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ATUALIDADES E GEOGRAFIA PARA ABIN


PROFESSORA VIRGÍNIA GUIMARÃES

AULA 04 - ASPECTOS DEMOGRÁFICOS – BRASIL E MUNDO

Olá amigos, tudo bem?

Hoje nossa aula abordará um assunto que muita gente acha


chato. Entretanto, ele é de suma importância para provas de
Atualidades, que vêm, cada vez mais, cobrando aspectos
demográficos do Brasil e do mundo.

Além disso, ele não apresenta grandes dificuldades como as


pessoas dizem e, por isso, acredito que deve ser uma espécie de
“trauma coletivo” (rsrsrs). Assim, amigos, lhes peço boa vontade com
esse assunto, ok? Ele faz parte do nosso cotidiano muito mais do que
podemos supor e, certamente, é tão querido pelas bancas
examinadoras justamente por isso.

Todos preparados? Então vamos lá!

1 - Movimentos migratórios internacionais e crescimento


demográfico.

Os movimentos migratórios podem ser classificados de


várias maneiras, podendo ser inter-regionais, rurais - urbanos e
interurbanos. Para ficar mais claro: as migrações podem acontecer
tanto dentro de um mesmo país, quanto entre países diferentes.
Paralelo a isso, as migrações podem ser entendidas como um dos
principais termômetros da desigualdade sócio-econômica no mundo.

A migração internacional foi acelerada nas últimas décadas


devido à globalização, que se propunha a integrar as regiões.

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Atualmente, há cerca de 125 milhões de imigrantes em todo o


mundo, sendo que 80 milhões são considerados imigrantes
"recentes". Vamos entender a diferença!

São considerados imigrantes todos aqueles que saem de seu


país de origem rumo a outro. Essa atitude geralmente é movida pela
busca de uma vida melhor, menos violenta ou mais abundante de
recursos. Com as guerras, o número de imigrantes pelo mundo era
bastante significativo, pois as pessoas estavam fugindo da guerra e
de todas as tragédias e misérias humanas que ela traz. Porém,
quando falo de imigrantes “recentes”, estou me referindo a pessoas
que migram pelos motivos que a contemporaneidade lhes impõe e
não devido às guerras – ainda que o objetivo seja exatamente o
mesmo: a busca por uma vida melhor!

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Se observarmos o mapa acima, veremos que a Europa é o


grande destino de imigrantes, devido, sobretudo, à sua excelente
qualidade de vida. A Alemanha é o país que mais recebe imigrantes
no mundo, chegando a 7 milhões - dos quais 1/7 permanece na
ilegalidade.

Assim, pessoal, se há uma certeza que podemos ter quanto


a imigrações internacionais é a de que o número cada vez maior de

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homens, mulheres e crianças que imigram vem causando um grave


impacto mundial. Isso porque, por um lado, atinge aos países
abandonados e, por outro, aos países ao qual se destinam os
imigrantes. Apesar da gravidade e crescimento do problema, as
autoridades continuam se recusando a tratar da situação com a
seriedade que ela merece.

Em meio à formação de blocos econômicos e negociações de


novos acordos comerciais, o debate sobre imigração tem sido jogado
para debaixo do tapete – o que acaba legitimando a crescente onda
de violência contra imigrantes. A crise econômica internacional,
iniciada em fins de 2008, foi um elemento a mais de tensão contra
imigrantes, sobretudo contra aqueles que vivem na Europa. As
regiões mais afetadas pela crise, como Espanha e Irlanda,
registraram a um ano significativo aumento das hostilidades entre
imigrantes e trabalhadores locais. Com efeito, os trabalhadores locais
ficam inconformados com a concorrência de mão-de-obra
estrangeira, geralmente bem mais barata. Assim, a crise acabou
evidenciando dissidências perigosas que culminaram em selvageria.

Nesse sentido, notamos um considerável aumento da


xenofobia, principalmente na União Européia. As acusações de
violência racial aumentaram ao menos em 8 países do bloco desde os
atentados do dia 11 de setembro. A verificação foi feita por juntas de
Direitos Humanos que, analisando 11 países, encontraram 18 mil
casos de agressão contra imigrantes na Alemanha. Esses dados,
além de nos assustar, mostram que a migração internacional se
transformou num sério problema, que merece a atenção de todos
nós.

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É mister que compreendamos, hoje, como a migração


ocorre no cenário mundial para trazermos o tema para o Brasil daqui
a pouco. Apesar de imigração não ser um assunto difícil, ele parece
ter caído nas graças dos examinadores nos últimos concursos e
temos muitas questões para irmos estudando o assunto em cima
delas. Portanto, mãos à obra!

(CESPE/ABIN-2008) As migrações internacionais ocupam


parte importante das diplomacias e dos serviços de defesa do
Estado e dos cidadãos comuns que atravessam fronteiras
diariamente, em todo o mundo. A respeito desse tema, julgue
os itens seguintes (1 ao 4).

1 ( ) A criminalização crescente das migrações econômicas e


sociais denota que o direito de ir e vir da pessoa faz-se
subalterno ao privilégio universal da livre circulação dos
capitais.

Comentários

Essa questão traz à tona um importante conhecimento


sobre a separação existente entre a integração de capitais e o
intercâmbio de pessoas. Como todos nós sabemos, há uma grande
expectativa da população de alguns países com relação à qualidade
de vida que poderiam ter em outros. Esse sentimento de que o
“jardim do vizinho” é sempre mais verde que o nosso (e muitas
vezes, é mesmo!) vem aumentando consideravelmente a
movimentação de pessoas rumo aos países mais desenvolvidos ou
com melhores condições de trabalho. O grande problema é que essa

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imigração, que muitas vezes ocorre clandestinamente, tem


incomodado intensamente os moradores dos países de destino, que
se sentem ameaçados pela concorrência de mão-de-obra. Esse
incômodo popular vem se refletindo nas recentes leis criadas com o
intuito de criminalizar a imigração.

Em maio de 2009, por exemplo, o Parlamento da Itália


aprovou um polêmico projeto de lei que criminaliza a imigração ilegal
no país. A legislação transforma em crime a entrada irregular em
território italiano, prevendo rigorosas medidas repressivas. Dentre as
principais medidas, destacamos o estabelecimento de prisão para
pessoas que abriguem imigrantes ilegais e o aumento no tempo de
detenção provisória dos clandestinos antes da deportação.

Essa lei permite ainda que cidadãos comuns formem


patrulhas para verificar a existência de imigrantes ilegais no país.

Apesar de estar desarmada, a patrulha exerce uma função


investigativa, ou seja, essa lei estimula uma espécie de “caça às
bruxas”, aumentando o xenofobismo na Itália. Um exemplo disso é
que, depois da aprovação dessa lei, alguns cidadãos, pertencentes à
extrema-direita, criaram um grupo que chamam de “Guarda Nacional
Italiana” cujos uniformes são enfeitados com símbolos fascistas e
nazistas.

É pessoal, por tudo isso podemos dizer que a questão está


certa!

2 ( ) Legislações draconianas, como as que vêm sendo


adotadas pela União Européia, expõem, por um lado, a noção

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de que a função histórica da grande imigração de africanos e


asiáticos para o trabalho nas indústrias européias do pós-
guerra perdeu função histórica e, por outro, que a
reciprocidade internacional em relação à América Latina,
formada em parte por imensas levas de desterrados europeus,
perdeu valor de direito internacional ante o realismo político
dos interesses nacionais e comunitários europeus.

Comentários

O ideal para analisarmos essa questão é dividí-la ao meio


para podermos ter uma compreensão total das informações ali
contidas. Uma vez feito isso, vamos aos conceitos intrínsecos ao
texto. Para quem não sabe, são chamadas de leis draconianas
aquelas consideradas extremamente severas, como as que vêm
sendo adotadas pela UE. Na questão acima, demos o exemplo da
Itália, mas esse país não é uma exceção.

No segundo semestre de 2008, foi aprovada uma diretriz


que pretendia harmonizar as regras dos países europeus para a
repatriação de imigrantes ilegais, e em 2010, essa diretriz foi
transformada em lei. As novas regras integram um processo de
organização e endurecimento da política migratória em toda União
Européia.

Essa retaliação aos imigrantes é um forte sinal de que a


imigração, outrora considerada essencial para o trabalho nas
indústrias européias do pós-guerra, perdeu função histórica. Se em
tempos de guerra e fome na Europa sua população teve como destino

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principal países da América Latina, o direito à recíproca perdeu seu


valor com as novas leis. Portanto, essa questão também está
correta.

3 ( ) As migrações internacionais, amenizadas no continente


africano diante do fim do ciclo belicoso interno das últimas
décadas do século XX, deixaram de ser um tema relevante das
relações interestatais afro-européias.

Comentários

Ora, pessoal, depois de tudo o que escrevi até aqui sobre a


polêmica de novas leis de imigração, espero que seja de fácil
entendimento que as migrações internacionais nunca foram um
assunto tão relevante nas relações interestatais como atualmente.
Portanto, essa questão está errada.

4 ( ) A migração forçada ou enganosa, muitas vezes em forma


de tráfico de pessoas, ainda que seja um tema de impacto
internacional, possui modesta implicação na segurança dos
Estados nacionais neste início de século.

Comentários

As migrações forçadas ou enganosas têm diversas


manifestações e causas. Por esse motivo, é fundamental que a
sociedade, as organizações internacionais e os governos se detenham
sobre episódios tão comuns como os deslocamentos humanos atuais.
Este tipo de migração acontece, principalmente, por falhas
estruturais, políticas econômicas equivocadas, desordem política,

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fome e miséria. Pode ser encaixado na migração forçada o caso de


europeus e asiáticos que, para se refugiar da guerra, migraram para
o Brasil. Também pode ser considerada migração forçada a saída de
pessoas de um território em razão de graves violações de direitos
humanos.

Mas como temos lido até agora, esse é um assunto de pauta


em todos os países mais desenvolvidos do mundo, os quais são os
principais destinos dos imigrantes. Imigração hoje está atrelada à
segurança dos Estados nacionais e por isso a questão está errada.

2 - Movimentos migratórios internos.

Quando falei sobre o Brasil da década de 50 e 60, toquei,


sutilmente, na questão da migração interna ao abordar os
deslocamentos de nordestinos rumo ao Sudeste - até então único
pólo industrial do país. Mas, afinal, nós sabemos bem o que é esse
movimento migratório?

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Chamamos de movimentos migratórios internos aquelas


circulações de pessoas que ocorrem dentro de um mesmo território
nacional. Os principais fatores que levam os serem humanos a
migrar são motivos econômicos, desastres ecológicos e motivações
pessoais
Segundo Milton Santos, as migrações podem ser
entendidas como uma expressão espacial dos mecanismos de
modernização. O que isso quer dizer? Significa dizer que o fato de
as pessoas se mudarem de um lugar a outro se liga às várias
complexidades, exigências e possibilidades que a modernidade trouxe
ao ser humano.
Dois exemplos muitos conhecidos são as migrações de
nordestinos para o norte do país, quando espontaneamente se
transformaram em “soldados da borracha”, e as ocorridas na década
de 60, em função da seca que se abateu sobre a região. Em ambos
os casos, elas expressam uma busca por melhoria na qualidade de
vida. Entretanto, as migrações não atingem apenas pessoas sem
qualificação, como costumamos pensar num primeiro momento. Na
cidade de Recife, uma pesquisa revelou que os funcionários de mais
alto nível da SUDENE são oriundos do sul do país ou de estados que
não ofereciam oportunidades para a sua qualificação.
Assim, podemos dizer que a migração de pessoas e bens é
uma consequência da revolução do consumo trazida pela
modernização, ou seja, quanto mais poderoso o impacto da
modernização, maior será a concentração da produção e, portanto,
maiores fluxos migratórios ocorrerão.
No caso específico das correntes de migração interna, elas
acontecem tanto de uma região para outra no interior do país, quanto

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entre estados de uma mesma região. Além disso, também pode


ocorrer migração do campo para as cidades, chamado de êxodo rural.
Observando o mapa abaixo, veremos que o número de
pessoas que se deslocam do Norte e Nordeste do Brasil para o
Sudeste, é responsável, de longe, pelo maior número de migrantes
internos. No mapa abaixo, eles são representados pelos bonequinhos
vermelhos, laranja, amarelo e roxo.

