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I.–Relatório:
vigentes.
11.– A lei não prevê a atuação da entidade empregadora sequer
como intermediária, não se prevendo qualquer direito de regresso
que esta pudesse exercer contra o Estado. Pelo contrário, a
previsão legal é claríssima ao estabelecer que a “segurança social
efetua o pagamento ao trabalhador”.
*
O recorrido não respondeu.
*
II–Fundamentação.
De acordo com as conclusões das alegações a questão submetida ao
conhecimento deste Tribunal, constituindo assim o objecto do
recurso, consiste em saber se cabe à recorrente pagar todos os
salários intercalares, considerando os termos da sentença
transitada, ou se é a Segurança Social que responde, nos termos
pretendidos pela recorrente.
En passant, a recorrente argui a nulidade da decisão recorrida
afirmando que "em sede de oposição, impugnou os factos alegados
pelo Requerente e, nomeadamente, questionou a eventual existência
de outros rendimentos que houvessem sido auferidos pelo Requerente
na pendência dos autos, não se tendo o Tribunal a quo pronunciado
quanto a esta questão. Donde, e quanto a este ponto, resulta a
nulidade da sentença nos termos e para os efeitos do disposto no
artigo 615.º, n.º 1, alínea d) do Código de Processo Civil, ex vi artigo
1.º do Código de Processo do Trabalho".
Contudo, a arguição de nulidades em processo laboral tem regras
específicas, devendo ser feita "expressa e separadamente no
requerimento de interposição de recurso" (art.º 77, n.º 1, do Código
de Processo do Trabalho).
Ora, a R. não procede a esta arguição expressa e separadamente.
Com efeito, apenas o fez nas alegações de recurso, sem nada a
distinguir do restante objeto da impugnação. E fê-lo também na
parte destinada ao Tribunal de recurso apreciar (o que se
depreende que acontece a partir do titulo "das alegações de
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11/28/2018 Acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa
Factos provados:
De Direito
Para a melhor circunscrição dos termos da questão é conveniente
transcrever, no essencial, os termos que o Tribunal a quo invocou
no saneador sentença, para decidir, a saber:
“Vem a requerida invocar que, nos termos do disposto no art.º 98.º-N,
n.º 1 do CPT, a responsabilidade pelo pagamento das retribuições
intercalares cabe à Segurança Social, não sendo a Requerida
responsável no tocante ao pedido de liquidação dos salários
intercalares, com a consequente absolvição desta do pedido contra si
formulado a este título.
Vejamos. Dispõe o artigo 98.º-N, n.º 1 do C.P.T:
“1- Sem prejuízo do disposto no n.º 2 do artigo 390.º do Código do
Trabalho, o tribunal determina, na decisão em 1.ª instância que
declare a ilicitude do despedimento, que o pagamento das retribuições
devidas ao trabalhador após o decurso de 12 meses desde a
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11/28/2018 Acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa
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11/28/2018 Acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa
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11/28/2018 Acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa
Sérgio Almeida
Francisca Mendes
Celina Nóbrega
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