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LIBERDADE
LIBERDADE COMO DIREITO FUNDAMENTAL
BOA VISTA, RR
2016
ANNE AMÉLIA DE ARAÚJO CUNHA (RELATORA)
CLEBER MADURO PRADO
LEON VITOR DE BRITO FRANCELINO (COORDENADOR)
MARIA CAROLINA DE OLIVEIRA CAMARGO
LIBERDADE
LIBERDADE COMO DIREITO FUNDAMENTAL
BOA VISTA, RR
2016
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.............................................................................................................I
1.CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE LIBERDADE.................................................5
2. ANÁLISE HISTÓRICA.............................................................................................9
4. LIBERDADE DE AÇÃO..........................................................................................16
5. LIBERDADE DE LOCOMOÇÃO............................................................................17
CONCLUSÃO............................................................................................................24
REFERÊNCIAS.........................................................................................................25
ANEXO......................................................................................................................26
IV
INTRODUÇÃO
Gomes Canotilho, Gilmar Mendes, Jorge de Miranda e Paulo Bonavides, além dos conceitos
elaborados por outros inúmeros doutrinadores de Direito Constitucional.
O conceito jurídico de liberdade é tido como faculdade ou poder outorgado à pessoa
para que aja segundo sua própria determinação, desde que mantendo o respeito às leis, em
Direito Constitucional as liberdades representam os direitos fundamentais (ou direitos
humanos) que garantem ao indivíduo uma área livre de intervenção do governo.
Uma das primeiras menções a liberdade como um direito surge no famoso lema da
revolução francesa: liberdade, igualdade e fraternidade. É a partir dele também que se baseia a
pesquisa histórica, apesar de não ter sido necessariamente o surgimento de uma discussão
acerca dos direitos de liberdade, é um dos acontecimentos mais relevantes da Idade Moderna.
Os três elementos do lema também definiriam posteriormente o centro de cada geração de
direitos humanos, tendo liberdade como a primeira (direitos negativos), igualdade como a
segunda (direitos positivos) e fraternidade como a terceira.
Paulo Bonavides ressalta a importância dos direitos de liberdade, tidos como primeira
geração (ou dimensão) de direitos humanos:
1 STEINMETZ, Wilson. Direitos fundamentais da pessoa como ser individual e autonomamente considerado.
“Identificando-se os elementos estruturais dos direitos fundamentais, sobretudo a titularidade e a natureza do
objeto, constata-se que inúmeros direitos fundamentais políticos e sociais prescritos na CF também são de
natureza individual.”
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1.1. Definição
“Uma grande parte da tecnologia física é resultado desta luta pela liberdade. Através
dos séculos, de diversas formas, os homens construíram um mundo onde estavam
relativamente livres de muitas espécies de ameaças ou estímulos perigosos –
extremos de temperatura, fontes de infecção, perigo, e até mesmo aqueles estímulos
aversivos secundários que podem ser denominados de desconfortantes. (SKINNER,
1983, p. 26) ”
“[...]ser livre aquilo que se não refere a outro nem de outros depende; só nisto
aparece a verdadeira posse de si, e a verdadeira e própria satisfação; em tudo o mais
que não seja pensamento, o espírito não alcança esta liberdade[...] ” (HEGEL, 1816,
p.342)
constitucional, que seriam os mesmo a impor as regras de sua restrição. As liberdades seriam
as públicas ou simplesmente liberdades, as liberdades de reservar a pessoa uma área de
atuação imune à intervenção do poder. Montesquieu afirma em seu livro O espírito das leis
que “A liberdade é o direito de fazer tudo o que as leis permitem”.
A partir do conceito jurídico de liberdade podemos extrair as concepções de liberdades
individuais que reúnem todos os direitos e poderes assegurados à pessoa para que possa
livremente exercer qualquer atividade, e as coletivas que exigem a participação de vários
indivíduos para serem usufruídas, ambas respeitando os princípios e restrições anotados em
lei.
