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ARTIGO

Treinamento de Força Explosiva para Jovens Atletas de Tênis de Campo:


Pliometria para membros inferiores

José Renan Rodrigues Filho

Orientador Prof. Dr. Miguel de Arruda


Universidade Estadual de Campinas

Resumo

Introdução: A pliometria vem de encontro às necessidades dos tenistas,


unindo força e velocidade em sua natureza balística para desenvolvimento da
força explosiva. Objetivo: Comparar o resultado do treinamento de pliometria
para melhora de força explosiva em membros inferiores de tenistas juvenis.
Material e Método: A amostra foi composta por 35 atletas de tênis do sexo
masculino e feminino, divididos em dois grupos (média de 13,36 anos e DP de
1,68 anos); grupo controle, composto por nove atletas e grupo treinamento,
composto por 26 atletas. Foram usados três testes para avaliação da melhora
de força explosiva, o Squat Jump (SJ), o Counter Movement Jump (CMJ) e o
teste de Impulsão Horizontal (IH) em duas ocasiões, uma antes da
Intervenção e outra após a intervenção. A intervenção foi dividida em quatro
microciclos, com três unidades de treinamento cada um, totalizando doze
sessões, e foi desenvolvido visando uma supercompensação após o quarto
microciclo. Resultados: Foram encontradas diferenças significativas entre o
grupo controle e o grupo treinamento nos três testes. Em quatro das seis
variáveis no grupo controle foi registrado um decréscimo na desempenho. No
grupo treinamento foi registrado aumento na performance em todas as seis
variáveis e ficaram entre 7,33% e 22,22%. Conclusão: Os resultados
apontam para um aumento no rendimento no grupo treinamento muito
superior quando comparado ao grupo controle, mostrando que um trabalho
de pliometria para membros inferiores é extremamente vantajoso para
tenistas juvenis que visam a melhora de força explosiva de membros
inferiores.

Palavras Chave: força explosiva, pliometria, tênis.

Movimento & Percepção, Espírito Santo do Pinhal, SP, v. 8, n. 11, jul/dez 2007– ISSN 1679-8678
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Abstract

Introduction: The Plyometrics fulfills the tennis players’ needs, joining


strength and speed in its ballistic nature in order to promote the development
of the explosive strength.
Aim: To compare the results from the plyometric training to improve the
explosive strength in the inferior limbs of the youthful tennis players.
Material and Methodology: The sample was composed of 35 (thirty-five)
female and male tennis athletes, divided into two groups (average age
between 13 and 36, and DP of 1,68 per year); the control group was
composed of 9 (nine) athletes, and the training group was composed of 26
(twenty-six) athletes. Three tests were used to evaluate the explosive
strength improvement: the Squat Jump (SJ), the Counter-Movement-Jump
(CMJ), and the Horizontal Impulse (HI) in two different occasions, before and
after the intervention. This intervention was divided into four microcycles,
with three training units each one, in the total of twelve sessions, and it was
developed aiming at a supercompensation after the fourth microcycle.
Results: It was encountered meaningful differences between the control group
and the training group in the three tests. It was observed a performance
decrease in four out of six variables in the control group. In the training group
it was noticed an increase performance in all the six variables and they were
between 7,33% and 22,22%.
Conclusion: The results indicate a performance increase in the training group
far superior when compared with the control group, showing that a plyometric
application to the inferior limbs is extremely advantageous to the youthful
tennis players who focus the explosive strength improvement of the inferior
limbs.

Key words: Explosive Strength, Plyometrics, Tennis.

Introdução

Com o crescimento da modalidade tênis de campo no nosso país,


principalmente devido ao nosso maior ícone, o "Guga” também cresceu o interesse
dos adolescentes em tentar o profissionalismo nessa modalidade. Para atender essa
demanda de maneira a satisfazer as expectativas, a preparação para os jovens deve
ser trabalhada da maneira correta para conseguirmos um rendimento ótimo.

Visando esse melhor rendimento muitos elementos de melhora da condição


física são fundamentais e, levando em consideração estes aspectos, ressalta-se a
importância do trabalho específico de membros inferiores, que são muito exigidos e
cruciais no conjunto das valências físicas para formarmos um bom tenista.