Nesse sentido, o Nordeste foi, durante muito tempo


considerado uma área de repulsão populacional, ou seja, área que
perdia população por diversos fatores, como secas intensas, falta de
trabalho, dificuldade das atividades econômicas em absorver ou
manter as populações locais etc. É necessário um conjunto de fatores

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para favorecer a migração, porém os citados podem ser entendidos


como alguns dos principais estímulos da migração de nordestinos
para Amazônia, Goiás, São Paulo e Rio de Janeiro.

Em contrapartida, determinadas áreas são exatamente o


oposto do nordeste, sendo consideradas áreas de atração
populacional, justamente por atraírem as populações de outras
áreas e oferecerem melhores condições de vida. Aqui, novamente,
aparecerão os nomes de São Paulo e Rio de Janeiro, por serem estes
estados que durante muitos anos concentraram grande parte das
maiores indústrias do Brasil.

O governo vem tomando medidas para reduzir essas


disparidades na concentração de indústrias e alguns sucessos já
foram alcançados. No entanto, quando se pensa ter encontrado o
caminho para resolver um problema, eis que surge outro: as
migrações diárias.

2.1 Migrações diárias

Até me mudar para uma capital, eu não conhecia de perto o


que era exatamente esse tipo de migração, não tão conhecida como
as migrações nordestinas ou sulistas. Numa cidade pequena, por
mais longe que se trabalhe, não se gasta mais de 30 minutos para
chegar ao emprego, pois o trânsito de veículos ainda é relativamente
leve, o transporte público costuma dar conta das necessidades da
população e a cidade é fisicamente pequena.

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No entanto, se vocês moram em “cidade grande”, devem


conhecer bem de perto esse problema da migração diária. Ricos,
pobres, classes médias, urbanos ou rurais, todos somos afetados, em
maior ou menor grau, pelos fluxos internos diários. Seja dentro do
carro, ouvindo música e com ar condicionado ligado, ou apertados
dentro de um ônibus lotado, onde mal há lugar para se apoiar, todos
nós sabemos (bem!) os efeitos da migração diária.

Esses fluxos apresentam ritmos, dimensões e objetivos


variados. Por isso são denominados migrações pendulares, nas
quais gostaria de ressaltar dois exemplos que lhes parecerão bem
comuns.

O primeiro trata da movimentação diária dos habitantes que


trabalham numa cidade e moram ou estudam em outra - comumente
chamadas de Cidades-Dormitórios. Como o próprio nome já diz, as
pessoas se dirigem a elas praticamente para dormir, uma vez que
passam o dia todo no trabalho.

Alguns de vocês podem ter pensado assim: ora, por que


esse pessoal não se muda pra perto do trabalho? Por que morar em
uma cidade e trabalhar em outra?

Bem, o principal motivo gerador da existência desses


movimentos pendulares diários nas grandes metrópoles está ligado à
crescente especulação imobiliária dos lugares mais próximos ao
centro produtivo que se alia a baixos salários. Tudo isso empurra o
trabalhador para bem longe do seu trabalho, obrigando-o a se utilizar
de transporte coletivo, na maior parte das vezes precário ou insufici-

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ente para atender ao enorme fluxo populacional residente nessas


áreas.

Um exemplo dessa prática é Brasília e suas cidades


satélites. Com um dos metros quadrados mais caros do Brasil, paga-
se em média três vezes mais para se morar no Plano Piloto. Enquanto
uma kitnet de 30 m2 custa em média 900 reais por mês no plano, em
uma cidade satélite a 20 km dali, o preço cai para 300. Ora, por mais
que os salários nessa cidade sejam mais altos do que a média
brasileira, é simplesmente surreal a supervalorização dos imóveis
próximos à zona central conhecida como Plano Piloto.

Do mesmo modo, ocorrem esses movimentos que se


originam nos núcleos residenciais periféricos em direção aos centros
industriais, como encontramos facilmente nas áreas metropolitanas
de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.

O segundo exemplo diz respeito aos deslocamentos dos


bóias-frias, que, geralmente, moram numa pequena cidade ou
vilarejo e se dirigem diariamente às fazendas onde há tarefas
agrícolas. Seja plantando cana ou colhendo café, esse movimento
urbano-rural aumenta ou diminui de acordo com as necessidades dos
fazendeiros.

2.2 Migração de campo-cidade ou êxodo rural

Consiste no deslocamento de
grande parcela da população da zona

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rural para a zona urbana, transferindo-se das atividades econômicas


primárias para as secundárias ou terciárias. Esse é, na atualidade, o
mais importante movimento de população e ocorre praticamente no
mundo todo.

Principalmente nos países subdesenvolvidos, ou em vias de


desenvolvimento, a migração do campo para a cidade é tão grande
que constitui um verdadeiro êxodo rural. Esse movimento
campo/cidade se intensificou no Brasil a partir do surto industrial no
Sudeste, iniciado na década de 40.

Entre as causas desse movimento estão os baixos salários


recebidos pelo trabalhador rural, a falta de escolas, de assistência
médica, mecanização de agricultura, secas e concentração de
latifúndios.

Além disso, a atração exercida pela cidade é um grande


estímulo à migração, que busca uma oportunidade de alcançar
melhor padrão de vida. Assim, muitos imigrantes seguiram para o
Sudeste na esperança de alcançar melhores condições e
oportunidades de vida que as cidades ofereciam, como empregos,
escolas, moradia, profissionalização, assistência médico etc.

Todavia, a grande parte das pessoas oriundas do


campo acabou por engrossar as fileiras do subemprego ou
mesmo do desemprego, sofrendo sérios problemas
socioeconômicos. Um dos reflexos desse fato é a ampliação
desordenada e incontrolável das favelas, que cobrem grandes
áreas, principalmente nas regiões menos valorizadas das cidades.

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Deste modo, pessoal, enquanto o número de habitantes das


cidades aumenta cada vez mais, na zona rural o despovoamento se
torna um problema para os agricultores que não substituíram os
trabalhadores pelas máquinas, levando à queda da produção e
elevação do custo de vida.

Assim, o estatuto do Trabalhador Rural, elaborado em 1964,


tinha a intenção de beneficiar o homem do campo, pressionando os
latifundiários a arcar com os encargos trabalhistas, como salário
mínimo, décimo terceiro salário, férias, etc. No entanto, o tiro acabou
saindo pela culatra e muitos proprietários preferiram dispensar boa
parte dos empregados a arcar com seus custos, o que acabou por
fortalecer o êxodo rural. Além disso, em algumas cidades do interior,
os trabalhadores dispensados transformaram-se em bóias-frias, ou
seja, pessoas que trabalham apenas em curtos períodos, sem
nenhuma garantia.

Entretanto, na década de 90, foi registrado o fim das


grandes correntes migratórias e atualmente eles são movimentos
pequenos e bem localizados, em geral, em direção a capitais
regionais. Agora, ao invés de se mudar para São Paulo, os
nordestinos preferem buscar empregos e oportunidades nas próprias
capitais do Nordeste ou em cidades médias da região. Tudo isso
acabou por transferir para essa região os problemas que antes eram
tipicamente encontrados nas grandes metrópoles do Centro-Sul do
Brasil.

Vejamos como esse assunto pode ser cobrado:

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5 (CESPE/IRB-2010) - No que se refere ao espaço rural no


Brasil, assinale a opção correta.

a) ( ) A revalorização do espaço rural como lugar para se trabalhar


e para se viver, uma das recentes transformações ocorridas no
campo, não se relaciona diretamente com as demandas pela terra e
com os assentamentos rurais.
b) ( ) O Programa de Apoio à Agricultura Familiar (PRONAF), ao
fragmentar o espaço rural, provocou a redução da produtividade
agrícola e, como consequência, a redução da oferta de alimentos nas
cidades de pequeno e médio porte.
c) ( ) Na primeira metade do século XX, o espaço rural brasileiro
caracterizou-se pelas grandes plantações cafeeiras, a que se seguiu a
agricultura familiar com sua pluriatividade e o processo de
modernização da base técnica na agropecuária, que caracterizou o
final do século.
d) ( ) A pluriatividade, realidade da nova concepção de espaço rural
adotada pelo agronegócio, ainda não se incorporou à agricultura
familiar, baseada na agricultura de subsistência.
e) ( ) Historicamente, as políticas públicas, visando à exportação,
privilegiaram a agricultura de larga escala, o que forçou o processo
de modernização da agropecuária e contribuiu para o êxodo rural.

Comentários

A letra A está errada. A globalização tem provocado nas


últimas décadas um amplo processo de reestruturação econômica e
social, que tem afetado o espaço rural e a agricultura em particular.
Mas como assim afetou o espaço rural? E a agricultura?

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Podemos apontar vários efeitos da globalização no espaço


rural e na agricultura. Primeiro, com a abertura comercial, aceleram-
se as trocas comerciais e aumenta a competitividade, tendo como
base grandes empresas agroindustriais que monopolizam a produção
e o comércio em nível mundial. Segundo, surge uma relação próxima
entre a agricultura, a indústria e o comércio. Terceiro, o espaço rural
deixa de ser um local específico para as atividades agrícolas,
passando a ser encarado como um local de residência, lazer e de
atividades não-agrícolas.

Sobre esse ponto, é interessante notar que o


desenvolvimento tecnológico e o aperfeiçoamento dos meios de
produção fazem com que as jornadas de trabalho sejam reduzidas,
aumentando o tempo livre das pessoas e, consequentemente, sua
expectativa de vida.

Paralelo a todas essas modificações no espaço rural,


valoriza-se crescentemente a questão ambiental, que se torna um
fator de competitividade. Seguir à risca os requisitos ambientais é,
inclusive, atualmente, condição para se obter financiamentos
públicos.

Hoje em dia, vivencia-se um processo de “revalorização do


rural”, por meio da busca de uma qualidade de vida superior à das
grandes cidades. Dessa forma, o espaço rural passa a ser encarado
como um lugar para se trabalhar e para se viver. As demandas pela
terra e os assentamentos rurais estão diretamente relacionados a
essa nova forma de ver o “campo”. Isso porque, não tendo logrado

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êxito nas cidades, os indivíduos desejam voltar ao campo e ter a sua


“terrinha” onde morar e trabalhar.

A letra B está errada. O Programa Nacional de


Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF) busca financiar
projetos individuais ou coletivos que geram renda a agricultores
familiares e a assentados da reforma agrária. Dessa forma, busca
valorizar a agricultura familiar como importante ator social.

Ao contrário do que afirma questão, o PRONAF, ao


proporcionar ótimas condições de acesso a crédito aos pequenos
produtores, provocou um aumento da produtividade agrícola e,
conseqüentemente, aumento da oferta de alimentos nas cidades de
pequeno e médio porte.

A letra C está errada. Nas primeiras três décadas do


século XX, o café teve fundamental importância para a economia
brasileira, chegando a representar 72,5% das exportações do nosso
país. Nessa época, já predominavam as grandes plantações cafeeiras,
ao que se sucedeu na década de 60 uma etapa de modernização da
atividade agrícola. Esse fenômeno ficou conhecido como
“modernização conservadora”, já que não houve modificações na
estrutura de poder e da propriedade de terra. A questão está errada
justamente por dizer que após a primeira metade do século XX ganha
força a agricultura familiar. Pelo contrário, na década de 60, os
grandes proprietários aprofundaram mais ainda seu poder.

A letra D está errada. Uma das alterações sociológicas no


espaço rural nos últimos tempos é o surgimento do fenômeno da

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pluriatividade. A pluriatividade ocorre quando os indivíduos que


residem no campo passam a trabalhar em atividades agrícolas e não-
agrícolas. Mas como assim atividades não-agrícolas? Com a
revalorização do campo, cresceu o turismo no espaço rural, dando
ensejo ao aparecimento de diversas outras profissões: pedreiros,
caseiros, jardineiros, faxineiras e cozinheiras, por exemplo.

