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Prefacio A sexta edigao de Biomecdnica Basica foi total- mente atualizada e reelaborada. Com os avancos no campo interdisciplinar da biomecanica, 6 impor- tante que mesmo livros-textos basicos reflitam a natureza desta ciéncia. Desse modo, 0 texto foi revisado, expandido e atualizado, com 0 objetivo de apresentar informagdes relevantes das pesquisas recentes ¢ preparar o estudante para analisar a biomecanica humana. Esta edigéio mantém um equil{brio integrado de exemplos qualitativos e quantitativos, bem como aplicagdes e problemas criados para ilustrar os prin- cipios diseutidos. Considerando-se que alguns alunos iniciantes em biomecdnica nao tém uma boa base em ‘matemitica, os problemas 6 as aplicagdes apresenta- dos sao acompanhados por orientacées praticas sobre a abordagem aos problemas quantitativos. ORGANIZACAO Cada capitulo segue um formato objetivo e de facil leitura, com a apresentacao dos novos conceitos con- sistentemente acompanhada por exemplos de movi- mentos humanos ¢ aplicagdes ao longo da vida e nas atividades desportivas, clinicas e cotidianas. DESTAQUES PARA O CONTEUDO NOVO As informagées cientificas sobre topicos relevantes foram atualizadas. Todos os capitulos foram revisados com 0 propésito de incorporar as mais recentes pes- quisas em biomecénica, bem como muitos exemplos ¢ aplicagdes em esportes e na clinica foram incluidos. Os t6picos acrescentados ou expandidos incluem pre- vengiio de quedas em idosos, efeitos da vibragao sobre o sistema musculoesquelético, triade da atleta (trans- tornos alimentares, amenorreia/oligomenorreia, dimi- nuigio da densidade 6ssea), exercicio e osso, micro- arquitetura do osso, reparo da cartilagem articular, biomecdnica da natagao e protocolos de alongamento relacionados com massa muscular, forga e potencial de lesbes, Cobertura equilibrada A Biomechanics Academy of AAHPERD (American Alliance for Health, Physical Education, Recreation and Dance) recomenda que 0s estudantes de biomeca- nica dediquem aproximadamente um tergo do tempo de estudo as consideragdes anatdmicas, um tergo As consideragies mecénicas e 0 restante as aplicagdes préticas. Nesta edigdo, a abordagem integrada para a cobertura dessas areas foi mantida. Aplicagées orientadas Em todos os capitulos desta nova ediglo 6 apre- sentada uma ampla gama de aplicagées atualizadas sobre o movimento humano, muitas extraidas da mais, recente literatura sobre biomeciniea. finfase especial foi dada aos exemplos que se aplicam a todas as faixas etdrias e que tratam de assuntos elinicos e cotidianos, além de aplicagdes desportivas, Laboratério Ao final de cada capitulo hé uma segéo intitulada Laboratério, em que o leitor poderé colocar em pratica a teoria estudada. CARACTERISTICAS PEDAGOGICAS Além das questées para autoavaliagao, da ava- liagao adicional, da seg&o Laboratério, das listas de palavras-chave e das listas de websites ao final dos capitulos, foram mantidas caracteristicas das edi- 990s anteriores, tais como definigaes nas margens das péginas, amostras de problemas, resumos, referéncias e apéndices. Agradecimentos Gostaria de agradecer ao editor de desenvolvimento Chris Narozny e ao editor gerente Marley Magaziner, pelo excelente trabalho nesta nova, edigao, bem como a editora de revisio Sheryl Rose e a editora de pro- dugao Erin Melloy pelo criterioso trabalho desempenhado na revisao. Estendo ainda meus agradecimentos aos seguintes revisores: Debra A. Allyn University of Wisconsin-River Falls), Sarah Bingham (Longwood University), Michael G. Collins (Lewis-Clark State College), Shannon Crumpton (Auburn Montgomery), Barry A. Frishberg (South Carolina State University), Douglas Haladay (University of Scranton), Larry McDaniel (Dakota State University), Jan Prins (University of Hawaii), Andrea Woodson-Smith (Chieago State University). Finalmente, gostaria de agradecer aos estudantes ¢ colegas que, a0 longo dessas seis edigées, tém contribufdo com excelentes sugesties Susan J. Hall Deputy Dean, College of Health Sciences University of Delaware Sumario 1 O que é BiomecAnica?, 1 Biomecinica | Definicao e perspectiva, 2 ‘Abordagem para solugio de problemas, 2 Unidades de medida, 15 Conceitos Cinematicos para a Anillise do Movimento, 23 Formas de movimento, 24 Terminologia de referéncia padrlo, 25, Terminologia do movimento articular, 30 Sistemas de referéncia espacial, 35 tiva do movimento, 36 Ferramentas para a mensuracao de sgrancezas cineméticas, 43 Anélise quali Conceitos Cinéticos para a Anélise do Movimento, 49 Conceitos basicos relacionados com a cinética, 50 Cangas mecénicas sobre 0 corpo humano, 57 Efeitos do carregamento, 60 Ferramentas para mensuracio de srandezas cinéticas, 62 Agebra vetorial 63 { Biomecfnica do Crescimento e do Desenvolvimento Osseo, 73 ‘Composicao e estrutura do tecido dsseo, 74 Crescimento e desenvolvimento dsseos, 78 Resposta dssea ao estresse, 79 Osteoporose, 83 Lesdes dsseas comuns, 87. » Biomecanica das Articulagées, 95 Arguitetura da articulacio, 96 Estabilidade articular 101 Flexibilidade articular, 103 Técnicas para aumentar aflexibilidade articular, 107 Lesdes e patologias comuns das articulagBes, | | Biomecdnica do Miiseulo Esquelético, 119 Propriedades comportamentais da unidade musculotendinea, 120 Organizacio estrutural do misculo esquelético, !2| Fungo do misculo esquelético, 131 Fatores que afetam a producio de forga muscular, 135 Forga, poténcia e resisténcia musculares, |39 Lesdes musculares comuns, [45 Biomecanica do Membro Superior, 153 Estrutura do ombro, 154 Movimentos do complexo do ombro, 158 Cangas sobre o ombro, 164 Lesées comuns do ombro, 167 Estrutura do cotovelo, 169 Movimentos no cotovelo, 17! Cargas no cotovelo, 173 Lesdes comuns do cotovelo, 75 Estrutura do punho, 176 Movimentos do punho, |77 Estrutura das artculagdes da mio, |79 Movimentos da mio, 180 Lesées comuns do punho e da mao, 182 Biomecanica do Membro Inferior, 191 Estrutura do quadri, 192 Movimentos no quactil, 193, Cargas sobre 0 quadri, 197 LesBes comuns do quadrl, 199 Estrutura do joetho, 200 X. Blomecinia Sisca 10 Movimentos no joelho, 203 ‘Cargas no joetho, 205 Lesées comuns do joelho e da perna, 208 Estrutura do tornozelo, 212 Movimentos no tornozelo, 213 Estrutura do pé, 214 Movimentos'do pé, 216 Cangas sobre 0 pé, 218 Lesdes comuns do tomozelo € do pé,219 Biomecanica da Coluna Vertebral, 229 Estrutura da coluna vertebral, 230 Movimentos da coluna vertebral, 239 Mudsculos da coluna vertebral, 240 Cangas sobre a coluna vertebral, 248 Lesdes comuns das costas e do pescoso, 254 Grandezas cinemticas lineares, 266 Aceleraco, 273 Cinematica do movimento de projétil, 276 Fatores que influenciam a trajetéria do projétil, 279 Andlise do movimento de um projéti, 284 ‘Observagiio da cinematica angular do movimento humano,296 Mensuracio dos dngulos, 296 Relages cinematicas angulares, 300 Relagdes entre os movimentos linear ce angular 308 12 Cinética Linear do Movimento, 317 Leis de Newton, 318 ‘Comportamento mecdnico dos corpos fem contato, 322 Relacoes entre trabalho, poténcia e energia, 335 13 Equilibrio e Movimento, 347 Equibrio, 348 Centro de gravidade, 362 Estabilidade e balanco, 368 11 Cinética Angular do Movimento, 375 Resisténcia & aceleragao angular, 376 Momento angular, 380 ‘Andlogos angulares das leis de Newton do movimento, 389 Forga centripeta, 391 15 Movimento em um Meio Fluido, 397 Natureza dos fluidos, 398 Flutuabilidade, 401 Arrasto, 404 Forga de sustentacio, 410 Propulsio em um meio fluido, 416 Apéndices \ Matematica Basica e Habilidades Relacionadas, 425 1 FungGes Trigonométricas, 430 © Unidades de Medida Comuns, 433 D_ Pardmetros Antropométricos, 434 Glossério, 437 Indice Alfabético, 445 Biomecanica Basica O que é Biomecanica? ‘Ao término deste capitulo, vocé seré capaz de: Definir os termos biomecdinica, estética, dindmica, cinemitica e cinética, além de explicar de que maneira estio relacionados. Descrever a finalidade da pesquisa cientifica feita por biomecinices. Distinguir entre abordagens qualitativas © quanttativas para a anélse do movimento. Explicar como formular questes para a anilise qualitativa do movimento. Utilizar as 11 etapas identificadas no capitulo para resolver problemas 2. Biomectrca Bésca Aprender a andar é uma tarefa ‘ambiciosa por uma perspectiva iomecdnica. Foto © PhotoAlte! PletureQuost + Cursos de cnatomi, lologa mateméiica, fisica e engenharia da diamecénica. Biomecanica ‘Aplcagde des prnapios mecthices no estado os orgonsmos vos Mecfnica Ramo do fic que nasa os os de frgas sobre pares esstemcs mecicas Ramo da mecfnica que ida com ssteras em cestode constante de mownenta, Dinamica Ramo da mecdnica que ida com sternas swjetos & acelerocda Caraeteristicas antropométricas ‘podem predispor um atleta ao sucesso em um esporte e ser desvantajosas para a participagéo em outro Hota cortesa da Royalty Free/CORBIS. Jor que alguns jogadores de golfe colocam efeito na bola? Como traba- Thadores podem evitar o desenvolvimento de dor lombar? Que dicas ‘um professor de educagao fisica pode dar para ajudar seus alunos a dar um ‘saque no voleibol? Por que alguns individuos idosos tendem a cair? Todos 16s admiramos os movimentos fluidos e graciosos de atletas habilidosos em diferentes esportes. Também observamos 0s primeiros passos desajei- tados de uma crianga, 0 lento progresso de uma pessoa lesionada com um aparelho gessado e a marcha hesitante e desequilibrada da pessoa idosa ‘que utiliza uma bengala. Quase todas as classes de atividades incluem um estudante que parece adquirir novas habilidades com extrema facilidade e outro que tropega quando executa um salto ou erra a bola quando tenta pogé-la, chuté-la ou sacé-la. O que permite a alguns individuos executar movimentos complexos com tanta facilidade enquanto outros parecem ter dificuldade com movimentos relativamente simples? Embora as respostas a estas perguntas tenham suas raizes em aspee- tos fisiolégicos, psicolégicos ou sociolégicos, os problemas identificados sao todos de natureza biomecdniea, Este livro forneceré uma base para a identificagao, andlise e solugdo de problemas relacionados com a biomecd- nica do movimento humano. BIOMECANICA | DEFINICAO E PERSPECTIVA O termo biomecénica combina o prefixo bio, que significa “vida”, com 0 campo da mecénica, que 6 0 estudo da acdo das forgas. A comunidade inter- nacional de cientistas adotou o termo biomecdnica no infcio da década de 1970 para descrever a ciéneia que envolvia o estudo dos aspectos mecé- nicos de organismos vivos.”