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O Mulato – Resumo

Jose da Silva é um fazendeiro e ex-comerciante de escravos que tivera um filho bastardo,


Raimundo, com uma escrava alforriada chamada Domingas. Sua esposa, Quitéria,
desconfiada da atenção que o marido dava ao suposto afilhado, descobre a verdade e quase
mata Domingas a chibatadas e a queimaduras.

Orientada pelo Padre Diogo, Quitéria foge para a propriedade de sua mãe e quando José da
Silva vai buscá-la, a descobre em adultério com o Padre e a mata. Astuciosamente, Padre
Diogo propõe um pacto de silêncio entre os dois.

José decide deixar a fazenda para Domingas e parte com o filho para São Luis, com planos
de partir para Portugal, e hospeda-se na casa do irmão Manuel Pescada cuja filha Ana Rosa,
acabara de nascer.

José Silva adoece e o Padre Diogo passa a visitá-lo e acaba tornando-se padrinho de Ana
Rosa. Quando José se restabelece decide voltar para a fazenda, mas é misteriosamente
assassinado no caminho e Raimundo é enviado pelo tio para Portugal conforme o desejo de
pai.

Após estudar advocacia na Europa, Raimundo, de olhos azuis e pele escura, volta para o Brasil
para vender os bens dos pais e acaba acomodando-se na casa do tio que estava interessado
em obter algum lucro com o rapaz.

Durante sua estada, Raimundo passa a investigar seu passado e a morte de seu pai e acaba
desconfiando do Padre Diogo que, numa inversão rápida de papéis, consegue contornar a
situação.
1. (UFLA) Com relação à obra O Mulato e baseando-se na análise do trecho seguinte, julgue as proposições
apresentadas e, a seguir, marque a alternativa CORRETA.
(...) Em São Luís, já adulto, sua preocupação básica é a de desvendar suas origens e, por isso, insiste com o tio
em visitar a fazenda onde nascera. Durante o percurso a São Brás, Raimundo começa a descobrir os primeiros
dados sobre suas origens e insiste com o tio para que lhe conceda a mão de Ana Rosa. Depois de várias recusas,
Raimundo fica sabendo que o motivo da proibição devia-se à cor de sua pele.
De volta a São Luís, Raimundo muda-se da casa do tio, decide voltar para o Rio, confessa em carta a Ana Rosa
seu amor, mas acaba não viajando.
Apesar das proibições, Ana Rosa e ele concertam um plano de fuga. No entanto, a carta principal fora
interceptada por um cúmplice do Cônego Diogo, o caixeiro Dias, empregado de Manuel Pescada e forte
pretendente, sempre repelido, à mão de Ana Rosa.
Na hora da fuga, os namorados são surpreendidos. Arma-se o escândalo, do qual o cônego é o grande regente.
Raimundo retira-se desolado e, ao abrir a porta de casa, um tiro acerta-o pelas costas. Com uma arma que lhe
emprestara o cônego Diogo, o caixeiro Dias assassina o rival.
Ana Rosa aborta.
Entretanto, seis anos depois, vemo-la saindo de uma recepção oficial, de braço com o Sr. Dias e preocupada
com os "três filhinhos que ficaram em casa, a dormir."
(O Mulato - Aluísio Azevedo)

I. Podem ser identificados alguns elementos naturalistas, como o anticlericalismo, projetado na figura do
cônego Diogo, devasso, hipócrita e assassino.
II. Há fortes "resíduos" românticos, já que o autor toma partido do mulato, idealizando-o exageradamente e
descrevendo-o como ingênuo e bondoso.
III. A trama da narração é romântica e desenvolve o velho chavão romântico da história de amor que as
tradições e o preconceito impedem de se realizar.

a) Apenas as proposições I e II estão corretas.


b) Apenas as proposições II e III estão corretas.
c) Todas as proposições estão corretas.
d) Nenhuma proposição está correta.
e) Apenas as proposições I e III estão corretas.