“Se eu sou prevenido por terceiros de fazer aquilo que eu outrora conseguiria, eu sou
até este ponto ‘deslivre’ (não-livre); eu posso ser descrito como coagido, ou, talvez
seja, escravizado.”3 (BERLIN, 1959, p. 3, tradução nossa)
Liberdade negativa é compreendida como não ser impedido de agir por qualquer
pessoa de fazer, sem ter limites expressos contra uma certa ação, já a liberdade positiva é vista
como um autogoverno do indivíduo, uma liberdade de caráter pessoal.
A liberdade em seu sentido negativo e positivo também pode ser explicada pela
chamada autonomia da vontade, elaborada por Kant. Nela, liberdade em sentido negativo
pode ser definida como “independência em relação a qualquer coação exterior” ligada ao
cidadão e em sentido positivo como “legislação da própria razão”.
Os dois autores têm em comum a concepção de que apesar de serem dois conceitos
diferentes, são complementares, o que abre a possibilidade para afirmar que não pode existir
um tipo de liberdade sem a outra.
Júlio César Casarin ao fazer um estudo dos textos de Berlin levanta uma questão de
suma importância:
2 “The 'positive' sense of the word 'liberty' derives from the wish on the part of the individual to be his own
master.” BERLIN, Isaiah (1958) “Two Concepts of Liberty. ” In Isaiah Berlin (1969) Four Essays on Liberty.
Oxford: Oxford University Press.
3 “If I am prevented by others from doing what I could otherwise do, I am to that degree unfree; and if this area
is contracted by other men beyond a certain minimum, I can be described as being coerced, or, it may be,
enslaved.” BERLIN, Isaiah (1958) “Two Concepts of Liberty.” In Isaiah Berlin (1969) Four Essays on Liberty.
Oxford: Oxford University Press.
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O que pode ser entendido como limites da liberdade é observado inicialmente como a
própria liberdade dos nossos pares, trazendo um limite que garante a não interferência na
liberdade alheia. Tal limite inerente a liberdade de um indivíduo que vive em sociedade possui
garantia expressa na forma de lei, visto que essa lei tem como objetivo meramente regular e
dispor dos meios para que os cidadãos possam gozar desse direito fundamental.
“No fim do século XVIII, Immanuel Kant revoluciona a moral política e defende
que a lei não deve fazer outra coisa senão permitir que todos os indivíduos e,
mediante procedimentos igualitários para todos esses indivíduos, tenham a liberdade
de buscar sua própria felicidade até o limite da liberdade dos demais indivíduos”
(FIORAVANTI, 2007, p. 123).
Sendo assim a função estatal da jurisdição é exercida com maior eficácia quando se utiliza
o mínimo de restrições necessárias para uma convivência pacífica. O controle da
constitucionalidade das leis é uma garantia suplementar das liberdades individuais.
Com essa compreensão o controle de constitucionalidade das leis é visto como regulador
de limitações para que o legislador não se exceda ao restringir direitos dos cidadãos de forma
abusiva. Deste modo está disposto na constituição federal de 1988 no artigo 5º, inciso II, que
o indivíduo não será obrigado a fazer ou deixar de fazer algo a não ser em virtude de lei, a
limitadora da liberdade.
A legislação existe, pois, para que haja de fato e de direito liberdade, uma limitação das
liberdades individuais, embora pareça contraditório pensar que o cerceamento de alguns
direitos seja necessário para que outros sejam garantidos é o que decorre da vida em
sociedade. Visto que se não cercearmos as liberdades de cada um o todo estará em risco,
devemos gozar das nossas liberdades desde que as mesmas não interfiram na dos outros.
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2. ANÁLISE HISTÓRICA
Na idade antiga temos diversas influencias, entre elas, o Código de Hamurabi. Datado
de 1690 a.C., foi um conjunto de leis escritas, considerada uma das primeiras codificações a
positivar direitos, destaca-se pela consagração da igualdade entre homens, prevendo a
supremacia das leis em relação ao governo.
