You are on page 1of 21

11/03/2014

Universidade Estadual Vale do Acaraú


Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas
Curso de Engenharia Civil
Disciplina: Materiais de Construção I
Semestre 2014.1

NORMALIZAÇÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Profª Kelvya Moreira


Engª Civil, MSc. em Construção Civil

1
Sobral/Ce, 2014

INTRODUÇÃO

Há algumas décadas os produtos e serviços eram desenvolvidos sem garantia de


manutenção de suas características.

Com a Revolução Industrial as empresas passaram a organizar seus processos


produtivos a fim de manter as características de produção. A padronização
dos processos visava a redução dos custos de produção e não a diminuição da
variabilidade dos produtos.

Com o tempo, percebeu-se a minoração na variabilidade dos produtos dentro de


uma mesma empresa, contudo entre empresas ainda havia disparidades que
dificultavam para os clientes as aplicações dos produtos e reposições de peças.

1
11/03/2014

INTRODUÇÃO

Primeiro passo do processo de normalização técnica hoje existente:


Estabelecimento das principais características e propriedades de um produto em
um documento.

NORMA TÉCNICA

As Normas Técnicas surgiram da necessidade da


sociedade em servir a essa mesma sociedade, sendo
uma ferramenta de avaliação de produtos e serviços.

NORMALIZAÇÃO

“Atividade que estabelece, em relação a problemas existentes


ou potenciais, prescrições destinadas à utilização comum e
repetitiva com vistas à obtenção do grau ótimo de ordem, em
um dado contexto.”
(ABNT ISO/IEC Guia 2)

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas


ISO – International Organization Standardization
IEC – International Electrotechnical Commission

Na prática, a normalização está presente:


 na fabricação dos produtos,
 na transferência de tecnologia e
 na melhoria da qualidade de vida por meio de normas relativas à saúde, à
segurança e à preservação do meio ambiente.

2
11/03/2014

OBJETIVOS DA NORMALIZAÇÃO

Qualidade
Sistematizar e ordenar as atividades produtivas, aumentando a
reprodutibilidade e diminuindo a variabilidade.

Produtividade
Padronizar produtos, processos e procedimentos, evidenciando a
necessidade da redução de custos.

Tecnologia
Consolidar, difundir e estabelecer parâmetros consensuais entre
produtores, consumidores e especialistas, colocando os resultados à
disposição da sociedade.

OBJETIVOS DA NORMALIZAÇÃO

Economia
Proporcionar meios eficientes para a troca de informações entre clientes
e fornecedores, melhorando a confiabilidade das relações comerciais e de
serviços.
Eliminação de barreiras
técnicas e comerciais
Evitar a existência de regulamentos conflitantes sobre produtos e
serviços em diferentes países, facilitando o intercâmbio comercial.

Certificação e avaliação da
conformidade
Servir de base a processos de avaliação da conformidade e certificação de
produtos e serviços.

3
11/03/2014

PRINCÍPIOS DA NORMALIZAÇÃO

TIPOS DE NORMALIZAÇÃO

NORMA TÉCNICA REGULAMENTO

REGULAMENTO TÉCNICO

4
11/03/2014

NORMA TÉCNICA

Documento, estabelecido por consenso e


aprovado por um organismo reconhecido, que
fornece, para um uso comum e repetitivo, regras,
diretrizes ou características para atividades ou
seus resultados, visando à obtenção de um grau
ótimo de ordenação em um dado contexto.

(ABNT ISO/IEC Guia 2)

Nota:
Convém que as normas sejam baseadas em resultados consolidados pela ciência,
pela tecnologia e pela experiência acumulada, visando à obtenção de benefícios
para a comunidade.

NORMA TÉCNICA

10

5
11/03/2014

REGULAMENTO

Documento que contém regras de


caráter obrigatório e que é adotado por
uma autoridade.
(ABNT ISO/IEC GUIA 2)

Exemplos:

 Regulamento de uma empresa


 Regulamento do uso das áreas comuns de um edifício
 Regulamento de um concurso

11

REGULAMENTO TÉCNICO

Regulamento que estabelece requisitos


técnicos, seja diretamente, seja pela
referência ou incorporação do conteúdo de
uma norma, de uma especificação técnica ou
de um código de prática.

