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Todos os materiais deformam-se pela ação de uma

2 carga aplicada

Resistência dos Materiais  fornece, para os diversos


materiais (concreto, madeira, aço etc.) empregados
em construção, as características da correlação entre
as cargas e as respectivas deformações.
3 Engenharia de fundações  problema é mas complexo
Deformações dos solos: comparativamente maiores que a dos materiais de construção
• Materiais de construção: Deformação unitária correspondente à pressão no limite de
segurança é da ordem de 0,005%,
• Solos: maior do que 0,5% (caso de areia compacta), atingindo mesmo 2,5% (caso de argila
plástica)

 Não se verificam instantaneamente com a aplicação da carga, mas sim em função do tempo, como
é exemplo característico o que acontece com as argilas.

Diagrama pressão-deformação específica, para o


concreto e para a argila  as deformações nos
limites de segurança.
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Acresce ainda que tais deformações, geralmente não
uniformes, podem não ser prejudiciais ao solo propriamente
dito, mas comprometer as estruturas que assentam sobre ele.

Recalques diferenciais  tornam bastante comprometedores


5 Compressibilidade
 Compressibilidade do solo: é uma característica de todos os materiais de
quando submetidos a forças externas (carregamentos) se deformarem
(variação do volume).

Ex: Solo saturado submetido a um acréscimo de tensão.


A variação do volume por conta do acréscimo de tensão ocorrerá por:
6 Compressibilidade
• Compressão da fase sólida,
• Compressão da fase fluída
• Drenagem dos fluídos dos vazios do solo.
 Os esforços aplicados na prática da engenharia (solo saturado) são
insuficientes para comprimir a fase sólida (grãos)

 E a fase fluída (água) é incompressível

Variação de volume  Redução dos vazios com a


consequente expulsão da água dos poros.

 Adensamento: é o processo de redução do índice de vazios (e) de um


solo por expulsão do fluido e transferência da pressão do fluido para a
estrutura sólida.
7 Compressibilidade
DEFORMAÇÕES  GRANDE INTERESSE DA GEOTECNIA

Dependem do tipo de solo:


RÁPIDAS  solos arenosos LENTAS  solos argilosos saturados
ou argilosos não saturados

Caso de grande importância prática: é aquele que se refere à


compressibilidade de uma camada de solo, saturada e confinada lateralmente
(conhecidos como recalques por adensamento ou recalques por consolidação)
8 Compressibilidade
DEFORMAÇÕES  PERMEABILIDADE DOS SOLOS

• Propriedade que indica a maior ou menor facilidade que o solo


possui de percolar água no seu interior

• Os coeficientes de permeabilidade (k) são tanto menores quanto


menores os vazios nos solos e quanto menores as partículas;

• Principal influência: os finos do


solo e não a predominância de
um tamanho de grão. Uma areia
grossa com finos pode ser menos
permeável que uma areia fina
uniforme.
Compressibilidade
• Fases ar/água são expulsos dos vazios do solo
• Na prática → A compressibilidade das areias
ocorrerá no período de construção onde todo o
recalque se completará

Nas areias ( k↑ ) todo o processo de


consolidação se dá muito rapidamente.

As argilas ( k↓ )  compressão é controlada pela velocidade com


que a água é expulsa dos poros do solo.
→ processo este chamado: CONSOLIDAÇÃO ou ADENSAMENTO
→ As deformações podem ocorrer por meses, anos e décadas.
ENSAIOS DE DEFORMABILIDADE
Ensaios empregados para se determinar a deformabilidade dos solos:

 ENSAIO DE COMPRESSÃO

 ENSAIO DE COMPRESSÃO EDOMÉTRICA


ENSAIOS DE DEFORMABILIDADE
 ENSAIO DE COMPRESSÃO AXIAL
Aplicação de carga vertical em corpo de prova cilíndrico
• com confinamento (ensaio de compressão triaxial)
• sem confinamento (ensaio de compressão axial ou compressão simples).
ENSAIOS DE DEFORMABILIDADE
 ENSAIO DE COMPRESSÃO AXIAL

Os valores obtidos nesse ensaio são usados no cálculo do recalque


inicial, de acordo com a teoria da elasticidade.
ENSAIOS DE DEFORMABILIDADE
 ENSAIO DE COMPRESSÃO AXIAL
Areais (drenadas) – Tensão confinante de 100 kPa
Argilas sedimentares saturadas
não drenadas

Para tensão de confinamento ≠ 100 kPa


ENSAIOS DE DEFORMABILIDADE
 ENSAIO DE COMPRESSÃO EDOMÉTRICA (Compressão confinada ou
ensaio de adensamento)
 Compressão em um molde que impede a
deformação (confinado);

 Simula o solo quando comprimido pela ação dos


pesos de grandes camadas que se depositam ao
se construir aterros em grandes áreas;

 São especialmente realizados para o


estudo dos recalques das argilas saturadas.

