complexo Cristalino
PD PD – Pedimento*
LA2
LA1
LA3 LL1
LL2
WD
CC
DN
- Artefatos PS
LL1 - Nível lacustre baixo
LL2 - Nível lacustre alto
DN - Duna
CA - Lençol de areia
CA
PS - Paleossolo
Duna eólica
Lago Deflação
Água subterrânea
Figura 5.14. A deflação eólica pode ser a responsável pela origem de lagos de desertos
muito duradouros, como o esboçado no esquema acima. A passagem preferencial dos
ventos, em certos locais, pode remover grande quantidade de detritos permitindo a
exposição do nível superior do lençol freático. Por essa razão, diversas espécies vegetais e
animais, inclusive a humana, podem ser atraídas e florescer em torno do manancial de
água. Fonte: Leet e Judson (1980), adaptado.
100
Figura 5.15. Atividade abrasiva do vento ao lançar areias contra um seixo originando um
ventifacto. Fonte: Leet e Judson (1980), modificado.
19
Apresenta flutuações de velocidade devidas a redemoinhos originados quando o fluxo
passa por obstáculos ou irregularidades existentes no substrato.
101
CRISTA
BACKSIDE FLUXO
SLIPFACE
INTERDUNAS
Figura 5.16. Desenho de uma duna transversal. A porção frontal (slipface) mostra os
depósitos por queda de grãos (grain fall, GFL) e por fluxo de grãos (grain flow, GFW).
Nas suas costas (backside), ocorrem marcas de ondulações cavalgantes transladantes
que, em perfil, são registradas como laminações cruzadas cavalgantes transladantes
(LCCT). Igualmente em perfil aparecem as estratificações cruzadas tangenciais (ECT),
também denominadas estratificações cruzadas por camadas frontais (ECCF). Estão
ainda representados os depósitos de interdunas. Fonte: Hunter (1977), modificado.
102
Figura 5.17. O pesquisador está sobre arenitos com laminações cruzadas cavalgantes
transladantes do backside (depósito de acresção). Abaixo delas, dispõem-se
estratificações cruzadas tangenciais da slipface. Paleocorrentes, da esquerda inferior
para a porção mediana direita da fotografia. Aloformação Pedra Pintada, Ordoviciano da
Bacia do Camaquã, Santana da Boa Vista, RS. Foto: Carlos Henrique Nowatzki.
A B
20
Correspondem a laminas ou estratos arenosos da face de barlavento de dunas eólicas,
umedecidos graças a chuvas, geadas, etc., que se rompem por tração e deslizam
pendente abaixo sem sofrerem rotação.
104
A B
GLW
C D
Figura 5.19. A. Arenito de duna eólica visto em corte transversal na slipface mostrando
grainflows (GLW) de areias mais grossas na forma de pequenas lentes mais claras,
isoladas em depósitos de grainfalls composto por areias mais finas. Paleocorrente na
direção do observador. Formação Sanga do Cabral, Permotriássico da Bacia do Paraná,
Taquari, RS. B. Corte longitudinal de duna eólica (arenito) composta por grainflows (níveis
mais claros) e grainfalls (níveis mais escuros). Paleocorrente da direta para a esquerda.
Formação Botucatu, Juro-Cretáceo da Bacia do Paraná, São Leopoldo, RS. C. Corte
transversal de depósito arenoso de interduna (até acima da cabeça do observador)
sotoposto a depósito de duna eólica evidenciada pela estratificação cruzada tangencial. Os
grainsflows são os níveis salientes e os grainfalls os mais erodidos. Paleocorrente da
direita para a esquerda. Formação Botucatu, Juro-Cretáceo da Bacia do Paraná, Ivoti, RS.
D. Slipface de duna eólica (arenito) com blocos rompidos por tração mergulhados em
matriz de areias mais finas. Formação Sanga do Cabral, Permotriássico da Bacia do
Paraná, Rosário do Sul, RS. Fotos: Carlos Henrique Nowatzki.
106
A B
C D
Figura 5.20. Formas de dunas eólicas mais comuns. A direção dominante dos ventos é
indicada pelas setas. A. Dunas transversas. B. Dunas barcanas. C. Cristas barcanóides. D.
Dunas parabólicas. E. Dunas lineares (longitudinais). Fonte: McKee (1979), modificado.
