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NOTA DE AULA 3
Políticas comerciais: Protecionismo e livre comércio. Barreiras tarifárias e
não tarifárias
1. Introdução
A preocupação com a relação às transações econômicas entre os países
é um tema de interesse crescente na ciência econômica. Os mercantilistas
ofereceram uma primeira tentativa de resposta a questão do que leva os países a
praticarem o comércio entre si. Embora não dispusesse de uma teoria rigorosa, os
mercantilistas argumentavam que um país teria motivação para o comercio
exterior se conseguisse obter superávit comercial. Este resultado faria com sua
própria indústria crescesse. Primeiramente com a demanda do exterior e depois
com o aumento da demanda interna derivada da entrada de metais (ouro e prata)
Este procedimento levava os países a adotarem praticas protecionistas com
barreiras tarifarias e não tarifarias.
Em contraposição as idéias mercantilistas, Adam Smith, defendeu
argumentos a favor do livre comercio. Ele explicou que a proteção a indústria
nacional com o estabelecimento de barreiras a importação tenderia a ser mais
custoso para o pais, pois a produção de bens seria menor e o preço maior.
O pensamento de Adam Smith tem origem no liberalismo cuja principal
característica é a total liberdade dos agentes econômicos.
A idéia de não intervenção do Estado na economia foi por muito tempo
considerada a mais adequada. Muito embora, nos séculos XVIII e XIX, os paises
capitalistas industrializados não a tenham aplicado de maneira abrangente. A crise
da bolsa americana de 1929 foi o marco para o estabelecimento de políticas
intervencionistas ou protecionistas.
Atualmente os paises adotam no comércio internacional diversos
instrumentos para proteger setores econômicos, tais como impostos (tarifas),
subsídios, cotas e barreiras sanitárias.
A seguir estudaremos as principais políticas comerciais, liberalismo,
protecionismo e liberalismo moderno, os instrumentos mais utilizados e seus
efeitos econômicos.
2. Liberalismo
O liberalismo como política econômica surgiu no século XVIII, tendo como
principais características:
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Mestre em Economia de Empresas, pela UCB - Universidade Católica de Brasília; Especialista
em Finanças, pela UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina; Especialista em Controladoria,
pela Faculdade Tibiriçá/SP. Servidor do Banco Central do Brasil.
Mercado livre: O Estado não intervém na economia, é a política do
laissez-faire (deixar fazer);
Livre Concorrência: os preços são formados pelo mercado e
assim, somente as empresas eficientes sobrevivem;
Iniciativa Individual: Qualquer individuo pode exercer a função
que quiser;
Desregulamentação: O Estado não deve impor obstáculo a
atividade econômica;
Divisão Internacional da produção: os países devem priorizar a
produção de bens em que tenham maior eficiência.
B 80 150
E 100 120
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Economia de escala. Especialização (divisão) da produção e utilização
eficiente dos fatores de produção permitem a redução de custos, tendo ainda, as
seguintes conseqüências:
a) Aumento do consumo;
b) Aumento da produção;
c) Criação de empregos;
d) Bem-estar social.
5. Protecionismo
O protecionismo, ao contrário do liberalismo, é uma política econômica em
que o estado é bastante intervencionista. Nele, é o governo quem determina a
política comercial externa e controla as exportações e importações.
Para exercer o protecionismo o Estado, em geral, utiliza-se de dois tipo de
barreiras:
Barreiras alfandegárias ou tarifárias - determinadas através de
tarifas alfandegárias que tornam os produtos estrangeiros mais
caros. Elas podem ser especificas ou fixas ou ad valorem que são
cobradas sobre uma fração dos bens; e
Barreiras não tarifarias, tendo como exemplos:
1) Cotas – são implantadas quando a indústria nacional não produz o
suficiente para atender a demanda interna. Assim, o governo
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permite a importação somente da parcela faltante para equilibrar a
demanda e oferta;
2) Direitos de monopólio estatal – garantia do comercio estatal de
determinado bem. Exemplo: compra de petróleo pela Petrobras;
3) Controles cambiais – o Estado determina a taxa de câmbio para
importação e exportação;
4) Proibição de importações – objetiva a reserva de mercado para
os nacionais;
5) Especificações técnicas – requerimento de um certificado de
qualidade para determinado produto;
6) Especificações sanitárias – requerimento de testes de
laboratórios;
7) Especificações religiosas – Procedimentos necessários na
produção de alimentos para que os mesmos sejam consumidos.
Como por exemplo, temos as exportações de frangos para países
muçulmanos. As empresas exportadoras têm que abater os frangos
em uma posição voltada para Meca e sob a supervisão de um
inspetor muçulmano praticante;
8) Dumping – Consiste na venda de um produto no mercado externo
por preço inferior ao do mercado onde é produzido. Como exemplo,
pode-se constatar a prática de dumping se a empresa A, localizada
no país X, vende um produto nesse país por US$ 100 e o exporta
para o Brasil por US$ 80, sempre levando em consideração a
existência de condições comparáveis de comercialização (volume,
estágio de comercialização, prazo de pagamento etc.).
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6. Argumentos a favor do protecionismo
Proteção ao emprego. Os defensores do protecionismo argumentam que
mesmo comprando produtos caros, o povo tem garantia de emprego. A indústria
estrangeira na busca por eficiência tende a cortar custos (empregos).
Proteção aos recursos naturais. A exploração dos recursos naturais
sem a supervisão do Estado pode levar ao esgotamento das fontes e a poluição
da natureza.
Produção estratégica. A proteção de algumas atividades ou recursos
produtivos são de interesse nacional.
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Para um país com mercado consumidor pequeno, a recomendação é
começar pelo modelo exportador.
No caso do modelo exportador, algumas medidas tem que ser
implementadas, tais como: Não tributação das exportações, disponibilidade de
crédito aos exportadores, incentivo a exportação de produtos em que o pais seja
mais competitivo, melhora da taxa de câmbio e subsídios.
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Dt − Ol = 200 − 40 p − (40 + 40 p )
Dt − Ot = 200 − 40 − 40 p − 40 p
Dt − Ot = 160 − 80 p
Bibliografia
MAIA, Jayme de Mariz. Economia Internacional e Comércio Exterior. São
Paulo: Editora Atlas, 9ª ed. Cap. 11 e 12.
Krugman, Paul R.; Obstfeld, Maurice. Economia Internacional: Teoria e Política.
6.ed. São Paulo : Makron Books, 2005. Cap. 8.
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