Porém, apesar de ser um grande passo para a positivação das leis e também do que
viriam a ser as constituições e direitos fundamentais, a liberdade não era um aspecto discutido
no Código de Hamurabi, assim fundamenta Kersten:
“Em liberdade não se pode falar, porque nada havia de liberdade nessa legislação,
também não é possível dizer igualdade, um símbolo dos direitos humanos de
segunda dimensão, mas com certeza não há como deixar de lembrar dos direitos
econômicos que também fazem parte da segunda dimensão e estes com alguma
rudimentariedade estão presentes e por isso, faz-se necessário considerar a
existência de humanitarismo, o qual somente podemos depreender analisando
situações posteriores, que vêm a ser os direitos humanos e assim tentar consolidar
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uma visão um pouco mais crítica sobre o Código, pois além de seu aspecto histórico,
não há como negar o valor de seu conteúdo.” (KERSTEN, 2007, p.3)
Apesar de não apresentar aspectos de liberdade, o código se mostrou de grande
importância para a consolidação dos direitos fundamentais ao longo da história.
Em seguida, a Lei das Doze Tábuas, de aproximadamente 450 a.C. surge como uma
constituição antiga romana, conjunto de leis e procedimentos referentes ao direito privado que
romperam pela primeira vez com a separação de classes em Roma. A Lei das Doze Tábuas é
considerada marco de consagração da liberdade, propriedade e proteção aos direitos do
cidadão. Duas foram as consequências destas leis, de acordo com Luzia Silva:
“a) a lei não mais se apresenta como formula indiscutível e que não pode ser
mudada por ditada por uma divindade, transformando-se em obra humana, deixando
de ser dívida, é reconhecida a possibilidade de sujeitar os preceitos legais a
mudanças; se a lei é feita pelo homem, este pode modifica-la
b) a lei, antes parte da religião e propriedade das famílias sagradas, torna-se
propriedade comum de todos” (SILVA, 2016, p.7)
Este conjunto de leis nivela a sociedade, tentando estabelecer uma igualdade, e
também tem em seus dispositivos um conteúdo ético, que, aliado as influencia religiosas da
época levam a uma ideia similar do que concebemos hoje como Direitos Humanos. Foi um
conjunto de leis escrito a partir da pressão popular, dos patrícios para usufruto do povo.
Quando falamos em direitos fundamentais na idade média, um dos maiores marcos foi
a Magna Carta de 1215 (Magna Charta Libertatum), limitando os poderes do rei e trazendo
avanços como o habeas corpus, o devido processo legal, a substituição das ordálias pelo júri.
“[...] merece destaque a Magna Carta, outorgada por João Sem-Terra no século XII
devido a pressões exercidas pelos barões decorrentes do aumento de exações fiscais
para financiar campanhas bélicas e pressões da igreja para o Rei submeter-se a
autoridade papal. ” (COMPARATO, 2003, p. 71 e 72).
Podemos então considerar a Magna Carta como garantidoras de certas liberdades civis
como a liberdade de ir e vir:
“Tal documento reconheceu vários direitos, tais como a liberdade eclesial, a não
existência de impostos, sem anuências dos contribuintes, a propriedade privada, a
liberdade de ir e vir e a desvinculação da lei e da jurisdição da pessoa do monarca. ”
(COMPARATO, 2003, p. 79 e 80).
Embora a carta de 1215 carregue muitas garantias fundamentais consideradas no
constitucionalismo atual, o medievo ainda continuou com poucas liberdades para o homem
comum, pois a carta:
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“No final da Idade Média, no século XIII, aparece a grande figura de Santo Tomás
de Aquino, que, tomando a vontade de Deus como fundamento dos direitos
humanos, condenou as violências e discriminações, dizendo que o ser humano tem
direitos naturais que devem ser sempre respeitados, chegando a afirmar o direito de
rebelião dos que forem submetidos a condições indignas. ” (DALLARI, 2000, p.
54)
A era moderna, por sua vez, constitui um período marcado por grandes mudanças
tanto na ordem social como econômica. O marco inicial é dado como a conquista de
Constantinopla pelos turcos otomanos e marco de seu fim sendo a Revolução Francesa. Nesse
período ocorreu a passagem do sistema Feudalista para o sistema Capitalista, com a
diminuição do poder da nobreza, a desvalorização da terra e a ascensão da burguesia e o
renascimento comercial e cultural.