A B
Figura 5.21. A. Arenito fino a muito fino com estratificações cruzadas festonadas de
grande porte. Os cortes são transversais às dunas, e as paleocorrentes mergulham na
direção da estrada. Aloformação Pedra Pintada, Ordoviciano da Bacia do Camaquã,
Santana da Boa Vista, RS. B. Duna quaternária com estruturas de dissipação
grosseiramente paralelas à cabeça do martelo. Correspondem a níveis com acumulação de
lamas trazidas desde a superfície pela água de percolação. Torres, RS. Fotos: Carlos
Henrique Nowatzki.
A B
C D
Figura 5.22. Fotografias de áreas interdunas. A. Interduna atual seca com deposições
eólicas tipo lençóis de areia. Capão da Canoa, RS. B. Interduna seca da Formação
Botucatu, Juro-Cretáceo da Bacia do Paraná, São Leopoldo, RS. C. Interduna úmida com
icnofósseis da Formação Sanga do Cabral, Permotriássico da Bacia do Paraná, Jaguari, RS.
D. Detalhe de interduna úmida do Membro Morro Pelado da Formação Rio do Rasto,
composta por lâminas de arenito e pelitos intercalados. Em alguns níveis areníticos,
ocorrem marcas de ondulações subaquáticas. Permotriássico da Bacia do Paraná,
Sapucaia do Sul, RS. Fotos: Carlos Henrique Nowatzki.
A B
Figura 5.23. A. Arenitos de interdunas úmidas. A. Arenitos mais grossos (cores claras) e
finos (escuros) intercalados. Os círculos delimitam icnofósseis. B. Moldes de gretas de
contração lacustres preservados na base de arenitos. Arenito Pedreira, Jurássico (?) da
Bacia do Paraná, Sapucaia do Sul, RS. Fotos: Carlos Henrique Nowatzki.
A B
I
W W
I I
Figura 5.24. A. Vista geral de afloramento de arenitos eólicos (interduna úmida com
icnofósseis, I) e fluviais (wadi, W). Formação Sanga do Cabral, Permotriássico da Bacia do
Paraná, Rosário do Sul, RS. B. Arenitos eólicos (interdunas secas, I) e fluviais (wadi
efêmero, W) da Formação Botucatu, Juro-Cretáceo da Bacia do Paraná, Ivoti, RS. Fotos:
Carlos Henrique Nowatzki.
110
A B
Figura 5.26. A. Camadas de arenitos eólicos separados por fina lâmina de argilito com
gretas de contração encurvadas. As setas destacam aquelas estruturas sedimentares na
base da camada do arenito superior. Aloformação Pedra Pintada, Ordoviciano da Bacia do
Camaquã, Santana da Boa Vista, RS. B. Fotografia de arenito eólico composto por lâminas
e camadas granulometricamente heterogêneas (lençol de areia). Acima e à direita da
referência está o registro do preenchimento de um pequeno canal escavado por fluxo de
água. Formação Botucatu, Juro-Cretáceo da Bacia do Paraná, São Leopoldo, RS. Fotos:
Carlos Henrique Nowatzki.
Vestígios de fogueira
Figura 5.27. Ilustração, em corte, do Sítio Arqueológico de Ake, Planície Santo Agostinho,
oeste de New Mexico, USA. Ele é composto na porção basal por depósitos de playa lake
sobrepostos por camadas de areias eólicas. A datação por 14C indica que os artefatos
(11.000 anos A.P.) expostos por deflação de parte da camada de areias onde se
encontravam foram transportados e assentados junto a restos de carvão de uma fogueira
mais jovem (3.400 anos A.P.). Alguns artefatos estão acomodados sobre a área de
interdunas atual, composta dos depósitos de playa lake mais antigos da região. Fonte:
modificado de Waters (1992).
113
Artefatos
A4
L7
A3
L6
A2
L5
LM LP
LD
LP C
LM
B LD
Figura 5-30. Esboços de leque aluvial. A. Vista em planta do depósito e dos fluxos de
água que se deslocam sobre ele nos períodos de chuva. Estão aí representados o corte
transversal (A-A’) e o longitudinal (B-B’) observados em detalhe nos desenhos B e C,
respectivamente. LP = leque proximal, LM = leque médio e LD = leque distal. B. Vista
frontal (corte transversal) evidenciando a acumulação sucessiva dos depósitos e seu
retrabalhamento realizado pelos fluxos de água (canais). C. Vista lateral (corte
longitudinal) e a distribuição aproximada do LP, LM e LD. Fonte: Suguio (2003), com
modificações.