Os pontos dentro de uma partida de tênis de campo têm duração de tempo


relativamente curto. Paula, 1999 nos traz, num trabalho realizado em três jogos
oficiais de “Guga”, demonstra que a média de duração dos pontos das três partidas é
muito baixa. Variando de 4 a 6 segundos e, na média, temos um valor de 5,66s.
Lembrando ainda que esses dados foram obtidos em dois torneios de piso lento
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(Roland Garros, 1997; Aberto de Roma, 1999), onde teoricamente o jogo é mais
longo, e um torneio no piso rápido (Indian Wells, 1999), onde a partida é mais rápida.
Outro fator determinante é o tempo de repouso entre os pontos disputados. Paula
(1999) mostra em seu estudo que as pausas entre os pontos variam de 15s a 25s ou
30s (que é o tempo limite por regra). Além do mais temos os tempos entre as viradas
de quadra, de 1 min. e 30s e entres as séries ou sets, que é de 2 min. Com essa
descrição, podem-se observar então tipos de esforços que solicitam fontes energéticas
usadas pelos atletas para a execução dos movimentos.

Este trabalho tem a finalidade de ressaltar o trabalho de força explosiva de


membros inferiores onde a pliometria é técnica de otimização. Portanto, será utilizado
um treinamento pliométrico para membros inferiores, num quadro de quatro
microciclos de treinamento com três unidades cada. Uma avaliação antes e outra após
o treinamento servirá como base para análise dos resultados.

Atualmente muito poucos trabalhos voltados para esse público específico


(tenistas) são encontrados em nossa literatura e, conseqüentemente, numa avaliação
empírica, podemos afirmar que os profissionais da preparação física dessa
modalidade, têm dificuldades em realizar trabalhos com sucesso, por falta de
patamares pré-estabelecidos cientificamente.

No jogo de tênis atual cada vez mais os atletas vêem aumentando o ritmo e
potência dos golpes numa partida de tênis de campo. As velocidades de saque são
melhoradas a todo o momento e chegam a ultrapassar os 240 km/h em atletas de
elite do tênis mundial, como Andy Rodicky, que é resultado de potência de movimento
impressa na bolinha de tênis para ela atingir tal velocidade. Além disso, o tempo de
execução de cada golpe, ou gesto técnico, no tênis de campo é muito curto. A duração
de um gesto técnico (com estudos realizados em atletas) até o impacto com a bola é
de, aproximadamente de 0,5s a 0,9s(Paula, 1999). O atleta possui um tempo muito
pequeno para conseguir um golpe que tenha técnica, eficiência e velocidade.
Considerando as adaptações orgânicas e o metabolismo energético que ocorrem nos
jogadores de tênis de campo, dar-se-á destaque para a força explosiva.

Em um exercício de alta intensidade e de duração de até 20s, como é a grande


maioria dos esforços no tênis de campo, o desgaste energético da solicitação muscular
de ATP é controlado pelo sistema ATP-CP. Se o esforço tiver duração de 20s até 45s, a
produção muscular de ATP depende mais da glicólise anaeróbia (Rodrigues Filho,
2004).

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Contudo, o tênis de campo pode ser classificado como uma modalidade de alta
intensidade e curta duração, com intervalos entre os esforços.

Com essa relação entre intensidade e duração da modalidade fica evidenciado a


força é muito exigida no tênis de campo. Skorodumova (2004) reporta que a força
manifesta-se predominantemente na forma de resistência de força rápida, força
explosiva e força máxima.

Entre as exigências inerentes aos componentes de força no tênis de campo


competitivo, encontra-se a força explosiva e a força rápida, sendo observadas em
jogos evidentes solicitações da força nos membros inferiores e superiores dos tenistas
(Vretaros, 2003). Portanto, tem-se bastante claro que a potência (força + velocidade)
se torna uma das principais capacidades a serem treinadas em tenistas, tanto nos
membros inferiores quanto nos membros superiores.

Conclui-se que para um tenista obter um melhor rendimento nas suas ações
específicas, terá que adquirir um nível de força explosiva muito alta, deslocando-se
melhor em quadra para poder realizar um golpe com mais potência, precisão e
eficiência. Nota-se que o trabalho de melhoria da força explosiva deva ser feito para
todas as partes do corpo, membros inferiores, superiores, abdominais, músculos para
vertebrais e músculos das costas.

O método de treinamento mais indicado para unir força e velocidade de


membros inferiores para o tênis de campo é o treinamento pliométrico. O treino de
força explosiva no tênis sofre uma correlação entre a força e o tempo de aplicação.
Isso significa que durante a realização do gesto desportivo no tênis como, por
exemplo, o saque, o treinamento objetiva uma otimização da resistência a ser vencida
e a força aplicada, ou seja, a relação curva força-velocidade (Vretaros, 2002). O
treinamento pliométrico deve ser considerado como uma estratégia para melhorar e
aperfeiçoar a eficiência da qualidade física potência nos deslocamentos (Vretaros,
2003).