(ABNT ISO/IEC GUIA 2)

Exemplo:
 Normas Regulamentadoras e Normas Regulamentadoras Rurais do Ministério
do Trabalho, como a NR-18: Condições e Meio Ambiente de Trabalho na
Indústria da Construção.

12

6
11/03/2014

HIERARQUIA NA NORMALIZAÇÃO TÉCNICA


ISO –International Organization for Standardization
IEC –International Electrotechnical Commission
ITU –International Telecommunication Union
AMN –Associação Mercosul de Normalização
COPANT –Comissão Pan-Americana de Normas Técnicas
CEN –European Committee for Standardization
ABNT –Associação Brasileira de Normas Técnicas
DIN –Deutsches Institut für Normung
BSI –British Standards Institution
AFNOR –Asociation Française de Normalisation
ASME –American Society of Mechanical Engineers
ASTM –American Society for Testing and Materials
AWS –American Welding Society
PETROBRÁS –Petróleo Brasileiro S. A.
SABESP –Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo Fonte: Battagin, I.L.S.
ELETROBRÁS –Centrais Elétricas Brasileiras S.A

13

HIERARQUIA NA NORMALIZAÇÃO TÉCNICA

NORMAS NACIONAIS:

São as normas editadas por uma organização nacional de Normalização, tendo o


consenso do governo, das indústrias, dos consumidores e da comunidade
científica do País.
No Brasil, as normas são os documentos elaborados segundo procedimentos
definidos pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).
As Normas Brasileiras são identificadas pela sigla ABNT NBR, seguida de seu
número e ano de publicação e são reconhecidas em todo o território nacional.

Ex.: ABNT NBR 11579:2012


Cimento Portland — Determinação do índice de finura por meio
da peneira 75μm (nº 200).

14

7
11/03/2014

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS

 Entidade privada, sem fins lucrativos,


de utilidade pública e reconhecida
pelo governo como único Foro
Nacional de Normalização;

 A ABNT possui 61 Comitês Brasileiros


(CB) e 3 Organismos de Normalização
Setorial (ONS), que atuam em âmbitos
específicos.

Fonte: Battagin, I.L.S.

15

COMITÊS BRASILEIROS E ORGANISMOS NACIONAIS DE


NORMALIZAÇÃO

16

8
11/03/2014

COMITÊS BRASILEIROS E ORGANISMOS NACIONAIS DE


NORMALIZAÇÃO

17

PROCESSO DE ELABORAÇÃO DE NORMAS BRASILEIRAS

CE – representantes voluntários de produtores, entidades de classe, consumidores,


18
órgãos de defesa do consumidor, governo ,entidades técnicas e científicas.

9
11/03/2014

COMO ADQUIRIR UMA NORMA TÉCNICA PELA ABNT?

19

20

10
11/03/2014

HIERARQUIA NA NORMALIZAÇÃO TÉCNICA

21

HIERARQUIA NA NORMALIZAÇÃO TÉCNICA

22

11
11/03/2014

HIERARQUIA NA NORMALIZAÇÃO TÉCNICA

23

HIERARQUIA NA NORMALIZAÇÃO TÉCNICA

NORMAS INTERNACIONAIS:

São normas técnicas estabelecidas por um organismo internacional de


normalização, resultantes da cooperação e de acordos entre grande número de
nações independentes, com interesses comuns.

Existem três organismos internacionais de normalização:


IEC – International Electrotechnical Commission
Desenvolve normas relativas a eletricidade e eletrotécnica.

ITU – International Telecommunication Union


Desenvolve normas relativas a telecomunicações.

ISO – International Organization for Standardization


Desenvolve normas relativas aos demais temas não cobertos pelas IEC e ITU,
onde se inclui a construção civil.
24

12
11/03/2014

ISO - INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION

 Fundada em 1947 com sede na Genebra (Suíça);


 Atualmente possui 163 países membros Brasil;
 As normas são elaboradas pelos 208 Comitês Técnicos.

