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1 PERCEPÇÃO DE RISCOS NO TRABALHO

Identificar e avaliar potenciais perigos e riscos é algo inerente a todas as


atividades, sendo que para tal existem ferramentas que vão desde os próprios
sentidos do trabalhador (visão, audição, tato, olfato, paladar e emoções),
instrumentos sofisticados de medição, até as mais complexas que fazem uso do
maquinismo humano tal como o nível de conhecimento, as experiências
acumuladas, as vivências com o trabalho e o discernimento.
O ser humano requer utilizar em todos os campos da vida estes recursos
internos latentes, que todos têm possibilidade de usar, principalmente quando há
envolvimento na elaboração, ou atualização do inventário dos perigos e riscos das
áreas operacionais, porém geralmente o trabalhador desconhece o que pretende
evitar e corrigir, e não tem a disciplina de realizar o trabalho de maneira correta, o
que leva na maioria das vezes a malograr esforços, pois tem pouca serventia o
conceito e prática de comportamento seguro desvinculado do labor correto.

A partir de um breve roteiro para avaliação de perigos e riscos, define-se a


atividade a ser realizada e segue os quatro passos, finalizando com a indicação dos
perigos e riscos existentes seguida da adoção de medidas de controle até onde for
possível, seja ela de natureza coletiva, individual e/ou administrativa.
Primeiro passo
Verificar com clareza a situação que será estudada, buscar conhece-la, tal
como sua natureza, local de trabalho, pontos de operação, particularidades, etc.
Segundo passo
Estudo criterioso da atividade e verificar quanto a existência de procedimento.
Caso exista, certificar de que o mesmo está sendo seguido em meio a um
procedimento operacional. Observar se os riscos relatados são controlados, caso
contrário deve haver a reformulação do P.O.
Verificar além de descumprimentos ou falhas de natureza técnica, outras a
nível gerencial, disciplinar e/ou cultural.
Atentar também se a liderança conhece e busca cumprir as formalidades, ou
se está focada apenas no aspecto produtivo, relegando a segurança para segundo
plano.
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Caso a atividade ofereça risco, deverá ser elaborado um APR para a mesma,
e realizar a atividade mediante PT.
APR não é PO ou IT, sendo considerada como uma ferramenta útil na
prevenção de acidentes, porém as duas últimas que devem ser mandatórias após
devida revisão/reformulação.
Terceiro passo
Realizar análise e diagnóstico com mais rigor, observando detalhes e
particularidades da tarefa.
Examinar quanto a existência de anormalidades, assim como potenciais
ações indevidas razoavelmente previsíveis, que viessem a inviabilizar a tarefa.
Existe a possibilidade de recusa de tarefa (RT), mas que deve ser utilizado
em casos imprescindíveis, que venham a infringir regras de ouro por exemplo.
Quarto passo
Após levantada a situação é necessário juntar e observar todas as variáveis,
de todas as naturezas afim de determinar a severidade ou a gravidade da situação
de risco, definindo-a como trivial, tolerável, moderada, substancial e intolerável.
Um método para definição da probabilidade se dá a partir da quantificação
numérica dos fatores somados, que seriam: exposição, controle e detecção, vem a
determinar a probabilidade, sendo que quanto menores, ou mais controlados sejam
estas parcelas, menor será a probabilidade de ocorrência do evento perigoso.
Outro ponto é a determinação de falha, a partir da quantificação numérica da
severidade e abrangência, que somadas determinam o Efeito de falha.
Ao final, ambos multiplicados quantificam o risco ocupacional, cujo fator
numérico obtido define uma significância do risco conforme quadro 10 (fl. 14/88).
A partir deste são sugeridas medidas de controle conforme consta no quadro
11 (fl. 15/88).
As medidas de proteção e adequações propostas devem haver a participação
tanto do EST quanto do dono da área (operacional) para que seja possível a
aplicação do PO/IT, e não haja o seu descumprimento, e este documento seja
formulado de maneira correta, tornando o sistema exequível.
Quinto passo
As medidas de controle são classificadas como: medida coletiva (proteção de
máquinas), medida individual (comportamental e EPI), medida administrativa
(ordenamento formal do trabalho).
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Complementando o levantamento de informações e mapeamento, deve ser


estudado também o histórico de acidentes da empresa, a partir de relatórios de
auditorias internas, assim como validar a implementação e uso das medidas de
controle propostas ao longo do tempo. Um prazo mínimo estipulado amostral é de 2
(dois) anos, de modo a validar tais considerações sobre as medidas de controle.