A questão está errada porque diz que a pluriatividade não se


incorporou à agricultura familiar. Ao contrário, a pluriatividade é
uma característica da agricultura familiar.

A letra E está correta. No Brasil, as políticas públicas em


matéria agrícola sempre privilegiaram as exportações, o que
impulsionou o desenvolvimento e a modernização da agropecuária.
Com a modernização, a mão-de-obra passa a ser substituída pela
utilização de máquinas. Sendo assim, ocorre o êxodo rural, com alto
índice de migrantes do campo para a cidade.

6 (FGV/Analista Legislativo-2008) - A migração é uma das


questões mais debatidas no mundo atual. No modelo de
pensamento estrutural, os indivíduos não fazem escolhas, ou
melhor, não são os indivíduos e suas escolhas individuais que
explicam os fluxos e a localização da população. No espaço,
que não é mais o espaço da liberdade individual, mas o espaço
da estrutura capitalista, é o movimento do capital, sua
expansão ou retração, seu deslocamento ou permanência que
comandam a mobilidade e a localização do trabalho.
(Vainer, Carlos B. Reflexões sobre o poder de mobilizar e
imobilizar na contemporaneidade, 2005.)

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Assinale a única afirmativa que não expressa o pensamento


estruturalista.

a) ( ) Os movimentos locacionais e a estrutura do espaço estão


submetidos à lógica e à dinâmica do capital.
b) ( ) A mobilidade do trabalhador aparece como manifestação da
necessidade do capital e sua mobilidade está submetida a ele.
c) ( ) A mobilidade dos trabalhadores resulta de ações racionais
orientadas pelo mercado que dispõe de seu capital humano no livre
jogo da oferta e da procura.
d) ( ) A mobilidade do trabalhador e o seu desenraizamento são
sinais de que ele é totalmente despossuído dos meios de produção e
subsistência, e, portanto, subordinado ao movimento do capital.
e) ( ) Os movimentos dos trabalhadores e os deslocamentos das
populações são apenas movimentos reflexos do movimento do
capital, que é o verdadeiro protagonista do espaço estrutural.

Comentários:

Mesmo que você não conhecesse o pensamento


estruturalista aplicado às migrações, era possível resolver essa
questão! Bastava que você fizesse uma interpretação do texto e
identificasse que há 4 (quatro) assertivas apresentando visões
semelhantes (estruturalistas) e 1(uma) assertiva contradizendo essas
idéias. Por isso, sempre dizemos aos alunos: não se assustem com as
questões!

São várias as teorias que existem para explicar os fluxos


migratórios: Teoria Microeconômica Neoclássica, Teoria

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Macroeconômica Neoclássica, Teoria do Capital Humano, Teoria


Estruturalista, dentre outras.

Segundo a Teoria Microeconômica Neoclássica, os


indivíduos são seres racionais, que têm capacidade de ordenar
hierarquicamente suas preferências, com vistas a maximizar a
utilidade de suas escolhas. Assim, o migrante é um indivíduo que
decide migrar baseado em um cálculo de benefícios que realiza.

A Teoria Macroeconômica Neoclássica, por sua vez,


entende o fluxo migratório como resultado entre as diferenças
geográficas de oferta e demanda por trabalho. O mercado de trabalho
é, para os adeptos dessa teoria, o principal determinante das
migrações, com deslocamento populacional de regiões com baixo
salário ou excesso de mão-de-obra para regiões com altos salários ou
escassez de mão-de-obra.

Já a Teoria do Capital Humano, de caráter


microeconômico, entende as migrações como um investimento em
capital humano, em suas diferentes facetas (educação, formação
profissional, saúde). Considerando-se as migrações como um
investimento em capital humano, os jovens são os mais propensos a
migrarem, já que poderão usufruir dos retornos desse investimento
por período mais prolongado.

As Teorias Estruturalistas surgiram em 1970, inspiradas


na economia política marxista e se opondo à análise das migrações
sob o prisma individualista. Essas teorias consideram o migrante
como um indivíduo passivo, que não toma decisões racionais, mas

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são impulsionadas pela lógica e dinâmica do capital. Em outras


palavras, o capital é o fundamento dos deslocamentos populacionais,
é ele quem determina a lógica das migrações.

Por tudo o que expliquei, pode-se perceber que a única


assertiva que contraria a teoria estruturalista é a letra C,
segundo a qual “A mobilidade dos trabalhadores resulta de
ações racionais orientadas pelo mercado que dispõe de seu
capital humano no livre jogo da oferta e da procura”, o que
está relacionado à Teoria do Capital Humano.

3 - A distribuição dos efetivos demográficos no território


nacional.

Você sabe o que quer dizer esse título?

Demografia é o estudo do povo, ou seja, o estudo da


dinâmica de uma determinada sociedade, se ela cresce ou diminui,
quais atividades são exercidas dentro dela, em que ela se modifica e
em que áreas isso acontece.

Segundo dados do IBGE, entre os anos de 1940 e 2000, a


população brasileira aumentou quatro vezes e o país se tornou
urbano, subindo sua taxa de urbanização de 31,3% para 81,2%.
Nesse mesmo período, a população envelheceu, o país conseguiu
reduzir em cinco vezes a taxa de analfabetismo e aumentar em três
vezes a escolarização de crianças entre 7 e 14 anos. Além disso, a

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agricultura e a pecuária, que em 1940 ocupavam 32,6% da


população, declinou em 2000 para 17,9%.

Aí surge aquela dúvida: eu preciso saber esses dados?


Guardar porcentagens e áreas de desenvolvimento?
Definitivamente, não!

Mas é imprescindível citarmos para que vocês possam


visualizar com clareza o quanto se modificou e em que se
modificou. Por exemplo, a população cresceu quatro vezes, mas
cresceu onde? Foi no Norte, no Centro Oeste ou no Sul? Precisamos
ver os dados para que a partir daí possamos traçar com perfeição
como os efetivos demográficos estão distribuídos no território
brasileiro. Para tanto, peguei os dados no site do IBGE para que os
números oficiais não me deixassem mentir e me ajudasse a traçar
um desenho o mais preciso possível!

A população do Brasil aumentou de 41,2 milhões em 1940


para 169,8 milhões de habitantes no ano de 2000. Mas para onde foi
toda essa gente?

Na década de 40, quando ainda se iniciava a industrialização


brasileira, os cinco estados mais populosos do país eram São Paulo,
Minas Gerais, Bahia, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Sessenta
anos mais tarde, a Bahia trocou de posição com o Rio de Janeiro.
Como já sabemos as cidades com maior produção industrial são
aquelas que atraem o maior numero de imigrantes em busca de
melhores empregos, salários e qualidade de vida num geral. No
século XX, essa atração era exercida principalmente pela região

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Sudeste, mas nos últimos anos o Centro Oeste, o Norte e o Nordeste


tiveram um significativo salto na sua produção industrial, atraindo
milhares de pessoas para suas cidades e fábricas.

A disseminação das atividades econômicas pelas


diferentes regiões é a principal responsável pela mudança no fluxo
migratório para essas outras regiões. Ela nos permite intuir duas
realidades possíveis. A primeira é que muita gente está migrando
para outros locais que não o Sudeste. A segunda possibilidade é que
essas pessoas estejam voltando para sua terra natal. Por que é
importante lembrarmos disso? Foi essa disseminação industrial que o
PAC incentivou e é ela a grande responsável pela nova configuração
ou distribuição demográfica brasileira.

Se antes o Sudeste era a principal área de atração de


imigrantes internos, atualmente podemos afirmar o aparecimento e a
solidificação de outras regiões como novas possibilidades de
migração. Esse tipo de deslocamento, ou seja, as migrações intra-
regionais têm maior importância no Nordeste e no Sul do Brasil.
Desde a década de 80, os fluxos intra regionais e estaduais
tornaram-se muito significativos nessas regiões, sobretudo devido à
solidificação das metrópoles ao redor de capitais de cada estado.

Atualmente, o Brasil já pode ser considerado um país


essencialmente urbano. Portanto, os fluxos migratórios são bem
menores do que os que haviam em décadas passadas, quando as
pessoas ainda estavam “descobrindo” as cidades. Outro fator que
contribuiu bastante para a diminuição do fluxo migratório, sobretudo
do Nordeste para o Sudeste, foi o estabelecimento de ações sociais

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como o “Fome Zero” e o “Bolsa Família”, além do “Bolsa Estiagem”


que minimizaram o problema da seca.

Por favor, não entendam isso como uma defesa partidária, a


única coisa que quero frisar aqui é que, em outros tempos, a seca era
um dos grande motivos de migração, pois não havia como preencher
as necessidades básicas alimentares. Entretanto, agora, com o auxílio
do governo por meio desses programas sociais, aquelas pessoas têm
o seu problema mais imediato resolvido: a fome. Assim, não há mais
necessidade de migrar para que a família não morra de fome, o que
lhes confere ânimo em permanecer em sua terra natal.

Mas é claro, pessoal, que, por si só, programas sociais não


resolvem a vida de ninguém, não é mesmo? Eles poderiam adiar a
migração, mas em algum momento ela ocorreria, afinal, além de
comida, o ser humano possui outras necessidades que, uma vez
suprimida a fome, se afloram. Portanto, é imprescindível que outras
políticas sejam concomitantes às ações sociais, como os incentivos
fiscais dados pelo governo às grandes empresas e a realização de
melhorias na infra-estrutura.

E foi com essas iniciativas que a Bahia “ganhou” o pólo


petroquímico de Camaçari e o Ceará conquistou indústrias têxteis e
de calçados. Além disso, essa região tem maior proximidade com a
Europa, o que favorece o comércio internacional, já que reduz os
custos com o transporte.

Outra área muitíssimo beneficiada com as melhorias da


infra-estrutura foi o Centro-Oeste. Com isso, o Mato Grosso

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corresponde hoje a 53% de toda a produção de algodão do Brasil.


Além disso, esse estado destaca-se, juntamente com o Norte, em
relação ao rebanho bovino, em que juntos representam mais da
metade da produção nacional.

Outro fator importante para o desenvolvimento da região


Centro-Oeste que não pode ser esquecido é a construção de
Brasília. A fundação dessa cidade, que completou em abril de 2010
exatos 50 anos, levou milhares de pessoas para viver em seu entorno
e atingiu em cheio a dinâmica econômica da região.

O Norte se destaca pelos empregos que oferece na produção


de minerais metálicos, como ferro e alumínio, e no extrativismo
vegetal. Além disso, no Amazonas a zona franca de Manaus é um dos
principais pólos industriais do país, que conta com um permanente
crescimento.

Por fim, do outro lado do Brasil, a região Sul tem sua


economia ligada diretamente ao MERCOSUL. Isso porque ela mantém
uma indústria forte no setor metalúrgico, automobilístico, têxtil e,
sobretudo, na produção agrícola. Além da produção de cebola, maçã
e alho, essa região responde por quase metade de toda a produção
de grãos do país.

Bem, amigos, até agora falei mais da distribuição regional


das atividades econômicas, mas vejamos alguns dados relevantes
para compreender melhor a demografia brasileira:

As 10 Cidades mais populosas do Brasil

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São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Brasília, Fortaleza, Belo


Horizonte, Curitiba Manaus, Recife e Belém.

Religião mais praticada

Apesar do crescimento significativo do número de


evangélicos o Catolicismo ainda corresponde a mais de 70% da
população brasileira. Entretanto, dentro do território nacional, a
liberdade de culto e a participação de cidadãos brasileiros em
quaisquer atividades religiosas são garantidas por lei.

