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PLANTIO DIRETO: vantagens competitivas e inovações a serviço do produtor

Douglas Moraes Rezende¹

Resumo

O plantio direto tende a buscar o desenvolvimento de ações mais


inteligentes para a geração de oportunidade de maior potencial ao agronegócio
em relação, ao que traz de viabilidade e sustentabilidade para o desenvolvimento
e o crescimento do mesmo, juntamente com a redução nos custos de produção,
insumos e no impacto ambiental. Em face ao contexto, esse artigo tem como
objetivo apresentar mudanças tecnológicas e as vantagens competitivas em
termos de custo, qualidade dos produtos e estratégias mercadológicas, servindo-
se da utilização do plantio direto na palha, mais as necessidades de avanços
tecnológicos os quais são de suma importância para seu desenvolvimento no
mercado.

Palavras-Chave: Agronegócios. Inovações Tecnológicas. Plantio Direto ou


Plantio na Palha. Vantagens Competitivas.

Introdução

O objetivo desse artigo é demonstrar como o sistema de plantio direto


vem a contribuir para o crescimento do agronegócio, citando alguns processos de
inovação tecnológica e vantagens competitivas utilizados pelo setor agrícola. O
sistema de plantio direto tem como ideal a conservação do meio ambiente, por
meio de um desenvolvimento sustentável, como aquele capaz de suprir as
necessidades da geração atual sem comprometer a capacidade de atender às
necessidades das gerações futuras, e mais ainda desenvolvimento este que não
se esgota em recursos para os anos vindouros.
Contudo o agronegócio juntamente com as vantagens competitivas tende
a competência em termos de custo, qualidade dos produtos e estratégias
mercadológicas, as quais necessitam de avanços tecnológicos que são de suma
importância para seu desenvolvimento no mercado e a preservação do meio
ambiente.
____________________
¹ Douglas Moraes Rezende, matrícula/10071187: graduando em Administração com linha de
formação em Marketing pela Faculdade Pitágoras, Uberlândia – MG. 1° Semestre/ 2010. E-mail:
douglas_moraesrezende@hotmail.com.
O estudo justifica-se uma vezOrientador: Prof. Doutor
que ao verificar David Georgedo
o alinhamento Francis.
sistema de O
2

O estudo justifica-se uma vez que ao verificar o alinhamento do sistema


de plantio direto com os avanços tecnológicos no agronegócio brasileiro, poderá
desenvolver ações mais inteligentes para assim gerar oportunidades de maior
potencial, no que diz respeito à agricultura no Triângulo Mineiro o que influenciará
diretamente no desenvolvimento sustentável e na preservação do meio ambiente.

Metodologia

O método utilizado foi a revisão bibliográfica cuja finalidade é reunir e


sintetizar os conhecimentos sobre um tema, empregando as seguintes fases:
busca de livros e artigos científicos, categorização dos estudos, avaliação dos
estudos e interpretação dos resultados obtidos.
Este estudo tem como objetivo, estudar o impacto do Sistema de Plantio
Direto dentro do agronegócio juntamente com a sua sustentabilidade em relação,
as inovações tecnológicas e as vantagens competitivas advindas deste sistema,
na região do Triângulo Mineiro, Minas Gerais.
Objetivou-se ainda:
• identificar as potencialidades do sistema de plantio na palha para a
agricultura e para a preservação do meio ambiente;
• identificar os elos mais dinâmicos, em adição à compreensão do plantio
direto, e o que traz de viabilidade e sustentabilidade para o desenvolvimento
e o crescimento do agronegócio juntamente com a redução nos custos de
produção, insumos e no impacto ambiental.

O Agronegócio e as Vantagens Competitivas

De acordo com Pinto (2005), o agronegócio é o conjunto de negócios


relacionados à agricultura dentro do ponto de vista econômico; podendo ainda ser
caracterizado como um sistema complexo, do qual fazem parte os mais diversos
segmentos como fornecedores de insumos e equipamentos, produtores rurais,
processadores agroindustriais, distribuidores, atacado, varejo e consumidor, além
do ambiente institucional (leis, regulamentos, políticas governamentais, etc.) e os
serviços de apoio, como transporte, armazenagem, informações de mercado e
outros.
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O agronegócio para Campanhola (2005) é responsável por 33% do