Dentro desse contexto podemos destacar alguns acontecimentos históricos que tiveram
grande importância para a sedimentação da liberdade, e outros direitos, como direitos
fundamentais. De acordo com Rubio (1998) pode-se citar o Édito de Nantes, onde o Rei
Enrique IV da França proclamou liberdade religiosa, na época uma concessão real que podia
(e foi, posteriormente) desfeita.
Ferreira Filho (1998) entende como relevante para época documentos tais quais o
Petition of Right de 1628 que “reclama a necessidade de consentimento na tributação, o
julgamento pelos pares para a privação da liberdade e a proibição de detenções arbitrárias”.
Também pode ser citada a lei de habeas corpus de 1679 protegendo a liberdade de
locomoção. Destacam-se alguns acontecimentos na era moderna: Revolução Gloriosa,
Declaração de Direitos do Bom Povo da Virgínia e Independência das 13 Colônias,
Constituição Federal dos Estados Unidos da América e a Revolução Francesa.
A Revolução Gloriosa na Inglaterra depôs o Rei Católico Jaime I, iniciando o período
protestante na Inglaterra. Com isso a Inglaterra passou definitivamente de uma monarquia
absolutista para um regime parlamentarista com o Rei sendo apenas o Chefe de Estado. Após
a revolução ocorreu a declaração do documento conhecido como Bill of Rights neste foram
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4. LIBERDADE DE AÇÃO
II – Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
“A Constituição de 1988, em seu art. 5º, II, traz incólume, assim, o princípio liberal de
que somente em virtude de lei podem-se exigir obrigações dos cidadãos. Ao incorporar
essa noção de lei, a Constituição brasileira torna explícita a intrínseca relação entre
legalidade e liberdade. A lei é o instrumento que garante a liberdade. ” (MENDES, p.
1385)
5. LIBERDADE DE LOCOMOÇÃO
XV - É livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer
pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;
Seguindo a garantia do direito geral de liberdade, assegurado no caput do artigo 5 o, é
afirmado no inciso XV do mesmo artigo que a livre locomoção é direito de todos, nos termos
da lei. O mesmo figura como um pressuposto ao real cumprimento e realização de outros
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direitos fundamentais contidos na constituição. Dentre tais direitos está prevista a concessão
de habeas corpus.
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo
legal;
O direito de ir e vir não é exclusividade das constituições modernas, sendo garantido
aos cidadãos desde os tempos da Grécia e Roma, tento momentos de revoltas ligados a
necessidade de proteção deste direito durante a Idade Média. Fora garantida na Magna Carta,
aos cidadãos livres como direito de sair, entrar, e residir e percorrer em território Inglês.
Tendo em vista que o direito de ir e vir deve ser equiparável ao interesse social, para
que além da busca pela pacificação tenhamos também a segurança. Sendo legítimo
constitucionalmente eventuais restrições condicionadas à satisfação do princípio da
proporcionalidade. Possuindo também como limite natural o direito do outro.
informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição,
observado o disposto nesta Constituição.”
Sendo o pensamento extremamente íntimo e restrito ele se torna absolutamente livre, pois
enquanto não exteriorizado não é fato relevante para a comunidade.
“[...] o pensar, o raciocinar, o refletir são absolutamente livres, pois que a ninguém e
a nenhum organismo é lícito invadir essa esfera da interioridade humana.” (SOUZA,
2006, p.27)
A partir então da sua expressão sendo qualquer a forma, que são impostos limites ao
pensamento tendo em vista a responsabilidade civil e penal do emitente
Junto ao direito de expressão temos também o direito de resposta previsto no artigo 5º:
A arte, enquanto fundamento da liberdade artística, diferencia esta liberdade dos outros
direitos que compõe o conteúdo da liberdade de expressão em sentido amplo, logo, ainda que
seja espécie do gênero liberdade de expressão. A Constituição assegura, o direito de resposta e
indenização por dano material ou moral a imagem. O texto traz, então, como solução para
eventuais conflitos entre a liberdade de expressão e os direitos da personalidade o direito de
resposta e a indenização por dano moral ou material, mostrando, claramente, uma opção pela
reparação posterior do dano, em detrimento da censura prévia de qualquer forma de
manifestação do pensamento. Além do artigo 5º o artigo 220 da Constituição cujo caput
determina que a manifestação do pensamento, a expressão e a criação, não sofreram qualquer
restrição, observado o disposto na Constituição.