No decorrer do desenvolvimento do programa de força em jogadores de tênis


de campo a pliometria torna-se a metodologia mais apropriada para potencializar a
força rápida e explosiva dos membros inferiores (Vretaros, 2003).

A pliometria é baseada no reflexo de contração das fibras musculares


resultantes de um estímulo rápido (e então alongamento) dessas mesmas fibras.
Fisiologicamente, quando o alongamento excessivo e violento torna-se possível, os
receptores de alongamento criam impulsos nervosos proprioceptivos para serem

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enviados à medula espinhal e, por meio de uma ação reflexa, eles são recebidos
novamente nos receptores. Através dessa ação reflexa, ocorre um efeito de freio
aplicado, evitando o alongamento das fibras musculares e, o mais importante em
termos de pliometria, uma contração muscular com muita potência é liberada
(Bompa, 2004).

Mas não serão apenas fatores musculares que serão alterados com o
treinamento pliométrico. Este método trabalha também com mecanismos neurais
complexos. Como resultado de treinamento pliométrico, ocorrem mudanças tanto
musculares quanto neurais que facilitam e aumentam o desempenho de habilidades
de movimentos mais rápidos e potentes (Bompa, 2004). Isso quer dizer que, com o
treinamento de força explosiva através da pliometria, conseguiremos um melhor
recrutamento de fibras musculares para a realização da contração muscular,
conseqüentemente, teremos uma contração mais rápida, mais explosiva, sem
aumentar o número de fibras musculares propriamente, apenas teremos um melhor
rendimento delas.

Material e Método

Participantes do Estudo

Para a realização deste trabalho foram avaliadas trinta e cinco crianças e jovens
tenistas da cidade de Campinas e região dentro da faixa etária que varia entre dez a
dezessete anos (média de 13,46 anos DP 1,68 anos) e todas com uma rotina de
treinamento físico, técnico e tático de pelo menos três vezes por semana.

Ressalta-se que essa equipe de treinamento de jovens atletas já esta habituada


às rotinas de treinamentos pliométricos porque já participam desse tipo de trabalho a
cerca de dois anos.

Os atletas foram divididos em dois grupos. O primeiro foi denominado de grupo


controle, pois são atletas que durante a rotina de treinamento não realizaram a
intervenção e será composto por 9 (nove) atletas. Já o segundo grupo realizou a
intervenção de quatro semanas e foi denominado como grupo treinamento, sendo
composto por 26 (vinte e seis) atletas.

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Metodologia

O treinamento para aumento de força explosiva, através da pliometria será


realizado por quatro microciclos, com três unidades de aplicação cada um, totalizando
doze sessões de treinamento. Essa intervenção foi desenvolvida para a realidade da
maioria dos atletas juvenis de nosso país. Esses atletas têm uma rotina de
treinamento de três vezes por semana (segundas, quartas e sextas-feiras) e possuem
uma pré-temporada de um mês, um período exato de quatro microciclos, devido ao
fato de, nos meses de julho e dezembro ou janeiro, os atletas ficam em períodos de
férias, pois os pais aproveitam as férias escolares para viagens e, quando retornam,
treinam um mês antes de iniciarem os campeonatos. Com isso a intervenção de
quatro semanas alia-se com a praticidade da nossa realidade.

As cargas durante o primeiro microciclo foram de 70%, 80% e 90%,


respectivamente. No segundo microciclo variaram de 80% para 60% chegando em
90%. O terceiro microciclo foi um microciclo de choque, com cargas maiores, partindo
de 90%, passando por 100% e chegando aos 110% de esforço. O último microciclo foi
regenerativo, com carga constante de 65% de esforço. Desse modo foi conseguido um
ciclo de supercompensação na semana seguinte onde os atletas foram avaliados e
estariam retornando as competições com um melhor rendimento.