Produto Interno Bruto (PIB), 42% das exportações totais e 37% dos empregos
brasileiros. Estima-se que o PIB do setor chegue a US$ 180,2 bilhões em 2004,
contra US$ 165,5 bilhões alcançados no ano passado. Entre 1998 e 2003, a taxa
de crescimento do PIB agropecuário foi de 4,67% ao ano. No ano passado, as
vendas externas de produtos agropecuários renderam ao Brasil US$ 36 bilhões,
com superávit de US$ 25,8 bilhões.
Segundo Callado (2006), o agronegócio apresenta excelentes
oportunidades em inúmeras áreas em virtude, de um potencial significativo de
ganhos econômicos e sociais; por meio da introdução competitiva de diferentes
setores da economia e de regiões produtoras. Nesta nova economia mundial
pressupõe uma adequada reorganização das políticas e das estruturas produtivas
além de posturas e atitudes proativas em prol a todos os participantes envolvidos,
seja com relação às inovações tecnológicas seja com relação às mudanças
político-institucionais.

O processo de desenvolvimento de um país é feito com mudanças


institucionais e estruturais e com profundas mudanças tecnológicas
nos processos produtivos. E, neste mundo globalizado, só há
espaço permanente para segmentos competitivos, onde a inovação
tecnológica permanente e continuada é condição definitiva na
conquista e manutenção de mercados. (BATALHA, 2001, p. 83)

De acordo com Day (1999), estratégia é a busca por uma vantagem


competitiva sobre os concorrentes e simultaneamente diminuir o problema das
vantagens atuais; assim essas podem ser sustentadas indefinidamente, pois o
tempo as torna obsoletas. No entanto, quanto mais dinâmico e competitivo o
ambiente mais acelerado são os processos de desenvolvimento e os problemas
advindos das vantagens competitivas, pois quanto mais essas venham a se tornar
temporárias, os gestores tendem a mudar a ênfase de uma vantagem estática,
incontestável, para a criação de organizações que buscam continuamente novas
fontes de outrem.
Esta visão, para Day (1999) está centrada no meio rural, normalmente a
geração de vantagens competitivas está associada aos avanços técnico-
científicos que as unidades de pesquisa pública, ligadas a determinados produtos,
desenvolvem; assim, via de regra, quanto mais prioritária for considerada
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determinada cultura por parte dos órgãos de pesquisa, maior tende a ser o
número de novas técnicas desenvolvidas, acelerando, assim, o processo de
criação e erros de vantagens competitivas por parte de produtores.
De acordo com Campanhola (2005), para fortalecer essas vantagens
competitivas, tornando o agronegócio um investimento ainda mais atrativo, o
governo tem modernizado a política agrícola; a qual é a “espinha dorsal” desse
processo sendo assim o seguro rural indispensável à garantia de renda do
produtor e também essencial à geração de empregos no campo, ao avanço
tecnológico e à efetiva incorporação do setor ao mercado de capitais.
Segundo Callado (2006), para que ocorra a participação ativa e
competitiva na conquista e na manutenção de mercados, tanto interno como
externos, é necessário criar uma cultura empresarial que estimule a existência de
uma visão estratégica de “cadeias produtivas integradas”, (suprimento, produção,
processamento, distribuição e consumo), alterando a visão do setor agrícola como
um setor de fornecimento de produtos primários para os demais setores da
economia.

Inovações Tecnológicas no Agronegócio

De acordo com Gomes (1986), a inovação tecnológica tem como


finalidade a busca por processos mais eficazes, os quais tendem satisfazer a
demanda assim trabalhando junto com os tomadores de decisão este por sua vez,
maximizando os resultados em prol a facilitar a substituição dos fatores de
produção que são relativamente escassos e com alto valor, por outros
relativamente abundantes.

As tecnologias de processamento transformam se continuamente


pela absorção de novos insumos derivados das novas biotecnologias
e de equipamentos automatizados ou de novas técnicas
organizacionais, caracterizando importantes inovações em processos
decorrentes de inovações em outras indústrias (CAMPOS, 1996, p.
284).

Nesse sentido, de acordo com a Batalha; Silva (2001), a inovação


tecnológica se divide em duas categorias: inovação tecnológica de produtos
novos e inovação tecnológica de produtos melhorados; este é definido como um
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produto tecnologicamente novo, cujas características ou a utilização pretendida


difere significativamente dos produtos previamente produzidos, já aquele é um
produto existente, cujo desempenho fora essencialmente aperfeiçoado ou
atualizado.
Inovação tecnológica de processo é a adoção de métodos de produção
tecnologicamente novos ou melhorados, incluindo o processo de apresentação do
produto, assim esses processos podem envolver mudanças em equipamentos,
organização da produção, ou ainda a combinação dessas mudanças venham a
ser derivados do uso de novos conhecimentos. (BATALHA; SILVA, 2001)
Os princípios básicos, segundo Batalha; Silva (2001) para a inovação
tecnológica apresenta-se em um cenário de incerteza e de característica
especulativa, ocasionando assim pontos positivos para a sociedade quando
entendida com progresso tecnológico, mas também no desempenho econômico
das empresas as quais bem sucedidas em termos de aceitação de mercado,
aumentam a produtividade, reduz custos melhorando os níveis da qualidade dos
produtos.
Segundo Campos (1996), o desenvolvimento científico-tecnológico e a
modernização da atividade rural têm obtido, por intermédio de pesquisas, e a
expansão da indústria de máquinas e implementos que contribuam igualmente
para transformar o país numa das mais respeitáveis plataformas mundiais do
agronegócio.