* Dentro dos campos da cinesiologia e ciéncia do exercicio, 0 organismo vivo mais estudado é 0 corpo humano. As forcas estudadas incluem tanto forgas internas produzidas pelos miisculos como forcas externas que atuam sobre 0 corpo. Biomecénicos utilizam as ferramentas da mecAniea, o ramo da fisica que envolve a andlise das agées das forcas, para estudar aspectos anaté- micos ¢ funcionais dos organismos vivos (Figura 1.1). Estética e dina- mica sio os dois principais sub-ramos da mec&nica. Estética é 0 estudo w) ° } Biomecdnica de sistemas em estado constante de movimento, ou seja, em repouso (sem movimento) ou se movendo em velocidade constante. Dinamica é 0 estudo dos sistemas nos quais a acoleragao est presente. Cinemética e cinética sio outras subdivisdes do estudo biomecd- nico. O que somos capazes de visualizar em um corpo em movimenta é denominado cinemdtica do movimento. A cinemética envolve o estudo do tamanho, sequenciamento e cronologia do movimento, sem referéncia as forgas que o causam ou que dele resultam. A cinematica de um exercicio ou a execugdo da habilidade desportiva também é conhecida, mais comu- mente, como forma ou técnica. Enquanto a cingmética desereve a apa- rencia do movimento, a cinética estuda as forcas associadas a ele. A forca pode ser uma agi de puxar ou empurrar um corpo. O estudo da biomecd- nica humana pode incluir questdes sobre se a quantidade de forca que os misculos produzem é ideal para o propésito pretendido do movimento. Apesar de a biomecdnica ser relativamente nova como um campo reco- nhecido da pesquisa cientifica, consideragdes biomecanicas sio dreas de interesse em diferentes disciplinas cientificas e campos profissionais. A biomecénica pode ter aplicagdes académicas em zoologia, ortopedia, car- diologia, medicina desportiva; engenharia biomédica ou biomecdnica; fisioterapia; ou cinesiologia, com um interesse miituo nos aspectos biome. cénicos da estrutura e fungao dos organismos vivos. A biomeciinica do movimento humano 6 uma das subdisciplinas da cinesiologia, 0 estudo do movimento humano (Figura 1.2). Embora alguns biomecénicos estudem t6picos como a locomogao de ostras, fluxo sanguineo por artérias contraidas ou micromapeamento de cavidades dentérias, este livro focaliza primariamente a biomecfnica do movimento humano a partir da perspectiva da andlise do movimento. Conforme demonstrado na Figura 1.3, a biomecanica é um ramo cien- tifico da medicina desportiva. Medicina desportiva 6 um termo abran- gente que engloba aspectos elinicos e cientificos do exercicio e dos espor- tes. O American College of Sports Medicine ¢ um exemplo de organizacio que promove a interagao entre t6picos relacionados com a medicina des- portiva. Quais sao os problemas estudados pela biomecanica? Como esperado, em razao dos diferentes campos cientificos e profissionais representados, os biomecdnicos estudam questes ou problemas diversos. Captulo | | © que é iomectnica’ 3 Figura 1.1 A biomecAnica utiliza os rincfpios da mecanica para resolver problemas relacionados com a estrutu- rae funedo dos organismos vivos. Cinemética Estado da descrigdo do movimento, onsierondo espago tempo. Cinética Estudo do ote dos forgas. Cinssiologia Estudo do movimento huraro, Medicina desportiva “Aspectosclncase oentficos de esportes¢ 4. Bomecinca Baca Figura (2 As subdisciplinas da cine- siologia. Figura 1.3 Os ramos da medicina des- portiva. + Na pesquisa, cada novo estudo, investigasao ou experiéncia geralmente é projet para responder a uma questo cu probleina em particular Chesiiogia Eaucapo flea Blomectnen a Feletoga o conttematr |] Trenareno dsporvo sta. espono Pecacona Fiosotado spore | Atedoespore |) Pscogia do spore a Medicina desporva omecirica “rohamento desporto Fisoope nah do exercicio Fisioterapia ee Contole mote tio despot Priel dopant onapeda re capaci a Por exemple, zoologistas examinaram os padres de locomogao de dezenas, de animais caminhando, correndo, trotando e galopando em velocidades, controladas em uma esteira ergométrica, a fim de determinar por que animais escolhem um particular comprimento de passo ¢ ritmo de pas- sadas em uma determinada velocidade. Eles concluiram que, na verd a corrida consome menos energia do que a marcha em pequenos animais até o tamanho de cées, mas para animais maiores, como cavalos, a corrida 6 mais extenuante.* Um dos desafios deste tipo de pesquisa é determinar como persuadir um gato, cdo ou peru a correr em uma esteira ergométrica (Figura 1.4). ‘Entre humanos, embora o custo energético da corrida aumente com a velocidade da corrida, diferengas quantificaveis no custo energético entre individuos se tornam ainda maiores conforme a velocidade aumenta.” ‘Ainda que alguns parogam correr de modo mais suave e confortavel que outros, nao foram associados fatores biomecéinicos particulares com uma Ceonomia boa ou ruim para a corrida.* Diferencas no tipo de composi- 40 muscular parecem se traduzir em diferengas na utilizagao de energia durante a corrida (ver Capftulo 6). ‘Nos EUA, a National Aeronautics and Space Administration (NASA) patrocina outra linha multidisciplinar da pesquisa biomecanica com 0 intuito de promover a compreensao dos efeitos da microgravidade sobre © sistema musculoesquelético humano. A preocupagao se dé porque os astronautas que safram do campo gravitacional da Terra por somente alguns dias retornaram com atrofia muscular, alteragées nos sistemas cardiovascular ¢ imune, diminuigdo da densidade, mineralizacao e resis- téncia dssea, especialmente nos membros inferiores."! O tépico da perda 6ssea, em particular, atualmente 6 um fator limitante para os voos espa- ciais de longa duragao, pois a perda éssea ocorre a uma taxa de aproxi- madamente 1% por més na coluna lombar e 1,5% por més nos quadris.”* ‘Tanto o aumento da reabsorgdo dssea como a diminuigdo da absorcdo de célcio parecem ser 0s responsaveis (ver Capitulo 4).** ‘Desde os primeiros dias das viagens espaciais, biomecdnicos projeta- ram e construiram diversos equipamentos para exercfcios no espaco, a fim de promover a realizagao de atividades normais para a manutengao 6ssea. Parte desta pesquisa se concentrou no projeto de esteiras ergomé- tricas que carregam os ossos dos membros com indices de deformacio distensio, e sao ideais para o estimulo da formagao de 0380 novo." Outra abordagem envolve a combinagao da contracdo muscular voluntéria com a estimulagao elétrica dos muisculos a fim de manter a massa ¢ o tonus muscular. Entretanto, até o momento, néo foi encontrado substituto ade- quado para a carga do peso corporal, ¢ assim prevenir a perda éssea e muscular no espaco."" ‘A manuteng&o de uma densidade mineral éssea suficiente também 6 1um t6pico de preocupactio aqui na Terra. A osteoporose é uma condigao na qual a massa ¢ a resisténcia mineral éssea estdo muito comprometidas que as atividades do dia a dia podem causar dor e fratura dssea."* Esta condigao 6 encontrada na maioria dos idosos, com inicio mais precoce em mulheres, ¢ esta se tornando cada ver mais prevalente em todo o mundo com o aumento da idade média da populacao. Aproximadamente 40% das mulheres sofrem uma ou mais fraturas osteoporsticas apés os 50 anos, ¢ Capt t | Oqueé Bomectre? 5 Figura 1 A pesquisa sobre a biome- c€nica das marchas de animais traz algumas questdes intereseantes. 6 BomecinaBisca Oexercicio no espago é importante para a preveneao da perda de massa esea entre astronautas. Foto cortesia da NASA. apés os 60 anos aproximadamente 90% de todas as fraturas em homens e mulheres esto relacionadas com a osteoporose.*** Os locais mais comuns de fraturas so nas vértebras, com a presenga de uma fratura indicando risco elevado de futuras fraturas vertebrais e do quadril.!® Este t6pico é explorado mais profundamente no Capitulo 4. Outra drea problematica est desafiando biomecdnicos que estudam a diminuigdo da mobilidade de idosos. A idade estd associada a uma dimi- nuigdo da capacidade de equilfbrio, e idosos pendulam e caem com maior frequéncia do que adultos jovens, embora os motivos destas alteracdes ainda no sejam bem compreendidos. Quedas esto particularmente rela- cionadas com fraturas do quadril, e séo problemas médicos extremamente sérios, comuns e caros entre idosos. A cada ano, as quedas causam grandes porcentagens de fraturas de punho, lesdes cranianas, fraturas vertebrais e laceragdes, bem como 90% das fraturas de quadris ocorridas nos EUA.”” As equipes de pesquisa biomecdnica esto investigando fatores biomeca- nicos que possibilitem aos individuos evitar quedas, as caracteristicas de quedas seguras, as forcas sofridas por diferentes partes do corpo durante as quedas, e a capacidade de roupas e pisos acolchoados para a prevenco das lesées relacionadas com as quedas.” O trabalho promissor no desen- volvimento de estratégias de intervengao demonstrou que a chave para a prevengio de quedas pode ser a capacidade de limitar 0 movimento do tronco."* Idosos podem aprender rapidamente estratégias para a limita- ‘edo do movimento do tronco por meio de treinamento especifico de tarefas combinado com exercicios corporais totai: A pesquisa feita por biomecdnicos clinicos resultou em melhoria da mar- cha entre criangas com paralisia cerebral, uma condi¢ao que envolve altos niveis de tensdo e espasticidade muscular, A marcha do individuo com paralisia cerebral se caracteriza pela excessiva flexio do joelho durante a fase de apoio. Este problema é tratado com o alongamento cirirgico dos tenddes da musculatura isquiotibial para melhorar a extensio do Joctho durante o apoio. Entretanto, om alguns pacientes o procedimento também diminui a flexio do joelho durante a fase do balango da marcha, resultando em um caminhar que arrasta 0 pé. Depois que as pesquisas demonstraram que os pacientes com este problema exibiam cocontragao do reto femoral e da musculatura isquiotibial durante a fase do balango, 0s ortopedistas comecaram a tratar o problema fixando eirurgicamente 0 reto femoral a insereao do sartdrio. Essa criativa abordagem com base na pesquisa biomecdnica permitiu um grande avango na normalizagao da marcha em criancas com paralisia cerebral. ‘A pesquisa feita por engenheiros biomecdnicos também resultou na melhoria da marcha de crianeas e adultos com amputagbes abaixo do joe- Iho. A marcha com uma prétese cria maior demanda metabélica, que pode ser particularmente significativa para idosos amputados para ampu- tados jovens ativos participantes de atividades desportivas nas quais condicionamento aerdbico é requerido, Em resposta a este problema, 0s pesquisadores desenvolveram uma gama de préteses de perna e pé que armazenam e retornam a energia mecanica durante a marcha, reduzindo ‘© custo metabélico da locomogao.? Estudos demonstraram que préteses mais complacentes sao mais bem adaptadas para deambuladores ati- vos e répidos, enquanto préteses que fornecem uma base de apoio mais estavel geralmente so preferidas para a populacio idosa.’ “Proteses Inteligentes” controladas por microchips se mostram promissoras para a redugao do custo energético da marcha em uma variedade de velocidades.” Atualmente os pesquisadores estdo desenvolvendo uma nova elasse de pé protético “biénico” que se destina a imitar melhor a marcha normal. ** Biomecanica ocupacional 6 um campo que aborda a prevengio das lesdes relacionadas com o trabalho e a melhoria das condigées de trabalho e desempenho do trabalhador. Os pesquisadores neste campo aprenderam que a dor lombar relacionada com o trabalho pode derivar nao somente da manipulagao de materiais pesados, mas de posturas nao naturais, movi- mentos stibitos e inesperados e caracteristicas de determinados traba- Ihadores."" Sofisticados modelos biomecdnicos do tronco atualmente estao sendo utilizados na criacdo de tarefas de manipulagao de materiais na indistria a fim de minimizar estresses potencialmente lesivos & coluna lombar.* Biomecdnicos também contribuiram para melhorias no desempenho em alguns esportes por meio de projetos de equipamentos inovadores. Um exemplo excelente é 0 Klapskate, um patim de velocidade equipado com ‘uma dobradica préximo aos pododéctilos que permite ao patinador fazer ‘uma flexdo plantar no tornozolo na fase do impulso, resultando em veloci- dades de patinacao 5% maiores do que as obtidas com os patins tradicio- nais.”” 0 Klapskate foi projetado por van Ingen Schenau e de Groot, com base no estudo da técnica do deslizamento durante o impulso na veloci- dade da patinagao realizado por van Ingen Schenau e Baker, bem como 0 trabalho da coordenagao intermuscular do salto vertical feito por Bobbert e van Ingen Schenau.® Quando 0 Klapskate foi utilizado pela primeira vez por competidores nas Olimpfadas de Inverno de 1998, os recordes de velocidade foram quebrados em todos os eventos. Varias inovagdes nos equipamentos e roupas desportivos também resultaram dos achados de estudos conduzidos em cémaras experimentais, Ceptlo 1 | © que éBiomectnicad 7 A biomecdinica ocupacional envolve o-estuco dos fatores de seguranca em atividades como o levantamento de pesos. Sindrome do tunel do carpo Condo de uso excess causado pelo compressdo do nervo medaro tire do Cerpa envavendo torpor frmigomentoe dor ras mts Ocquipamento aerodinamico para 0 ciclismo contribuiu para a quebra de novos recordes mundiais, Foto coreaia de Getty Images 8 Biomecirca Basa Biomecanicos desenvolvem uma nova revolugao na patinagao artistica © que 0 campeso de patinagio aritica norteamericano de 1996 Rudy Galindo ¢ a medalhista de ouro olmpico de 1998 Tara Lipinskltém em comum além do sucesso na gatinagéoartsea? Ambos foram submeidos&artroplasablateral de quad; Galindo 4205 32 anos eLipns aos 18 anos de dade [A lesdes por uso excesivo entre patinadoreserescem em remo alarmante;a maio- Fa envolve as extremidades inferiorese cola lombar’” Em razio de os patinadores realizarem programas cada vex mals desafadores,inciindo saltos com virios girs, © ‘tempo de trenamento no geo para profssionals de elite nos das de hoje tipcamente inci mais de 100 satos por da, 6 veres/semana, ano apés ano. ‘Alm disso contririo da maioria dos equipamentos despordvos modernos.a pav- rasio artiica sofreu somente pequenas modifeagées desde a década de 1900./ boca de cano ako e couro mole do século 19 aualmenteé feta de couro mais rgd para aumenear a establidade do torozelo, mas nlo excesshamente, de modo a permit a rmanutengio de um pequeno grau de movimento, Entretanto, 0 desenho bisico da bota rigid com uma imina de ago aparafusada nio mudou. © problema com a patinagio artistica tradicional é que, quando 0 patinadoraterrissa ap6s um salo,abotargia resringe severamente o movimento no tornezele sso forca © atlea a pousar am uma posicio con 0 pé quase plano, impedindo © movimento no tornozelo que poderi ajuda a atenuar o choque daaerrssagem que &wransmitido para cima por meio do sistema musculoesqueléio, No surpreendentemente 2 Inedéncia delesdes por uso excessvo na patinago artista & crescente em rao da maior énfase nos salts, aumento do tempo de treinamentoe uso de equipamento ultrapassado. Para resolver este problems, o biomecinico jim Richards e o estudante graduado Dustin Bruening trabalhando no University of Dlaware's Human Performance Lab, pro- Jetaram etestarar uma nova bota para patinaio arvitica Sepuindo o modelo do esqu alpine moderno e das botat de patins iv ne, 2 nove bot incorpora uma articulagso no ‘ornozelo que permite © movimento de fexdo, mas restringe © potencialmentelesivo movimento lateral ‘A nova bota de patinagao artistica com uma articulacdo no tornozelo _projetada pelos biomecdnicos da University of Delaware. ‘A bota permite que os patinadores aterrissem inicialmente sobre os pododéctios, ‘com © resto do pé atingindo 0 gelo de modo mais lento Iso aumenta o tempo de aterrissagem, pois a forga de impacto 6 dissipada por um tempo maior, © que diminui drasticamente © pico de forga transmitido para a reglio superior do corpo, Cenforme demonstrado no gréfico,a nova bota atenua o pico da forca de aterrissagem na ordem de 30%, Embora 0 desenho da nova bota de patinacio tenha sido motivado por um desejo de reduzir a incidéncia de lesées por estresse na patinagio, ele também melhora o ddesempenho. A capacidade de realizar maior amplitude de movimentos no tornozelo pode permitir saltos de malores alturas © concomitantemente mals rotagSes enquanto © patinador estver no ar, 1,800.0 ——_____ 1.500,0 — Pleo da forga pacréo (N) 1.597,16 — Pico da forgaarticulado (N) 1.140.27 Redugdo(%) 28,61 1.4000 1300.0 > 1200.0 = 1.1000 1000.0 00,0 3000 7000 6000 ) 500.0 40,0 + i 2000 | 200.0 100.0 oo4—{l i (0,000 0,050 0,100 0,150 0,200 0,250 0,500 0,350 0,400 0,450 0,500 Tempo (s) A nova bota para patinacdo artistica com uma articulacéo no tornazelo rreduz 0 pico das forcas de impacto durante a aterrissagem de um salto na ordem de 30%. Grético cortsia de D, Bruening ¢ J, Richards, 60 solo Forea de Patinadores que adotam a nova bota descobrem que seu uso efetivamente requer tum periodo de adapracio. Aqueles que patinam com a bota tradicional durante muitos anos tendem a apresentar menor forga na musculatura ao Fedor do tornozela.A melho- Fia da forga do tornozelo provavelmente & necessiria para o uso ideal de uma bota que ‘agora permite © movimento deste. denominadas tiineis de vento, que promoveram a simulacdo controlada da resisténcia do ar realmente encontrada durante alguns esportes. Exemplos incluem eapacetes, roupas ¢ bicieletas aerodinamicos utilizados no ciclismo competitivo, e trajes ultralisos utilizados em outros eventos competitivos relacionados com a velocidade, como natagéo, trilha, patina- ¢f0 e esqui. Experiéncias em tiineis de vento também foram conduzidas para identificar uma configuracao corporal ideal durante eventos como salto com esqui.*? Biomeednicos desportivos também direcionaram esforgos para a metho- ria da biomecdnica, ou téenica do desempenho atlético. Eles aprenderam, or exemplo, que 0s fatores contribuintes para um desempenho superior no salto em distancia, salto em altura e salto com vara incluem alta velo- cidade horizontal desde a partida e um tiltimo passo mais curto quo faci- lita a elevagao continuada do centro de massa corporal total.§* O estudo de arremessadores de beisebol determinou que arremessadores de alta velocidade demonstram maior rotagdo lateral no ombro, maior inclina- ao frontal do tronco na liberagio da bola, maior extenso da velocidade angular no joelho a frente e maior velocidade angular da pelve ¢ tronco, em relagao aos arremessadores de velocidade mais baixa.*° Carlo | Oqueé Bomectnia? 9 10. Biomectric Bisa + AUSOC comegou 0 potracinar a esquisa em medina desportive em Outros patrocinar pesquises esempenho de otletos a décaca de 1970, elite no inicio * Os testes de impacto de capacetes desportivos odo feitos cientificamente em laborousrios certficadas. Outro exemplo bastante notével de melhora do desempenho parcial- mente atribufvel A andlise biomecdnica é o caso do atleta quatro vezes campedo olimpico Al Ocrter. A andlise mecdnica do arremesso de disco requer a avaliagdo precisa dos principais fatores mecanicos que afetam seu vo. Estes fatores incluem: 1, A velocidade do disco quando liberado pelo arremessador. 2. O Angulo de projecdo no qual o disco é liberado. 3, Aaltura acima do chao na qual o disco é liberado. 4. O fngulo de ataque (a orientagio do disco em relagao & corrente de ar presente). Com a utilizagio de técnieas de simulagdo computadorizadas, os pesquisa- dores podem prever a combinagdo necesséria de valores para estas quatro varigveis que resultarao em um arremesso a uma disténcia maxima para um determinado atleta."* Cameras de alta velocidade podem registrar os desempenhos em grande detalhe, e quando o filme ou video é analisado, a projegdo real da altura, velocidade e angulo de ataque podem ser compara- dos aos valores gerados pelo computador necessérios para 0 desempenho ideal. Aos 43 anos de idade, Oerter aprimorou seu melhor desempenho olimpico em 8,2 metros. Apesar de ser dificil determinar as contribuigdes da motivacao e treinamento nesta melhora, parte do sucesso de Oerter foi resultado de uma téenica aprimorada apés a andlise biomecénica."