Gráfico 1 - Variação da Carga de Esforço durante os 4 Microciclos

120
100
% Esforço

80
60
40
20
0
1 2 3

1º Microciclo 2º Microciclo 3º Micrciclo 4º Microciclo

As doze sessões de treinamento serão divididas da seguinte maneira:

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Tabela 1 – Descritivo do Treinamento Pliométrico por Unidade

Sessões Exercícios Repetições Séries Repouso Repet


/Unidade
1 -Salto Alternando as Pernas 5 3 150 s 45
- Salto Zigue-Zague 5 3 150 s
- Salto Sobre Banco 5 3 150 s
2 -Deslocamento c/ Afundo 5 3 150 s 45
- Saltos c/ Agachamento 5 3 150s
- 2 Saltos c/1Perna+ 1 Salto c/ 1Perna 5 3 150 s
3 - Salto Sobre Banco 6 3 150 s 54
- Saltos c/ Agachamento 6 3 150 s
- 2 Saltos c/1Perna+ 1 Salto c/ 1Perna 6 3 150 s
4 - Deslocamento c/ Afundo 6 3 54
- Salto Zigue-Zague 6 3 210 s
- Salto Alternando as Pernas 6 3 210 s
5 - Salto c/ Afundo 5 3 210 s 45
- Skipping Alternando as Pernas 5 3 210 s
- Salto de Um Lado para o Outro 5 3 210 s
6 - Skipping Alternando as Pernas 8 3 210 s 72
- Salto Inclinado 8 3 210 s
- Salto em Profundidade 8 3 210 s
7 - Salto Reativo 10 5 270 s 150
- Salto Reativo c/ Perna Simples 10 5 270 s
- Salto Rã 10 5 270 s
8 - Salto em Profundidade 10 5 270 s 150
- Salto Rã 10 5 270 s
- Salto Reativo 10 5 270 s
9 - Salto Reativo+2 Saltos 10 5 270 s 150
- Salto Reativo c/Perna Simples+ 1 Salto 10 5 270 s
- Salto Reativo Sobre Cones 10 5 270 s
10 - Salto Rã 5 5 120 s 50
- Deslocamento c/ Afundo 5 5 120 s
11 Skipping Alternando as Pernas 5 5 120 s 50
Salto Reativo 5 5 120 s
12 - Salto Inclinado 5 5 120 s 50
- Salto reativo Sobre Cones 5 5 120 s

Todos os atletas assinaram um termo de consentimento na realização do


treinamento, bem como dos resultados obtidos para serem avaliados.

Testes

Para a avaliação dos atletas foram realizados dois testes de impulsão vertical e
um teste de impulsão horizontal. O primeiro teste será o Squat Jump (SJ). Esse teste
consiste no atleta realizar um salto com meio agachamento, com uma mão na cintura
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e com a outra voltada para cima para a marcação, com um grau de flexão de joelhos
entre 90 e 120 graus. Uma medição antes de o atleta saltar foi feita para referência, e
outra após o salto.

O segundo teste feito foi o Counter Movement Jump (CMJ). Neste teste o atleta
posiciona-se com uma mão na cintura, outra voltada para cima para a marcação, e
realiza um salto saindo da posição em pé. Desse modo o atleta realiza uma flexão de
joelhos e em seguida o salto.

Neste salto há um ciclo muscular duplo, com um ciclo de alongamento-


encurtamento das fibras musculares. Desse modo conseguiremos avaliar também a
força elástica dos membros inferiores. Foi solicitado aos atletas que mantivessem o
tronco na vertical sem adiantamento excessivo e os joelhos em extensão na fase de
vôo para evitar influência nos resultados (Arruda, M.; Silva Neto, L. G.; Hespanhol, J.
E, 2006).

O terceiro teste será o teste de impulsão horizontal tradicional. O atleta realiza


um salto para frente, partindo da posição inicial em pé, com as duas pernas ao
mesmo tempo objetivando o maior alcance possível a partir de uma marcação inicial.
Para marcação será utilizado o calcanhar mais próximo da linha inicial.

Em cada teste foram feitas duas medições. Após as medições achou-se a média
do grupo para análise dos resultados.

A Coleta de Dados

A coleta de dados para a avaliação da melhora da força explosiva deste trabalho


foi realizada nas quadras de tênis, num local onde o atleta está muito habituado e
familiarizado, conseguindo assim uma aproximação à realidade de suas competições.