 Simplicidade: empregados em situações de


carregamento externo de área limitada (por
exemplo: sapatas), admitindo-se que as
deformações são somente verticais.
ENSAIOS DE DEFORMABILIDADE
 ENSAIO DE COMPRESSÃO EDOMÉTRICA (Compressão confinada ou
ensaio de adensamento)
ENSAIOS DE DEFORMABILIDADE
 ENSAIO DE COMPRESSÃO  Utilidade: obtenção de parâmetros do solo
EDOMÉTRICA necessários para o cálculo de deformações
da camada no campo;

 Amostra de solo: circular, confinada por


anel metálico, colocada entre dois discos
porosos (pedras porosas – saída de água);
 Cargas: aplicadas verticalmente e
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gradualmente (progressão geométrica),
para cada carga aplicada registra-se
a deformação
 Solos arenosos – minutos
 Solos siltosos – dezenas de minutos
 Solos argilosos – dezenas de horas
 ENSAIO: NBR 12007 MB 3336 (ABNT) – Solo – Determinação de Adensamento
Unidirecional

 Aplicação do carregamento

 Leituras, geralmente efetuadas em uma progressão geométrica do tempo (15s,


30s, 1min, 2min, 4min, 8min, ... 24hs), dos deslocamentos verticais do topo da
amostra através de um extensômetro

 Plotar gráficos com as leituras efetuadas da variação da altura ou recalque


versus tensões aplicadas

 Última fase: descarregamento da amostra.

∴ em geral são aplicados de 5 a 8 carregamentos → podendo chegar a quase 2


semanas de ensaio
 19
Carregamento é feito por etapas

Para cada carga aplicada  registra-se a deformação a diversos intervalos de


tempo, até que as deformações tenham praticamente cessado, ou seguem-se
critérios específicos para as argilas saturadas.

Os índices de vazios finais de cada estágio de carregamento são calculados a


partir do índice de vazios inicial do corpo de prova e da redução da altura,
conforme equação abaixo:
ENSAIOS DE DEFORMABILIDADE
 ENSAIO DE COMPRESSÃO EDOMÉTRICA
ENSAIOS DE DEFORMABILIDADE
 ENSAIO DE COMPRESSÃO EDOMÉTRICA

• No trecho inicial, de menor compressibilidade,


o solo está, na realidade, sendo submetido a um
processo de recompressão.

• No trecho seguinte, o solo está sendo


carregado, pela primeira vez, para valores de
tensão efetiva maiores do que os máximos que
o depósito já foi submetido.
ENSAIOS DE DEFORMABILIDADE
 ENSAIO DE COMPRESSÃO EDOMÉTRICA

 Tensão efetiva de pré-adensamento


( ′ )

- Limite entre os dois trechos

- Definido por um valor de tensão efetiva


correspondente à máxima tensão efetiva
que o solo foi submetido em toda sua
história.
ENSAIOS DE DEFORMABILIDADE
 ENSAIO DE COMPRESSÃO EDOMÉTRICA

 Se a tensão de pré-adensamento
corresponde a tensão efetiva do solo no
campo
→ σ′ = σ′ ⇒ SOLO NORMALMENTE
ADENSADO

 Se a tensão de pré-adensamento é maior que


a tensão efetiva do solo no campo
→ σ′ > σ′ ⇒ SOLO PRÉ-ADENSADO (ou
sobre-adensado)
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ENSAIOS DE DEFORMABILIDADE
 ENSAIO DE COMPRESSÃO EDOMÉTRICA
 Isso significa que no passado, o solo foi submetido a um estado de tensões
superior ao atual, tais como:

• existência de pré- carregamento (geológico ou antrópico);


• variação na pressão neutra por rebaixamento do NA;

Em casos esporádicos a tensão de pré-adensamento verificada é inferior a


tensão efetiva do solo → σ′ < σ′ ⇒ SOLO SUB-ADENSADO (ou em
processo de adensamento)
ENSAIOS DE DEFORMABILIDADE
 ENSAIO DE COMPRESSÃO EDOMÉTRICA
Parâmetros de compressibilidade
Compressibilidade: relação entre a magnitude das deformações e a variação no
estado de tensões imposta.

