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Caso clínico 11/09/18: Síncope e quedas

Dona Dalva, 74 anos, viúva, 8 filhos de parto normal, gaúcha de Tenente


Portela, moradora de Londrina, 2 anos de escolaridade, católica. Reside com
uma cuidadora há 10 anos após queda da própria altura ao ir ao posto de
saúde aferir a pressão. Refere que naquele dia acordou com muita tontura, que
não podia olhar para o lado e pensou que a pressão estivesse alta. Nem bem
chegou ao posto e caiu desacordada, sendo auxiliada por transeuntes. Refere
que havia tomado um chimarrão de manhã e comido uma cuca com chimia. Foi
atendida pelo médico do posto que aferiu a PA 120/80 e o HGT 110. O médico
diagnosticou na época como uma crise de labirintite e passou stugeron
diariamente. A família, preocupada com a mãe, já que não era a primeira vez
que caía (4 vezes no último ano, sendo que uma vez caiu ao estender a roupa
no varau), levou- a em um neurologista que pediu uma ressonância magnética
de crânio que evidenciou um meningioma em região frontal de 3 cm sem
edema ou desvio de linha média. Depois de uma conversa com a família,
decidiram pela exérese do meningioma. A cirurgia ocorreu sem intercorrências.
Dois meses se passaram e Dona Dalva caiu novamente ao se levantar da
cama rapidamente porque estava com muita vontade de urinar. Por sorte não
se machucou. Achou que podia ser labirintite e voltou a tomar o stugeron por
conta. Após 1 semana, estava lavando a louça, e caiu. A cuidadora chegou na
cozinha e encontrou-a com movimentos tônico-clônicos e não responsiva.
Chamou o SAMU que a levou ao hospital. A crise convulsiva cessou após
fenitoína EV. Fizeram alguns exames: Hemograma Hb 12, leucócitos 15000
com 4% de bastões, plaquetas de 150000. Creatinina : 1,5. Sódio: 140, K: 4,5.
Urina 1 com 500.000 leucócitos e 40.000 hemáceas, nitrito positivo. Tomografia
de crânio: somente lesão sequelar a retirada do meningioma. EEG: área
irritativa em região frontal. Teve alta hospitalar após 7 dias de Ciprofloxacina
endovenosa e fazendo uso de fenitoína 100 mg EV de 12/12 horas
diariamente. Alguns meses se passaram, Dona Dalva continuou a ter tontura
ao se levantar da cama e há uma semana teve um desmaio de curta duração
sentada durante o almoço. Levada novamente ao neurologista ele descartou
que fosse uma crise convulsiva e orientou que procurasse um geriatra. Ao
exame físico: PA sentada: 130/80, PA deitada: 140/70, PA em pé: 100/60. FC
56 bpm. FR 20 rpm. Eupneica, corada, hidratada. SC: sopro carotídeo ++/4 à
direita. ST: BR, 2T, com sopro aórtico ejetivo 4+/6. SA : abdômen inocente.
MM: edema leve de membros inferiores e varizes. Pulsos pediosos + e
simétricos. Roda dentada + e simétrica em mmss. Timed get up and go: 12
segundos.ABVDS 6/6. AIVDS: não sai de casa sozinha por medo de cair.

1)Defina síncope e queda:

Sincope e a perda subita da consciencia, associada a incapacidade da


manutencao do tonus postural, com recuperacao imediata e espontanea, sem
requerer cardioversao eletrica ou quimica.

Para a American Geriatrics Society (AGS) e a British Geriatrics Society


(BGS), as quedas são definidas como um contato não intencional com a
superfície de apoio, resultante da mudança de posição do indivíduo para um
nível inferior à sua posição inicial, sem que tenha havido fator intrínseco
determinante ou acidente inevitável e sem perda de consciência.

2)Quais as principais causas de queda?

3)Quais as principais causas de síncope?

4)Quais as prováveis causas de síncope da Dona Dalva?

5)Quais os exames complementares devemos solicitar para chegar aos


diagnósticos?

6)Quais as medidas terapêuticas para que a Dona Dalva não caia mais?

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