Figura 5.31.
Depósito de leque
aluvial proximal,
constituído por
conglomerado mal
organizado, com
seixos de basaltos e
arenitos de
dimensões variáveis
mergulhados em
matriz arenosa.
Formação Gravataí,
Terciário do RS,
Município de
Lajeado. Foto:
Carlos Henrique
Nowatzki.
Ambiente fluvial
Domínio das partículas Domínio das partículas médias (2mm a 0,062mm) Domínio das partículas
grossas (+ 2mm) finas (- 0,062mm)
Sentido do fluxo
2
A
1 3
1 4
5
1
21
Aptidão do agente transportador em deslocar determinado tamanho de detritos.
22
Volume de carga transportada.
23
Limite abaixo do qual a ação erosiva dos rios não consegue mais rebaixar uma região.
119
A B
C D
Figura 5.33. Esboços dos tipos de canais. A. Rio com canal meandrante. B. Rio com canal
reto. C. Rio com canal entrelaçado e D. Rio com canal anastomosado. Fonte: Allen (1970),
modificado.
24
Linha que une os pontos de maior profundidade do canal.
120
LC
EC
LC
EC
LC
EC
LC
Figura 5.35. Ciclos fluviais granodecrescentes para o topo. Na base dos ciclos (cores
claras), acomodam-se seixos e grânulos, os quais, na porção intermediária, são
substituídos por areias médias; no topo dos ciclos (cores escuras), situam-se areias
médias a finas. As estruturas mais conspícuas são as estratificações cruzadas
tangenciais (dunas 3D) e as estratificações cruzadas tabulares (dunas 2D), ambas de
médio porte (Ashley 1990) bem evidenciadas nas regiões médio-basais dos ciclos (EC).
Sobre as dunas (estratificações cruzadas), acomodaram-se marcas de ondulações
assimétricas (laminações cruzadas tangenciais, LC). Formação Antenor Navarro,
Cretáceo da Bacia do Rio do Peixe, Souza, PB. Foto: Carlos Henrique Nowatzki.
N
MA
VN
ZV
DN
MA
CS
BP
Figura 5.38. Esboço de rio com canal meandrante e alguns de seus depósitos. DN = dique
natural ou marginal; ZV = zona de várzea; BP = barra em pontal; CS = crevasse splay e
MA = meandro abandonado. Fonte: modificado de Allen (1970).
126
SOLO
4
3
Figura 5.39. Depósitos de planície de inundação de rio com canal meandrante. Depósitos
de acréscimo vertical: 1. Zona de várzea (pelitos laminados localmente fluidizados ou
maciços) mais antiga e 4. Zona de várzea (pelitos laminados parcialmente edafizados)
mais jovem. Depósitos de acréscimo lateral: 2. Barras em canal (arenito fino siltoso com
estratificação cruzada festonadas de médio porte). Paleocorrente na direção do observador
e 3. Barra em pontal (arenito muito fino argilo siltoso com estratificação cruzada
tangencial de pequeno porte). Paleocorrente da direita para a esquerda. Formação Rio do
Rasto, Membro Morro Pelado, Permiano da Bacia do Paraná, Esteio, RS. Fonte: Nowatzki
(1997).
25
Artefatos retrabalhados e redepositados por algum agente transportante natural.
127
Areias/sei-
xos (C)
Lamas e lamas carbonosas (ZV)
BANCADA ESCARPA
A
T2 T2
T1 T1
Figura 5.41. Terraços
fluviais. A. Originados
por deposição. B.
Formados por erosão.
Ambos são modelos de
terraços que permitem
a correlação entre as
bancadas de mesmo
B nível topográfico dos
dois lados do vale, pois
T2 T2 elas são cronológica-
T1 T0 T1 mente corresponden-
tes. Já o terraço C,
também originado por
erosão, é do tipo não-
correlativo porque as
bancadas de mesmo
nível topográfico de um
lado não correspon-
dem, cronologicamen-
te, às do outro lado do
C T3 vale. As flechas indi-
cam o sentido da
T3 erosão que formou os
T2 terraços. Fonte: modifi-
T1 cado de Waters (1992),
T0 Muller e Oberlander
(1984).
mais elevado, o rio aprofunda seu vale, abandona-o e passa a escavar uma
outra bancada em posição mais baixa (figura 5.41).