*.A maioria dos ajustes para as técnicas de atletas habilidosos produz resul- tados relativamente modestos, pois seus desempenhos jé se caracterizam por uma técnica acima da média, Algumas das pesquisas produzidas por biomecdnicos desportivos foram feitas em conjunto com a Sports Medicine Division of the United States Olympic Committee (USOC). Tipicamente, este trabalho é feito em coope- ragSo direta com o técnico nacional daquele esporte a fim de assegurar a praticabilidade dos resultados. A pesquisa patrocinada pelo USOC gerou ‘varias informagies novas sobre o uso das caracteristicas mecdnicas do desempenho de elite em vérios esportes. Devido aos continuos avangos nos equipamentos de anélise cientifica, o papel dos biomecanicos despor- tivos na contribuieao para a melhoria do desempenho provavelmente seré cada vez mais importante no futuro. A influéncia dos biomecénicos também ¢ observada em esportes popu- lares tanto para atletas como para ndo atletas, como o golfe. Andlises computadorizadas de imagens em video das tacadas de golfe, projetadas por biomecdnicos, comumente sao encontradas em campos de golfe e lojas de equipamentos. A ciéncia da biomeciniea pode desempenhar um papel na otimizagio da distancia e da preciso de todas as tacadas de golfe, incluindo o putting (a tacada final no buraco), por meio da andlise dos Angulos corporais, forgas articulares e padres de atividade muscular.” Uma recomendagio de técnica comum é manter um tinico centro fixo de rotagaio para imprimir forga a bola."* Outras preocupages de biomecinicos desportivos esto relacionadas com a reducio das lesdes desportivas por meio da identificagao de prati- cas perigosas ¢ criagdo de equipamentos e roupas seguras. Em corredo- res recreacionais, por exemplo, a pesquisa demonstra que os fatores de risco mais sérios para lesdes de uso excessivo so erros de treinamento, como aumento sibito da distdncia ou intensidade da corrida, quilome- tragem oxcessiva acumulada e corrida em superficies inadequadas.®” A complexidade dos tépicos relacionados com a seguranca aumenta quando o esporte depende de equipamento. A avaliacio de capacetes de protecio busca assegurar ndo somente que as earacteristicas do impacto ofeream, protegao confidvel, mas também que o capacete nao obstrua a visio peri- férica do usuério, Outra complicacdo 6 que o equipamento projetado para proteger uma parte do corpo pode contribuir para a probabilidade de leséo em outra parte do sistema musculoesquelético. Botas modernas de esqui, apesar de serem efetivas na protecdo do tornozelo e da perna contra lesdes, infe- lizmente contribuem para graves momentos de arqueamento no joelho quando o esquiador perde 0 equilfbrio. Esquiadores alpinos recreacionais consequentemente experimentam maior incidéncia de lesdo do ligamento cruzado anterior do que os participantes de qualquer outro tipo de espor- te.” As lesdes no snowboard também so mais frequentes com 0 uso de botas rigidas, quando comparadas com botas mais maledveis, apesar de mais da metade das lesdes secundérias a0 snowboard se localizarem nas extremidades superiores.”*** Outra drea desafiadora de pesquisa para a biomecdnica no aspecto da seguranga do esporte € a investigacio da eficdcia de érteses profildticas para joelho.” Aproximadamente 60% de todas as lesses desportivas ocor- rem no joclho.® As pesquisas demonstram que as drteses podem contri- buir em 20 a 30% para a resisténcia contra impactos laterais sobre o joe- Iho, caso sejam feitas sob medida, gerando melhor protecdo. Entretanto, ‘uma preocupagdo possivel 6 que as drteses de joelho atuem modificando © padrao de atividade muscular da extremidade inferior durante a mar- cha, com menor trabalho realizado sobre o joelho e maior trabalho sobre © quadril.”° Outros problemas documentados que parecem afetar alguns atletas mais do que outros © podem ser especificos das drteses incluem diminuigdo da velocidade dos tiros de corrida e inicio precoce de fadiga.A literatura de pesquisa se divide de modo quase igual sobre a eficécia das 6rteses profildticas de joelho na prevencao das lesées ligamentares em Jogadores de futebol americano; alguns estudos demonstram diminuigéo © outros demonstram aumento na ineidéncia de lesées.”! ‘Uma dea da pesquisa biomecénica com implicagdes para a seguranga e desempenho é o desenho dos calgados desportivos. Os calgados atuais so projetados tanto para a prevencdo contra um carregamento excessive e lesdes relacionadas como para aumentar o desempenho. Como o solo ou a superficie de jogo, o calcado e o corpo humano compdem um sistema inte- rativo, 0s calgados desportivos sdo especificamente projetados para espor- tes, superficies ¢ consideracdes anatOmicas proprias. Calgados de danca aerébica so construidos para amortecer o arco metatarsiano. Calgados para futebol americano utilizados em grama artificial sao projetados para minimizar 0 riseo de lesées no joelho. Calgados para corrida estio dispo- niveis para o treinamento ¢ para a corrida no gelo e na neve. De fato, os calgados desportivos atuais so projetados de modo tao especifico para atividades determinadas, que a utilizagao de um calgado inadequado pode contribuir para a probabilidade de lesdo. Estes exemplos ilustram a diversidade dos tépicos tratados na pesquisa biomecéinica,¢ incluem alguns casos de sucesso e algumas dreas de desafio constante. Claramente, os biomecdnicos contribuem para o conhecimento basico sobre toda a gama de movimentos humanos, da marcha da crianea com dificuldades fisicas até a técnica do atleta de elite. Apesar de variada, toda a pesquisa descrita se baseia nas aplicagées dos principios mecanicos para a solugéo de problemas especificos em organismos vivos. Este livro se destina a fornecer uma introdugao para varios destes principios e abordar alguns dos modos por meio dos quais os principios biomecanicos podem ser aplicados na andlise do movimento humano. Por que estudar biomecanica? Como evidenciado na segao anterior, os prine{pios biomecénicos sao apli- cados pelos cientistas ¢ profissionais em diversos campos para problemas relacionados com a satide e desempenho humanos. O conhecimento dos conceitos biomecdnicos basicos também é essencial para o professor de Capt | | O que é Biomectrcal 12 Bromecdnica Bisa Quantitative Est relocicnaia com uso de nimeros. Qualitative até relaconado com descrcdo nd rurmérica de qualidade. Figura 1.5 Exemplos de descritores qualitativos e quantitativos. educacio fisica, fisioterapeuta, médico, técnico, orientador fisico pessoal ou instrutor de exereicios, ‘Um curso introdutério em biomecénica fornece a compreenstio bésica sobre os principios mecénicos ¢ suas aplicagées na andlise dos movimen- tos do corpo humano. O analista do movimento humano deve ser capaz de responder aos seguintes tipos de questdes relacionadas com a biomec&- : Por que a natagao nao é 0 melhor exercicio para pessoas com osteo- porose? Qual é o prinefpio biomecdnico por trés das maquinas de exercf- cio com resisténcia varidvel? Qual é 0 modo mais seguro de levantar um objeto pesado? E possivel julgar quais movimentos sdo mais ou menos ‘econémicos a partir de uma observacao visual? Em qual angulo uma bola deve ser arremessada para que atinja uma distancia méxima? Qual é a melhor distancia e Angulo para observar um paciente descer uma rampa ou um jogador de voleibol sacar? Quais estratégias um idoso ou um joga- dor de futebol americano emprega para aumentar a estabilidade? Por que alguns individuos sto ineapazes de flutuar? ‘A busca dos objetivos no infeio de cada capitulo deste livro é uma boa forma de destacar 0 escopo dos t6picos biomecénicos a serem abordados no nivel introdutério. Para aqueles que planejam carreiras que envolvam a observagao visual e a andlise do movimento humano, o conhecimento destes tépicos serd valioso. ABORDAGEM PARA SOLUCAO DE PROBLEMAS ‘A pesquisa cientifica geralmente 6 direcionada ao fornecimento de solu- do para um problema particular ou resposta a uma questo especifica. Entretanto, mesmo para o nfo pesquisador, a capacidade de resolver pro- blemas é uma necessidade pritica para a sociedade moderna. O uso de problemas especificos também é uma abordagem efetiva para a ilustragio dos conceitos biomecdnicos basicos. Problemas quantitativos versus qualitativos ‘A anélise do movimento humano pode ser quantitativa ou qualitativa. Quantitativo implica que mimeros estao envolvidos ¢ qualitativo diz. res- peito A descrigdo da qualidade, sem 0 uso de mimeros. Apés observar 0 desempenho de um salto em disténcia, um observador pode declarar qua- litativamente que “foi um salto muito bom”, Outro observador pode anun- ciar quantitativamente que o mesmo salto alcangou um comprimento de 2,1 m. Outros exemplos de descritores qualitativos e quantitativos so demonstrados nas Figuras 1.5 € 1.6. E importante reconhecer que qualitativo nao significa geral. Deserigies qualitativas podem ser gerais, mas também podem ser extremamente detalhadas. Pode-se falar de modo qualitativo e generalista, por exem- plo, que um homem anda pela rua. Também pode ser dito que 0 mesmo homem caminha lentamente, parece estar inclinado para a esquerda e esta colocando o peso sobre sua perna direita pelo minimo de tempo possi- vel. A segunda descrigdo ¢ totalmente qualitativa, mas fornece um quadro mais detalhado do movimento. As descrigdes qualitativas e quantitativas desempenham papéis impor- tantes na andlise biomecdnica do movimento humano. Os pesquisadores biomecdnicos se baseiam fortemente em téenicas quantitativas quando tentam responder a questdes especificas relacionadas com a mecdnica dos organismos vivos. Médicos, treinadores e professores de atividades fisicas frequentemente empregam observagdes qualitativas de seus pacientes, atletas ou estudantes para formular opinides ou para aconselhar. Resolucao de problemas qualitativos Problemas qualitativos comumente surgem durante as atividades disrias. Questies como qual roupa vestir, se deve estudar botdnica ou inglés e se vai assistir a televisdo ou estudar sao todos considerados problemas, por serem incertezas que podem necessitar de solugao. Assim, uma grande proporgao de nossos dias é dedicada & solucao de problemas. A anéliise do movimento humano, seja a identificagéo de uma altera- sao da marcha ou o refino de uma técnica, ¢ essencialmente um processo da solugtio de problemas. Seja a anélise qualitativa ou quantitativa, 0 processo envolve identificar, estudar ou analisar, e por fim solucionar a ‘questo ou problema de interesse. Para analisar efetivamente um movimento, 6 essencial formular pri- meiro uma ou mais questdes sobre ele. Dependendo do propésito efetivo da andlise, a questdo pode ser geral ou espectfica. Questies gerais, por exemplo, podem incluir: 1, O movimento esta sendo realizado com a forga adequada (ou ideal)? 