Mas, para participar ativa competitivamente na conquista e na


manutenção de mercados, tanto interno como externos, é
necessário criar uma cultura empresarial que estimule a existência
de uma visão estratégica de “cadeias produtivas integradas”,
(suprimento, produção, processamento, distribuição e consumo),
alterando a visão do setor agrícola como um setor de fornecimento
de produtos primários para os demais setores da economia (SILVA,
1984, p. 298)

Neste sentido, segundo o Campanhola (2005), as decisões estratégicas


em inovação das empresas de um sistema agroindustrial se apresentam limitada,
à medida que estas pertencem a um setor de menor dinamismo tecnológico e por
estarem inseridas em um dado contexto, cuja estrutura de mercado define a
conduta das empresas.
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Plantio Direto ou Plantio na Palha

Segundo Pinazza; Alimandro (1999), o plantio direto é uma prática de


cultivo de plantas sem preparo físico do solo, mantendo-se a palha da cultura
anterior na superfície; por sua vez, este é um sistema de exploração agropecuário
que envolve a diversificação de espécies, via rotação de culturas que são
estabelecidas mediante mobilização do solo exclusivamente na linha de
semeadura, mantendo-se os resíduos vegetais das culturas anteriores na
superfície do solo.
O plantio direto para Pinazza; Alimandro (1999) é definido como
agricultura orgânica, biológica ou ecológica, o qual se apresenta como uma
agricultura de ponta em relação, ao lucro, à sustentabilidade e à proteção do meio
ambiente.

Figura 1 Evolução da Área Cultivada no Sistema de Plantio Direto na Palha – Brasil


Fonte: Federação Brasileira de Plantio Direto na Palha (FBPDP), Associação de Plantio Direto no
Cerrado (APDC).

A figura 1 apresenta à definição da área plantada em plantio direto


adotada pela FEBRAPDP em relação, a evolução da área cultivada no sistema de
plantio direto na palha – Brasil.
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Plantio Direto representa um enfoque tão revolucionário na


agricultura que é difícil, à primeira vista, ser aceito, pois se baseia
em substituir a prática de preparar o solo, aperfeiçoada durante
muitos séculos. Mais ainda, ele exige um enfoque sistêmico,
quando a pesquisa e o ensino estavam organizados numa base
temática. Assim, o Plantio Direto deve ser visto como uma evolução
fundamental na tecnologia agropecuária onde o agricultor individual
(cujo pensamento natural é holístico, vendo sua operação como um
todo) teve mais agilidade para adotar o novo sistema do que
instituições públicas, as quais, na fase inicial em cada região, foram
levadas a reboque por esta iniciativa dos produtores (LANDERS,
2005, p. 7)

Segundo Silva (1984), o Sistema de Plantio Direto é considerado o mais


adequado das tecnologias indicadas para produção agrícola no Brasil e nos
países tropicais. Pode ser definido como o sistema de produção que tem por
fundamentos três princípios básicos de manejo do solo: o não-revolvimento, a
cobertura permanente (morta ou viva) e a rotação de culturas.
A mecanização do Sistema de Plantio Direto para Silva (1984) é a parte
do princípio no qual a semente ou muda é colocada diretamente no solo sem
preparo físico, usando-se desde implementos manuais até máquinas especiais ou
adaptadas; é aberto um pequeno sulco ou cova, de profundidade e largura
suficientes para garantir boa cobertura e contato da semente ou muda com o solo.
Na figura 2, pode-se visualizar o ciclo operacional completo do Sistema
Plantio Direto.

Figura 2 Ciclo operacional da mecanização do SPD.