População

• Composta de pardos, brancos, negros e índios, o


critério utilizado pelo IBGE para a classificação de
cada uma das raças é a autodeclaração, ou seja, um
negro pode se declarar pardo ou um pardo se
declarar negro ou branco.
• Apesar da existência de mais de 180 idiomas e
dialetos dos povos indígenas, a língua
predominantemente falada é o português.
• A distribuição populacional, apesar dos inúmeros
avanços, continua desigual, mantendo uma
concentração de pessoas nas zonas litorâneas
especialmente do Sudeste e da Zona da Mata
nordestina. As áreas menos povoadas são o Centro-
oeste e o Norte.
• A expectativa de vida está em torno de 68,3 anos
para os homens e 76,38 para as mulheres.

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• A taxa média de fecundidade em 2006 era de 2,0


filhos por mulher
• Em 2008 existiam no país 98 homens para cada grupo
de 100 mulheres.

Vejamos como esses pequenos detalhes podem


aparecer nas questões

7 (Questão inédita) O Estado contribuiu para o processo em


curso de descentralização da produção industrial no território
brasileiro por meio de políticas de desenvolvimento regional,
como, por exemplo, disponibilizando energia.

Comentários

Depois de termos falado sobre o PAC e sobre a


descentralização industrial promovida por ele, só podemos entender
que essa questão esta correta, não é mesmo? Como vocês já
devem ter fixado, o Estado foi o principal colaborador dessa
movimentação industrial. A partir de políticas públicas, foi possível o
desenvolvimento de toda a infra-estrutura necessária para o
estabelecimento de grandes empresas em qualquer região do país.

(CESPE/ABIN-2008) Ainda em meados do século XX, o Brasil


era composto de manchas de adensamento econômico
isoladas entre si e orientadas para o mercado exterior, o que

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revelava sua feição espacial herdada de um processo de


ocupação que deixou marcas diferenciadas no extenso
território nacional, conforme se desdobravam, com grande
descontinuidade temporal e geográfica, os diversos ciclos
econômicos voltados para a exportação. (IBGE. Brasil em
números, v. 14, 2006, p. 45 (com adaptações)

Acerca da organização do espaço brasileiro e das atividades


econômicas desenvolvidas no território nacional, julgue os
itens subseqüentes.

8 (CESPE/ABIN-2008) - Sobre a “feição espacial herdada de


um processo de ocupação”, a industrialização promoveu a
desconexão entre as regiões brasileiras, acentuando a
supremacia econômica do Sudeste.

Comentários

Bem, pessoal, mais uma vez exige-se que o candidato


esteja atento ao enunciado. Para resolver esta questão era de
fundamental importância prestar atenção em uma palavra chave:
desconexão.

É inegável que a industrialização acentuou a supremacia do


Sudeste em relação às outras regiões do Brasil num primeiro
momento. Entretanto, para se desconectar algo, é imprescindível que
esse algo estivesse conectado anteriormente, não é mesmo? E todos
nós sabemos que a integração das regiões brasileiras, apesar de

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desejada, nunca foi uma realidade. Portanto, a questão está


errada.

9 (CESPE/ABIN-2008) A “grande descontinuidade temporal e


geográfica” mencionada no texto explica-se pelo processo de
ocupação territorial em que foi privilegiada a atividade
agrícola, espalhada nas diversas regiões do país.

Comentários

Bem, amigos, teremos que dividir ao meio essa questão


para que possamos compreendê-la com clareza. Quando ela se refere
à grande descontinuidade temporal e geográfica, ela está se referindo
aos ciclos econômicos pelo qual passou a História do Brasil. Por mais
que não nos lembremos exatamente como eram esses ciclos,
sabemos que numa época houve o auge da cana no Nordeste e em
outra o auge do café no Sudeste, não é?

A assertiva nos diz que essa descontinuidade do tempo e do


espaço é explicada pela ocupação territorial em que se privilegiou a
atividade agrícola.

No entanto, o que temos é exatamente o contrário. A


ocupação territorial é que é explicada pela descontinuidade
temporal e geográfica. As pessoas escolhiam que território ocupar
de acordo com o “status” da atividade agrícola. Se o que estava na
moda era o café, vamos pro Sudeste porque lá tem emprego, mas se
a moda é o algodão “bora” pro Nordeste.

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Chamei aqui de moda só para ficar mais claro, mas todos


sabemos que determinados gêneres agrícolas estão totalmente
sujeitos a sazonalidades, concordam? Em janeiro é época disso,
junho daquilo e novembro daquilo outro... Da mesma forma, algumas
regiões, em razão do solo e do clima, são mais propícias ao
desenvolvimento de determinados produtos agrícolas.

Pois bem, todo processo de ocupação territorial, seja no


Brasil ou em qualquer outro lugar do mundo, será pautado pelo
sustento durante todo o ano, independente do que for necessário
fazer para que a economia flua! Assim, durante nossa ocupação, a
monocultura de exportação foi o meio mais fácil encontrado e
praticado durante décadas. Obviamente, isso acabava por manter
plantadores de café em um canto do país e os de cana-de-açúcar no
outro, cada qual investindo e tentando crescer a SUA região ou o SEU
estado – o que não contribuía em nada para a integração do território
nacional.

Foi por exemplo a partir da valorização cafeeira, na metade


do século XIX, que ocorreu um crescimento significativo de pequenas
e médias cidades, a princípio no eixo Rio-São Paulo. Além disso,
inúmeras cidades surgiram ao longo da ferrovia construída para
transportar a safra.

Assim, podemos compreender o quanto as atividades


agrícolas influenciaram na evolução e transformação do espaço social.
Portanto, a questão está errada.

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10 (CESPE/ABIN-2008) O padrão de rede urbana encontrado


no país, hierarquizado segundo o tamanho das cidades,
espelha a integração e a articulação de todo o território
nacional.

Comentários

Depois de tudo o que ouvimos sobre a urbanização, setores


agrícolas e necessidades, se há uma certeza em tudo isso é que não
existe integração do território nacional. Ainda que muito venha sendo
articulado nesse sentido - para integrar, campo/cidade, Norte/Sul ou
Nordeste/Sudeste do Brasil- o fato é que isso ainda não é uma
realidade. Portanto, essa questão está errada

4 - A estrutura etária da população brasileira e a evolução de


seu crescimento.

A partir do final da década de 60, vemos uma significativa


redução da natalidade entre as camadas mais privilegiados da
sociedade e nas regiões mais desenvolvidas do país. Essa situação
acabou colaborando para uma importante mudança na estrutura
etária da população brasileira, que aparece com um perfil mais
envelhecido e o ritmo de crescimento baixíssimo.

A distribuição da população por faixas de idade em um país


é conseqüência das taxas de crescimento populacional, da
expectativa de vida e das migrações que ocorrem naquele território,
resultando na divisão em três faixas etárias:

Jovens (0-14 anos);

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Adultos (15-64 anos); e


Idosos (acima de 65 anos)

O que mais chama a atenção na estrutura etária dos países


considerados desenvolvidos é a forte presença de adultos e uma
porcentagem expressiva de idosos – dado o baixo crescimento
vegetativo e a elevada expectativa de vida. Seria mais ou menos
aquela historinha que ouvimos das nossas avós sobre como o mundo
hoje está perdido e como é caro e perigoso ter filhos, lembram? Pois
é, parece que quanto maior a renda das pessoas, mais próximas elas
ficam da lógica da nossa avó e por isso a natalidade é tão baixa entre
elas.

Em contrapartida, nos países em desenvolvimento, os


jovens superam os adultos e os idosos, justamente porque o
crescimento vegetativo é grande e a expectativa de vida baixa.

Por esse motivo, esses países acabam ficando em


desvantagem, particularmente os indivíduos mais pobres que
possuem famílias mais numerosas. E por quê? Porque sustentar um
número maior de filhos é concretamente mais difícil, ou seja, tanto os
pais quanto o Estado têm suas possibilidades absolutamente
limitadas de oferecer uma formação de boa qualidade. Assim, resta
como opção mais forte colocar a criança no mercado de trabalho e
repetir o mesmo círculo vicioso da pobreza e da miséria.

No caso do Brasil e de outros países classificados


como "emergentes" ou em desenvolvimento, a proporção de
jovens tem diminuído a cada ano. Em contrapartida, o índice

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da população idosa vem aumentando, o que gerou mudanças


recentes no sistema de previdência social, com
estabelecimento de idade mínima para a aposentadoria e teto
máximo para pagamento ao aposentado.

A base da pirâmide etária do Brasil mudou e agora indica


sinais de envelhecimento para a sociedade brasileira. O número de
crianças de até 14 anos equivale a pouco mais de 25% e, no extremo
oposto, temos um significativo aumento da população com 70 anos
ou mais. Essa oposição traz um ponto positivo e um negativo, afinal,
pessoal, nem tudo são flores, não é mesmo? Assim, ao mesmo
tempo em que ela demonstra que houve uma melhoria na qualidade
de vida dos idosos, ela também aponta o problema de que há cada
vez menos jovens pra sustentar um número cada vez maior de
idosos.

Evolução

Vocês sabiam que somente no último século a população


brasileira multiplicou-se por mais de dez? Pois é, pessoal, se em 1900
residiam no Brasil cerca de 17 milhões de pessoas atualmente temos
mais de 195 milhões.

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Como podemos ver no gráfico acima, desde o primeiro


recenseamento feito no Brasil em 1872, muitas modificações
ocorreram no padrão do desenvolvimento demográfico brasileiro.

Até o início da década de 30, o crescimento da população do


Brasil teve um forte impulso: a imigração. Com a adoção da "Lei de
Cotas", que impôs limites à entrada de imigrantes, o aumento da
população passou a depender diretamente do crescimento vegetativo.
E o que é isto? A diferença entre o número de pessoas que nascem e
o número de pessoas que morrem chamamos de crescimento
vegetativo(CV).

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Após a Segunda Guerra Mundial, houve um importante


avanço nas questões sanitárias, como a expansão da rede de esgoto,
acesso à água encanada, campanhas de vacinação em massa, acesso
a medicamentos básicos, etc. Esses avanços estimularam a maior
evolução das taxas de crescimento populacional, atingindo em 1960
cerca de 2,9% (ao ano) e marcando a primeira fase de transição
demográfica brasileira.

A partir dessa data, começou a ocorrer uma desaceleração


demográfica contínua, ou seja, começou a morrer mais pessoas do
que a nascer, o que resultou num crescimento demográfico de 1,6%
a.a. Podemos pensar que 1% a menos não faz tanta diferença assim,
porém o impacto disso no padrão da população é realmente
significativo! Assim, se iniciou a segunda fase de transição
demográfica.

Posteriormente a isso, o intenso processo de urbanização


ocorrido no país, principalmente a partir da década de 1960, foi o
principal responsável pela redução das taxas de fecundidade. Mas por
que isso aconteceu?

Bem, nas cidades, as informações e o acesso aos métodos


contraceptivos são bem maiores do que os existentes no campo. Para
complementar, foi justamente em fins da década de 60 que a pílula
anticoncepcional passou a ser mais aceita e difundida na sociedade
brasileira. Com as mulheres ocupando cada vez mais o mercado de
trabalho urbano, as famílias passaram a dispor de menos tempo para
se dedicar aos filhos. Além disso, é claro que na cidade os gastos com

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a criação dos filhos são bem maiores que no meio rural, o que
acabava inibindo a formação de famílias numerosas.

11 (QUADRIX/DATAPREV-2010) Em 2009, o programa das


Nações Unidas para o Desenvolvimento, órgão da ONU,
divulgou um relatório no qual o Brasil aparece na 75ª- posição
num total de 182 países analisados no rancking do Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH). O IDH varia de 0 a 1 e
procura medir o desenvolvimento humano a partir de três
elementos: saúde, educação e PIB per capita. Do relatório
anterior para o divulgado em 2009, o IDH brasileiro variou de
0,808 para 0,813. Sobre as condições de vida da população
brasileira considere as seguintes informações:

I - As cidades brasileiras com maior IDH situam-se


sobretudo nas regiões sul e sudeste, ao passo que as cidades
com menor IDH situam-se sobretudo nas regiões norte e
nordeste.