2, O movimento esta sendo realizado com um arco apropriado de movi- ‘mento? 3, A sequéncia de movimentos corporais 6 apropriada (ou ideal) para a execugio da habilidade? CCaptulo || © que Bomecinicat 13 Figura 1.6 Quantitativamente, 0 robo errou a xicara de café em 16 em. Qua- litativamente, cle funcionou de modo dofeituoso, 14 Biomectica Bisa Treinadores se baseiam fortemente em observagées qualitativas dos desempenhos de atletas para formular orientacées sobre a técnica. Potoeortasia de Ken Karp para MMH. 4, Por que mulheres idosas tendem a eair? 5. Por que o jogador de golfe que vai dar uma tacada nao toma distancia maior? Questdes mais especificas podem ineluir: 1, Uma pronagao excessiva ocorre durante a fase do apoio da marcha? 2. A liberaco da bola ocorre no momento de extensio total do cotovelo? 3. Para esta pessoa, o fortalecimento seletivo do vasto medial obliquo reduz 0 deslocamento inadequado da patela? Assim que uma ou mais questées sAo identificadas, a préxima etapa na andlise de um movimento humano € a coleta de dados. A forma de dado mais comumente coletada por professores, terapeutas ¢ treinadores 6 a observagao qualitativa. Ou seja, o analista do movimento observa sua rea- Tizagdo cuidadosamente e faz anotagdes mentais ou por escrito. Para obter o melhor dado observacional posstvel, é util planejar quais so a distancia e perspectiva ideais para fazer as obsorvagdes. Estas e outras obsorvacdes, importantes para a anélise qualitativa do movimento humano so discu- tidas em detalhes no Capitulo 2. Problemas formais versus informais Quando confrontados com um problema de uma érea da matemética ou ciéncia, muitos individuos acreditam nao serem capazes de encontrar uma solugao. Claramente, um problema matemstico é diferente de um pro- blema sobre que roupa usar em um evento social. Entretanto, de algum modo o tipo de problema informal é mais dificil de resolver. De acordo com Wickelgren,“' um problema formal (como um problema matemético) se caracteriza por trés componentes: 1. Um conjunto de informagoes fornecidas. 2. Um objetivo, resposta ou desejo particular 8. Um conjunto de operagées ou processos que podem ser utilizados para se chegar & resposta a partir das informagoes fornecidas. Entretanto, ao lidar com problemas informais, 03 individuos podem con- siderar as informagées fornecidas, 0 processo a ser utilizado e mesmo o objetivo propriamente dito obscuro ou nao prontamente identificavel, Resolucdo de problemas formais quantitativos Problemas formais so meios efotivos para traduzir conceitos nebulosos em prinefpios especificos bem definidos que podem ser prontamente com- preendidos e aplicados na andlise do movimento humano. Pessoas que se consideram ineapazes de resolver problomas formais nfo roconhecem que, em grande parte, as habilidades de solugdo de problemas podem ser aprendidas. Existem livros completos sobre as abordagens e técnicas de solugio de problemas. Entretanto, a maioria dos estudantes nao recebe treinamento com estratégias gerais para o processo de solugao de proble- mas. Um procedimento simples para a abordagem e solucao de problemas envolve 11 etapas sequenciais: 1. Leia euidadosamente o problema. Pode ser necessério ler o problema varias veres antes de prosseguir para a préxima etapa. Vocé deve ir para a ctapa 2 somente quando compreender claramente a informa- 60 fornecida ¢ as questées a serem respondidas. 2. Esereva a informacdo em um formulério. E aceitével utilizar simbolos (como v para velocidade) para representar as grandezas fisicas se 0s, simbolos sao significativos. 3. Escreva o objetivo ou o que deve ser determinado, utilizando uma lista so mais de uma grandoza deve ser resolvida 4, Desenhe um diagrama que represente a situagéo do problema, indi- cando claramente todas as grandezas conhecidas ¢ representando com pontos de interrogagéo aquelas a serem identificadas. (Embora certos tipos de problemas néo sejam facilmente representados por diagramas, 6 muito importante que esta etapa seja cumprida sempre que posstvel, para visualizar precisamente a situagao.) 5, Identifique e esereva relagdes ou formulas que possam ser dteis na solu- ‘do de problemas, (Mais de uma formula pode ser itil e/ou necesséria.) 6. Apartir das formulas que vocé escreveu na etapa 6, escolha a férmula que apresente tanto as varidveis fornccidas (da etapa 2) quanto as varidveis desconhecidas desejadas (da etapa ). Se a formula contiver somente uma variavel desconhecida, que ¢ a varisvel a ser determi- nada, pule a etapa 7 e siga diretamente para a etapa 8. 7. Se voc’ nao consegue identificar uma férmula de trabalho (nos proble- mas mais diffceis), certas informagoes essenciais provavelmente nao foram fornecidas claramente, mas pociem ser determinadas por infe- réneia e por desenvolvimento e anélise da informagao fornecida. Se isto ocorrer, pode ser necessrio repetir a etapa 1 e rever as informa- 96es pertinentes relacionadas com o problema apresentado no texto. 8, Depois de identificar a férmula apropriada ou formulas -, escreva-a e substitua cuidadosamente as grandezas conhecidas fornecidas no problema para os simbolos das variaveis. 9. Utilizando técnicas algébricas simples revistas no Apéndice A, resolva a varidvel desconhecida (a) reescrevendo a equagao de modo que a varis- vel desconhecida seja isolada em um lado do sinal de igual e (b) redu- zindo os ntimeros no outro lado da equagao a uma grandeza tinica. 10. Faga uma checagem da resposta derivada. Parece muito pequena ou muito grande? Caso positivo, reanalise os edleulos. Também analise para assegurar-se de que todas as questées originais do problema foram respondidas. 11, Destaque claramente a resposta e inclua as unidades corretas de medida. A Figura 1.7 fornece um resumo deste procedimento para a solugao de problemas quantitativos formais. Estas etapas devem ser cuidadosa- mente estudadas, encaminhadas e aplicadas no trabalho de problemas quantitativos ao término de cada capitulo. A Amostra de Problema 1.1 ilustra 0 uso deste procedimento, esumo das etapas para a solugio de problemas formals 4, Desenhe um diagrama da stuapdo do problema cemonstrando as informagdes conhecidas e desconhectdas, ‘5, Escreva as formulas que podem ser dts, 6. Identfique a formula a ser utiizada, 7. Se necesséri, rela o enunciado do problema para dtorminar se 6 necosséra alguma informagéo aciional. 8. Substitua cuidadosamento a informagdo fomecida na formula 8. Resoiva a equacdo para identficar a variével desconhecida {a informapéo desejada). 10. Vertique se a resposta ostérazodvel e completa 41, Destaque claramente a resposta, UNIDADES DE MEDIDA B importante informar as unidades de medida corretas associadas & res- posta de um problema quantitative. Claramente, uma resposta de 2 em 6 muito diferente de uma resposta de 2 km. Também 6 importante reco- Cope || © que Bomecinia? eréncia Processo de formagdo de dos informogbes dponiets 15 Figura 1.7 0 uso do processo sistemé- tico ajuda a simplificar a solugéo dos problemas. 16 Biomectrica Bisica Corredor do out time am som) Receptador Amostra de problema 1.1 Um jogador de beisebol rebate um triplo para o fundo do meio-campo. Conforme ele se aproxima da terceira base, nota que o arremesso de devo- luo na direcao do receptador 6 forte e decide parar na home base. O receptador recupera a bola a 10 metros da base e corre de volta para ela a uma velocidade de 5 m/s. Quando o receptador comega a correr, 0 corredor do outro time, que esté a uma velocidade de 9 m/s, encontra-se a 15 metros da base. Considerando que o tempo = disténcia/velocidade, quem chegard primeizo a base? Solugéo Etapa1 Leia cuidadosamente o problema. Etapa2_ Escreva as informagées fornecidas: velocidade do corredor do outro time = 9 m/s velocidade do receptador = 5 m/s distancia do eorredor do outro time até a base = 15m distancia do receptador até a base = 10 m Etapa 3 Escreva as varidveis a serem identificadas: descobrir qual joga- dor chegar4 primeiro & base. Etapa4 Desenhe um diagrama do problem: Etapa 5 Escreva as formulas que serdo utilizadas: tempo = distancia/velocidade Etapa 6 Identifique a formula a ser utilizada: pressupde-se que a for- mula fornecida ¢ apropriada, porque nenhuma outra informa- a0 relevante para a solugdo foi apresentada. Etapa7 Releia o problema caso toda informacdo necessdria nao esteja disponivel. Pode-se determinar que toda informagdo parece estar disponivel. Etapa 8 Substitua a informagao fornecida na formula: distancia tempo = stancia PO velocidade Receptador: 10m tem Po 5 mis Corredor do outro time: tempo = 25 PO mis Etapa 9 Resolva as equagdes: Receptador: Corredor do outro tim tempo = 1,67 8 Etapa 10 Verifique se a resposta 6 razodvel e completa. Etapa 11 Destaque a resposta: 0 corredor do outro time chega base antes, por 0,33 s. nhecer as unidades de medida associadas a grandezas fisicas especificas. Pedir 10 km de gasolina para um carro evidentemente néo é apropriado. Osistema predominante nos EUA ainda é sistema inglés. O sistema inglés de pesos e medidas surgiu ao longo dos séculos primariamente para propésitos de comércio e divisio de terras. Unidades especificas se origi- naram em grande parte de decretos reais. Por exemplo, uma jarda ori nariamente foi definida como a distancia correspondente ao final do nariz do rei Henrique I até o polegar de seu brago estendido. O sistema inglés de medidas demonstra pouca légica. Existem 12 polegadas em um pé, 3 pés em uma jarda, 5.280 pés em uma milha, 16 ongas em uma libra e 2.000 libras em uma tonelada. sistema de modidas utilizado atualmente pela maioria dos paises do mundo, exceto os EUA, é Le Systéme International d’Unités (0 Sistema Internacional de Unidades), comumente conhecido como SI ou sistema métrico. 