Fonte: Federação Brasileira de Plantio Direto na Palha (FBPDP), Associação de Plantio Direto no
Cerrado (APDC).
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De acordo com Contini (2001), inicialmente a decisão dos agricultores


pela adoção do sistema de plantio direto foi principalmente como uma medida
conservacionista e preventiva para o controle da erosão. Posteriormente,
verificou-se a melhoria do solo pelo aumento do conteúdo de matéria orgânica e
melhor estruturação, a diminuição do número de operações agrícolas e da
exigência de potência em máquinas, além da possibilidade de flexibilização do
cronograma do plantio; assim há adoção do sistema de plantio direto pelos
produtores ocorre em função, da diminuição de custos, melhoria da produtividade,
qualidade de vida e, consequentemente, da sustentabilidade da atividade.
Segundo Contini (2001), para o sucesso do sistema de plantio direto, são
necessários os seguintes requisitos: qualificação do agricultor, gerenciamento e
treinamento de mão-de-obra, boa drenagem de solos úmidos com lençol freático
elevado, antes da implantação de compactação ou de camadas adensadas
nivelamento da superfície do terreno, correção da acidez do solo antes de iniciar o
plantio direto, nivelamento da fertilidade na faixa de média a alta, cobertura de
solo, nenhuma queima de restos culturais, uso do picador e do distribuidor de
palhas nas colhedoras, controle de plantas daninhas, eliminação de plantas
daninhas perenes, não haver alta infestação de plantas daninhas muito
agressivas.
O sucesso ou insucesso da implantação do plantio direto depende, além
desses requisitos básicos, da capacidade gerencial do produtor e de sua
experiência no manejo de diferentes culturas que farão parte dos sistemas de
rotação e/ou sucessão de culturas. (CONTINI, 2001)

Discussão Plantio Direto: vantagens competitivas e inovações a serviço do


produtor

O Sistema de Plantio Direto (SPD) é a forma de manejo conservacionista


que envolve todas as técnicas recomendadas para aumentar a produtividade,
conservando ou melhorando continuamente o ambiente. Pode ser definido como
o sistema de produção que tem por fundamentos três princípios básicos de
manejo do solo: o não revolvimento, a cobertura permanente (morta ou viva),
formação de palha e rotação de culturas.
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A figura 2 mostra a expansão histórica da área de plantio direto no Brasil


e na região do cerrado e a seguir se analisam os fatores que afetaram a
velocidade de adoção do sistema nas suas diversas fases de desenvolvimento.

Figura 3 Expansão histórica da área de plantio direto no Brasil e na região do Cerrado.


Fonte: Federação Brasileira de Plantio Direto na Palha (FBPDP), Associação de Plantio Direto no
Cerrado (APDC).

A palhada (cobertura do solo) representa um ponto fundamental do


plantio direto tem por finalidade proteger o solo do impacto direto das gotas de
chuva, do escorrimento superficial e das erosões hídrica e eólica. O plantio direto
pode ser considerado como uma modalidade do cultivo mínimo, visto que o
preparo do solo limita-se ao sulco de semeadura, procedendo-se à semeadura, à
adubação e, eventualmente, à aplicação de herbicidas em uma única operação. O
plantio direto, definido como o processo de semeadura em solo não revolvido, no
qual a semente é colocada em sulcos ou covas, com largura e profundidade
suficientes para a adequada cobertura e contato das sementes com a terra, é
entendido como um sistema com os seguintes fundamentos:
• Eliminação/redução das operações de preparo do solo;
• Uso de herbicidas para o controle de plantas daninhas;
• Formação e manutenção da cobertura morta;
• Rotação de culturas;
• Uso de semeadoras específicas.
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Para aprofundar estes fundamentos será discutido cada um deste em


seguida.

Eliminação/redução das operações de preparo do solo

Com a eliminação da grade niveladora do preparo convencional (em início


de chuvas) e controle de plantas daninhas exclusivamente com herbicida pós-
plantio, assim ocasionados uma redução do número de operações com
implementos que movimentam o solo a uma ou duas passagens, quando
comparado com preparo convencional, em conjunto com o emprego de herbicida
para a dessecação de plantas daninhas pré- plantio.

Uso de herbicidas para o controle de plantas daninhas

As plantas daninhas deverão ser identificadas e receber um controle


específico, antes de iniciar o sistema de plantio direto, essas plantas daninhas,
além de difícil controle, onerarão o custo de produção. Como, no plantio direto, as
plantas daninhas serão controladas quimicamente, e sendo esse controle
responsável por um alto percentual do custo de produção total, toda ação que
reduzir ou facilitar o controle de plantas daninhas antes da instalação do Sistema
de Plantio Direto deverá ser adotado. Na medida em que se consegue a formação
de uma camada mais efetiva de palha na superfície do solo, associada a um
programa adequado de rotação de culturas, o controle de plantas daninhas será
facilitado e seu custo diminuirá.