II - Como a renda per capita da população brasileira vem


crescendo nos últimos anos sobretudo entre as classes mais
pobres, a concentração de renda do Brasil (que se relaciona à
desigualdade social ) deixou de figurar entre as maiores do
mundo, sendo a partir de 2007 uma das menores do planeta.

III - O Brasil é o pais da America Latina com o melhor


Indice de Desenvolvimento Humano, superando países como
Argentina e Uruguai.

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IV - Um dos fatores que impulsionaram o aumento da


qualidade de vida da população brasileira é o crescente
aumento da taxa de fecundidade da população, combinado á
redução da mortalidade infantil.

Dadas as afirmações acima, é correto dizer que:

a) Todas as afirmações estão corretas

b) Apenas as afirmações I, II e III estão corretas.

c) Apenas a afirmação III está incorreta.

d) Apenas a afirmação I está correta.

e) Apenas as afirmações I e IV estão corretas.

Comentários

A primeira assertiva está correta, pois as cidades brasileiras com


maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) se situam mesmo
nas regiões sul e sudeste, dentre as quais podemos citar São Caetano
do Sul (SP), Niterói e Florianópolis. Já quanto às cidades com menor
IDH podemos destacar os estados de Pernambuco, Acre e Alagoas
com os piores índices representados pelas cidades de Manari, Jordão
e Traipu, respectivamente.

A segunda assertiva começou bem, mas se torna errada quando


afirma que a concentração de renda do Brasil deixou de figurar entre
as maiores do mundo. No Brasil a concentração de renda é tão o país

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ganha apenas da Guatemala, Suazilândia, República Centro-Africana,


Serra Leoa, Botsuana, Lesoto e Namíbia.

A terceira está errada, pois o Brasil não possui o melhor IDH da


America latina com afirma a questão. O relatório do Índice de
Desenvolvimento Humano para 2010 mostra que a liderança do Brasil
na América Latina no campo econômico não se reflete no campo
social. Na região, o Brasil é o 11º colocado no ranking do IDH. Assim,
Barbados, Bahamas, Chile e Argentina lideram o ranking dos países
latino-americanos com melhores IDHs do continente. Segundo o
economista do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
(PNUD) Flavio Comim, o Brasil precisa melhorar bastante o nível de
educação para se aproximar de alguns países vizinhos que
apresentam melhores resultados no IDH.

A quarta e ultima assertiva também se faz incorreta quando


afirma que um dos fatores que impulsionaram o aumento da
qualidade de vida da população brasileira foi o aumento da taxa de
fecundidade da população. È exatamente o contrário, não é mesmo?
Uma vez que sabemos de qual classe se originam os maiores número
de fecundidade, das classes C e D, seria arbitrário dizer que quanto
mais filhos se tem melhor qualidade de vida se adquire, não é
mesmo? Portanto essa também esta incorreta.

Assim a alternativa correta está na letra D.

12 [Adaptada - (CESPE/ABIN-2008)] - O século XX assistiu a


um rápido crescimento da população mundial, que partiu de

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1,6 bilhões e alcançou 6,1 bilhões. Não se prevê uma


estabilização para o atual século, porém, para 2050, a
expectativa é de 9 bilhões de habitantes no planeta.

Ao lado da perspectiva de crescimento populacional mundial, o


movimento de pessoas cruzando fronteiras como imigrantes é
um aspecto relacionado ao processo de integração global,
fonte potencial de conflitos sociais.

Comentários:

Conforme afirma o próprio enunciado, há grande


expectativa de que continue havendo um crescimento populacional
mundial. E aí mora um problema! Se a população continuar
crescendo sem que haja uma melhor distribuição de renda, isto é,
sem que haja uma desconcentração das riquezas, a situação poderá
chegar a um nível crítico.

Uma das consequências do crescimento populacional é a


escassez de alimentos. Na verdade, não é que falte comida no
mundo; ela está é mal distribuída. Falar nesse assunto nos faz
lembrar de Thomas Malthus, economista que enxergava no
crescimento populacional o grande problema da humanidade.
Segundo ele, enquanto a população crescia em progressão
geométrica, a produção de alimentos crescia em progressão
aritmética.

Pois bem, falemos agora sobre a questão migratória!

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Com a globalização e o desenvolvimento dos meios de


comunicação, o acesso à informação tornou-se muito maior. Nesse
sentido, pessoas que vivem na África têm contato, por meio da
televisão, com uma realidade bem diferente. Assim, passar a desejar
obter as benesses do estilo de vida dos países desenvolvidos, o que
dá origem a um intenso fluxo migratório.

A migração acentuada é também uma realidade do


crescimento econômico sem o aumento da oferta de emprego. Assim,
muitos imigrantes têm como objetivo conquistar o seu lugar no
mercado de trabalho. E, justamente por causa disso, acabam por
constituir-se em ameaça ao emprego dos nacionais. Surgem, então,
os movimentos xenofobistas, fonte potencial de conflitos sociais. A
questão está, portanto, correta.

5 - A questão ecológica em nível mundial.

A questão ecológica e a preocupação com os problemas


ambientais acabam gerando em todos nós algumas perguntas
inquietantes: elas são mesmo fruto de um desconforto real ou apenas
uma moda passageira?

Alguns chegam até a afirmar que estas questões foram


trazidas à tona como um cômodo recurso ideológico que objetiva
substituir as grandes questões mobilizadoras até poucas décadas
atrás. Para os mais radicais, toda essa “festa” em torno do meio
ambiente não passa de uma forma de manter enfraquecidos os
problemas sociais do mundo, como a pobreza, a exploração e os

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conflitos de interesse entre as classes. Mas será que isso é


pertinente?

Compreender o problema ambiental não significa dominar a


geografia física das regiões, conhecer o relevo, os rios e saber tudo
sobre as devastações ambientais. É claro que tudo isso tem sua
importância, pois compõe o nosso estudo. Entretanto, é
imprescindível percebermos que o alcance da questão ecológica é
bem mais profundo do que parece, uma vez que não se reduz apenas
aos inúmeros distúrbios do meio ambiente.

Na verdade, o fato dessa questão ecológica estar tão na


“moda” nos mostra a incapacidade de um sistema social de produção
e de consumo (capitalismo) em manter formas e ritmos de
crescimento sem destruir as condições de sua própria reprodução.
Deste modo, a importância do assunto transcende as diversas crises
ambientais espalhadas em todas as regiões do planeta e demanda
que percebamos que desequilíbrios entre sociedade e meio ambiente,
estão biblicamente atrelados à história da humanidade.

Todavia, o que é absolutamente novo pra nós é que as


crises ambientais globais estejam influenciando, cada vez mais, nos
colapsos locais e regionais ocorridos nos últimos tempos. Vamos
pensar, por exemplo, nas chuvas que abateram o Rio de Janeiro e a
seca que atualmente abate o Nordeste do país. Pesquisas apontam
que o aquecimento global causado pelo contínuo desenvolvimento
industrial é um dos principais responsáveis por catástrofes climáticas
como essa. Do mesmo modo, o furacão ocorrido no Rio Grande do
Sul que, em 2004, destruiu mais de 20 mil casas, ou os temporais em

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Santa Catarina. Todos esses fenômenos acabam tendo como principal


justificativa o desequilíbrio ambiental global.

Assim, amigos, as profundas implicações econômicas,


políticas e sociais acabam mesmo se conectando as questões do meio
ambiente e, talvez por isso, esse tema esteja sempre presente nas
provas de atualidades e geografia. Modismo ou não, o debate em
torno do assunto é intenso e, pela primeira vez, a sensação de que
toda a humanidade caminha para situações catastróficas parece
unânime. As transformações ambientais, geralmente traumáticas e
dolorosas, acabaram cobrando da sociedade tanto uma reflexão em
torno das relações entre o homem e a natureza quanto à necessidade
de revê-las.

É verdade também que os desastres climáticos não


ameaçam todo mundo da mesma forma, na mesma intensidade e
nem com a mesma iminência. Deste modo, ficam mais vulneráveis a
esses desastres - que acabam sendo sociais - as populações que não
possuem tecnologia, que são empurradas sempre para mais longe
dos centros de produção e consumo. Por isso, podemos afirmar que
as sociedades mais pobres e marginalizadas são as que mais intensa
e rapidamente sofrem os problemas do esgotamento do solo, da
escassez de água, moradia e alimentos.

A questão ecológica, portanto, diz respeito, ao mesmo


tempo, às relações entre os homens e às relações dos homens com a
natureza - que é quem fornece seus meios de sobrevivência.

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O avanço técnico e científico que contribuiu para o boom de


todo o processo de industrialização em países ricos e pobres,
capitalistas e socialistas, pode ser considerado o principal elemento
de interferência e alteração da natureza. Não é segredo para nós que
a natureza é formada por um conjunto de componentes ambientais
composto de terra, água, ar e seres vivos, animais e vegetais. Pois
bem, esses elementos são interdependentes, o que significa que a
alteração ou agressão de um deles resulta, imediatamente, na
alteração de outro.

Até os anos de 1960, qualquer idéia de sociedade que se


distinguisse da capitalista já mostrava que havia uma inegável
necessidade de uma nova organização econômica, em que os meios
produtivos fossem divididos de forma mais equilibrada. Entretanto,
até a década de 70 não havia a menor preocupação direta com
questões ambientais ou ecológicas, com exceção das universidades
que tratavam o tema com relativo cientificismo.

As primeiras preocupações com a destruição da natureza,


principalmente das florestas e dos animais selvagens, surgiram
apenas nos anos 50, com as primeiras manifestações organizadas
contra os armamentos e as usinas nucleares. Essas manifestações
foram importantes, pois abriram o caminho para a luta contra os
efeitos poluidores da indústria e para as idéias de conservação do
meio ambiente, que até então estavam restritas aos círculos
acadêmicos e naturalistas.

Como sabemos, no Brasil, o grande crescimento industrial


se deu entre as décadas de 50 e 60, portanto não haveria mesmo

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como haver manifestações ecológicas anteriores a esse período.


Apesar disso, em outros lugares, “privilegiados” pela industrialização
precoce, essa também não era uma discussão comum.

A crescente industrialização concentrada em cidades, a


mecanização da agricultura, a intensa exploração de recursos
energéticos como carvão mineral e petróleo, e minerais como ferro,
alumínio, etc., alteraram significativamente a terra, o ar e a água do
planeta. Tamanha exploração levou algumas áreas à degradação
ambiental irreversível, o que evidenciou duas necessidades mundiais
urgentes. A primeira era a obrigação de haver maior integração entre
as disciplinas que se propunham a estudar a natureza. A segunda era
a necessidade de uma profunda revisão dos paradigmas da ciência
moderna para alcançarem uma solução para o problema identificado.

Devido à visibilidade que foi dada aos diversos problemas


ambientais e ecológicos apontados pelas crescentes manifestações,
sua mobilização e suas lutas, este assunto ganhou mais atenção das
sociedades mundiais.

É claro, pessoal, que, nesse processo acelerado de


“tecnificação” das sociedades humanas, algumas regiões do planeta
foram palco de maiores alterações do que outras. Entretanto, poucas
são as áreas do mundo que não foram total ou parcialmente
devastadas pelas práticas predatórias do homem.

A sociedade industrial que o mundo contemporâneo edificou


interferiu e alterou profundamente a natureza, já que, para construir

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e alimentar complexos industriais, extensos espaços de natureza


tiveram que ser destruídos.

O desenvolvimento permanente dos meios de produção, a


ampliação da sociedade de consumo, os atrativos do lazer, do
conforto e a liberação da mão-de-obra rural, acabaram estimulando o
crescimento da população urbana nos países industrializados. Apesar
disso, o crescimento rápido das cidades não pôde ser acompanhado
no mesmo ritmo, sobretudo nos países em desenvolvimento, pelo
incremento das redes de água tratada, coleta e saneamento de
esgoto etc.

Nessas sociedades, os problemas ambientais são muito


maiores do que nos países mais desenvolvidos. Essa diferença se dá
principalmente porque, além das questões relativas à destruição do
meio ambiente em si, como a poluição do solo, do ar e da água,
ainda há o agravante da pobreza da população.