0 sistema métrico se originou como resultado de uma solicitagao do rei Luis XVI para a academia francesa de ciéncias em 1790. Apesar de o sistema ter sido brevemente banido na Franga, foi readotado em 1837. Em 1875, o Tratado das Medidas foi assinado por 17 paises que concorda- vam em adotar o sistoma métrico. Desde entdo, o sistema métrico ganhou popularidade mundial por dife- rentes motivos. Primeiro, tem somente quatro unidades bésicas -o metro, de comprimento; 0 quilograma, de massa; 0 segundo, de tempo; e o grau Kelvin, de temperatura. Segundo, as bases de unidades sao precisamente definidas, quantidades reprodutiveis que so independentes de fatores como forga gravitacional. Terceiro, todas as unidades, exceto as para ‘tempo, esto relacionadas em fatores de 10, em contraste com os diversos fatores de conversao necessérios para a troca das unidades inglesas de ‘medida. Por Ultimo, o sistema 6 utilizado internacionalmente. Por estes motivos, bem como pelo fato de o sistema métrico ser utilizado pela comunidade cientifica quase exclusivamente, este é o sistema utili- zado neste livro, Para aqueles ndo familiarizados com o sistema métrico, 6 Util ser capaz de reconhecer os equivalentes aproximados no sistema inglés de medida. Dois fatores de conversdo particularmente valiosos so 2,54 cm para cada polegada e 4,45 N para cada libra, Todas as unidades relevantes de medida em ambos os sistemas ¢ os fatores de converstio ‘comuns para os sistemas métrico-inglés so apresentados no Apéndice C. RESUMO A biomecdnica é uma ciéncia multidisciplinar que envolve @ aplicagao de principios mecanicos no estudo da estrutura e da funcio dos organi mos vivos. Como os pesquisadores biomecdnicos se originam de diferen- tes cendrios académicos e campos profissionais, a pesquisa biomeciinica aborda um variado espectro de problemas e questées. Conhecimento basico de biomecdnica é essencial a um competente profissional analista do movimento, seja um professor de educagio fisica, fisioterapeuta, médico, treinador, orientador pessoal ou instrutor de exer- cicio. A abordagem estruturada apresentada neste livro se destina a faci- litar a identifieagao, andlise ¢ solugdo de problemas ou questées relacio- nados com o movimento humano. AUTOAVALIACAO Capo | | O que € Biomecnica? Sistema inglés Sstemoa de pesos e meds orginamente ‘eservohido na Ingiatera eutizodo otuatmente ros EUA, Sistema métrico ‘Sstemo de pesas e medidas Jnternadonalmente unizado em apicagbes Centfcas e adotado para uso dio na ‘maione dos pats, exceto ros EU, 7 1, Localize ¢ leia trés artigos da literatura cientifica of Applied Biomechanics e 0 Medicine and Science que apresentem resultados de investigagdes bio- Sports and Hxereise sao fontes possiveis,) Escreva um meeénicas, (O Journal of Biomechanics, 0 Journal resumo de uma pégina sobre cada artigo e identifique 18 Blomecanica Bisa se a investigagdo envolveu aspectos estéticos ou dind- micos ¢ cinéticos ou cineméticos. 2, Liste de 8 a 10 websites relacionados com a biome- Anica e escreva um pardgrafo descrevendo cada site. 8, Escreva uma breve argumentagdo sobre como 0 conhecimento da biomecénica pode ser stil em sua futura profisso ou carreira. 4, Bscolha trés atividades ou profissdes e esereva uma argumentagao sobre como cada uma envolve estudos quantitativos ou qualitativos. 5. Utilizando suas préprias palavras, escreva uma lista resumida das etapas para solugdo de problemas identificadas no capitulo. 6. Descreva um problema informal e um problema for- mal. 7. Passo a passo, demonstre como chegar a solugao de um dos problemas que vocé descreveu no Problema 6. 8, Resolva o x em cada uma das equagées abaixo. Se necessério, procure ajuda no Apéndice A. ars" b+ e4xe 4. -15/8 =2+1 ex? 27435 & 9. Duas criangas em idade escolar correm pelo parque atrs de uma bola.’Tim eomega a correr a uma distan- cia de 15 m da bola e Jan comeca a correr a uma dis tancia de 12 m da bola. Se a velocidade média de Tim 6 4,2 m/s e a velocidade média de Jan 6 de 4,0 m/s, qual erianga chegaré primeiro até a bola? Demonstre como vocé chegou a sua resposta. (Ver Amostra de Problema 1.1.) (Resposta: Jan chega primeiro.) 10. Uma bola de 0,5 quilo € quicada com uma forga de 40 N. Qual 6 a aceleragao resultante da bola? (Resposta: 80 m/s*) AVALIAGAO ADICIONAL 1, Escolha um movimento especifico ou habilidade desportiva de interesse ¢ leia dois ou trés artigos da literatura cientifica que apresentem resultados de investigagdes biomecdnicas relacionadas com o tépico. Escreva um pequeno artigo que integre a informacao de suas fontes em uma descrigao com base cientffica, do movimento que vocé escolheu. 2. Ao verificar seu taldo de cheques, voeé descobre que seus eélculos indicam um valor diferente do calculado pelo banco. Liste um conjunto ordenado e légico de pro- cedimentos que podem ser utilizados para encontrar 0 erro. Vocé pode optar pelo formato de lista, sumario, ou diagrama de blocos. 3, Sarah vai ao armazém e gasta a metade de seu dinheiro, No caminho para casa, compra um sor- vete que custa $ 0,78. A seguir, gasta um quarto do dinheiro restante ao pagar uma conta de $ 5,50 na lavanderia. Quanto dinheiro Sarah tinha original- mente? (Respostaa: $ 45,56) 4, Wendell investe $ 10.000 em um portflio de agées formado por Petroleo Especial a $ 30,00 por acdo, Newshoe a $ 12,00 por acio e Beans & Sprouts a 8 2,50 por aco. Ele coloca 60% de seu dinheiro na PE, 30% na N e 10% na B&S. Com os valores de mer- ‘cado mudando (PS. cai $ 3,12, N sobe 80% e B&S sobe $ 0,20), qual é seu portfolio 6 meses mais tarde? 5.A hipotenusa do tridngulo retangulo ABC (apresen- tado ao lado) tem 4 em de comprimento. Quais s40 08 comprimentos dos outros dois lados? (Resposta: A = 2em;B=3,5 em) 8 6. No triangulo DEF, 0 lado F tem 4em de comprimento eo lado F, 7 em. Se o Angulo entre os lados Fe F tem 50°, qual 0 comprimento do lado D? (Resposta: 5,4 cm) 7. Um praticante de orientagao corre 300 m para 0 norte ¢ 400 m para o sudeste (em um angulo de 45° em relagdo ao norte). Se ele corre em velocidade constante, a que distancia est4 da posi¢do inicial? (Resposta: 283,4 m) 8, John esté fazendo sua corrida didria. Ele corre 2 km para o ceste, depois 2 km para o sul e depois corre por uma trilha que o leva diretamente ao ponto inicial. a, Qual 6 a distancia peréorrida? bb, Se ele correu a uma velocidade média de 4 m/s, quanto tempo levou a corrida? 9, John e Al esto em uma corrida de 15 km. John, corre a uma velocidade média de 4,4 m/s durante a primeira metade da corrida e depois a uma velocidade de 4,2 m/s até os xiltimos 200 m, que sao cobertos a uma velocidade de 4,5 m/s. Qual é a velocidade média que Al deve manter para ganhar de John? (Resposta: > 4,3 mis) 10. Um bareo a vela ruma para 0 norte a uma veloci- dade de 3 m/s durante uma hora e depois volta pelo sudeste (a um Angulo de 45° em relacdo ao norte) em. ‘uma velocidade de 2 m/s por 45 min. a. Qual é a distancia percorrida pelo barco? b. A que distancia ele est do ponto de partida? (Respostas: a. 16,2 km; b. 8,0 km) LABORATORIO 1. Trabalhando em um grupo de 3 a 6 alunos, escolha trés movimentos humanos ou habilidades motoras com as quais vocés estejam familiarizados. (Um salto vertical, por exemplo.) Para cada movimento, liste pelo menos trés questdes gerais e trés questdes espeetficas ‘que um analista poderia escolher para responder. Movimento ou habilidade 1: Questées gerais 1. 2 3. Questées espeeificas 1. Movimento ou habilidade Captulo || O que é iomectnia? 19 de cada um dos trés exercicios em termos de sua capa- cidade de formular questées significativas. 5. Peca para um membro de seu grupo fazer varias tentativas de marcha enquanto 0 resto do grupo observa pela frente, pelo lado e por tras. O individuo pode caminhar em uma esteira ergométrica ou no solo. Quais observagées podem ser feitas sobre a marcha do indivfduo em cada uma das perspectivas que nao so Questoes Serais visiveis ou aparentes nas outras? 2 Observagées frontais 3. Questées especificas Observagoes laterais 1 3 Observagées por tras ss Movimento ou habilidade Questées gerais REFERENCIAS L 2 1. Albright JP, Saterbal A, and Stokes J: Use oflnee braces in 3 sport. Current recommendations, Sports Med 20:281, 1996, ‘s 2. Block RM: Figure skating injuries, Phys Med Rehabil Questbes expectficas Clin N Am 10:177, 1999. 2 8. Casillas JM, Duliou V, Cohen M, Marcer I, and Didier 5 JP: Bioonorgetic comparison of a new energy-storing 2. Trabalhando em um grupo de 3 a 5 alunos, escolha um movimento humano ou habilidade motora com a qual vocés estejam familiarizados e peca para dois, membros do grupo realizarem o movimento varias, vezes, de modo simultaneo, enquanto o restante do grupo observa. Com base em observagdes comparati- vas, liste as diferengas e semelhancas que vocé detec- tar. Quais destas sao potencialmente importantes © quais estao mais associadas a um estilo pessoal? Diferencas de Movimento Importante? (Sim/Nao) Semelhangas de Movimento Importante? (Sim/Nao) 3. Trabalhando em um grupo de 3 a 5 alunos, assista a um video previamente escolhido de um movimento humano ou habilidade motora. Apés assistir varias vozes a0 movimento, liste pelo menos trés questies gerais e trés questies especificas que um analista poderia escolher para responder. Questies especificas 1 2 8 4. Depois de realizar os experimentos de 1 3, discuta, com seu grupo as vantagens e desvantagens relativas foot and SACH foot in traumatic below-knee vascular amputations, Arch Phys Med Rehabil 76:39, 1995. 4, Chafiin DB: Primary prevention of low back pain throu- gh the application of biomechanics in manual materials handling tasks, G Ital Med Lav Ergon 27:40, 2005. 5. Chang YH, Hamerski CM, and Kram R: Applied hori- zontal force increases impact loading in reduced-gravity running, J Biomech 34:679, 2001, 6. Dapena J and Chung CS: Vertical and radial motions of the body during the take-off phase of high jumping, Med Sci Sports Exerc 20:290, 1988. 7. 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Apresenta-se como um livro-testo avangado para o estu- do da biomecdnica humana, Zeit P: The art and eraft of problem solving (2nd ed.), New ‘York, 2007, John Wiley & Sons. Fornece estratégias gerais, bem como ferramentas espe- cfficas e téenicas para a soluedo de problemas quantita- tivos WEBSITES RELACIONADOS American College of Sports Medicine—Biomechanics Inte- rest Group httpsnvorw.acem.org ‘Fornece um link para o American College of Sports Me- dicine Member Service Center, que est ligado ao ACSM Interest Groups, incluindo 0 Biomechanics Interest Group. American Society of Biomechanics bttpufasb-biomech.ore/ “Home page da American Society of Biomechanics. For rece informagdes sobre a organizagdo, sumdrios de con- feréncias ¢ uma lista de programas de graduagdo em biomecdnica. ‘The Biomch-L Newsgroup hetpu/www.biomeh-Lorg/ Fornece informagées sobre um grupo de diseussdo por e-mail para biomecénica e ciéncia do movimento huma- no/animal. Biomechanics Classes on the Web http:/www.uoregon,edu/-karduna/biomechanies! Contém links para mais de 100 classes biomeednicas com componentes instrucionais baseados na web PALAVRAS-CHAVE Antropométrico Biomecénica Captue | | OquesBiomectnics? 