As relações topográficas entre as bancadas existentes em ambos os
lados do vale podem classificá-las como parelhas, se situadas como
elevações equivalentes, ou não-parelhas, quando as altitudes forem
diferentes. As parelhas são criadas em uma zona de várzea muito ampla,
que é erodida verticalmente, e as não-parelhas são geradas pela erosão
lateral simultaneamente ao aprofundamento do canal. Em ambos os casos,
o terraço mais velho é o mais elevado e o mais baixo, o mais jovem.
Vestígios de ocupação humana podem ser encontrados em terraços
fluviais mais antigos ou mais novos. Deve-se ter em consideração, contudo,
que (1) os terraços mais antigos estão há mais tempo disponíveis à
ocupação humana e, conseqüentemente, podem apresentar registros com
idades diversas e, (2) à medida que nos aproximamos dos terraços mais
novos, menor é a mistura e a idade dos artefatos.
Ambiente litorâneo
26
A variação do nível dos oceanos, denominada eustasia, pode processar-se como transgressão (subida) ou
regressão (descida) das águas. A eustasia pode ocorrer devido a movimentos tectônicos (ascensão ou descenso
de blocos de rocha), erosão ou deposição na linha de costa e aumento ou diminuição das calotas polares.
131
2 c
PW b
1
Lama
a
Calcário
Areia
PW
Areias e lentes 2 c
b
com seixos a
1
Calcário
Lama
27
A Lei de Whalter ou Lei da Correlação de Fácies foi introduzida por Johannes Whalter em
1894 e estabelece que uma sucessão vertical de fácies transgressivas ou regressivas
contém a ordem de distribuição horizontal dessas mesmas fácies, desde que elas
estejam em conformidade.
133
Espraiamento (swash)
Comprimento de onda Quebra da onda
Rebentação (surf)
CRISTA
Altura
da onda
SULCO
Metade do compri-
Base das ondas mento de onda
Sedimentos ou rochas
Figura 5.43. Perfil de uma região litorânea com as ondas e seu movimento orbital
(círculos) avançando na direção do continente à direita. Fonte: Waters (1992), modificado.
Planícies de maré
As correntes de maré são fluxos devidos a movimentos de elevação e
queda do nível dos oceanos pela atração gravitacional do sol e da lua,
fenômeno que se repete alternadamente duas vezes a cada 24 horas. A
amplitude da maré é a diferença medida entre o nível máximo de subida da
água durante a maré alta (maré enchente ou preamar) e a de descida dela
na maré baixa (maré vazante ou baixa-mar). Nesse aspecto, uma região
litorânea pode apresentar micromarés (abaixo dos 2m de amplitude),
mesomarés (entre 2m e 4m de amplitude) ou macromarés (acima dos 4m
de amplitude). As correntes geradas pelas marés vazantes são mais rápidas
do que as de enchente, podendo, em média, atingir os 2,9km/h, como
ocorre em Paranaguá (PR). Nas mesomarés, a velocidade das correntes
pode alcançar 5,4km/h e, nas macromarés, chega a atingir 9,0km/h.
Como conseqüência da ação das marés, na região desenvolve-se uma
significativa extensão de pântanos posicionada ao longo de uma planície
delimitada pelos níveis das marés baixas e altas, denominada planície de
maré. Nos pântanos, dominam as lamas e, na planície de maré,
sedimentam-se lamas e areias.
A planície de maré é dividida em Zona Inframaré (Subtidal Zone),
subaquática, situada abaixo do nível da maré baixa, Zona Intermarés
(Intertidal Zone), situada entre o nível da maré baixa, oportunidade em
que fica exposta subaereamente, e o da maré alta, quando é encoberta
135
Canais de maré
Lagoa
Figura 5.44. Representação de uma região de Planície de Maré, das zonas que a
constituem, dos canais de maré e das lagoas. Fonte: segundo Boggs (1987), modificado.
28
Maré de grande amplitude que ocorre durante a fase de lua cheia e de lua nova ocasionada pela soma das
atrações gravitacionais de sol e lua.