Formação e manutenção da cobertura morta

O objetivo dessa prática é promover melhor distribuição dos restos


culturais na superfície do solo, facilitando o plantio e protegendo mais
uniformemente o solo, assim reduzindo o impacto das gotas de chuva,
protegendo o solo contra a desagregação de partículas e compactação; dificulta o
escorrimento superficial, aumentando o tempo e a capacidade de infiltração da
água da chuva.
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Rotação de culturas

È plantio de diferentes culturas sobre a mesma terra em anos agrícolas


diferentes; em prol a favorecer o controle da erosão e o equilíbrio da fertilidade do
solo; melhorar a produtividade das lavouras pela interrupção do ciclo de pragas,
doenças e plantas daninhas; assegurar a manutenção do balanço e reciclagem de
nutrientes.

Uso de semeadoras e colhetadoras específicas

A semeadeira é diferenciada,pois contém discos para cortar a palhada


que recobre o solo, também existindo um disco que irá auxiliar o depósito de
adubo e sementes no sulco do plantio. Já a colhedeira possui um picador de
palhada, que irá auxiliar o direcionamento do fluxo de palha. Esse picador é
diferenciado, pois através de um conjunto especializado de facas de aço que
giram em alta velocidade, pica a palhada de tal forma que irá produzir uma
camada morta própria para o plantio direto.

Conclusão

Conclui-se que o Sistema de Plantio Direto na palha requer cuidado na


sua implantação, mas, depois de estabelecido, seus benefícios se estendem não
apenas ao solo, mas também, ao rendimento das culturas e à competitividade dos
sistemas agropecuários. Devido à drástica redução da erosão, o plantio direto
reduz o potencial de contaminação do meio ambiente por sedimentos, e dá ao
agricultor maior garantia de renda, pois a estabilidade da produção é ampliada,
em comparação aos métodos tradicionais de manejo de solo. Por seus efeitos
benéficos sobre os atributos físicos, químicos e biológicos do solo, pode-se
afirmar que o Sistema de Plantio Direto (SPD) é uma ferramenta essencial para
se alcançar a sustentabilidade dos sistemas agropecuários.
Contudo as vantagens ou desvantagens do plantio direto dependem de
uma série de fatores e características do solo e do clima da região onde esse
sistema é ou será utilizado, e é fundamental que, em cada região, o sistema seja
adaptado seguindo suas vocações naturais, de forma que o sistema seja o mais
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eficiente possível. Além disso, verifica-se que, à medida que o agricultor se torna
mais familiarizado com o sistema, novas vantagens são adicionadas e novas
alternativas para resolver problemas vão surgindo.

Considerações Finais

Conclui-se que ao compararmos o sistema de plantio convencional e o


sistema de plantio direto, esse tende a utilização de arados, grades e grades
aradoras, é um dos responsáveis pela pulverização excessiva da camada arável,
encrostamento superficial e formação de camadas compactadas, levando à perda
da capacidade produtiva pela erosão do solo e, redução da matéria orgânica
durante o processo de preparação do solo; enquanto o Sistema de Plantio Direto
(SPD) tem se destacado como sendo uma alternativa viável e sustentável, por
permitir que se obtenha a produção agrícola com níveis toleráveis de erosão, ao
apresentar diversos benefícios que irão diminuir os custos de produção, insumos
e o impacto ambiental, tais como a maior retenção de água no solo, facilidade de
infiltração da água no solo, enriquece o solo por manter matéria orgânica na
superfície do solo por mais tempo com menor compactação do mesmo, economia
de combustíveis (diesel) e menor número de operações, incluindo a aração e
gradagem, fazendo com que haja menor uso dos tratores e consequentemente
menor desgaste, diminuição na necessidade de utilização de agroquímicos.
Assim o plantio direto na palha visa à diminuição na emissão de produtos
agrotóxicos ao meio ambiente, durante o processo de plantação e pós-colheita em
virtude, a não necessidade da utilização de herbicidas no combate a possíveis
pragas na colheita e no solo; contudo este procedimento busca no processo de
mecanização a melhoria contínua no plantio juntamente com a redução da utilização
de defensivos agrícolas para a eliminação de doenças na plantação.
Finalmente o agronegócio busca no plantio direto, alternativas para o
desenvolvimento de técnicas e tecnologias menos agressivas ao meio-ambiente,
em prol a possibilitar uma agricultura mais sustentável, com menor impacto sobre
o meio ambiente e os altos rendimentos de produção; que por sua vez, tem como
ideal suprir as necessidades da geração atual sem comprometer a capacidade de
atender às necessidades das gerações futuras. Aposta-se que o agronegócio
afinal é o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro.
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Referências

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