No caso de solos  deformações podem ser estabelecidas através de variações


volumétricas ou em termos de variações no índice de vazios.
Parâmetros de compressibilidade
 Módulo oedométrico ou confinado (D)
 Coeficiente de variação volumétrica (mv)
 coeficiente de compressibilidade (av)
 Índices de compressibilidade
• Cc - índice de compressão,
• Cr - índice de recompressão,
• Cs - índice de descarga
Parâmetros de
compressibilidade

• Na ausência de ensaios de
laboratório, os valores de Cc e Cr
podem ser estimados preliminarmente,
por correlações empíricas.
30 RECALQUES
 Determinar os recalques é uma das tarefas mais complicadas da
engenharia de fundações

 Mesmo usando métodos muito sofisticados, os valores encontrados devem


ser entendidos como uma estimativa, principalmente, em função da
heterogeneidade do solo.

 Podem ser decompostos em duas parcelas :


Recalques Iniciais + Recalques ao longo do tempo

 Recalques Iniciais: ocorrem instantaneamente à aplicação do carregamento


 Recalques ao longo do tempo: pode ser subdividida entre recalque por
adensamento e devido ao solo ser um material viscoso (fluência)
31 Recalque inicial - Teoria da Elasticidade

• Recalque elásticos, Recalques “imediatos”

• São os primeiros que se manifestam quando se aplica uma carga a


uma placa

• Se não existirem camadas de argila mole sob a placa praticamente


estes são os únicos recalques a calcular.

• Ocorre em solos não saturados e, no caso de solos saturados,


quando as condições de contorno possibilitam a existência de
deformações verticais e horizontais (não confinado).
32 Recalque inicial - Teoria da Elasticidade

o = pressão uniformemente distribuída na superfície da área carregada;


E e  são o módulo de elasticidade e coeficiente de Poisson,
respectivamente;
B é a largura (ou diâmetro) da área carregada e,
I é o coeficiente que leva em consideração a forma da superfície
carregada e do sistema de aplicação das pressões, que podem ser
aplicadas ao terreno por meio de elementos rígidos (sapatas de
concreto), ou flexíveis (aterros)
Recalque primário - Teoria do Adensamento

• Solo argilosos saturados

• Mola = Sólidos do solo

• Válvula = Permeabilidade
Recalque primário - Teoria do Adensamento

• Imediatamente após a aplicação da carga (t = 0)  toda a carga é suportada pela água.


• À medida que ocorre o escape da água (t = 0+)  as cargas vão sendo transferidas para
a mola
• ao final do processo (t = ∞) toda a carga passa a ser resistida pela mola, chegando-se a
uma condição de equilíbrio.

• Deslocamento do pistão = recalque  recalque por adensamento ou primário


Recalque primário - Teoria do Adensamento

• Ao observar este processo, verifica-se que a magnitude do deslocamento do pistão


depende exclusivamente da compressibilidade da mola e não do conjunto mola + água.

• A compressibilidade de um solo está associada exclusivamente à variação das tensões


efetivas e não das tensões totais.

* ADENSAMENTO UNIDIMENSIONAL
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Recalque primário - Teoria do Adensamento
EXEMPLO

Fundação  distribui sua carga a uma camada de argila


saturada, limitada por camada de areia e por um leito
rochoso, impermeável.

Ponto M (camada argila saturada)  ( pressão da


fundação)

: parte vai ser transmitida à água que enche os vazios


do solo (u) e a outra parte, p, às suas partículas sólidas,
de modo a se ter:

= +

p : pressão efetiva ou pressão grão a grão,


u : chama-se sobrepressão hidrostática
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Recalque primário - Teoria do Adensamento
• A água (admitida incompressível) que está presa nos vazios do
solo, sofrendo esta sobrepressão, começa a se escoar em
direção vertical, no sentido da camada drenante de areia; no
caso de argila, como a sua permeabilidade é muito baixa, o
escoamento se faz muito lentamente.
• Dessa forma, a pressão vai diminuindo até anular-se, e p va
aumentando, uma vez que é constante.

t= 0 (aplicação da carga) t= intermediário (escoamento) t= final (escoamento)

= = ( ) =
= + = + = +
= = () =
Recalque primário - Teoria do Adensamento
De acordo com os parâmetros de compressibilidade definidos anteriormente,
têm-se as seguintes equações para cálculos de recalques:
Recalque primário - Teoria do Adensamento
Em função dos índices de compressão, o cálculo dos recalques dependerá da faixa
de tensões efetivas associadas ao projeto; isto é, da história de tensões do depósito