“[...] sem garantir o trabalho ou seu conteúdo, nem a possibilidade de trabalhar, nem
o emprego, tampouco as condições materiais para a investidura num ofício ou para a
aquisição de qualquer profissão.” (LIMA, 2003, p.1):
Este inciso permite que os indivíduos possuam autonomia na escolha de suas
profissões sem interferências indevidas do Estado, garantindo duas faces de um mesmo
direito: a liberdade de escolha (de acordo com seu desejo e vocação) e livre exercício (de
acordo com sua capacidade, dentro da lei) da profissão. Sua importância se demonstra através
da compreensão de que não é o Estado responsável por determinar as profissões exercidas,
mas sim cada pessoa, seguindo suas vontades, conhecimentos e necessidades. Nesse mesmo
entendimento, diz Sarlet:
CONCLUSÃO
Ao término da elaboração deste trabalho, nos foi possível obter melhor compreensão
sobre liberdade como direito fundamental, tudo o que congregou para sua fundamentação e
evolução no decorrer do tempo, a partir da análise feita pelos autores referenciados e nos
quais fundamentamos o projeto. Para a composição da compreensão de liberdade é
imprescindível a contribuição de cada jusfilósofo, psicólogo, sociólogo, dentre outros, pois, a
mesma foi construída sob diversas perspectivas através dos séculos.
A contribuição de todos estes referidos até o momento é valorada em nosso trabalho.
Desde a idade antiga, até a compreensão contemporânea das constituições, é possível observar
as mudanças pelas quais a liberdade passou e como veio a ser entendida. É na visão
constitucional moderna, influenciada pelo iluminismo, ideais da Revolução Francesa e
fundamentadas no Estado democrático de direito que se consolida a compreensão como um
direito fundamental de todos os indivíduos.
Na história brasileira desde a primeira constituição a liberdade se mostra um elemento
presente, embora limitado pelas diferenças de classes e mais tarde, por alguns aparatos
políticos influenciados por regimes autoritários, e em 1988 sendo consagrada desde o
preâmbulo com um conceito de liberdade geral e com destaque especial no quinto artigo, com
as liberdades específicas. Foi uma grande conquista após décadas obscuras e com violações
recorrentes ao direito de liberdade provocadas por uma ditadura militar.
A liberdade vem disposta em oito incisos do artigo quinto, destacados de maneira a
separar e caracterizar cada um deles, tornando possível uma análise individual para
compreender o contexto por trás de cada de garantia, sua história e fundamentação teórica no
direito brasileiro.
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REFERÊNCIAS
AQUINO, Rubim Santos Leão de. História das sociedades modernas às sociedades
atuais. Rio de Janeiro: Imperial Novo Milênio, 2009, 664 p.
BASTOS, Celso Ribeiro. Curso de direito constitucional. 19.ed. atual. São Paulo:
Saraiva, 1998. p.187.
BERLIN, Isaiah (1958) “Two Concepts of Liberty.” In Isaiah Berlin (1969) Four
Essays on Liberty. Oxford: Oxford University Press.
BOBBIO, Noberto. A era dos direitos. Tradução de Carlos Nelson Coutinho. 19 ed.
Rio de Janeiro: Elsevier, 1992.
GRECCO, Vicente Filho. Tutela constitucional das liberdades. São Paulo: Saraiva,
1989.
28
POLANYI, Michael, Science, Faith and Society. Chigago University Press, p.9, 1964.