136
Deltas
Muitos rios deságuam em grandes corpos de água (oceanos, mares,
lagos, lagunas) onde depositam os sedimentos que trazem do continente
(figura 5.45). Esses depósitos constituirão os deltas, sedimentações
transicionais, pois passam a incorporar aos caracteres continentais os
aspectos físicos, químicos e biológicos do sítio onde se depositam.
A maior parte dos depósitos deltaicos acumula-se sob as águas da
bacia (subaquáticos) de deposição, permanecendo expostos, pelo menos de
modo intermitente, às camadas superiores (subaéreas), onde constituem
os sedimentos paludais.
137
NM SP
FD
PD
AP
SM Rocha preexistente
29
Estratificação cruzada típica de depósitos arenosos com geometria (limites externos da camada) sigmoidal; isso
ocorre porque o fluxo que transporta os sedimentos perde rapidamente a competência e deposita sua carga. As
camadas assumem a forma de sigma ( ʃ ) inclinado (clinoforma).
140
Praias
As praias desenvolvem-se em regiões costeiras planas, com baixo
gradiente, geralmente compostas por sedimentos terrígenos. Pode-se fazer
um zoneamento da região praial, cuja distribuição no sentido oceano -
141
Figura 5.50. Perfil de praia incluindo as áreas de dunas, transição e Costa Afora. As
regiões de dunas e Pós-praia são as de ocupação humana. Modificado de Walker (1986) e
Reineck e Singh (1980).
Rio Camaquã
Figura 5.51. Fotografia aérea de parte do delta do Rio Camaquã, RS, retratando a atual
linha de costa da Laguna dos Patos e o sentido de sua progradação (seta). Foto: Marco
Antônio Fontoura Hansen.
30
As lagunas recebem água doce dos rios e salgada do oceano, com o qual se conectam por uma ou mais aberturas
(inlets) existentes na ilha-barreira e, por essa razão, suas águas são salobras ou hipersalinas.
144
N
LAGUNA DOS
PATOS Figura 5.52.
CONTINENTE Laguna dos Patos,
RS, porção centro-
ILHA-BARREIRA sul. A ilha-barreira
contém uma série
de lagoas destacan-
do-se entre elas a
Lagoa do Lagoa do Peixe, um
Peixe parque nacional.
Observa-se ainda o
curso inferior do Rio
Camaquã e o seu
delta. A ligação com
o oceano situa-se
mais ao sul, não
Delta do Rio sendo visível.
Camaquã
Imagem do satélite
CBERS cedido pelo
Instituto Nacional
30 km de Pesquisas
OCEANO Espaciais – INPE.
ATLÂNTICO
Ambiente espélico
31
Estruturas decorativas das cavernas, tais como estalactites, estalagmites, cortinas, etc.
148
por água que se desloca por pressão hidrostática mediante “sifões” através
de galerias conectadas; uma porção intermediária, média ou epifreática,
composta por uma rede de condutos, que podem estar secos em algumas
ocasiões e inundados, em outras. Nessa zona, o escorrimento da água é
lateral e é dela que emergem os rios subterrâneos nas ressurgências dos
vales. Na zona superior ou vadosa, a água circula por gravidade, por
galerias, abismos e poços (cavidades verticais com comprimento inferior a
10m). É nela que se formam, na superfície, os canhões, lapiás, dolinas e
poljés, e, em subsuperfície, as cavernas com seus espeleotemas.
Cortinas
Estalactites
Coluna
Figura 5.57.
Espeleotemas de
carbonato de cálcio
(calcita) em caver-
na (abrigo) escava-
da em arenito da
Aloformação Var-
zinha, Ordoviciano
da Bacia do Cama-
quã. Varzinha, Mu-
nicípio de Caçapava
do Sul, RS. Foto:
Estalagmites Flora Zeltzer.
32
É aquela que apresenta grande quantidade de figuras geométricas, em vermelho com amarelo, cuja aparência é
de tecido pintado ou bordado ou ainda de decoração sobre cerâmica.
154
Figura 5.61.
Pinturas rupestres
geometrizantes,
antropomorfas e
zoomorfas da
Serra da Capiva-
ra, Toca da Ema,
Sítio do Brás,
Município de Raí-
mundo Nonato,
CE. Foto: Funda-
ção Museu do
Homem América-
no – FUNDHAM
(www.fundham.co
m.br).