Situação correspondente à reta virgem Normalmente Adensado

o recalque pode ser calculado em função


do índice de compressão:
Recalque primário - Teoria do Adensamento
Pré – Adensados

1°) Situação: a faixa de tensões estiver contida exclusivamente no trecho de recompressão


 ′ ′
Recalque primário - Teoria do Adensamento
Pré – Adensados

2°) Situação: tensão efetiva vertical inicial é inferior à tensão de pré-adensamento e a


tensão efetiva vertical final ultrapassa a tensão efetiva de pré-adensamento  ′ > ′

• recalque deve ser calculado em duas etapas


42 Exemplo 1: Calcular os recalques na argila do Rio de Janeiro para o perfil
geotécnico da figura abaixo, sobre o qual se construirá um aterro arenoso com
alturas Ha de 0,5m, 1,0m e 3,0m e peso específico  = 20 kN/m³. As propriedades
geotécnicas, obtidas em um ensaio dométrico de uma amostra do meio da camada
de argila, são = 1,91, = 0,16, = 3,6 e ′ = 34 kPa e  = 13 kN/m³
Exemplo 2: Consideremos o terreno abaixo, sobre o qual será construído um aterro
43 que transmitirá uma pressão uniforme de 40 kPa. O terreno foi sobreadensado pelo
efeito de uma camada de 1 m de areia superficial, que foi erodida. Desta forma, sabe-
se que a tensão de pré-adensamento é 18 kPa superior à tensão efetiva existente
em qualquer ponto. O recalque por adensamento ocorre na argila mole, cujo índice de
compressão é 1,8 e cujo índice de recompressão é 0,3. Calcule o recalque total.
44 Exemplo 3: No exercício anterior, depois da construção do aterro e da ocorrência do
recalque, o nível d’água foi rebaixado para a cota -3. Que recalque sofrerá este terreno?
Recalque primário - Teoria do Adensamento
Unidimensional de Terzaghi
Recalque primário - Teoria do Adensamento
Unidimensional de Terzaghi

 Grau de adensamento : relação entre a deformação ( ) ocorrida num


elemento, numa certa posição (z) e num determinado tempo (t) e a deformação
desse elemento quando todo o processo de adensamento tiver ocorrido ( ). Pode
também ser representado em função do índice de vazios:

onde "e" é o índice de vazios num instante "t" qualquer e "e1" e "e2"
os índices de vazios inicial e final no processo de adensamento.

em função do acréscimo de tensão efetiva ou da


dissipação da pressão neutra
Recalque primário - Teoria do Adensamento
Unidimensional de Terzaghi

 Da dedução da Teoria do Adensamento surgem as seguintes expressões:


Recalque primário - Teoria do Adensamento
Unidimensional de Terzaghi

Hd é chamada de altura drenante → maior distância de percolação


da água para fora da camada compressível.
No caso de duas camadas drenantes (dupla drenagem), corresponde a
metade da espessura da camada.
Recalque primário - Teoria do Adensamento
Unidimensional de Terzaghi
Recalque primário - Teoria do Adensamento
Unidimensional de Terzaghi
51 Exemplo 4: Qual será o tempo necessário para que ocorra um recalque por
adensamento de 33 cm, causado pelo aterro construído recentemente numa extensa
área, esquematizado no perfil abaixo. Dados da camada de argila: = 0,6; = 10
cm²/seg; = 1,2.
52 Exemplo 5: Calcular o recalque sob o ponto de aplicação da sobrecarga considerada
como concentrada, devido ao adensamento da camada de argila, para um tempo de
adensamento de 6 10 6 segundos.
Dados da camada de argila: = 0,5; = 3 10 cm²/seg; = 1,2.

Obs.: para a distribuição de pressão devido à sobrecarga considerar a solução de


Boussinesq.
Exemplo 6: Dado o perfil geotécnico abaixo, calcule:
53 a) o recalque total da camada de argila provocado pela sobrecarga (depósito
circular- 20m de diâmetro);
b) o tempo para atingir 50% deste recalque;
c) o tempo para atingir 47cm de recalque;
d) o tempo para atingir 47cm de recalque, se houvesse uma camada inferior
impermeável.
54 Exercício 1: Um aterro com peso específico γ = 1,7 tf/m³, de 3,0 m de altura foi
recentemente colocado sobre uma extensa área. Calcular o recalque total do
aterro, para os dados indicados no perfil abaixo.
Exercício 2:
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