25

ISO - INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION

EXEMPLOS DE NORMAS INTERNACIONAIS ISO:

 Série de normas ISO 9000 sistema de gestão da qualidade.


 Série de normas ISO 14000 sistema de gestão ambiental.
 ISO 17025 sistema de gestão da qualidade em laboratórios de ensaio e
calibração.
 ISO 19338 estabelece requisitos para avaliação de normas de projeto
de estruturas de concreto a ABNT NBR 6118 foi avaliada e reconhecida
pela ISO como um documento de referência internacional.

26

13
11/03/2014

RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL DO ENGENHEIRO


EM RELAÇÃO ÀS NORMAS
As normas têm uma função orientadora e purificadora no mercado e apesar de
serem voluntárias, são citadas em leis, o que muitas vezes as tornam
obrigatórias.

As normas são recomendações, com base na melhor técnica disponível e


possibilitam processos de certificação de produtos e serviços, o que garante uma
maior confiança do consumidor nas relações de consumo e contratação de
serviços.

27

RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL DO ENGENHEIRO


EM RELAÇÃO ÀS NORMAS
CÓDIGO DE PROTEÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR:

Artigo 39 - É vedado ao fornecedor de produtos e serviços:

Inciso VIII
Colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou serviço em desacordo
com as normas expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou, se normas
específicas não existirem, pela Associação Brasileira de Normas Técnicas –ABNT –
ou outra Entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia,
Normalização e Qualidade Industrial – CONMETRO.

LEI 8078: Código de Defesa do Consumidor, aprovado em 11/9/90


Regulamentado pelo Decreto 861, de 9/7/93

28

14
11/03/2014

RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL DO ENGENHEIRO


EM RELAÇÃO ÀS NORMAS
LEI DAS LICITAÇÕES PÚBLICAS:

Lei Nº 8666 (de 21 de junho de 1993):

Seção II - Artigo 6º – Inciso X

Projeto Executivo:
O conjunto dos elementos necessários e suficientes à execução completa da obra
deve estar de acordo com as normas pertinentes da Associação Brasileira de
Normas Técnicas – ABNT.

29

AVALIAÇÃO DA CONFORMIDADE

Consiste em verificar se um determinado processo, serviço ou produto está de


acordo com requisitos especificados.

Os requisitos podem ser uma norma ou


regulamento técnico ou qualquer outro
parâmetro preestabelecido pela
empresa ou pelo consumidor.

IMPORTANTE: A avaliação da conformidade não


garante a qualidade de toda a produção.

amostragem
30

15
11/03/2014

AVALIAÇÃO DA CONFORMIDADE

OBJETIVOS DA AVALIAÇÃO DA CONFORMIDADE:

Para o consumidor...
 Estabelecer uma relação de confiança de que o produto, processo ou serviço
está em conformidade com os requisitos selecionados e de acordo com as
normas ou regulamentos previamente estabelecidos.

Para o empresário...

 Apontar as características que seu produto deve ter para que atenda às
referidas normas ou regulamentos;
 Indicar as necessidades de melhorias para aumentar a aceitação do produto
no mercado, tornando-o, consequentemente, mais competitivo.

31

AVALIAÇÃO DA CONFORMIDADE
FORMAS DE AVALIAR A QUALIDADE:

 INSPEÇÃO:
Processo de medir, ensaiar ou examinar um produto ou serviço.

 AUDITORIA:
Usada para avaliar se as atividades da empresa estão de acordo com o que foi
planejado e se os objetivos traçados pela empresa poderão ser atingidos.
Dependendo de quem solicita, as auditorias podem ser classificadas em:
Ou auditoria Interna. É conduzida pela
 Auditoria de primeira parte
organização nos seus próprios sistemas.

 Auditoria de segunda parte É conduzida por uma organização em outra .

 Auditoria de terceira parte É conduzida por uma agência independente.