21 Biomechanics Yellow Pages httpi/www.sciencecontral.com/site/493521 Fornece informagées sobre tecnologia utilizada nos tra- balhos relacionados com a biomecdniea einelui diversos videoelipes que podem ser baixados. Biomechanies World Wide https/rwwauni-due.de/-qpd800/WSITECOPY. html ‘Site abrangente com links para outros sites, para um ‘amplo especiro de tépicos relacionados com a biome: eénica. International Society of Biomechanics hitpuvwwisbweb.ore/ ‘Home page da International Society of Biomechanics SB). Fornece informagies sobre a ISB, programas de computador e dados biomecénicos, e destaques para outras fontes de informagéo relacionada com a biome Relacionado com as dimensdes e pesos dos segmentos corporais. Aplicagéo dos principios mecinicos no estudo dos organismos vives. Estudo da descrigéo do movimento, considerando espago e tempo. Ramo da mecinica que lida com sistemas em estado constante de movimento. Proceso de formacio de dedugdes a partir das informagdes disponivels Ramo da fisica que analisa as ages de forcas sobre particulase sistemas mecinicos.. Cinematica Cinesiologia Estudo do movimento human. Cinética Eestudo da ago das forgas. Dinamica Ramo da mecinica que lida com sistemas sujeltos 2 aceleracio. Estatica Inferénela Mecanica Medicina desportiva Aspectos clinicos e cientificos de esportes e exerciios. Qualitative Esti relacionado com descrigo nio numérica de qualidade. Quantitative Esti relacionado com uso de ndmeros. Sindrome do tiinel do carpe Condi de uso excessivo causada pela compressio do nervo mediano no tine do carpo, envol- vendo torpor, formigamento e dor nas mios. Sistema inglés aus Sistema métrico Sistema de pesos © medidas originalmente desenvolvido na Inglaterra e ulizado nos EUA nos dias Sistema de pesos e medidas internaclonalmente uslzado em aplicagBes clenufcas © adotado para uso dtio na maioria dos palses, exceto nos EUA. Conceitos Cinematicos para a Andlise do Movimento ‘Ao término deste capitulo, vocé seré capaz de: Exemplificar formas lineares, angulares e gerais de movimento. Identificar e descrever posi¢des, planos ¢ eixos de referéncia associados a0 corpo humano. Definir e utilizar apropriadamente termos direcionais e a terminologia do movimento articular. Explicar como planejar e conduzir uma anilise qualitativa do movimento de modo efetivo. Identificar e descrever os usos do instrumental disponivel para a mensuracao de grandezas cinematicas. 24 Biomecinca Bisica Movimento geral Emde a vanslayio e rota simuitéreas. Linear ‘Ao fongo de uma lioha que pode ser reta ‘04 curva, com todas as partes do corpo se ‘movendo na mesina directo e na mesroa veloddde Angular Erol «rotardo 00 edor de uma nha ou Ponto central ‘Translagio ‘Moire neo Retilineo ‘Ao longo de urna tka rete Curvilineo ‘Ao longo de una inka curva. Eixo de rotagao nia imagindra peypencicuoro0 piano de rtagao e que possa atavés do centro de F{lmelhor observar a marcha de um individuo por uma visio late- ral, frontal ou posterior? A que distancia o treinador pode observar melhor o estilo de um arremessador? Quais sao as vantagens e desvan- tagens da andlise de um movimento capturado em video? Um observador nao treinado pode no identificar diferengas nas formas demonstradas: por um atleta de elite de corrida com obstaculos e um novato, ou no fun- cionamento de um joelho normal e de um joclho lesionado parcialmente reabilitado, Quais as habilidades necessdrias e quais procedimentos sao utilizados para a andlise efetiva da cinematica do movimento humano? Uma das etapas mais importantes no aprendizado de um novo assunto 6 odominio da terminologia associada. Da mesma maneira, o aprendizado de um protocolo de andlise geral que possa ser adaptado a questées ou problemas especificos dentro de um campo de estudo é valioso, Neste eapf- tulo, é apresentada a terminologia do movimento humano, e a abordagem para solugio de problemas ¢ adaptada a fim de fornecer uma base para a solugdo qualitativa de problemas sobre a anélise do movimento humano. FORMAS DE MOVIMENTO ‘A maioria dos movimentos humanos é um movimento geral, uma com- binagao complexa de componentes de movimentos lineares e angulares. Como os movimentos angular e linear sio formas “puras” de movimento, algumas vezes € titil decompor movimentos complexos em seus compo- nentes lineares ¢ angulares durante a realizagao de uma andlise. Movimento linear O movimento linear puro envolve 0 movimento uniforme do sistema de interesse, com todas as partes do sistema se movendo na mesma dire- o e na mesma velocidade. O movimento linear também 6 denominado movimento de transla¢éo, ou translagdo. Quando um corpo experimenta uma translagao, ele se move como uma unidade, e porgdes do corpo nao se ‘movem em relagdo as outras. Por exemplo, um passageiro que dorme em ‘um voo de aviao sem turbuléncia esté sendo transladado através do ar. Se o passageiro acorda e pega uma revista, entretanto, no ocorre mais uma translagao pura, porque a posigdo do braco em relac&o ao corpo mudou. © movimento linear também pode ser considerado um movimento a0 longo de uma linha. Se a linha 6 reta, o movimento ¢ retilineo; se a linha € curva, o movimento é eurvilfneo. Um motociclista, ao manter uma pos- tura sem movimento enquanto « motocicleta se move ao longo de uma trajetdria reta, est se movimentando em modo retilineo. Se o motocielista salta com a motocicleta e a estrutura desta nao roda, tanto o motocielista como a motocicleta (com a exce¢do das rodas em movimento) estdo se movendo de modo curvilineo enquanto estado no ar. Do mesmo modo, um esquiador que desce uma montanha em posigéo esttica esté em movi- mento retilineo. Se 0 esquiador salta sobre um obstéculo, com todas as partes do corpo se movendo na mesma dire¢do e na mesma velocidade em uma trajetéria curva, o movimento 6 curvilineo. Quando um motocictista ou esquiador passa sobre uma colina, o movimento nao é linear, porque a parte superior do corpo se move em velocidade maior que as partes inferiores do corpo. A Figura 2.1 demonstra um ginasta em movimento retilineo, curvilineo e rotacional Movimento angular ‘Movimento angular é a rotacao ao redor de uma linha central imaginéria conhecida como eixo de rotagao, orientado perpendicularmente ao plano no qual ocorre a rota¢do. Quando um ginasta executa um movimento cir- cular amplo ao redor de uma barra, todo 0 corpo roda, e o eixo de rotagao (Gaphulo2 | Coneetos Gnemsticos para a Anise do Movimento 25 A.rotagd de um segmento corporal ‘em uma articulapao ooorre ao redor de uma linha imagindria conhecida como 0 eixo de rotasdo que passa através do centro articular. Fowo © Design PiewPunchStock, passa através do centro desta. Quando um atleta de saltos ormamentais executa um salto mortal, novamente todo o corpo esté rodando, desta vez, ao redor de um eixo de rotagao imaginario que se move juntamente com 0 corpo, Quase todo movimento humano voluntério envolve a rotago de um segmento do corpo ao redor de um eixo de rotagSo imaginério que passa através do centro da articulagdo ao qual o segmento se fixa. Quando 0 ‘movimento angular ou rotacao ocorre, porgdes do corpo em movimento se ‘movem constantemente em relago as outras porgées. Movimento geral Quando a translagdo © a rotagaio so combinadas, 0 movimento resultante + Grands parte des otidades do 6 um movimento geral. Uma bola chutada faz translacGo pelo ar e a0 moviriento humane & categorizada ‘mesmo tempo gira ao redor de um eixo central (Figura 2.2).Um corredor 6 como movimento geral transladado por meio de movimentos angulares de segmentos corporais no quadril, joetho e tornozelo, O movimento humano geralmente consiste em movimentos gerais em vez, de movimentos lineares ou angulares puros. Sistemas mecdnicos Antes da determinacdo da natureza de um movimento, o sistema mecénico Sistema de interesse precisa ser definido. Em varias circunstancias, todo 0 corpo _Objeto ov grupo de objetesexclhidos pelo humano é escolhido como o sistema a ser analisado. Entretanto, em outros ost pora estado momentos, 0 sistema precisa ser definido como o brago direito ou mesmo uma bola projetada pelo braco direito. Quando um arremesso por sobre a cabeca 6 executado, 0 corpo como um todo demonstra um movimento geral ‘© movimento do brago de arremesso é primariamente angular, e o movi- ‘mento da bola arremessada 6 linear. O sistema mecénico a ser analisado 6 escolhido pelo analista de movimento de acordo com o foco de interesse. TERMINOLOGIA DE REFERENCIA PADRAO A comunicagao de informagées especificas sobre o movimento humano requer terminologia especializada que identifique precisamente as posi- bes e diregdes corporais, 26 Bomecirica Bisa Figura 2.1 Bxemplos de movimento retilineo, eurvilineo e rotaciona. Posicdo anatémica de roferéncia Posicdo ereta com todas as partes do corpo, incuinds 0s pamas das mds, vatadas pora ffente:éconsiderada a posigdoinicial para os ovimentos dos segrnentos corporis. Posigao anatémica de referéncia A posig&io anatémica de referéncia 6 uma posi¢do ereta, com os pés levemente separados e os bracos pendentes aos lados do corpo, com as palmas das mos voltadas para frente. Ndo ¢ uma posigio natural, mas 6 a orientagdo corporal convencionalmente utilizada como posigao de refe- réncia ou posigéo inicial quando os termos de movimentos sao definidos. ‘Termos direcionais uso de termos direcionais 6 necessdrio na descrigdo da relago das par tes corporais ou localizacao de um objeto externo em relago ao corpo, A seguir, apresentamos termos direcionais comumente utilizados. CCepulo 2 | Concelios Cinemiticos para a Andie do Movimento 27 Movimento curvlineo 4° Tees Movimento goral Le TAA tf; a Superior: mais préximo da cabeca (na zoologia, o termo sindnimo é denominado cranial). Inferior: mais afastado da cabeca (na zoologia, o termo sindnimo é caudal). Anterior: na direcdo da frente do corpo (na zoologia, o termo sindnimo é ventral). Posterior: na direcdo da parte posterior do corpo (na zoologia, 0 termo sindnimo 6 dorsal) Medial: na diregao da linha mediana do corpo. Lateral: afastado da linha mediana do corpo. Proximal: mais préximo do tronco (p. ex., 0 joelho é proximal ao tor nozelo).. Distal: mais distante do tronco (p. ex., 0 punho é distal a0 cotovelo). Superficial: na diregio da superficie do corpo. Profundo: dentro do corpo e afastado da superficie corporal. ‘Todos estes termos direcionais podem ser pareados como antOnimos — palavras de significados opostos. Dizer que o cotovelo é proximal ao punho 6 tao correto quanto dizer que o punho ¢ distal ao cotovelo. Similarmente, ‘onariz é superior a boca e a boca é inferior ao nariz, Planos anatémicos de referéncia Os trés planos cardeais imagindrios dividem a massa do corpo em trés dimensdes. Um plano 6 uma superficie bidimensional com uma orientacéo definida pelas coordenadas espaciais de trés pontos-distintos, nem todos contidos na mesma linha. Pode ser considerado uma superficie plana ima- ginéria. O plano sagital, também conhecido como plano anteroposterior (AP), divide 0 corpo verticalmente em metades direita e esquerda, e cada Figura 2.2 Movimento geral é uma combinagao de movimento linear e angular, Posigao anatémica de referéncia. + Planos sivas de referéncis so ties no descriggo de mavimertes corporais mecrascépicos e na éeinicta da terminoioga de movimence mis cespecifca Pianos cardeais Trés planos perpandiearesimagindres de referncia que diem o corpo na metade, pela massa Plano sagital Plano no qual corre movimentes para Frente e para és do corpo © des segmentos corpora. 