Resultados

Os resultados dos testes feitos na primeira avaliação nos dois grupos, controle e

treinamento, seguem conforme as tabelas e seguintes:

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Tabela 2 – Descritivo dos Resultados da Primeira Avaliação

Grupo Controle

Atletas SJ1 SJ2 CMJ1 CMJ2 IH1 IH2

Média 1 21,66667 21,66667 25 24,444444 139,55556 145,88889

Desvio Padrão 1 4,432026 4,432026 4,172615 2,3145502 17,070756 11,224177

Grupo Treinamento

Atletas SJ1 SJ2 CMJ1 CMJ2 IH1 IH2

Média 1 26,92307727,69230829,61538530,769231169,57692170,23077

Desvio Padrão 15,49125184,73936064,22447085,233031220,31388320,923303

Após a segunda medição foram obtidos os seguintes resultados:

Tabela 3 – Descritivo dos Resultados da Segunda Avaliação

Grupo Controle

Atletas SJ1 SJ2 CMJ1 CMJ2 IH1 IH2

Média 2 21,875 23,125 25 24,375 134,875 145,5

Desvio Padrão 2,587746 3,720119 3,779645 4,1726148 15,02795 12,130246

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Grupo Treinamento

Atletas SJ1 SJ2 CMJ1 CMJ2 IH1 IH2

Média 2 31,73076933,84615435,19230835,769231 182187,11538

Desvio Padrão 5,99037696,37302016,70533667,168306325,11254724,431663

Comparando as duas medições, antes e depois da intervenção para a melhora

de força explosiva para membros inferiores tem-se o resultado abaixo:

Gráfico 2 - Diferença Percentual entre as Avaliações - Grupo Controle

8,00%

6,00% SJ 1
SJ 2
4,00%
CMJ 1
2,00% CMJ 2
IH 1
0,00% IH 2

-2,00%

-4,00%
1

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Gráfico 3 - Diferença Percentual entre as Avaliações - Grupo Treinamento

25,00%
SJ 1
20,00%
SJ 2
15,00% CMJ 1
CMJ 2
10,00% IH 1
IH 2
5,00%

0,00%
1

Após a análise da diferença entre grupo controle e grupo treinamento nas duas

medições observa-se um aumento significativo no grupo treinamento, enquanto o

grupo controle não apresentou um aumento significativo e até mesmo queda na

performance.

Gráfico 4 - Evolução Percentual após o Treinamento para melhora de Força


Explosiva

% Diferença entre Grupo Controle e Grupo Treinamento

25,00%

20,00%

15,00%

10,00%

5,00%

0,00%
1 2 3 4 5 6
-5,00%

Grupo Controle Grupo Treinamento

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Conclusão

A preposição inicial deste estudo aponta para as diferenças na estimativa da


força explosiva de membros inferiores entre o Grupo Controle (GC) e o Grupo
Treinamento (GT). Os resultados indicam que os tenistas do GT apresentaram
resultados significativos de melhora após o treinamento pliométrico, enquanto o GC
não apresentou nenhuma melhora significativa e até mesmo uma queda na
performance. Ressalta-se ainda que a diferença no treinamento entre os dois grupos
foi exclusivamente à presença da intervenção de quatro semanas de pliometria para o
GT, que foi a única forma de preparo físico do grupo, enquanto o GC não possuía
parte física alguma em seu treinamento.

Além desses aspectos podem-se destacar mais alguns, tais como: grau de
treinamento vivenciado pelo GT em relação ao GC, devido à média de idade do grupo
ser superior (14,02 contra 11,84); desenvolvimento maturacional diferente entre os
dois grupos, também pela diferença de idade.

Com os dados apresentados fica à mostra que o treinamento pliométrico para


melhora de força explosiva para membros inferiores em tenistas juvenis se mostrou
muito eficaz quando comparado a tenistas juvenis que não participavam desse
programa de treinamento físico. Ressalta-se ainda que tais melhorias no desempenho
foram obtidas com apenas quatro semanas de treinamento.

Tabela 4 – Descritivo e comparativo de desempenho de força explosiva em


percentual após as medições.

SJ1 SJ2 CMJ1 CMJ2 IH1 IH2

Grupo Controle 0,96% 6,73% 0,00% -0,28% -3,35% -0,27%

Grupo Treinamento 17,86% 22,22% 18,83% 16,25% 7,33% 9,92%


SJ= Squat Jump; CMJ; Counter Movement Jump; IH= Impulsão Horizontal

O direcionamento de futuras pesquisas é fundamental para o entendimento de


como construir diagnósticos sensíveis, efetivos e específicos nos componentes da
força explosiva para membros inferiores, e quais são possíveis de treinabilidade para
cada faixa etária e individualmente durante os períodos de preparação e competição
de tenistas bem como sendo voltados para membros superiores (que deve se esperar
um resultado semelhante aos encontrados nesse estudo).

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