13 (CESPE/ABIN-2008) A questão ambiental, tendo em vista


suas implicações sociais, econômicas e políticas, ganhou
repercussão e passou a fazer parte das políticas nacionais e
do fórum de debate mundial. Acerca desse assunto, julgue os
itens subsequentes.

Com a maior parte da população brasileira vivendo em


aglomerações urbanas, a degradação da qualidade do meio
ambiente urbano e dos recursos naturais tem sido motivo de
conflitos e de proliferação de doenças nas cidades.

Comentários

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A urbanização acentuada é uma constante em todas as


regiões do nosso planeta. Entretanto, o que durante muitos anos foi
visto como símbolo de progresso hoje comporta em si inúmeros
problemas. Nesse sentido, a explosão da periferia nas grandes
cidades foi uma das principais responsáveis pela degradação do meio
ambiente, existência de conflitos pelos recursos naturais e
proliferação das doenças. Isso ocorre na maior parte das cidades de
países em desenvolvimento e é um ponto muito forte aqui no Brasil.

A grande maioria das metrópoles abriga favelas e essa


situação tende a se agravar principalmente em países onde as
pessoas continuam migrando em busca de empregos e se defrontam
com a ociosidade.

A maior parte da população brasileira vive em aglomerações


urbanas. Essa concentração populacional nas cidades tem como
conseqüência a degradação ambiental, causada pelas modificações
ocorridas no espaço geográfico.

Assim, verifica-se nos principais aglomerados urbanos


brasileiros grande poluição do ar, do solo (causado pelo lixo urbano),
sonora, visual, etc. Tudo isso causa perda da qualidade de vida da
população, o que gera aumento do número de doenças e conflitos
ambientais.

Ressalte-se que quando a questão fala em conflitos


ambientais, ela não quer dizer que se “pega em armas” em defesa do
meio ambiente. Os conflitos ambientais são uma nova espécie de
conflito social, que exige a intervenção do Estado. Pode-se verificar

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que justamente a parcela da sociedade que mais sofre com os riscos


ambientais é justamente a menos favorecida e que, por conseguinte,
tem menos responsabilidade na construção deste risco. Portanto, a
questão está correta.

14 (CESPE/ABIN-2008) - Todos os países, sejam eles pobres


ou ricos, são responsáveis pela degradação ambiental, o que
explica a necessidade de acordos internacionais para a
mitigação dos efeitos adversos e a resolução de conflitos.

Comentários

Sem dúvida alguma, todos os países –pobres ou ricos-


possuem responsabilidades no que diz respeito à proteção do meio
ambiente. Todavia, na Conferência das Nações Unidas sobre Meio
Ambiente e Desenvolvimento (ECO-92) reconheceu-se, sob forte
pressão dos países em desenvolvimento que a responsabilidade de
controlar, reduzir e eliminar os atentados contra o meio ambiente
deve incumbir aos países que os causam, de tal forma que guarde
relação com os danos causados e esteja relacionado com as
respectivas capacidades e responsabilidades.

Esse reconhecimento representou uma completa mudança


de paradigma no âmbito da proteção do meio ambiente,
estabelecendo o princípio da responsabilidade comum, mas
diferenciada. Cada país deveria incumbir-se na proteção ambiental
de forma proporcional com os danos causados ao meio ambiente.
Esse princípio confirma o fato de que os países desenvolvidos são os

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maiores causadores e responsáveis pelos desequilíbrios ambientais,


cabendo a eles, portanto, as principais atitudes para proteger o meio
ambiente.

De qualquer forma, a proteção do meio ambiente é uma


preocupação comum da humanidade, incumbindo aos países ricos
e pobres indistintamente. Por ser responsabilidade de todos os
países, há necessidade de se buscar soluções conjuntas ao problema
ambiental, o que é feito por meio da cooperação internacional.
Questão correta.

1.1 O ambiente ganha visibilidade mundial

O grande concretizador do meio ambiente como um assunto


mundialmente importante foi a Conferência das Nações Unidas sobre
Meio Ambiente Humano, realizada em Estocolmo, Suécia, em 1972.
Tendo como tema principal o Meio Ambiente Humano, essa
Conferência estabeleceu princípios de aplicação geral no que se refere
à proteção ambiental.

De acordo com Accioly, o ano de 1972 pode ser apontado


como o ano em que a conscientização para a importância de se evitar
a destruição do meio ambiente tomou âmbito global. Nessa
conferência, se reuniram pela primeira vez países industrializados e
países em desenvolvimento para discutir problemas relativos ao meio
ambiente. Apesar do objetivo comum de preservação ambiental, a
conferência deixou claro o fosso existente entre esses países,
sobretudo em matéria ecológica.

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Assim, quando o grupo de países em desenvolvimento era


chamado a cumprir padrões mínimos ambientais, eles entendiam
essa pressão como um mecanismo utilizado pelos países mais
industrializados para impedir seu crescimento. Dessa forma, para
grande parte das nações, a questão ambiental surgiu como um
limitador e dificultador do modelo vigente, em que são explorados,
descontroladamente, os recursos ambientais do planeta.

A Conferência de Estocolmo deu origem à Declaração das


Nações Unidas sobre o meio ambiente, que estabelece princípios
gerais para sua proteção e prevê a criação do Programa das Nações
Unidas. Esse programa tem como objetivo fundamental coordenar as
ações internacionais de amparo à natureza, promovendo um
desenvolvimento sustentável.

Bem, para compreendermos a Declaração de Estocolmo,


teremos que entrar um pouco no direito internacional ambiental, mas
não se assustem, pois não é nada de outro mundo, ok?

Assim, temos como pontos principais:

1) O direito ao meio ambiente foi alçado à condição de


direito fundamental do ser humano. O primeiro princípio
enumerado pelo referido documento estabelece que “o homem tem
direito fundamental à liberdade, à igualdade e a condições de vida
satisfatórias, em meio ambiente cuja qualidade lhe permita viver com
dignidade e bem-estar.”

2) A Declaração de Estocolmo estabeleceu o princípio da


responsabilidade internacional dos Estados em matéria

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ambiental. De acordo com o princípio de número 21, “os Estados


têm o direito soberano de explorar os seus próprios recursos segundo
políticas ambientais que estabeleçam. Entretanto eles têm o dever de
realizar essas atividades nos limites de sua jurisdição ou sob seu
controle, desde que não causem danos ao meio ambiente em outros
estados ou nas regiões não submetidas a qualquer jurisdição
nacional.” Resumindo: lembra daquele sermão que ganhávamos da
professora no colégio, que dizia que nosso direito termina onde
começa o do coleguinha? Pois bem, aqui é a mesma coisa: um Estado
não pode explorar seus recursos de forma a causar dano a outro
Estado.

3) Um Estado deve ser responsabilizado pelos danos


ambientais que cause fora de sua jurisdição territorial, ou seja, pelos
danos que cause ao meio ambiente de outro Estado. Ou seja, feriu o
direito do coleguinha? Então vai ter que assumir a responsabilidade.

Passados 10 anos da Conferência de Estocolmo, foi


elaborado um relatório para avaliar tanto os principais resultados
alcançados, quanto apontar os principais problemas ambientais
existentes. E foi nesse momento que surgiu, pela primeira vez, o
conceito de “desenvolvimento sustentável”. Mas o que seria isso
afinal?

Podemos entender este desenvolvimento como sendo


aquele que atende as necessidades do sistema produtivo e das
gerações atuais, sem comprometer a capacidade das futuras
gerações de terem suas próprias necessidades atendidas.

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Um outro evento que marcou as relações homem/meio


ambiente foi o realizado em 1992 na cidade do Rio de Janeiro. Vocês
se lembram? Dependendo da idade de vocês, é possível que não, mas
pra mim, já sou velhinha (rsrrsrsrs), a ECO 92 foi um evento
inesquecível!

Na ocasião, a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio


Ambiente e Desenvolvimento, que em 1972 havia sido em Estocolmo,
movimentou a cidade do Rio de Janeiro e ganhou a mídia brasileira e
internacional. Do mesmo modo, a conferência realizada na Suécia, foi
“reproduzida”, duas décadas mais tarde, na cidade do Rio e ficou
mundialmente conhecida como ECO-92.

Nesse encontro, líderes do mundo todo foram reunidos e


produziram importantes documentos que buscavam regulamentar os
mais variados elementos sobre o meio ambiente. Assim, entraram na
pauta das discussões para proteção ambiental: princípios sobre
Florestas, Convenção sobre Diversidade Biológica, Convenção sobre
Mudanças Climáticas, Agenda 21 e a Declaração do Rio.

Esses documentos tinham como principal objetivo definir um


rumo geral para as políticas ambientais essenciais de
desenvolvimento mundial. Assim, as políticas ali definidas deveriam
ditar um modelo de desenvolvimento sustentável que desse conta de
suprir às necessidades globais e, ao mesmo tempo, reconhecesse os
limites de desenvolvimento econômico.

Nessa linha, a Agenda 21 foi um documento elaborado


com o objetivo de servir de guia para que os Estados formulassem

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políticas públicas em matéria ambiental com vistas a promover o


desenvolvimento sustentável. Outra realização importante deste
evento foi a consolidação da Convenção-Quadro das Nações
Unidas sobre a Mudança do Clima por quase todos os países do
mundo.

Essa convenção nada mais é do que um tratado


internacional que tem como objetivo a estabilização da concentração
de gases do efeito estufa na atmosfera em níveis admissíveis pelo
sistema climático. É verdade também que ainda não se sabe, com
precisão, qual é a medida de gases que poderiam ser considerados
seguros, entretanto, boa parte da comunidade científica admite que a
contínua emissão de gases no ritmo atual trará fortes danos ao meio
ambiente.

Assim, amigos, é correto afirmar que tanto a Conferência de


Estocolmo quanto a ECO-92 foram marcos mais importantes para o
alargamento da gravidade da questão ambiental internacional.

Cabe destacar também o Protocolo de Kyoto, assinado na


cidade japonesa de mesmo nome no ano de 1997. A convenção em
Kyoto estabeleceu um sólido compromisso por parte dos países
desenvolvidos em reduzir a emissão de gases, mesmo com ônus aos
seus respectivos crescimentos econômicos. No entanto, apesar da
seriedade com que as nações encararam o protocolo, ainda não são
palpáveis os meios pelos quais seriam colocadas em prática as
medidas e o compromisso em reduzir as emissões de gás.

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O Protocolo de Kyoto faz parte da Convenção-Quadro das


Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas e determina que os
Estados deverão, para promover o desenvolvimento sustentável,
implementar ou aprimorar suas políticas nas mais diversas áreas,
como:

- aumento da eficiência energética;

- promoção de formas sustentáveis de agricultura;

- proteção e aumento de sumidouros e reservatórios de


gases de efeito estufa;

- redução gradual ou eliminação de incentivos fiscais, de


isenções tributárias e tarifárias e de subsídios para os setores
emissores de gases de efeito estufa;

- pesquisa, promoção, desenvolvimento e aumento do uso


de formas novas e renováveis de energia, de tecnologias de
seqüestro de dióxido de carbono e de tecnologias ambientalmente
seguras.

- limitação e/ou redução de emissões de metano por meio


de sua utilização no tratamento de resíduos, bem como na produção,
no transporte e na distribuição de energia e;

- medidas para limitar ou reduzir a emissão de gases de


efeito-estufa, como a aplicação do princípio do poluidor-pagador.

Aplicando o princípio do poluidor-pagador, o protocolo


criou o “Mecanismo de Desenvolvimento Limpo”, que deu a

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oportunidade para a criação de um mercado de créditos de carbono.


Mas o que seria isso exatamente?

Bem, na verdade, isso funciona como um sistema de


compra simples, em que aqueles países ou indústrias que não
conseguem atingir as metas de redução de emissões de gases do
efeito estufa têm que comprar créditos de carbono. Como todos nós
sabemos, a tática de economia mais eficaz é sempre aquela que
atinge o bolso, não é mesmo?