28, Siomectrica Bases ‘Piano frontal Piano no qual aco movimentos faterais do compo e dos segmentos corpora Plano transverse Piano no qual ocorrer movimentos hhrizontais do corpo e dos segmentos corpo quando 0 coo ext a psto Figura 2.3 Os trés planos cardeais de referencia, metade contém a mesma massa. O plano frontal, também denominado plano coronal, divide o corpo verticalmente em metades anterior e poste- rior. O plano transverso ou horizontal separa 0 corpo em metades supe- rior e inferior. Para um individuo em pé e em posigéo anatdmica, os trés planos cardeais fazem intersegao em um tinico ponto, conhecido como cen- tro de massa ou centro de gravidade do corpo (Figura 2.3). Estes planos de referéncia imagindrios existom somente em relagdo ao corpo humano. ‘Se uma pessoa gira em um Angulo para a direita, os planos de referéneia também giram em um Angulo para a direita. Eixo longitudinal (Captulo2 | Conceitos Gremétics pra aAndise do Movimento 29 Apesar de todo o corpo se mover ao longo de ou em paralelo a um plano cardeal, os movimentos de segmentos corporais individuais também podem ser deseritos como movimentos no plano sagital, no plano fron- tal e no plano transverso. Quando isso ocorre, os movimentos descritos geralmente acontecem em um plano paralelo a um dos planos cardeai Por exemplo, movimentos que envolvem a transferéncia para frente ou para trés so denominados movimentos no plano sagital. Quando um rolamento para frente é executado, todo o corpo se move em paralelo 20 plano sagital. Durante uma corrida, o movimento dos bragos e pernas, geralmente é para frente e para trés, embora os planos de movimentos passem através das articulagoes dos ombros e quadris em ver do centro do corpo, Marcha, jogo de boliche e ciclismo so movimentos em grande parte no plano sagital (Figura 2.4). 0 movimento no plano frontal 6 um movi- mento lateral (lado a lado); um exemplo de movimento no plano frontal de todo 0 corpo 6 a cambalhota tipo “estrela”. Polichinelos, saltos laterais, e chutes laterais no futebol necessitam de movimentos no plano frontal de certas articulacdes do corpo. Exemplos de movimento corporal total no plano transverso incluem o giro em parafuso feito por um saltador orna- mental, ginasta ou uma pirueta de um dangarino. Embora muitos movimentos realizados pelo corpo humano nao sejam orientados em planos sagital, frontal ou transverso, ou néo sejam plana- res, 08 trés planos principais de referéncia ainda sao titeis. Movimentos corporais gerais e movimentos especificamente denominados que ocorrem nas articulagdes geralmente sao descritos como movimentos primaria- mente nos planos frontal, sagital ou transversal. Eixos anatémicos de referéncia Quando um segmento do corpo humano se move, ele roda a0 redor de um eixo de rotacdo imagindrio que passa através de uma articulagéo a qual esta fixado. Existem trés eixos de referéncia para a descrigéo do movi- mento humano, e cada um deles esta orientado perpendicularmente a um dos trés planos de movimento. O eixo mediolateral, também conhecido como eixo horizontal, é perpendicular ao plano sagital.. A rotagéo no plano entas + Embora a maioria des enor ‘aurnanos nda seja estritamente planar, os planos cardeais so um? ‘modo itl para descrever movimenios rimaciorente planares. Bixo mediolateral Liha imaging oo redor da qual ecorrem rotagies no plano sagt Figura 2.4 0 ciclismo requer movimen- to das pernas no plano eagital. 30 Blomecinice Bisa Figura 2.5 Para um exereicio de poli- chinelo, 08 principais eixos de rotagtio sio eixos anteroposteriores que pas- ‘sam através dos ombros e quadris, ‘Bixo anteroposterior Lina imainsia oo redor da qual ocorer rosagbes no plano font Eizo longitudinal Linho imaginda oo redor da qual ocarrem retagtes no plano wansresa + Movimentosno plano sogitalincluem flexao, exienséo e hiperextensée, bem como dorsifexdo eflexdo plantar. frontal ocorre ao redor do eixo anteroposterior (Figura 2.5). A rotagao no plano transversal ocorre ao redor do eixo longitudinal, ou eixo verti- cal. E importante reconhecer que cada um destes trés eixos sempre est associado ao mesmo plano — aquele ao qual o eixo é perpendicular. TERMINOLOGIA DO MOVIMENTO ARTICULAR Quando 0 corpo humano esté na posigao anatémica, todos os segmen- tos corporais s4o considerados na posicéo de zero grau. A rotagao de um segmento corporal afastando-se da posigéo anatémica é denominada de acordo com a diregao do movimento ¢ € medida como o Angulo entre a posigdo do segmento corporal e posigdo anatémica, Movimentos no plano sagital A partir da posi¢&o anatdmica, os trés movimentos primérios que ocorrem no plano sagital sao flexdo, extensdo o hiperestensdo (Figura 2.6). A flexao inclui rotagdes no plano sagital direcionadas anteriormente da cabeca, troneo, brago, antebraco, mao e quadril e rotagSes no plano sagital direcio- nadas posteriormente da perna. A extensdo 6 dofinida como o movimento que retorna um segmento corporal & posigao anatémica a partir de uma flexio; e a hiperextensao ¢ a rotagdo além da posigdo anat6mica em dire- 40 oposta a da flexdo. Se os bracos ou pernas so rodados medial ou late- ralmente a partir da posigdo anatémica, a flexdo, extensao e hiperexten- so no joelho e cotovelo podem ocorrer em um plano diferente do sagital. ‘A rotagao no plano sagital na articulagao do tornozelo ocorre tanto quando 0 pé se move em relagio & perna como quando a perna é movida em relagio 20 pé. O movimento que traz 0 dorso do pé na diregdo da perna é conhecido como dorsiflexo, ¢ 0 movimento oposto, que pode ser visualizado como um “abaixamento” da planta do pé, 6 denominado flexdo plantar (Figura 2.7). Capito 2 | Coneetes Cinemstios para are do Movimento. 31 Extensio Hiperextensio LS Y Flexo plantar Movimentos no plano frontal (0s principais movimentos no plano frontal sao abdugdo eadugdo. A abdugao ‘move um segmento corporal para longe da linha mediana do corpo; a adugao ‘move o segmento corporal para préximo da linha mediana (Figura 2.8). Outros movimentos no plano frontal incluem a rotacio lateral do tronco, denominada flexdo lateral para a direita ou esquerda (Figura 2.9). Elevagéo ce depressdo da cintura escapular se relacionam com o movimento da cintura, escapular nas diregées superior e inferior, respectivamente (Figura 2.10). A rotagdio da mao no nfvel do punho no plano frontal na diregao do rdio (lado Ai ‘Abdugao ‘Adugéo Figura 2.6 Movimentos no plano sagi- tal na articulagio do ombro. Figura 2.7 Movimentos no plano sa- gital do pé. + Maimentos na plano frontal incivern chdugdo 2 edlucdo,flexzo lateral, elevacac e depressdo, inverséo ¢ eversio, desvo racial ¢ ulnar. Fiyura 2.8 Movimentos do quadril no plano frontal. 32. BlomectricaBisca Figura2.9 Movimentosno plano fron- -_} tal da coluna vertebral. Flexao lateral (drei) Figura 2.10 Movimentos da cintura do ‘ombro no plano frontal. Depressio do polegar) é denominada desvio radial, e desvio ulnar 6 a rotagao da mao na direcgo da ulna (lado do dedo mfnimo) (Figura 2.11). ‘Os movimentos do pé que ocorrem em grande parte no plano frontal ‘so a everséo e a inversao. A rotacao lateral da planta do pé 6 denomi- nada eversdo, ¢ a rotagdo medial é chamada de inversdo (Figura 2.12), Abducao e adugo também sao termos utilizados para descrever as rota- ‘ges medial e lateral de todo 0 pé. Pronagdo e supinagdo geralmente sao tormos utilizados para descrever 0 movimento que ocorre na articulagao subtalar, Pronacéo na articula¢do subtalar consiste em uma combinagao de eversio, abdugdo e dorsiflexdo, ¢ a supinagao envolve inversdo, aducéo e flexdo plantar. Figura 2.11 Movimentos da mao no plano frontal. —™y — Desvio ulnar Desvio radial CCaptdo 2 | Concitos Cineméticos para a Andisedo Movimento 33, ) Eversao Inverséo, Movimentos no plano transverso Os movimentos corporais no plano transverso so movimentos rotacio- nais ao redor de um eixo longitudinal. Rotaéo para a esquerda e rotagao para a direita sao utilizados para descrever movimentos no plano trans- verso da cabega, pescoco ¢ tronco, A rotagio de um brago ou perna como unidade no plano transverso é denominada rotagéo medial quando se dé na diregdo da linha mediana do corpo, ¢ rotacdo lateral quando se afasta da linha mediana (Figura 2.13). ‘Termos especificos sAo utilizados para movimentos rotacionais do ante- brago, Suas rotagées laterais e mediais sao conhecidas respectivamente como supinacdo e pronacdo (Figura 2.14). Em posi¢do anatémica, o ante- brago est om uma posicao supinada, Embora a abducdo © a adugio sejam movimentos no plano frontal, quando 0 brago ou coxa é flexionado, 0 movimento destes segmentos no plano transverso de uma posigio anterior para uma posigdo lateral é denominado abduedo horizontal ou extensao horizontal (Figura 2.15). Figura 2.12 Movimentos do péno pla- no frontal, + 25 movimentos no plano transverso incluem rotagdo para a esquerde e diel, exega0 redial e lateral, supinasGe e pronosio, abduct © educa horizorata Figura 2.13 Movimentos da perna no plano transverso.

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