Alternativa e

2. (Vunesp) Leia com atenção:


“Raimundo tinha vinte e seis anos e seria um tipo acabado de brasileiro, se não foram os grandes olhos azuis,
que puxara do pai. Cabelos muito pretos, lustrosos e crespos; tez morena e amulatada, mas fina; dentes claros
que reluziam sob a negrura do bigode; estatura alta e elegante; pescoço largo, nariz direito e fronte espaçosa.
A parte mais característica de sua fisionomia eram os olhos grandes, ramalhudos, cheios de sombras azuis;
pestanas eriçadas e negras, pálpebras de um roxo vaporoso e úmido; as sobrancelhas muito desenhadas no
rosto, como a nanquim, faziam sobressair a frescura da epiderme, que, no lugar da barba raspada, lembrava
os tons suaves e transparentes de uma aquarela sobre papel de arroz.”
O trecho acima transcrito apresenta o retrato físico da personagem principal de um romance, cujo ano de
publicação tem sido tomado didaticamente como fim de um movimento literário e começo de outro.
Assinale a alternativa que contenha uma afirmação incorreta sobre esse romance:
a) Raimundo é a personagem do romance O Mulato, responsável pelo título da obra.
b) Ana Rosa é o nome da heroína de O Mulato, que, ao final da obra, se casa com Dias, caixeiro de seu pai e
assassino de Raimundo.
c) vilão de O Mulato é o cônego Diogo, responsável tanto pela morte de José Pero, pai de Raimundo, quanto
pelado próprio Raimundo.
d) Os três principais assuntos tratados por Machado de Assis em O Mulato são o racismo, o adultério e a
corrupção do clero.
e) Aluísio Azevedo escreveu, além de O Mulato, publicado em 1881, as seguintes obras: O Cortiço, Casa de
Pensão, O Coruja, Livro de uma Sogra.

Alternativa d: Os três principais assuntos tratados por Machado de Assis em O Mulato são o racismo, o adultério e a
corrupção do clero.

( ) Um dos elementos naturalistas presentes é o anticlericalismo, projetado na figura de Quitéria, hipócrita e


assassina.
( ) Há fortes "resíduos" românticos, já que o autor toma partido do mulato, idealizando-o exageradamente,
tanto que mais parece o herói dos romances (ingênuo, bondoso, ama platonicamente Ana Rosa e ignora a
sua condição de homem de cor).
( ) Trata-se de um romance romântico que desenvolve o velho chavão romântico da história de amor que as
tradições e o preconceito impedem de se realizar.
( ) Após do nascimento de Raimundo, José Pedro casou-se com Quitéria Inocência de Freitas Santiago,
mulher branca e impiedosa. Enciumada com a atenção especial que José Pedro dedicava ao pequeno
Raimundo e à escrava Domingas, Quitéria ordenou que a negra fosse açoitada e que suas partes genitais
fossem queimadas.
( ) A ironia final, bem a gosto naturalista, coloca por terra toda a idealização romântica de Ana Rosa e
Raimundo. Morto o primo, a prima acaba por se casar com seu assassino, e parece levar, ao lado do marido
que tão ferozmente rejeitara anteriormente, uma feliz e próspera vida burguesa. O mal triunfa, associado à
igreja corrupta e ao comércio burguês.
( ) Quando vai à fazenda onde nascera, Raimundo é abordado, à noite, por uma velha negra de aspecto
fantasmagórico, que o quer abraçar. Assustado, por pouco não mata a estranha aparição. No caminho de
volta a São Luís, descobre que se tratava de sua mãe, Domingas.
( ) A trama parece com as do Romantismo: uma história de amor que as tradições e o preconceito impedem
de se realizar. A diferença está na “despreocupação” com a moralidade, na literatura “engajada”, na
observação e análise da realidade, nos temas da patologia social (taras, vícios, problemas sociais/familiares,
miséria, adultério, criminalidade, desequilíbrio psíquico, problemas ligados ao sexo).
( ) O romance representa uma denúncia do preconceito racial na sociedade maranhense e da corrupção do
clero.
( ) A paixão de Ana Rosa é correspondida, mas encontra três obstáculos : o pai, que queria a filha casada
com um dos seus caixeiros; o da avó Maria Bárbara, muito racista; o do cônego Diogo, comensal da casa e
adversário natural de Raimundo, uma vez que foi responsável pela morte do pai do jovem.
( ) Há na obra uma sátira aos maranhenses: o rico grosseiro, a beata mau-caráter, o padre depravado e
conivente. O autor era contra a sociedade reacionária de sua cidade, que ao se identificar na trama que ele
criou fica chocada

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