Em contrapartida aos “esbanjadores”, aquelas indústrias


que conseguissem diminuir suas emissões abaixo das cotas
determinadas, poderiam vender o excedente de "redução de emissão"
ou "permissão de emissão" no mercado nacional ou internacional.

De acordo com Portela, com a criação do mercado de


créditos de carbono, os países em desenvolvimento passaram a
negociar com os países desenvolvidos seus excedentes de "redução
de emissão" ou "permissão de emissão" no mercado nacional ou
internacional. Assim, os países em desenvolvimento tendem a
ampliar a execução de projetos que reduzem a poluição para ter mais
uma mercadoria para comercializar internacionalmente: seus
excedentes de ar puro.

Mas e quanto a metas? O Protocolo de Kyoto fixou metas


para a redução de emissão de gases?

Sim. Foram estabelecidas metas de redução de emissões


para os países, porém diferentes para cada um, em respeito ao
princípio da responsabilidade comum, mas diferenciada. Assim, já

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que a regra de redução não é valida para todos, países como o Brasil
podem realizar projetos de redução de emissões e negociar com os
que precisem os seus “créditos de carbono”.

Então, pessoal, deste modo fica claro que não são todos os
países que devem cumprir metas de redução de emissão de gases,
mas somente aqueles que estão relacionados no Anexo I do
protocolo de Kyoto - países mais industrializados. É correto afirmar
que no encontro ocorrido no Japão foram estabelecidas metas de
redução e um mercado de créditos de carbono por meio do qual os
países industrializados acabam financiando tecnologias consideradas
limpas em países em desenvolvimento, como forma de compensar
suas emissões de gases.

Apesar disso, passados quase 16 anos, constatou-se que


nada disso deu certo! Na tentativa de se chegar a um novo acordo
global sobre o clima, os países se reuniram, então, em Copenhague,
que infelizmente, não teve mais êxito que o protocolo de Kyoto.

Pessoal, sei que as vezes pode parecer um assunto até


ultrapassado para ser trabalho em atualidades ma acredite: não é!
Veja como esse assunto foi cobrado em prova, recentemente:

15 (CESPE/Agente Administrativo – UERN-2010) – A


Conferência do Clima de Copenhague, a COP15, é nossa
melhor oportunidade para salvar a civilização de um colapso
causado pelo aquecimento global. A relevância do evento
atraiu para a capital da Dinamarca cerca de 35 mil
participantes, entre chefes de Estado, diplomatas, políticos,

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ativistas, cientistas, empresários e jornalistas. Salvar o mundo


em uma semana parece uma missão quase impossível. Para
isso, os representantes de 193 países precisam chegar a
acordos internacionais que estabeleçam limites para as
emissões dos países ricos e compromissos das nações
emergentes.
Época, 11/12/2009 (com adaptações).
Considerando o texto acima, assinale a opção correta acerca
das questões ambientais.
a) O desmatamento é responsável por menos de 1% das emissões de
carbono do Brasil.
b) Árvores renovam naturalmente o ar que respiramos ao retirar CO2
da atmosfera e liberar oxigênio.
c) Antes da Conferência do Clima, o governo brasileiro se
comprometeu a aumentar o desmatamento.
d) A atividade agropecuária não interfere no aquecimento global.
e) Veículos elétricos e híbridos emitem a mesma quantidade de CO2
que veículos movidos a gasolina.

Comentários:

A letra A está errada. O desmatamento é o maior


responsável pelas emissões de CO2 no Brasil, chegando ao
percentual de 51,9%.

A letra B está correta. Aprendemos isso lá na aula de


Ciências do Ensino Fundamental, não é mesmo? As árvores absorvem
o CO2 e liberam oxigênio, o que demonstra a importância da
cobertura vegetal no combate ao aquecimento global.

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A letra C está errada. O Brasil se comprometeu a reduzir


o desmatamento.

A letra D está errada. A atividade agropecuária é a


segunda maior responsável no Brasil pelas emissões de CO2.

A letra E está errada. Os veículos elétricos não emitem


gases de efeito estufa.

16 (CESPE - Técnico de Nível Superior – UERN-2010) - O IPCC


(Painel Internacional sobre Mudanças Climáticas), organismo
ligado às Organizações das Nações Unidas, teve a sua
credibilidade abalada por equívoco em relatório sobre o
aquecimento do planeta. Acerca desse equívoco, assinale a
opção correta.
a) O erro foi a afirmação de que as geleiras do Himalaia podem
desaparecer neste século.
b) O equívoco do relatório foi afirmar que os recentes terremotos que
afetaram o planeta foram causados pelo aquecimento global.
c) A admissão do erro acarretou a demissão do presidente e do
conselho técnico do IPCC.
d) Após a verificação do erro, a Organização das Nações Unidas
transferiu as atribuições do IPCC para um novo órgão, a ser dirigido
pelos Estados Unidos da América (EUA).
e) Ao contrário de um aquecimento global, os dados indicariam, na
verdade, uma elevação do nível dos mares nos próximos cem anos.

Comentários:

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O IPCC é um organismo ligado à ONU que foi estabelecido


em 1988 com a finalidade de fornecer informações científicas,
tecnológicas e sócio-econômicas para que se possa ter a
compreensão do fenômeno das mudanças climáticas.

Em janeiro de 2010, foi descoberto um erro em um relatório


do IPCC. Segundo o relatório, as geleiras do Himalaia poderiam
desaparecer até 2035, vários anos mais cedo do que os números
mostram. Ao que tudo indica, o ano de 2350 foi confundido por 2035.

Esse erro foi polêmico porque reacende o debate acerca do


aquecimento global, já que há muitos que não acreditam que esse é
um fenômeno que realmente existe. Além disso, os métodos
científicos adotados pelo IPCC também foram postos em dúvida.
Dessa forma, a resposta correta é a letra A.

17 (CESPE- Técnico de Nível Superior – UERN-2010) - Entre os


dias 7 e 14 de dezembro de 2009, aconteceu, em Copenhague,
capital da Dinamarca, a 15.ª Conferência das Partes da
Convenção das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, mais
conhecida como COP-15. No que concerne aos resultados
dessa conferência, assinale a opção correta.
a) Os EUA reafirmaram a posição de George W. Bush de duvidar da
existência do aquecimento global.
b) A China sugeriu cortes agressivos de carbono para os países em
desenvolvimento, mas o Brasil se recusou a cumpri-los.
c) O documento final da conferência tem validade, mas não tem força
de cumprimento obrigatório entre os signatários.

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d) O principal embate se deu entre os EUA e a União Européia,


porque os europeus não quiseram cumprir as recomendações norte-
americanas.
e) Os países em desenvolvimento concordaram em se submeter à
redução obrigatória da emissão de gases poluentes até 2020.

Comentários:

A letra A está errada. Os EUA reconheceram a existência


do fenômeno do aquecimento global, demonstrando estarem abertos
à discussão do problema. Todavia, segundo afirmam alguns
especialistas, isso não passa de um discurso diplomático, já que
Obama não apresentou metas concretas a serem adotadas pelos
EUA.

A letra B está errada. A China demonstrou-se preocupada


com o problema climático, comprometendo-se voluntariamente a
reduzir entre 40% e 45% suas emissões de gases até 2020, o que
pode ser considerada uma meta agressiva. No entanto, ela defende o
princípio da responsabilidade comum, mas diferenciada, o que
significa que exige que os países desenvolvidos façam cortes de
emissões em nível bem mais elevado do que os países em
desenvolvimento.

A letra C está correta. O documento final da COP-15,


embora não estabeleça compromissos obrigatórios para os países,
possui sim validade.

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A letra D está errada. Os principais embates da COP-15


foram entre os países desenvolvidos e os países em desenvolvimento
e não entre EUA e União Européia.

A letra E está errada. Os países não assumiram metas


concretas de redução de emissões de gases na Conferência do Clima
de Copenhague.

18 (FUNCAB - DETRAN-SE - 2010) - A autorização do Instituto


Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis
(IBAMA) para o início das obras de integração do Rio São
Francisco às Bacias da Região Nordeste recebeu inúmeras
críticas tanto do Ministério Público quanto da sociedade. A
transposição consiste:
a) em levar as águas do rio para beneficiar os estados de Minas
Gerais, Sergipe e Alagoas.
b) em tornar o rio totalmente navegável até a sua foz durante todo o
ano.
c) na revitalização do rio em todo o seu percurso.
d) na utilização de suas águas para a implantação de hidrelétrica que
permita o uso da energia elétrica na região Norte e Nordeste.
e) na utilização das águas do rio para abastecer pequenos rios e
açudes da região Nordeste que possuem déficit hídrico durante a
estiagem.

Comentários:

A transposição do Rio São Francisco é uma questão que


suscita diversas controvérsias. De um lado, o governo mostra

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relatórios ambientais e defende que a transposição trará inúmeros


benefícios; do outro lado, há setores que defendem que os prejuízos
ambientais serão imensos. O fato é que, apesar de protestos como a
greve de fome feita por Frei Luiz na cidade de Cabrobó em 2005, as
obras de transposição do Rio São Francisco ainda continuam em
andamento.

Mas em que consiste a transposição do Rio São Francisco?

Bem, atualmente 95% das águas do Rio São Francisco


desembocam no mar e apenas 5% são utilizadas em cidades ou
irrigação. É visando um aproveitamento maior dessas águas para as
populações do semiárido que o governo pretende ligar o Rio São
Francisco a outros rios menores, levando água à região mais seca do
nordeste. Entretanto, a grande polêmica desse projeto é que não se
podem prever as consequências da transposição nem para as
espécies que vivem hoje no rio nem para a população que depende
delas para sobreviver. Conforme podemos verificar, a resposta
correta é, portanto, a letra E.

Ainda em relação ao assunto, a versão oficial do governo é a


de que o volume de água a ser retirada e desviada para outros rios é
muito pequeno, chegando a pouco mais de 1%. Mas o argumento
mais forte é que essa água beneficiaria a população que vive no
Polígono da Seca, cerca de 30 % da população do semiárido, o que
equivale a 12 milhões de pessoas sendo beneficiadas pela água.

_____________X____________

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Bem, amigos, vou encerrar a aula por aqui hoje, mas ainda
tem muito mais assunto para abordarmos sobre meio ambiente, ok?
Como meio ambiente e energia são assuntos que se cruzam em outra
aula falaremos muito mais deles!

Abraços pra vocês e até semana que vem!

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Bibliografia

Artigos disponíveis em < http://www.sep.org.br/artigo >


Acessado em 18/03/2010

GREGORY, Derek, et alli. Geografia Humana. Sociedade, Espaço e


Ciência Social. Rio de Janeiro: Zahar, 1996.

GREMAUD, Amaury Patrick. Economia brasileira contemporânea.


São Paulo: Atlas, 2009.

MAGNOLI, Demétrio. Geografia para ensino Médio. São Paulo:


Atual, 2008.

ROSS, Jurandir Sanches (org). Geografia do Brasil. - 6ª- edição -


São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2009.

SANTOS, Milton. Por uma Geografia nova. São Paulo: Editora da


Universidade de São Paulo, 2008.

_____________. O Espaço dividido: os dois circuitos da


Economia urbana dos países subdesenvolvidos. São Paulo:
Editora da Universidade de São Paulo, 2008.

SILVEIRA, Maria Laura (org.). Continente em Chamas.


Globalização e território na América Latina. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 2005.

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LISTA DE QUESTÕES

(CESPE/ABIN-2008) As migrações internacionais ocupam


parte importante das diplomacias e dos serviços de defesa do
Estado e dos cidadãos comuns que atravessam fronteiras
diariamente, em todo o mundo. A respeito desse tema, julgue
os itens seguintes (1 ao 4).

1 - A criminalização crescente das migrações econômicas e


sociais denota que o direito de ir e vir da pessoa faz-se
subalterno ao privilégio universal da livre circulação dos
capitais.