32

16
11/03/2014

AVALIAÇÃO DA CONFORMIDADE

FORMAS DE DECLARAÇÃO DA CONFORMIDADE:

 Documento emitido
Documento onde está explicitado o produto, processo ou serviço avaliado, a
norma à qual atende, a data de emissão e a data de validade do documento.
 Marca de conformidade
Símbolo que atesta a conformidade de um produto com a Norma Brasileira ou
especificações solidamente definidas, bem como atesta que sua fabricação está
sob um controle contínuo do fabricante.

 Banco de dados informatizados


Divulgação dos produtos em conformidade com os requisitos avaliados em banco
de dados.
33

CERTIFICAÇÃO DE MATERIAIS NA CONSTRUÇÃO CIVIL

É denominada de Certificação de Produto.


A certificação de produto somente é viável quando existem normas técnicas de
especificação e de ensaios aplicáveis, além de laboratórios qualificados para a
sua realização.

Muitas empresas a buscam por


certificação exigência de mercado ou por
voluntária decisão estratégica.

O INMETRO considera
certificação compulsória a certificação dos
compulsória produtos cuja falha coloque em
risco a vida humana ou o meio
ambiente.

34

17
11/03/2014

CERTIFICAÇÃO DE MATERIAIS NA CONSTRUÇÃO CIVIL

EXEMPLOS DE PRODUTOS COM CERTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA E VOLUNTÁRIA:

CERTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA CERTIFICAÇÃO VOLUNTÁRIA


Barras e fios de aço para Bloco de concreto pra estrutura
concreto armado ou protendido e alvenaria
Disjuntores Bloco cerâmico para alvenaria
Fios e cabos elétricos Argamassa colante
Interruptores Cimento Portland
Extintores de incêndio Placas cerâmicas para
revestimento
Piso intertravado de concreto

35

CERTIFICAÇÃO DE MATERIAIS NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Além da Certificação de Produto, existem ainda mais dois tipos de certificação:

 Certificação de Sistema
Garantia dada por um organismo independente de que uma organização
implementou um sistema de gestão e o mantém em conformidade com
requisitos normativos.
 Certificação de Pessoal
Garantia dada por um organismo independente de que um profissional tem
competência, habilidade e conhecimento para executar uma determinada
função.
Ex.: IBRACON certificado de pessoas para o controle
tecnológico do concreto, com base na ABNT NBR 15146.

18
11/03/2014

PROGRAMA BRASILEIRO DA QUALIDADE E PRODUTIVIDADE


NO HABITAT – PBQP-H
É um instrumento do Governo Federal que visa combate a não conformidade
intencional às normas técnicas na fabricação de materiais e aos componentes
para a construção civil.

SISTEMAS:

Sistema de Qualificação de Empresas


SiMaC de Materiais, Componentes e
Sistemas Construtivos

Sistema de Avaliação da
SiAC Conformidade de Empresas de
Serviços e Obras da Construção Civil

37

PROGRAMA BRASILEIRO DA QUALIDADE E PRODUTIVIDADE


NO HABITAT – PBQP-H

38

19
11/03/2014

PROGRAMA BRASILEIRO DA QUALIDADE E PRODUTIVIDADE


NO HABITAT – PBQP-H

Níveis de Avaliação
O Sistema propõe a evolução dos patamares de qualidade do setor em três
níveis: Nível de Adesão, B e A.

Nível de Adesão:
Desde 05/12/2012 o Processo de Declaração de Adesão ao PBQP-H e de
Conformidade ao Referencial Normativo Nível 'D', dentro da especialidade
técnica execução de obras, foi alterado para Nível de Adesão.

Na declaração de adesão, a empresa de serviços e obras fica responsável


legalmente pela veracidade do conteúdo das informações prestadas, não sendo
necessário realizar a auditoria na empresa para emissão do certificado de
adesão.

39

PROGRAMA BRASILEIRO DA QUALIDADE E PRODUTIVIDADE


NO HABITAT – PBQP-H

Nível B:

São avaliados:

40

20
11/03/2014

PROGRAMA BRASILEIRO DA QUALIDADE E PRODUTIVIDADE


NO HABITAT – PBQP-H

Nível A:

São avaliados:

41

21

You might also like