2 OBSERVAÇÃO E ABORDAGEM COMPORTAMENTAL

A partir do conhecimento pleno da atividade e dos riscos envolvidos na


mesma, vir a abordar os trabalhadores em diferenciados níveis de aprofundamento
da tarefa requer conhecimento a respeito da mesma, desde o nível operacional até a
nível trazidos no PO e IT.
Esta abordagem requer além do grande grau de conhecimento, também
requer convencimento, onde leva ao trabalhador a explicação cabível e pontual a
respeito de ponto em que o mesmo está errando, e o porquê de estar errando, de
modo que torne esta abordagem convincente e eficaz.
Para tal, é necessário que haja antes um alinhamento de conceitos tal como,
comportamento de risco, um comportamento seguro e até mesmo a observação e
abordagem comportamental tanto do EST como da população abordada.
Requer por parte do gestor, no âmbito industrial avaliar e diagnosticar as
condições de risco na qual a população operacional se encontra, onde há maior
criticidade em condições de risco caracterizadas como substancial ou intolerável que
requer uma atuação diferente e outra tolerável ou irrelevante, além do fato de
existirem situações onde existem regras internas na empresa que requerem maior
grau de cobrança, tal como regras de ouro.

3 TREINAMENTO PRÁTICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO PARA


OPERADORES

Na etapa de treinamento de trabalhadores devem ser levadas em


consideração algumas condições como: definição criteriosa do conteúdo dos
treinamentos, método ou estratégia de ensino, avaliação da aprendizagem,
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acompanhamento e avaliação da aplicação prática dos conteúdos ministrados e a


escolha dos padrinhos monitores.
É recomendado um plano de desenvolvimento individual para melhor
qualificação da mão de obra, dada a dificuldade do mercado de encontrar condições
específicas de capacitação, uma vez enquadrado em um cenário específico de uma
empresa que já possui uma cultura inserida.

4 FADIGA RECORRENTE E SUA RELAÇÃO COM A OCORRÊNCIA DE


ACIDENTES NO TRABALHO

O estudo e relevância deste fator é normalmente mais recorrente em


empresas de grande porte, onde há um elevado contingente de mão de obra.
Atitudes equivocadas, ou distúrbios comportamentais são fatores que podem
influenciar em múltiplas causas para a ocorrência de acidentes, que podem vir
desde a condições precárias ou inadequadas de trabalho, até a simples
desmotivação.

5 TRABALHO EM TURNOS DE REVEZAMENTO E SUA RELAÇÃO COM O SONO


E A VIGÍLIA

Deve ser levado em consideração que o ser humano é habituado ao trabalho


diurno, compatíveis com a própria natureza de seu organismo.
Como todo organismo, o ambiente é essencialmente influenciador no
comportamento deste, como por exemplo o trabalhador que atua em turnos
diferentes do administrativo, requer um ambiente doméstico favorável ao descanso
durante o dia.
Fatores tal como a redução da luminosidade, a temperatura do ambiente e os
níveis de ruído influenciam significativamente na recuperação das energias da
pessoa, acarretando em seus níveis fisiológicos, mentais e consequentemente
operacionais.

6 CONSIDERAÇÕES SOBRE INVESTIGAÇÃO E ANÁLISE DE ACIDENTES


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Fatores de aprofundamento em situações e condições específicas vinculadas


a tarefa, são ferramentas úteis destinadas a prevenção de ocorr6encias futuras de
situações semelhantes.
Porém para o uso desta ferramenta requer o alinhamento a respeito de
condições tais como: comportamento abaixo do padrão esperado (desvios),
comportamento seguro (cumprimento de diretrizes), conceito de dono (assumir
atribuições), cuidado entre as equipes (espírito de coordenação), desvio (violação de
regras), erro (não realizar as tarefas conforme especificado), violação deliberada
(descumprimento voluntário), violação circunstancial (descumprimento em função de
circunstâncias específicas), dentre outros.
Tais condições enaltece a segurança do trabalho como elemento intrínseco e
essencial aos processos produtivos.

7 POLÍTICA DE CONSEQUÊNCIAS COMO FERRAMENTA DE GESTÃO DE


SEGURANÇA NO TRABALHO

Todos os pontos abordados são associados ao entendimento, adesão e


obediência de regras instituídas em cada empresa específica, disponibilizadas a
partir de uma análise completa por parte da Segurança do Trabalho.
A escolha por aderir regras, orientar o correto labor, a organização do mesmo,
o devido desenvolvimento do PO (em cada condição) e IT da mesma forma, traduz a
atividade com vista ao objetivo pretendido.
Tratar tais ferramentas abordadas como simples regras ou normas é um erro
crasso.
No entanto, mesmo que esclarecidos tais parâmetros essenciais, ainda é
realidade da grande maioria das empresas a violação destes, sendo que para cada
desvio é cabível uma punição, que por sua vez requer identificação e definição,
podendo ser divididos em erros e violações, devidamente categorizados em
comportamentos inseguros, conforme definido no quadro 19 (fl. 72/88).
O mero descumprimento dos padrões de trabalho estabelecidos, além dos
prejuízos em que a empresa se vê vulnerável a partir de seus próprios processos
produtivos, promove a destruição de seu próprio sistema organizacional, com
possibilidades de trazer a esta empresa consequências irremediáveis.

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