2 - Legislações draconianas, como as que vêm sendo adotadas


pela União Européia, expõem, por um lado, a noção de que a
função histórica da grande imigração de africanos e asiáticos
para o trabalho nas indústrias européias do pós-guerra perdeu
função histórica e, por outro, que a reciprocidade
internacional em relação à América Latina, formada em parte
por imensas levas de desterrados europeus, perdeu valor de
direito internacional ante o realismo político dos interesses
nacionais e comunitários europeus.

3 - As migrações internacionais, amenizadas no continente


africano diante do fim do ciclo belicoso interno das últimas

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décadas do século XX, deixaram de ser um tema relevante das


relações interestatais afro-européias.

4 - A migração forçada ou enganosa, muitas vezes em forma


de tráfico de pessoas, ainda que seja um tema de impacto
internacional, possui modesta implicação na segurança dos
Estados nacionais neste início de século.

5 (CESPE/IRB-2010) - No que se refere ao espaço rural no


Brasil, assinale a opção correta.
a) A revalorização do espaço rural como lugar para se trabalhar e
para se viver, uma das recentes transformações ocorridas no campo,
não se relaciona diretamente com as demandas pela terra e com os
assentamentos rurais.
b) O Programa de Apoio à Agricultura Familiar (PRONAF), ao
fragmentar o espaço rural, provocou a redução da produtividade
agrícola e, como consequência, a redução da oferta de alimentos nas
cidades de pequeno e médio porte.
c) Na primeira metade do século XX, o espaço rural brasileiro
caracterizou-se pelas grandes plantações cafeeiras, a que se seguiu a
agricultura familiar com sua pluriatividade e o processo de
modernização da base técnica na agropecuária, que caracterizou o
final do século.
d) A pluriatividade, realidade da nova concepção de espaço rural
adotada pelo agronegócio, ainda não se incorporou à agricultura
familiar, baseada na agricultura de subsistência.
e) Historicamente, as políticas públicas, visando à exportação,
privilegiaram a agricultura de larga escala, o que forçou o processo
de modernização da agropecuária e contribuiu para o êxodo rural.

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6 (FGV/Analista Legislativo-2008) - A migração é uma das


questões mais debatidas no mundo atual. No modelo de
pensamento estrutural, os indivíduos não fazem escolhas, ou
melhor, não são os indivíduos e suas escolhas individuais que
explicam os fluxos e a localização da população. No espaço,
que não é mais o espaço da liberdade individual, mas o espaço
da estrutura capitalista, é o movimento do capital, sua
expansão ou retração, seu deslocamento ou permanência que
comandam a mobilidade e a localização do trabalho.
(Vainer, Carlos B. Reflexões sobre o poder de mobilizar e
imobilizar na contemporaneidade, 2005.)
Assinale a única afirmativa que não expressa o pensamento
estruturalista.
a) Os movimentos locacionais e a estrutura do espaço estão
submetidos à lógica e à dinâmica do capital.
b) A mobilidade do trabalhador aparece como manifestação da
necessidade do capital e sua mobilidade está submetida a ele.
c) A mobilidade dos trabalhadores resulta de ações racionais
orientadas pelo mercado que dispõe de seu capital humano no livre
jogo da oferta e da procura.
d) A mobilidade do trabalhador e o seu desenraizamento são sinais
de que ele é totalmente despossuído dos meios de produção e
subsistência, e, portanto, subordinado ao movimento do capital.
e) Os movimentos dos trabalhadores e os deslocamentos das
populações são apenas movimentos reflexos do movimento do
capital, que é o verdadeiro protagonista do espaço estrutural.

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7 (Questão inédita) O Estado contribuiu para o processo em


curso de descentralização da produção industrial no território
brasileiro por meio de políticas de desenvolvimento regional,
como, por exemplo, disponibilizando energia.

(CESPE/ABIN-2008) Ainda em meados do século XX, o Brasil


era composto de manchas de adensamento econômico
isoladas entre si e orientadas para o mercado exterior, o que
revelava sua feição espacial herdada de um processo de
ocupação que deixou marcas diferenciadas no extenso
território nacional, conforme se desdobravam, com grande
descontinuidade temporal e geográfica, os diversos ciclos
econômicos voltados para a exportação. (IBGE. Brasil em
números, v. 14, 2006, p. 45 (com adaptações)

Acerca da organização do espaço brasileiro e das atividades


econômicas desenvolvidas no território nacional, julgue os
itens subseqüentes.

8 (CESPE/ABIN-2008) - Sobre a “feição espacial herdada de


um processo de ocupação”, a industrialização promoveu a
desconexão entre as regiões brasileiras, acentuando a
supremacia econômica do Sudeste.

9 (CESPE/ABIN-2008) A “grande descontinuidade temporal e


geográfica” mencionada no texto explica-se pelo processo de
ocupação territorial em que foi privilegiada a atividade
agrícola, espalhada nas diversas regiões do país.

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10 (CESPE/ABIN-2008) O padrão de rede urbana encontrado


no país, hierarquizado segundo o tamanho das cidades,
espelha a integração e a articulação de todo o território
nacional.

11 (QUADRIX/DATAPREV-2010) Em 2009, o programa das


Nações Unidas para o Desenvolvimento, órgão da ONU,
divulgou um relatório no qual o Brasil aparece na 75ª- posição
num total de 182 países analisados no rancking do Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH). O IDH varia de 0 a 1 e
procura medir o desenvolvimento humano a partir de três
elementos: saúde, educação e PIB per capita. Do relatório
anterior para o divulgado em 2009, o IDH brasileiro variou de
0,808 para 0,813. Sobre as condições de vida da população
brasileira considere-se as seguintes informações:

I - As cidades brasileiras com maior IDH situam-se sobretudo


nas regiões sul e sudeste, ao passo que as cidades com menor
IDH situam-se sobretudo nas regiões norte e nordeste.

II - Como a renda per capita da população brasileira vem


crescendo nos últimos anos sobretudo entre as classes mais
pobres, a concentração de renda do Brasil (que se relaciona à
desigualdade social ) deixou de figurar entre as maiores do
mundo, sendo a partir de 2007 uma das menores do planeta.

III - O Brasil é o pais da America Latina com o melhor Indice


de Desenvolvimento Humano, superando países como
Argentina e Uruguai.

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IV - Um dos fatores que impulsionaram o aumento da


qualidade de vida da população brasileira é o crescente
aumento da taxa de fecundidade da população, combinado á
redução da mortalidade infantil.

Dadas as afirmações acima, é correto dizer que:

a)Todas as afirmações estão corretas

b) Apenas as afirmações I, II e III estão corretas.

c)Apenas a afirmação III está incorreta.

d) Apenas a afirmação I está correta.

e) Apenas as afirmações I e IV estão corretas.

12 [Adaptada - (CESPE/ABIN-2008)] - O século XX assistiu a


um rápido crescimento da população mundial, que partiu de
1,6 bilhões e alcançou 6,1 bilhões. Não se prevê uma
estabilização para o atual século, porém, para 2050, a
expectativa é de 9 bilhões de habitantes no planeta.

Ao lado da perspectiva de crescimento populacional mundial, o


movimento de pessoas cruzando fronteiras como imigrantes é
um aspecto relacionado ao processo de integração global,
fonte potencial de conflitos sociais.

13 (CESPE/ABIN-2008) A questão ambiental, tendo em vista


suas implicações sociais, econômicas e políticas, ganhou
repercussão e passou a fazer parte das políticas nacionais e

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do fórum de debate mundial. Acerca desse assunto, julgue os


itens subseqüentes.

Com a maior parte da população brasileira vivendo em


aglomerações urbanas, a degradação da qualidade do meio
ambiente urbano e dos recursos naturais tem sido motivo de
conflitos e de proliferação de doenças nas cidades.

14 (CESPE/ABIN-2008) - Todos os países, sejam eles pobres


ou ricos, são responsáveis pela degradação ambiental, o que
explica a necessidade de acordos internacionais para a
mitigação dos efeitos adversos e a resolução de conflitos.

15 (CESPE/Agente Administrativo – UERN-2010) - A


Conferência do Clima de Copenhague, a COP15, é nossa
melhor oportunidade para salvar a civilização de um colapso
causado pelo aquecimento global. A relevância do evento
atraiu para a capital da Dinamarca cerca de 35 mil
participantes, entre chefes de Estado, diplomatas, políticos,
ativistas, cientistas, empresários e jornalistas. Salvar o mundo
em uma semana parece uma missão quase impossível. Para
isso, os representantes de 193 países precisam chegar a
acordos internacionais que estabeleçam limites para as
emissões dos países ricos e compromissos das nações
emergentes.
Época, 11/12/2009 (com adaptações).

Considerando o texto acima, assinale a opção correta acerca


das questões ambientais.

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a) O desmatamento é responsável por menos de 1% das emissões de


carbono do Brasil.
b) Árvores renovam naturalmente o ar que respiramos ao retirar CO2
da atmosfera e liberar oxigênio.
c) Antes da Conferência do Clima, o governo brasileiro se
comprometeu a aumentar o desmatamento.
d) A atividade agropecuária não interfere no aquecimento global.
e) Veículos elétricos e híbridos emitem a mesma quantidade de CO2
que veículos movidos a gasolina.

16 (CESPE- Técnico de Nível Superior – UERN-2010) - O IPCC


(Painel Internacional sobre Mudanças Climáticas), organismo
ligado às Organizações das Nações Unidas, teve a sua
credibilidade abalada por equívoco em relatório sobre o
aquecimento do planeta. Acerca desse equívoco, assinale a
opção correta.
a) O erro foi a afirmação de que as geleiras do Himalaia podem
desaparecer neste século.
b) O equívoco do relatório foi afirmar que os recentes terremotos que
afetaram o planeta foram causados pelo aquecimento global.
c) A admissão do erro acarretou a demissão do presidente e do
conselho técnico do IPCC.
d) Após a verificação do erro, a Organização das Nações Unidas
transferiu as atribuições do IPCC para um novo órgão, a ser dirigido
pelos Estados Unidos da América (EUA).
e) Ao contrário de um aquecimento global, os dados indicariam, na
verdade, uma elevação do nível dos mares nos próximos cem anos.

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17 (CESPE - Técnico de Nível Superior – UERN-2010) - Entre


os dias 7 e 14 de dezembro de 2009, aconteceu, em
Copenhague, capital da Dinamarca, a 15.ª Conferência das
Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Mudança do
Clima, mais conhecida como COP-15. No que concerne aos
resultados dessa conferência, assinale a opção correta.
a) Os EUA reafirmaram a posição de George W. Bush de duvidar da
existência do aquecimento global.
b) A China sugeriu cortes agressivos de carbono para os países em
desenvolvimento, mas o Brasil se recusou a cumpri-los.
c) O documento final da conferência tem validade, mas não tem força
de cumprimento obrigatório entre os signatários.
d) O principal embate se deu entre os EUA e a União Européia,
porque os europeus não quiseram cumprir as recomendações norte-
americanas.
e) Os países em desenvolvimento concordaram em se submeter à
redução obrigatória da emissão de gases poluentes até 2020.

18 (FUNCAB - DETRAN-SE- 2010) - A autorização do Instituto


Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis
(IBAMA) para o início das obras de integração do Rio São
Francisco às Bacias da Região Nordeste recebeu inúmeras
críticas tanto do Ministério Público quanto da sociedade. A
transposição consiste:
a) em levar as águas do rio para beneficiar os estados de Minas
Gerais, Sergipe e Alagoas.
b) em tornar o rio totalmente navegável até a sua foz durante todo o
ano.

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c) na revitalização do rio em todo o seu percurso.


d) na utilização de suas águas para a implantação de hidrelétrica que
permita o uso da energia elétrica na região Norte e Nordeste.
e) na utilização das águas do rio para abastecer pequenos rios e
açudes da região Nordeste que possuem déficit hídrico durante a
estiagem.

Gabarito

1. C 2. C 3.E 4. E 5. letra E

6. letra C 7. C 8. E 9. E 10. E

11. letra D 12. C 13. C 14. C 15.letra B

16. letra A 17. letra C 18. letra E

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