RUIZ, Thiago. O direito à liberdade: uma visão sobre a perspectiva dos direitos
fundamentais. Revista do Direito Público, v. 1, n. 2, p. 137-150, 2006.
SILVA, Luzia Gomes da. A evolução dos Direitos Humanos. Conteúdo Jurídico,
Brasília: DF. 08 abr. 2013. Disponível em <http://www.conteudojuridico.com.br/?
artigos&ver=2.42785&seo=1>. Acesso em 07 jun. 2016.
SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 28ª ed. rev. e atual.
São Paulo: Malheiros, 2007.
SOUZA, Nelson Oscar de. Manual de direito constitucional. Rio de Janeiro: Forense,
2006. p.427.
SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 16ª ed. rev.
atual. São Paulo: Malheiros, 1998, p. 249.
ANEXO A
Pesquisa de Jurisprudência
Acórdãos
Publicação
PROCESSO ELETRÔNICO
DJe‐018 DIVULG 29‐01‐2016 PUBLIC 01‐02‐2016
Parte(s)
Ementa
EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ARTS. 20 E 21 DA LEI N.
10.406/2002 (CÓDIGO CIVIL). PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADE ATIVA REJEITADA.
REQUISITOS LEGAIS OBSERVADOS. MÉRITO: APARENTE CONFLITO ENTRE PRINCÍPIOS
CONSTITUCIONAIS: LIBERDADE DE EXPRESSÃO, DE INFORMAÇÃO, ARTÍSTICA E
CULTURAL, INDEPENDENTE DE CENSURA OU AUTORIZAÇÃO PRÉVIA (ART. 5º INCS. IV, IX,
XIV; 220, §§ 1º E 2º) E INVIOLABILIDADE DA INTIMIDADE, VIDA PRIVADA, HONRA E
IMAGEM DAS PESSOAS (ART. 5º, INC. X). ADOÇÃO DE CRITÉRIO DA PONDERAÇÃO PARA
INTERPRETAÇÃO DE PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL. PROIBIÇÃO DE CENSURA (ESTATAL OU
PARTICULAR). GARANTIA CONSTITUCIONAL DE INDENIZAÇÃO E DE DIREITO DE
RESPOSTA. AÇÃO DIRETA JULGADA PROCEDENTE PARA DAR INTERPRETAÇÃO CONFORME
À CONSTITUIÇÃO AOS ARTS. 20 E 21 DO CÓDIGO CIVIL, SEM REDUÇÃO DE TEXTO. 1. A
Associação Nacional dos Editores de Livros Anel congrega a classe dos editores,
considerados, para fins estatutários, a pessoa natural ou jurídica à qual se atribui o direito
de reprodução de obra literária, artística ou científica, podendo publicála e divulgála. A
correlação entre o conteúdo da norma impugnada e os objetivos da Autora preenche o
requisito de pertinência temática e a presença de seus associados em nove Estados da
Federação comprova sua representação nacional, nos termos da jurisprudência deste
Supremo Tribunal. Preliminar de ilegitimidade ativa rejeitada. 2. O objeto da presente ação
restringese à interpretação dos arts. 20 e 21 do Código Civil relativas à divulgação de
escritos, à transmissão da palavra, à produção, publicação, exposição ou utilização da
imagem de pessoa biografada. 3. A Constituição do Brasil proíbe qualquer censura. O
exercício do direito à liberdade de expressão não pode ser cerceada pelo Estado ou por
particular. 4. O direito de informação, constitucionalmente garantido, contém a liberdade
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de informar, de se informar e de ser informado. O primeiro referese à formação da opinião
pública, considerado cada qual dos cidadãos que pode receber livremente dados sobre
assuntos de interesse da coletividade e sobre as pessoas cujas ações, públicoestatais ou
públicosociais, interferem em sua esfera do acervo do direito de saber, de aprender sobre
temas relacionados a suas legítimas cogitações. 5. Biografia é história. A vida não se
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudenciaDetalhe.asp?s1=000300312&base=baseAcordaos 1/9
29/07/2016 Pesquisa de Jurisprudência :: STF Supremo Tribunal Federal
Decisão